TEOLOGIA EM FOCO: agosto 2022

terça-feira, 23 de agosto de 2022

OS SETE SELOS DO APOCALIPSE - APOCALIPSE 6

 


O profeta Daniel recebeu uma revelação de grande relevância, dos sinais que acompanham o fim dos tempos. Deus deixou claro que apesar de ter sido dado a ele, não era para a época dele. Foi dito a Daniel:

“E tu, Daniel, fecha estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará.” (Dn 12.4).

O anjo Gabriel informa a Daniel que o livro ficaria selado até o fim dos tempos. Aquilo que Daniel podia saber no seu tempo, foi revelado. Porém, as demais profecias deveriam ficar seladas para um determinado tempo ser revelada.

Na ilha de Patmos, João recebe as revelações que estavam seladas para o tempo final: “Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou e as notificou a João, seu servo.” (Ap 1.1).

No capítulo 5, João vê o livro selado que está nas mãos Daquele que está assentado no Trono (Ap 5.2) e está escrito por dentro e por fora. E João chorava muito porque ninguém podia abrir o livro. Porém, disse-lhe um dos anciãos que está ao redor do Trono: “Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos.” (Ap 5.5).

Jesus, o Cordeiro de Deus foi o único digno, no céu e na terra de tomar o livro e abrir os selos. A história sem Deus é um livro lacrado. Só Deus pode dar sentido à história e à sua vida.

Os quatro primeiros selos são quatro cavalos, de diferentes cores, com seus respectivos cavaleiros, que nos dão um quadro geral do que será a Grande Tribulação. 

1. Os quatro cavaleiros do Apocalipse (vs. 1-8).

1º Selo – Cavalo Branco - Anticristo. “Vi quando o Cordeiro abriu um dos sete selos e ouvi um dos quatro seres viventes dizendo, como se fosse voz de trovão: Vem! Vi, então, e eis um cavalo branco e o seu cavaleiro com um arco; e foi lhe dada uma coroa; e ele saiu vencendo e para vencer” (Ap 6.12).

Muitos acham que o cavaleiro aqui é Cristo; mas não pode ser, porque é Ele quem abre o selo do verso 1, que juntamente com o versículo 2 tratam do cavaleiro e seu cavalo branco.

A Bíblia mostra simbolicamente que o Anticristo é um imitador de Jesus Cristo. Em Apocalipse 19.11 João vê Jesus num cavalo branco que se chama fiel e verdadeiro e julga e peleja com justiça. O Anticristo que é o imitador de Jesus, também virá montado num cavalo branco para enganar Israel que ainda espera o seu Messias (Ap 6.1).

A cor branca é símbolo de vitória e da paz, porém o cavalo branco deste cavaleiro representa a falsa paz que será imposta pelo Anticristo.

Observe que ele recebeu uma coroa, pois é diferente de Jesus que já é Rei antes da fundação do mundo. Jesus vem com uma espada (Ap 19.15 - A Palavra de Autoridade). Este cavaleiro é visto na terra Jesus é visto no céu.

O Anticristo vem com um arco que nos tempos antigos era arma de guerra. Portanto, o Anticristo vem para fazer guerra, enganar e destruir a humanidade. “Ele saiu vitorioso para vencer”, isto é, um homem sanguinário e maldoso. Porém Jesus é a paz e o Anticristo é oposto.

“O Anticristo será um líder que busca a paz e trava guerras. Na busca de paz ele será bem-sucedido e enganador; ao travar guerras ele será destemido e destrutivo. O Anticristo geralmente é descrito na Bíblia como um guerreiro. Suas atividades são resumidas em Daniel 9.27.” (Chamada. A Verdade Sobre O Anticristo e o Seu Reino. https://www.chamada.com.br/mensagens/verdade_anticristo.html).

No princípio da Grande Tribulação, o Anticristo fará um acordo de paz mundial e seu governo será prospero (conf. Dn 11.36). Ele anunciará a “Nova Era” de paz, porém nos últimos três anos e meio virá a inesperada destruição, ou seja, ele convocará um grande exército de todas as nações para guerrear contra Israel. Todavia, será derrotado, e amarrado junto com o Falso Profeta e lançados no lago de fogo (Ap 19.20), no tempo do fim.

O primeiro cavaleiro deve ser identificado juntamente com os outros três, isto é, do mesmo tipo. Isto posto, se os outros três cavaleiros são símbolos de destruição e morte, pelos quais Deus executa o seu julgamento, o cavalo branco não pode destoar do conjunto. 

2º Selo – Cavalo Vermelho – Guerra. “... e ao seu cavaleiro, foi lhe dado tirar a paz da terra para que os homens se matassem uns aos outros; também lhe foi lhe dado uma grande espada” (Ap 6.3-4).

Ao abrir o segundo selo, João vê que outro cavalo saiu e desta vez ele é vermelho. O cavalo vermelho e seu cavaleiro representam a guerra (o sangue que será derramado na Terra), a morte e violenta, que Yahveh permitirá quando trouxer sua ira contra o mundo. (A tribulação será um período de violência, mortes terríveis, o terror estará sobre a terra nesta época). 

3º Selo – Cavalo Preto – Fome. “...uma medida de trigo por um denário; três medidas de cevada por um denário...” (Ap 6.5-6).

O cavalo preto com seu cavaleiro simboliza uma fome mundial que é o resultado da guerra e esta será a maior de todas as fomes previstas na história.

Os raios do sol serão acrescentados. Isaías 30.26 diz-nos que a luz do sol será sete vezes maior e que a lua brilhará como o sol. A terra não dará mais o seu fruto as pessoas terão dinheiro, mas não terão o quer comer. Haverá escassez de alimentos e produtos, e a carestia será grande, e a fome alastrará por todo o mundo (Jr 4.26-27).

Este cavalo preto irá derrubar o plano político do Anticristo, que marcou as pessoas na Terra para adquirir alimentos e outras coisas mais. Porém, será destruído o seu plano e o dinheiro voltará a existir. Temos que aprender que a falsa paz, e a falsa política econômica do Anticristo só irá durar três anos e meio. 

4º Selo – Cavalo Amarelo - Morte e Inferno. “E olhei, e eis um cavalo amarelo e o seu cavalheiro, sendo este chamado Morte; e o Inferno o estava seguindo, e foi lhes dada autoridade sobre a quarta parte da terra para matar a espada, pela fome, com a mortandade e por meio das feras da terra” (Ap 6.7-8).

O cavalo amarelo com seu cavaleiro se chama morte, simboliza uma escalada terrível de guerra, de fome, de pragas, de doenças. Esse juízo de Deus será tão terrível que uma quarta parte da raça humana será morta. O inferno o seguia (isto quer dizer que enquanto a morte ceifa vidas na terra, o inferno guarda as mesmas em seu recinto). 

2. O clamor no céu (vs. 9-11).

5º Selo. “Apocalipse 6.9-11 “E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. 10- E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? 11- E a cada um foi dada uma comprida veste branca e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos que haviam de ser mortos como eles foram.”

Abrindo o quinto selo, João vê o lamento dos mártires no céu. Ele descreve o martírio dos cristãos que sofreram perseguições, passaram por torturas, foram mortos e cujas almas suplicam o juízo de Deus contra a vida daqueles que martirizaram milhares de cristãos. Estes são os salvos que vieram da Grande Tribulação porque guardaram sua fé em Cristo, por seu testemunho e amor à Palavra de Deus e não aceitaram o sinal da besta e nem o seu nome (Ap 7.9-14). Muitos que distanciaram da fé e pessoas com o conhecimento do Evangelho que ficarem no arrebatamento da Igreja sofrerão no governo ditatorial da besta. Suas almas ficarão debaixo do altar do Senhor no céu, serão salvos, mas terão de dar a própria vida (Ap 6.9-11).

Neste tempo o Anticristo, no final dos desfeches, levantará uma grande perseguição qual nunca houve. Todos os que não negarem a Jesus, não professam a religião do falso profeta e não aceitam o sistema da Besta serão decapitados (Ap 20.4).

“....veste branca...”. João vê as almas desses que foram martirizados, receberem vestes brancas que simbolizando justiça, pureza, santidade e alegria. Eles esperam descansando de suas fadigas terrenas, até que o número dos mártires se complete.

É importante entender que essas almas não estavam inconscientes, mas estavam lúcidas e pedindo vingança, não pessoal, mas da justiça divina. Isso mostra que após a morte a alma não dorme como alguns “líderes” ensinam, mas continuam conscientes e tem memória do que ocorreu na Terra. Eles clamam por vingança contra os “que habitam sobre a terra” (Ap 6.10).

Nesta altura dos acontecimentos, nós que subirmos no arrebatamento, estaremos participando das bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9), enquanto que estes crentes que deram suas vidas para serem salvos estarão debaixo do altar do Senhor, serão salvos, mas terão de dar a própria vida (Ap 6.9-11), permanecerão lá até que termine a Grande Tribulação, e o Senhor retorne a Terra para vingará o sangue deles derramado. 

3. O clamor sobre a terra - o juízo chegou. (vs. 12-17). Quando o sétimo selo for aberto, o mundo já estará na segunda metade da Grande Tribulação e sete anjos preparados para tocar sete trombetas. São mais sete acontecimentos terríveis que cairão sobre a Terra, tipificados nas sete trombetas (Ap 8-11). 

6º Selo. Ap 6.12-17 “E, havendo aberto o sexto selo, olhei, e eis que houve um grande tremor de terra; e o sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue. 13- E as estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira lança de si os seus figos verdes, abalada por um vento forte. 14- E o céu retirou-se como um livro que se enrola; e todos os montes e ilhas foram removidos do seu lugar. 15- E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo servo, e todo livre se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas 16- e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono e da ira do Cordeiro, 17- porque é vindo o grande Dia da sua ira; e quem poderá subsistir?”

O sexto selo traz mais do juízo para a humanidade, deixando, cada vez mais, a terra deteriorada e o ser humano indefeso.

O juízo chegou: as portas da graça estão fechadas, é o dia da ira do Cordeiro. O medo, o terror, o espanto e a consternação daquele dia se descrevem sob dois simbolismos: um universo sendo sacudido e os homens completamente aterrorizados, tentando se esconder.

Os juízos catastróficos de Deus, a partir deste selo deixam de atingir somente a esfera terrestre, agora afetando também os astros cósmicos, densas trevas e terror para todos os habitantes da terra (vv.15-17; Is 34.4; Jl 2.30; -31; Ag 2.6).

Nas profecias de Jesus Ele usou as mesmas palavras no caminho do Calvário: “Então, começarão a dizer aos montes: Caí sobre nós! E aos outeiros: Cobri-nos!” (Lc 23.30). Alguns dizem que este versículo se refere à destruição de Jerusalém, e como as mesmas expressões são usadas no verso 16? Portanto, este será o cenário de grandes calamidades e julgamentos naqueles dias que os homens desmaiaram de terror. Serão tão grandes as calamidades que os homens irão procurar lugar para se esconder, mas não irão encontrar; porque Deus está em toda parte. Eles buscarão a morte, mas não podem encontrar. Mas agora, nem caverna, nem a morte pode escondê-los livrá-los da ira do Cordeiro. Nem posição, riqueza ou poder político pode evitar que os homens enfrentem os juízos de Cristo.

O segundo advento de Jesus a esta Terra, será presidido de sinais cósmicos. No Seu sermão escatológico ele diz: “E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas.” (Mt 24.29). 

“logo depois daqueles dias”. Os dias aos quais Jesus se refere, são os dias onde estão ocorrendo os juízos dos primeiros selos.

O doutor Lucas diz: “E haverá sinais no sol, e na lua, e nas estrelas, e, na terra, angústia das nações... homens desmaiando de terror, na expectação das coisas que sobrevirão ao mundo, porquanto os poderes do céu serão abalados.” (Lc 21.25,26).

A Bíblia nos dá um vislumbre do que acontecerá naquele grande Dia; assim profetizou Isaías: “Pelo que farei estremecer os céus; e a terra se moverá do seu lugar, por causa do furor do Senhor dos Exércitos e por causa do dia da sua ardente ira.” (Is 13.13).

O abalo do cosmos, que atingirá o Sol, a Lua e as estrelas, reverenciados pelos pagãos, simboliza a derrota de tudo que os descrentes exaltam no lugar de Deus (Is 2.12-18).

As profecias de Jesus é uma confirmação do que fora vaticinado pelo Profeta Joel 2.31: “O sol se converterá em trevas e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor”. Estes dias na Terra serão tão terríveis que os homens mais poderosos da terra se esconderão nas cavidades da rocha diante da ira do Cordeiro. 

7º Selo. Apocalipse 8.1,2 “E, havendo aberto o sétimo selo, fez-se silêncio no céu quase por meia hora. 2- E vi os sete anjos que estavam diante de Deus, e foram-lhes dadas sete trombetas.”

Abertura do sétimo selo dá início a um segundo ciclos de juízos revelando sete anjos com sete trombetas nas mãos. São mais sete acontecimentos terríveis que cairão sobre a Terra, tipificados nas sete trombetas (Ap 8-11). Tão temíveis são os julgamentos a serem anunciados, que os próprios habitantes do céu ficam calados, pasmados e comovidos com aquilo que vai acontecer aos adoradores da Besta.

Houve cerca de meia hora de silêncio quando o Cordeiro abriu o sétimo selo. Isto nada tem a ver com o sacrifício de Jesus na cruz do Calvário. A menção deste silêncio evidencia que haverá grande pavor, espanto, horror diante dos julgamentos vindouros contra o pecado.

E houve um silêncio no céu por cerca de meia hora e depois a entrega das trombetas aos anjos.

As orações dos santos. Apocalipse 8.3-6 “E veio outro anjo e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que está diante do trono. 4- E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do anjo até diante de Deus. 5- E o anjo tomou o incensário, e o encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a terra; e houve depois vozes, e trovões, e relâmpagos, e terremotos. 6- E os sete anjos, que tinham as sete trombetas, prepararam-se para tocá-las.” 

“E veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro…”. Um outro anjo entra em cena. Ele não faz parte dos sete que receberam trombetas, mas está de posse de um incensário, instrumento que sempre acompanhava atos de oração.

As orações de todos os santos são recebidas por Deus. Qualquer oração que faças, Deus a recebe. Essas orações tiveram um reforço a intercessão dos méritos de Jesus Cristo. Ele era o seu sacerdote intercessor, que aqui na Terra, levava esse incenso perante o altar, perante o lugar santíssimo. Assim essas orações tornam-se aceitáveis perante Deus Pai. Isto quer dizer que existem orações que são respondidas de imediato, e outras ficam retidas com o Senhor, e serão respondidas para o momento certo. Quando isto acontecer, Deus mostrará na Terra a Sua vingança, e os Seus juízos terríveis. 

“e foi-lhe dado muito incenso”. É importante, observar a ordem dos ritos, conforme descritos no livro de Levítico: “Porá o incenso sobre o fogo, perante o SENHOR, para que a nuvem do incenso cubra o propiciatório, que está sobre o Testemunho, para que não morra.” (Lv 16.13).

Quando esse ritual terminava para aquele dia, no sacrifício da tarde, terminavam os serviços no santuário. Então o sacerdote que carregava o incensário o jogava ao chão, e isso até fazia barulho. O incensário jogado no chão daquela tarde, era símbolo de que não mais haveria intercessão naquele dia, e no caso em apreço, era símbolo do fim da intercessão, portanto, fim da graça. 

“e o encheu do fogo do altar, e o lançou sobre a terra”. Então o anjo, ainda com o incensário na mão, não coloca mais incenso, mas pega fogo do altar, que ficava fora, no pátio, e coloca no incensário. Não há mais intercessão por causa das orações, e nem há mais orações. Todas as pessoas, ou se converteram ou não querem se converter nunca mais. Esse serviço de intercessão terminou e o anjo arroja seu incensário sobre a Terra, anunciando o fim da graça. 

E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto. Os servos aguardam em silêncio, e Deus responde com trovões, vozes, relâmpagos e terremoto. As vozes, relâmpagos e trovões falam de autoridade e juízo, provocam um terremoto na terra. Aqui começa a ser respondida a oração das almas martirizadas (6.9,10); Deus vai julgar os que moram sobre a terra. As nossas orações tem papel importantíssimo no desenvolvimento dos planos de Deus. A oração do “Pai Nosso” deixa bem claro o poder de nossas orações ao dizer: “Seja feita a sua vontade…”; “…venha a nós o teu reino…”. Temos que clamar para que os planos de Deus sejam plenamente consumados sobre a terra.

Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau - SC

sexta-feira, 12 de agosto de 2022

O LIVRO SELADO COM SETE SELOS APOCALIPSE 5


Ap 5.1-2 “Vi, na mão direita daquele que estava sentado no trono, um livro escrito por dentro e por fora, de todo selado com sete selos. Vi, também, um anjo forte, que proclamava em grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos?” 

Depois de terminar as cartas aos anjos das sete igrejas, João passa a narrar as doutrinas escatológica. O capítulo 5 é uma continuação do trono majestoso de Deus que João vê no capítulo 4. 

“Vi, na mão direita daquele que estava sentado no trono...”. João vê um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos, na mão direita d’Aquele que está assentado no trono. O ato de desatar os selos significa “revelar” a mensagem do juízo. Não era o livro da vida, mas a escritura da terra (Jr 32), um livro das pragas da ira de Deus (Zc 5.1-4) a serem derramadas sobre a Terra depois do arrebatamento da Igreja. É um meio que Deus usará para expurgar o mal que está sobre a Terra e estabelecer o reino de Deus.

João vê o anjo que brama em alta voz: “Quem é digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos?” “Ora, nem no céu, nem sobre a terra, nem debaixo da terra, ninguém podia abrir o livro, nem mesmo olhar para ele” (vs. 2-3).

Todo o universo emudeceu diante da interrogação do anjo e ninguém podia abrir o livro ninguém apareceu para tomar o livro da mão daquele que está assentado sobre o Trono. Com este acontecimento o apóstolo rompe em choro, como fez Jesus sobre Jerusalém (Mt 23.37-39).

“E eu chorava muito, porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de olhar para ele” (v. 4).

A promessa feita ao apóstolo: ‘Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas’ (Ap 4.1), parecia ter sido frustrada. João se achou sem esperança. Ele chorava porque temia que não houvesse alguém capaz de abrir o livro selado. Os habitantes aqui, referem-se aos anjos. Eles poderiam até ser capazes, mas não eram “dignos” por terem sido criados (cf. Cl 1.16). Teria de alguém que fosse apto para cumprir os propósitos daquele que estava assentado sobre o Trono (Ef 1.21), e pudesse vencer o mal, e ter autoridade sobre todos os principados, poderes da maldade, potestades e domínio e, assim, pôr um fim ao grande conflito espiritual entre a humanidade.

E João chorava muito porque ninguém podia abrir o livro. Porém, disse-lhe um dos anciãos que está ao redor do Trono: “Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, que venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos.” (v. 5).

O leão é o Senhor Jesus Cristo, Ele é o Rei dos reis e da tribo de Judá. Este título, Leão da tribo de Judá, traz a antiga profecia de Jacó que diz: “Judá é o leãozinho” (Gn 49.9-10). O Leão venceu o mundo (Jo 16.33); venceu Satanás (Hb 2.14); venceu a morte e o inferno (Ap 1.18); e venceu e assentou-se no Trono com Seu Pai (Hb1.3, 13; Ap 3.21). A Raiz de Davi, fala do Senhor da casa de Davi (Is 11.10; 2º Sm 7.12, 16; Is 9.6-7; 11.1-2; Lc 32.33).

“Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra” (v. 6).

Quando João levantou os olhos para ver aquele poderoso Leão, vê no meio da glória ao redor do Trono, a figura de um Cordeiro com sete pontas, que simboliza a plenitude de poder (Dt 33.17); e sete olhos que tudo veem, que são os sete Espíritos de Deus enviado por toda a terra (Is 11.2-5).

Se João vê o Cordeiro “como tinha sido morto”, isso indica a validade eterna da redenção. O Cordeiro que tira todo o pecado do mundo (Jo 1.29; 1ª Pe 1.19; Is 53.7); o sangue derramado de Jesus tem efeito eterno (Hb 9.12). Porque n’Ele foi executado o juízo sobre o pecado de todo mundo, somente Ele é digno de julgar este mundo inimigo da cruz, que se colocou fora da Sua obra.

“Veio, pois, e tomou o livro da mão direita daquele que estava sentado no trono” (v.7). Somente Ele poderia tomar o livro. A majestade e a força do Leão, e a docilidade e o espírito de sacrifício do Cordeiro, se evidenciam no Filho de Deus. Na Terra não lhe deram lugar (Mt 8.20). Mas como Cordeiro de Deus, que tem Seu corpo os sinais dos cravos, agora Ele alvo da adoração do próprio céu.

“E, quando tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos” (v. 8).

Antes de o Cordeiro de Deus desatar o primeiro selo, dando início a uma série de juízos contra a Terra (Ap 6), João viu o Cordeiro estava no meio do trono, dos quatro animais e dos anciãos, com sete chifres e sete olhos. (Ap 4-5). E estes representam a totalidade dos crentes do Antigo e do Novo Testamento, e aí estamos incluídos. Isso prova que, desde o início da Grande Tribulação, na terra, os salvos já estarão no Céu. Glória ao Cordeiro, pois estaremos com Ele nesse período de trevas e aflições.

Os vinte e quatro anciãos representam os crentes do Antigo e do Novo Testamento, e aí estamos incluídos. Vimos igualmente que eles se prostram diante do Cordeiro e o adoram. Eles não vieram de mão vazias: “...tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos” (v. 8). No início da adoração do Cordeiro estão, portanto, incluídas as orações de todos os santos. Pois aqui começa o tempo em que as orações de todos os santos, que oram durante os séculos, desde que Jesus ensinou esta oração, são ouvidas. Quais as orações? As orações pela vinda do Seu reino e pela realização da sua vontade; “Venha o teu reino, faça-se a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6.10). Esta é a oração que foi feita bilhões de vezes e tem sua origem no Cordeiro, pois n’Ele, por meio d’Ele e para Ele foram criadas todas as coisas (Ap 4.11; Cl 1.16).

O fato de o Cordeiro tomar o livro da mão direita daquele que está assentado no Trono, produz um louvor grandioso, que abrange todo o universo. Ele começa com os quatro seres viventes (querubins) e os vinte quatro anciãos que prostram, O adoram e exclamam: “Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação” (v. 9). Nos salmos o povo de Deus é conclamado a cantar um cântico novo (Sl 40.3; 144.9-10), especialmente para celebrar a salvação pela mão do Senhor. Agora os vinte quatro anciãos louvam ao Cordeiro que pela Sua morte e ressureição nos deu a vida eterna.

Após esta adoração, o coral de milhões de anjos entoa ao redor do trono outro louvor: “vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares, proclamando em grande voz: digno é o cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor” (Ap 5.11 e 12).

A cena dos que entoam o louvor abre-se ainda mais: “Então, ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: àquele que está sentado no trono e ao cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos. E os quatro seres viventes respondiam: amém!” (vs. 13 e 14).

Adoração iniciou com os anciãos, mas João percebeu que toda a criatura dos céus e da terra participaram. Anjos, seres viventes, anciãos. Milhões deles deram honra ao Cordeiro. Os seres viventes cultuam a Yahweh com um “amém” bem forte!

João encerra este capítulo, mostrando como será a verdadeira adoração celestial, onde todo o louvor é dirigido ao Pai e ao Cordeiro. As mesmas palavras de adoração aplicam igualmente aos dois.

Se em nossos cultos de adoração já ficamos emocionados quando participamos do louvor com a igreja aqui na terra, imagine como será o louvor de milhões e milhares ao redor do trono adorando o Cordeiro que nos resgatou com Seu sangue precioso. Aleluia!

Pr. Elias Ribas Dr. em Teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

 

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

O ANTICRISTO

 


A Bíblia apresenta o Anticristo como um personagem real. Não é lenda nem ficção literária. Ele só irá aparecer após o arrebatamento da Igreja desta terra, para depois assumir o comando do mundo de forma total. Em Apocalipse 6.1-2, surgirá um cavalo branco, cujo cavaleiro será o Anticristo. Ele apresentar-se-á às nações como sendo o messias redentor da humanidade, já esperado por muitos, inclusive os judeus (2ª Ts 2.4-9; Ap 13.10).

I. O QUE SIGNIFICA ANTICRISTO

1. Definição etimológica. A palavra Anticristo é a combinação de duas palavras da língua grega “antiga ἀντί + Χριστός (anti + Christos) e significa etimologicamente, aquele que se levanta contra Cristo, colocando-se em Seu lugar (1ª Jo 2.22).

O Anticristo surgirá como um líder do reino do mal completamente personificado por Satanás (1ª Jo 2.18), ou seja, ele será o representante máximo de Satanás na terra. Trata-se de um homem comum nascido de mulher, mas, revestido de um “poder satânico”, que terá uma capacidade demoníaca extraordinária (2ª Ts 2.9; Ap 13.2,4), que, aliciado pelo Diabo, colocar-se-á à sua inteira disposição, com o intuito de governar o planeta em seu nome. No capítulo 13 de apocalipse, ele é chamado de Besta. Assim como o Senhor Jesus veio a este mundo como representante do Deus Eterno, todo-poderoso (Jo 9.4), o Anticristo virá para fazer a vontade de Satanás (Ap 13.2). Ele se manifestará Satanás na forma de homem.

2. O que significa o espírito do Anticristo. “Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o Anticristo, também, agora muitos anticristos tem surgido; pelo que conhecemos que é a última hora” (1ª Jo 2.18).

João é o único escritor do Novo Testamento a utilizar a palavra Anticristo, e isto por cinco vezes. E de acordo com João, o espírito do anticristo já está no mundo (1ª Jo 4.3). Embora ele ainda não tenha manifestado plenamente, o seu espírito já atua no mundo transformando igrejas e torcendo as Sagradas Escrituras através dos ministros de Satanás (1ª Co 11.15).

“Quando o apóstolo João afirmou que o mundo jaz no maligno, queria ele deixar bem claro que todo o recurso quer humanos, materiais, acham-se bem aparelhados para receber o homem do pecado.” [Eliezer de Lira e Silva. A chegada do Anticristo. Lições Bíblicas CPAD, 3º Trimestre de 2009].

Os falsos mestres da época não admitiam que Cristo tivesse vindo em carne, negando assim o próprio Deus, já que Ele mesmo deu testemunho de Jesus (1ª Jo 5.9; Jo 5.32-38; 8.18). João entendeu pela palavra que essas pessoas que negavam a Divindade de Jesus ou que o Messias veio em carne, isto é, com uma natureza humana, isso mostrava que eles tinham o espírito do anticristo.

O espírito do anticristo é de fato aqueles que se opunham a Cristo negando doutrinas essenciais em relação à Sua pessoa e advento. A Bíblia declara que todo aquele que nega que Jesus é o Cristo é um tipo de anticristo. Essas pessoas desprezam o Unigênito de Deus enviado ao mundo, e rejeitam a sua plena divindade e humanidade.

Da mesma forma o Anticristo e seus ministros, ao surgir no fim dos tempos, irão negar a o sacrifício vicário de Jesus Cristo. No verso 19, João vai dizer que eles “saíram de nós, mas não eram de nós; porque, se fossem de nós, ficariam conosco; mas isto é para que se manifestasse que não são todos de nós.” (1ª João 2.19). Isso explica claramente como alguns que professam fé em Cristo desviam-se dessa profissão e provam que eles nunca tiveram a fé que salva. 

3. Qual a diferença entre anticristos e Anticristo. Quando o apóstolo João usa o termo no plural “anticristos”, fala acerca dos falsos mestres que negavam a divindade de Cristo; e, quando usa o termo no singular “Anticristo”, refere-se acerca do líder mundial, que virá, no fim dos tempos, para governar o mundo e liderar uma grande rebelião contra a fé cristã (Ap 13.1,8, 18; 19.20; 20.10). Podemos dizer, então, que o espírito do Anticristo já estava em ação nos dias de João; mas, só no fim dos tempos é que o Anticristo exercerá seu domínio sobre a humanidade.

II. O ANTICRISTO NAS PROFECIAS BÍBLICAS

1. O Anticristo no Livro de Daniel. “Estando eu considerando as pontas, eis que entre elas subiu outra ponta pequena, diante da qual três das pontas primeiras foram arrancadas; e eis que nessa ponta havia olhos, como olhos de homem, e uma boca que falava grandiosamente.” (Dn 7.8).

Conforme já vimos no capítulo 7 do profeta Daniel, onde ele vê quatro animais que subiam do mar (leão, urso, leopardo e outro terrível e indescritível), que representam os quatro reinos mundiais que já passaram: Babilônia, Medo-Persa, Grego e Romano. Portanto, o Anticristo é representado não como uma pessoa, mas como quatro reinos. Daniel prossegue e nos versículos seguintes ele vê um pequeno chifre que surge entre os dez chifres do quarto animal e nesse pequeno chifre havia olhos como os de homem, e uma boca que falava grandes coisas (Dn 7.8).

Alguns afirmam que foi Antíloco, mas, no entanto, Antíoco era um general grego, e não romano. Note que na visão de Daniel 8.9, o pequeno chifre nasce de entre os quatro chifres do bode, ou seja, seria um poder que se afirma a partir de um dos quatro reinos nos quais o império de Alexandre se divide. Mas o pequeno chifre de Daniel 7.8, 23, representa o Anticristo que sairá do Império Romano restaurado nos últimos dias e não do Império Grego.

Antioco Epifanes em Daniel 8.9, é um tipo de Anticristo. Ele profanou o templo quando o consagrou ao deus grego Zeus e mais tarde sacrificou porcos no altar do templo. Assim o Anticristo também fará no novo templo de Jerusalém.

2. O Anticristo aparecerá na última semana de Daniel. Daniel 9.27 “E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.”

2.1. “E ele firmará um concerto...”. A palavra concerto de acordo com o hebraico, significa que ele estabeleceria uma aliança com muitos por uma semana. Sessenta e nove semanas já foram contadas, faltando ainda uma semana (sete anos). O desolador fará uma aliança com muitos, tantos judeus como gentios. O que não deve ser entendido como o Messias confirmando a aliança da graça com muitos, ou por conta de todo o Seu povo, pelo cumprimento das condições dela, e por seu sangue e sacrifício, por meio do qual todas as bênçãos vêm a eles; pois isso não durará apenas uma semana, mas para sempre.

2.2. “fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares”. A primeira perseguição já aconteceu no reinado Antíoco IV, que durante três anos e meio, perseguiu os Judeus, os sacrifícios e cultos foram interrompidos. A segunda perseguição aconteceu no ano 70 d.C., quando o General Tito invadiu Jerusalém, destruiu o templo e dispersou o povo Judeu, também parando os sacrifícios. Assim sendo esses reis são apenas um tipo de Anticristo. Porém, na Grande Tribulação, o templo será reconstruído e na metade da semana (três anos e meio), o Anticristo assentar-se-á no templo e exigira adoração.

2.3. “...e sobre a asa das abominações virá o assolador...”. O termo abominável no latim abominari que significa: abominar, detestar, repelir com abominação; detestar, odiar.

Em partes a profecia já se cumpriu e em partes será para o tempo do fim. Se entendermos desta forma, então essa frase se trata de uma profecia de múltiplo cumprimento, algo que é comum nas profecias do Antigo Testamento.

Portanto, precisamos entender que Daniel também utiliza expressões semelhantes a “uma abominação que causa desolação” em outras passagens de seu livro (Dn 8.13; 11.31; 12.11). Em Daniel 8.13, por exemplo, essa frase está diretamente relacionada à Antíoco IV Epifânio. Mas em Daniel 9.26, “...e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário...” para se referir a Tito no ano 70 d.C. que, juntas, também prefiguram o período de domínio do Anticristo escatológico.

3. O Anticristo no Sermão Escatológico de Jesus. Mateus 24.15-17,21,22 “Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo (quem lê, que entenda), 16- então, os que estiverem na Judeia, que fujam para os montes; 17- e quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa. 21- Porque haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá jamais. 22- E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas, por causa dos escolhidos, serão abreviados aqueles dias.”

No verso 15, Jesus estava falando da abominação da desolação descrita por Daniel (9.27) que ocorreu no 168 a.C., quando Antióquio Epifanes preparou um altar a Zeus sobre o altar dos holocaustos no templo judeu em Jerusalém. Ele também sacrificou um porco no altar do templo de Jerusalém. Esse evento é conhecido como a “abominação da desolação.

Segundo Cristo, quando os cristãos vissem esse sinal “a abominação da desolação”, eles deveriam fugir da Judeia imediatamente. A necessidade de fugir especificamente da Judeia confirma que Jesus estava falando sobre a guerra judaico-romana de 66-73 d.C. Primeiramente Jesus aplica ao Imperador Tito que destruiu Jerusalém e o templo no ano 70 d.C, a figura de um tipo de Anticristo.

Porém, nos versículos 21 e 22, o pano de fundo da profecia de Jesus deixa de ser apenas a destruição de Jerusalém, e passa também a se referir a um período futuro, a qual haverá uma tribulação nunca vista. A palavra “tribulação” significa calamidade ou “sofrimento”.

Lucas 21.24 especificou em que consistiria essa tribulação: “Eles cairão à fio da espada e serão levados cativos para todas as nações, e Jerusalém será pisada pelos gentios, até os tempos da os gentios se complete.”

“...até os tempos dos gentios se complete.” Cristo quis dizer que em um tempo futuro os Judeus retornariam e reconstruiriam Jerusalém e o templo. Esta é a opinião dos judeus e de muitos cristãos. O significado da passagem é claramente.

Os tempos dos gentios é o período em que Israel estará sob o controle e domínio de povos de outras nações. Este período chamado “Os tempos dos gentios” teve início quando os judeus foram levados cativos para Babilônia em 586 a.C. (2º Cr 36.1-21; Dn 1.1,2), e terminará quando Cristo estabelecer o seu Reino terreno e governar sobre todas as nações, conforme nos assegura as profecias Bíblicas (Dn 1.31-35; Jr 23.5,6; Zc 6.12,13; 9.10; Rm 11.25,26; Ap 20.4).

O povo Judeu foi dispersado no ano 70 d.C., e que terminou com volta dos Judeus a sua terra em 1948. Mesmo os judeus tendo voltado a ocupar seu território ainda assim este território judeu não é livre de gentios. Os gentios ainda ocupam uma parte de Israel. Mas durante o período tribulacional está profetizado a invasão do Anticristo com seus exércitos expulsando os judeus da cidade de Jerusalém. E até o final da tribulação os gentios dominarão Jerusalém.

4. O Anticristo como o homem do pecado na teologia de Paulo. Em 2ª Tessalonicenses 2, Paulo dá maiores detalhes sobre a volta de Jesus e é ainda mais específico, com relação a manifestação do Anticristo, o filho do pecado.

Paulo não está se referindo ao General Tito predito por Jesus no verso 15. Mas a um homem que entrará o cenário mundial no início do Dia do Senhor ou tempos finais.

O Anticristo será um o inimigo de Deus. Ele procurará substituir a adoração do Deus verdadeiro e de todos os falsos deuses pela adoração de si mesmo, e se proclamará Deus. A besta não tolerará a adoração de ninguém ou de nada além de si mesma (Ap 13.5-8). Ele se estabelecerá no trono de Deus no santuário interno do templo de Deus. O falso profeta fará que todos os habitantes da terra o adoram (Ap 13.14-15), também fará milagres falsos “de maneira que até fogo faz descer do céu à terra, à vista dos homens.” (Ap 13.13).

Os pais da igreja primitiva e vários bons comentaristas modernos aceitam a visão literal: “Este homem também é chamado de “besta que sai do mar” (Ap 13.1-10).

Assim, muitos intérpretes entendem que Antíoco IV Epifânio foi um protótipo do Anticristo escatológico. Também podemos entender que a própria profanação promovida por Antíoco IV Epifânio, prefigurou a destruição promovida por Tito em 70 d.C. que, juntas, também prefiguram o período de domínio do Anticristo escatológico.

III. QUANDO SURGIRÁ O ANTICRISTO

Após o arrebatamento da igreja desta terra, Deus vai abrir o cenário profético para Israel. A sua chegada coincidirá com a Septuagésima Semana de Daniel (Dn 9.27). E o seu governo terá a duração de três anos e meio (Ap 13.5). Após esse período, enfrentará a ira do Cordeiro: a Grande Tribulação.

1. Quando aparecerá o Anticristo? 2ª Tessalonicenses 2.2 “que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o Dia de Cristo estivesse já perto.”

No ensinamento escatologia do apóstolo Paulo a Igreja Tessalônica, ele tem o objetivo de demonstrar que a vinda do Senhor será precedida por uma série de eventos que devem ocorrer antes que os julgamentos do dia do Senhor ocorram: apostasia (v. 3), a revelação do homem do pecado (vs. 3-4,8) e retirada daquele que o detém (vs. 6–7).

Na primeira epistola aos tessalonicenses, Paulo garantiu que os salvos em Jesus serão arrebatados para encontrar o Senhor nos ares e assim ficaram para sempre com Ele (1ª Ts 4.16-17). Este evento os livrará da ira futura de Deus sobre a Terra (1ª Ts 1.10; 5.9-10). Agora, porém, na segunda epístola aos tessalonicenses, Paulo advertiu os irmãos de Tessalônica que estavam confusos e perturbados por causa dos falsos mestres que estavam ensinando que o Dia do Senhor (Dia de Cristo) já havia começado, e que a ira final de Deus estava sendo derramada sobre a Terra. Paulo lhes responde dizendo que o dia da ira de Deus ainda não havia chegado. Sendo assim, Paulo escreveu a segunda carta aos tessalonicenses para esclarecer o assunto.

2. Três coisas assinalaram a chegada do Anticristo.

2.1. Haverá uma apostasia geral. “Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição” (2ª Ts 2.3).

O termo apostasia do grego apostásis, significa afastamento, abandono consciente e público da fé. O Espírito Santo fala abertamente que nos últimos dias muitos vão apostatar, isto é, negar a fé, negar as doutrinas do cristianismo (1ª Tm 4.1-2). Será uma era de tempos trabalhosos (2ª Tm 3.1-9). Nessa época a sã doutrina não será suportada e haverá entre o povo de Deus heresias destruidoras.

A palavra traduzida como “afastar-se” é de caráter tão geral que pode ser aplicada a qualquer partida da fé que foi recebida.

“O ministério da iniquidade” é uma atividade secreta dos poderes malignos no decurso da história da humanidade, preparando o caminho para apostasia e o “homem da iniquidade”.

É um processo enganoso, que ilude os incrédulos, e induzirá a muitos a se desviarem da verdadeira fé e aceitar a mentira personificada na igreja apóstata. É um espírito ou movimento contra a verdadeira fé bíblica, levando as pessoas a acreditarem no espírito do erro. “E com todo engano de injustiça aos que perecem, porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos. É por este motivo, pois, que Deus lhes manda a operação do erro, para darem crédito à mentira” (2ª Ts 2.10-11).

Alguns estudiosos acreditam que essa apostasia consistirá em pessoas se afastando da verdade de Deus para adorar o Anticristo (Ap 13.8), que se estabelecerá no templo de Deus e afirmará ser Deus (v. 4).

A apostasia precede a chegada do homem do pecado, prepara o caminho para seu advento; não é o resultado, mas a causa de sua aparência.

2.2. E será revelado o homem da iniquidade (v. 3b). Outro evento que deve ocorrer antes que ocorram os julgamentos do dia do Senhor é a revelação do “homem da iniquidade”. Isto é, o homem cuja característica distintiva é o pecado. No decurso de toda a época da igreja, “um ministério da injustiça” está em ação, o que nos faz lembrar que o fim está chegando. Vejamos que todo o tipo de maldade, corrupção, imoralidade, aborto, eutanásia e a idolatria tornar-se-á cada vez mais desenfreada à medida que a história chega ao fim. Porém, quando o “homem do pecado” assumir o governo do mundo, promoverá o genocídio dos que não lhe aceitarem o sinal, e não haverá ninguém para levantar a voz contra esse crime (Ap 20.4).

Ele também é descrito como “o filho da perdição. Isto é, aquele que levará a humanidade a destruição à qual ele está destinado e a perdição eterna. O mal é uma ação contrária ao padrão divino, é uma inversão de valores, por exemplo: A legalização das drogas, aborto, homossexualidade, pedofilia etc.

“Seja revelado”. Paulo considera o homem do pecado como a contraparte de Cristo; como Cristo foi revelado pelo Pai, assim será revelado o homem do pecado que terá por pai Satanás. O filho da perdição; cujo pecado necessariamente conduz à sua perdição e de seus seguidores. O mesmo nome que foi aplicado por nosso Senhor a Judas Iscariotes (Jo 17.12).

O Anticristo será o representante do pai da mentira, e terá por objetivo apagar toda a verdade que Deus imprimiu na Sua Santa Escritura, na consciência humana e na história. Somente assim, conseguirá aprisionar a humanidade (2ª Ts 2.11).

2.3. Opor-se a Deus. 2ª Tessalonicenses 2.4 “o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.”

Nesta época os israelitas estarão confusos e olharão para o Anticristo como o messias prometido. Ele terá um auxiliar (o falso profeta), que fará o povo adorá-lo através de prodígios (Ap 13.11-17), e Satanás entregar-lhe-á todo o poder que tem, será considerado o senhor da terra (Ap 13.7; Dn 11.36; Ap 13.14 -15). Porém, na segunda fase da Tribulação, ele irá se opor a Deus, exaltar a si mesmo a ponto de declarar-se que é Deus e irá exigir adoração e proibirá qualquer culto a qualquer deus que não seja ele dirigido (Is 14.14). Ele constrangerá a humanidade a adorar o Dragão e seus demônios (Ap 9.20). A fim de que a idolatria e o satanismo em seu mais alto grau, espalhe-se por toda a terra. o Anticristo levantar-se-á contra Deus e contra os que o adoram.

3. O que está impedindo o aparecimento do Anticristo. O Anticristo aparecerá com o desaparecimento daquele que agora o detém: “E, agora, vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que, agora, resiste até que do meio seja tirado; e, então, será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda.” (2ª Ts 2.6-8).

A verdade é que o mistério da iniquidade já está em ação, a grande apostasia já está a caminho e o “homem do pecado” poderá se manifestar a qualquer hora. Alguém ou algo está impedindo que ele apareça. Parte do propósito dessa restrição é impedir que o homem do pecado seja revelado antes do tempo determinado. Quando aquele que o detém for tirado do meio, começa o julgamento e justiça divina sobre a terra.

Acredito que o que detém o homem da iniquidade aparecer seja o Espírito Santo e a igreja a noiva de Cristo. Claro que o Espírito Santo ainda estará presente na terra, mas será tirado do meio no sentido de que Seu ministério único de restrição do pecado (convencer o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo” (Jo 16.8)), será removido. Deus tem restringido o pecado no mundo por meio do poder do Espírito Santo. O Espírito trabalha diretamente por meio da Palavra, de pessoas piedosas e de Seus santos anjos para fazer avançar o Reino de Deus e deter o mal. Mas, quando Ele for tirado, o mundo sem Deus blasfemará contra Ele (Ap 16.11) e uma mega apostasia surgirá com a manifestação do homem do pecado juntamente com o falso profeta.

Portanto, a retirada da Igreja por meio do arrebatamento será, na verdade, a retirada de tudo o que detém o poder do pecado neste mundo. Há várias outras interpretações para esse versículo e a identidade de quem detém o pecado. O Estado romano, o imperador de Roma, a obra missionária de Paulo, o Estado judeu foram propostos como aquilo que detém a injustiça. Portanto, a única revelação que temos, descrita pelo próprio apóstolo Paulo é que o povo de Deus será tirado da terra, no aparecimento de Jesus Cristo (Tt 2.13,14; 1ª Ts 4.17). Todavia, depois disso será revelado o Anticristo, então estamos diante de mais uma prova de que a Igreja não passará pela grande tribulação!

Enquanto a Igreja do Senhor Jesus não for tirada deste mundo, o homem do pecado, o Anticristo não aparecerá. O que o detém é o Espírito Santo. Ele não retira a Sua onipresença, nem sua presença na terra durante a Grande Tribulação, mas encerra sua tarefa de reprimir o poder da injustiça. Quando aquele que o detém for tirado do meio, começará o Dia do Senhor. Satanás e o Anticristo terão liberdade para levar o mundo ao caos.

IV. O QUE FARÁ O ANTICRISTO

1. O Anticristo fará uma aliança com Israel. 1ª Tessalonicenses 5.3 “Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão.”

Quando o Anticristo assumir o governo mundial, fará um acordo de paz com muitos povos, mas em especial com Israel. A princípio esta paz poderá ser eficaz e reconfortante, mas será temporária e superficial.

2. Os judeus aceitarão o Anticristo como seu messias. “Eu vim em nome de meu Pai, e não me aceitais; se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis” (Jo 5.43).

Para o Judeus, Jesus foi um grande homem, um grande mestre que pregou ideais universais. Porém não o aceitam como Messias ou Salvador, pois o judaísmo não reconhece um “filho de Deus” que se destaca e se eleva acima dos outros seres humanos. A convicção judaica é a de que todos os homens são iguais.

No judaísmo rabínico, o messias é concebido como o rei de Israel que reina durante a Era Messiânica, imaginada como um tempo futuro de paz e plenitude para toda a humanidade.

“...se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis”. O rabino Kanievsky, uma das maiores autoridades do judaísmo ortodoxo, emite um alerta dizendo: “o Messias está prestes a chegar.” O judaísmo ortodoxo não crê que Jesus é o redentor enviado por Deus. Eles ainda esperam a chegada da figura que virá salvá-los. Porém, quando o Anticristo se manifestar fingindo ser o seu messias predito pelos profetas, eles o aceitaram.

3. O Anticristo irá construir um novo templo para os Judeus. O Anticristo fará todo o empenho para que o terceiro templo de Jerusalém seja construído. Segundo alguns teólogos o templo será construído durante os primeiros três anos e meio da primeira fase da Grande Tribulação.

A besta e o falso profeta atuarão como anti-Deus, o reinado de Satanás haverá de funcionar como anti-reino de Deus. Portanto, o momento de maior triunfo de Satanás será introduzir o seu representante no Santo Templo de Jerusalém. Porém, no início da segunda fase da Tribulação, ele vai se opor ao Deus de Israel, de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Jerusalém, querendo parecer Deus, isto é, apoderar-se-á do templo em Jerusalém, proclamando que ele mesmo é Deus (2ª Ts 23-4), proibirá adoração ao Deus verdadeiro (2ª Ts 2.4) e assolará a Palestina, então Israel rompe a aliança com o Anticristo, o seu tratado é quebrado e interrompe o sacrifício no templo (Dn 9.27). 

Quando Israel romper a aliança com o Anticristo, o Senhor Deus irá derramar toda a ira do Cordeiro tanto sobre o Anticristo como sobre os seus adoradores. O Apocalipse mostra-nos quão difíceis serão estes dias para os que estiverem aqui na terra, o Senhor derramará pragas e pestilências, um grande e terrível cálice de dor, de angústia e sofrimento sobre os homens que rejeitaram a Sua Palavra e não aceitaram a Jesus como Salvador. Mostrará Deus, uma vez mais, que não dividirá a sua glória com ninguém.

Israel será o único país no mundo que rompera o concerto com o Anticristo, e nenhum judeu receberá a marca do Anticristo, mas serão a marca de Deus em suas testas (Ap 7.4). Quando os judeus perceberem que o Anticristo não é de fato o seu cristo, mas um impostor tentará ele destruir os descendentes de Abraão (Dn 9.27). Irá perseguir os santos (Israel) durante um período de três anos e meio (Dn 7.25). Diante deste acontecimento, o Anticristo se preparará para reunir as nações com soldados no grande vale do Armagedon para destruir por completo Israel, mas o seu intento só acontecerá no final da Grande Tribulação, mas sem sucesso (Ap 16.16).

V. QUEM SERÁ O ANTICRISTO?

1. Um governador mundial. O governo do Anticristo receberá toda autoridade de Satanás (Ap 13.2), ou seja, ele aparecerá com toda a eficácia e poder de Satanás. O Anticristo, a fim de promover sua mentira no final dos tempos e se passar como um deus, usará o mesmo tipo de poder, sinais e prodígios que o Espírito de Cristo usou no início dos tempos para autenticar a verdade sobre si mesmo como Deus (2ª Co 12.12; Hb 2.4).

Ao começar o Dia do Senhor, o Anticristo aparecerá neste mundo como um governante mundial. Ele será um “cristo” para todas as religiões um imitador de Jesus. Um inimigo de Deus e de Cristo. O Anticristo será a mais completa personificação de Satanás e o seu mais autêntico representante.

A besta, o Anticristo, será o último Império Mundial, é um dos sete, ou seja, sete impérios mundiais passados na história.

2. Será um homem de grande capacidade. O Anticristo, ainda que pareça sobrenatural, será um ser humano como outro qualquer (Ap 13.1-12), a Besta que subiu do mar; ele será um homem personificando, o diabo, porém, apresentando-se como se fosse Deus (Dn 11.36); ele será usado por Satanás (Ap 13.1-2); ele terá apoio religioso (Ap 13.11-12); ele será um líder mundial (Ap 13.8); será um gênio em oratória (Dn 11.36); na política, no comércio e na economia (Ap 17-11, 12, 13 e 17). Será um gênio intelectual (2ª Ts 2.9-10); um gênio militar (Ap 19.19); um gênio religioso (2ª Ts 2.4). Sua sabedoria e capacidade serão sobrenaturais, pois, além da ação diabólica em seu apoio, outros fatores contribuirão para a implantação de seu governo, tais como: poder político (Dn 7.8,25) e comercial (Dn 8.25; Ap 13.16,17). Não fará caso ao amor das mulheres (Dn 11.37); ele perseguirá os santos (Ap 13.7). Por enquanto, algo detém a sua manifestação (2ª Ts 2.6-10). O quê? O Espírito Santo de Deus.

A Bíblia diz que toda a terra maravilhar-se-á após a Besta (Ap 13.3), que será recebido, ao aparecer, com a solução dos problemas e crises sociais e políticas que fustigam o mundo inteiro, para as quais os líderes mundiais não encontram solução.

Será nesta época que a doutrina terrível da Nova Era, vai atuar na terra assustadoramente, quando o casamento deixará de existir, quando as mulheres tiverem tantos parceiros e a criança pertencerá ao estado, por não saberá dizer quem é o pai. Estará bem claro que a prostituição passou a ser como se fosse uma religião. O aborto a e as drogas ilícitas hoje, será normal neste governo.

3. Terá todo poder de Satanás. “A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira” (2ª Ts 2.9; Ap 13.2). O Anticristo, ainda que se pareça sobrenatural, será um ser humano como outro qualquer (Ap 13.12). Esta pessoa que representará Satanás, na terra, será ao mesmo tempo o arqui-inimigo de Deus e seu Cristo, o representante maior do Diabo e é conhecido pela Bíblia como “A Besta”. Entretanto um representante do próprio Lúcifer na Terra.

4. Os nomes atribuídos ao Anticristo. Diversos nomes e títulos são dados ao Anticristo nas Escrituras: Anticristo (1ª João 2.18); iníquo (2ª Ts 2.8); injusto, cruel, perverso e mal; a besta (Ap 11.7; 13.1); filho da perdição (2ª Ts 2.3); homem do pecado (2ª Ts 2.3); aquele que assentar-se-á no templo de Deus (2ª Ts 2.4); o líder de muitas nações (Sl 111.6); o pequeno chifre (Dn 7.8); o príncipe que há de vir (Dn 9.26); o homem vil (Dn 11.21); o rei que fará segundo a sua vontade (Dn 11.36); o pastor inútil (Zc 11.16,17). A estes podem ser acrescentados: aquele que vem em seu próprio nome (Jo 5.43), o rei feroz (Dn 8.23), o abominável da desolação (Mt 24.15), o assolador (Dn 9.27); o príncipe que há de vir (Dn 9.26). Assim, é possível ver quão extensa a revelação deste indivíduo. Não é de admirar, já que esta é a obra-prima de Satanás na sua tentativa de imitar o plano de Deus.

VI. O TRABALHO DO ANTICRISTO

1. Destruir as bases da religião divina. Para que todos venham a crer nas suas mentiras. Este rei será grande: “E esse rei fará conforme sua vontade, e se levantará, e se engrandecerá sobre todo deus” (Dn 11.36).

Haverá uma perseguição em massa aos cristãos ao redor da terra que ficar após o arrebatamento. Tanto no Império Romano como em nossos dias, muitos são os torturados e mortos por amor a Cristo. Todavia, os martírios durante o governo do Anticristo superarão a todos os mortos já registrados. Será o Holocausto dos holocaustos.

Na visão de João em Apocalipse 20.4, ele vê: “as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão...”.

Esse era um modo comum de execução entre os romanos, e sem dúvida muitos dos mártires cristãos sofreram dessa maneira. Porém, aqui, ele está vendo os mártires da Grande Tribulação, os santos que foram degolados pela besta (Ap 13.7,15).

1º Eles foram mortos por causa de sua postura fé e testemunhal, serão degolados pelo governo do Anticristo (Ap 20.4).

2º Eles foram mortos porque “não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão”.

Todos os cristãos que permaneceram fiéis aos princípios da fé cristã e resistirem a todas as tentativas de tentações e seduções, serão perseguidos e decapitados. O objetivo do Anticristo será de destruir da terra quaisquer testemunhos concernentes ao Deus Único e Verdadeiro e ao Seu Unigênito Filho (Ap 7.9-17; Ap 11.7-9).

Nesse tempo as Bíblias serão queimadas em praças públicas, os templos evangélicos passarão a pertencer do governo. As propriedades e bens matérias dos crentes que foram arrebatados, serão confiscadas pelo governo do Anticristo, e serão doadas às pessoas que vivem abaixo linha da pobreza, o comunismo será instalado mundialmente, pois o Anticristo tem o prazer em dizer que é amigo dos pobres e dos menos favorecidos da sociedade.

2. Criar uma nova religião. Com todo o poder, falsos sinais de mentiras enganarão a humanidade (2ª Ts 2.9). O Anticristo contará com ajuda do falso profeta que exercerá influência nas massas com sinais malignos na natureza (Ap 13.13), e implantará um sistema mundial obrigatório de culto à pessoa do Anticristo (Ap 13.15), será um tempo de intensa religiosidade (Ap 13.12).

O Anticristo blasfemará contra Deus, (Dn 7.13; Ap 13.5) e solicitará ser adorado como se fosse Deus, e perseguirá aqueles que não se encurvarem em sua adoração (Ap 13.5-6). Opor-se-á ao Altíssimo e assentar-se-á como um Deus. “Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos ser-lhe-ão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um tempo” (Dn 7.25).

Esta religião será montada para que Lúcifer seja adorado por todos os que desprezam a verdade, e apegam-se a mentira. Hoje ela já existe em forma de sincretismo religioso (Nova Era), satanista. O mundo de hoje caminha a passos largos para uma religião mundial, com o movimento ecumênico onde as religiões se aproximam cada vez mais, umas das outras, buscando um salvador ideal, que verá no Anticristo o seu anelo.

3. Criar uma economia única. Apocalipse 13.16,17 “E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na mão direita ou na testa, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome.”

“O Anticristo sabe que, somente controlando a economia do mundo, conseguirá subjugar a política internacional. Por isso, instituirá um código, conhecido como a marca da besta, para que sem o seu número ninguém possa comprar ou vender (Ap 13.16-18). Com a globalização da economia, os governos caminham nesse sentido, não pressentindo o que os espera num futuro bem próximo.” [Claudionor de Andrade. O governo do Anticristo. [Lições Bíblicas 2º Trimestre de 2012. Ed. CPAD Rio de Janeiro RJ.].

Ele vai oferecer uma economia fortemente centralizada. Para o Anticristo ter um total controle econômico, obrigará a todos colocar o “sinal”, ou no “nome” da besta ou o “número do homem”, para que possam comprar e vender. Quem recusar aceitar será procurado e morto (Ap 13.5; Dn 11.44). Ele usará a força para que todos os habitantes da terra a aceitarem o sinal da besta. Somente aqueles que aderirem ao sistema da besta poderão comprar comida, fazer transações comerciais e pagar contas. Nada disto aconteceu durante as perseguições romanas, ou nos períodos mais triste da história da Igreja. O domínio sobre a economia mundial será usado como incentivo aos indecisos para que aceitem a marca da besta. A marca simboliza, ainda, plena submissão ao anticristo e ao falso profeta.”

4. O mundo já espera o anticristo. A O.N.U. (Organização das Nações Unidas) é uma organização mundial de estados criada para manter a paz e a segurança no mundo. Esta organização com mais 50 anos de existência, está apavorada com a situação dos povos em todo o mundo. Um dos seus mais eminentes líderes, declarou: “A única coisa que pode resolver o caos político e económico atual, em nível mundial, é o aparecimento de um homem especial, super talentoso, inteligentíssimo, que una a economia (globalização econômica) de todas as nações, e estabeleça um sistema financeiro mundial. Precisamos deste homem. Estamos esperando. Ele tem que aparecer, venha de Deus ou do Diabo, nós o aceitamos”.

VII.     A DERROTA FINAL DO ANTICRISTO

Apocalipse 19.15 “E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso.”

Quando os inimigos do Cordeiro se reunirem no final da Tribulação dos sete anos, o Anticristo iniciará um ataque final sobre Jerusalém, que culminará na Batalha do Armagedom, então, sua derrota será total e final (Ap 19.19-21).

O apóstolo Paulo narra a derrota final do Anticristo em 2ª Tessalonicenses 2.8-10 “E, então, será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira, e com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem.”

Depois que Satanás e o Anticristo realizarem sua obra de engano e maldade (2ª Ts 2.9-10), o Anticristo será destruído pela Palavra de Deus (2ª Ts 2.7-8), na vinda de Jesus em glória. Esta batalha Jesus a vence não com armas, mas com a Sua Palavra, a espada afiada que sai da sua boca (Ap 19.15).

No Apocalipse, assim está narrado o seu fim: “E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo e ao seu exército. E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre.” (Ap 19.19,20).

Apesar dos seus feitos e poder, o Anticristo já possui um fim pré-determinado na Bíblia. Sua atividade se encerrará na Batalha do Armagedon quando o Senhor Jesus vier com a Sua Igreja. Naquela ocasião, o Rei dos reis e Senhor dos senhores destruirá o Anticristo, seus exércitos e todos os que o seguirem (Mt 24.30; Ap 19.19-21).

As Escrituras afirmam que após sete anos de governo mundial, o governo do Anticristo será eliminado por um juízo direto de Deus (Ez 28.6; Dn 7.22,26; 8.25; 9.27; 11.45; Ap 19.19,20). Este juízo acontecerá quando ele estiver ocupado em uma campanha militar na Palestina (Ez 28.8,9; Ap 19.19), e ele será lançado no lago de fogo (Ap 19.20; Ez 28.10). Este juízo acontecerá na vinda de Cristo em Glória (2ª Ts 2.8; Dn 7.22) e constituirá uma manifestação da Sua autoridade messiânica (Ap 11.15). E, o reino sobre o qual o Anticristo governou, passará para a autoridade do Messias e tornar-se-á o reino dos santos (Dn 2.34,35, 44,45; 7.27).

VIII.    O CONTRASTE QUE EXISTE ENTRE O SENHOR JESUS, E O ANTICRISTO 

 

cristo

ref.

Anticristo

ref.

A.             

A imagem de Deus

Hb 1.3

É imagem de Satanás

2ª Ts 2.9

B.             

Segunda Pessoa da Trindade Divina

Mt 28.19

Segunda pessoa da trindade satânica

Ap 16.13

C.             

Desceu do céu

Jo 6.38

Subirá do mar

Ap 13.1

D.             

É o Cordeiro

Ap 5.12

É a Besta

Ap 13.1

E.             

É o filho de Deus

Jo 1.49

É o filho da perdição

2ª Ts 2.3

F.             

É o Santo

At 3.14

É o iníquo, cruel

2ª Ts 2.8

G.            

É o mistério de Deus

Jo 1.18

É o mistério da iniquidade

2ª Ts. 27

H.             

Veio em nome do Pai

Jo 5.43

Virá em seu próprio nome

Jo 5.43

I.               

Subiu ao céu

Mc 16.19

Irá para o lago de fogo

Ap 19.20

J.             

Recebe louvor dos santos

Fp 2.10-11

Receberá adoração dos iníquos

Ap 13.3-8

K.             

Número simbólico é o 7

Ap 5.6

Seu número simbólico é o 6

Ap 13.18

L.             

Tem uma noiva – a Igreja

Ef 5.22-23

Suma mulher – prostituta

Ap 17.16-17

M.            

É a verdade

Jo 14.6

É a mentira

2ª Ts 2.9-11

N.             

É a luz

Jo 12.46

É a treva

Ap. 16:10

O.            

Seus seguidores andam na luz

Jo 8.12

Seus seguidores andarão nas trevas

Ap. 16:10

P.             

Seu reino é Eterno

Ap 1.8

Seu reino é de apenas 7 anos

Dn 9.27

 

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC