TEOLOGIA EM FOCO

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

A ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO RELIGIOSO


Neemias 12.27-31,43: “E, na dedicação dos muros de Jerusalém, buscaram os levitas de todos os seus lugares, para os trazerem, a fim de fazerem a dedicação com alegria, louvores, canto, saltérios, alaúdes e harpas. 28 E se ajuntaram os filhos dos cantores, tanto da campina dos arredores de Jerusalém como das aldeias de Netofa, 29 como também da casa de Gilgal e dos campos de Gibeá e Azmavete; porque os cantores tinham edificado para si aldeias nos arredores de Jerusalém. 30 E purificaram-se os sacerdotes e os levitas; e logo purificaram o povo, e as portas, e o muro. 31 Então, fiz subir os príncipes de Judá sobre o muro e ordenei dois grandes coros e procissões, sendo um à mão direita sobre o muro da banda da Porta do Monturo. 43 E sacrificaram, no mesmo dia, grandes sacrifícios e se alegraram, porque Deus os alegrara com grande alegria; e até as mulheres e os meninos se alegraram, de modo que a alegria de Jerusalém se ouviu até de longe”.

INTRODUÇÃO. A dedicação dos muros é o tema central de Neemias 12. Neemias não somente restaurou os muros e as portas de Jerusalém, como restabeleceu o ministério levítico.

Depois de terem se mudado para a cidade, os cidadãos decidiram dedicar esse projeto a Deus. No entanto, encontramos muito mais do que isso. Encontramos pessoas cujos corações estavam realmente felizes. Mesmo cheio de incertezas quanto ao futuro, mesmo que tivessem que pedir ajuda financeira para construir suas casas, eles realmente estavam alegres, porque os seus olhos estavam no Senhor. A celebração foi marcada pela alegria, louvor e cânticos em ações de graças ao Senhor (Ne 12.24,27). Em sua infinita misericórdia, Deus transformou em regozijo o lamento de seu povo. Assim, puderam os sacerdotes reiniciar suas atividades na festa de dedicação dos muros.

I. OS SACERDOTES QUE VIERAM PARA JERUSALÉM COM ZOROBABEL

1. Os que vieram com Zorobabel.Ora, estes são os sacerdotes e os levitas que subiram com Zorobabel, filho de Sealtiel, e com Jesuá: Seraías, Jeremias, Esdras” (Ne 12.1).

No início do capítulo 12 de Neemias tem uma relação dos sacerdotes que vieram a Jerusalém juntamente com Zorobabel. Como se sabe, foi esse abnegado servo de Deus quem liderou o primeiro grupo de exilados judeus que, autorizados por Ciro, o Grande, deixou a Babilônia rumo à Cidade Santa. Zorobabel incentivou a reconstrução do Templo e restabeleceu a adoração a Deus. Sem tais ações, a restauração de Jerusalém seria impossível. Observe: só foram admitidos como ministros do altar os que puderam comprovar a sua ascendência levítica. Isso nos ensina que o ministério cristão deve ser exercido por aqueles que realmente foram chamados por Deus.

2. O ministério sacerdotal.

2.1. Os levitas são os sacerdotes de Israel. Esse papel começou com Aarão e seus quatro filhos, enquanto o povo andava pelo deserto. Em seguida a função sacerdotal, visto que eles eram dessa tribo, passou aos levitas (Nm 3.5-10).

2.2. Sua missão. Os sacerdotes tinham como missão representar o povo diante de Deus. Portanto, deveriam eles, ser santos e irrepreensíveis diante de Deus e dos homens (Lv 21.16-21).

2.3. Todo sacerdote era levita, mas nem todo levita era sacerdote. Várias eram as suas funções: tornar possível a mediação entre o povo e Deus, fazer a expiação pelos pecados da nação, ensinar a Lei de Deus, queimar incenso e cuidar do castiçal e da mesa dos pães da proposição (Lv 10.11; Ez 44.23).

3. O ministério dos levitas.
3.1. O Ministério dos levitas em detalhes encontramos descrito no livro de primeiro Crônicas capítulo 6. (Os cantores, Hemã, Asafe e Etã, e filhos, encarregados por Davi da música do templo (1º Cr 6,16ss).

3.2. Eram os descendentes de Levi os responsáveis pelos cultos de adoração a Deus. Somente os levitas estavam autorizados pelo Senhor a servir no Tabernáculo. Eles tinham como função primordial ensinar a Palavra de Deus e como se deve adorá-lo (Dt 33.10). 3.3. Exímios músicos que eram, eles requeriam que o seu ministério fosse plenamente restaurado, a fim de participarem do culto de dedicação dos muros de Jerusalém. Consciente dessa urgência, Neemias restabeleceu-os de imediato em suas várias funções. Senhor, ajuda-nos a ser mais zelosos para com as coisas que nos confiaste.

II. A DEDICAÇÃO DOS MUROS

1. Uma grande festa espiritual aconteceu na dedicação dos muros de Jerusalém. Aquela inauguração foi celebrada com música, louvores ao Criador.

1.1. A participação dos levitas.
“E, na dedicação dos muros de Jerusalém, buscaram os levitas de todos os seus lugares, para os trazerem, a fim de fazerem a dedicação com alegria, louvores, canto, saltérios, alaúdes e harpas” (Ne 12.27).

1.2. Era imprescindível a presença dos levitas na realização dos sacrifícios e na condução do culto ao Senhor. Afinal, eles eram os responsáveis pela adoração divina. O que aprendemos nesse ponto? Os obreiros têm hoje uma grande responsabilidade diante de Deus: levar o povo a adorá-lo na beleza de sua santidade.

2. A participação dos cantores.
2.1. A dedicação dos muros foi um tempo precioso para louvar a Deus. Neemias organizou dois corais para caminhar em sentidos opostos por cima dos muros até que os dois se encontrassem no templo. “E se ajuntaram os filhos dos cantores, tanto da campina dos arredores de Jerusalém como das aldeias de Netofa, como também da casa de Gilgal e dos campos de Gibeá e Azmavete; porque os cantores tinham edificado para si aldeias nos arredores de Jerusalém” (Ne 12.28-29).

2.2. Na dedicação dos muros de Jerusalém, fazia-se obrigatória a apresentação de cânticos de adoração e louvor a Deus. Por isso, Neemias reuniu os 148 cantores que descendiam de Asafe (Ne 7.44) e mais 245 que procediam de outras famílias levíticas (Ne 7.67), para que bendissessem ao Senhor. Que importância damos à verdadeira música sacra no culto divino? Que as nossas orquestras e corais sejam assíduos na adoração a Deus.

2.3. Devemos celebrar louvores a Deus pelas nossas vitórias. “Louvai ao Senhor! Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento do seu poder! Louvai-o pelos seus atos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua grandeza! Louvai-o ao som de trombeta; louvai-o com saltério e com harpa! Louvai-o com adufe e com danças; louvai-o com instrumentos de cordas e com flauta! Louvai-o com címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes! Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor”! (Sl 150.1-6).

2.4. Devemos celebrar louvores a Deus com união entre os irmãos. “Naquele dia ofereceram grandes sacrifícios, e se alegraram, pois Deus lhes dera motivo de grande alegria; também as mulheres e as crianças se alegraram, de modo que o júbilo de Jerusalém se fez ouvir longe” (12.43).

2.5. Devemos celebrar louvores a Deus com grande alegria. “Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor. Portanto não vos entristeçais, pois a alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.10).
“Louvai a Deus com brados de júbilo, todas as terras. Cantai a glória do seu nome, dai glória em seu louvor” (Sl 66.1-2).

2.6. Devemos celebrar louvores a Deus com vida pura. “E purificaram-se os sacerdotes e os levitas; e logo purificaram o povo, e as portas, e o muro” (12.30).

2.7. Devemos celebrar louvores a Deus com muita ordem e arte (Ne 12.8,9,24,27,36,42).
Os levitas eram encarregados de celebrar. Dentre eles havia os cantores, os músicos, netofatitas (compositores – 12.8) bem como regente.
A palavra netofatita no hebraico, significa gotejante ou destilar como gotas. Isso significa falar por inspiração, ou seja, eles eram poetas e compositores.

2.8. Devemos celebrar louvores a Deus com a fidelidade de nossas ofertas. “No mesmo dia foram nomeados homens sobre as câmaras do tesouro para as ofertas alçadas, as primícias e os dízimos, para nelas recolherem, dos campos, das cidades, os quinhões designados pela lei para os sacerdotes e para os levitas; pois Judá se alegrava por estarem os sacerdotes e os levitas no seu posto, observando os preceitos do seu Deus, e os da purificação, como também o fizeram os cantores e porteiros, conforme a ordem de Davi e de seu filho Salomão. Pois desde a antiguidade, já nos dias de Davi e de Asafe, havia um chefe dos cantores, e havia cânticos de louvor e de ação de graça a Deus. Pelo que todo o Israel, nos dias de Zorobabel e nos dias de Neemias, dava aos cantores e aos porteiros as suas porções destinadas aos levitas, e os levitas separavam as porções destinadas aos filhos de Arão” (12.44-47).

3. A purificação dos sacerdotes e do povo.
3.1. Deus exigiu consagração do povo para entrar na terra prometida. “Disse Josué também ao povo: Santificai-vos, porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós” (Js 3.5).

3.2. Neemias sabia que sem preparação espiritual o Senhor não abençoaria. “E purificaram-se os sacerdotes e os levitas; e logo purificaram o povo, e as portas, e o muro” (Ne 12.30).

3.3. O Senhor exige consagração para Sua obra. “Retirai-vos, retirai-vos, saí daí, não toqueis coisa imunda; saí do meio dela, purificai-vos, os que levais os vasos do Senhor” (Is 52.11).

3.4. A fim de continuar a celebração dos muros, o coração tinha que ser preparado. Da mesma forma, precisamos nos lembrar de que, antes de ministrar aos outros, nossos corações devem estar limpos diante de Deus. Santidade precede felicidade. “Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de CRISTO, e despenseiros dos mistérios de DEUS” (1ª Co 4.1).

3.5. Como os filhos de Levi estavam à frente das solenidades da dedicação dos muros de Jerusalém, requeria-se fossem eles um exemplo de pureza e santidade. Caso contrário, como poderiam eles purificar o povo? Mas, como agiam fielmente, os levitas purificaram os demais judeus para que ninguém ficasse de fora daquela ocasião tão especial (Ne 12.30b).

3.6. Que ninguém se esqueça da ordenação divina. “Fidelíssimos são os teus testemunhos; à tua casa convém a santidade, SENHOR, para todo o sempre” (Sl 93.5).

De que valem as circunstâncias e pompas do culto se os adoradores acham-se distantes de Deus e comprometidos com o mundo? Não agia assim o Israel do Antigo Testamento? Ouçamos o que diz o Senhor por intermédio de Isaías: “Este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu” (Is 29.13).

É urgente, pois, que adoremos a Deus não apenas com os lábios, mas principalmente com o coração. É também chegado o momento de se ensinar aos crentes o valor e a atualidade da doutrina da santificação; sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12.14). É da vontade de Deus, pois, que todos os seus adoradores sejam santos (1ª Ts 4.3).

III. CELEBRANDO A DEUS PELA VITÓRIA

1. A dedicação dos muros de Jerusalém trouxe grande alegria ao povo.

1.1. A festa de dedicação. “Naquele dia ofereceram grandes sacrifícios, e se alegraram, pois Deus lhes dera motivo de grande alegria; também as mulheres e as crianças se alegraram, de modo que o júbilo de Jerusalém se fez ouvir longe” (12.43).

1.2. O povo participou da festa. “A outra companhia dos que davam graças foi para a esquerda, seguindo-os eu com a metade do povo, sobre o muro, passando pela torre dos fornos até a muralha larga” (12.38).
Neemias, então, determinou que fossem organizados dois grandes cortejos, dos quais participariam os levitas, os cantores e os príncipes de Judá (Ne 12.27-43). Um cortejo foi liderado por Esdras; o outro, por Neemias. Os grupos, embora caminhassem em direções opostas, encontrar-se-iam no Santo Templo. Ali, finalmente, foi realizado o grande culto em ação de graças a Deus. Como estamos adorando a Deus? Damos-lhe a devida honra?

2. Uma liturgia santa.
2.1. Neemias teve o cuidado de elaborar uma liturgia ordeira e santa, pois a Palavra de Deus ensina-nos que o culto deve ser conduzido reverentemente. O salmista adverte-nos. “Adorai ao Senhor na beleza da santidade; tremei diante dele todos os moradores da terra” (Sl 96.9).

2.2. Não podemos nos achegar à presença do Senhor de qualquer maneira. Ele é santo e exige santidade do seu povo. Não podemos transformar o culto divino num espetáculo deprimente.

3. Os sacrifícios (v.43).
3.1. O sacrifícios sempre fez parte do ritual de dedicação. “E todos os animais para sacrifício das ofertas pacíficas foram vinte e quatro novilhos, sessenta carneiros, sessenta bodes, e sessenta cordeiros de um ano. Esta foi a oferta dedicatória do altar depois que foi ungido” (Nm 7.88).

3.2. Nos dias de Salomão um grande holocausto se fez ao Senhor. “Então o rei e todo o Israel com ele ofereceram sacrifícios perante o Senhor. 63 Ora, Salomão deu, para o sacrifício pacífico que ofereceu ao Senhor, vinte e dois mil bois e cento e vinte mil ovelhas. Assim o rei e todos os filhos de Israel consagraram a casa do Senhor” (1ª Rs 8.62-63).

3.3. Na consagração do templo foram oferecidos muitos sacrifícios a Deus. “Naquele dia ofereceram grandes sacrifícios, e se alegraram, pois Deus lhes dera motivo de grande alegria; também as mulheres e as crianças se alegraram, de modo que o júbilo de Jerusalém se fez ouvir longe” (Ne 12.43).

3.4. Os judeus reconheceram os benefícios do Senhor e demonstraram o desejo de adorá-lo em santidade e pureza. “Adorai o SENHOR na beleza da sua santidade; tremei diante dele, todas as terras” (Sl 29.2).

3.5. Na Nova Aliança, não precisamos mais oferecer sacrifícios de animais ao Senhor. Todavia, devemos apresentar-nos a Deus como sacrifício vivo, santo e agradável que é o nosso culto racional (Rm 12.1). Dediquemos-lhe, pois, incondicionalmente nossa vida por tudo que Ele é e tem feito por nós.
O povo de Israel adorou e bendisse o nome do Senhor na festa de dedicação dos muros.


CONCLUSÃO. Ensina-nos a vida de Neemias que devemos ser gratos a Deus por todas as bênçãos que d’Ele temos recebido. Assim como fez Neemias, cultuemos ao Senhor reverentemente. O culto e a adoração a Deus não podem ser feitos de qualquer maneira. Que o nosso culto, por conseguinte, seja dirigido com decência e ordem (1ª Co 14.40).

Pr. Elias Ribas

sábado, 26 de agosto de 2017

O EXERCÍCIO MINISTERIAL NA CASA DO SENHOR


Neemias 13.1-8: “Naquele dia, leu-se no livro de Moisés aos ouvidos do povo; e achou-se escrito nele que os amonitas e os moabitas não entrassem jamais na congregação de Deus, 2 porquanto não tinham saído ao encontro dos filhos de Israel com pão e água; antes, assalariaram contra eles a Balaão para os amaldiçoar, ainda que o nosso Deus converteu a maldição em bênção. 3 Sucedeu, pois, que, ouvindo eles esta lei, apartaram de Israel toda mistura. 4 Ora, antes disso, Eliasibe, sacerdote, que presidia sobre a câmara da Casa do nosso Deus, se tinha aparentado com Tobias; 5 e fizera-lhe uma câmara grande, onde dantes se metiam as ofertas de manjares, o incenso, os utensílios e os dízimos do grão, do mosto e do azeite, que se ordenaram para os levitas, e cantores, e porteiros, como também a oferta alçada para os sacerdotes. 6 Mas, durante tudo isso, não estava eu em Jerusalém, porque, no ano trinta e dois de Artaxerxes, rei de Babilônia, vim eu ter com o rei; mas, ao cabo de alguns dias, tornei a alcançar licença do rei. 7 E vim a Jerusalém e compreendi o mal que Eliasibe fizera para beneficiar a Tobias, fazendo-lhe uma câmara nos pátios da Casa de Deus, 8 o que muito me desagradou; de sorte que lancei todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara”.

INTRODUÇÃO. No capítulo 13 de Neemias nos mostra que a vida cristã não termina após uma vitória. Muitos fracassam por imaginar o contrário. Após vencerem uma batalha, concluem que a guerra terminou. O que não deveria acontecer com o povo de Deus, ou seja, a quebra de promessas que haviam sido feitas a Deus, ocorreu.

Neemias descobriu que o fogo da devoção havia se apagado em Jerusalém. Seu primeiro mandato como governador durou onze anos e meio, depois dos quais voltou ao palácio a fim de dar seu relatório ao rei. É provável que tenha permanecido na Babilônia por doze anos. Porém, quando voltou a Jerusalém, descobriu que a situação se deteriorara drasticamente, pois o povo não cumprira os votos que havia feito (Ne 10).

I. A AMEAÇA DO ECUMENISMO

1. Uma mistura proibida por Deus.
“Naquele dia, leu-se no livro de Moisés aos ouvidos do povo; e achou-se escrito nele que os amonitas e os moabitas não entrassem jamais na congregação de Deus, 2 porquanto não tinham saído ao encontro dos filhos de Israel com pão e água; antes, assalariaram contra eles a Balaão para os amaldiçoar, ainda que o nosso Deus converteu a maldição em bênção” (vs. 1-2).

1.1. A proibição de Deus não é racial, mas religiosa. Os amonitas e moabitas adoravam outros deuses. Eles não só foram hostis ao povo de Deus, mas contrataram um profeta amante do dinheiro para amaldiçoar o povo de Deus (v. 1).

1.2. A tolerância com o mal foi a causa da quebra da aliança firmada. O sacerdote Eliasibe que sempre fora um opositor velado, com a ausência de Neemias por 12 anos, abusivamente usa seu posto para desviar o povo de Deus. “4 Ora, antes disso, Eliasibe, sacerdote, que presidia sobre a câmara da Casa do nosso Deus, se tinha aparentado com Tobias” (v. 4).

1.3. Rute era moabita, mas ao converter-se foi aceita no meio do povo e tornou-se da linhagem do Messias. Mas aqui, o caso é diferente. A mistura com aqueles que adoram outros deuses corrompe a teologia, o culto e a moral.

2. Um afastamento necessário.
Sucedeu, pois, que, ouvindo eles esta lei, apartaram de Israel toda mistura” (v. 3).

2.1. Deus nunca ordenou o seu povo a se unir com os pagãos com o fim de ganhá-los. A ordem de Deus é sempre: Retirai-vos do meio deles…” (2º Co 6.17); 2) “Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices de seus pecados e para não participardes de seus flagelos” (Ap 18.4).

2.2. A Palavra traz santificação. O v. 3 diz que o povo ao ouvir a Palavra de Deus apartou de Israel todo elemento misto.

2.3. Foi a leitura pública das Escrituras que tornou Israel consciente das suas obrigações diante de Deus como seu povo.

2.4. Há muita coisa do mundo entrando na igreja que precisa ser tirado. “Procurei a igreja e a encontrei no mundo; procurei o mundo e o achei na igreja”.

2.5. Existem doutrinas falsas entrando nos seminários, nos púlpitos, nas igrejas.

II. A PROFANAÇÃO DA CASA DE DEUS

1. A família sacerdotal se une aos inimigos de Deus.

1.1. Eliasibe, o sacerdote se aparenta com Tobias, o amonita. Ele se torna aliado do inimigo. Ele faz aliança com o próprio adversário. Ele corrompe o sacerdócio. “Ora, antes disso, Eliasibe, sacerdote, que presidia sobre a câmara da Casa do nosso Deus, se tinha aparentado com Tobias” (v. 4).

1.2. O neto do sacerdote tornou-se genro de Sambalá, o arqui-inimigo de Israel. “Também um dos filhos de Joiada, filho do sumo sacerdote Eliasibe, era genro de Sambalate, o horonita, pelo que o afugentei de mim” (v. 28).

1.3. Formaram uma aliança espúria, perigosa. Quando Neemias expulsou esse sacerdote, diz Flávio Josefo que, Sambalá construiu para ele um templo em Gerisim, e aí começou o culto pagão dos Samaritanos.

2. A família sacerdotal leva o inimigo para dentro da Casa de Deus.
E fizera-lhe uma câmara grande, onde dantes se metiam as ofertas de manjares, o incenso, os utensílios e os dízimos do grão, do mosto e do azeite, que se ordenaram para os levitas, e cantores, e porteiros, como também a oferta alçada para os sacerdotes” (v. 5).

2.1. Se não bastasse o parentesco com o inimigo, agora, Eliasibe leva Tobias para dentro do templo. Ele põe o inimigo dentro da Casa de Deus. Certamente ele substitui os sacerdotes e levitas que cuidavam da Casa de Deus, por um homem vil, que perseguira tão tenazmente o povo de Deus.

2.2. Não há maior corrupção do que essa de tirar da Casa de Deus os obreiros fiéis e colocar no lugar, o próprio inimigo.

2.3. Eliasibe, um líder que aproveita a ausência de Neemias para destruir a obra de Deus. Mas, durante tudo isso, não estava eu em Jerusalém, porque, no ano trinta e dois de Artaxerxes, rei de Babilônia, vim eu ter com o rei; mas, ao cabo de alguns dias, tornei a alcançar licença do rei” (v. 6).
Eliasibe era o grande líder religioso, mas em vez de usar sua influência para abençoar o povo, usou-a para minar a sua fé.

3. A família sacerdotal beneficia o próprio inimigo, e contamina a Casa de Deus.
3.1. Eliasibe fez uma câmara grande para Tobias exatamente no lugar onde eram depositados os dízimos e ofertas para os sacerdotes, levitas e cantores. “E lhe fizera uma câmara grande, onde dantes se recolhiam as ofertas de cereais, o incenso, os utensílios, os dízimos dos cereais, do mosto e do azeite, que eram dados por ordenança aos levitas, aos cantores e aos porteiros, como também as ofertas alçadas para os sacerdotes (v. 5).

3.2. Neemias diz que ele fizera isso para beneficiar Tobias. “E vim a Jerusalém; e soube do mal que Eliasibe fizera em servir a Tobias, preparando-lhe uma câmara nos átrios da casa de Deus” (v.7).

3.3. Os dízimos e as ofertas para o sacerdócio tiveram outro destino. “Também soube que os quinhões dos levitas não se lhes davam, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam o serviço, tinham fugido cada um para o seu campo” (v. 10).
O v. 10 nos informa que os obreiros da Casa de Deus, por falta de sustento, precisaram fugir para os campos e o inimigo instalou-se dentro da Casa de Deus e a profanou. O verbo fugir indica fugir por perseguição. Quantos obreiro hoje, tem fugido para os campos por cauda da perseguição!

3.4. A corrupção religiosa é mais ignominiosa. A parcialidade já é um grave pecado, mas o favorecimento daqueles que são inimigos do povo de Deus é uma declarada apostasia.

4. Atitudes de Neemias para corrigir essa profanação da Casa de Deus.
Isso muito me desagradou; pelo que lancei todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara. Então, por minha ordem purificaram as câmaras; e tornei a trazer para ali os utensílios da casa de Deus, juntamente com as ofertas de cereais e o incenso” (vs. 8-9).

4.1. Sentiu grande indignação. “Isso muito me desagradou... (v. 8a). Neemias era um homem capaz de chorar e também de sentir grande indignação. Ele não era condescendente com o pecado. Ele irou-se contra aquele terrível mal.

4.2. Lançou fora todos os móveis de Tobias. Há coisas que são impróprias dentro da Casa de Deus. Neemias fez uma faxina na Casa de Deus. O inimigo deve sair e também tudo aquilo que lhe pertence.

4.3. Purificou as câmaras da Casa de Deus. A Casa de Deus precisa ser um lugar consagrado, exclusivo para o serviço de Deus.

4.4. Mandou trazer de volta os utensílios e as ofertas. Os objetos sagrados precisam estar na Casa de Deus. As ofertas retidas precisam ser novamente trazidas.

III. A DISPERSÃO DOS OBREIROS DE DEUS

1. Quando a igreja deixa de cumprir o seu papel, as contribuições são retidas.
Também soube que os quinhões dos levitas não se lhes davam, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam o serviço, tinham fugido cada um para o seu campo” (v. 10).

1.1. O sacerdócio estava corrompido. As contribuições estavam sustentando Tobias e não os obreiros de Deus. Então, os sacerdotes, levitas e cantores deixaram o seu posto e o povo reteu os dízimos e as ofertas

1.2. Esse tempo vivido por Neemias em sua segunda visita a Jerusalém é praticamente o mesmo do tempo do profeta Malaquias. O povo antes do cativeiro trazia o dízimo para subornar a Deus; agora, ostensivamente, eles o retém para roubar a Deus.

1.3. A retenção do dízimo é desamparar a Casa de Deus (Ne 10.39).
Malaquias alertou os sacerdotes para esse problema nesse tempo: reter o dízimo e administrar o dízimo.

2. Quando a igreja retém as contribuições e as ofertas, os obreiros se ocupam com outras atividades.
“....de maneira que os levitas e os cantores, que faziam o serviço, tinham fugido cada um para o seu campo” (v. 10b).

2.1. O projeto de Deus é que os sacerdotes e levitas trabalhassem integralmente na sua obra. Eles deviam cuidar exclusivamente das coisas de Deus. Mas, com a retenção do sustento, eles foram para os campos e a Casa de Deus foi desamparada.

2.2. Com a falta de ensino da Palavra o povo entregou-se a uma vida espiritual frágil e a um grande declínio moral.

3. Quando os obreiros de Deus voltam a abraçar a vocação divina, o povo responde com fidelidade em suas contribuições financeiras.
“Então contendi com os magistrados e disse: Por que se abandonou a casa de Deus? Eu, pois, ajuntei os levitas e os cantores e os restaurei no seu posto. Então todo o Judá trouxe para os celeiros os dízimos dos cereais, do mosto e do azeite” (vs.11-12).

Neemias contendeu com os magistrados. Eles deixaram de agir, eles foram frouxos na liderança, permitindo a corrupção do sacerdócio e a dispersão dos obreiros.

4. A administração financeira na igreja precisa ser feita com integridade e transparência.
“E por tesoureiros pus sobre os celeiros Selemias, o sacerdote, e Zadoque, o escrivão, e Pedaías, dentre os levitas, e como ajudante deles Hanã, filho de Zacur, filho de Matanias, porque foram achados fiéis; e se lhes encarregou de fazerem a distribuição entre seus irmãos” (v. 13).

4.1. Neemias é um homem íntegro. E ele entende que as coisas de Deus precisam ser tratadas com seriedade, integridade e transparência. Ele nomeia pessoas fiéis para cuidar dos dízimos e ofertas na Casa de Deus.

4.2. Hoje, muitas igreja lidam com dinheiro de forma suspeita. “Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós. Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas. Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fl 3.17.20).

[...] Há igrejas que se tronaram empresas comerciais. Estão mercadejado a Palavra de Deus e transformam o Evangelho de Jesus em objeto de liquidação. Vende às pessoas um lugar no céu; não tem nenhum escrúpulo de cobrar quantias vultosas por uma oração de libertação e cura. Negociam com os carismas de Deus, dizendo estarem incentivando a fé. De acordo com o apóstolo Paulo, os que agem assim se tornam inimigos da cruz de Cristo, porquanto o seu Deus é o ventre e a sua glória é a vergonha (Fp 3.18-19). [PAULO CÉZAR LIMA. Separando o Verdadeiro do Falso, Obreiro, ano 22, nº 11, Pg. 90. Editora, CPAD, Rio de Janeiro – RJ.

4.3. Zelo pelos recursos da igreja. As finanças da igreja local devem ser empregadas com fidelidade, sabedoria e transparência na expansão do Reino de Deus e no socorro aos mais necessitados. Tomando o exemplo de Neemias, administremos os bens que os santos consagram a Deus com lisura e temor (Pv 1.7). Menos do que isso, repito, é inaceitável.

IV. A PROFANAÇÃO DO DIA DO SENHOR

1. O líder deve estar atento ao povo.Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; cuida bem dos teus rebanhos” (Pv 27.23).

1.1. Procurando ver como procedem. “Naqueles dias vi em Judá homens que pisavam lugares no sábado, e traziam molhos, que carregavam sobre jumentos; vi também vinho, uvas e figos, e toda sorte de cargas, que eles traziam a Jerusalém no dia de sábado; e protestei contra eles quanto ao dia em que estavam vendendo mantimentos” (Ne 13.15).

1.2. Neemias viu o erro do povo, pois estavam desviando do mandamento da Lei. “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar (Êx 20.8).

1.3. O líder é o responsável peal ordem na casa de Deus. “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem o que ainda não o está, e que em cada cidade estabelecesses anciãos, como já te mandei” (Tt 1.5).

2. Neemias viu que o povo havia quebrado aliança do dia do Senhor e a consequente profanação do culto foi uma das fortes causas da queda de Judá.

2.1. O sábado foi dado como descanso. “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho; mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas” (Êx 20-8-10).

2.2. Era expressamente proibido trabalhar no sábado (Êx 35.3; Nm 15.32).

2.3. O sábado foi separado como santo (Êx 16.23-29; 20.10-11; 31.17).

2.4. A guarda do sábado era um sinal entre o Deus que guarda a aliança e o seu povo (Ez 20.12,20).

3. O sábado estava sendo profanado.

3.1. O trabalho e o comércio no dia do Senhor é visto como um mal. “Naqueles dias vi em Judá homens que pisavam lugares no sábado, e traziam molhos, que carregavam sobre jumentos; vi também vinho, uvas e figos, e toda sorte de cargas, que eles traziam a Jerusalém no dia de sábado; e protestei contra eles quanto ao dia em que estavam vendendo mantimentos. 16 E em Jerusalém habitavam homens de Tiro, os quais traziam peixes e toda sorte de mercadorias, que vendiam no sábado aos filhos de Judá, e em Jerusalém” (vs. 15-17).

3.2. Neemias mais uma vez se levanta para defender a Lei do Senhor.
“Então contendi com os nobres de Judá, e lhes disse: Que mal é este que fazeis, profanando o dia de sábado”? (vs. 17).

3.3. Neemias, preocupado com o descanso do povo, falou acerca do juízo divino aos desobedientes. “Porventura não fizeram vossos pais assim, e não trouxe nosso Deus todo este mal sobre nós e sobre esta cidade? Contudo vós ainda aumentais a ira sobre Israel, profanando o sábado” (Ne 13.18).

3.4. A maior fraqueza do povo é o pecado. Judá não foi derrotado apenas pelo inimigo. Foi Deus quem trouxe todo o mal contra o seu povo para discipliná-lo por causa da sua desobediência.

3.5. O comércio no dia do Senhor corrompia completamente o propósito do descanso e da adoração nesse dia.

3.6. A quebra do dia do Senhor e a consequente profanação do culto foi uma das fortes causas da queda de Judá. “Porventura não fizeram vossos pais assim, e não trouxe nosso Deus todo este mal sobre nós e sobre esta cidade? Contudo vós ainda aumentais a ira sobre Israel, profanando o sábado” (Ne 13.18).

4. Medidas práticas devem ser tomadas para que o dia do Senhor seja observado.
Neemias

E sucedeu que, ao começar a fazer-se escuro nas portas de Jerusalém, antes do sábado, eu ordenei que elas fossem fechadas, e mandei que não as abrissem até passar o sábado e pus às portas alguns de meus moços, para que nenhuma carga entrasse no dia de sábado. Então os negociantes e os vendedores de toda sorte de mercadorias passaram a noite fora de Jerusalém, uma ou duas vezes. Protestei, pois, contra eles, dizendo-lhes: Por que passais a noite defronte do muro? Se outra vez o fizerdes, hei de lançar mão em vós. Daquele tempo em diante não vieram no sábado. Também ordenei aos levitas que se purificassem, e viessem guardar as portas, para santificar o sábado. Nisso também, Deus meu, lembra-te de mim, e perdoa-me segundo a abundância da tua misericórdia” (Ne 13.19-22).

4.1. Hoje, uma das maiores causas do secularismo galopante é a quebra da observância do dia do Senhor. Não nos preparamos para o dia do Senhor. Não nos deleitamos nesse dia. Muitos se entregam a um lazer profano. Outros entregam-se ao trabalho e ao desejo do lucro. Outros esquecem-se de Deus.

4.2. A inobservância do dia do Senhor é um forte sinal da decadência espiritual da igreja. Na Europa e na América muitas igrejas estão vazias. Hoje, muitos crentes deixaram de se congregar.

4.3. Neemias ordena, determina, controla, vigia, fiscaliza, protesta, ameaça, põe guardas. Ele não apenas fala, ele age. Ele não apenas ensina, ele toma medidas práticas para eliminação do mal. “E sucedeu que, ao começar a fazer-se escuro nas portas de Jerusalém, antes do sábado, eu ordenei que elas fossem fechadas, e mandei que não as abrissem até passar o sábado e pus às portas alguns de meus moços, para que nenhuma carga entrasse no dia de sábado” (v. 19).

4.4. Quando o lucro toma o culto do culto, então, estamos em grande perigo. Quando se passa a confiar na provisão mais do que no provedor.

4.5. O domingo é o dia do Senhor. Nesse dia devemos descansar de nossas atividades: trabalho e estudo e reservarmos esse dia para o descanso e para o culto. Nesse dia deve-se cessar todo o trabalho nos lembrarmos de Deus. A profanação do dia do Senhor é um sinal do secularismo.

CONCLUSÃO. A restauração da cidade de Jerusalém tem muito a ver com a forte liderança espiritual de Neemias: Homem sensível, íntegro, leal a Deus, ao rei e ao povo; estável emocionalmente, tinha grande discernimento espiritual, profunda coragem e era comprometida com a Palavra e com a oração.

A Palavra foi lida e Neemias está orando. O grande líder Neemias começa o livro orando e termina o livro orando. Sem a Palavra de Deus e sem dependência de Deus não há restauração do povo de Deus.


Se não estivermos comprometidos com a Palavra de Deus, nossa administração será reprovada por Deus e pelos homens. Entre as coisas que mais contribuem para a queda do obreiro (além daí sensualidade, da soberba e do poder) está o amor ao dinheiro! (1ª Tm 6.10). Tomemos, pois, o exemplo de Neemias. Ajamos com fidelidade e sabedoria em todas as coisas. E o nome de Cristo será exaltado em nossa vida.

Pr. Elias Ribas
Assembléia de Deus
Blumenau -SC.

domingo, 20 de agosto de 2017

A RESTAURAÇÃO DA ALIANÇA QUEBRADA


Neemias 13.22-26: “Também ordenei aos levitas que se purificassem, e viessem guardar as portas, para santificar o sábado. Nisso também, Deus meu, lembra-te de mim, e perdoa-me segundo a abundância da tua misericórdia. 23 Vi também naqueles dias judeus que tinham casado com mulheres asdoditas, amonitas, e moabitas; 24 e seus filhos falavam no meio asdodita, e não podiam falar judaico, senão segundo a língua de seu povo. 25 Contendi com eles, e os amaldiçoei; espanquei alguns deles e, arrancando-lhes os cabelos, os fiz jurar por Deus, e lhes disse: Não darei vossas filhas a seus filhos, e não tomareis suas filhas para vossos filhos, nem para vós mesmos. 26 Não pecou nisso Salomão, rei de Israel? Entre muitas nações não havia rei semelhante a ele, e ele era amado de seu Deus, e Deus o constituiu rei sobre todo o Israel. Contudo mesmo a ele as mulheres estrangeiras o fizeram pecar. 27 E dar-vos-íamos nós ouvidos, para fazermos todo este grande mal, esta infidelidade contra o nosso Deus, casando com mulheres estrangeiras”?

INTRODUÇÃO. O povo de Deus sempre foi, é, e será separado do mundo. É mandamento de Deus para que haja diferença entre o que serve a Deus e o que não serve. Nos dias de Neemias foi necessário uma tomada de posição em face do desprezo que havia pelos mandamentos do Senhor, com respeito a separação dos povos e a observância dos preceitos divinos. A luta de Neemias pela santidade de Judá nos ensina que devemos também lutar, até que consigamos levar o povo s uma entrega total ao Senhor.

I. ISRAEL, ESCOLHIDO PARA SER SANTO

1. Deus exigiu separação do Seu povo.Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei” (Gn 12.1).
1.1. Deus nunca ordenou o seu povo a se unir com os pagãos com o fim de ganhá-los. A ordem de Deus é sempre: 1) Retirai-vos do meio deles…” (2ª Co 6.17); 2) “Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices de seus pecados e para não participardes de seus flagelos” (Ap 18.4).
1.2. Deus fez questão de mostrar que Seu povo era diferente. “Mas contra os filhos de Israel nem mesmo um cão moverá a sua língua, nem contra homem nem contra animal; para que saibais que o Senhor faz distinção entre os egípcios e os filhos de Israel” (Êx 11.7).
“Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que o não serve” (Ml 3.18).

2. O Senhor elegeu o Seu povo em santidade.
2.1. Deus escolheu aquele povo para ser exemplo no meio duma geração incrédula e pecadora. Em tudo deveriam ser santos. Em sua maneira de alimentar, de se comportar e de adorarem a DEUS.
2.2. No monte Sinai, Moisés recebeu do Senhor as primeiras instruções acerca da santidade. “E vós sereis para mim reino sacerdotal e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel” (Êx 19.6).
2.3. Deus exigiu santidade de Seu povo. “Então falou o Senhor a Moisés, dizendo: 2 Santifica-me todo primogênito, todo o que abrir a madre de sua mãe entre os filhos de Israel, assim de homens como de animais; porque meu é” (Êx 13.2).
E sereis para mim santos; porque eu, o Senhor, sou santo, e vos separei dos povos, para serdes meus” (Lv 20.26).

3. O Senhor exige separação do Seu povo.
3.1. Nos dias de Neemias o povo havia se corrompido. “Então Seeanias, filho de Jeiel, um dos filhos de Elão, dirigiu-se a Esdras, dizendo: Nós temos sido infiéis para com o nosso Deus, e casamos com mulheres estrangeiras dentre os povos da terra; contudo, no tocante a isto, ainda há esperança para Israel” (Ed 10.2).
3.2. Após a leitura da Lei, Israel descobriu que o Senhor exigia sua separação dos povos. “Naquele dia leu-se o livro de Moisés, na presença do povo, e achou-se escrito nele que os amonitas e os moabitas não entrassem jamais na assembleias de Deus” (Ne 13.1.).
3.3. Deus é exigente quanto à nossa espiritualidade. “Que harmonia há entre Cristo e Belial? ou que parte tem o crente com o incrédulo”? (2ª Co 6.15).
3.4. A mistura sempre foi um perigo na vida de Israel. “Também subiu com eles uma grande mistura de gente; e, em rebanhos e manadas, uma grande quantidade de gado” (Êx 12.38).
3.5. Sede santos porque Eu, o Senhor, sou santo. “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso procedimento; porquanto está escrito: Sereis santos, porque eu sou santo” (1ª Pe 1.15-16).
3.4. Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá ao Senhor. “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).

II O PERIGO DO JUGO DESIGUAL

1. O povo tomou uma decisão.
1.1. A decisão foi imediata ante ao mandamento do Senhor. “Ouvindo eles esta lei, apartaram de Israel toda a multidão mista” (Ne 13.3.).
1.2. Neemias tomou uma posição firme com o povo. “E seus filhos falavam no meio asdodita, e não podiam falar judaico, senão segundo a língua de seu povo. Contendi com eles, e os amaldiçoei; espanquei alguns deles e, arrancando-lhes os cabelos, os fiz jurar por Deus, e lhes disse: Não darei vossas filhas a seus filhos, e não tomareis suas filhas para vossos filhos, nem para vós mesmos” (Ne 13.24-25).

2. A união reprovada por Deus.
2.1. Ao tirar Israel do Egito, ordenou-lhe Deus, de modo claro e veemente, que não se misturasse com outros povos.
“Guarda-te que não faças concerto com os moradores da terra aonde hás de entrar; para que não seja por laço no meio de ti e tomes mulheres das suas filhas para os teus filhos, e suas filhas, prostituindo-se após os seus deuses, façam que também teus filhos se prostituam após os seus deuses” (Êx 34.12,16).
2.2. Esse preceito é repetido em outros textos sagrados. “Não contrairás com elas matrimônios; não darás tuas filhas a seus filhos, e não tomarás suas filhas para teus filhos” (Dt 7.3).
2.3. Os israelitas, porém, distanciando-se de Deus, fizeram justamente o contrário: uniram-se às mulheres pagãs. E o resultado não poderia ser mais desastroso. Mas agora, avivados pela Palavra de Deus, comprometeram-se a não mais se misturar com os idólatras através do casamento. “E que não daríamos as nossas filhas aos povos da terra, nem tomaríamos as filhas deles para os nossos filhos” (Ne 10.30).

3. A dolorosa separação.
3.1. Antes de Neemias, Esdras já havia conclamado o povo a não se misturar com os gentios: “Por isso não deis vossas filhas a seus filhos, e não tomeis suas filhas para vossos filhos, nem procureis jamais a sua paz ou a sua prosperidade; para que sejais fortes e comais o bem da terra, e a deixeis por herança a vossos filhos para sempre. E depois de tudo o que nos tem sucedido por causa das nossas más obras, e da nossa grande culpa, ainda assim tu, ó nosso Deus, nos tens castigado menos do que merecem as nossas iniquidades, e ainda nos deixaste este remanescente; tornaremos, pois, agora a violar os teus mandamentos, e a aparentar-nos com os povos que cometem estas abominações? Não estarias tu indignado contra nós até de todo nos consumires, de modo que não ficasse restante, nem quem escapasse”? (Ed 9.12-14).
3.2. Apesar desta ordenação, os judeus mesclaram-se com os pagãos através de casamentos ilícitos. Tais uniões tiveram de ser desfeitas. Foi uma medida traumática, mas necessária. “E o resto do povo, os sacerdotes, os levitas, os porteiros, os cantores, os netineus e todos os que se tinham separado dos povos das terras para a Lei de Deus, suas mulheres, seus filhos e suas filhas, todos os sábios e os que tinham capacidade para entender” (10.28).
O povo é conclamado a desfazer as uniões com os pagãos, pois Deus não aprova casamentos entre crentes e descrentes.

4. O jugo desigual.
4.1. Deus não aceita seu povo comungar com pecadores.
4.2. Somos templo do ESPÍRITO SANTO e não podemos participar dos pecados alheios. “Ou não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, o qual possuís da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos”? (1ª Co 6.19).
4.3. Não são poucos os que, atualmente, namoram e até se casam com pessoas alheias à verdadeira fé cristã, contrariando, assim, a admoestação bíblica. “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas” (2ª Co 6.14).
Jovem, cuidado. É melhor obedecer agora do que sofrer mais tarde. Espere no Senhor. Obedeça aos seus pais. Consulte o seu pastor.

III. O ESFRIAMENTO TRAZ DESPREZO PELO SAGRADO

1. Neemias luta pela obra de Deus.
1.1. Diante da triste situação, Neemias contende com os levitas. “Então contendi com os magistrados e disse: Por que se abandonou a casa de Deus? Eu, pois, ajuntei os levitas e os cantores e os restaurei no seu posto” (Ne 13.11).
1.2. Os levitas desprezam o sagrado. “Também soube que os quinhões dos levitas não se lhes davam, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam o serviço, tinham fugido cada um para o seu campo” (Ne 13.10).
Quando o povo esfria, a obra de Deus sofre.
1.3. O apóstolo Paulo sentiu o desprezo dos amigos. “Na minha primeira defesa ninguém me assistiu, antes todos me desampararam. Que isto não lhes seja imputado” (2ª Tm 4.16).
1.4. Jesus foi desprezado pelos discípulos. “Nisto, todos o deixaram e fugiram” (Mc 14.50).
1.5. Devemos honrar os que presidem. “Ora, rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós, presidem sobre vós no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obras. Tende paz entre vós” (1ª Ts 5.12-13).

2. O povo desprezou o mandamento.
2.1. Deus havia determinado uma benção para o servos, levitas e sacerdotes. “Tudo o que do azeite há de melhor, e tudo o que do mosto e do grão há de melhor, as primícias destes que eles derem ao Senhor, a ti as tenho dado. Os primeiros frutos de tudo o que houver na sua terra, que trouxerem ao Senhor, serão teus. Todo o que na tua casa estiver limpo comerá deles” (Nm 18.12-14).
2.2. Desta maneira o povo os sustentava e eles exerciam seu ministério. “Todas as ofertas alçadas das coisas sagradas, que os filhos de Israel oferecerem ao Senhor, eu as tenho dado a ti, a teus filhos e a tuas filhas contigo, como porção, para sempre; é um pacto perpétuo de sal perante o Senhor, para ti e para a tua descendência contigo” (Nm 18.19).
2.3. Nos dias de Neemias o povo desprezou este mandamento. “Então contendi com os magistrados e disse: Por que se abandonou a casa de Deus? Eu, pois, ajuntei os levitas e os cantores e os restaurei no seu posto” (Ne 13.11).
2.4. A Bíblia ensina que, aqueles que anunciam o evangelho vivam do evangelho. “Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho” (1ª 9.14).
2.5. Desamparamos a casa de Deus quando deixamos de contribuir. “Assim fala o Senhor dos exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo de se edificar a casa do Senhor” (Ag 1.2); “Esperastes o muito, mas eis que veio a ser pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu o dissipei com um assopro. Por que causa? diz o Senhor dos exércitos. Por causa da minha casa, que está em ruínas, enquanto correis, cada um de vós, à sua própria casa (Ag 1.9).
2.6. Quando semeamos no reino de Deus somos ricamente abençoados. “Mas digo isto: Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e aquele que semeia em abundância, em abundância também ceifará, Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda boa obra; conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre. Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, e pão para comer, também dará e multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da vossa justiça” (2ª Co 9.6-10).

4. O conversão de Judá.
4.1. Muitas vezes o líder precisa falar com maior autoridade. “Ó coríntios, a nossa boca está aberta para vós, o nosso coração está dilatado”! (2ª Co 6.11).
4.2. Para que o povo entenda melhor o propósito de Deus. “Então todo o Judá trouxe para os celeiros os dízimos dos cereais, do mosto e do azeite” (Ne 13.12).
4.3. Um dos sinais da conversão ´´e o coração aberto para obra do Senhor. “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2ª Co 9.7).

IV. NEEMIAS CONDUZ ISRAEL A NOVOS PROPÓSITOS

1. O líder deve estar atento ao povo.Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; cuida bem dos teus rebanhos” (Pv 27.23).
1.1. Procurando ver como procedem. “Naqueles dias vi em Judá homens que pisavam lugares no sábado, e traziam molhos, que carregavam sobre jumentos; vi também vinho, uvas e figos, e toda sorte de cargas, que eles traziam a Jerusalém no dia de sábado; e protestei contra eles quanto ao dia em que estavam vendendo mantimentos” (Ne 13.15).
1.2. Neemias viu o erro do povo, pois estavam desviando do mandamento da Lei. “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar (Êx 20.8).
1.3. O líder é o responsável peal ordem na casa de Deus. “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem o que ainda não o está, e que em cada cidade estabelecesses anciãos, como já te mandei” (Tt 1.5).


CONCLUSÃO. Assim que Neemias chegou em Jerusalém empreendeu uma luta contra tudo e contra todos, a fim de buscar o bem daquele lugar. Louvado por uns e odiado por outros, Neemias impôs seu estilo de trabalho e conseguiu o seu objetivo: reconstruir os muros e levar o povo a uma vida de comunhão com o Senhor. A lição de Neemias sempre estará em nossas mentes e corações, pois jamais podemos esquecer a luta de um líder pela causa do Senhor.

Pr. Elias Ribas

sábado, 12 de agosto de 2017

A INTEGRIDADE DE UM LÍDER


Neemias 1.5-11: E disse: Ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e terrível, que guardas o concerto e a benignidade para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos! 6 Estejam, pois, atentos os teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, de dia e de noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que pecamos contra ti; também eu e a casa de meu pai pecamos. 7 De todo nos corrompemos contra ti e não guardamos os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos que ordenaste a Moisés, teu servo. 8 Lembra-te, pois, da palavra que ordenaste a Moisés, teu servo, dizendo: Vós transgredireis, e eu vos espalharei entre os povos.9 E vós vos convertereis a mim, e guardareis os meus mandamentos, e os fareis; então, ainda que os vossos rejeitados estejam no cabo do céu, de lá os ajuntarei e os trarei ao lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome. 10 Estes ainda são teus servos e o teu povo que resgataste com a tua grande força e com a tua forte mão. 11 Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos à oração do teu servo e à oração dos teus servos que desejam temer o teu nome; e faze prosperar hoje o teu servo e dá-lhe graça perante este homem. Então, era eu copeiro do rei.

INTRODUÇÃO. Nessa lição, destacaremos as características de Neemias como líder e servo de Deus. Com certeza você pode extrair importantes lições para o seu ministério e vida pessoal, estudando o livro e a vida de Neemias. Aprendemos a respeito de um homem íntegro que dependia inteiramente do Senhor e da sua Palavra. Como líder de sua classe siga o exemplo de Neemias e prossiga vitorioso em sua tarefa de ensinar e aperfeiçoar os santos (Ef 4.11-16).

I. DEUS ESCOLHE E PREPARA LÍDERES PARA SUA OBRA
1. Um copeiro a serviço do Reino. Neemias era copeiro do rei Artaxerxes quando Deus o chamou a liderar o seu povo num momento de profunda crise moral, espiritual e econômica. Ele tinha como função proteger a vida do rei, provando-lhe o vinho, a fim de que o monarca não fosse envenenado. Somente alguém especialmente qualificado poderia exercer semelhante cargo. Segundo alguns historiadores, os copeiros também aconselhavam o soberano em assuntos de estado. Não obstante, Neemias abriu mão de todas essas vantagens, para ajudar seus compatriotas a superar aquele momento tão difícil. Atualmente, não são poucos os homens e mulheres que tudo renunciam para se dedicarem integralmente ao Reino de Deus.

2. Uma rainha a serviço do Reino. Certa vez, o rei Assuero, já tomado pelo vinho, resolveu exibir a beleza da esposa aos seus convidados. Como a rainha Vasti se recusasse a comparecer perante ele, o monarca destronou-a. E para ocupar o seu lugar, o rei determinou que se convocassem as mais belas moças do reino, a fim de que, dentre estas, fosse escolhida a substituta de Vasti. E a escolha recaiu sobre Ester, que foi usada por Deus para operar um grande livramento. Ester destacou-se por uma coragem singular; ela não temeu perder a própria vida. Somente os grandes líderes agem assim.

3. Um pastor de ovelhas a serviço do Reino. Tendo já rejeitado a Saul, o Senhor determinou ao profeta Samuel que fosse a Belém ungir, dentre os filhos de Jessé, um rei segundo o seu coração (1ª Sm 16.1). A escolha divina recaiu sobre o caçula da família que, naquele momento, cuidava das ovelhas do pai (1ª Sm 16.13). E grandes foram as obras realizadas por Davi. Deus não olha para a aparência do ser humano, mas para o coração. O que agrada ao Senhor é um caráter reto e íntegro. Essa é uma das principais características de um verdadeiro líder.

II. AS CARACTERÍSTICAS DE UM LÍDER DE DEUS

1. Integridade espiritual. Neemias não compactuava com os pecados do povo. Homem íntegro e temente a Deus, não se limitou a reconstruir os muros e as portas de Jerusalém, mas conduziu a nação a uma profunda reforma moral e espiritual. Ele restaurou o ministério levítico, combateu o casamento misto (Ne 13.25) e restabeleceu a guarda do sábado. O líder espiritual conduz o povo à santidade e a um viver íntegro.

2. Integridade moral. Neemias administrou os recursos financeiros e patrimoniais da nação com honestidade, transparência e sabedoria. Ele não utilizou indevidamente os recursos financeiros do povo de Deus, mas agiu com muita correção e cuidado (Ne 5.9-12). Há um ditado popular que diz: “Quer saber quem é realmente uma pessoa? Dê-lhe poder”. Há certos homens e mulheres que, ao assumirem um cargo de liderança, mudam completamente. Agem com arrogância e desonestidade. O poder, entretanto, não corrompeu a Neemias. Ele soube como manter a sua integridade.

3. Um testemunho irrepreensível. Neemias viveu de forma correta e integra. Não podemos nos esquecer que liderança é exemplo. O discurso do líder tem de ser coerente com a sua prática.

III. A VIDA DEVOCIONAL DO LÍDER DE DEUS

1. A oração. Na Palavra de Deus, há vários exemplos de líderes que foram bem-sucedidos graças à oração. Davi e Daniel oravam três vezes ao dia (Sl 55.17; Dn 6.10). Paulo orava em todo o tempo (Ef 6.18). E Jesus orava diariamente (Mt 26.44). A oração preparou Neemias para enfrentar impiedosos ataques. Se ele não tivesse o hábito de orar, certamente teria sucumbido diante das dificuldades. A oração fortalece a alma e as mãos do homem de Deus.

2. O estudo da Palavra de Deus. Neemias reuniu o povo na praça principal da cidade para ouvir a Palavra de Deus (Ne 8.1-3). Todo crente necessita ler e estudar a Bíblia diariamente, para crescer no conhecimento do Senhor (2ª Pe 3.18). Infelizmente, há obreiros que, por não estudarem a Bíblia, acham-se espiritualmente fracos. Um líder nessas condições porta-se como menino espiritual. Precisamos ter a Palavra de Deus no coração para não pecarmos contra o Senhor (Sl 119.11).

3. Adoração ao Senhor. Adorar é uma forma de agradecer a Deus, reconhecendo-O como o Senhor de nossas vidas, pois tudo o que somos e temos vêm d’Ele. Observe o que diz o salmista: “Eu te louvarei, Senhor, de todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas. Em ti me alegrarei e saltarei de prazer; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo” (Sl 9.1,2).
Neemias adorou a Deus: “Ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e terrível, que guardas o concerto e a benignidade para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos!” (Ne 1.5). Na dedicação dos muros e portas de Jerusalém, preparou um culto especial de adoração e louvores a Deus (Ne 12.27) e ordenou que dois corais fossem à frente dos cortejos durante a celebração (Ne 12.38). O verdadeiro líder adora a Deus, porque sabe que toda a glória deve ser endereçada ao Senhor de toda a glória. Aleluia.

VI. APRENDENDO COM NEEMIAS ALGUNS PRINCÍPIOS DE LIDERANÇA

1. Tenha um propósito claro e continue avaliando-o à luz da vontade de Deus. Nada impediu que Neemias permanecesse em sua trajetória.

2. Seja direto e honesto. Todos sabiam, exatamente, do que Neemias precisava, e ele falou a verdade até mesmo quando a própria verdade aparentemente tornaria o seu objetivo ainda mais difícil de alcançar.

3. Viva de uma forma irrepreensível. As acusações contra Neemias eram falsas e vazias.

4. Seja uma pessoa que ora constantemente, recebendo poder e sabedoria através de seu contato com Deus. Todas as ações de Neemias glorificaram a Deus.

5. Leia e obedeça a Palavra de Deus. Neemias amava a Palavra. Ele reuniu o povo na praça principal da cidade para ouvir a Palavra de Deus.


CONCLUSÃO. Neemias é um exemplo de liderança bem-sucedida. Ele não permitiu que nada o impedisse de agradar ao Senhor. Ele soube como conduzir a reconstrução de Jerusalém e a restauração espiritual dos judeus. A sua vida de oração, leitura da Palavra de Deus e adoração fizeram com que ele prosseguisse vitorioso, apesar da oposição que lhe moviam os adversários. Há muito trabalho no Reino de Deus até ao arrebatamento da Igreja. Trabalhemos, pois, como Neemias. Sejamos fiéis e íntegros em todas as coisas, a fim de que o nome do Senhor seja sempre exaltado.

Pr. Elias Ribas