TEOLOGIA EM FOCO: AS BÊNÇÃOS DA JUSTIFICAÇÃO EM CRISTO JESUS - ROMANOS 5

segunda-feira, 29 de julho de 2024

AS BÊNÇÃOS DA JUSTIFICAÇÃO EM CRISTO JESUS - ROMANOS 5

 


Romanos 5.1-21. “Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo; 2 pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus. 3 E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; 4 e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança. 5 E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado. 6 Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. 7 Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. 8 Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. 9 Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira. 10 Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. 11 E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação. 12 Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram. 13 Porque até à lei estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado não havendo lei. 14 No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não pecaram à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir. 15 Mas não é assim o dom gratuito como a ofensa; porque, se, pela ofensa de um, morreram muitos, muito mais a graça de Deus e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos. 16 E não foi assim o dom como a ofensa, por um só que pecou; porque o juízo veio de uma só ofensa, na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para justificação. 17 Porque, se, pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. 18 Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. 19 Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos. 20 Veio, porém, a lei para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a graça; 21 para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor.” 

INTRODUÇÃO No capítulo 4 de romanos, Paulo explicou sobre a doutrina justificação pela fé sem as obras, agora no capítulo 5, ele enfoca os benefícios da justificação pela fé em Jesus Cristo.

Os capítulos 5 a 8 de Romanos registram os privilégios dos que são justificados pela fé: paz com Deus (Rm 5): união com Cristo (Rm 6); libertação da lei (Rm 7) e vida abundante no Espírito (Rm 8). 

I. FRUTOS DA JUSTIFICAÇÃO 

1. Paz com Deus (v. 1). A palavra paz no hebraico é shalom, e a grega, eirene, que significa “completo”. Essa palavra descreve a harmonia integridade, saúde e bem-estar entre a humanidade e toda a criação de Deus. No dicionário Aurélio significa: tranquilidade, sossego, descanso da alma.

Pela desobediência de Adão o pecado entrou no mundo, e pelo pecado, a morte. Com a transgressão de Adão, toda a humanidade caiu em pecado e estão destituídos da glória de Deus (Rm 3.23). O pecado tornou o homem inimigo de Deus (Rm 5.10), pois todos se extraviaram e se fizeram inúteis (Rm 3.10-12), o homem perdeu a paz com Deus. Hoje humanidade busca a paz nas coisas efêmera do mundo, porém não encontra. Mas Deus pelo Seu infinito amor providenciou um meio para trazer novamente a paz aos homens.

A verdadeira paz só pode ser encontrada na pessoa de Jesus Cristo (Jo 14.27; Jo 16.33ª), mediante Sua morte vicária (Hb 13.20). 

2. Temos entrada pela fé a esta graça (v. 2). Além de perdeu a paz, o homem ficou separado e distante de Seu Criador, mas pelo sangue de Cristo, Ele uniu judeus e gentios em um só povo ao derrubar o muro de inimizade que nos separava. Agora temos acesso a esta graça. É Cristo quem introduz o pecador à presença de Deus (v. 2), “por ele, ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito.” 

3. Na qual estamos firmes. “Estamos firmes” como um navio que tem firme acesso para ancorar num porto seguro. Isso significa o efeito contínuo da justificação. 

4. Temos esperança na glória futura. V. 2b “... e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.” O crente não precisa ter medo do futuro; não precisa ter medo da eternidade; não precisa ter medo da morte; Morrer é entrar na glória de Cristo.

“Glória de Deus” é o mesmo que a manifestação de Deus. Aqui, é uma expressão que significa o céu, lugar da habitação de Deus e de sua manifestação. 

II. O SOFRIMENTO 

1. O que significa tribulação. A palavra tribulação no grego βάσανο basano e significa: aflição, sofrimento, dissabor, provação. Pressão opressão, debaixo de um peso.

A palavra tribulação no latim é “tribulum”. O “tribulum” era um instrumento de madeira coberto de cravos usado pelos agricultores para, por exemplo, separar a palha do milho. Com força o agricultor batia a espiga no “tribulum” até separar completamente a palha ou a casca do grão. Assim as nossas aflições tribulum, é como o agricultor estivesse passando o tribulum sobre nós.

Existe propósito nas tribulações, e o resultado é benéfico para todo aquele que persevera em fé na confiança de Cristo, pois o caráter cristão é produzido em meio aos sofrimentos.

Quando Paulo pede ao Senhor para lhe tirar um espinho na carne que lhe afligia, o Senhor lhe responde: “o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2ª Co 12.9). Com isso aprendemos que é o poder de Cristo e não o poder humano, ou seja, a suficiência da graça de Deus e seu caráter independente da força humana que nos fortalece.

Na tribulação não temos controle da situação, não podemos fazer nada para alterar este momento. Não sabemos de onde vem o vento. O Mestre Jesus nos ensina dizendo que “aquele escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.” (Mt 7.24-25). Se você estiver firmado na Rocha, nada te acontece, a tempestade vem e passa. 

1.1. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações. “Gloriamos” revela o regozijo e o gozo inefável do crente como antecipação das bênçãos futuras. O quadro glorioso registrado nos versículos 1 e 2 não significa uma vida totalmente isenta de tribulações. Jesus disse: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me” (Mc 8.34).

1.2. As tribulações tem uma a finalidade. Aprender os mandamentos do Senhor. Sl 119.71 “Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos.” 

2. A tribulação produz paciência V. 3. A palavra paciência, no grego, é υπομένη hypomene, que vem de duas palavras gregas hypo, “sob” e o verbo meno, “permanecer”. O referido vocábulo significa: “paciência, perseverança, firmeza, fortaleza”.

As tribulações desta vida são as batalhas espirituais, aflições do dia, enfermidade, altos e baixos da vida. Jesus disse: “no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo. (Jo 16.33). É difícil para o homem sem Deus entender como um crente em aflição consegue ter paz, porque Ele não conhece o príncipe da paz. (Is 9.6).

As promessas do Senhor para os seus filhos é que Ele está conosco nos momentos mais difíceis da nova vida: “Quando passares pelas águas, estarei contigo, e, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” (Is 43.2). 

3. A paciência produz a experiência (v. 4a). A palavra experiência no grego εμπειρία empeiria e significa: conhecimento ou aprendizado obtido através da prática ou da vivência: experiência de vida; experiência de trabalho.

A experiência é o aprendizado ou amadurecimento em nossa caminhada de fé. A paciência nas perseguições torna o cristão aprovado e vitorioso (2ª Ts 1.4,5). As tribulações trazem experiência, e, essa experiência te leva mais perto de Deus. 

4. A experiência produz a esperança (vs. 4b). Paulo conclui falando do último degrau começando com a tribulação e encerra dizendo que a experiência produz a esperança. Na verdade, a experiência é o resultado da perseverança.

“A palavra “esperança” em hebraico é תקווה tiqvah. Vem do verbo hebraico gavah que significa: “Olhar esperançosamente em uma direção particular” ou “esticar uma corda” (Strong 08615). Essa foi a esperança realizada na vida de Raabe (Js 2.18-21) e que aparece cerca de 33 vezes somente no Antigo Testamento. Esperança era o cordão na cor vermelha esticado na porta da casa de Raabe, para livrar a ela e a toda família da morte. E em acordo com a afirmação de que Jesus era a esperança tanto dos antigos, como das novas gerações, Ele é essa Tiqvah na porta da casa de Raabe em semelhança ao sangue espargido na entrada das tendas dos israelitas ao serem resgatados da servidão do Egito: Êxodo 12.13 “O sangue será um sinal para indicar as casas em que vocês estiverem; quando eu vir o sangue, passarei adiante. A praga de destruição não os atingirá quando eu ferir o Egito.” Profeta Oseias confessou olhar atentamente para Deus a espera de um resgate para nação de Israel. É linda a oração desse profeta cheio de esperança: “E lhe darei as suas vinhas dali e o Vale de Acor por porta de esperança; e ali cantará como nos dias de sua mocidade, e como no dia em que subiu do Egito” Oseias 2.15.” [Blog: A Tenda da Rocha https://www.atendanarocha.com/2013/07/tres-significados-biblicos-para.html – acesso dia 26/07/2024].

A palavra esperança no grego é ελπίδα, designava a atitude de quem espera ou aguarda qualquer acontecimento. É uma firme convicção, uma expectativa confiante de que coisas boas estão vindo da parte de Deus. A esperança bíblica é expectativa e confiante pelo qual a Igreja aguarda a volta de Cristo. 

IV. A RECONCILIAÇÃO DOS PECADORES

1. O amor de Deus. No grego tem várias palavras que são traduzidas como amor.

1. Eros, o amor romântico, afetivo, de relacionamento íntimo.

2. Filos, o amor fraterno, de irmão e de amigos.

3. Storge. É o amor conjugal, familiar, doméstico. Longe de ser interesseiro, esse amor é humilde, objetivo e sacrificial. É o amor que une o marido à sua mulher bem como os pais aos filhos. Logo, em um lar onde reina a harmonia, está em ação o amor “storge”.

4. Ágape, é o amor Deus pela humanidade. Esse amor é incondicional. Ou seja, não espera nada em troca. Não preciso esperar que alguém me ame para amá-lo. Aliás, com esse amor é possível amarmos até os nossos inimigos (Mt 5.44). Ele também é infalível e eterno, (1ª Co 13.8,13). Portanto, esse amor é baseado em fidelidade, bondade, perdão, paciência, tolerância, e boa vontade.

Quando nos tornamos crentes, sabemos que Deus nos amou com um tipo especial de amor incondicional. Seu amor por nós não se baseia em nada que fizemos, mas flui de quem Deus é, porque “enquanto ainda éramos pecadores, Cristo morreu por nós” (Rm 5.9). 

2. Deus prova Seu amor. Paulo expressa três coisas que nós éramos no passado. “Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios. V. 8 “Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores. 10 Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.” Rm 5.6,8,10).

O apóstolo relata o sacrifício de Cristo estando nós “fracos”, “ímpios” e pecadores”, isso demonstra o grande amor de Deus por nós, pois, raramente o justo morreria pelo injusto. (Jo 3.16; Jo 15.9-10). Portanto Deus provou Seu grande amor quando enviou o Seu Filho, Jesus Cristo, para morrer e salvar todo a humanidade pecadora. (Jo 3.16; 1ª Jo 2.2).

Para a Igreja de coríntios Paulo expressa dizendo: “Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram.” (2ª Co 5.14).

Observe Jesus não se entregou por homens justos e bons. Ele Se sacrificou por pecadores, por inimigos, por pessoas que rejeitaram Sua vontade e orgulhosamente escolheram o pecado.

O apóstolo João relata que o amor de Deus é sem motivo: “Nisto está o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.” (1ª Jo 4.10).

O amor filo entre duas pessoas é despertado por alguma coisa encontrado entre si, isto é, porque escolheram a se amar, mas o amor divino é voluntário e espontâneo não provocado. É por isso que João vai dizer que Deus nos amou primeiro (1ª Jo 4.19). O Senhor nos amou n’Ele no amado, antes da fundação do mundo (Ef 1.4, 6).

O homem havia quebrado a lei divina, sua natureza estava completamente corrompida e estávamos destinados a condenação eterna, mesmo assim Ele nos amou enviando Jesus para nos salvar. Esse amor tem a natureza da graça e da misericórdia. Deus não viu nada em nós que o atraia, ou qualquer merecimento. 

3. Deus é amor, mas odeia o pecado (Pv 15.9). Deus criou o homem com amor e cuidado (Gn 2.27), mas Ele odeia o mal e não tolera o pecado (Gn 3.1-6).

Na verdade, o pecador está morto em seus pecados (Ef 2.1). “Os pensamentos e desígnios de seu coração são continuamente maus” (Gn 6.5). Ele é escravo do pecado (Jo 8.34) e um servo do diabo (Ef 2.2).

“Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu filho...” (Jo 3.16), “não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.” (2ª Pe 3.9), e “não tem prazer na morte o ímpio” (Ez 33.1). Isso significa que é um amor de boa vontade ou benevolente. Entenda que Deus faz o bem a todos: “porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos.” (Mt 5.45).

Na verdade Deus só pode salvar o pecador que se converte e se arrepende de seus pecados.” (At 3.19). O amor é benevolente para o pecador arrependido, ou seja, “Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” (Mc 3.16). Mas, quem não crer em Jesus como Seu único salvador, e permanece em seus pecados, de fato Ele tem ódio: “Aborreço-os com ódio completo; tenho-os por inimigos.” (Sl 139.22). 

4. Reconciliação (v. 11). O termo reconciliação vem do grego καταλλασσω katallasso, e significa mudar de inimizade para amizade e só aparece quatro vezes no Novo Testamento.

O pecado ofende a Deus, por isso o pecador não pode sair ileso. Deus exigiu sacrifício (Gn 3.15), porém o homem era incapaz se salvar ele mesmo. Sendo assim o Pai enviou o Seu único Filho para reconciliar e salvar a humanidade. No verso 10 Paulo afirma que nós sendo inimigos de Deus, fomos reconciliados pela morte de Cristo, um único sacrifício ele resolveu o problema do pecado (Hb 10.10).

No verso 2, Paulo fala da alegria nas tribulações e na esperança da glória de Deus. Agora ele acrescenta que nos regozijamos no próprio Deus por ter derramado o Seu amor em nosso favor, derrubando a parede de separação que existia entre nós e Deus (Ef 2.14), “e, pela cruz, reconciliou ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades.” (Ef 2.16) e nos deu o ministério da reconciliação. (2ª Co 5.18-20). 

V. A MORTE DE CRISTO PELOS PECADORES 

1. A entrada do pecado no mundo. (v. 12). Paulo conclui esse capítulo fazendo uma analogia entre dois Adãos. O primeiro Adão do Éden e da queda e o segundo Adão, do céu e da cruz, Jesus Cristo. Adão e Cristo representando duas humanidades: a velha e a nova. Adão, sendo o responsável pelo pecado e morte a obra expiatória de Cristo, vida e salvação.

A expressão “um só homem” (Adão ou Cristo) ao longo de toda a passagem (vs. 12, 15-17,19) indica que ele via tanto Adão quanto Cristo como indivíduos históricos.

O apóstolo relata que o pecado e a morte estão no mundo através de um homem Adão. Assim a morte entrou no mundo por causa do pecado. A morte é a penalidade do pecado e pelo pecado de Adão toda humanidade pecou, ou seja, herdamos a natureza do pecado. 

2. A lei estava no pecado. Mesmo antes da Lei de Moisés já havia pecado. Evidentemente a morte reinou após o pecado original. A lei não deve ser entendida como o criador do pecado, mas como o revelador do pecado (v. 13).

No Éden Deus ordenou: “E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gn 2.16-17).

No Éden havia apenas um mandamento: não comer da “arvore da ciência do bem e do mal.”

Quando Adão e Eva foram colocados no Éden, não havia morte. Por terem transgredido esse mandamento e comido do fruto proibido, foram separados do Criador e sofreram a morte espiritual e também se tornaram mortais, ou seja, sujeitos à morte física. Essa morte espiritual e física é chamada de Queda ou pecado original.

No verso 13, Paulo afirma que o pecado já existia, mesmo sem o conhecimento da lei. O pecado já estava no mundo. Portanto, antes de Moisés, não havia uma lei escrita em detalhes de modo a fornecer uma regra unificada e clara e um guia para Israel como nação. Embora o pecado não fosse levado em conta por não existir a lei, a morte tinha reinado desde o princípio. 

3. Por um homem vieram o pecado e a morte; por um homem também veio a graça.

Todas as pessoas agora nascem espiritualmente mortas (Ef 2.1-3). Mediante a morte de Cristo, foi removida a barreira do pecado e aberto um caminho para a volta do pecador a Deus (2ª Co 5.19; Rm 5.25).

Se pelo pecado de um só homem veio o julgamento que trouxe a condenação, também por intermédio de um só homem, Jesus Cristo, recebemos o dom gratuito que resultou na nossa justificação. 

4. “Para que a ofensa abundasse” (v. 20). A Lei amplificou o pecado. Ela não entrou no mundo para salvar, mas para revelar o pecado.

As leis escritas em pedras por Moisés foram direcionadas para guiar Israel à justiça (Dt 6.24-25). Entretanto, a Lei veio para que aumentasse as faltas da humanidade caída de Adão. Mas “onde o pecado abundou, superabundou a graça.” 

CONCLUSÃO. Se a desobediência de Adão fez com que todos se tornassem pecadores, a obediência de Jesus é a causa da justificação de muitos, a saber de todos os que estão unidos a Ele pela fé. Todos estavam condenados, portanto, agora, todos os que creem encontram a salvação e tem a paz com o Pai.

Pr. Elias Ribas - Dr. em teologia

Assembleia de Deus

Blumenau -SC

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