Neemias 13.22-26: “Também ordenei aos levitas que se purificassem, e viessem guardar as portas, para santificar o sábado. Nisso também, Deus meu, lembra-te de mim, e perdoa-me segundo a abundância da tua misericórdia. 23 Vi também naqueles dias judeus que tinham casado com mulheres asdoditas, amonitas, e moabitas; 24 e seus filhos falavam no meio asdodita, e não podiam falar judaico, senão segundo a língua de seu povo. 25 Contendi com eles, e os amaldiçoei; espanquei alguns deles e, arrancando-lhes os cabelos, os fiz jurar por Deus, e lhes disse: Não darei vossas filhas a seus filhos, e não tomareis suas filhas para vossos filhos, nem para vós mesmos. 26 Não pecou nisso Salomão, rei de Israel? Entre muitas nações não havia rei semelhante a ele, e ele era amado de seu Deus, e Deus o constituiu rei sobre todo o Israel. Contudo mesmo a ele as mulheres estrangeiras o fizeram pecar. 27 E dar-vos-íamos nós ouvidos, para fazermos todo este grande mal, esta infidelidade contra o nosso Deus, casando com mulheres estrangeiras”?
INTRODUÇÃO. O povo de Deus sempre foi, é, e será separado do mundo.
É mandamento de Deus para que haja diferença entre o que serve a Deus e o que
não serve. Nos dias de Neemias foi necessário uma tomada de posição em face do
desprezo que havia pelos mandamentos do Senhor, com respeito a separação dos
povos e a observância dos preceitos divinos. A luta de Neemias pela santidade
de Judá nos ensina que devemos também lutar, até que consigamos levar o povo s
uma entrega total ao Senhor.
I. ISRAEL, ESCOLHIDO PARA SER SANTO
1. Deus exigiu separação do Seu povo. “Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da
tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei” (Gn
12.1).
1.1. Deus
nunca ordenou o seu povo a se unir com os pagãos com o fim de ganhá-los. A
ordem de Deus é sempre: 1) Retirai-vos do meio deles…” (2ª Co 6.17); 2)
“Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices de seus pecados e para
não participardes de seus flagelos” (Ap 18.4).
1.2. Deus fez questão de mostrar que Seu povo era
diferente. “Mas contra os filhos de Israel nem mesmo um cão moverá a sua
língua, nem contra homem nem contra animal; para que saibais que o Senhor faz
distinção entre os egípcios e os filhos de Israel” (Êx 11.7).
“Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o
ímpio; entre o que serve a Deus, e o que o não serve” (Ml 3.18).
2. O Senhor
elegeu o Seu povo em santidade.
2.1. Deus escolheu aquele povo para ser
exemplo no meio duma geração incrédula e pecadora. Em tudo deveriam ser santos.
Em sua maneira de alimentar, de se comportar e de adorarem a DEUS.
2.2. No monte
Sinai, Moisés recebeu do Senhor as primeiras instruções acerca da santidade. “E vós sereis para mim reino sacerdotal e nação santa.
São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel” (Êx 19.6).
2.3. Deus exigiu santidade de Seu povo. “Então
falou o Senhor a Moisés, dizendo: 2 Santifica-me todo primogênito, todo o que
abrir a madre de sua mãe entre os filhos de Israel, assim de homens como de
animais; porque meu é” (Êx 13.2).
“E sereis para mim santos; porque eu, o Senhor, sou
santo, e vos separei dos povos, para serdes meus” (Lv 20.26).
3. O Senhor
exige separação do Seu povo.
3.1. Nos dias
de Neemias o povo havia se corrompido. “Então
Seeanias, filho de Jeiel, um dos filhos de Elão, dirigiu-se a Esdras, dizendo:
Nós temos sido infiéis para com o nosso Deus, e casamos com mulheres
estrangeiras dentre os povos da terra; contudo, no tocante a isto, ainda há
esperança para Israel” (Ed 10.2).
3.2. Após a leitura da Lei, Israel descobriu que o Senhor
exigia sua separação dos povos. “Naquele dia leu-se o livro de Moisés, na
presença do povo, e achou-se escrito nele que os amonitas e os moabitas não
entrassem jamais na assembleias de Deus” (Ne 13.1.).
3.3. Deus é exigente quanto à nossa espiritualidade.
“Que harmonia há entre Cristo e Belial? ou que parte tem o crente com o
incrédulo”? (2ª Co 6.15).
3.4. A mistura sempre foi um perigo na vida de Israel.
“Também subiu com eles uma grande mistura de gente; e, em rebanhos e manadas,
uma grande quantidade de gado” (Êx 12.38).
3.5. Sede santos porque Eu, o Senhor, sou santo. “Mas, como é
santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso
procedimento; porquanto está escrito: Sereis santos, porque eu sou santo” (1ª
Pe 1.15-16).
3.4. Segui a paz com todos e a santificação,
sem a qual ninguém verá ao Senhor. “Segui
a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb
12.14).
II O PERIGO DO JUGO DESIGUAL
1. O povo
tomou uma decisão.
1.1.
A decisão foi imediata ante ao mandamento do Senhor. “Ouvindo eles esta lei,
apartaram de Israel toda a multidão mista” (Ne 13.3.).
1.2.
Neemias tomou uma posição firme com o povo. “E seus filhos falavam no
meio asdodita, e não podiam falar judaico, senão segundo a língua de seu povo. Contendi
com eles, e os amaldiçoei; espanquei alguns deles e, arrancando-lhes os
cabelos, os fiz jurar por Deus, e lhes disse: Não darei vossas filhas a seus
filhos, e não tomareis suas filhas para vossos filhos, nem para vós mesmos” (Ne
13.24-25).
2.
A união reprovada por Deus.
2.1. Ao tirar Israel do Egito, ordenou-lhe
Deus, de modo claro e veemente, que não se misturasse com outros povos.
“Guarda-te
que não faças concerto com os moradores da terra aonde hás de entrar; para que
não seja por laço no meio de ti e tomes mulheres das suas filhas para os teus
filhos, e suas filhas, prostituindo-se após os seus deuses, façam que também
teus filhos se prostituam após os seus deuses” (Êx 34.12,16).
2.2.
Esse preceito é repetido em outros textos sagrados. “Não contrairás com elas matrimônios; não darás tuas filhas a seus
filhos, e não tomarás suas filhas para teus filhos” (Dt 7.3).
2.3.
Os israelitas, porém, distanciando-se de Deus, fizeram justamente o contrário:
uniram-se às mulheres pagãs. E o resultado não poderia ser mais desastroso. Mas
agora, avivados pela Palavra de Deus, comprometeram-se a não mais se misturar
com os idólatras através do casamento. “E que não daríamos as nossas filhas
aos povos da terra, nem tomaríamos as filhas deles para os nossos filhos”
(Ne 10.30).
3.
A dolorosa separação.
3.1. Antes de Neemias, Esdras já havia
conclamado o povo a não se misturar com os gentios: “Por isso não deis vossas
filhas a seus filhos, e não tomeis suas filhas para vossos filhos, nem
procureis jamais a sua paz ou a sua prosperidade; para que sejais fortes e
comais o bem da terra, e a deixeis por herança a vossos filhos para sempre. E
depois de tudo o que nos tem sucedido por causa das nossas más obras, e da
nossa grande culpa, ainda assim tu, ó nosso Deus, nos tens castigado menos do
que merecem as nossas iniquidades, e ainda nos deixaste este remanescente;
tornaremos, pois, agora a violar os teus mandamentos, e a aparentar-nos com os
povos que cometem estas abominações? Não estarias tu indignado contra nós até
de todo nos consumires, de modo que não ficasse restante, nem quem escapasse”?
(Ed 9.12-14).
3.2.
Apesar desta ordenação, os judeus mesclaram-se com os pagãos através de
casamentos ilícitos. Tais uniões tiveram de ser desfeitas. Foi uma medida
traumática, mas necessária. “E o resto do povo, os sacerdotes, os levitas,
os porteiros, os cantores, os netineus e todos os que se tinham separado dos
povos das terras para a Lei de Deus, suas mulheres, seus filhos e suas filhas,
todos os sábios e os que tinham capacidade para entender” (10.28).
O povo é conclamado a desfazer as uniões com
os pagãos, pois Deus não aprova casamentos entre crentes e descrentes.
4.
O jugo desigual.
4.1. Deus não aceita seu povo comungar com
pecadores.
4.2. Somos templo do ESPÍRITO SANTO e não podemos
participar dos pecados alheios. “Ou não
sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, o
qual possuís da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos”? (1ª Co 6.19).
4.3.
Não são poucos os que, atualmente, namoram e até se casam com pessoas alheias à
verdadeira fé cristã, contrariando, assim, a admoestação bíblica. “Não vos
prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça
com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas” (2ª Co 6.14).
Jovem,
cuidado. É melhor obedecer agora do que sofrer mais tarde. Espere no Senhor.
Obedeça aos seus pais. Consulte o seu pastor.
III. O ESFRIAMENTO TRAZ DESPREZO PELO
SAGRADO
1. Neemias luta pela obra de Deus.
1.1. Diante da triste
situação, Neemias contende com os levitas. “Então
contendi com os magistrados e disse: Por que se abandonou a casa de Deus? Eu,
pois, ajuntei os levitas e os cantores e os restaurei no seu posto” (Ne 13.11).
1.2. Os
levitas desprezam o sagrado. “Também soube que
os quinhões dos levitas não se lhes davam, de maneira que os levitas e os
cantores, que faziam o serviço, tinham fugido cada um para o seu campo”
(Ne 13.10).
Quando o povo
esfria, a obra de Deus sofre.
1.3. O
apóstolo Paulo sentiu o desprezo dos amigos. “Na
minha primeira defesa ninguém me assistiu, antes todos me desampararam. Que
isto não lhes seja imputado” (2ª Tm 4.16).
1.4. Jesus foi
desprezado pelos discípulos. “Nisto, todos o
deixaram e fugiram” (Mc 14.50).
1.5. Devemos honrar os que
presidem. “Ora, rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós,
presidem sobre vós no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais em grande estima
e amor, por causa da sua obras. Tende paz entre vós” (1ª Ts 5.12-13).
2. O povo desprezou o mandamento.
2.1. Deus havia determinado
uma benção para o servos, levitas e sacerdotes. “Tudo o que do azeite há de
melhor, e tudo o que do mosto e do grão há de melhor, as primícias destes que
eles derem ao Senhor, a ti as tenho dado. Os primeiros frutos de tudo o que
houver na sua terra, que trouxerem ao Senhor, serão teus. Todo o que na tua
casa estiver limpo comerá deles” (Nm 18.12-14).
2.2. Desta maneira o povo os
sustentava e eles exerciam seu ministério. “Todas
as ofertas alçadas das coisas sagradas, que os filhos de Israel oferecerem ao
Senhor, eu as tenho dado a ti, a teus filhos e a tuas filhas contigo, como
porção, para sempre; é um pacto perpétuo de sal perante o Senhor, para ti e
para a tua descendência contigo” (Nm 18.19).
2.3. Nos dias
de Neemias o povo desprezou este mandamento. “Então
contendi com os magistrados e disse: Por que se abandonou a casa de Deus? Eu,
pois, ajuntei os levitas e os cantores e os restaurei no seu posto” (Ne
13.11).
2.4. A Bíblia
ensina que, aqueles que anunciam o evangelho vivam do evangelho. “Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o
evangelho, que vivam do evangelho” (1ª 9.14).
2.5.
Desamparamos a casa de Deus quando deixamos de contribuir. “Assim fala o Senhor dos exércitos, dizendo: Este povo
diz: Não veio ainda o tempo, o tempo de se edificar a casa do Senhor” (Ag 1.2);
“Esperastes o muito, mas eis que veio a ser pouco; e esse pouco, quando o
trouxestes para casa, eu o dissipei com um assopro. Por que causa? diz o Senhor
dos exércitos. Por causa da minha casa, que está em ruínas, enquanto correis,
cada um de vós, à sua própria casa (Ag 1.9).
2.6. Quando
semeamos no reino de Deus somos ricamente abençoados. “Mas digo isto:
Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e aquele que semeia em
abundância, em abundância também ceifará, Cada um contribua segundo propôs no
seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que
dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim
de que, tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda boa obra;
conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; a sua justiça permanece para
sempre. Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, e pão para comer, também
dará e multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da vossa justiça” (2ª Co 9.6-10).
4. O conversão de Judá.
4.1. Muitas vezes o líder
precisa falar com maior autoridade. “Ó
coríntios, a nossa boca está aberta para vós, o nosso coração está dilatado”!
(2ª Co 6.11).
4.2.
Para que o povo entenda melhor o propósito de Deus. “Então todo o Judá trouxe
para os celeiros os dízimos dos cereais, do mosto e do azeite” (Ne 13.12).
4.3.
Um dos sinais da conversão ´´e o coração aberto para obra do Senhor. “Cada um
contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento;
porque Deus ama ao que dá com alegria” (2ª Co 9.7).
IV. NEEMIAS CONDUZ ISRAEL A NOVOS
PROPÓSITOS
1. O líder deve estar atento ao povo. “Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; cuida bem
dos teus rebanhos” (Pv 27.23).
1.1.
Procurando ver como procedem. “Naqueles dias vi
em Judá homens que pisavam lugares no sábado, e traziam molhos, que carregavam
sobre jumentos; vi também vinho, uvas e figos, e toda sorte de cargas, que eles
traziam a Jerusalém no dia de sábado; e protestei contra eles quanto ao dia em
que estavam vendendo mantimentos” (Ne 13.15).
1.2. Neemias
viu o erro do povo, pois estavam desviando do mandamento da Lei. “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar
(Êx 20.8).
1.3. O líder é
o responsável peal ordem na casa de Deus. “Por
esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem o que ainda não o
está, e que em cada cidade estabelecesses anciãos, como já te mandei”
(Tt 1.5).
CONCLUSÃO.
Assim que Neemias chegou em Jerusalém empreendeu uma luta contra tudo e contra
todos, a fim de buscar o bem daquele lugar. Louvado por uns e odiado por
outros, Neemias impôs seu estilo de trabalho e conseguiu o seu objetivo:
reconstruir os muros e levar o povo a uma vida de comunhão com o Senhor. A
lição de Neemias sempre estará em nossas mentes e corações, pois jamais podemos
esquecer a luta de um líder pela causa do Senhor.
Pr. Elias Ribas
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