TEOLOGIA EM FOCO

sexta-feira, 24 de julho de 2020

O PROPÓSITO DA TENTAÇÃO



TEXTO BÁSICO

Tiago 1.2-4,12-15 “Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações, 3 - sabendo que a prova da vossa fé produz a paciência. 4 - Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma. 12 - Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam. 13 - Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta. 14 - Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. 15 - Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.”

INTRODUÇÃO A lição desta semana é um resgate do ensino bíblico quanto ao valor do sofrimento por Cristo e da sua importância para o nosso crescimento espiritual.

Aprenderemos acerca da tentação, do sofrimento e da provação, não como consequência de uma vida de pecado ou de falta de fé, mas como o caminho delineado por Deus para o nosso aperfeiçoamento. Ninguém melhor do que Jesus Cristo, com seu exemplo de vida, para nos ensinar tal lição (Hb 5.8). O convite do Mestre é um chamado ao sofrimento por amor do seu nome:

Jo 16.33 “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.”

Existem jargões por exemplo: “Pare de sofrer”; “é tempo de vitória!”; é tempo de conquista; “você vai conquistar!”. Estas são frases de efeito bem conhecidas no meio evangélico. Nelas, está presente a ideia do não sofrimento.

A epístola de Tiago nos mostra que devemos nos alegrar na tentação, pois a partir desta reconhecemos a nossa inteira dependência de Deus. O sofrimento é uma realidade e não podemos fugir dele. Em Cristo, temos o privilégio de sofrermos para a honra do seu nome. A cruz de Cristo é a glória do Evangelho!

“Não nos deixes cair em tentação.” Foi a oração de JESUS ensinada aos discípulos. No tempo da provação, angústia, tristeza e sofrimento são realidades presentes na vida do discípulo de CRISTO. Infelizmente, e em nome de uma teologia, muitos desejam descartar da vida esta realidade humana e não dá ao seguidor do caminho o direito de sofrer. Não é isto que a Palavra de DEUS nos ensina! Pelo contrário, o sofrimento por CRISTO nos dá a oportunidade de mostrarmos a nossa fé e amor por Ele, como os mártires que não retrocederam na convicção do Evangelho.

Definitivamente, o homem moderno não está preparado para sofrer. Os membros de muitas igrejas evangélicas, através da Teologia da Prosperidade, têm se iludido com a filosofia enganosa do “não sofrimento”. O resultado é que quando o iludido sofre o infortúnio, perde a fé em “Deus”.
  
I. O FORTALECIMENTO PRODUZIDO PELAS TENTAÇÕES (Tg 1.2,12)

1. O que é tentação. O termo empregado na Bíblia tanto no hebraico, massah, quanto no grego, peirasmos, para tentação, significa “prova”, “provação” ou “teste”. A expressão pode estar relacionada também ao conflito moral, isto é, a uma incitação ao pecado.

1.1. Qual a diferença entre tentação e provação. Uma tentação é um convite para pecar, enquanto que uma provação é um teste à nossa fé. Deus permite provas e tentações, mas Ele nunca tenta ninguém para o pecado. Muitas vezes, a tentação faz parte da provação.

De fato, como mostram as Escrituras, a tentação é uma provação, uma espécie de teste. O pecado, por sua vez, já se trata de um ato imoral consumado. Por isso, a tentação não é, em si mesma, pecado, pois ninguém peca quando passa pelo processo “probatório”. A própria vida terrena do Senhor Jesus demonstra, com clareza, a distinção entre tentação e pecado.

Quando tentado, o crente é posto à prova para mostrar-se aprovado tal como Cristo, que foi conduzido ao deserto para ser tentado por Satanás e embora debilitado e provado espiritualmente, saiu do deserto vitorioso e fortalecido, tendo em seguida iniciado seu ministério terreno de pregação a respeito do Reino de Deus (Lc 4.1-13).

A Epístola aos Hebreus afirma que Jesus, o nosso Senhor, em tudo foi tentado. Ele foi provado e testado em todas as coisas. Todavia, o Mestre não pecou.

Hb 4.14-16 “Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. 15 - Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. 16 - Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.”

Portanto, confiantes de que Jesus Cristo é o nosso Sumo Sacerdote perfeito, devemos nos aproximar, com fé, do trono da graça sabendo que Ele conhece as nossas tentações e pode nos dar a força necessária para resistirmos (1ª Co 10.13).

1.2. A Bíblia diz: “pôs Deus Abraão à prova” (Gn 22.1), o que pode dar a entender que Deus tivesse tentado a Abraão. Mas Jesus ensinou os Seus discípulos a orarem a Deus, dizendo: “não nos deixes cair em tentação” (Mt 6.13). Como então pode Tiago dizer, a respeito de Jesus: “Ele mesmo a ninguém tenta” (Tg 1.13)?

1.3. Deus não tentou Abraão (nem a ninguém) a pecar. Deus provou Abraão, para ver se este pecaria ou se permaneceria fiel a Ele. Deus permite que Satanás nos tente (cf. Mt 4.1-10; Tg 4.7; 1ª Pe 5.8-9), mas Tiago está certo ao dizer que o próprio Deus nunca “a ninguém tenta.”

2. Fortalecimento após a tentação (v. 2). “Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações.”

Hebreus 12.6-8 “Porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho. 7 - Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija? 8 - Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos.”

A palavra corrige no grego é paideia, treino educação para a vida; castigo. A correção do Pai Eterno traz maturidade para o crente em Jesus.

“...todos são feitos participantes...”. A filiação inclui provação (At 14.22). Mas que não é filho é bastardo e não recebe disciplina d’Ele.

3. Purificados. 1ª Pe 1.7 “Para que a prova da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro que perece e é provado pelo fogo, se ache em louvor, e honra, e glória, na revelação de Jesus Cristo”.
Essas provações são para mostrar que a fé que vocês têm é verdadeira. Do mesmo modo que o ouro precisa do fogo para ser refinado ou purificado, o cristão passa pelas tentações para se aperfeiçoar no Reino de Deus. Da mesma maneira, a fé que vocês têm, que vale muito mais do que o ouro, precisa ser provada para que continue firme. E assim vocês receberão aprovação, glória e honra, no dia em que Jesus Cristo for revelado.

4. Felicidade pela tentação (v. 12). - À luz do exemplo de Cristo, compreendemos bem o que Tiago quer dizer quando exortamos a termos “grande gozo quando [cairmos] em várias tentações”. Tal conselho aponta para a certeza de que ao passar pela tentação, além de paciente e maduro, o crente se sentirá ainda mais fortalecido pela graça de Deus.

Quando o cristão é submetido às tentações há uma tendência de ele entregar-se à tristeza e à angústia. Mas atentemos para esta expressão:

1ª Pe 4.12-13 “Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; Mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis.”

Mt 5.10-12 “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus; 11 - Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. 12 - Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.

Em outras palavras, como é feliz, realizado ou atingiu a felicidade aquele crente que é provado, não em uma, mas em várias tentações (v. 2). Ser participantes dos sofrimentos de Cristo e ao mesmo tempo felizes parece paradoxal.

5. O prêmio eterno para quem sofre e vence as tentações. O prêmio eterno do cristão que sofre e vence as provações já está garantido:

Tiago 1.12 “Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.”

Vivemos sob a esperança de receber diretamente de Jesus a coroa da vida. Uma recompensa preparada de antemão pelo nosso Senhor para os que o amam. Você ama ao Senhor? É discípulo d’Ele? Então, não tema passar pela tentação. Há uma promessa: Você “receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam”. Alegre-se e regozije-se em ser participante das aflições de Cristo, pois é justamente nessa condição de felicidade verdadeira, que Ele nos deixará por toda a eternidade quando da revelação da sua glória.

Está é a razão pela qual o cristão pode transformar suas provações em grandes alegrias: ele sabe que maior é o galardão daquele que, mesmo sendo muito provado, permanece firme em sua fé.

1ª Pe 2.20-21 “... se fazendo o bem, sois afligidos e o sofreis, isso é agradável a DEUS. Porque para isto sois chamados, pois também CRISTO padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas.”

II. A ORIGEM DAS TENTAÇÕES

1. Deus não tenta ninguém. Ninguém pode afirmar: Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta (v. 13).

A afirmação de que Deus não pode ser tentado pelo mal salienta o caráter bondoso de Deus. A natureza santa de Deus é solidificada no bem, e o mal é incapaz de seduzi-Lo. Habacuque 1.13 revela que a bondade de Deus é inabalável, a ponto de Ele sequer poder olhar o mal. Tiago afirma no versículo 13 que “Deus não pode ser tentado pelo mal”.

1.2. Ele declara que elas não provêm de Deus (v. 14). “Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.”

O apóstolo assevera que a tentação tem a sua origem, na verdade, no próprio ser humano, em sua natureza pecaminosa, ou seja, o mundo e o Diabo são apenas agentes indutores externos da tentação.

É importante frisar ainda que ser tentado não é pecado; pecado é ceder à tentação.

2. Deus não pode ser tentado. Deus não pode ser tentado pelo pecado, uma vez que Ele é absoluto e imutavelmente perfeito e santo (Mt 5.48; Hb 6.18), nem pode ele tentar ninguém a pecar (Tg 1.13). Quando nós, seres humanos sujeitos ao pecado, somos tentados, é porque nos permitimos ser levados pelos desejos da nossa cobiça (Tg 1.14-15). A origem da tentação procede de dentro de nós, não de fora. Procede do homem caído, não de um Deus sem pecado.

3. A tentação é humana. V. 15 “Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.”

Paulo vai dizer em 1ª Coríntios 10.13 “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.”

A tentação serve para por nossa fé e lealdade a prova. Porém, ela não vem acima de nossa estrutura humana e Deus é nosso protetor (1ª Co 1.9; 1ª Ts 5.24; Lm 3.23), para trazer o escape (Hb 4.16). Embora a tentação objetive provar o crente, as Escrituras afirmam que ela não vem da parte de Deus, mas da fragilidade humana (Tg 1.13).

Todavia, Deus não tenta ninguém ao pecado, Ele permite que sejamos tentados por Satanás e por nossas concupiscências. É claro, o seu propósito ao permitir (mas não ao produzir nem ao promover) o mal é fazer-nos mais perfeitos.

Deus permitiu que Satanás provasse a Jó, de forma que este pudesse dizer: Jó 23.10 “se ele me provasse, sairia eu como o ouro.”

Deus permitiu que o mal sobreviesse sobre José por meio das mãos de seus irmãos, mas no fim José pôde dizer a eles:  Gn 50.20 “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem.”

3.1. Atração vem pela própria concupiscência. O texto bíblico é claro ao dizer que “cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (v.14). A tentação exterioriza o vício, os desejos, a malignidade da natureza humana, isto é, a concupiscência. Ser tentado é sentir-se aliciado pela própria malícia ou os sentimentos mais reclusos de nossa natureza má. Você tem ouvido o ressoar das suas malícias? Elas te atraem? Ouça a Epístola de Tiago! Não dê vazão às pulsões interiores, antes procure imitar Jesus afastando-se do pecado. Assim, não darás luz ao pecado e viverás.

III. A TENTAÇÃO TEM TRÊS ORIGENS OU FONTES

1. Da parte da carne.
1.1. Tentação humana. A Bíblia nos diz que “não veio sobre vós tentação, senão humana" (1ª Co 10.13). Neste texto, podemos entender que “tentação humana” quer dizer a que é própria da natureza carnal do homem (ver Rm 7.5-8; Gl 5.13,19). Ela tem seu aspecto mal, pernicioso, incitador ao pecado.

1.2. O significado da carne.
- A carne, é o “centro dos desejos pecaminosos” (Rm 13.14; Gl 5.16,24).
- Daí vem o pecado e suas paixões (Rm 7.5; Gl 5.17-21).
- Na carne não habita coisa boa (Rm 7.18).

2. Da parte do mundo. O mundo, como fonte de tentação, não é o mundo físico, criado por Deus. O Dicionário da Bíblia, de Davis, diz que “a palavra mundo emprega-se frequentemente para designar os seus habitantes” (Sl 9.8, Is 13.11 e Jo 3.16).

O Dicionário Teológico (CPAD), referindo-se ao mundo, diz que “No campo da teologia, porém, é o sistema que se opõe de forma persistente e sistemática ao Reino de Deus”.

João exorta a que não amemos “o mundo, nem o que no mundo há” (1ª Jo 2.15,16). Tudo isso é fonte de tentação.

3. Da parte do Diabo. É a fonte mais cruel da tentação. Seu caráter é sempre destrutivo.

3.1. Jesus foi tentado. É a fonte mais terrível e avassaladora da tentação. Dela, não escapou nem mes­mo nosso Senhor Jesus Cristo. Após o batismo em água, Ele foi conduzi­do “pelo Espírito para ser tentado pelo diabo” (Mt 4.1; Mc 1.13; Lc 4.2). Foi o único que não caiu em pecado (Hb 4.15).

3.2. Homens de Deus foram tentados. Homens de Deus, do porte de Abraão, Sansão, Davi, e tantos ou­tros, foram tentados pelo Adversá­rio (Satanás) a fazerem o que não era da vontade de Deus, com sérios pre­juízos para suas vidas.

3.3. Os homens comuns são tentados. Os homens são tentados a praticar toda espécie de males, crimes, violência, estupros, brigas, ciúmes, guer­ras, mentiras, calúnias, roubos, etc.

3.4. Os crentes são tentados. Até os crentes em Jesus são vítimas da ação do maligno, quando causam prejuízos à Igreja do Senhor, com escândalos, calúnias, invejas, divi­sões, rebeliões, busca pelo poder, politicagem religiosa, e tantas outras coisas ruins.

IV. OS ESTÁGIOS DA DO PECADO

Teologicamente o pecado pode atingir as três dimensões humanas: corpo, alma e o espírito.
O homem é formado de três partes distintas em um só (tricotomia). O pecado segundo a Bíblia é a transgressão da lei moral que fere por vez a santidade de Deus.

1ª João 2.16 “Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede de Pai, mas procede do mundo”.
A. Nos apetites malignos da carne a concupiscência da carne.
B. No materialismo avarento e transitório a concupiscência dos olhos.
C. No orgulho da vida sem Deus a soberba da vida.

1. Concupiscência da carne. Qualquer pecado da carne; desejo da carne: paixões carnais, imoralidades, glutonaria, bebedice, materialismo manifesto pelos prazeres extravagantes, pelos sentimentos, pelo endeusamento das gratificações mundanas e perversas.

2. Concupiscência dos olhos. Cobiça, avidez, ambição desenfreada por riquezas, desejo incontido por aquilo que vê, convicto que ficará plenamente satisfeito quando tiver o objeto da sua avareza, sendo isso um engano.

3. Soberba da vida. Arrogância de viver, orgulho, jactância, insolência, presunção; o homem que pensa e fala muito de si mesmo e seus bens e benefícios, suas riquezas, seus feitos, sendo estes quase sempre falatórios e exageros seus; um petulante convencido e vaidoso.

No grego clássico pleonexia, significa “uma ganância arrogante”, e o espírito que procura tirar proveito do seu próximo. O verbo correspondente, pleonektein, significa “defraudar” ou “burlar”.

V. O PROCESSO DA TENTAÇÃO

Segundo o texto de Tiago 2.14,15, a tentação se constitui num processo, que tem os seguintes passos:

1. Atração do desejo (v. 14a). “Mas cada um é tentado, quando atraído...” Primeiro, vem a atração pelos sentidos: visão (1ª Jo 2.16); audição (1ª Co 15.33); olfato; gosto, e tato (Pv 6.17).

2. Engodo (isca). A pessoa é atraída, seduza e “engodada pela própria concupiscência” (v.14b).

3. Concepção do desejo (da concupiscência). Na mente, nos pensamentos (cf. Mc 7.21-23), o desejo é concebido. Só se fez o que se pensa (v.15a). Nesse ponto, ainda se pode evitar o pecado.

4. O pecado é gerado. “Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado” (v.15). Ainda na mente, já nasce o pecado. Alguém pode adulterar só na mente (Mt 5.27,28).

5. A consumação do pecado (v. 15b). “...e o pecado, sendo consumado, gera a morte.” A morte, aqui, é espiritual. Nesse ponto, só há solução se houver arrependimento, ainda, em vida. É importante entendermos esse terrível processo, a fim de que nos resguardemos dele. Alguém já disse que ninguém pode impedir que um pássaro voe sobre sua cabeça, mas pode impedi-lo de fazer um ninho nela. Isso ilustra o processo da tentação. Esta, em si, não é pecado. Pecado é praticar o que a tentação sugere.

VI. QUEM SEDUZ O HOMEM A PECAR

1. O diabo é quem seduz ao pecado. É o agente da tentação. Gn 3.1-6 - “Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o SENHOR Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? 2 - Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, 3 - mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais. 4 - Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. 5 - Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal. 6 -Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu”.

2. O ser humano é atraído por aquilo que deseja. A história de Adão e Eva nos mostra o primeiro casal sendo tentado por aquilo que lhe atraía (Gn 3.2-6). Mesmo sabendo que não poderiam tocar na árvore no centro do Jardim do Éden, depois de atraídos pelo desejo, Adão e Eva entregaram-se ao pecado (Gn 3.6-9). A Epístola de Tiago aplica o termo “gerar”, utilizado no versículo 15, à ideia de que ninguém peca sem desejar o pecado. Assim, antes de ser efetivamente consumada, a transgressão passa por um processo de gestação interior no ser humano. Portanto, a origem da tentação está nos desejos humanos e jamais no Altíssimo, “porque Deus [...] a ninguém tenta”.

3. O diabo é astuto. Além da fragilidade humana, o crente precisa perseverar porque o tentador procura nos derrubar.

A Bíblia nos alerta: 1ª Pe 5.8 “Sejam sóbrios e vigiem. O diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar.”

Toda tentação é proveniente da própria natureza humana (1ª Co 10.13; Tg 1.13-15), todavia, o principal agente da tentação é Satanás (Mt 4.3; Lc 4.2; 1 Ts 3.5; Tg 4.7).

Precisamos estar vigilantes e fortalecermo-nos no Senhor a fim de vencer as batalhas espirituais, que somos submetidos (Ef 6.10-18).
  
VII. O PECADO ATINGIU AS TRÊS PARTES DO SER HUMANO.

1. Corpo, alma e espírito.
* No Corpo: “... a concupiscência da carne...”. “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer...”.
* Na alma: “... a concupiscência dos olhos...”. “... agradável aos olhos...”.
* No espírito: “... e a soberba da vida...”. “... e árvore desejável para dar entendimento...”.

2. Jesus também foi tentado. Jesus sendo Deus também foi tentado NO ESPÍRITO, ALMA, E CORPO, mas venceu o pecado e o tentador. Compare a tentação de Jesus:
Lc 4.1-12: “Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto, 2 durante quarenta dias, sendo tentado pelo diabo. Nada comeu naqueles dias, ao fim dos quais teve fome. 3 Disse-lhe, então, o diabo: Se és o Filho de Deus, manda que esta pedra se transforme em pão. 4 Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem. 5 E, elevando-o, mostrou-lhe, num momento, todos os reinos do mundo. 6 Disse-lhe o diabo: Dar-te-ei toda esta autoridade e a glória destes reinos, porque ela me foi entregue, e a dou a quem eu quiser. 7 Portanto, se prostrado me adorares, toda será tua. 8 Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto. 9 Então, o levou a Jerusalém, e o colocou sobre o pináculo do templo, e disse: Se és o Filho de Deus, atira-te daqui abaixo; 10 porque está escrito: Aos seus anjos ordenará a teu respeito que te guardem; 11 e: Eles te susterão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra. 12 Respondeu-lhe Jesus: Dito está: Não tentarás o Senhor, teu Deus.

2.1. Jesus foi tentado nas 3 áreas humana.
“Cobiça da carne” - Pedras em pães
“Concupiscência dos olhos” - Reinos da terra.
“Orgulho da vida” - Pináculo do templo.

3. O homem é tentado pela cobiça. Tiago 1.13-15; “Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta”. Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz ao pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte”.

3.1. A concupiscência é a mãe do pecado. “A concupiscência havendo concebido, dá à luz o pecado”. Tiago está seguindo a mesma linha de raciocínio de Jesus. O mal procede do interior do homem. São os maus desejos do seu interior que o levam ao pecado. A força determinante não é nada mais que interior.

3.2. A concupiscência (cobiça). É o desejo da carne.

O pecado. “Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz ao pecado” (V. 15).
A morte. “... e o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (V. 15).
Romanos 6.23 “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.”

4. O pecado separa o homem de Deus.
Isaías 59:1-2 “Eis que a mão do SENHOR não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado o seu ouvido, para não poder ouvir. 2 - Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça.”

5. O pecado está ao nosso redor. Hb 12.1 “o pecado que tão de perto nos rodeia.”
- O pecado tira o homem do meio em que deve viver.
O pecado converte luz em trevas, a alegria em tristeza, a vida em morte.
O pecado é o maior e mais terrível inimigo do homem. Ele destrói as promessas, mata as esperanças, dá serpentes ao invés de peixes, pedra em lugar de pão, tormento em lugar de prazer.
O pecado sempre destrói e nunca edifica; promete e jamais cumpre a promessa. Como dizem as Escrituras:
“O salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).

VIII. O PECADO TEOLOGICAMENTE

1. Concupiscência da carne - Gl 5.19-21: “Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus”.

2. Concupiscência dos olhos. Mt 5.27-28: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela”.

O que levou o rei Davi pecar no seu palácio? No livro de 2º Samuel a Bíblia relata o pecado de Davi dizendo: “E aconteceu, à hora da tarde, que Davi se levantou do seu leito, e andava passeando no terraço da casa real, e viu do terraço a uma mulher que se estava lavando; e era esta mulher mui formosa à vista. E enviou Davi e perguntou por aquela mulher; e disseram: Porventura, não é esta Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o heteu? Então, enviou Davi mensageiros e a mandou trazer; e, entrando ela a ele, se deitou com ela (e já ela se tinha purificado da sua imundície); então, voltou ela para sua casa. E a mulher concebeu, e enviou, e fê-lo saber a Davi, e disse: Pesada estou” (2º Sam 11.1-5).

O que levou Davi ao pecado foi: A concupiscência dos olhos, a ociosidade e a concupiscência da carne. Davi era o rei de Israel, já era casado, mas quando olhou para a beleza da mulher, não se preocupou em saber como era sua vida se era casada ou não e sim em satisfazer o desejo de seus olhos e de sua carne; e fez com que ela viesse á sua presença e deitou com ela, e cometeu adultério.

O pecado de Adão e Eva; de Davi e do próprio Lúcifer e muitos outros que a Bíblia relata não são de usos e costumes, mas da concupiscência da carne, dos olhos e da soberba da vida.

3. Soberba da vida - pecado do espírito. O que levou Lúcifer a pecar contra Deus? O pecado da cobiça.

O pecado se originou no querubim Lúcifer. A Bíblia diz que Lúcifer estava num paraíso numa terra coberta de pedras preciosas e, era o ser mais perfeito em sabedoria, mas entrou no seu coração à soberba, o orgulho de querer ser Deus (Ez 28.19; Is 14.11-15), e foi lançado ao mundo dos mortos (Is 14.15).

Ezequiel 28.12-17: “Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-lhe: Assim diz o Senhor DEUS: Tu eras o selo da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura. Estiveste no Éden, jardim de Deus; de toda a pedra preciosa era a tua cobertura: sardônia, topázio, diamante, turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado foram preparados. Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti. Na multiplicação do teu comércio encheram o teu interior de violência, e pecaste; por isso te lancei, profanado, do monte de Deus, e te fiz perecer, ó querubim cobridor, do meio das pedras afogueadas. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti.

Is 14.12-15: “Como caíste desde o céu, ó Lúcifer, filho da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E, contudo, levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo”.

IX. VERDADES SOBRE A NATUREZA DA TENTAÇÃO (Tg 1.13-14)

1. Inevitável. As principais versões da Bíblia em língua portuguesa indicam que to­dos passarão por tentações (Tg 1.13). A questão não é “se”, mas “quando” vamos ser tentados. Nem uma tradução portuguesa cogita como possibilidade, elas afirmam “quando for tentado”. O nosso primeiro desafio em relação à tentação é entender que estamos sujeitos a ela a todo momento. Precisamos prestar atenção continuamente. Ninguém pode dizer que não passa por tentação, pois é naturalmente humana. “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana” (cf. 1ª Co 10.13). “Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia” (cf. 1ª Co 10.12).

2. A tentação é maligna. O Diabo é o “tentador” (Mt 4.3; 1ª Ts 3.5). Ele é a origem externa da tentação, sempre pronto a nos induzir ao pecado. A tentação, sendo o caminho do mal, é totalmente contrária à natureza de Deus.

Entendamos que, ainda que o diabo tente uma pessoa, ela só cairá se ceder. A tentação surge da cobiça, e isso é inviável para Deus. DEUS é o Dono de tudo (cf. Sl 24.1), de forma que não há o que cobiçar. Além disso, o décimo mandamento de Deus diz: “Não cobiçarás” (Êx 20.17), e Deus não pode negar a Si mesmo (cf. 2ª Tm 2.13). A tentação, sendo o caminho do mal, é totalmente contrária à natureza de Deus.

3. A tentação é humana. Deus não é o responsável pela tentação; Ele não tenta ninguém (Tg 1.13). A tentação tem por objetivo fazer pecar, induzir ao erro. Não lemos na Palavra que Deus é o tentador, mas o diabo é assim chamado (cf. Mt 4.3 e 1ª Ts 3.5). Esse papel é do diabo, não de Deus. Imaginar que Deus nos induz ao mal é contrariar a natureza divina Dele. Deus é bom (cf. Sl 136.1).

3.1. A tentação entre os homens é um problema universal. Tanto salvos quanto não salvos, crianças ou adultos, ricos ou pobres, elegantes ou brutos sabem o que é tentação. A realidade diz: sendo da raça humana, automaticamente, conhece a tentação (“Não veio sobre vós tentação, senão humana”.

3.2. Quando alguém for tentado... (Tg 1.13).
O ponto principal não é “se for tentado”, a Bíblia diz “quando for tentado” ou “ao ser tentado” ou “sendo tentado”. Todos nós estamos sujeitos a tentação a todo momento, pois ela é naturalmente humana:

1ª Co 10.12-13 “Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia! Não sobreveio a vocês tentação que não fosse comum aos homens.

Mateus 4.3 “E, chegando-se a ele o tentador, disse: Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães.”

Embora o diabo seja chamado de tentador, a Bíblia atribui o problema à cobiça humana e não à tentação diabólica (Tg 1.14). Nenhum efeito teria a tentação diabólica se não houvesse a cobiça humana, pois, como vimos antes, não nos vem tentação que não seja humana e cada um é tentado pela própria cobiça.

Pois Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo não tenta ninguém. Mas as pessoas são tentadas quando são atraídas e enganadas pelos seus próprios maus desejos (Tg 1.13,14 - NTLH).

A tentação tem por objetivo fazer pecar, induzir ao erro. Esse papel é do diabo, não de Deus. Para nos livrar da culpa do pecado, cometemos erro de atribuir ao diabo todas as nossas culpas. Mas a Bíblia atribui o problema à cobiça humana e não à tentação diabólica. A fonte interna da tentação, a “carne” ou “velho homem”. Nenhum efeito teria a tentação diabólica se não houvesse a cobiça humana, pois não nos vem tentação que não seja humana e cada um é tentado pela própria cobiça.

4. Identificável. Hb 12.1 “o pecado que tão de perto nos rodeia.”
Embora o nome de “tentador” seja atribuído ao diabo, vimos que o maior problema da tentação não é o diabo, e sim os nossos desejos. Conforme Douglas J. Moo, em seu comentário sobre o livro de Tiago, a ideia de “atrair e seduzir” é “caçar e pescar”. É preciso atrair o animal para a armadilha, seduzir o peixe com a isca. Lembremo-nos de que o animal vai até a arma­dilha, e o peixe vai até o anzol atraído por uma necessidade legítima de se alimentar. Assim também, alguns desejos nossos têm fundamentos legítimos como o desejo de comer, beber, descansar, mas que podem se tornar pecaminosos se nos atraírem e nos seduzirem.

Tiago ainda mostra que a palavra “cobiça”, traduzida algumas vezes como concupiscência, vem do grego epithymia e pode algumas vezes significar um desejo legítimo como em Lucas 22.15 e Filipenses 1.23. Por isso, é importante exercitar o fruto do Espírito (Gl 5.23), que inclui o domínio próprio. Lembre-se de que as piores tentações são aquelas que estão ligadas às necessidades legítimas.

Quais áreas da sua vida você acredita serem inofensivas? Até mesmo as vontades do dia a dia podem ser ciladas para o pecado: namorar; divertir-se; ter dinheiro, amigos; sair; passear; viajar; ser popular. Na maioria das vezes, nós armamos essas ciladas para nós mesmos. Você sabe qual é a natureza de seus desejos, portanto, esteja alerta! Não subestime uma tentação!

X. O PROPÓSITO DAS TENTAÇÕES (Tg 1.3,4,12)

1. Para provar a nossa fé (v. 3). Na época de Tiago, os cristãos estavam desanimados por passarem duras provas de perseguição. No versículo três, o meio-irmão do Senhor utiliza então o termo “sabendo”, o qual se deriva do verbo grego ginosko e significa saber, reconhecer ou compreender, para encorajá-los a compreenderem o propósito das lutas enfrentadas na lida cristã: Deus prova a nossa fé (Tg 1.12). À semelhança do aluno que estuda e pesquisa para submeter-se a uma prova e, em seguida, ser aprovado e diplomado, os filhos de Deus são testados para amadurecer a fé uma vez dada aos santos (Jo 16.33; Jd 3). O capítulo 11 da epístola aos Hebreus lista inúmeras pessoas que tiveram sua fé provada, porém, terminaram vitoriosas e aprovadas. Por isso o referido texto bíblico é conhecido como a “galeria dos heróis da fé”.

2. Produzir a paciência (v. 3,4). No grego, “paciência” deriva de hupomone e denota a capacidade de perseverar, ser constante, ser firme, suportar as circunstâncias difíceis. A palavra aparece em o Novo Testamento ao lado de “tribulações” (Rm 5.3), aflições (2Co 6.4) e perseguições (2ª Ts 1.4). Mas também está ligada à esperança (Rm 5.3-5; 15.4,5; 1ª Ts 1.3), à alegria (Cl 1.11) e, frequentemente, à vida eterna (Lc 21.19; Rm 2.7; Hb 10.36). O termo ilustra a capacidade de uma pessoa permanecer firme em meio à alguma pressão, pois quem é portador da paciência bíblica não desiste facilmente, mesmo sob as circunstâncias das provas extremas (Jó 1.13-22; 2.10). Tiago encoraja-nos então a alegrarmo-nos diante do enfrentamento das várias tentações (v.1), pois a paciência é resultado da prova da nossa fé.

A Bíblia, porém, orienta-nos a que nos alegremos em Deus porque a tribulação produz a paciência, e esta, a experiência que, finalmente, culmina na esperança:

Rm 5.3-5 “ E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, 4 - E a paciência a experiência, e a experiência a esperança. 5 - E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.”

3. Chegar à perfeição. A habilidade de perseverar ou desenvolver a paciência não acontece da noite para o dia. Envolve tempo, experiência e maturidade. O meio-irmão do Senhor destaca na epístola a paciência para que o leitor seja estimulado a chegar à perfeição e, consequentemente, à completude da vida cristã, que se dará na eternidade. A expressão “obra perfeita” traz a ideia de algo gradual, em desenvolvimento constante, com vistas à maturidade espiritual. O motivo pelo qual o cristão é provado não é outro senão para que persevere na vida cristã e atinja o modelo de perfeição segundo Cristo Jesus (Sl 119.67; Hb 5.8; Ef 4.13).

XI. COMO VENCER AS TENTAÇÕES

Para vencer as tentações temos que eliminá-la já em seu primeiro estágio de atuação: a atração. E a Bíblia nos traz algumas orientações sobre como nos manter imunes à atração do pecado:

1. Saber utilizar a Palavra de Deus. Nosso Senhor Jesus Cristo, quando foi tentado, não deu chance ao Diabo para conversar muito com Ele. A cada insinuação do maligno, ele usava a “espada do Espírito, que é a Palavra de Deus” (Ef 6.17b), di­zendo: “Está escrito...” (Mt 4.4b, 7a, 10b). Por isso, é preciso ler a Bíblia, para usar a Palavra na hora certa.

2ª Timóteo 3.14-17 “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.”

2ª Timóteo 2.15 “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.”

João 5.39 “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam.”

2. Através da oração e vigilância. Jesus nos mandou orar para não cairmos em tentação Lucas 22.40 “E quando chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, para que não entreis em tentação.”

Jesus enfatizou a importância da vigilância para não cairmos em tentação.
Mt 26.41 “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.”

Paulo nos mandou orar sem cessar (1ª Ts 5.17). A maioria dos crentes, hoje, não ora. Certo pregador disse: “O Diabo ri da nossa sabedoria, zomba das nossas pregações, mas treme diante de nossas orações”.

3. Através da disciplina pessoal. Falando sobre o “atleta cristão”, Paulo diz que “aquele que luta, de tudo se abstém” (1ª Co 9.25a). Em seguida, afirma: “Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado” (1ª Co 9.27). Muitos caem, por exemplo, na tentação do sexo, porque não sabem controlar seus instintos.

4. Submeter-se a Deus e resistir ao diabo. O inimigo sabe qual é o ponto fraco de cada crente. Mas, com determinação e resistência, no Espírito, é possível ser vitorioso (cf. 1ª Pe 5.8,9; Tg 5.17). José, jovem hebreu, mesmo pagando terrível preço, não se deixou vencer pelo pecado do adultério. Foi vencedor e exaltado por Deus.

Os jovens na Babilônia não se contaminaram com as iguarias do rei (Dn 1).
1ª Pedro 5.8-9 “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; Ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo.”
Tiago 4.7 “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.”

5. Buscando a santificação. É preciso que o crente viva a separa­ção integral para Deus (Hb 12.14; 1ª Pe 1.15).

6. Ocupando a mente com as coisas espirituais. Isso se consegue através da oração, jejum, estudo da Bíblia e leitura de bons livros; ser­vindo, evangelizando, louvando, participando da obra do Senhor, santificando a mente, a vida e o corpo (ver 1ª Ts 4.3-7).

A tentação, no seu sentido mais comum, é um processo terrível, da parte do homem, do mundo e do Di­abo, cuja finalidade é destruir a fé, a santidade, a comunhão com Deus, levando o crente a pecar. Para ven­cer, é preciso fazer como Jesus, que usou a “Espada do Espírito” a Palavra. É preciso usar as armas que Deus colocou à disposição de Seus servos. Em Cristo, “somos mais que vencedores” (Rm 8.37).

7. Andar em espírito. Gálatas 5.16 “Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.”

8. Desviar-se do mal (proteção passiva). Jó 1.1 e 8 “Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal. 8 E disse o Senhor a Satanás: Observaste tu a meu servo Jó? Porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal.”

Provérbios 16.17 “Os retos fazem o seu caminho desviar-se do mal; o que guarda o seu caminho preserva a sua alma.”

9. Fugir do pecado (proteção ativa).
1ª Coríntios 6.18-19 “Fugi da fornicação. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que fornica peca contra o seu próprio corpo. 19 - Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?”

2ª Timóteo 2.22 “Foge também das paixões da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor.”

CONCLUSÃO
Sabemos que todo cristão passa por aflições e tentações ao longo da vida. Talvez você esteja vivendo tal situação. Lembre-se de que o nosso Senhor Jesus passou por inúmeras tribulações e tentações, mas venceu todas, tornando-se o maior exemplo de vida para os seus seguidores. Cada tentação vencida pelo crente significa um avanço rumo ao amadurecimento espiritual. Um dia ele atingirá a estatura de varão perfeito à medida da estatura de Cristo (Ef 4.13). Este é o nosso objetivo na jornada cristã! Deus nos recompensará! Estejamos firmes no Senhor Jesus, pois Ele já venceu por nós e por isso somos mais que vencedores.

Temos um Sumo Sacerdote que em tudo foi tentado, mas sem pecado: Jesus Cristo. Este é a mediação entre Deus e o homem e, por isso, podemos ir ao Pai com confiança (Hb 4.15,16).

A tentação é um problema provocado por nós e não por Deus. O diabo é o tentador, mas está em nós cair na tentação e pecar. O desafio é reconhecer nossa vulnerabilidade, nossa fraqueza, e vencê-la. Não temos condições de enfrentar a tentação, pois somos fracos diante de nossos próprios desejos. Portanto, a única forma de vencer a tentação é fugir dela.

Mas fugir do que nos atrai exige força espiritual. Por isso precisamos buscar forças no único que foi tentado, mas nunca pecou: Jesus Cristo (cf. Hb 4.15). Alimentemo-nos da pa­lavra de Deus e cuidemos (cf. 1Tm.4.16), pois o mal que o tentador sugerir só terá efeito se nos deixarmos levar por ele!

FONTE DE PESQUISA

1. Carta de Tiago. O cristão e as tentações. Editora Kaleo. Assembleia de Deus Blumenau SC.
2. CORREA Claudionor de Andrade. O Dicionário Teológico – CPAD. Rio de Janeiro - RJ.
3. GINGRICH F Wilbur. Revisado Frederick W. Danker. 1ª edição 1984. Lèxico do N.T. Grego/Português. Edições Vida Nova. São Paulo SP.
4. LIMA RENOVATO DE. Lições bíblicas a prática da vida 1º trimestre de 1999. CPAD Rio de Janeiro - RJ.
5. LIRA Eliezer Silva. Lições bíblicas 3º Trimestre de 2014. Título: Fé e Obras. CPAD - RJ.
6. PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard, F. Dicionário Bíblico Wycliffe. RJ: CPAD, 2009.
7. RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1 ed., RJ: CPAD, 2007.
8. SILVA Eliezer de Lira. O propósito da tentação. Lições Bíblicas 13 de Julho de 2014. CPAD RJ.

Montado e elaborado pelo:
Pastor Elias Ribas – Dr. em teologia
Blumenau SC.

terça-feira, 21 de julho de 2020

A CONSTRUÇÃO DO TEMPLO ENFRENTOU OPOSIÇÃO



TEXTO BÁSICO
Esdras 4.7,9,11-13,15,16,21-24. 7 - E, nos dias de Artaxerxes, escreveu Bislão, Mitredate, Tabeel e os outros da sua companhia a Artaxerxes, rei da Pérsia; e a carta estava escrita em caracteres aramaicos e na língua siríaca. 9 - Então, escreveu Reum, o chanceler, e Sinsai, o escrivão, e os outros da sua companhia: dinaítas e afarsaquitas, tarpelitas, afarsitas, arquevitas, babilônios, susanquitas, deavitas, elamitas. 11 - Este, pois, é o teor da carta que ao rei Artaxerxes lhe mandaram: Teus servos, os homens daquém do rio e em tal tempo. 12 - Saiba o rei que os judeus que subiram de ti vieram a nós a Jerusalém, e edificam aquela rebelde e malvada cidade, e vão restaurando os seus muros, e reparando os seus fundamentos. 13 - Agora, saiba o rei que, se aquela cidade se reedificar, e os muros se restaurarem, eles não pagarão os direitos, os tributos e as rendas; e assim se danificará a fazenda dos reis. 15 - Para que se busque no livro das crônicas de teus pais, e, então, acharás no livro das crônicas e saberás que aquela foi uma cidade rebelde e danosa aos reis e províncias e que nela houve rebelião em tempos antigos; pelo que foi aquela cidade destruída. 16 - Nós, pois, fazemos notório ao rei que, se aquela cidade se reedificar e os seus muros se restaurarem, desta maneira não terás porção alguma desta banda do rio. 21 - Agora, pois, dai ordem para que aqueles homens parem, a fim de que não se edifique aquela cidade, até que se dê uma ordem por mim. 22 - E guardai-vos de cometerdes erro nisso; por que cresceria o dano para prejuízo dos reis? 23 - Então, depois que a cópia da carta do rei Artaxerxes se leu perante Reum, e Sinsai, o escrivão, e seus companheiros, apressadamente foram eles a Jerusalém, aos judeus, e os impediram à força de braço e com violência. 24 - Então, cessou a obra da Casa de Deus, que estava em Jerusalém, e cessou até ao ano segundo do reinado de Dario, rei da Pérsia.

INTRODUÇÃO
O altar havia sido restaurado, a Festa dos Tabernáculos celebrada, e o holocausto contínuo estava sendo oferecido cada dia, conforme o rito (Ed 3.2-4). A vida espiritual dos judeus que haviam retornado do cativeiro seguia o que estava prescrito na Lei de Moisés. Somente esperavam o momento de iniciar a reedificação do Templo.

I. O CONTEXTO HISTÓRICO DOS REPATRIADOS E A RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO

1. O contexto histórico. No ano 538 a.C., Ciro rei da Pérsia, promulgara um decreto, permitindo aos judeus repatriados voltarem à pátria para reconstruir Jerusalém e o Templo, cumprindo, assim, as profecias de Isaías e Jeremias (2º Cr 36.22,23; Is 45.1-3; Jr 25.11,12; 29.10-14), e a intercessão de Daniel a Deus (Dn 9). O primeiro grupo de judeus a voltar a Jerusalém (aproximadamente 50 mil judeus), havia lançado os alicerces do novo Templo em 536 a.C., em meio a muita emoção e expectativa (Ed 3.8-10; 6.13-18). No entanto, os samaritanos e outros vizinhos opuseram-se fisicamente ao empreendimento, desanimando aos trabalhadores de tal maneira, que a obra acabou por ser interrompida em 534 a.C..

2. O contexto espiritual. A indiferença espiritual do povo generalizou-se, induzindo os repatriados a voltar à reconstrução de suas próprias casas e abandonar a reconstrução do Templo e se voltando para outros interesses, de modo que o Senhor enviou seus profetas Ageu e Zacarias em 520 a.C. para incitá-los a renovar seus esforços, no segundo ano de Dario, e, depois disso, expediu-se um decreto que apoiava a ordem original de Ciro (Ed 5.1,2; 6.1-12). O governador Zorobabel, da tribo de Judá, e Josué (Jesua), o sumo sacerdote, chefiaram os repatriados que retornaram e entre as primeiras coisas feitas por Josué e seus irmãos, os sacerdotes, foi a construção dum altar para a oferta dos sacrifícios diários (Ed 3.1-3) (ELISSEN, 2004, p. 330).

3. O contexto político. No ano 536 a.C., começou uma grande era para os judeus com a volta do cativeiro e o reinício das ofertas da aliança em Jerusalém. Mas a pausa na reconstrução por causas políticas e de uma denúncia acusatória dos vizinhos e inimigos do povo judeu (Ed 3.8,9; 4.7,8,17-24) esfriou o entusiasmo de todos, e eles se voltaram para interesses pessoais (Ag 1.4). A reconstrução estava sendo feita por força do decreto de Ciro, rei da Pérsia que era o representante político do povo (Ed 1.1; 6.3). Os judeus retornaram e o Templo foi restaurado (2º Cr 36.22,23; Ed 1.1-4; 5.13,17; 6.3,14; Ed 5.1-6.15).

4. O contexto cronológico. O livro de Esdras resume cronologicamente várias tentativas de interromper os trabalhos de reconstrução do Templo durante os reinados de: Ciro (Ed 4.1-5); Xerxes (A tradição judaica identifica-o com o mesmo Assuero do Livro de Ester. Alguns estudiosos consideram que “Assuero” era um título real que os monarcas persas recebiam) (Ed 4.6); Artaxerxes (Ed 4.7-23); e, Dario (Ed 4.24). Conhecer a ordem dos acontecimentos nos ajudará a entender Esdras. Vejamos:

DATA ACONTECIMENTOS
538 a.C. Decreto de Ciro para o retorno dos judeus a fim de reconstruírem o Templo (Ed 1.1).
537 a.C. Retorno dos primeiros cativos sob governo de Zorobabel (Ed 2.1,2); e o altar é reerguido em Jerusalém (Ed 3.6).
536 a.C. Começa a reconstrução das fundações do Templo (Ed 3.10).
534 a.C. A reconstrução do Templo é interrompida devido a ameaça dos samaritanos (Ed 4.4-5).
530 a.C. Interrupção oficial da reconstrução do Templo por ordem de Artaxerxes (Ed 4.6,21).
521 a.C. A ascensão de Dario ao trono persa (Ed 4.5).
520 a.C. Retomada da reconstrução do Templo (Ed 5.1,2; Ag 1.14,15) e decreto de Dario para conclusão obra (Ed 4.24; 6.8).
516 a.C. A conclusão da reconstrução do Templo possibilitando a observância da festa Páscoa (Ed 6.13-22).

II. SIGNIFICADO DO TERMO OPOSIÇÃO

1. Definição da palavra oposição. O dicionário Houaiss da língua portuguesa define oposição como: “ato ou efeito de oporse; impedimento; obstáculo; objeção; contrate; contestação; impugnação; negação; resistência; contraposição; protesto; queixa; contradita; desmentido; obstáculo” (2001, p. 2072). Podemos destacar alguns exemplos de personagens que sofreram oposições: Moisés (Êx 5.20,20; 14.11,12; Nm 16.1-3); Isaque (Gn 26.1-35); Davi (1º Sm 18.17-19; 2º Sm 15.1-13); Jesus (Mt 11.18,19; Mc 3.22; Lc 23.2); e, Paulo (At 13.45; 14.19,20; 16.22,23).

III. OS ALICERCES DO TEMPLO SÃO LANÇADOS

Depois que os materiais para a construção do Templo chegaram, segundo a concessão feita pelo rei Ciro da Pérsia, Zorobabel e os que haviam voltado do cativeiro lançaram os alicerces do templo (Ed 3.8). Todos apresentavam muita animação para o trabalho.

1. O lançamento dos alicerces foi celebrado com uma solenidade. “… Os sacerdotes, já paramentados e com trombetas, e os levitas, filhos de Asafe, com saltérios, para louvarem ao SENHOR, conforme a instituição de Davi, rei de Israel” (Ed 3.10).

Todos os que assistiram o lançamento dos alicerces expressaram seus sentimentos com tão grande júbilo, que as suas vozes se ouviam de mui longe (Ed 3.12,13).

2. A reedificação do Templo. A reedificação do templo foi resultado do despertamento que veio através de Ciro, rei da Pérsia (Ed 1.1,2). Convém lembrar que o despertamento pentecostal, que chegou ao Brasil em 1910, trouxe consigo uma verdadeira renovação da doutrina da Igreja de Deus, que pode ser simbolizada pelo templo de Deus (1ª Co 3.16). A Igreja de Deus é um MISTÉRIO (Ef 5.32), que não pode ser compreendido pelo homem natural (1ª Co 2.14).

2.1. O Espírito Santo quer salientar que JESUS em pessoa quer edificar a sua Igreja (Mt 16.18), e Ele o faz conforme a Palavra de Deus.

2.2. O Espírito Santo quer gerar um sentimento de reverência pela igreja do Senhor, que é a morada de Deus (Ef 2.22). Veja também: Êxodo 3.5; Salmos 89.7; Eclesiastes 5.1.

2.3. O Espírito Santo quer adestrar a Igreja porque ela é o instrumento da ação de Deus aqui na terra (Ef 3.10). Deus tem um trabalho para cada servo seu na grande obra de evangelização do mundo (Mc 13.34).

SUBSÍDIO BÍBLICO—TEOLÓGICO

“Não foi antes da primavera, o segundo mês (abril/maio) do segundo ano da sua volta, que os judeus, sob o comando de Zorobabel, começaram a tarefa de reconstruir o Templo. Nesse ínterim, houve muita coisa a ser feita. Era necessário contratar pedreiros carpinteiros; as pedras deveriam ser cortadas e a madeira obtida nas colinas do Líbano. Esta era a mesma fonte da qual Salomão obteve a matéria-prima para o primeiro Templo (2º Cr 2.8,9). Parte do dinheiro necessário para isto conseguiu-se graças à concessão que lhes tinha feito Ciro, rei da Pérsia. Devido à santidade da tarefa, os levitas foram designados para supervisionar os trabalhadores. Jesua, ou Josué, era o sumo sacerdote (cf. 2.2; 3.2; Zc 3.1-10). Com a colocação das últimas pedras do alicerce, realizou-se uma elaborada cerimônia. Os sacerdotes e os levitas, vestidos adequadamente, tocaram suas trombetas e seus címbalos, e os corais entoaram em duas vozes o Salmo 136. E o povo jubilou com grande júbilo, louvando ao Senhor pelo que Ele tinha ajudado a realizar” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 2. RJ: CPAD, 2014, p.493).

IV. OS SAMARITANOS OPÕEM-SE À CONSTRUÇÃO DO TEMPLO

1. Entre os moradores da terra estavam os samaritanos. Quando Nabucodonosor levou o reino de Judá cativo para Babilônia, os samaritanos passaram a morar na terra. Estes eram descendentes de uma mistura de gente que o rei da Assíria tinha deslocado para as cidades da Samaria, depois de ele ter levado as dez tribos do Reino do Norte em cativeiro para a Assíria (2ª Rs 17.23). Eram pagãos que haviam sido ensinados acerca do Deus de Israel. Assim, os samaritanos continuavam servindo a seus deuses, mas também temiam o Senhor (2º Rs 17.23-33).

3. A reconstrução do templo e a oposição dos inimigos do povo de Deus.
3.1. Os samaritanos tentam frustrar a construção do Templo (Ed 4.4,5). A maldade dos samaritanos levou-os a enviar uma carta ao rei da Pérsia contendo acusações mentirosas contra os judeus (Ed 4.12,13). O rei que recebeu aquela carta não conhecia bem o assunto, e mandou parar a obra (Ed 4.21).

3.2. Usaram de falsidade (Ed 4.2). Os opositores da obra de Deus mascararam suas más intenções e mentiram para enganar o povo: “... Deixa-nos edificar convosco, porque como vós, buscaremos a vosso Deus”. O texto bíblico os chama de “adversários” (Ed 4.1), e esta era a natureza daqueles homens maus. Seu discurso de compartilhar a mesma fé e oferecer ajuda, era falacioso (Tt 1.16). Essa conversa que “somos todos irmãos era uma armadilha maligna” objetivava ganhar a afeição do povo Deus, para depois “desviar os fracos e atacar a liderança” (1Co 5.11). Os servos de Deus devem apoiar aos líderes contra os opositores (Ed 1.3; Tt 1.9-11).

3.3. Forjaram uma aliança (Ed 4.2). Provavelmente foram os samaritanos que fizeram a proposta ao povo de Israel para o estabelecimento de uma aliança, mas seus intentos eram outros, queriam se infiltrar entre os judeus para obstruírem a obra que estava sendo realizada: “... Deixa-nos edificar convosco”. Não poderia haver acordo, porque os inimigos adoravam outros deuses e não se submetiam à Palavra de Senhor (2º Rs 17.24-41; Ml 3.18; 2ª Co 6.14-18).

3.4. Provocaram desânimo (Ed 4.4). Outro artifício dos inimigos do povo foi usar as armas do desânimo (falta de ânimo, desalento, abatimento), e da inquietação (falta de sossego, apreensão, aflição): “... debilitava as mãos do povo de Judá”.

Devemos reagir contra estes sentimentos, e acreditar na possibilidade da vitória, na providência divina (Sl 46.10,11; Jo 14.1). A alegria e a força do Senhor em nós é o fruto de um real avivamento.

3.5. Semearam inquietação (Ed 4.4). Os inimigos não cuidam das próprias responsabilidades, mas se prontificam em desviarem e desanimarem aqueles que estavam trabalhando: “... e inquietava-os no edificar”. Em nosso contexto atual essa passagem expõe e desmascara o homem que não evangeliza, não participa da escola bíblica dominical, não contribui, não honra a liderança, não frequenta a doutrina, mas tenta a todo custo desencorajar os que estão trabalhando.

3.6. Usaram o suborno e acusação (Ed 4.5). Os inimigos deram dinheiro a certos funcionários do governo para que estes atrapalhassem os planos dos israelitas: “E alugaram contra eles conselheiros para frustrarem o seu plano ...”. Depois, acusaram o povo judeu diante dos governantes da Pérsia, o que resultou na paralisação da obra por dezesseis anos (Ed 1.7-24).

Certamente que durante este período, o povo judeu aguardou um mover divino em seu favor. Às vezes parece que o Senhor está indiferente à nossa situação, mas devemos sempre lembrar que Ele está no controle de todas as coisas (Is 64.4).

3.7. Usaram de violência (Ed 4.5). Eles contrataram pessoas para os ajudarem a atacar a liderança do povo e os trabalhadores. O texto diz que fizeram isso: “... todos os dias de Ciro até o reinado de Dario”. A Bíblia ainda diz que: “... apressadamente foram eles a Jerusalém, aos judeus, e os impediram à força de braço e com violência” (Ed 4.23). A igreja não pode ceder diante da persistência de tais homens maus, eles buscam destruir a igreja (At 20.29), porém, Deus o dono da obra é maior (Mt 16.18).

3.8. Usaram a mentiram e a calúnia (Ed 4.6,12,13,16). Nos dias atuais, essa velha estratégia ainda é usada: [... escreveram uma carta contra os habitantes de Judá e de Jerusalém”. Os opositores do reino, maliciosamente recheiam seus discursos de benfeitorias, piedade e humildade para maquiarem a mentira e a calúnia. Eles tentam descredibilizar os homens de Deus para fragilizarem as ovelhas. Os opositores da obra de Deus têm “pressa” de fazer cessar o trabalho dos servos de Deus (Ed 4.23).

V. COMO SE EXPLICA A FALTA DE RESISTÊNCIA DOS JUDEUS?

1. Os judeus deveriam ter ido ao rei da Pérsia para assegurar a construção. Uma ordem dada por uma autoridade superior não pode ser invalidada por uma autoridade inferior. A ordem de construir o Templo tinha sido dada pelo Deus do céu, através do rei Ciro, a maior autoridade da época, que assinara o decreto da construção do Templo.

2. Os judeus deveriam ter recorrido a Deus. Toda história dos judeus é rica de exemplos de como Deus ajudou seu povo em tempos difíceis. A própria vinda dos judeus para Jerusalém era uma clara demonstração de que Deus estava neste negócio.

Vejamos alguns exemplos da história dos judeus, quando foram ajudados pelo Senhor:

2.1. Nos dias do rei Ezequias, Judá foi cercado pelo exército do rei da Assíria que ameaçava fazer com Judá o que já havia feito com o reino de Israel: levá-los em cativeiro. Nesta hora de perigo, o rei Ezequias buscou o Senhor e foi ouvido, pois um anjo feriu o arraial dos assírios, destruindo cento e oitenta e cinco mil soldados (2Rs 19.30; 2Cr 32.21-22).

2.2. Nos dias do rei Jeosafá, ameaçados pelos amonitas e pelos moabitas, os habitantes de Judá foram convocados pelo rei para pedirem socorro ao Senhor. Ver o texto em 2 Crônicas 20.1-24. Deus guerreou por eles, e sem terem que lutar, os inimigos foram desbaratados.

Os muitos exemplos da ajuda de Deus no passado deveriam ter inspirado os líderes do povo à resistência a esta maldade dos inimigos dos judeus.

3. O motivo da falta de resistência dos judeus era de ordem espiritual:
3.1. ZOROBABEL, o chefe político do povo judeu, até então, tinha confiado em sua própria força (Zc 4.6). Quando as suas próprias forças se esgotaram, não teve mais condições de resistir, sentindo-se inteiramente desarmado diante do inimigo.

3.2. JOSUÉ, o sumo sacerdote e líder religioso do povo, estava com suas vestes manchadas (Zc 3.3). Este fato tirou dele toda a autoridade espiritual. Diante do problema causado pelos inimigos, ele não tinha fé para buscar da ajuda de Deus, do Todo-poderoso, uma vez que o mistério da fé é guardado em uma pura consciência (1ª Tm 3.9).

SUBSÍDIO BÍBLICO—TEOLÓGICO

“Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito (Zc 4.6).
Embora esta mensagem tenha sido entregue a Zorobabel, é aplicável a todos os crentes (cf. 2ª Tm 3.16). Nem o poderio militar, nem o político, nem as forças humanas poderão efetivar a obra de Deus. Só conseguiremos fazer a sua obra se formos capacitados pelo Espírito Santo. Jesus iniciou o seu ministério no poder do Espírito (Lc 4.1,18). E a igreja foi revestida pelo poder do Espírito Santo no dia de Pentecoste para cumprir a grande comissão (At 1.18). Somente se o Espírito governar e capacitar a nossa vida, é que poderemos cumprir a vontade de Deus. É por isso que Jesus batiza seus seguidores no Espírito Santo” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, p.717).

VI. A REAÇÃO DOS SAMARITANOS, QUANDO OS JUDEUS CESSARAM A OBRA

1. A tristeza dos judeus. O povo em geral tinha, desde o início da construção, acompanhado o trabalho com simpatia. Os judeus trabalhavam com muito entusiasmo e com muita união. O povo tinha ouvido falar de que o Deus do céu estava do lado dos judeus, ajudando-os. E agora? Onde estava seu Deus?

2. A alegria dos samaritanos. Os inimigos dos judeus regozijavam-se grandemente. Certamente os conselheiros foram parabenizados pela “sábia e competente ação”. Porém o gozo de ímpios é de pouca duração!

2.1. O gozo dos filisteus, que haviam prendido Sansão, terminou em tragédia (Jz 16.25-31).

2.2. A alegria dos sacerdotes, que alugaram Judas para trair Jesus, foi de curta duração.
Com a ressurreição de Jesus, seus problemas se agravaram (Mt 28.11-15).

3. O desânimo dos judeus. Os judeus, que tinham voltado do cativeiro para construir o Templo, sentiram-se humilhados e tristes. Mas, passado algum tempo, acomodaram-se com a situação e não lutaram pela continuação da construção do Templo. Deixaram-se dominar pelo desânimo. O desânimo é uma das mais eficazes armas usadas por Satanás, contra os crentes. Lutemos contra o desânimo, em nome de Jesus!

3.1. Alguns conformaram-se, pensando que talvez ainda não era a vontade de Deus construir o Templo (Ag 1.2).

3.2. Outros aproveitaram a interrupção da obra para dedicar-se as suas próprias casas (Ag 1.9). Outros chegaram a faltar com as suas obrigações espirituais deixando de contribuir para a casa de Deus (Ag 1.6).

3.3. Talvez alguns judeus sinceros estivessem tristes, e buscassem a Deus em oração, pedindo solução para a dificuldade, de modo que o Templo pudesse continuar a ser construído.

SUBSÍDIO BÍBLICO—TEOLÓGICO

“Os samaritanos
No período do Antigo Testamento, este era um termo que se referia aos residentes da cidade ou da província de Samaria (2º Rs 17.29). Algumas desavenças entre os residentes da Palestina média e do sul eram evidentes no período dos juízes, mas os sentimentos foram intensificados com a formação do reino do norte de Israel sob Jeroboão I.

De uma forma geral, os residentes de Israel e os cananeus praticavam uma mistura racial, social e religiosa.

Os descendentes dessa população mista desejaram ajudar Zorobabel na construção do Templo, afirmando que adoravam ao mesmo Deus. Mas, quando tiveram seu pedido negado, eles se opuseram a construção. Depois que Neemias começou a reconstruir os muros de Jerusalém, este servo do Senhor sofreu forte oposição por Sambalate, Gesém e Tobias. Sambalate era governador de Samaria” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 7ª Edição. RJ: CPAD, 2010, p.1748).

VII. O QUE FAZER PARA VENCER AS OPOSIÇÕES

1. Ouvir a voz de Deus e de seus líderes (Ed 5.1; 6.14). A primeira coisa que os repatriados fizeram para vencer as oposições contra a obra de Deus foi dá ouvidos a voz de Deus e de seus líderes e seguiram suas orientações: “E os profetas Ageu e Zacarias, filho de Ido, profetizaram aos judeus que estavam em Judá, e em Jerusalém; em nome do Deus de Israel lhes profetizaram”. Podemos ver outros exemplos na Bíblia (2º Cr 15.1,2; 20.15; 1º Tm 1.18).

2. Viver em união (Ed 5.2). A segunda posição que os judeus fizeram foi mesmo em meio as oposições procuraram viver em união: [… e começaram a edificar a casa de Deus, que está em Jerusalém; e com eles os profetas de Deus, que os ajudavam”. Todos aqueles que vivem em união amam a obra de Deus (2ª Tm 4.11).

3. Receber as bênçãos de Deus (Ed 5.5). A terceira atitude que os repatriados experimentaram foi receber as bênçãos de Deus: “Porém os olhos de Deus estavam sobre os anciãos dos judeus, e não os impediram, até que o negócio chegasse a Dario, e viesse resposta por carta sobre isso”. Os servos de Deus são fiéis a sua obra (2ª Tm 3.10, 4.11; 1ª Co 16.10; Fp 2.19).

4. Ser voluntário (Ed 5.8). A voluntariedade de espírito foi a quarta ação do povo de Deus: “Seja notório ao rei, que nós fomos à província de Judá, à casa do grande Deus, a qual se edifica com grandes pedras, e a madeira já está sendo posta nas paredes; e esta obra vai sendo feita com diligência, e se adianta em suas mãos”. A voluntariedade na obra do Senhor é fundamental (Rm 16.3,4; 1ª Co 16.19).

5. Ser dedicado (Ed 5.11). A dedicação dos judeus também foi uma atitude para vencerem as oposições a obra de Deus: “Nós somos servos do Deus dos céus e da terra, e reedificamos a casa que há muitos anos foi edificada ...”. Os servos de Deus são dedicados a sua obra (Tt 1.4; 2ª Co 8.16,17; 2ª Co 7.13-15).

6. Ter prontidão (Ed 5.16). A última atitude dos repatriados judeus foi a prontidão em fazer a obra de Deus: “Então veio este Sesbazar, e pôs os fundamentos da casa de Deus, que está em Jerusalém, e desde então para cá se está reedificando....”
Aqueles que amam a obra do Senhor são sempre disponíveis (2ª Tm 4.12; Tt 3.12; 2ª Tm 4.19; At 18.1-3,24-28).

CONCLUSÃO
Todos nós estamos sujeitos à enfrentar algum tipo de oposição, principalmente quando estamos exercendo alguma função de liderança. O arqui-inimigo do povo de Deus utiliza-se de todos os artifícios possíveis para tentar deter o avanço da obra. No entanto, aprendemos com Esdras que devemos confiar em Deus, orar, vigiar e continuar trabalhando (Ne 2.20).

FONTE DE PESQUISA

1. ALMEIDA, Trad. João Ferreira. Bíblia Sagrada BÍBLIA SHEDD.
2. BERGSTÉN Eurico. O despertamento renova o altar. Lições Bíblicas do 3° trimestre de 2020 - CPAD.
3. Bíblia Online - ACF - Almeida Corrigida Fiel. https://www.bibliaonline.com.br/acf
4. BARBER, Cyril J. Neemias e a dinâmica da liderança eficaz, Vida. 2010.
5. RENOVATO, Elinaldo. Livro de Neemias, Integridade e Coragem em Tempos de Crise, CPAD. 2011.
6. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. 1997. Rio de Janeiro RJ.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. 2010
7. LOPES, Hernandes Dias. Neemias o líder que restaurou uma nação. São Paulo: Hagnos, 2006.
8. PACKER, J. I. Neemias paixão pela fidelidade. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.

segunda-feira, 20 de julho de 2020

O CHAMADO DIVINO PARA O MINISTÉRIO



1º Reis 19.19-21:Partiu, pois, Elias dali, e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele, e ele estava com a duodécima; e Elias passou por ele, e lançou a sua capa sobre ele.20 Então deixou ele os bois, e correu após Elias; e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe, e então te seguirei. E ele lhe disse: Vai, e volta; pois, que te fiz eu? 21 Voltou, pois, de o seguir, e tomou a junta de bois, e os matou, e com os aparelhos dos bois cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram; então se levantou e seguiu a Elias, e o servia”.

INTRODUÇÃO.
Um proeminente ministro do evangelho, sofrendo de uma enfermidade crônica, foi aconselhado pelo seu médico a afastar-se das atividades pastorais, tendo em vista o prolongamento de sua vida.

Acredito que, se o senhor seguir a minha orientação, ainda possa sobreviver cerca de seis anos; caso contrário, é possível que o nobre pastor tenha menos de três anos de vida – disse-lhe o médico em tom grave.

Ele retrucou: - Bem, doutor, aprecio e agradeço a sua franqueza, mas prefiro viver dois ou três anos na Seara do Mestre, a me entregar a uma ociosidade estéril.  (Manancial de Ilustrações)

I. DEVE SER PLENAMENTE COMPREENDIDO

1. Elizeu compreendeu o gesto de Elias.
1.1. Jogar o manto. Um ato simbólico que significava que o poder e a autoridade de Elias passavam a Elizeu.

1.2. “Vai e volta; pois já sabes o que fiz contigo”.

2. A pessoa que é chamada para o ministério deve entender as implicações deste chamado:
2.1. Poderá passar por provações e privações.
2.2. Nem sempre será popular – Elias: Perturbador de Israel.
2.3. É muito mais do que receber um título.
2.4. Exige sacrifício de outros interesses.
·         Nenhum outro interesse pode fazer-nos fugir do chamado.
·         Elizeu liquidou seus negócios como lavrador.
·         Não pode voltar atrás.

II. DEVE SER MAIS FORTE DO QUE LAÇOS EMOCIONAIS ANTIGOS

1. Elizeu precisou deixar sua família.
1.1. Abraão só saiu a peregrinar após a morte de seu pai. Gn 12.1 “Ora o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.”
1.2. O homem de Lucas.E disse a outro: Segue-me. Mas ele respondeu: Senhor, deixa que primeiro eu vá a enterrar meu pai” (Lc 9.59).
·         “Permita-me primeiro sepultar meu pai”.
·         “Não posso ser teu discípulo enquanto meu pai estiver vivo” (NTI).
1.3. “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim”.

2. Nenhum laço emocional deve impedir-nos de cumprir a missão.

III. GARANTE-NOS O RESPALDO DIVINO NO CUMPRIMENTO DA MISSÃO

1. Elizeu recebeu unção.
1.1. Para ministrar a Palavra.
1.2. Para treinar novos profetas.

2. Autoridade.
2.1. Sobre as forças da natureza – machado que flutuou.
2.2. Para realizar milagres.

3. Deus manifestou seu juízo através de Elizeu.
3.1. Geazi ficou leproso como castigo por sua mentira e por tentar tirar proveito próprio do ministério.
3.2. Os 42 rapazinhos que foram mortos por duas ursas.
3.3. Capitão atropelado na porta de Samaria.

4. A presença constante de Deus.

CONCLUSÃO. Você sente o chamado para o ministério? Já atendeu este chamado? Já se dispôs a obedecê-lo? Já compreendeu todas as implicações deste chamado?
Não deixe de atender ao chamado divino!

quinta-feira, 16 de julho de 2020

JESUS O VERBO DE DEUS



1. O significado da palavra Verbo. O vocábulo “Verbo” no original grego (logos), na Bíblia Almeida Corrigida Fiel (ACF) é traduzido por “Palavra”.


A expressão “logos”, se origina do hebraico “dabhar” o mesmo que, “palavra”; todavia a raiz desta expressão dabhar significa: “é aquilo que esta por traz”. Para os Judeus o dabhar de um homem era considerado como: “uma extensão da sua personalidade, e além, disso, como algo que possui uma existência substancial toda própria, ou seja, o dabhar de um ser (a palavra) expressa o que Ele é à medida que Ele fala! E João foi o único a perceber o que estava por traz daquele homem chamado Jesus! Todavia, João conseguiu ver um homem capaz de sentir compaixão, dor e cansaço como qualquer um ser humano normal. Porém à medida que este homem 100% humano falava, Sua vós expressava algo substancial, próprio e incomum, algo que denunciava sua verdadeira Natureza Divina.

Para os gregos o “logos” era um princípio divino que governava o universo. O vocábulo por si só significa: “razão, palavra, pensamento” etc… Não tem correspondente em língua moderna. O “logos” da filosofia era impessoal, mas o de João é uma pessoa. O “logos” da filosofia não é o mesmo de João 1.1.

O verbo grego logos para o filósofo Platão, significa a ideia universal e absoluta, para Filos o logos era a sabedoria de Deus.

Logos para João é uma pessoa, que comunica a realidade de Deus aos homens pela sua encarnação e sacrifício na cruz. Logos é a perfeita expressão de Deus. A revelação do A.T. era perfeita, mas incompleta. No N.T. é perfeita e completa. Logos é um verbo de ligação é aquilo que esta por traz. É só João que emprega este nome, que mostra Cristo como Revelação da vontade de Divina, ao salvar, ao julgar, ao aniquilar toda a iniquidade, e ao criar de novo todas as coisas. Por esta razão João Batista utilizou literalmente essa expressão ao dizer: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29,36).

1.1. Ninguém jamais havia visto a Deus. Jesus é o melhor exegeta porque Ele mesmo, sendo Deus, também se fez ser humano a fim de poder nos mostrar Deus, “porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade” (Cl 2.9).

O Verbo Eterno tornou-se Filho encarnado, quando foi gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria, cumprindo-se assim a promessa de Deus: “Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (Sl 2.7; At 13.33). A partir daí “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14). A ideia de João 1.1 é progressiva, uma declaração vai esclarecendo a anterior até culminar com a declaração enfática: “e o Verbo era Deus”.

Na tradução do Novo Mundo eles vertem a Palavra "era [um] deus” com letra minúscula. Tal (ter) versão os torna um movimento religioso heterodoxo politeísta.

O próprio Jeová declara em sua Palavra: “antes de mim Deus nenhum se formou e depois de mim nenhum haverá” (Is 43.10); “além de mim não há Deus” (Is 44.6). O que fazem agora as Testemunhas de Jeová com Jesus? Há um só Deus verdadeiro (Jo 17.3), as demais divindades são falsas.

Em Apocalipse, João vê o Senhor Jesus ressurreto no céu e diz: “Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus.” (Ap 19.13).

Uma veste salpicada de sangue pode falar da morte redentora de Cristo na Cruz (Ap 7.9) ou de seu pisar no lagar do vinho do furor e da ira do Deus (Ap 19.15; 14.19,20), ou ambos. O Verbo de Deus não pode ser o nome que ninguém conhece, a não ser Cristo (Ap 19.12), porque aquele nome é revelado em João 1.1,14.

1.2. Essa passagem é o tropeço das Testemunhas de Jeová. Na tradução do Novo Mundo, eles vertem a Palavra “era [um] deus” com letra minúscula. Tal (ter) versão os torna um movimento religioso heterodoxo politeísta.

O leitor pouco informado tem a impressão de que Jesus é um “deus” menor, contrariando abertamente Isaías 43.10 onde próprio Jeová declara em Sua Palavra: “antes de mim Deus nenhum se formou e depois de mim nenhum haverá” (Is 43.10); “além de mim não há Deus” (Is 44.6). O que fazem agora as Testemunhas de Jeová com Jesus? Há um só Deus verdadeiro (Jo 17.3), as demais divindades são falsas.

Em Apocalipse, João vê o Senhor Jesus ressurreto no céu e diz: “Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus.” (Ap 19.13).

Uma veste salpicada de sangue pode falar da morte redentora de Cristo na Cruz (Ap 7.9) ou de seu pisar no lagar do vinho do furor e da ira do Deus (Ap 19.15; 14.19,20), ou ambos. O Verbo de Deus não pode ser o nome que ninguém conhece, a não ser Cristo (Ap 19.12), porque aquele nome é revelado em João 1.1,14.

É óbvio que a “geração” de um “deus” com letra minúscula implicaria que um “deus não tão verdadeiro” (mesmo que não fosse pagão) surgiu em algum momento da eternidade, apesar da certeza que Yahweh deu de que isso jamais ocorreria.

Como bem destacou o erudito F. F. Bruce sobre a correta tradução do referido texto do evangelho de João:

A estrutura da terceira frase do versículo 1, theos en ho logos [Deus era o Verbo], requer a tradução o Verbo era Deus. Já que logos é precedido do artigo [ho], ele é identificado como sujeito. O fato de theos ser a primeira palavra depois da conjunção kai (e) mostra que a ênfase principal da frase está N’ele. Se tanto theos como logos fossem precedidos de artigo, o significado seria que o Verbo é completamente idêntico a Deus, o que é impossível se o Verbo também está com Deus. A paráfrase da NEB [New English Bible]: “Tudo o que Deus era, a Palavra era” transmite o sentido da frase da melhor maneira que uma paráfrase pode fazê-lo […] Portanto, quando céu e terra foram criados, o Verbo de Deus estava lá, já existia em relação íntima com Ele e fazia parte de Sua essência. Não importa até onde tentemos fazer voltar nossa imaginação, nunca alcançaremos um ponto em que poderemos dizer do Verbo Divino, como Ário: ‘Houve um dia em que ele não era’.

Para os Tjs, Deus com letra maiúscula é Jeová e deus com letra minúscula é Jesus. Se Jesus é um deus com letra minúscula na tradução novo mundo, para negar a Divindade de Cristo, porque na sua própria tradução em Isaías 9.6, Jesus é chamado de “... Deus Forte...” com letra MAIÚSCULA? Será que eles podem responder? Ou eles esquecerão de mudar mais uma vez sua tradução?


Jesus é Deus todo poderoso. Ele tem todo o poder e toda a autoridade de Deus. Mas Deus decidiu vir à terra como um homem, para nos salvar. Essa é uma grande maravilha: Deus, em todo seu poder, nos ama tanto que veio a sofreu conosco. O próprio Deus levou nossos pecados na cruz.

2. A eternidade do verbo. O apóstolo João, ao escrever o seu evangelho, deixa-nos isto bem claro ao afirmar que: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.” (Jo 1.1-3).

Quando tudo teve o seu começo, o verbo estava lá, não como alguém que passou a existir, mas como o agente de tudo o que veio à existência. O verbo não foi causado, mas ele é causa de tudo o que existe. O verbo não foi criado antes de todas as coisas, mas é o criador do universo no princípio. Se antes do princípio descortinava-se a eternidade e se o verbo já existia antes do começo de tudo, o verbo é eterno. A eternidade é um atributo exclusivo de Deus. Só Deus é eterno!

3. Antes da criação o Verbo estava com Deus. “Ele estava no princípio com Deus.” (Jo 1.2). Jesus Cristo pode nos apresentar e explicar o Deus invisível porque Ele estava com Ele no princípio e O conhece perfeitamente.

Marcos principia seu Evangelho com o ministério de João Batista. Mateus começa com Abraão. Lucas vai até Adão. Gênesis inicia com a criação de tudo. Mas João nos leva até antes da criação, quando o Verbo estava no seio do Pai (vs. 1, 18), antes de existir nosso universo.

No princípio criou Deus os céus e a terra (Gn 1.1). No princípio, refere-se a um ato; fala de uma existência antes de haver criação; aquilo que não “começou a ser”, mas era essencialmente (grego, “een”, não “egeneto” antes de ser manifestado (1ª Jo 1.2); respondendo a “aquele que é desde o princípio” (1ª Jo 2.13), assim o Evangelho de João, Jo 1.1, “No princípio era a Palavra”. Pv 8.23: “Desde a eternidade eu fui ungido; desde o princípio; desde antes do surgimento da terra” Ele estava presente na criação. Jesus tinha existido eternamente com Deus. Ele estava “com” Deus. Ele “era Deus”.

4. Jesus é O Criador? O Antigo Testamento apresenta Deus como Criador do universo: Gênesis 1.1: “No princípio, criou Deus os céus e a terra.” (Veja Isaías 40.25-26, 28).

Quando Jesus disse aos primeiros cristãos que Ele era Aquele através do qual todas as coisas foram criadas, eles entenderam claramente que Jesus é Deus. Então, Colossenses 1.16 o apóstolo Paulo dá o detalhe adicional de que Deus criou: “Nele foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio d’Ele e para Ele”.

Cristo é a representação exata de Deus Pai, tendo a mesma natureza. Jesus afirmou ser tudo o que Deus é, e os discípulos creram e assim ensinaram. Eles entenderam que Jesus era “a expressão exata do seu Ser [do Pai]” (Hb 1.3, ARA) e “a imagem do Deus invisível” (Cl 1.15), e que “em Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9, NVI). Os discípulos entenderam exatamente quem Ele era e ainda mais por causa de Suas próprias palavras e ações. Não havia dúvida em suas mentes. Eles tinham visto e provado uma e outra vez. Eles iriam para sua empreitada de martírio com essa convicção.

Existe algum sentido em que tudo o que o Pai faz, o Filho e o Espírito também, e vice-versa. Eles estão sempre em perfeita harmonia a cada momento, e todos os três equivalem a um só Deus (Dt 6.4). Saber que Cristo é Deus e tem todos os atributos de Deus ajuda a nossa compreensão de Jesus como o Criador.

5. A divindade do Verbo. “… e o verbo era Deus” (Jo 1.1). O verbo não é apenas Eterno e pessoal, mas, também, Divino. Ele é Deus. Ele é a causa não causada. Ele é origem de todas as coisas. Ele o Criador do universo. Ele é o Verbo, ou seja, o agente criador de tudo que existe, das coisas visíveis e invisíveis. O Deus único e verdadeiro constitui-se em três Pessoas distintas, porém, iguais, da mesma essência e substância. O verbo não é uma criatura, mas o Criador. Ele não é um ser inferior a Deus, mas o próprio Deus. Embora, distinto do Deus Pai, é da mesma essência e substância. Ele é divino!

6. O Verbo se fez carne e habitou entre nós. No AT, Jesus é a expressão criadora de Deus. No NT, Jesus é Deus encarnado. Jesus é a Palavra de Deus em ação. O Verbo Eterno (Sl 33.6; Sl 107.20; Is 55.11).

“E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós...” Portanto, o apóstolo João afirma que O logos se fez carne (tabernaculou) e habitou conosco, (Jo 1.14), junto de nós, e vimos Sua glória, isto é, como a glória do unigênito do Pai. Com Seus feitos e palavras; e com Sua vida, morte e ressurreição, Jesus nos mostra a glória de Deus. A beleza dos atributos perfeitos e santos do Deus infinito podiam ser vistos no Jesus histórico, revelado a nós de forma especial nos evangelhos.

No princípio o verbo estava em total e perfeita comunhão com Deus. A expressão grega “pros ton Theo traz a ideia que o verbo estava face a face com Deus. Como Deus é uma pessoa e não uma energia, o verbo é uma pessoa. O verbo é Jesus, a segunda Pessoa da Trindade. Isso significa que antes da encarnação do verbo, ele já existia e, isso, desde toda a eternidade e em plena comunhão com o Pai. Jesus como Deus não passou a existir depois que nasceu em Belém. Ele é o Pai da eternidade. Nas palavras do Concílio de Nicéia, ele é co-igual, co-eterno e consubstancial com o Pai.

7. Jesus nos dá graça sobre graça (1.15-16). Somos pecadores. Deus é santo. Como é possível, então, que ao conhecer o Deus invisível não sejamos consumidos como alvos de sua ira justa? Isso só é possível porque na cruz Jesus conquistou salvação para nos dar de graça. Recebemos a lei por meio de Moisés. A graça que salva, no entanto, encontramos somente em Jesus Cristo (Jo 1.17).

8. Jesus veio revelar o Pai. “Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito, que está junto do Pai, o tornou conhecido.” (Jo 1.18 NVI).

Os versículos que ensinam que ninguém pode ver a Deus referem-se ao homem mortal nesta vida. Até mesmo a Moisés foi recusado esse privilégio (Êx 33.23). O homem mortal não tem condições para ser exposto assim. Entretanto, o que o mortal não pode ver nesta vida, o homem imortal verá na próxima vida (1ª Co 13.12; Ap 22.4). Esta pressuposição consistente do AT é que Deus não pode ser visto, ou mais precisamente, se um ser humano pecador o visse, este morreria (Cf. Êx 33.20; Dt 4.12; Sl 97.2). Mas, João acrescenta o monogenês (Unigênito, muito amado, único do seu gênero) Deus o tornou conhecido. Isto significa que o Filho amado, a Palavra encarnada, o próprio Deus, enquanto estando ao lado do Pai conforme o (v. 1), quebrou a barreira que tornava impossível para seres humanos ver a Deus e o tornou conhecido. O Verbo que está no “seio do Pai” é o que tornou Deus ἐμεγήζαην (conhecido). Exegese deriva desse termo grego: assim podemos dizer que Jesus é a exegese de Deus. Neste sentido, quer dizer que Jesus é a narração de Deus. Da mesma forma que Jesus dá vida e é a vida, Ele ressuscita os mortos e é a ressurreição, dá pão e é o pão, fala a verdade e é a verdade, assim quando Ele fala a palavra. Ele é a Palavra.

O Pai é invisível para nós e, portanto, desconhecido. Para resolver esse problema de nossa ignorância com relação a Deus, Jesus Cristo veio como a melhor e mais perfeita revelação de Deus. Esta declaração é provavelmente feita para mostrar a superioridade da revelação de Jesus acima da de qualquer dispensação anterior. Jesus “tinha um conhecimento íntimo de Deus”, que nem Moisés nem nenhum dos profetas antigos possuíam. Deus é invisível: nenhum olho humano o viu; mas Cristo tinha um conhecimento de Deus que pode ser expresso em nossa apreensão ao dizer que Ele o viu. Ele o conhecia íntima e completamente e, portanto, estava preparado para fazer uma manifestação mais completa dele. (Ver João 5.37; João 6.46; 1ª João 4.12; Êxodo 33.20; João 14.9. Esta passagem não pretende negar que os homens haviam testemunhado “manifestações” de Deus, como quando Ele apareceu a Moisés e aos profetas (compare Números 12.8; Isaías 6.1-13); mas significa que ninguém viu a essência de Deus ou “conheceu a Deus completamente”. Os profetas entregaram o que “ouviram” Deus falar; Jesus o que ele sabia de Deus como seu igual e como entendendo plenamente a natureza. Portanto, Jesus veio de Deus porque Ele é Deus encarnado! Amem!


Pr. Elias Ribas Dr. em Teologia
Assembléia de Deus
Blumenau SC