TEOLOGIA EM FOCO: setembro 2020

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

O LIVRO DE JÓ

 

ESBOÇO DO LIVRO DE JÓ

I. Prólogo: A Crise 1.1 - 2.13

II. Diálogos entre Jó e Seus Amigos (Elifaz, Bildade e Zofar): A Busca de Resposta Humanista 3.1 - 31.40

III. Discursos de Eliú: O Começo do Entendimento 32.1 - 37.24

IV. O Senhor Responde a Jó diretamente 38.1 — 42.6

V. Epílogo: Desfecho da Prova 42.7-17.

TEXTO BÁSICO

2ª Timóteo 3.16 “Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça.”

Ezequiel 14.14, 19-20 “ainda que estivessem no meio dela estes três homens, Noé, Daniel e Jó, eles, pela sua justiça, livrariam apenas a sua alma, diz o Senhor Jeová. 19 - Ou se eu enviar a peste sobre a tal terra e derramar o meu furor sobre ela com sangue, para arrancar dela homens e animais; 20 - ainda que Noé, Daniel e Jó estivessem no meio dela, vivo eu, diz o Senhor Jeová, que nem filho nem filha eles livrariam, mas só livrariam a sua própria alma pela sua justiça.

Tiago 5.11 “Eis que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso e piedoso.”

INTRODUÇÃO

1. O Livro de Jó é uma das obras mais fascinantes da Bíblia. Não há em toda literatura bíblica outra obra semelhante. Diferente na sua estrutura, no estilo e, sobretudo, no conteúdo, o Livro de Jó demonstra a grandeza de Deus diante da finitude humana. É, portanto, uma obra que alimenta a nossa esperança quando tudo mais parece ter perdido o sentido.

2. O Livro de Jó é uma literatura bíblica única. Ele apresenta uma estrutura diferente, um estilo singular e um conteúdo teológico em que põe em contraste a grandeza de Deus com a pequenez humana. Estas são razões básicas para o nosso interesse em estudar esse precioso livro. Entretanto, há uma razão maior: É a Palavra de Deus que alimenta a nossa esperança diante de uma tragédia. Nesse sentido, em algum momento de nossa história nos identificaremos com a de Jó. Por isso, o livro nos traz consolo e esperança.

O Livro de Jó é uma poderosa resposta de Deus para grandes questões da vida.

O livro de Jó trata de um assunto permanente contemporâneo: Porque sofre o justo? Esta pergunta é uma das mais comuns dentre todas as que já foram feita desde a queda de Adão e Eva.

I. AUTORIA, LOCAL E DATA DO LIVRO DE JÓ

1. O significado do nome de Jó. Jó no heb. iyõbh, que significa pesaroso.

2. A pessoa histórica de Jó. A Bíblia mesma atesta que Jó foi uma pessoa histórica. O profeta Ezequiel confirma que ele, de fato, foi uma pessoa real, correlacionando-o ao lado de Noé e Daniel (Ez 14.14). Tiago, por exemplo, atesta a realidade histórica do principal personagem do livro, bem como sua autenticidade textual, quando destaca a perseverança de Jó (Tg 5.11).

2. Título do Livro. O Livro de Jó foi assim chamado em homenagem a seu herói, e não devido ao seu autor, embora Jó possa ter registrado nele muitos detalhes de sua vida.

3. Tema do Livro. O Livro mostra por que o justo sofre. Jó um homem descrito como perfeito, é despojado de riqueza, dos filhos e da saúde. Sofre estas aflições com paciência.

4. Autoria. O autor do Livro de Jó é desconhecido, mas sua autenticidade é comprovada, bem como a realidade histórica da terra de Uz no período patriarcal.

Os candidatos mais prováveis são Jó, Eliú, Moisés e Salomão. Acredita-se que Eliú pode tê-lo escrito (ver Jó 32.16). Alguns Escritores, Historiadores antigos, Teólogos e antigas traduções dão autoria do Livro a Moisés.

Se não foi o próprio Jó, o escritor deve ter obtido informações detalhadas, escritas ou orais, oriundas daqueles dias, as quais ele utilizou sob o impulso da inspiração Divina para escrever o livro na feição em que o temos. Certas partes do livro vieram evidentemente da revelação direta de Deus (Jó 1.1 - 2.10)” [Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p. 767].

5. Período. Tudo indica que Jó viveu na época dos patriarcas (Abraão, Isaque e Jacó, aproximadamente em 2100-1800 a.C.). Dentre outros, alguns fatos contribuem para esse entendimento: O sacerdócio como instituição ainda não existia, visto que Jó era o sacerdote de sua própria casa (Jó 1.5); as filhas de Jó eram coerdeiras juntamente com seus irmãos (Jó 42.15), o que não era permitido pela lei mosaica (Nm 27.8); a palavra hebraica qesitah, traduzida como “uma peça de dinheiro” (Jó 42.11), só aparece em outras duas ocasiões na Bíblia: uma em Gênesis 33.19 e a outra em Josué 24.32.

6. Forma literária. A forma do livro é poesia, que trata de diversas questões antigas, dentre as quais, o sofrimento do justo. O Livro tem o nome da figura principal no poema, e foi classificado como um dos livros de sabedoria do Antigo Testamento. Outros livros dessa categoria incluem Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão.

7. A terra de Jó. Já no início do seu texto, o Livro de Jó destaca que ele era da “terra de Uz” (Jó 1.1). Como Jó, Uz era uma terra real. A maioria dos eruditos crê que a terra de Uz situava ao sul de Edom e a oeste do deserto da Arábia, se estendendo a leste, indo até a Babilônia (Jr 4.21; 25.20), e a sudeste da Palestina e do mar Morto, ou ao norte da Arábia.

Por conseguinte, Jó nasceu depois do dilúvio, do qual faz referência (Jó 22.16), e antes dos primeiros ancestrais do povo judeu.

7. Síntese do livro de Jó. Jó sofre várias calamidades. Perde todos os seus bens, seus dez filhos e sua saúde (ficando seu corpo cheio de chagas). Seus três amigos chegam para ajuda-lo, porém com aconselhamentos à base da razão humana e argumentos sem amor e piedade, o que piora a situação de Jó.

O jovem Eliú chega por fim e suas palavras contêm um pouco de esperança para o patriarca. Porém as razões deste amigo ajudam pouco, mas não responde à pergunta que mais atormenta Jó. Finalmente Deus fala e o sofredor tem a solução que tanto anela.

A esperança, que no início não existia, começou a brotar quando as justas razões do problema foram abordadas. Essa esperança tornou-se realidade com a réplica majestosa e incomparável do Altíssimo. Jó se humilhou reverentemente ante a grandeza e sabedoria de Deus, e logo depois foi duplamente restaurado.

II. ESTRUTURA LITERÁRIA DO LIVRO DE JÓ

1. Prosa e poesia. O leitor que deseja ler o Livro de Jó precisa dar-se conta de que diante dele há uma obra de natureza poética. Isso não torna o livro de Jó menos inspirado do que outros da Bíblia, mas revela que ele pertence a um diferente gênero literário. Jó precisa ser lido dessa forma. A estrutura dessa obra demonstra isso. O texto é uma combinação de prosa-poesia-prosa (nessa ordem). Ele está literariamente organizado assim: Uma prosa nos primeiros capítulos; uma longa poesia no meio; mais uma prosa no último capítulo. Assim, o prólogo (Jó 1.1 - 2.13) e o epílogo (Jó 42.7-17) estão em prosa; o texto intermediário em poesia (Jó 3.1 - 42.6).

2. Organização. No texto em poesia há a seguinte organização: Um monólogo feito por Jó; três ciclos de diálogos entre Jó e seus amigos (Elifaz, Bildade e Zofá); quatro outros discursos de um quarto amigo jovem, Eliú; seguido pela revelação de Deus onde Ele manifesta o seu poder e graça; e, finalmente, a humilhação de Jó diante da revelação divina e sua restauração completa.

3. Abundância de figuras de linguagens. O livro é rico em metáforas. Esse recurso estilístico é usado pelo autor bíblico quando ele quer dar mais expressividade e maior vivacidade ao texto. O autor almeja que seu texto seja “colorido” ao invés de “preto e branco”. Jó, por exemplo, usa a figura do “vai-e-vem” do Tecelão para demonstrar a brevidade da vida (Jó 7.6; cf. “vento” Jó 7.7; “nuvem” 7.9; “sombra” 8.9; 14.2; “uma corrida”, “uma águia”, “uma flor” 9.25,26; 14.2). No livro também há o recurso estilístico de paralelismos onde os elementos literários repetem-se na mesma ordem.

O livro apresenta uma estrutura literária de prosa-poesia-prosa. Há também uso de metáforas e paralelismos.

III. NATUREZA E MENSAGEM DO LIVRO DE JÓ

1. Por que os justos sofrem? Algumas das questões mais importantes levantadas no Livro de Jó são eminentemente de natureza teológica e, também, filosófica. A questão do sofrimento do inocente é a principal delas. Por que sofre o justo? Ou ainda, por que os ímpios prosperam enquanto o justo sofre?

Ao longo dos anos, tanto teólogos quanto filósofos têm procurado dar explicações para esse dilema humano. No contexto de Jó, a ideia que prevalece é a de que somente os maus sofriam em consequências de seus pecados. Se havia sofrimento era porque havia culpa do sofredor. Nesse aspecto, ao longo de seus 42 capítulos, o autor procura demonstrar um novo olhar sobre essa questão.

2. Existe bondade desinteressada? Para muitas pessoas qualquer prática religiosa não passa de barganha. Essa era também a tese do Diabo. Para ele, Jó só permanecia fiel a Deus porque recebia benefício em troca: Jó era um homem agraciado com muitos bens; com uma família formidável; cercado de muitos amigos; e gozava de boa saúde. Nessas condições, como disse Satanás, todos são devotos. Todavia, vindo o infortúnio, a tragédia e a calamidade, será que esse fervor religioso permaneceria? Satanás estava disposto a apostar que a espiritualidade de Jó não subsistiria a uma prova de fogo. O livro mostra como Jó se comportou nessa prova.

3. Pode o homem compreender Deus? Os últimos capítulos de Jó mostram os impactos que a revelação divina tem sobre os homens. Como Paulo, que foi verdadeiramente mudado quando contemplou o Senhor numa visão (At 9.1-17), assim também Jó é totalmente transformado quando contempla a majestade do Senhor (Jó 38 — 42). A questão para Jó não foi tanto o entender Deus, mas experimentá-Lo. Viver e experienciar Deus mudou completamente a vida de Jó! Eis uma grande lição deixada por esse precioso livro.

A principal questão do Livro de Jó é o sofrimento do inocente. O livro mostra como Jó se comporta diante da prova.

4. “Sete características principais assinalam o livro de Jó.

4.1. Jó, um habitante do norte da Arábia, foi um não israelita justo e temente a Deus […] (1.1).4.2. Este livro é o mais profundo que existe sobre o mistério do sofrimento do justo.

4.3. Revela uma dinâmica importante, presente em toda prova severa dos santos: enquanto Satanás procura destruir a fé dos santos, Deus está operando para depurá-la e aprofundá-la. A perseverança de Jó na sua fé permitiu que o propósito de Deus prevalecesse sobre a expectativa de Satanás (cf. Tg 5.11).

4.4. O livro é de valor inestimável pela revelação bíblica que contém sobre assuntos-chaves tais como: Deus, a raça humana, a criação de Satanás, o pecado, o sofrimento, a justiça, o arrependimento e a fé.

4.5. Boa parte do livro ocupa-se da avaliação teológica errônea no livro talvez indique tratar-se de um erro comum entre o povo de Deus; erro este que exige correção.

4.6. O papel de Satanás como ‘adversário’ dos justos, o livro de Jó o demonstra mais do que em qualquer outro livro do AT. Entre as dezenove referências nominais a Satanás no AT, quatorze ocorrem em Jó.

4.7. Jó demonstra com toda clareza o princípio bíblico de que os crentes são transformados pela revelação, e não pela informação (42.5,6)” [Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p. 768].

CONCLUSÃO

Nesta lição apresentamos algumas informações básicas sobre o contexto histórico e literário de Jó. Quanto ao seu gênero o livro é de natureza poética. Isso é importante para a compreensão da própria estrutura como o livro foi organizado. Vimos que o livro apresenta princípios teológicos que transcendem o espaço e o tempo. Esses princípios são para todas as épocas e culturas. O que é demonstrado é que o conhecimento de Deus é o anseio de todo ser humano.

FONTE DE PESQUISA

José Gonçalves. O Livro de Jó. Lições bíblicas 4º Trimestre de 2020. CPAD Rio de Janeiro RJ.

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

ESPÍRITOS EM PRISÃO

 


1ª Pedro 3.18,20 “Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito. No qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão; Os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água.”

 INTRODUÇÃO

A Bíblia não diz que Jesus desceu ao inferno e pregou aos mortos. Na verdade, essa ideia de que Jesus desceu ao inferno é resultado de uma linha de interpretação de alguns textos bíblicos difíceis.

Como qualquer outro texto da Bíblia que oferece alguma dificuldade de interpretação, existem diversas interpretações defendidas pelos teólogos. Porém, devido a algumas interpretações equivocadas sobre este tema, muitas heresias foram ensinadas ao longo da História da igreja.

Alguns comentaristas bíblicos identificam a pregação aos “espíritos em prisão” mencionada pelo apóstolo Pedro como uma suposta pregação de Cristo, após a Sua morte e antes de Sua ressurreição, aos espíritos desencarnados dos antediluvianos. Outros chegam a propor que Cristo foi pregar, após Sua ressurreição, aos anjos maus que haviam sido desobedientes nos dias de Noé.

Este é um problema real para o expositor, ou o leitor comum da Bíblia. É uma boa regra que as igrejas não sejam apresentadas a uma variedade de interpretações, o que pode causar confusão entre os irmãos, principalmente novos convertidos. Essa passagem está aberta a diferentes interpretações, e não é fácil explicá-las ou mostrar por que uma visão é preferível a outra. O caminho mais sábio é admitir que os detalhes da passagem são fortemente contestados, apresentar uma visão (ou no máximo duas) e evitar fazer quaisquer afirmações que tenham base duvidosa.

I. A RAZÃO DE PEDRO ESCREVER SUA CARTA

1. Os cristãos estavam sendo perseguido pelos falsos mestres. Pedro escreveu a cristão que estavam sendo injustamente insultados pelos pagãos por causa de suas crenças (1ª Pe 2:12; 3:9; 16; 4:14) e pede que seus leitores vejam um contraste entre o mundo mau dos dias de Noé e o mundo em que eles viviam, para encorajá-los a perseverar em seguir a Deus, mesmo sendo a minoria, assim como Noé fazia parte da minoria.

2. As aflições dos cristãos. “E, do mesmo modo que Cristo sofreu pelos pecados da humanidade (1ª Pe 3.18), os crentes foram convidados a sofrer por fazer o bem (1ª Pe 3.17), certos de que receberão a recompensa do Senhor (cf. Mt 5.11, 12). Afinal, todas as autoridades, sejam humanas ou angélicas, estão sujeitas ao Salvador que saiu vitorioso da sepultura e voltou ao Céu para assumir o governo do Universo. O assunto abordado pelo apóstolo nada tem a ver com “vida após a morte”, e sim com fidelidade e perseverança cristã em meio aos insultos dos descrentes”. [Prof. Leandro Quadros, Na Mira da Verdade, vol. 2 (Casa), p. 50-52].

II. O SOFRIMENTO DE CRISTO

1ª Pe 3.18 “Pois Cristo também foi sacrificado uma única vez por nossos pecados, o Justo pelos injustos, com o propósito de conduzir-nos a Deus; morto, de fato, na carne, mas vivificado no Espírito”.

1. Cristo padeceu pelos justo e injustos.

·         Ele não possuía pecado, mesmo tendo vivido neste mundo cheio de pecado (Hb 4.15; 7.26; 9.14).

·         Antes de vir a este mundo, Ele vivia em um céu livre de pecado e maldição.

·         O sofrimento espiritual não era de Jesus, e sim nosso.

·         Mas, com diz (2ª Co 5.21), o único que não conhecia pecado, se fez pecado por nós.

·         Deus fez com que seu Filho pagasse a pena de morte pelos nossos pecados.

·         Para que pudéssemos ser livrados e declarados justo.

·         Cristo nos poupou, levando sobre si a maldição que cabia a nós (Gl 3.13).

·         Cristo tornou nosso substituto tomando nosso lugar.

·         E assim, recebeu o castigo que era nosso.

Deus concede e credita para mim a perfeita satisfação, a justiça e santidade de Cristo, como se eu nunca tivesse pecado nem houvera sido pecador, como se eu tivesse sido perfeitamente obediente como Cristo foi obediente por mim”.

Por meio de Cristo Jesus, Deus nos colocou dentro da sua justiça e graça.

Nos reconciliou consigo. “O justo pelos injustos”.

2. Morto na carne. Em sua natureza humana. Nesse caso, “morto sim, na carne” refere-se à condição de humilhação de Cristo durante Sua encarnação; enquanto “vivificado no espírito” é uma alusão ao Seu estado original de exaltação, reassumindo após Sua ressurreição (Rm 1.3-4; 1ª Tm 3.16). Assim, o fato da pregação “aos espíritos em prisão” ser associada no verso 19 ao Cristo “vivificado no espírito” nos impede de ver qualquer cumprimento dessa pregação durante o Seu estado de humilhação ou encarnação.

3. Jesus foi “vivificado no Espírito”. Pelo original grego, podemos também traduzir essa frase como: “Vivificado pelo Espírito”. Ou seja, o Espírito Santo participou na ressurreição de Cristo (cf. Rm 8.11).

Aquele mesmo corpo morto foi reavivado pelo poder de sua Divindade.

III. NO QUAL TAMBÉM FOI E PREGOU AOS ESPÍRITOS EM PRISÃO

A expressão “no qual” se refere ao Espírito Santo, mencionado na parte final do v. 18. Então, Jesus, através do Espírito Santo, pregou a esses “espíritos em prisão”. No entanto, o elemento humano usado pelo Espírito Santo foi Noé (ver 1ª Pedro 3.20). A menção a esse patriarca fornece a pista para se saber em que tempo foi feita essa pregação.

1. Pregou. A pregação se deu, não no período entre a morte e a ressurreição de Cristo, mas “nos dias de Noé” (3.20), isto é, no tempo anterior ao dilúvio, “enquanto se preparava a arca” (3.20).

Cristo falou pelo Seu Espírito através de Noé, proclamando a mensagem da salvação. Esta passagem não pode ser usada para ensinar que no período entre Sua crucifixão e Sua ressurreição Cristo foi e pregou às almas imortais do povo do tempo de Noé. Adicionalmente ao fato de que a Bíblia não provê apoio ao conceito de que a alma é imortal, em sua segunda epístola Pedro exclui a possibilidade que o povo do tempo de Noé tivesse uma segunda chance e pudessem ainda ser salvos [Andrews Study Bible].

2. Quem seriam esses “espíritos” aos quais foi feita a pregação? A palavra utilizada para espírito frequentemente se refere a seres humanos (1ª Co 14.32; Hb 12.23; 1ª Jo 4.1). Os espíritos (pessoas) do tempo de Noé eram cativos na prisão do pecado. De acordo com a Escritura, somente oito pessoas escaparam dela (1ª Pe 3.20). [Andrews Study Bible].

O próprio contexto nos esclarece: foram os “desobedientes nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca” (3.20). Ou seja, a pregação foi feita aos antediluvianos, e não a espíritos desincorporados no Hades. A parte final de 3.20 nos esclarece que “poucos, a saber, oito pessoas, foram salvos”. A palavra “pessoas” aqui, é psychai (psychê significa “alma, vida, pessoa, criatura”). Então, vê-se que os oito “espíritos” que foram salvos são as oito pessoas da família de Noé (ele, a esposa, três filhos e três noras).

Nosso Senhor rendeu Seu Espírito ao Pai, morreu e em algum momento entre morte e ressurreição visitou a esfera dos mortos cumprindo a o fato de o Messias ter mencionado a experiência de Jonas em Sua pregação. Jonas ficou três dias e três noites dentro de um grande peixe (Jn 1.17; 2.10), assim também o Filho do Homem Ele voltaria a viver depois de passar três dias no túmulo (ver Mt 27.63; Mt 12.40).

O verso 20 esclarece esta questão. Pedro não nos diz o que Ele proclamou a estes espíritos encarcerados, mas não poderia ser uma mensagem de redenção, uma vez que anjos não podem ser salvos (Hb 2.16).

Na carta do apóstolo Paulo Efésios 4.8-10 ele diz: “Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens. 9 - Ora, isto - ele subiu - que é, senão que também antes tinha descido às partes mais baixas da terra? 10 - Aquele que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para cumprir todas as coisas.”

Ás partes inferiores da terra. Esta frase pode ser entendida como se referindo tanto para a própria terra quanto para o (hades sepultura) aonde o corpo de Cristo é descrito como tendo ido por ocasião da sua morte (At 2.31).

A teologia paulina confirma os acontecimentos em que após morte Cristo foi ao “paraíso” (Lc 16.20; 23.43) e levou ao céu todos aqueles que tinham Nele crido antes de Sua morte e na esperança de um redentor. A passagem não dá grandes detalhes sobre o que ocorreu, mas a maioria dos estudiosos da Bíblia concorda que é isto que significa “levou cativo o cativeiro”.

Entender a passagem como se referindo ao ‘hades’ (sepultura), faz com que a passagem fale especificamente a respeito da morte e sepultamento e Cristo. Foi esta humilhação de Cristo que o levou a Sua exaltação (Fl 2.5-11).

Tudo isto para dizer que a Bíblia não é totalmente clara sobre o que exatamente Cristo fez durante os três dias entre Sua morte e ressurreição. Entretanto, uma segunda linha de pensamento interpreta dizendo que Ele estava pregando a vitória sobre os anjos caídos e/ou descrentes. O que podemos saber ao certo é que Jesus não estava dando às pessoas uma segunda chance para salvação. A Bíblia nos diz que vamos enfrentar julgamento depois da morte (Hb 9.27), não uma segunda chance. Não há nenhuma resposta definitivamente clara para o que Jesus estava fazendo durante o período entre Sua morte e ressurreição. Talvez seja este um dos mistérios que vamos entender uma vez que cheguemos à glória.

3. E qual seria a “prisão” mencionada no v. 19? “A Bíblia nos diz que a prisão é o pecado: “Tira a minha alma do cárcere, para que eu dê graças ao Teu nome…” (Sl 142.7); “Quanto ao perverso, as suas iniquidades o prenderão, e com as cordas do seu pecado será detido” (Pv 5.22). É digno de nota que um dos atos do Messias seria “tirar da prisão o cativo e do cárcere, os que jazem em trevas” (Is 42.7). E isso foi feito por Jesus, para todos aqueles que O aceitaram como Salvador (Mr 16.15-16). Portanto, podemos concluir dizendo que o texto de 1ª Pedro 3.18-20 afirma que Jesus, através da atuação do Espírito Santo em Noé, pregou aos antediluvianos, mas somente oito deles (Noé e sua família) aceitaram a pregação e foram salvos.

O fato de somente oito pessoas terem escapado do dilúvio (Gn 6.5-13; 1ª Pe 3.20) evidencia que os antediluvianos estavam firmemente presos ao pecado. Ninguém, além de Cristo, é capaz de libertar os seres humanos dos hábitos e desejos maus que Satanás usa para acorrentá-los. [CBASD, vol. 7, p. 630].

Já os “espíritos em prisão” (v. 19), que foram o alvo da pregação de Cristo, são identificados no verso 20 como sendo os “desobedientes” antediluvianos dos “dias de Noé”. O termo “espírito” (grego pneuma) é usada neste texto, e em outras partes do Novo Testamento (1ª Co 16.18 e Gl 6.18), como uma referência a pessoas vivas capazes de ouvirem e aceitarem o convite da salvação. Por sua vez, a expressão “em prisão” refere-se obviamente, não a uma prisão literal, mas à prisão do pecado em que se encontra a natureza humana carnal não regenerada (ver Rm 6.1-23; 7.7-25).

Diante disso, somos levados à evidente conclusão de que a pregação de Cristo aos antediluvianos impertinentes foi efetivada através de Noé “divinamente instruído” por Deus (Hb 11.7) e qualificado pelo próprio apóstolo Pedro como “pregador da justiça” para os seus contemporâneos (2ª Pe 2.5).

Pedro evoca, então, à lembrança a analogia de Cristo entre os “dias de Noé” e os últimos dias (ver Mt 24.37-39). Assim como Noé e sua família foram salvos da morte “através da água” do dilúvio pela arca (1ª Pe 3.20), os cristãos são salvos da morte espiritual através do “batismo” “por meio da ressurreição de Jesus Cristo” (verso 21; ver Rm 6.4-14), e que se arrependeram de seus pecados (At 2.38) e creram em Jesus Cristo (Mc 16.15-16).

IV. OS DIAS DE NOÉ

Segundo Génesis 6, Deus olhou para o mundo e viu que estava cheio de pecado pois todas as pessoas só faziam coisas más. Havia violência por toda parte.

Diante desse cenário, Ele disse a Noé que iria mandar um dilúvio para cobrir a terra, a fim de destruir tudo o que tinha vida. Noé era um homem íntegro e obediente a Deus, portanto Deus queria poupar sua vida. Noé recebeu todas as instruções de Deus para construir uma grande arca, onde deveria colocar dois animais de cada espécie, depois deveria entrar com toda a sua família e também com as pessoas que se arrependessem de seus pecados.

Noé fez tudo conforme o que o Senhor Deus havia mandado e entrou na arca com os animais e sua família. Todos achavam que ele era louco e por isso ninguém mais quis entrar na arca. Foi então que começou a chover muito sobre a terra, e toda forma de vida que estava fora da arca morreu. O dilúvio durou quarenta dias. Depois que as águas baixaram, Noé saiu da arca e ofereceu sacrifícios ao Deus do céu. Naquele momento Deus fez uma aliança com Noé e prometeu que jamais destruiria a terra com outro dilúvio.

Nos dias de Noé Deus preparou uma arca para salvá-los e só oito almas foram salvas; Porém, hoje Deus não vai construir uma barca, pois Ele já enviou o Seu Filho Jesus, para salvar todo aquele que n’Ele crê (Mc 16.16).

Deus avisou o povo antediluviano por intermédio de Noé que viria uma destruição, porém, agora Ele adverte através de Sua Palavra que o mundo caminha para o fim. Os sinais que estão registrados nela nos mostram que Jesus está vindo buscar um povo Seu zeloso e de boas obras. Quem estiver preparado subirá em júbilo, mas os despreparados ficarão em grande agonia e seguirão para a condenação eterna.

Está você aproveitando o dia de hoje, o presente momento, para entregar sua vida ao Senhor Jesus, para que esteja a salvo quando vier o dilúvio de fogo? Não se esqueça de que “hoje” é o dia da salvação, “agora” é o momento oportuno.

CONCLUSÃO

Portanto, se lermos dos versos 18-20 perceberemos que os “espíritos em prisão” eram os antediluvianos (sim: a Bíblia usa o termo “espírito em referência a pessoas vivas) que estavam “presos” pelas cadeias do pecado (Pv 5.22).

E, chegaremos à conclusão de que Quem pregou não foi Cristo, mas, o Espírito Santo (não é por acaso que algumas traduções traduzem com letra maiúscula o termo “Espírito”).

Levando-se em conta o contexto bíblico o texto diz o seguinte: “Nos dias de Noé, por meio do Espírito Santo Cristo pregou aos antediluvianos que estavam presos pelas cadeias do pecado”.

Por que distorcer a Bíblia se ela é tão clara? Por que pegar o verso 19 isoladamente e formar uma heresia (mesmo que inconscientemente)?

Esta interpretação defende que o Espírito de Cristo, através da vida de Noé e de outros profetas, pregou aos mortos enquanto estes ainda estavam vivos. Então esta interpretação não exige uma suposta descida de Jesus ao inferno. Por meio do ministério dos profetas, Deus anunciou aos homens a justiça e o arrependimento. No entanto, muitos deles rejeitaram a revelação de Deus através de sua Palavra. Hoje é as Boas Novas de salvação são anunciadas pelos escolhidos na unção do Espirito as almas que estão em prisão.

Segundo a profecia de Isaías (Is 61.1-4), o Ungido veio para restaurar toda a raça humana. Livrá-la da escravidão do diabo, da prisão das trevas espirituais, levantar o homem e levá-lo a se reconciliar com Deus. Esta obra não se completou ainda. Está em desenvolvimento, e somos seus cooperadores, como instrumentos. Por isso depende de nós, também, o êxito da obra messiânica. Qualquer negligência será de consequências eternas.

A obra missionária é a atuação do Ungido de Deus através dos Seus servos, em todo o mundo, cumprindo sua missão de formar um reino ideal para Deus. Amem!

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC.

quinta-feira, 24 de setembro de 2020

A VIGILÂNCIA CONSERVA PURA A IGREJA



LEITURA ÍBLICA

Mateus 25.1-13. “Então, o Reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. 2 - E cinco delas eram prudentes, e cinco, loucas. 3 - As loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo. 4 - Mas as prudentes levaram azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas. 5 - E, tardando o esposo, tosquenejaram todas e adormeceram. 6 - Mas, à meia-noite, ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo! Saí-lhe ao encontro! 7 - Então, todas aquelas virgens se levantaram e prepararam as suas lâmpadas. 8 - E as loucas disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam. 9 - Mas as prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós; ide, antes, aos que o vendem e comprai-o para vós. 10 - E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas, e fechou-se a porta. 11 - E, depois, chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor, senhor, abre-nos a porta! 12 - E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço. 13 - Vigiai, pois, porque não sabeis o Dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir.”

INTRODUÇÃO

Nestes últimos dias o Espírito Santo de Deus quer nos despertar dizendo que o tempo se abrevia (1ª Co 7.29). Meditemos hoje na parábola de Jesus, escrita em Mateus 25.1-11, onde encontramos 10 virgens que ouviram o clamor da meia-noite (v. 6)  mas apenas cinco delas estavam preparadas para ele. Deus nos abra os corações para compreendermos a sua Palavra, pois temos a necessidade de estar devidamente preparados! Amém.

Vigilância remonta a uma atenção objetiva para consigo mesmo diante de Deus, uma consciência de passar em revista o nosso coração diante do Pai. Esse exercício requer pureza interior, honestidade para consigo mesmo. Só consegue fazer isso quem compreendeu profundamente as implicações do Evangelho na vida presente e na do porvir. Assim, à luz da pessoa bendita de Jesus Cristo, somos estimulados a vigiar em todo tempo. O nosso Senhor nos disse que deveríamos ficar despertados para compreender os tempos em que vivemos e conservar a fé até que Ele venha buscar a sua noiva. Sejamos, pois, vigilantes!

I. MEIA-NOITE: O DIA QUE JÁ PASSOU

1. À meia-noite (exatamente às 24 horas), o dia terminou definitivamente. Tudo o que nele aconteceu pertence ao passado, ao dia de ontem. Este é o sentido da expressão à “meia-noite”. Ela nos fala de um dia, de um período de tempo que terminou. Do ponto de vista bíblico, o período de tempo (“o dia”) que está para terminar é a dispensação da Igreja (Rm 11.25; Lc 21.24), e no momento em que Jesus arrebatar a sua Igreja fiel, este período haverá terminado definitivamente. Vivemos, portanto, os últimos momentos da Igreja aqui na terra.

2. A Bíblia diz que somos o sustentáculo da verdade (1ª Tm 3.15). Que grande é a nossa responsabilidade! Por isso Jesus mandou que trabalhemos enquanto é dia (Jo 9.4), pois a NOITE há de vir, e então não será possível fazer mais nada!

À meia-noite o dia findou, tudo o que aconteceu pertence ao passado, ao ontem. Notamos que o Novo Testamento é mencionado ao lado da vigilância espiritual. A razão para isso é que a vigilância necessária não é uma questão meramente humana, mas espiritual. Necessitamos da graça de Deus, da orientação do Espírito Santo e de sua parceria para resistir a tudo o quanto pretende nos tirar do alvo, da meta do Reino de Deus. É preciso cultivar uma vida de oração e de vigilância.

II. MEIA-NOITE: INÍCIO DE UM NOVO DIA

Este fato diz respeito ao mundo inteiro. Aproxima-se o momento exato, à meia-noite, quando um novo dia vai raiar. Que dia será esse? O atalaia responde: - “Vem a manhã e vem também a noite” (Is 21.11,12).

1. A manhã começará. Um novo dia, o dia da eternidade, cujo início se dará quando Jesus chamar para si aqueles que lavaram suas vestiduras em seu precioso sangue. Esse é o dia de Jesus Cristo (1ª Co 1.8; 2ª Co 1.14; Fp 1.6,10; 2.16). Naquele momento, melhor do que nunca, Jesus verá o fruto do seu trabalho e de seu sofrimento (Is 53.11). Os que são do Senhor ressuscitarão e serão transformados, os vivos (1ª Co 15.23), e Jesus levará a sua Noiva para a sala das bodas, onde a Igreja e o Cordeiro se unirão para todo o sempre (2ª Co 11.2; Ap 19.9; 21.9). Desde já oremos e digamos: “Amém. Ora vem, Senhor Jesus” (Ap 22.20).

2. A noite vem. Quando Jesus levar a Noiva, começará também o “dia da ira do Cordeiro”, para o mundo que rejeitou a Jesus (Ap 6.16,17). O grande lagar da ira de Deus será pisado sem misericórdia (Ap 14.9; 15.7; 16.19; 19.15). As trevas dominarão a terra (Is 8.21,22). Para os homens que não houverem dado crédito às palavras de Deus começará o dia da vingança, e a ira de Deus será executada repentinamente, assim como foi nos dias de Noé (Gn 7.11,12; Mt 24.39).

À meia-noite é o anúncio de um novo dia, mas também a chegada da noite também.

“O cumprimento dessa profecia [Mt 24.15, ‘abominação da desolação de que falou o profeta Daniel’] ocorreu em dezembro 167 a.C., quando Antíoco Epifânio colocou um símbolo cultual pagão no altar dos holocaustos, e dedicou o templo de Jerusalém ao deus grego, Zeus. Mas tanto Daniel quanto Jesus viram um cumprimento mais importante. Daniel 12.1 dá um pulo para à frente, para o tempo da Grande Tribulação, e a identifica como ‘um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até aquele tempo’. Jesus também identificou aquele tempo como a ‘grande aflição’ (Mt 24.21). No mundo presente, muitos crentes já estão sofrendo aflição, mas a Grande Tribulação será marcada pela ira de Deus mais do que qualquer coisa que o mundo já tem conhecido, conforme indica Apocalipse 6 - 18. Naquele período, também surgirá um ditador mundial, o Anticristo” [NORTON, Stanley (Ed.) Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RJ: CPAD, 2006, pp. 633,634].

II. MEIA-NOITE, A HORA DE TREVAS

Para o povo de Deus, familiarizado com as Escrituras, nada parece estranho nem admirável, quando vemos trevas, angústias e dificuldades, pois sabemos, pela Bíblia, que estas coisas anunciam a vinda iminente de Jesus. O “lugar escuro” em que vivemos (2ª Pe 1.19), parece iluminado pelas promessas gloriosas da Palavra de Deus. As nossas almas se consolam com as profecias, pois quanto mais escura a noite, mais perto estamos da vinda de Jesus.

1. A natureza sente as trevas. Quando Jesus morreu, o Sol deixou de brilhar e houve trevas na terra (Mt 27.45). Hoje, toda a natureza geme, pelas coisas que hão de sobrevir à terra (Rm 8.22,23). Por isso há terremotos, peste, fome, catástrofes de toda a ordem: A Bíblia já previu tudo isto (Lc 21.11,25).

2. Os homens sentem as trevas. A Bíblia fala de tempos difíceis, quando o homem, em particular, será atormentado por tentações de toda espécie (1ª Tm 4.18; 2ª Tm 3.1-4). As perseguições à Igreja, o ódio aos crentes e a corrupção moral, provam que já anoiteceu há muito tempo (Lc 17.28; 21.12,16,17).

3. As nações estão em trevas. Há guerras e rumores de guerras (Lc 21.9; Mt 24.6). O perigo de guerras nucleares, biológicas e químicas constituem uma sombra ameaçadora, que paira sobre todo o mundo (Lc 21.25,26). O mundo já se preparou para a maior catástrofe todos os tempos, a Grande Tribulação (Mt 24.21), e não há lugar para recuo. As trevas da meia-noite já chegaram.

A expressão “meia-noite” denota que a natureza sente as trevas e que as nações estão em trevas.

IV. MEIA-NOITE A VINDA DO NOIVO

 Durante milênios, os salvos cantaram e falaram da segunda vinda de Jesus, muitos crentes, que esperavam aquele dia, dormiram no Senhor, guardando a fé; e os que hoje vivem, esperam ansiosos a segunda vinda de Jesus! Mas, a partir da “meia-noite”, ninguém mais dirá que “Jesus virá”. Pelo contrário: À meia-noite ouvir-se-á o clamor de júbilo incontido que encherá terra e o céu: será a Noiva exclamando: “CHEGOU O NOIVO”!!! Em Mateus 25.10 está escrito: “Chegou o esposo”. Naquele glorioso momento, o poder do Espírito Santo operará milagres (Rm 8.11; Fp 3.21), pois os que morreram em Cristo ressuscitarão com corpos gloriosos, e os que estiverem vivos serão transformados, e todos juntos serão arrebatados ao encontro com o Senhor nos ares (1ª Ts 4.11-18; 1ª Co 15.51-54).  Seremos arrebatados ao céu, para não sofrermos a dor e a desgraça que atingirá o mundo todo. Iremos entrar nas moradas que Jesus foi nos preparar, e para as quais fomos comprados com o seu precioso sangue (Ap 7.14).

A expressão “meia-noite” denota a vinda infalível do Noivo.

V. O CLAMOR DA MEIA-NOITE, UM BRADO DE ALERTA

“Mas à meia-noite ouviu-se um clamor: Aí vem o esposo!” (Mt 25.6). É este o clamor que ouvimos em nossos dias. Meu irmão, você está ouvindo já este clamor? Está escutando como o Espírito Santo diz ao mundo e aos salvos que Jesus vem breve? Está atento aos sinais dos tempos? Está atento ao cumprimento das profecias? (Lc 21.28,29; 1Pe 1.19). Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espírito diz à Igreja (Ap 2.7). Mas aqueles que já ouviram a voz do Espírito Santo devem divulgar as Palavras eternas do Evangelho, enquanto houver tempo! Fomos chamados por Deus para sermos atalaias, e nossa função é despertar o povo! (Ez 3.17-21; Hc 2.1-3). Temos que anunciar aos homens que Jesus vem breve. Obreiros e crentes em geral: não nos cansemos de anunciar a volta de Jesus! Não é bastante que uma vez tenhamos sido feitos filhos da luz, e vestidos de vestes nupciais. Precisamos vigiar e permanecer prontos para a vinda do Senhor. Por isso diz a Bíblia: “Guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3.11). Os membros da igreja de Filadélfia eram agradáveis a Deus, mas precisavam “guardar” o que haviam recebido do Senhor, para não serem roubados. É isso que a Palavra de Deus nos ensina, com a ordem “Vigiai” (Mc 13.36,37).

1. O sono espiritual é um sinal dos últimos tempos. O sono pode ser causado, primeiramente, pela desobediência como aconteceu a Jonas (Jn 1.6). Quando obedecemos a Deus, somos revestidos do poder do Espírito Santo (At 5.32), para não adormecermos. Também a preguiça causa sono (Pv 24.30-33). Quando Davi ficou em casa, desocupado, enquanto o seu exército combatia, caiu em tentação (2º Sm 11.1,2). Por isso é uma bênção para o crente estar muito ocupado na igreja do Senhor, servindo-o ali! Esgotamento espiritual, por falta de renovação, também pode causar sono. Está escrito que Abraão teve que lutar contra o sono ao pé do altar (Gn 15.12). Precisamos do poder de Deus, para ficarmos fortes e resistir a tudo, inclusive ao sono.

2. Seremos guardados vigilantes, se usarmos os meios que Deus põe à nossa disposição. Ele nos desperta pela sua Palavra. Jesus despertou seus discípulos, falando-lhes (Mt 26.45,46). Como é preciosa a Palavra de Deus! Quem a estuda com atenção, encontra sempre incentivo e despertamento. Aleluia! O Espírito Santo nos conserva vigilantes e acordados. Ele é como o óleo na lâmpada (Mt 25.1-8). Vive, pois, uma vida, onde há inteira liberdade para o Espírito de Deus operar (2ª Co 3.17), e isto o conservará preparado para o encontro com o Senhor. A oração é outro fator de importância, para o qual Jesus chama a nossa atenção. Disse Ele: “Vigiai e orai para que não entreis em tentação” (Mt 26.41; Mc 13.33). E acrescentou: “O espírito está pronto, mas a carne é fraca”, significando que, se os discípulos orassem, o Espírito prevaleceria sobre a carne. Por que a oração é um recurso tão importante para nos manter vigilantes? Sim, porque pela oração vivemos em comunhão com Deus. Então ficamos fortes e felizes! Sim, porque pela oração vivemos em comunhão com Deus. O rosto de Moisés resplandecia quando tinha estado com Deus, no monte (Êx 34.29). Semelhantemente, também, Estêvão (At 6.15). A oração é uma arma eficaz contra Satanás (Ef 6.18). Quando combatemos e prevalecemos contra o nosso inimigo, permanecemos vigilantes. A oração é, finalmente, o meio pelo qual recebemos as bênçãos de Deus. A oração nos enche de sua graça, e nos faz prontos para o grande culto nas nuvens. Que Deus nos guarde, a todos, vigilantes, a fim de podermos ver, um dia, a glória de Deus! Estejamos atentos à nossa conduta, sempre buscando a santificação e purificação, para que não apareça alguma mancha em nossos vestidos, porque “qualquer que n’Ele tem esta esperança, purifica-se a si mesmo, como também ele é puro” (1ª Jo 3.3). Assim estaremos sempre preparados, e um dia o veremos tal como Ele é (1ª Jo 3.2).

Se estivermos vigilantes seremos guardados do sono espiritual e discerniremos os dias.

3. “A Bíblia indica dois aspectos da Segunda Vinda de Cristo. Por um lado, Ele virá como o Preservador, Libertador ou Protetor ‘da ira vindoura’ (1ª Ts 1.10). ‘Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira’ (Rm 5.9). Devemos manter-nos espiritualmente vigilantes, viver a vida sóbria, equilibrada com dominio próprio, e usar a armadura do Evangelho: a fé, o amor e a esperança da salvação, ‘porque Deus não destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo, que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos uns aos outros e edificai-vos uns aos outros’” [HORTON, Stanley (Ed.) Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. RJ: CPAD, 2006, p. 632].

CONCLUSÃO. Quando o clamor da meia-noite for ouvido, diz a Bíblia que o seu sentido é o seguinte: SAÍ-LHE AO ENCONTRO! É precisamente isto que o Espírito Santo quer dizer atualmente: “Prepara-te para te encontrares com o teu Deus” (Am 4.12). E nós devemos estar prontos a responder: “Já a sua Noiva se aprontou” (Ap 19.7,8). Lemos em Mateus 25.7 que, ao ouvir o clamor da meia-noite, as virgens começaram a preparar as suas lâmpadas. Meu irmão, a tua lâmpada está preparada hoje? Que Deus permita que nas nossas lâmpadas, nas nossas vidas, se cumpram as palavras de Lucas 12.35,36: “Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas, as vossas candeias. E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier e bater, LOGO possam abrir-lhe” (Grifo nosso). O Espírito Santo nos está despertando hoje para que estejamos nesta condição. Estejamos atentos e sensíveis à sua voz. Amém.

FONTE DE PESQUISA

BERGSTÉN Eurico. A vigilância conserva pura a Igreja. 3º Trimestre de 2020 – CPAD Rio de Janeiro RJ.

sexta-feira, 18 de setembro de 2020

A CRIAÇÃO DOS CÉUS, E DA TERRA

LEITURA BÍBLICA

Salmos 104.1-14. “Bendize, ó minha alma, ao SENHOR! SENHOR, Deus meu, tu és magnificentíssimo; estás vestido de glória e de majestade. 2 - Ele cobre-se de luz como de uma veste, estende os céus como uma cortina. 3 - Põe nas águas os vigamentos das suas câmaras, faz das nuvens o seu carro e anda sobre as asas do vento. 4 - Faz dos ventos seus mensageiros, dos seus ministros, um fogo abrasador. 5 - Lançou os fundamentos da terra, para que não vacile em tempo algum. 6 - Tu a cobriste com o abismo, como com uma veste; as águas estavam sobre os montes; 7 - à tua repreensão, fugiram; à voz do teu trovão, se apressaram. 8 - Subiram aos montes, desceram aos vales, até ao lugar que para elas fundaste. 9 - Limite lhes traçaste, que não ultrapassarão, para que não tornem mais a cobrir a terra. 10 - Tu, que nos vales fazes rebentar nascentes que correm entre os montes. 11 - Dão de beber a todos os animais do campo; os jumentos monteses matam com elas a sua sede. 12 - Junto delas habitam as aves do céu, cantando entre os ramos. 13 - Ele rega os montes desde as suas câmaras; a terra farta-se do fruto das suas obras. 14 - Ele faz crescer a erva para os animais e a verdura, para o serviço do homem, para que tire da terra o alimento.”

INTRODUÇÃO

O livro de Gênesis não é uma alegoria, por isso, é imprescindível que consideremos a narrativa da criação um fato histórico; algo que aconteceu exatamente como está escrito.

Tendo em vista este parâmetro, estudemos, agora, a Doutrina da Criação. Comecemos por definir o Criacionismo Bíblico.

I. O CRIACIONISMO BÍBLICO

1. Definição. O Criacionismo Bíblico é a doutrina segundo a qual Deus criou, a partir de sua palavra, tudo quanto existe: os Céus, a Terra, os reinos vegetal e animal, e finalmente o ser humano (Hb 11.3).

2. Fundamentos. O Criacionismo fundamenta-se na Bíblia Sagrada, na manifestação silenciosa da natureza e nas observações e estudos que dela fazemos (Rm 1.20; Sl 119.1-6).

3. Objetivos. Três são os objetivos do Criacionismo:

1) Mostrar que Deus é o Criador de todas as coisas.

2) Demonstrar que, por criar tudo quanto existe, tudo lhe pertence.

3) Levar-nos a adorá-lo como nosso Criador e Senhor.

O criacionismo bíblico é a teoria que nos ajuda a entender que Deus criou os céus e a Terra.

4. O significado da palavra dia. Em Gênesis 1, a palavra hebraica para dia é yom. A maior parte do uso dela no Antigo Testamento é com o sentido de dia, dia literal; e, nas passagens em que o sentido não é esse, o contexto deixa isso claro. Primeiro, yom é definido na primeira vez em que é usado na Bíblia (Gn 1.4,5) em seus dois sentidos literais: a porção clara do ciclo luz/trevas e todo o ciclo luz/trevas. Segundo, yom é usado com ‘noite’ e ‘manhã’. Em todas as passagens em que essas duas palavras são usadas no Antigo Testamento, juntas ou separadas, e no contexto de yom ou não, elas sempre têm o sentido literal de noite ou manhã de um dia literal. Terceiro, yom é modificado por um número: primeiro dia, segundo dia, terceiro dia, etc., o que em todas as passagens do Antigo Testamento indicam dias literais. Quarto, Gênesis 1.14 define literalmente yom em relação aos corpos celestiais” [HAM, Ken. Criacionismo: verdade ou mito? 1ª Edição. RJ: CPAD, 2011, p. 30].

II. A CRIAÇÃO DO TEMPO, DO ESPAÇO E DA LUZ

Entre os versículos um e três do primeiro capítulo de Gênesis há um intervalo indefinido, no qual Deus criou o tempo, o espaço, os Céus e os anjos e, finalmente, a Terra ainda informe.

1. O tempo. Embora a Bíblia não o diga, podemos afirmar que a primeira coisa que Deus criou foi o tempo. Isto porque a obra divina, embora concebida na eternidade, somente poderia ser consumada no âmbito temporal. Só o Criador é eterno. A criação acha-se sujeita ao tempo, requerendo as intervenções e cuidados divinos (Sl 104.5).

2. O espaço. O que é o espaço? Podemos defini-lo como o tecido cósmico que Deus criou para colocar os corpos celestes. Portanto, o espaço também é criação divina.

3. Os Céus e os anjos. Os Céus, a morada de Deus, também foram criados num contexto espaço-temporal, por uma razão bastante simples: embora não pertençam à nossa dimensão, são um lugar bem real. É para lá que as almas dos justos são encaminhadas.

Após a criação dos Céus, Deus chamou à existência os seus anjos através do sopro de sua boca (Sl 33.6). E assim, o Senhor neles infundiu, também, a Sua imagem e semelhança.

4. A Terra ainda informe. Deus formou a Terra antes dos seis dias da criação. A princípio, informe e vazia, seria modelada pelo Espírito de Deus até que viesse a adquirir a forma atual (Gn 1.2).

5. O significado da palavra luz. “A palavra hebraica para ‘luz’ é ‘or’, e refere-se às ondas iniciais de energia luminosa atuando sobre a terra. Posteriormente, Deus colocou ‘luminares’ (hb. ma'or, literalmente ‘luzeiros’, v.14 nos céus como geradores e refletores permanentes das ondas de luz. O propósito principal desses luzeiros é servir de sinais demarcadores das estações, dias e anos (vv. 5-14)” [Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1991, p. 30].

III. A ORDENAÇÃO DA TERRA

1. O Espírito Santo na criação. O Espírito Santo pairou sobre as águas (Gn 1.2). Ele esteve presente e desempenhou um papel ativo na obra da criação. O que vemos pelo relato bíblico é que a cada dia, Deus fez uma tarefa diferente, mas ordenada, para que a vida fosse possível em nosso planeta.

2. Tarefas ordenadas. Em sua obra a cada dia, Deus agiu de forma bem específica, organizando o cenário em que seria colocada a vida em nosso planeta. Primeiro Ele preparou o mundo para receber os seres vivos, depois os criou. Ele primeiro criou o ambiente em que viveríamos, para depois nos criar.

O objetivo da lição é apresentar o Criacionismo. Infelizmente, muitos cristãos têm receio de declarar que creem que Deus é o criador de todas as coisas. Deus é real e o Criacionismo não é um mito, mas uma verdade. Quando se fala que Deus tudo criou, algumas pessoas perguntam: “E quem criou Deus?”. O Todo-Poderoso não teve um início, Ele é atemporal. A Bíblia também não tenta provar sua existência, ela simplesmente inicia afirmando: “No princípio, [...] Deus...”. As teorias que explicam a criação do homem e do universo, são apenas teorias, ou seja, conhecimento especulativo.

 

“Hoje, muitos cristãos afirmam que os milhões de anos de história da Terra se ajustam à Bíblia e que Deus usou o processo evolucionário para criar. Essa ideia não é uma invenção recente. Há mais de duzentos anos, muitos teólogos tentam essas harmonizações em resposta a trabalhos como o de Charles Darwin e de Charles Lyell, escocês que ajudou a popularizar a ideia de milhões de anos da história da Terra e de um moroso processo geológico.

Quando consideramos a possibilidade de que Deus usou o processo evolucionário para criar ao longo de milhões de anos, confrontamo-nos com sérias consequências: a Palavra de Deus não é mais competente e o caráter de nosso Deus amoroso é questionado.

Já na época de Darwin, um dos principais evolucionistas entendia o problema de fazer concessão ao afirmar que Deus usou a evolução. Uma vez que você aceite a evolução e suas implicações para a história, então o homem está livre para escolher as partes da Bíblia que quer aceitar” [HAM, Ken. Criacionismo: verdade ou mito? 1ª Edição. RJ: CPAD, 2011, pp. 35-6].

IV. A CRIAÇÃO DA LUZ

1. E houve luz. A criação da luz, no primeiro dia do Universo, é carregada de significados (Gn 1.3). Embora o Criador dela não precisasse, a criação a reclamava (Sl 139.12). Sem luz, a vida seria impossível.

2. A luz inicial. A luz de Gênesis 1.3 não era proveniente do Sol, pois este só viria a ser criado no quarto dia. Ela provinha do próprio Deus. Luz semelhante, porém, mais gloriosa, haverá na Jerusalém Celeste (Ap 22.5). 

3. Qual a razão de Deus ter criado o mundo. Deus criou os céus e a terra como manifestação da sua glória, majestade e poder. Ao olharmos a totalidade do cosmo criado - desde a imensa expansão do universo, à beleza e à ordem da natureza - ficamos tomados de temor reverente ante a majestade do Senhor Deus, nosso Criador. Deus criou os céus e a Terra para receber a glória e a honra que lhe são devidas. Todos os elementos da natureza rendem louvores ao Deus que nos criou. Quanto mais Deus deseja e espera receber glória e louvor dos seres humanos. Deus criou a terra para prover um lugar onde o seu propósito e alvos para a humanidade fossem cumpridos [Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1991, p. 31].

V. A SEPARAÇÃO DAS ÁGUAS

1. Separando as águas. Deus não criou a Terra para ser um caos, mas para servir-nos de habitação (Is 45.18). Por isso, no terceiro dia da Criação, separou as águas que se achavam abaixo e acima do firmamento (Gn 1.6-10).

2. A criação da atmosfera. Foi ainda no terceiro dia que Deus criou o firmamento; e, com este, a atmosfera terrestre, para que a vida se tornasse possível.

Deus criou e fez separação das águas que se achavam abaixo e acima do firmamento.

VI. A CRIAÇÃO DO REINO VEGETAL

1. O reino vegetal. Para que os animais, que só seriam criados no quinto e no sexto dias, pudessem se alimentar, o Senhor, já no terceiro dia da criação, fez brotar as relvas, as ervas e as árvores (Gn 1.11-13). Em sua obra, Deus mostrou-se em tudo perfeito e metódico. Seu cronograma foi rigorosamente cumprido (Sl 86.8).

2. As possibilidades do reino vegetal. Deus ordenou que o reino vegetal produzisse ervas, plantas e árvores frutíferas, para que pudessem se multiplicar segundo a sua espécie (Gn 1.11,12).

VII. A CRIAÇÃO DO SISTEMA SOLAR

1. A criação do Sol, da Lua e das estrelas. No quarto dia, Deus criou o Sol, a Lua e as estrelas (Gn 1.14-19). Dessa forma, o tempo será dividido não apenas em dia e noite, como acontecia até ao terceiro dia, mas também em semanas, meses, estações e anos (Gn 1.14).

2. A perfeição do sistema solar. Deus criou o sistema solar para funcionar perfeitamente, conforme declarou o profeta Jeremias: “Assim diz o Senhor, que dá o sol para a luz do dia e as leis fixas à lua e às estrelas para a luz da noite, que agita o mar e faz bramir as suas ondas; Senhor dos Exércitos é o seu nome. Se falharem estas leis fixas diante de mim, diz o Senhor, deixará também a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre” (Jr 31.35,36 - ARA). Não há máquina tão perfeita quanto o sistema solar (Is 40.26).

VIII. A CRIAÇÃO DO REINO ANIMAL

Somente depois de o ambiente natural estar devidamente aparelhado é que Deus criou, no quinto e sexto dias, os animais aquáticos, alados e terrestres. O Criador agiu de forma sábia em seus intentos.

1. Quinto dia. No quinto dia, Deus criou os grandes animais marinhos e os peixes; em seguida, as aves (Gn 1.20,21). Ato contínuo, ordenou-lhes: “Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares; e as aves se multipliquem na terra” (Gn 1.22).

2. Sexto dia. No sexto dia, Deus criou os animais selvagens e os domésticos (Gn 1.24,25). No que tange aos animais, há uma espantosa variedade de espécies entre eles e, ao mesmo tempo, uma cadeia maravilhosa que os identifica (Sl 104.24). Observemos, por exemplo, a família dos felinos. Vai desde o gatinho até ao leão, rei dos animais. No sexto dia, Deus criou também o homem, e assim deu início à humanidade.

CONCLUSÃO

Deus não se limitou a criar os Céus, a Terra, os animais e o ser humano. Fazendo-se presente em sua obra, mas sem confundir-se com esta, Ele se mostra presente e soberano em todas as coisas. Não estamos sozinhos neste mundo. O Pai Celeste zela por nós.

Andrade Claudionor de. A criação dos Céus, e da Terra. Lições Bíblicas 4º Trimestre de 2015 – CPAD. Rio de Janeiro – RJ.

terça-feira, 15 de setembro de 2020

ESDRAS E NEEMIAS COMBATEM O CASAMENTO MISTO

 


LEITURA BÍBLICA

Esdras 91-4 “Acabadas, pois, essas coisas, chegaram-se a mim os príncipes, dizendo: O povo de Israel, e os sacerdotes, e os levitas não se têm separado dos povos destas terras, seguindo as abominações dos cananeus, dos heteus, dos ferezeus, dos jebuseus, dos amonitas, dos moabitas, dos egípcios e dos amorreus, 2 - porque tomaram das suas filhas para si e para seus filhos, e assim se misturou a semente santa com os povos destas terras, e até a mão dos príncipes e magistrados foi a primeira nesta transgressão. 3 - E, ouvindo eu tal coisa, rasguei a minha veste e o meu manto, e arranquei os cabelos da minha cabeça e da minha barba, e me assentei atônito. 4 - Então, se ajuntaram a mim todos os que tremiam das palavras do Deus de Israel, por causa da transgressão dos do cativeiro; porém eu me fiquei assentado atônito até ao sacrifício da tarde.”

Neemias 13.23-26 “Vi também, naqueles dias, judeus que tinham casado com mulheres asdoditas, amonitas e moabitas. 24 - E seus filhos falavam meio asdodita e não podiam falar judaico, senão segundo a língua de cada povo. 25 - E contendi com eles, e os amaldiçoei, e espanquei alguns deles, e lhes arranquei os cabelos, e os fiz jurar por Deus, dizendo: Não dareis mais vossas filhas a seus filhos e não tomareis mais suas filhas, nem para vossos filhos nem para vós mesmos. 26 - Porventura, não pecou nisso Salomão, rei de Israel, não havendo entre muitas nações rei semelhante a ele, e sendo amado de seu Deus, e pondo-o Deus rei sobre todo o Israel? E, contudo, as mulheres estranhas o fizeram pecar.

Neemias 9.38 “E, com tudo isso, fizemos um firme concerto e o escrevemos; e selaram-no os nossos príncipes, os nossos levitas e os nossos sacerdotes.”

Neemias 10.1-30 “E os que selaram foram Neemias, o tirsata, filho de Hacalias, e Zedequias, 29 - firmemente aderiram a seus irmãos, os mais nobres de entre eles, e convieram num anátema e num juramento, de que andariam na Lei de Deus, que foi dada pelo ministério de Moisés, servo de Deus; e de que guardariam e cumpririam todos os mandamentos do SENHOR, nosso Senhor, e os seus juízos e os seus estatutos; 30 - e que não daríamos as nossas filhas aos povos da terra, nem tomaríamos as filhas deles para os nossos filhos.”

INTRODUÇÃO

Nesta lição iremos estudar o grave problema do casamento entre judeus e mulheres pagãs. Veremos a enérgica ação de Esdras e de Neemias para solucionar este problema, e também o que a Palavra de Deus diz sobre o assunto.

Na lei de Deus, aparece a ordem: “Não faças concerto com os moradores da terra, nem tomes das suas filhas para os teus filhos…” (Êx 34.11-16; Dt 7.3,4). Foi por este motivo que o sacerdote Esdras, conforme a leitura da nossa lição, ficou perplexo, quando tomou conhecimento de que o povo, depois de haver voltado do exílio, tomava mulheres dos povos gentílicos em redor, misturando a semente santa. O povo começou a seguir as abominações dos povos. Ele, então, chorou, rasgou os seus vestidos, e buscou com profunda dor a ajuda de Deus, reconhecendo que eles, com isto, haviam deixado os mandamentos, violando-os, aparentando-se com os povos destas abominações (Ed 9.1-14). O resultado deste movimento foi uma purificação e tomada de atitude firme em obediência à Palavra de Deus (Ed 10.1-13).

O casamento constitui o elemento de unidade do povo de Deus. Por isso, o Antigo Testamento proibia a união mista. Esta trazia uma cultura alheia a do povo de Deus e o consequente pecado de idolatria. A Bíblia menciona a idolatria do rei Salomão como influência clara da religião de suas esposas estrangeiras. Contra esse perigo que Esdras e Neemias se levantam, pois, a prática de casamento mistos era comum no meio do povo. Israel não poderia ser reconstruído com o perigo de cair novamente na idolatria e violar sua identidade como povo de Deus. Por isso os líderes da reconstrução exortam ao povo a manter a pureza de seus princípios espirituais outorgados pela Lei de Deus.

I. ESDRAS E NEEMIAS COMBATEM O PERIGO DO CASAMENTO MISTO

1. A ira e a reação de Esdras. Quando Esdras foi informado que muitos judeus, morando em Judá, haviam se casado com mulheres pagãs, ele ficou muito angustiado. Manifestando sua profunda tristeza, rasgou seu vestido, sua capa, e arrancou os cabelos, tanto de sua barba como de sua cabeça, e assentou-se atônito na praça. A notícia da reação de Esdras espalhou-se pela cidade, e muitos reuniram-se a ele. Na hora do sacrifício da tarde, Esdras dobrou seus joelhos diante do povo, e orou a Deus (Ed 9.6-15). E todo povo chorou com grande choro (Ed 10.1).

2. O efeito da atitude de Esdras foi imediato. Secanias, um judeu bem conhecido, e que se havia casado com uma mulher estranha, disse a Esdras diante de todo o povo: “Agora, pois, façamos concerto com o nosso Deus, de que despediremos todas as mulheres e tudo o que é nascido delas, conforme o conselho do Senhor e dos que tremem no mandado do nosso Deus; e faça-se conforme a Lei” (Ed 10.3). Disseram a Esdras: “Levanta-te, pois, porque te pertence este negócio, e nós seremos contigo; esforça-te” (Ed 10.4).

3. O arrependimento do povo. Esdras levantou-se e ajuramentou a todos que fariam conforme as palavras de Secanias. E o povo jurou! (Ed 10.5). Todos os que haviam retornado do cativeiro foram convocados, e Esdras falou-lhes: “Vós tendes transgredido e casastes com mulheres estranhas […] fazei confissão ao SENHOR […] apartai-vos […] das mulheres estranhas”. E responderam todos: “Assim seja; conforme as tuas palavras, nos convém fazer” (Ed 10.10-12). Sobre este negócio foram postos que Jônatas e Jazeías, auxiliados por dois levitas. Eles receberam a incumbência de supervisionar o encerramento definitivo destas uniões proibidas pela lei de Deus (Ed 10.15,16). Antes mesmo da chegada de Esdras a Jerusalém, Neemias já havia enfrentado o problema do casamento misto. Vários judeus, inclusive alguns sacerdotes, haviam se casado com mulheres estranhas. Neemias os fez jurar que não mais fariam isto (Ne 13.25). Neemias afastou de entre os sacerdotes e de entre os levitas aqueles que eram estranhos, e contratou novos sacerdotes e levitas para preencherem os cargos vagos. Um dos netos do sumo sacerdote Eliasibe era genro de Sambalate, e foi afastado por Neemias (Ne 13.25-30).

Esdras combateu o perigo da união mista com contundência.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“A exclusividade implícita nesta resposta ecoou repetidamente nas advertências de Esdras e Neemias ao povo remanescente para separar-se das populações circunvizinhas, sobretudo na prática matrimonial. Esdras ouviu a reclamação que o povo, os sacerdotes e os levitas tinham se casado com indivíduos das nações vizinhas descrentes, uma abominação que resultou na mistura da raça santa com os que os cercavam (Ed 9.2). Como fizeram os antepassados dessas nações séculos antes, eles entraram na terra da promessa para levar as práticas más dos habitantes cananeus (vv.11,12).

Esdras ficou tão indignado com este desarranjo das linhas demarcatórias que ordenou o divórcio peremptório sempre que houvesse casamentos mistos (Ed 10). Anos mais tarde, Neemias retomou a causa. Ordenou que os israelitas que tinham se separado das nações vizinhas pagãs renovassem os votos do concerto ao Senhor (Ne 9.2) e se contivessem, daí em diante, de casarem-se entre nacionalidades diferentes (10.28). De interesse especial para Neemias, foi o problema do casamento entre judeus com as mulheres de Asdode, Amom e Moabe. Comparou essas alianças com as de Salomão, que resultaram no fim da monarquia (Ne 13.13-27)” [ZUCK, Roy (Ed.). Teologia do Antigo Testamento. RJ: CPAD, 2018, p. 215].

II. POR QUE UM JUDEU NÃO DEVIA CASAR COM UMA PAGÃ?

1. Deus havia proibido o casamento misto (Dt 7.2-4; Êx 34.16; Js 23.12,13). A desobediência a esta ordem de Deus era um ato de rebelião. A finalidade desta proibição era evitar que o judeu viesse a seguir a religião de sua mulher pagã.

2. A história de Israel registra vários exemplos das consequências nefastas do casamento misto. Vejamos:

2.1. Salomão, filho de Davi, rei de Israel, o que construiu o grande Templo em Jerusalém, contaminou-se por causa dos casamentos com mulheres pagãs. Elas perverteram seu coração, e ele passou a seguir os seus deuses estranhos (1º Rs 11.19). Como consequência do seu pecado no reino de seu filho Reoboão as dez tribos do Norte separaram-se, e constituíram-se em um reino independente sob a liderança de Jeroboão (1º Rs 12.16-19).

2.2. Acabe, rei de Israel, casou-se com Jezabel, princesa sidônia (1º Rs 16.31). Jezabel fortaleceu o culto a Baal em Israel, e perseguiu os profetas de Deus (1º Rs 18.4).

Deus proibiu a união mista entre os judeus porque a consequência dessa prática é nefasta conforme a história de Israel mostra.

III. A SOBREVIVÊNCIA DO POVO JUDEU

Existem judeus até os dias de hoje, porque, embora espalhados por quase todos os países do mundo (Lc 21.24), não se misturaram com os povos, no meio dos quais passaram a viver, conservando-se sempre separados. Este é o resultado da obediência à orientação dada na lei divina, que inspirou outras Leis que regem os judeus em todo o do mundo, as quais proíbem que uma pessoa judia se case com uma não judia.

A preservação do povo judeu é considerada um milagre, quando se aliam as tremendas perseguições que sofreram durante séculos em muitos países, como por exemplo Espanha, Polônia, Inglaterra, por ocasião da Segunda Guerra Mundial, o nazismo na Alemanha.

A preservação do povo judeu é considerada um milagre.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“‘[Prometemos] que não daríamos as nossas filhas aos povos da terra, nem tomaríamos as filhas deles para os nossos filhos’ (10.30), preceituava o ‘firme concerto’. Na ocasião em que ele fora firmado, a pureza racial fora tema de preocupação comum, e eles ‘apartaram de Israel toda mistura’ (13.3), indo além do que mandava a lei, que excluía apenas amonitas e moabitas. Não obstante, o zelo pela natureza do sangue israelita, e em fazer tudo para agradar a Deus, que presumivelmente instigara tal exclusivismo, evaporara-se. Quando Neemias retornou a Jerusalém, encontrou lá ‘judeus que tinham casado com mulheres asdoditas, amonitas e moabitas’ (13.23). O motivo pode ter sido a paixão, é claro, porém é mais provável que haja sido prudência (se é que se pode chamar assim), que tinha os olhos na oportunidade e nos casamentos por dinheiro, prestígio ou alguma outra forma de lucro mundano. E, em alguns casos, Neemias descobriu que a língua falada em casa, por decisão dos pais, era estrangeira. […] (13.24). Isso enfureceu Neemias, não apenas pela quebra do voto, mas porque as crianças seriam incapazes de partilhar da adoração em Israel, ou aprender eficazmente a Lei; consequentemente, não estariam aptas a transmitir a fé aos filhos que viriam a ter, e assim estaria em risco a futura unidade espiritual da nação israelita da nação de Israel” [PACKER, J. I. Paixão Pela Fidelidade: Sabedoria extraída do livro de Neemias. RJ: CPAD, 2010, p. 212].

IV. UMA PALAVRA FINAL SOBRE O CASAMENTO DOS CRENTES

A maior bênção que Deus deu à humanidade foi o envio de Jesus Cristo para ser o Salvador do mundo. Mas no sentido material, a maior bênção que Deus dá ao ser humano é o casamento.

A orientação que a Bíblia dá ao crente quanto ao casamento é: “E fica livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor” (1ª Co 7.39). A Bíblia explica em 2ª Co 6.14-17 as implicações da expressão NO SENHOR, e cada crente que estiver pensando em casar-se deve meditar profundamente sobre este texto. Que Deus guarde cada crente de algum dia aceitar um jugo desigual com um infiel. Porque assim como o casamento na direção do Senhor enseja a possibilidade de uma felicidade sem limites, o casamento de um crente com um descrente com muita probabilidade será uma infelicidade. Casamento é uma união total entre homem e mulher. Jesus disse: “Não são mais dois, mas uma só carne” (Mt 19.6).

Isto fala de uma perfeita união entre os cônjuges, envolvendo o corpo, a alma e o espírito de ambos. Casando-se o crente com um que não é crente, pode naturalmente obter união de corpo e em parte de alma, mas é impossível que haja união de espírito, pois enquanto um pertence ao reino de Deus o outro é do reino das trevas (2ª Co 6.14). Que diferença tremenda, que abre uma brecha muito triste na união. Ainda que o crente tenha pedido perdão a Jesus por esta falta cometida, vive agora preso a um outro com quem não tem nenhuma união no espírito. É impossível calcular o sofrimento que uma união desta natureza tem causado. Também a parte não crente, não respeita a parte crente, pois sabe que ele errou contra a Bíblia, amando mais o casamento do que a Deus. Em lugar de ter-se estabelecido um lar cristão, uma plataforma do evangelho, aumentando, assim, a influência espiritual da Igreja, houve um triste recuo. Um soldado de Cristo passou para o lado oposto. Em lugar de um lar cristão, com uma viva influência sobre os filhos (2ª Tm 1.4,5; At 7.20,21), forma-se um lar sem definição espiritual. Os filhos estão desprovidos de ajuda espiritual (Ne 13.23,24).

SÍNTESE DO TÓPICO (IV)

O casamento é a união total entre um homem e uma mulher.

SUBSÍDIO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Conclua a lição esclarecendo aos alunos o princípio de unidade que o nosso Senhor Jesus ensinou na oração sacerdotal de João 17.18-24. É importante ressaltar que os princípios eternos do Reino de Deus devem ser aplicados à vida inteira. Então, por que não aplicaríamos essa coerência no casamento, uma das decisões mais importantes do futuro de uma pessoa?

Tome exemplos bíblicos como o de Sansão, no livro de Juízes, e o de Salomão, no livro de 1º Reis, destacando as dificuldades espirituais que esses dois líderes passaram. As consequências de suas escolhas foram catastróficas, não só para eles mesmos, mas, sobretudo, para o povo que eles representavam. Finalize dizendo que em relação ao casamento, a decisão sempre afeta mais de uma pessoa. Ela traz consequência para toda a família.

V. ESPERA EM DEUS

Findamos este estudo sobre o casamento misto, onde a Palavra de Deus é muito clara neste apelo: “Espera em Deus” (Sl 27.14; 37.7). Jovem! O seu desejo de ter um lar, e experimentar a riqueza do amor de um companheiro ou de uma companheira é natural. Lembra-te de que Deus ouve a oração. Quando Eliezer orou, pedindo que Deus mostrasse quem seria a noiva de Isaque, recebeu uma gloriosa resposta (Gn 24.12-27). Glória a Deus! Uma escolha precipitada, olhando somente para o que está diante de seus olhos (1º Sm 16.7), pode impedir que recebas aquele ou aquela que Deus tem preparado para ti. Entrega, pois a tua vida e o teu futuro a “Deus, faz que o solitário viva em família” (Sl 68.6). Deus, que trouxe a companheira para Adão (Gn 2.22), poderá fazer isto por ti. Espera, pois no Senhor!

Ouça este bom conselho: “Espera em Deus”.

BERGSTÉN Eurico. Esdras vai a Jerusalém ensinar a Palavra. Lições bíblicas 3° trimestre 2020. CPAD – Rio de Janeiro RJ.