TEOLOGIA EM FOCO: janeiro 2025

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

A DOUTRINA SANTA

 

Am 8.11 “Eis que vêm dias, diz o Senhor Jeová, em que enviarei fome sobre a terra, não fome de pão, nem sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor.” 

INTRODUÇÃO:

O profeta é um homem escolhido por Deus para proclamar a Palavra de Deus para o povo. Ele precisa ter ouvido para Deus e boca para o povo.

Amós profetisa para o final dos tempos, que haveria fome da Palavra. 

I. O PÃO DO CEU 

1. O povo seguia Jesus não pelo ensino da Sua doutrina, mas pelo pão que Jesus repartia. 

Jo 6.26 “Jesus respondeu e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais não pelos sinais que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes.” 

Muitos vem a Igreja hoje por interesse, mas não para servir a Deus. 

2. Muitos trabalham para si, mas não para o reino de Deus. 

Jo 6.27 “Trabalhai não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará, porque a este o Pai, Deus, o selou.” 

3. O que faço para fazer a obra de Deus Ele nos chama e nos dá uma vocação. 

Jo 6.28 “Disseram-lhe, pois: Que faremos para executarmos as obras de Deus?” 

4. Para fazer a obra de Deus precisamos crer.

Jo 6.29 “Jesus respondeu e disse-lhes: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele enviou.” 

5. Pediram um sinal para crer. Não podemos ser incrédulos.

Jo 6.30 “Disseram-lhe, pois: Que sinal, pois, fazes tu, para que o vejamos, e creiamos em ti? Que operas tu?” 

6. O povo israelita comeu um pão literal. Jo 6.31 “Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer o pão do céu. 

7. Jesus é o pão do céu. Jo 6.32 “Disse-lhes, pois, Jesus: Na verdade, na verdade vos digo que Moisés não vos deu o pão do céu, mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu.” 

O pão que desce do céu é que dá vida eterna. 

8. O pão que desceu do céu é que dá a vida eterna. Jo 6.33 “Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo. 

9. O povo pediu a Jesus o pão do céu. Jo 6.34 “Disseram-lhe, pois: Senhor, dá-nos sempre desse pão.”

10. Jesus é o pão céu, o alimento espiritual. Jo 6.35 “E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede.. 35 E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede.” 

II. O POVO DE BERÉIA EXAMINAVA AS ESCRITURAS 

At 17.10-12 “E logo os irmãos enviaram de noite Paulo e Silas a Bereia; e eles, chegando lá, foram à sinagoga dos judeus. 11 Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim. 12 De sorte que creram muitos deles, e também mulheres gregas da classe nobre, e não poucos varões.” 

A Lei durou até João Batista, mas a graça veio por meio de Cristo Jesus.

Lc 16.16 “A Lei e os Profetas duraram até João; desde então, é anunciado o Reino de Deus, e todo homem emprega força para entrar nele. 

Rm 11.6 “Mas, se é por graça, já não é pelas obras; de outra maneira, a graça já não é graça.” 

III. A VERDADEIRA DOUTRINA É ENSINA PELA UNÇÃO DO ESPÍRITO 

1ª Jo 2.27 “E a unção que vós recebestes dele fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis.” 

O novo concerto. Hb 8.10 “Porque este é o concerto que, depois daqueles dias, farei com a casa de Israel, diz o Senhor: porei as minhas leis no seu entendimento e em seu coração as escreverei; e eu lhes serei por Deus, e eles me serão por povo.” 

Hb 10.16 “Este é o concerto que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seu coração e as escreverei em seus entendimentos.” 

A Igreja verdadeira tem fome de Deus, da verdade e da justiça. 

Fome da Palavra. Amós 8.11, profetiza sobre a fome da palavra de Deus que viria como consequência do afastamento do povo de Israel. 

O apóstolo Paulo profetiza dizendo: 1ª Tm 4.1-4 “Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, 2 pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência, 3 proibindo o casamento e ordenando a abstinência dos manjares que Deus criou para os fiéis e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; 4 porque toda criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças.” 

2ª Pe 3.3-4 “Sabendo primeiro isto: que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências 4 e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque desde que os pais dormiram todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.”

2ª Tm 3.1-5 “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; 2 porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, 3 sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, 4 traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, 5 tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.” 

IV. A VERDADEIRA DOUTRINA NÃO TEM MISTURA 

2ª Tm 4.1-5 “Conjuro-te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu Reino, 2 que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina. 3 Porque virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; 4 e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas. 5 Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.” 

V. A VERDADEIRA DOUTRINA TRÁZ AVIVAMENTO 

Jo 6.63 “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida.” 

CONCLUSÃO: Hoje há centenas de pessoas procurando salvação, nas tradições e dogmas, mas Jesus é o pão vivo que desceu do céu para salvação da humanidade. 

Pr. Elias Ribas Dr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

A DOUTRINA DO PERDÃO

 


Mt 6.9-15 “Portanto, vós orais assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; venha o teu reino; faça-se atua vontade, assim na terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje; 12 e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores; e não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal...” 14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; 15 Se, porém não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará às vossas ofensas”.

 

Introdução. Neste texto que lemos Jesus deixa um exemplo de oração aos Seus discípulos (talmidim); e nesta oração podemos tirar muitos ensinamentos, mas desejo me deter apenas nos versículos 12 a 15 onde Jesus fala de uma das doutrinas fundamentais na vida do cristão que é o perdão.

 

I. O QUE É PERDÃO

 

1. Definição de Perdão. Conceder indulto gratuito ou remissão de qualquer ofensa ou dívida; desistir de toda reivindicação.

Perdão [do latim] quer dizer remissão de pena é o mesmo que pedir desculpa.

Perdoar: Conceder perdão, absolver de culpa ou dívida, desculpar.

Perdão no Hebraico tem três significado:

Cafer - Quer dizer cobrir, isto é, não vejo mais.

Salak - Tirei daquele lugar para bem longe [gr. Ekbalo].

Nasa - Lançar longe, não vejo mais, lancei no mar de esquecimento.

Esquecer é lembrar, mas mágoa no coração. 

II. A origem do perdão

 

Sl 130.4 “Contigo, porém, está o perdão, para que te temam”

 

1. O perdoar é divino - Mateus 6.12 E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores”.

 

1.1. Jesus perdoou o paralítico - Mateus 9.2E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: Filho, tem bom ânimo, perdoados te são os teus pecados”.

 

1.2. A oração de Salomão -1º Reis 8.30 “Ouve, pois, a súplica do teu servo, e do teu povo Israel, quando orarem neste lugar; também ouve tu no lugar da tua habitação nos céus; ouve também, e perdoa”.

 

2. O perdão estava no coração de Deus antes da fundação do mundo.

Ef. 1.3-7 “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; 4 Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; 5 E nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, 6 Para louvor da glória de sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado, 7 Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça”.

 

2.1. Perdão é uma obra divina. Deus tem o perdão.

 

2.2. Fomos perdoados por Deus em Cristo.

Isaías 1.18 “...ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão brancos como a lã”.

 

A escarlata e o vermelho representam a nossa vida de pecado, mas o próprio Deus se oferece a nos revestir da brancura da santidade, através do Seu perdão.

 

3. O perdão que Deus dá é completo. Romanos 8.1Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito”.

 

4. Ele é libertado da lei do pecado e da morte. Rm 8.2Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.

 

II. Cristo nos perdoou

 

1. Cristo é a Única Oferta e o Único Intercessor aceito por Deus. Mateus 1.21 “E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados”.


Lc 23.34 “Contudo, Jesus dizia: Pai perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”.

 

4. Não considerou o nosso pecado.

Jo 3.16 “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”.

 

5. Ele perdoou a todos sem olhar a quem. Certa vez os fariseus trouxeram a Jesus uma mulher apanhada em adultério e disseram para Ele que a mulher que fosse apanhada em adultério seria apedrejada e tu mestre o que dizes? Ele porem respondeu: atire a primeira pedra àquele que nunca pecou.

 

6. Ele ainda é o mesmo para perdoar.

mt 11.27 “Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso”.

 

III. perdÃO É UMA ORDENANÇÃO DIVINA

 

1. O perdão é uma ordem não uma sugestão.

Mateus 6.14-15 “Pois se perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará. Mas se não perdoarem uns aos outros, o Pai celestial não lhes perdoará as ofensas”.

 

2. Este é um princípio espiritual.

Mt 26.28 “Porque isto é o meu sangue, o sangue do novo testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados.

At 2.38 E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo”.

Lucas 6.27-37 “Digo-vos, porém, a vós outros que me ouvis: Amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam; bendizei aos que vos maldizem, orai pelos que vos caluniam... Como quereis que os homens façam, assim fazei- o vós também a eles. Se fizerdes o bem aos que vos fazem o bem, qual é a vossa recompensa? Até os pecadores fazem isso... Amai, porém, os vossos inimigos, fazei o bem... e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo. Pois ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede misericordiosos, como também é o vosso Pai... perdoai, e sereis perdoados”.

Ef 4.32 Paulo escreve dizendo: “Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou”.

Colossenses 3.12-13 “Revesti-vos pois, como eleitos de Deus, santos, e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se algum tiver queixa contra outro: assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também”.

Efésios 4.26-31 “Quando vocês ficarem irados, não pequem. Que o sol não se ponha enquanto vocês estiverem irados, e não deem lugar ao diabo... Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade”. (NVI)

3. É parte da oração do Pai nosso.

4. Fomos perdoados, devemos perdoar.

5. Se perdoamos, salvamos, a nós mesmos.

 

Na oração modelo do Pai nosso Jesus diz: Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; Se, porém não perdoardes aos homens as sua ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará ás vossas ofensas”.

A salvação e as benções de Deus para nossa vida dependem do nosso perdão aos nossos irmãos. Sem o genuíno perdão, não veremos a Deus.

 

IV. A pessoa que não perdoa e não é abençoada por deus

 

1. A falta de perdão nos mantém em cativeiro. Mateus 18.23-35.

Um rei resolveu ajustar as contas com os seus servos.

Trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos (o equivalente a trinta mil kg de ouro).

Acontece que o homem não tinha como pagar, e então o rei mandou que ele, sua esposa, seus filhos, e tudo quanto possuía fossem vendidos, para que a dívida fosse quitada.

 

1.1. Então o servo prostrou-se reverentemente diante do rei e pediu: “Por favor, tenha paciência comigo, me dê um prazo, e eu irei pagar tudo ao senhor”.

 

1.2. O Rei se compadeceu e perdoou. E o rei, se compadecendo diante da dificuldade daquele homem, perdoou-o completamente, de toda a sua dívida, e deixou-o ir em paz.

 

2. Mas Jesus prossegue a parábola. Assim que o homem foi perdoado ele saiu da presença do rei.

 

E encontrou-se com outro homem, com alguém que lhe devia cem denários (denário: o equivalente ao salário de um dia de um trabalhador - uma quantia quase que infinitamente menor do que aquilo que ele devera, e que fora perdoado).


Então ele agarrando pelo pescoço, sufocava ao devedor dizendo-lhe: “O que me deves, pague-me agora”.

E o seu devedor, assim como ele antes fizera diante do rei, prostrou-se diante dele dizendo: “Por favor, tenha paciência comigo. Me dê um prazo, e eu te pagarei”.


Mas ele não quis. Não teve a mesma paciência, não teve a mesma compaixão.

 

Mandou que o devedor fosse lançado na prisão, até que toda a dívida fosse paga.

Não pensou na família do homem, nem em sua imagem, nem que dali da prisão é que ele não teria mesmo como pagar. Agiu movido pela vingança.

No versículo 35, Jesus também deixa claro que isto é uma ilustração daquele tipo de pessoa que, tendo sido perdoada por Deus, depois deixa de perdoar às pessoas que pecam contra ela.

Ef 4.32Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou”.

Cl 2.13 E a vós outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos delitos”.

 

3. E Jesus conta o que aconteceu quando o rei ficou sabendo da injustiça feita por aquele homem.

 

Sim, porque o rei ficou sabendo - como Deus, que sonda os corações, sabe quando no coração abrigamos ódio, ou inimizade, ou inveja, ou ciúmes contra alguém.

 

O rei mandou chamar o homem mau e perguntou-lhe: Mt 18.32-35 Então o senhor chamou o servo e disse: ‘Servo mau, cancelei toda a sua dívida porque você me implorou. 33 Você não devia ter tido misericórdia do seu conservo como eu tive de você?’ 34 Irado, seu senhor entregou-o aos torturadores, até que pagasse tudo o que devia. 35 Assim também lhes fará meu Pai celestial, se cada um de vocês não perdoar de coração a seu irmão”.

 

E indignado, entregou o homem mau para os verdugos (os torturadores), até que a dívida toda fosse paga - é claro que o homem não teria como pagar.

 

E Jesus conclui: “Assim também meu pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão”.

 

4. Que lição aprendemos nesta parábola?

Quando um filho de Deus se recusa a perdoar, não é somente contra Deus, e contra o próximo que ele está pecando; também está pecando contra si mesmo, e irá atrair sobre si as consequências de seu pecado.

 

4.1 Que tipo de consequências são atraídas?

De modo amplo, todos os males que sobrevêm por alguém entristecer o Espírito Santo, enquanto ao mesmo tempo dá lugar ao diabo.

O Senhor, como um Pai amoroso, disciplina aquele que se recusa a dar lugar à sua graça.

Mas vejamos alguns exemplos.

 

4.2 Porque está também pecando contra si mesmo?

Porque está pecando contra a obra da graça em sua vida.

 

4.3. A falta de perdão interrompe a comunhão com o Pai Celeste.

2ª Co 2.10-11 “A quem perdoais alguma coisa, também eu perdoo; porque, de fato, o que tenho perdoado (se alguma coisa tenho perdoado), por causa de vós o fiz na presença de Cristo; 11 para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios”.

Sim: quando nos recusamos a perdoar, só quem leva vantagem é Satanás; aquele que se opõe a Deus, à sua igreja e a cada um de nós.

Por isto, esta recusa é um pecado contra a obra da graça em nossa vida, é privar-se a si mesmo dos ensinos desta graça à nossa alma.

E isto acarreta consequências malignas. 

A. As orações deixam de ser ouvidas.

Mc 11.25-26 “E, quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celestial vos perdoe as vossas ofensas. 26 Mas, se não perdoardes, também vosso Pai celestial não vos perdoará as vossas ofensas”.

Nos versículos anteriores Jesus nos ensina que por meio da fé exercida em oração, podemos experimentar muito do reino de Deus em nossa vida. 

Mas ele diz que, ao orar, pode acontecer de nos lembrarmos de alguém que pecou contra nós. 

Se isto acontecer, ele diz, é momento de limpar o nosso coração de qualquer impureza neste sentido (a bem da verdade, em qualquer sentido): limpar o coração de qualquer mágoa, de qualquer ódio, de qualquer desejo de vingança ou retaliação. 

Se não fizermos isto, não esperemos que o Pai nos perdoe. E se houver pecado fazendo separação entre nós e o nosso Deus, não esperemos que ele atenda as nossas orações. 

Mt 6.12,14,15 “E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos nossos devedores... 14 Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; 15 se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas”. 

B. Medo, falta de paz. 

1ª Jo 4.18No amor não existe medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o medo produz tormento; logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor”. 

Não estou falando daquele medo normal, saudável, que temos diante de uma situação perigosa, mas daquele medo irracional, sem fundamento, que paralisa, engessa, que torna uma pessoa improdutiva, que faz uma pessoa fugir da companhia de outras, que assombra: medo de doenças que não existem, medo do futuro, medo da morte. 

C. A pessoa magoada “espalha” a sua amargura de modo que outras pessoas são mal influenciadas, e a igreja é prejudicada.

Hb 12.15Atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se da graça de Deus; nem haja alguma raiz de amargura que, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados”.

D. A pessoa amargurada se torna semelhante àquele que o ofende.

Rm 2.1 Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que condenas”. 

Este é um fato indiscutível: sempre que, em vez de olharmos para Jesus, fixarmos a nossa atenção em outra pessoa, quer admiremos ou não, acabamos nos tornando parecidos com ela. 

E. Por isto sempre devemos ter os olhos fixos em Jesus. 

Mas se em vez disto, alimentarmos amargura contra alguém em nosso coração, os nossos pensamentos se fixarão nesta pessoa, e mesmo sem querer, acabamos cometendo os mesmos pecados. 

Irmãos, eu poderia continuar a falar destas consequências espirituais: falta de paz, de alegria, mau testemunho diante do mundo.

Poderia também falar das consequências físicas: enfermidades - musculares, no estômago, nos pulmões, no coração, no cérebro, (é possível uma pessoa, literalmente, “morrer de raiva”).

 

Estas são suficientes para nos mostrar que se recusamos perdoar, seremos entregues aos verdugos da alma. 

5. A falta de perdão na vida de uma pessoa é uma escravidão destrutiva que causa contenda, divisão, depressão, opressão, doença, divórcio e até mesmo condenação. Vive em depressão e amargurada. O perdão faz parte do amor; e o amor é o primeiro fruto do espírito. 

6. Não cresce espiritualmente. A estatística do mundo diz que 80% dos anões morrem na metade da vida. Assim é o crente que não perdoa, ele é anão e está morrendo espiritualmente. 

7. Impede o perdão do Pai. 

7.1. Podemos bloquear nosso próprio perdão. Mateus 6.14-15 Se não perdoamos, não podemos ser perdoados. 

7.2. A falta de perdão é um pecado que bloqueia a prosperidade. O céu está fechado para os que não perdoam; eles não recebem as benções de Deus. 

7.3. Fomos perdoados de uma dívida que nunca poderíamos pagar, qualquer dívida para nós é minúscula em comparação ao que recebemos. 

7.4. Ele foi entregue aos torturadores. V.34 - A falta de perdão abre a porta para doenças físicas e mentais e fortalezas demoníacas. 

7.5. Pode limitar ou até mesmo bloquear as bênçãos em nossa vida. 

V. QUANDO A PESSOA PERDOA E PEDE PERDÃO, HÁ TRÊS BÊNÇÃOS PARA ELE 

1. Ele abençoa seu irmão.

2. Ele é abençoado por Deus.

3. Todos os que estão a sua volta são abençoados. 

Mt 5.23-24 Jesus deixa-nos uma lição: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, apresenta a tua oferta”. 

Mc 11.25 Jesus diz: “E, quando estiverdes orando, se tendes alguma coisa contra alguém, perdoai, para que vosso Pai celeste vos perdoe as vossas ofensas”.

VI. NÃO HÁ LIMITE PARA O PERDÃO 

1. Quantas vezes você quer ser perdoado?

Mt 18.21-22Então Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: Senhor, quantas vezes deverei perdoar a meu irmão quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? 22 Jesus respondeu: Eu lhe digo: não até sete, mas até setenta vezes sete.

- Jesus não disse para perdoar 490 vezes e parar, é ilimitado.

- 1ª Coríntios 13.5 - O amor não guarda rancor.

- 1ª Pedro 4.8 - O amor cobre uma multidão de pecados.

- Devemos aprender a perdoar como Deus perdoa.

- Salmo 103.12 “Quanto o oriente está longe do ocidente, tanto tem ele afastado de nós as nossas transgressões”. 

Conclusão: Podemos concluir que o perdão é divino assim como Deus nos perdoou devemos perdoar; se não perdoarmos o nosso irmão, Deus também não nos perdoa. A bênção material e espiritual depende de nosso perdão. 

O cristão não deve guardar amargura e nem rancor, mas sim abençoar até os seus inimigos. Romanos 12.14-18, 20 “Abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis. 15 Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram; 16 Sede unânimes entre vós; não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes; não sejais sábios em vós mesmos; 17 A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens. 18 Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. 20 Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre sua cabeça”. 

Pr. Elias Ribas - Dr. em Teologia

Assembleia de Deus Blumenau -SC

 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

A CURA UM CEGO EM BETSEBA

Mc 8.22-26 “E chegou a Betsaida; e trouxeram-lhe um cego e rogaram-lhe que lhe tocasse. 23- E, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia; e, cuspindo-lhe nos olhos e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe se via alguma coisa. 24- E, levantando ele os olhos, disse: Vejo os homens, pois os vejo como árvores que andam. 25- Depois, tornou a pôr-lhe as mãos nos olhos, e ele, olhando firmemente, ficou restabelecido e já via ao longe e distintamente a todos. 26- E mandou-o para sua casa, dizendo: Não entres na aldeia.” 

INTRODUÇÃO: A palavra Bethesda Betesda deriva de duas palavras da língua hebraica: Beth ou Beit = “Casa” e Chéssed = “bondade, benignidade, misericórdia”. Significa, portanto, “lugar da misericórdia divina” ou “casa da misericórdia divina”.

Betsaida era uma pequena vila pesqueira na margem oeste do Lago de Genesaré não distante de onde o Jordão nele desemboca. 

Em Bethesda havia um tanque próximo a “Porta das ovelhas” onde Jesus curou um homem que a 38 anos era paralítico. Betsaida era a cidade natal de Pedro, André e Filipe (Jo 1.44). Na época, era um centro próspero, no qual se concentravam as principais “empresas” pesqueiras e donos de barco. 

Ver e perceber o externo do texto: O texto não tem paralelo nos sinóticos. Embora haja em Jo 9.1-7 também a cura dum cego, ela é narrada de maneira bem diferente e com outra intenção. 

I. QUEM ERA O CEGO? 

V. 22 “E chegou a Betsaida; e trouxeram-lhe um cego e rogaram-lhe que lhe tocasse.” 

1. Trouxeram-lhe um cego. Algumas pessoas trouxeram um cego a Jesus para ser curada.

A.    As pessoas de Betsaida não são egoístas. 

B.     Não reivindicarão nada para elas. 

C.    Qual é o Evangelho do texto? Como já vimos, a sociedade de então considerava o cego não apenas um deficiente físico, mas também um carente da bênção divina. 

2. A Bíblia não diz o nome do cego, mas apenas um cego. 

A. O cego não pede para se curado. 

B. O cego não conhece Jesus. 

4. Jesus atende os rogos das pessoas. 

II. PORQUE JESUS NÃO CUROU O CEGO EM BETSAIDA

V. 23a. “E, tomando o cego pela mão, levou-o para fora da aldeia.” 

1. Jesus o leva para fora da cidade. Estranhamente, quando lhe trazem o cego, Jesus o toma pela mão e o guia até fora da cidade. Somente ali realiza a cura. Qual a razão de Jesus levar para fora da cidade para realizar a cura. 

2. Porque em Betsaida Jesus operou grandes milagres. Mt 11.18-24 “Porquanto veio João, não comendo, nem bebendo, e dizem: Tem demônio. 19- Veio o Filho do Homem, comendo e bebendo, e dizem: Eis aí um homem comilão e beberrão, amigo de publicanos e pecadores. Mas a sabedoria é justificada por seus filhos. 20- Então, começou ele a lançar em rosto às cidades onde se operou a maior parte dos seus prodígios o não se haverem arrependido, dizendo: 21- Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom fossem feitos os prodígios que em vós se fizeram, há muito que se teriam arrependidocom pano de saco grosseiro e com cinza. 22- Por isso, eu vos digo que haverá menos rigor para Tiro e Sidom, no Dia do Juízo, do que para vós. 23- E tu, Cafarnaum,que te ergues até aos céus, serás abatida até aos infernos; porque, se em Sodoma tivessem sido feitos os prodígios que em ti se operaram, teria ela permanecido até hoje. 24- Porém eu vos digo que haverá menos rigor para os de Sodoma, no Dia do Juízo, do que para ti.” 

3. Porque em Betsaida Jesus foi ridicularizado, escarnecido, rejeitado, zombado. Por essa razão Jesus levou o cego para fora da cidade para realizar o milagre. 

4. Betsaida é o lugar da incredulidade de zombaria por isso Jesus não fez mais milagres. Onde não a fé Jesus não realiza milagres. 

4. Eram homens carnais. 1ª Coríntios 2.14 “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.” 

III. TRÊS TIPOS DE VISÃO 

1. A visão espiritual obscura.

V. 22b. “...cuspindo-lhe nos olhos e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe se via alguma coisa.” 

1.1. Jesus operou este milagre em duas etapas. 

Jesus aplicou saliva nos olhos e perguntou: “vê alguma coisa”. E ele respondeu vejo os homens como árvores.” 

A. É dito a respeito do indivíduo trazido a Jesus que ele era cego. 

B. Ele não possuía nenhuma luz, claridade ou visão. 

C. Quais as consequências de não possuir uma visão espiritual? 

Em primeiro lugar, quem não possui visão espiritual plena precisa ser guiado pelos outros (v. 22). Quais serão esses guias?

Em segundo lugar, quem não possui visão espiritual conduz-se pela sensação e não pela razão (v. 23a).

- Todo cego precisa substituir a visão pelo tato. 

D. Em terceiro lugar, quem não possui visão espiritual vive limitado a uma aldeia (v. 23). 

- Seus limites são curtíssimos. 

E. Em quarto lugar, quem não possui visão espiritual não consegue erguer os olhos, só enxerga as coisas de baixo (v. 24a). 

2. A visão espiritual parcial (v. 24). 

2.1. Após o primeiro toque de Jesus aquele homem deixou de ser cego. 

- Mas não via, ainda, com perfeição. 

2.2. Jesus restaurou os olhos, mas ele via tudo errado. 

- Hoje existem crentes assim, só veem os defeitos dos outros. 

2.3. Há pessoas que não possuem uma visão espiritual clara e completa. O que é pior do que ser completamente cego. 

2.4. Ver tortuosamente é mais perigoso do que não ver nada. Pelas seguintes razões: 

Primeiro, porque uma visão tortuosa é confusa: ele via homens ou árvores? (v. 24). 

Segundo, porque uma visão tortuosa é absurda: árvores não andam. 

O primeiro paralelo é a inicialização espiritual de Jesus em nossa vida. Jesus toma-nos pelas mãos quando ainda somos cegos espirituais. Conduz-nos em particular e nos cura a visão para enxergarmos os céus, o reino de Deus e a Jesus como nosso Salvador. Mas essa visão se clareia com nitidez, aos poucos, gradualmente. Até a consumação, onde veremos claramente a face de Jesus. 

3. A visão espiritual plena (v. 25). 

O segundo paralelo é o processo gradual da ação de Deus. 

Temos causas nas mãos de Deus que parecem que se esqueceu. Mas tenhamos certeza que não a esqueceu. 

- A primeira etapa Jesus restaurou os olhos, mas na segunda etapa ele restaurou sua mente. 

- É na mente que se forma a visão. 

- O corpo é dirigido pela mente. Ver é uma coisa, ter visão é outra.

Quando Simião estava na escala de sacerdotes no dia que José e Maria trouxeram Jesus para ser apresentado. Ele disse: “Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel” (Lc 2.29-32). 

3.1. A plena visão espiritual é gradativa. “Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2º Pd 3.18). 

Como diz Paulo: “tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6). 

3.2. Deus sempre finaliza a obra que começa. Aguardemos o toque de Jesus em nossas vidas. Em seus toques a cegueira é curado, o que estava turvo e embaraçado é esclarecido, mas é um processo gradual da ação divina. 

3.3. A visão espiritual plena tem três características:

Primeira, ela é uma visão firme, “olhando firmemente” (v. 25).

Segunda, ela é uma visão de longo alcance, “via ao longe” (v. 25).

Terceira, ela é uma visão clara, “via... distintamente” (v. 25). 

CONCLUSÃO. A restauração plena da visão espiritual se processa gradativamente assim:

Primeiro é preciso se aproximar de Jesus (v. 22). 

Segundo, é necessário sair da limitada aldeia em que vivemos e jamais voltar a ela (vs.23-26). 

Terceiro, é mister se deixar ser tocado por Jesus quantas vezes for necessário (vs. 23-25). 

Jesus deseja restaurar a nossa vida por completa, porém precisamos aceitar a Sua vontade (Sua vontade é buscar o Seu reino (Mt 6.33)), e a demais coisas serão acrescentadas. 

Pr. Elias Ribas - Dr. em Teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC