1. O significado da palavra Verbo. O vocábulo
“Verbo” no original grego (logos), na
Bíblia Almeida Corrigida Fiel (ACF) é traduzido por “Palavra”.
A
expressão “logos”, se origina do
hebraico “dabhar” o mesmo que,
“palavra”; todavia a raiz desta expressão dabhar
significa: “é aquilo que esta por traz”. Para os Judeus o dabhar de um homem era considerado como: “uma extensão da sua
personalidade, e além, disso, como algo que possui uma existência substancial
toda própria, ou seja, o dabhar de um
ser (a palavra) expressa o que Ele é à medida que Ele fala! E João foi o único
a perceber o que estava por traz daquele homem chamado Jesus! Todavia, João
conseguiu ver um homem capaz de sentir compaixão, dor e cansaço como qualquer
um ser humano normal. Porém à medida que este homem 100% humano falava, Sua vós
expressava algo substancial, próprio e incomum, algo que denunciava sua
verdadeira Natureza Divina.
Para
os gregos o “logos” era um princípio
divino que governava o universo. O vocábulo por si só significa: “razão,
palavra, pensamento” etc… Não tem correspondente em língua moderna. O “logos” da filosofia era impessoal, mas o
de João é uma pessoa. O “logos” da
filosofia não é o mesmo de João 1.1.
O verbo grego logos
para o filósofo Platão, significa a ideia universal e absoluta, para Filos o logos era a sabedoria de Deus.
Logos para João é uma pessoa, que comunica a realidade de
Deus aos homens pela sua encarnação e sacrifício na cruz. Logos é a perfeita
expressão de Deus. A revelação do A.T. era perfeita, mas incompleta. No N.T. é
perfeita e completa. Logos
é um verbo de ligação é aquilo que esta por traz. É só João que emprega este
nome, que mostra Cristo como Revelação da vontade de Divina, ao salvar, ao
julgar, ao aniquilar toda a iniquidade, e ao criar de novo todas as coisas. Por
esta razão João Batista utilizou literalmente essa expressão ao dizer: “Eis o
Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29,36).
1.1. Ninguém jamais havia visto a
Deus. Jesus é o melhor exegeta porque Ele mesmo, sendo
Deus, também se fez ser humano a fim de poder nos mostrar Deus, “porquanto,
nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade” (Cl 2.9).
O
Verbo Eterno tornou-se Filho encarnado, quando foi gerado pelo Espírito Santo
no ventre de Maria, cumprindo-se assim a promessa de Deus: “Tu és meu Filho, eu
hoje te gerei” (Sl 2.7; At 13.33). A partir daí “o Verbo se fez carne e habitou
entre nós” (Jo 1.14). A ideia de João 1.1 é progressiva, uma declaração vai
esclarecendo a anterior até culminar com a declaração enfática: “e o Verbo era
Deus”.
Na tradução do Novo Mundo eles vertem a
Palavra "era [um] deus” com letra minúscula. Tal (ter) versão os torna um
movimento religioso heterodoxo politeísta.
O
próprio Jeová declara em sua Palavra: “antes de mim Deus nenhum se formou e
depois de mim nenhum haverá” (Is 43.10); “além de mim não há Deus” (Is 44.6). O
que fazem agora as Testemunhas de Jeová com Jesus? Há um só Deus verdadeiro (Jo
17.3), as demais divindades são falsas.
Em
Apocalipse, João vê o Senhor Jesus ressurreto no céu e diz: “Está vestido com
um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus.” (Ap 19.13).
Uma
veste salpicada de sangue pode falar da morte redentora de Cristo na Cruz (Ap
7.9) ou de seu pisar no lagar do vinho do furor e da ira do Deus (Ap 19.15;
14.19,20), ou ambos. O Verbo de Deus não pode ser o nome que ninguém conhece, a
não ser Cristo (Ap 19.12), porque aquele nome é revelado em João 1.1,14.
1.2. Essa passagem é o tropeço das
Testemunhas de Jeová. Na tradução do Novo Mundo, eles vertem a
Palavra “era [um] deus” com letra minúscula. Tal (ter) versão os torna um movimento
religioso heterodoxo politeísta.
O
leitor pouco informado tem a impressão de que Jesus é um “deus” menor, contrariando
abertamente Isaías 43.10 onde próprio Jeová
declara em Sua Palavra: “antes de mim Deus nenhum se formou e depois de mim
nenhum haverá” (Is 43.10); “além de mim não há Deus” (Is 44.6). O que fazem
agora as Testemunhas de Jeová com Jesus? Há um só Deus verdadeiro (Jo 17.3), as
demais divindades são falsas.
Em
Apocalipse, João vê o Senhor Jesus ressurreto no céu e diz: “Está vestido com
um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus.” (Ap 19.13).
Uma
veste salpicada de sangue pode falar da morte redentora de Cristo na Cruz (Ap
7.9) ou de seu pisar no lagar do vinho do furor e da ira do Deus (Ap 19.15;
14.19,20), ou ambos. O Verbo de Deus não pode ser o nome que ninguém conhece, a
não ser Cristo (Ap 19.12), porque aquele nome é revelado em João 1.1,14.
É
óbvio que a “geração” de um “deus” com letra minúscula implicaria que um “deus
não tão verdadeiro” (mesmo que não fosse pagão) surgiu em algum momento da
eternidade, apesar da certeza que Yahweh
deu de que isso jamais ocorreria.
Como bem destacou o erudito F. F. Bruce sobre a correta tradução do
referido texto do evangelho de João:
A estrutura da terceira frase do versículo 1, theos en ho logos [Deus era o Verbo], requer a tradução o Verbo era
Deus. Já que logos é precedido do
artigo [ho], ele é identificado como
sujeito. O fato de theos ser a
primeira palavra depois da conjunção kai
(e) mostra que a ênfase principal da frase está N’ele. Se tanto theos como logos fossem precedidos de artigo, o significado seria que o Verbo
é completamente idêntico a Deus, o que é impossível se o Verbo também está com
Deus. A paráfrase da NEB [New English Bible]: “Tudo o que Deus era, a Palavra
era” transmite o sentido da frase da melhor maneira que uma paráfrase pode
fazê-lo […] Portanto, quando céu e terra foram criados, o Verbo de Deus estava
lá, já existia em relação íntima com Ele e fazia parte de Sua essência. Não
importa até onde tentemos fazer voltar nossa imaginação, nunca alcançaremos um
ponto em que poderemos dizer do Verbo Divino, como Ário: ‘Houve um dia em que
ele não era’.
Para
os Tjs, Deus com letra maiúscula é Jeová e deus com letra minúscula é Jesus. Se
Jesus é um deus com letra minúscula na tradução novo mundo, para negar a
Divindade de Cristo, porque na sua própria tradução em Isaías 9.6, Jesus é
chamado de “... Deus Forte...” com letra MAIÚSCULA? Será que eles podem
responder? Ou eles esquecerão de mudar mais uma vez sua tradução?
Jesus é Deus todo poderoso. Ele tem todo o
poder e toda a autoridade de Deus. Mas Deus decidiu vir à terra como um homem,
para nos salvar. Essa é uma grande maravilha: Deus, em todo seu poder, nos ama
tanto que veio a sofreu conosco. O próprio Deus levou nossos pecados na cruz.
2. A eternidade do
verbo. O apóstolo João, ao escrever o seu evangelho,
deixa-nos isto bem claro ao afirmar que: “No princípio era o Verbo, e o Verbo
estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as
coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.” (Jo
1.1-3).
Quando tudo teve o seu começo, o verbo estava lá, não como alguém que
passou a existir, mas como o agente de tudo o que veio à existência. O verbo
não foi causado, mas ele é causa de tudo o que existe. O verbo não foi criado
antes de todas as coisas, mas é o criador do universo no princípio. Se antes do
princípio descortinava-se a eternidade e se o verbo já existia antes do começo
de tudo, o verbo é eterno. A eternidade é um atributo exclusivo de Deus. Só
Deus é eterno!
3. Antes da criação o Verbo estava
com Deus. “Ele estava no princípio com Deus.” (Jo 1.2). Jesus Cristo pode nos
apresentar e explicar o Deus invisível porque Ele estava com Ele no princípio e
O conhece perfeitamente.
Marcos
principia seu Evangelho com o ministério de João Batista. Mateus começa com
Abraão. Lucas vai até Adão. Gênesis inicia com a criação de tudo. Mas João nos
leva até antes da criação, quando o Verbo estava no seio do Pai (vs. 1, 18), antes
de existir nosso universo.
No
princípio criou Deus os céus e a terra (Gn 1.1). No princípio, refere-se a um
ato; fala de uma existência antes de haver criação; aquilo que não “começou a
ser”, mas era essencialmente (grego, “een”,
não “egeneto” antes de ser
manifestado (1ª Jo 1.2); respondendo a “aquele que é desde o princípio” (1ª Jo
2.13), assim o Evangelho de João, Jo 1.1, “No princípio era a Palavra”. Pv 8.23:
“Desde a eternidade eu fui ungido; desde o princípio; desde antes do surgimento
da terra” Ele estava presente na
criação. Jesus tinha existido eternamente com Deus. Ele estava “com” Deus. Ele
“era Deus”.
4.
Jesus é O Criador? O Antigo
Testamento apresenta Deus como Criador do universo: Gênesis 1.1: “No princípio,
criou Deus os céus e a terra.” (Veja Isaías 40.25-26, 28).
Quando Jesus disse aos primeiros cristãos que Ele
era Aquele através do qual todas as coisas foram criadas, eles entenderam
claramente que Jesus é Deus. Então, Colossenses 1.16 o apóstolo Paulo dá o
detalhe adicional de que Deus criou: “Nele foram criadas todas
as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos,
sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio
d’Ele e para Ele”.
Cristo é a representação exata de Deus Pai, tendo a
mesma natureza. Jesus afirmou ser tudo o que Deus é, e os discípulos creram e
assim ensinaram. Eles entenderam que Jesus era “a expressão exata do seu Ser
[do Pai]” (Hb 1.3, ARA) e “a imagem do Deus invisível” (Cl 1.15), e que “em
Cristo habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9, NVI). Os
discípulos entenderam exatamente quem Ele era e ainda mais por causa de Suas
próprias palavras e ações. Não havia dúvida em suas mentes. Eles tinham visto e
provado uma e outra vez. Eles iriam para sua empreitada de martírio com essa
convicção.
Existe algum sentido em que tudo o que o Pai faz, o
Filho e o Espírito também, e vice-versa. Eles estão sempre em perfeita harmonia
a cada momento, e todos os três equivalem a um só Deus (Dt 6.4). Saber que
Cristo é Deus e tem todos os atributos de Deus ajuda a nossa compreensão de
Jesus como o Criador.
5.
A divindade do Verbo. “… e o verbo
era Deus” (Jo 1.1). O verbo não é apenas Eterno e pessoal, mas, também, Divino.
Ele é Deus. Ele é a causa não causada. Ele é origem de todas as coisas. Ele o
Criador do universo. Ele é o Verbo, ou seja, o agente criador de tudo que
existe, das coisas visíveis e invisíveis. O Deus único e verdadeiro
constitui-se em três Pessoas distintas, porém, iguais, da mesma essência e
substância. O verbo não é uma criatura, mas o Criador. Ele não é um ser
inferior a Deus, mas o próprio Deus. Embora, distinto do Deus Pai, é da mesma
essência e substância. Ele é divino!
6. O Verbo se fez carne e habitou
entre nós. No AT, Jesus é a expressão criadora de Deus. No NT,
Jesus é Deus encarnado. Jesus é a Palavra de Deus em ação. O Verbo Eterno (Sl
33.6; Sl 107.20; Is 55.11).
“E
o Verbo se fez carne, e habitou entre nós...” Portanto, o apóstolo João afirma
que O logos se fez carne
(tabernaculou) e habitou conosco, (Jo 1.14), junto de nós, e vimos Sua glória,
isto é, como a glória do unigênito do Pai. Com Seus feitos e palavras; e com Sua
vida, morte e ressurreição, Jesus nos mostra a glória de Deus. A beleza dos
atributos perfeitos e santos do Deus infinito podiam ser vistos no Jesus
histórico, revelado a nós de forma especial nos evangelhos.
No
princípio o verbo estava em total e perfeita comunhão com Deus. A expressão
grega “pros ton Theo” traz a ideia que o verbo estava face a
face com Deus. Como Deus é uma pessoa e não uma energia, o verbo é uma pessoa.
O verbo é Jesus, a segunda Pessoa da Trindade. Isso significa que antes da
encarnação do verbo, ele já existia e, isso, desde toda a eternidade e em plena
comunhão com o Pai. Jesus como Deus não passou a existir depois que nasceu em
Belém. Ele é o Pai da eternidade. Nas palavras do Concílio de Nicéia, ele é
co-igual, co-eterno e consubstancial com o Pai.
7. Jesus nos dá graça sobre graça
(1.15-16). Somos pecadores. Deus é santo. Como é possível,
então, que ao conhecer o Deus invisível não sejamos consumidos como alvos de
sua ira justa? Isso só é possível porque na cruz Jesus conquistou salvação para
nos dar de graça. Recebemos a lei por meio de Moisés. A graça que salva, no
entanto, encontramos somente em Jesus Cristo (Jo 1.17).
8. Jesus veio revelar o Pai. “Ninguém jamais viu a Deus, mas o Deus Unigênito,
que está junto do Pai, o tornou conhecido.” (Jo 1.18 NVI).
Os versículos que ensinam que ninguém pode ver a
Deus referem-se ao homem mortal nesta vida. Até mesmo a Moisés foi recusado
esse privilégio (Êx 33.23). O homem mortal não tem condições para ser exposto
assim. Entretanto, o que o mortal não pode ver nesta vida, o homem imortal verá
na próxima vida (1ª Co 13.12; Ap 22.4). Esta pressuposição
consistente do AT é que Deus não pode ser visto, ou mais precisamente, se um
ser humano pecador o visse, este morreria (Cf. Êx 33.20; Dt 4.12; Sl 97.2).
Mas, João acrescenta o monogenês (Unigênito,
muito amado, único do seu gênero) Deus o tornou conhecido. Isto significa que o
Filho amado, a Palavra encarnada, o próprio Deus, enquanto estando ao lado do
Pai conforme o (v. 1), quebrou a barreira que tornava impossível para seres
humanos ver a Deus e o tornou conhecido. O Verbo que está no “seio do Pai” é o
que tornou Deus ἐμεγήζαην
(conhecido). Exegese deriva desse termo grego: assim podemos dizer que Jesus é
a exegese de Deus. Neste sentido, quer dizer que Jesus é a narração de Deus. Da
mesma forma que Jesus dá vida e é a vida, Ele ressuscita os mortos e é a ressurreição,
dá pão e é o pão, fala a verdade e é a verdade, assim quando Ele fala a
palavra. Ele é a Palavra.
O
Pai é invisível para nós e, portanto, desconhecido. Para resolver esse problema
de nossa ignorância com relação a Deus, Jesus Cristo veio como a melhor e mais
perfeita revelação de Deus. Esta declaração é provavelmente feita para mostrar
a superioridade da revelação de Jesus acima da de qualquer dispensação
anterior. Jesus “tinha um conhecimento íntimo de Deus”,
que nem Moisés nem nenhum dos profetas antigos possuíam. Deus é invisível:
nenhum olho humano o viu; mas Cristo tinha um conhecimento de Deus que pode ser
expresso em nossa apreensão ao dizer que Ele o viu. Ele o conhecia íntima e
completamente e, portanto, estava preparado para fazer uma manifestação mais
completa dele. (Ver João 5.37; João 6.46; 1ª João 4.12;
Êxodo 33.20; João 14.9.
Esta passagem não pretende negar que os homens haviam testemunhado “manifestações”
de Deus, como quando Ele apareceu a Moisés e aos profetas (compare Números 12.8; Isaías 6.1-13);
mas significa que ninguém viu a essência de Deus ou “conheceu a Deus
completamente”. Os profetas entregaram o que “ouviram” Deus falar; Jesus o que
ele sabia de Deus como seu igual e como entendendo plenamente a natureza. Portanto, Jesus veio de Deus porque Ele é Deus encarnado! Amem!
Pr. Elias Ribas Dr. em Teologia
Assembléia de Deus
Blumenau SC
Blumenau SC