TEOLOGIA EM FOCO: ESDRAS VAI A JERUSALÉM ENSINAR A PALAVRA

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

ESDRAS VAI A JERUSALÉM ENSINAR A PALAVRA

 


LEITURA BÍBLICA

LEITURA BÍBLICA

Esdras 8.1-12. “Estes, pois, são os chefes de seus pais, com as suas genealogias, os que subiram comigo de Babilônia no reinado do rei Artaxerxes: 2 - dos filhos de Fineias, Gérson; dos filhos de Itamar, Daniel; dos filhos de Davi, Hatus; 3 - dos filhos de Secanias e dos filhos de Parós, Zacarias, e com ele por genealogias se contaram até cento e cinquenta homens; 4 - dos filhos de Paate-Moabe, Elioenai, filho de Zeraías, e, com ele, duzentos homens; 5 - Dos filhos de Secanias, o filho de Jaaziel, e com ele trezentos homens; 6 - e dos filhos de Adim, Ebede, filho de Jônatas, e, com ele, cinquenta homens; 7 - e dos filhos de Elão, Jesaías, filho de Atalias, e, com ele, setenta homens; 8 - e dos filhos de Sefatias, Zebadias, filho de Micael, e, com ele, oitenta homens; 9 - dos filhos de Joabe, Obadias, filho de Jeiel, e, com ele, duzentos e dezoito homens; 10 - e dos filhos de Selomite, o filho de Josifias, e, com ele, cento e sessenta homens; 11 - e dos filhos de Bebai, Zacarias, o filho de Bebai, e, com ele, vinte e oito homens; 12 - e dos filhos de Azgade, Joanã, o filho de Hacatã, e, com ele, cento e dez homens; Filho de Hacatã, e com ele cento e dez homens.”

Neemias 8.3-5 “E leu nela diante da praça que está fronteira à porta das águas, desde a alva até o meio-dia, na presença dos homens e das mulheres, e dos que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei. 4 Esdras, o escriba, ficava em pé sobre um estrado de madeira, que fizeram para esse fim e estavam em pé junto a ele, à sua direita, Matitias, Sema, Ananías, Urias, Hilquias e Maaséias; e à sua esquerda, Pedaías, Misael, Malquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mesulão. 5 E Esdras abriu o livro à vista de todo o povo (pois estava acima de todo o povo); e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé”.

INTRODUÇÃO

O grande valor do ensino da Palavra de Deus é o assunto desta lição. Veremos como o governo da Pérsia enviou Esdras a Jerusalém, a fim de verificar se a vida eclesiástica dos judeus estava conforme a lei de Deus.

O Antigo Testamento mostra que a Lei do Senhor estava intrinsicamente ligada à vida de todo o povo e, por isso, ela também era o elemento aglutinador que formava a identidade dos judeus. Assim, Esdras estava ciente de que para iniciar a reconstrução religiosa do povo era necessário começar pelo ensino da Lei do Senhor, pois sem ela não há identidade espiritual nem moral. Atualmente, podemos afirmar que a Palavra de Deus é o elemento central para gerar avivamento, crescimento e desenvolvimento do caráter do cristão. Amemos a Palavra de Deus, busquemos conhecê-la!

I. ARTAXERXES ENVIA ESDRAS

1. Os judeus sob o domínio dos persas. Quando o reino da Pérsia derrotou Babilônia, os judeus que viviam naquele lugar passaram automaticamente ao domínio do governo persa. Os judeus puderam logo constatar que os persas eram mais brandos do que os babilônicos.

2. Esdras é enviado a Jerusalém, para ensinar a lei de Deus. No seu contato com Esdras, escriba e sacerdote, o rei ficou impressionado com o elevado grau de conhecimento que Esdras possuía da lei do Deus de Israel, e quis, junto com seus sete conselheiros, enviá-lo a Jerusalém a fim de inquirir acerca da situação espiritual dos residentes ali (Ed 7.14).

3. A importante carta que o rei enviou com Esdras. O rei enviou com Esdras uma carta escrita em aramaico, que está registrada em Esdras 7.12-26. Através desta carta o rei decretou:

3.1. Qualquer judeu, que assim desejasse, poderia acompanhar Esdras a Jerusalém (v. 12).

3.2. Os que fossem a Jerusalém poderiam levar consigo ouro e prata, voluntariamente dados pelo rei e seus conselheiros, ou dados como ofertas voluntárias do povo (v. 15).

3.3. Os vasos sagrados, que ainda estavam na Babilônia, seriam restituídos (v. 19).

3.4. Qualquer despesa seria paga pelo tesouro do rei.

3.5. Não seriam impostos aos servidores do templo: direitos, tributos, rendas (v. 24).

3.6. Esdras poderia nomear regentes e juízes, para que a vida eclesiástica viesse a funcionar conforme a lei de Deus (v. 25).

Esdras louvou a Deus, que tinha inspirado o rei a fazer tudo isto, estendendo-lhe a beneficência perante o rei (vv. 27,28).

II. O ANSEIO DO POVO PELA PALAVRA DE DEUS

Artaxerxes envia Esdras a Jerusalém, onde o líder escriba e sacerdotal tem o objetivo de ensinar a Lei de Deus ao povo. Por isso, os líderes que atuaram para propagar o ensino da Lei aos rincões de Israel devem aprender o exemplo de Esdras. Vejamos os exemplos:

A história de Moisés, o homem que Deus entregou o Decálogo. Também o juiz, sacerdote e profeta Samuel. Mas o exemplo mais vivo foi o Senhor Jesus como a Palavra encarnada de Deus na história. O Pai leva tão a sério a sua Palavra que enviou Seu Filho para encarná-la no mundo.

1. Esdras sai da Babilônia e vai a Jerusalém. Conforme a ordem do rei Artaxerxes, Esdras viajou para Jerusalém acompanhado de um grupo de judeus, alguns eminentes líderes do povo (Ed 8.2). Recusando a escolta militar oferecida pelo rei, para garantir-lhes a segurança durante a viagem, Esdras e seus companheiros preferiram confiar na segurança de Deus. Assim sendo, jejuaram e oraram para que tivessem uma boa viagem (Ed 8.21), e Deus os ouviu e os guardou durante todo o trajeto. Assim chegaram em paz a Jerusalém, onde ofereceram holocaustos a Deus (Ed 8.35).

2. O encontro de Esdras com Neemias. Quando Esdras chegou a Jerusalém encontrou Neemias, o qual vinha sendo o líder espiritual dos judeus em Judá. Posto a par da situação, Neemias uniu-se a Esdras na tarefa para a qual este havia sido enviado.

3. Desde o Sinai, Israel passou a dar importância à Lei do Senhor.E te será por sinal sobre tua mão e por memorial entre teus olhos, para que a lei do Senhor esteja em tua boca; porquanto com mão forte o Senhor te tirou do Egito. Portanto guardarás este estatuto a seu tempo, de ano em ano” (Êx 13.9-10).

3.1. A meditação diária na Lei de Deus é o segredo da vitória. “Não se aparte da tua boca o livro desta lei, antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem-sucedido” (Js 1.8).

3.2. Houve uma época que o livro fora perdido, mas ao ser encontrado e lido, trouxe mudanças espirituais. “Disse Hilquias a Safã, o escrivão: Achei o livro da lei na casa do Senhor. E entregou o livro a Safã” (2ª Cr 34.15).

3.3. A Palavra de Deus deve estar, sempre, perto de nós. “Oh! Quanto amo a tua lei! Ela é a minha meditação o dia todo.” (Sl 119.97).

4. O desejo pela Palavra.

4.1. Após o Senhor dar descanso ao povo, houve um grande ajuntamento na praça para receberem o livro da Lei. “Então todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça diante da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o Senhor tinha ordenado a Israel” (Ne 8.1).

4.2. Após 70 anos no cativeiro, o povo demonstrou desejo pela Palavra de Deus. (Sl 119.17-40).

5. A Lei é trazida ao povo.

5.1. Esdras foi o portador da Lei perante todos em Jerusalém. “E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de mulheres, e de todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do sétimo mês” (Ne 8.2).

5.2. Foi o momento esperado por todos após 70 anos longe de sua pátria e sem ouvir a vós de Deus.Junto aos rios de Babilônia, ali nos assentamos e nos pusemos a chorar, recordando-nos de Sião. Nos salgueiros que há no meio dela penduramos as nossas harpas, pois ali aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções; e os que nos atormentavam, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos um dos cânticos de Sião. Mas como entoaremos o cântico do Senhor em terra estrangeira”? (Sl 137.1-4).

5.3. O prazer do crente deve estar na Lei do Senhor. “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores; antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e noite” (Sl 1.1-2).

6. O povo estava atento a Lei.

6.1. Neemias relata o desejo do povo pela Palavra. “E leu nela diante da praça que está fronteira à porta das águas, desde a alva até o meio-dia, na presença dos homens e das mulheres, e dos que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei” (Ne 8.3).

6.2. A Palavra de Deus operou gloriosamente no coração do povo. “Acharam-se as tuas palavras, e eu as comi; e as tuas palavras eram para mim o gozo e alegria do meu coração; pois levo o teu nome, ó Senhor Deus dos exércitos” (Jr 15.16).

6.3. A Palavra de Deus é um alimento para nossas almas. “Depois me disse: Filho do homem, come o que achares; come este rolo, e vai, fala à casa de Israel. Então abri a minha boca, e ele me deu a comer o rolo. E disse-me: Filho do homem, dá de comer ao teu ventre, e enche as tuas entranhas deste rolo que eu te dou. Então o comi, e era na minha boca doce como o mel” (Ez 3.1-3).

III. ESDRAS ENSINA A PALAVRA AO POVO

1. Esdras ensina a Palavra ao povo. Na festa dos tabernáculos, no dia primeiro do mês sétimo houve santa convocação (Lv 23.34,35). O povo se ajuntou como um só homem diante da porta das águas (Ne 8.1), e Esdras trouxe o livro da lei. A lei de Deus foi lida ao povo desde a alva até ao meio-dia. Havia sido construído um púlpito de madeira para aquele fim, e em pé, ao lado de Esdras, havia um grupo de 13 auxiliares (Ne 8.4). Ainda cooperava um grupo de levitas, e o objetivo era fazer todo o povo entender o que estava sendo lido no livro da lei de Deus (Ne 8.8).

2. O ensino foi maravilhoso. O povo ao ouvir a leitura, começou a chorar e a lamentar-se. Neemias e Esdras tiveram que intervir, exortando-os a que se alegrassem no Senhor, porque a alegria do Senhor é nossa força (Ne 8.10). O povo então foi comer, beber e festejar, porque todos entenderam as palavras que lhes fizeram saber (Ne 8.12).

Esdras ensina a Palavra ao povo e há um grande despertamento espiritual.

3. A Lei Mosaica. Um dos aspectos mais importantes da experiência dos israelitas no monte Sinai foi o de receberem a lei de Deus através de seu Líder, Moisés. A Lei Mosaica (hb. torah, que significa ‘ensino’) Lei era composta por 613 mandamentos, e nelaca continha:

3.1. A lei moral, que trata das regras determinadas por Deus para um santo viver (20.1-17).

3.2. A lei civil, que trata da vida jurídica e social de Israel como nação (21.1; 23.33).

3.3. A lei cerimonial, que trata da forma e do ritual da adoração ao Senhor por Israel, inclusive o sistema sacrificial (24.12; 31.18).

[…] A lei revelava a vontade de Deus quanto a conduta do seu povo (19.4-6; 20.1-17; 21.1 — 24.8) e prescrevia os sacrifícios de sangue para a expiação pelos seus pecados (Lv 1.5; 16.33). A lei não foi dada como um meio de salvação para os perdidos. Ela foi destinada aos que já tinham um relacionamento de salvação com Deus (20.2). Antes, pela lei Deus ensinou ao seu povo como andar em retidão diante d’Ele como seu Redentor, e igualmente diante do seu próximo. Os israelitas deviam obedecer à lei mediante a graça de Deus a fim de perseverarem na fé e cultuarem também por fé, ao Senhor (Dt 28.1,2; 30.15-20)” [Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 2006, p. 146].

IV. A PALAVRA DE DEUS DEVE SER ENSINADA

1. Deus ordenou que a Sua Palavra fosse ensinada a todo o povo de sete em sete anos (Dt 31.9-12). Além da leitura da Lei de Moisés, que se fazia a cada sábado (At 15.21), os Escritos e os Profetas deveriam ser lidos e explicados ao povo, em convocação solene, a cada sete anos.

2. Jesus ordenou o ensino da Sua Palavra. Na GRANDE COMISSÃO Jesus ordenou que seus discípulos ensinassem todas as nações a guardarem tudo o que lhes tinha mandado (Mt 28.19,20).

3. O apóstolo Paulo conhecia a importância do ensino da Palavra. Vejamos: “Conjuro-te pois diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo… que pregues a palavra…” (2ª Tm 4.1,2). “O que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (2ª Tm 2.2). “Se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7).

A Palavra de Deus deve ser ensinada porque é ordenança de Deus, ratificada por Jesus e confirmada pelos apóstolos.

V. RESULTADOS DO ENSINO DA PALAVRA DE DEUS

1. O ensino da Palavra gera temor a Deus.

1.1. Deus falou. “Ajunta-me o povo e os farei ouvir a minha palavra, para que me temam todos os dias que na terra viverem” (Dt 4.10). “Guarda os mandamentos do Senhor para o temer” (Dt 8.6).

1.2. Pelo temor a Deus o crente se aparta do mal (Pv 3.7), se desvia do mal (Pv 16.6), e aborrece o mau caminho (Pv 8.13).

1.3. Como resultado do ensino da lei nos dias de Esdras, o povo confessou os seus pecados, apartou-se de deuses estranhos, adorou ao Senhor seu Deus, e com Ele fez firme concerto (Ne 9.13,38). A Palavra de Deus é o PODER de Deus (Rm 1.16).

2. O ensino da Palavra implanta normas espirituais nos crentes. Essas normas dão forma às manifestações da Nova Vida naquele que se converte, naquele que, pela operação do Espírito de Deus, passa a andar nos estatutos de Deus (Ez 36.27). Vejamos algumas destas manifestações da nova vida:

2.1. O crente é honesto a toda prova (Rm 12.17; 2ª Co 8.21; Fp 4.8; 1ª Pe 1.12; Hb 13.18).

2.2. O crente jamais mente (Is 63.8; Ef 4.25; 1ª Jo 2.28). O crente tem o testemunho de sua consciência, no Espírito Santo, de que não mentiu (Rm 9.1). Jesus disse: “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna” (Mt 5.37).

2.3. O crente jamais se apodera de alguma coisa que não seja dele. “Aquele que furtava não furte mais” (Ef 4.28). Zaqueu depois de salvo queria restituir aquilo que havia defraudado (Lc 19.8).

2.4. O crente vive uma vida moral que é exemplo de pureza. “A prostituição e toda a impureza nem ainda se nomeie entre vós” (Ef 5.3).

2.5. O crente jamais dá falso testemunho de alguém (Êx 20.16; Pv 10.18; Tg 4.11).

3. O ensino da Palavra dá conhecimento. A igreja de Corinto foi enriquecida porque, pelo ensino da Palavra de Deus, havia recebido conhecimento (1ª Co 1.5). Consideremos:

3.1. O conhecimento consolida a força (Pv 24.3), porque pelo conhecimento podemos saber o que nos é dado gratuitamente por Deus (1ª Co 2.12). Pelo conhecimento da verdade podemos alcançar plena libertação (Jo 8.32). Pelo conhecimento podemos saber que Deus quer que todos os homens venham ao conhecimento da verdade (1ª Tm 2.4).

3.2. Pelo conhecimento podemos saber como agradar a Deus (2ª Co 5.9). Agradar a Deus não é resultado da nossa própria força, mas o próprio Deus nos dá graça para agradá-lo.

O ensino da Palavra de Deus gera temor, estabelece normas espirituais nos crentes e dá conhecimento.

4. A Palavra traz o conhecimento do pecado. “Quando o povo ouviu e entendeu a Palavra de Deus, todos experimentaram uma profunda convicção de pecado e da culpa.

4.1. Os trechos da lei que continham uma clara revelação da condição espiritual do povo podem ter sidos Lv 26 e Dt 28; trechos estes que falam da bênção ou juízo divino, conforme a obediência ou desobediência do povo à Palavra de Deus.

4.2. Nos avivamentos, o choro, quando acompanhado de profundo arrependimento (cf. cap.9), é um sinal da operação do Espírito Santo (ver João 16.8 nota). Sentir tristeza pelo pecado e abandoná-lo resulta em perdão divino e alegria da salvação (ver v.10 nota; Mt 5.4)” [Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 2006, p. 743].

5. O ensino produz mudança no ouvinte.

5.1. O ensino produz quebrantamento. “E Neemias, que era o governador, e Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que ensinavam o povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus; não pranteeis nem choreis. Pois todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei” (Ne 8.9).

O Senhor sempre estará junto de um crente quebrantado. “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito” (Sl 34.18).

5.2. O ensino nos torna benignos.

A. A benignidade é a disposição para a prática do bem. “Antes sede bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4.32). “Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor. Portanto não vos entristeçais, pois, a alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.10). 

B. O mandamento bíblico é que devemos socorrer os necessitados. “Em tudo vos dei o exemplo de que assim trabalhando, é necessário socorrer os enfermos, recordando as palavras do Senhor Jesus, porquanto ele mesmo disse: Coisa mais bem-aventurada é dar do que receber” (At 20.35). “Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano. E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso”? Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma” (Tg 2.15-17). “Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitando, lhe fechar o seu coração, como permanece nele o amor de Deus? (1ª Jo 3.17). 

C. É a verdadeira religião. “A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo” (Tg 1.17).

VI. A PALAVRA DE DEUS

 1. É uma espada de dois gumes – Hb 4.12. Acontece que a Bíblia não fala apenas na Palavra de Deus como espada, vai além e diz que ela é também uma espada bigúmea, de dois gumes. Gume é como se chama a lâmina da faca, da espada e outros instrumentos cortantes e, por dedução, uma espada bigúmea é uma espada de dois gumes, ou seja, de duas lâminas, portanto, que corta dos dois lados, ou seja, ela corrige e ensina a verdade.

A Palavra de Deus corta o pecado, porque ensina claramente qual a vontade de Deus para nossas vidas e nos liberta da servidão dos vícios e de todos os males que se originam no pecado. A Palavra de Deus corta o coração de fora a fora e transforma um coração de pedra, que não se comovia com o sofrimento alheio, que não sentia remorsos ao prejudicar alguém, em um coração de carne, sensível, generoso e cheio do Amado Espírito Santo.

2. É a espada do Espírito. Não é segredo para ninguém que a Bíblia, ou Palavra de Deus é comparada a uma espada e isso fica bastante claro quando lemos o texto que fala da armadura de Deus, veja: “Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.” (Ef 6.17).

3. É luz para o meu caminho – Sl 119. O salmista reconhecia o valor e a importância do ministério da Palavra. Ele entendia que o uso prático da Palavra de Deus durante sua caminhada na fé era essencial para uma vida de acordo com a vontade do Senhor. Por isso ele declara: “Lâmpada para os meus pés é a tua Palavra”.

Nesse versículo o salmista aplica uma ilustração muito frequente em toda a Bíblia. Ele retrata a vida como um caminho a ser percorrido dia após dia, um passo de cada vez. Ao mesmo tempo, ele também fala da Palavra de Deus como sendo a luz que ilumina nossa vida e nos conduz pelo caminho correto.

Quando o salmista diz “lâmpada para os meus pés”, ele está falando da situação comum de seu tempo. Como não havia iluminação como temos na atualidade, as pessoas dependiam de pequenas lamparinas para poderem andar durante a noite. A escuridão era tão densa que a luz das lamparinas clareava apenas a porção do caminho em torno dos pés. Elas forneciam luz apenas para o próximo passo.

CONCLUSÃO. A Bíblia inteira, do Gênesis ao Apocalipse, registra os mandamentos, os estatutos e os juízos promulgados por Deus. Deste» modo a Bíblia se constitui na carta magna da família temente a Deus, que deseja atravessar incólume as borrascas morais e espirituais que se abatem sobre a ímpia sociedade.

BERGSTÉN Eurico. Esdras vai a Jerusalém ensinar a Palavra. Lições bíblicas 3° trimestre 2020. CPAD – Rio de Janeiro RJ.


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