Deus descreve em sua Palavra o caráter destes indivíduos:
“São murmuradores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de
males, desobedientes aos pais e mães. São néscios, infiéis nos contratos, sem
afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia. Embora tenham conhecimento
da justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não
somente as fazem, mas também aprovam os que as praticam” (Rm 1.30-32).
“Sabe, porém isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos
trabalhosos; Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos,
soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto
natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para
com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigo dos deleites do que
amigo de Deus tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge
também destes. Pois entre estes se encontram os que penetram sorrateiramente
nas casas e conseguem cativar mulherinhas sobrecarregadas de pecados,
conduzidas de várias paixões, que aprendem sempre e jamais podem chegar ao
conhecimento da verdade. E, do modo por que Janes e Jambres resistiram a
Moisés, também estes resistem à verdade. São homens de todo corrompidos na
mente, réprobos quanto à fé; 9 eles, todavia, não irão avante; porque a sua
insensatez será a todos evidente, como também aconteceu com a daqueles (2ª Timóteo 3.1-9).
Os texto bíblicos acima tratam do
modo de proceder de pessoas, que sob o aparente compromisso com a fé (v. 5),
fazem dela instrumento para acobertar seus pecados, usos e práticas reprováveis
diante de Deus, na sua conduta pessoal, no seu testemunho, no procedimento
doméstico, no trato com o próximo e na sua religião simulada, como se fosse
verdadeira (Tg 1.21-27). Os tais negam a eficácia da piedade, isto é, da
santidade de vida. Tudo isto, por si só, demonstra os perigos e a gravidade da
época presente. O fato predito no verso 5, podemos entender que só pode ocorrer
no meio religioso.
[...] Nunca ocorreu, em toda a
história, uma época semelhante aos dias atuais, onde é nítida a ausência de
valores, a saber, de sentimento decoroso, vergonha, moral, caráter, respeito,
corrupção e temor de Deus. Tais atributos constituem os verdadeiros alicerces
para a vida individual e em sociedade. Contudo, o que se vê é o menosprezo a
quem ainda se apega a esses princípios de vida e conduta estabelecidos por
Deus, tidos pelos opositores da fé em Cristo como retrógrados, sem conteúdo ou
sentido algum para a presente geração” [COUTO Lição Bíblica 4º Trimestre de
2005].
Como podemos depreender do texto bíblico em estudo, o pecado
Original não afetou apenas o indivíduo, mas também seus relacionamentos. Dentre
as enfermidades sociais desses tempos difíceis podemos destacar:
1. Desobediência aos
pais e ingratidão. É de se notar que ao longo da história, a cultura
anticristã tem incentivado a desobediência ao mandamento divino, explícito em
Êxodo 20.12, que ordena aos filhos honrar pai e mãe. Entretanto, nada se
compara a insubordinação obstinada dos filhos aos pais nesses últimos dias (Rm
1.30; 1ª Tm 1.9). Lembremos que a responsabilidade de educar os filhos não é
dos avós, nem da escola e igreja, muito menos do Estado. Este dever é dos pais
(Dt 6.6-7; Sl 137.3-5; Pv 22.6). A ingratidão, por sua vez, é uma consequência
da apostasia destes últimos tempos. Sempre que há uma ascensão do paganismo e
do pecado, os homens tendem à ingratidão (Rm 1.21).
2. Desamor e
crueldade. Há por toda a parte pessoas desprovidas de “afeto natural”, isto
é, que não têm afeição, amor e cuidado nem mesmo pela própria família. São pais
desafeiçoados aos filhos, e filhos que não tem a menor consideração e carinho
pelos pais (1ª Tm 1.9; Ef 6.1-4). Desde o passado distante têm caminhado juntos
revelando a irracionalidade e a selvageria dos homens (Êx 1.22; 2º Rs 25.7). A
Bíblia nos alerta sobre os que “respiram crueldade” contra seus desafetos (Sl
27.12). A falta de afeição dos ímpios faz com que até seus animais sofram (Pv
12.10; Nm 22.27). Não nos enganemos! Os “últimos dias” não serão menos
violentos que os do tempo pró-dilúvio (Gn 6.5.11).
Como o nosso país é um país de impunidade,
isso acontece todos os dias em algum lugar. Isto prova da maldade dos homens
nestes últimos dias, pois são como os dias de Noé e de Ló.
3. Dureza de coração.
O perdão e a reconciliação são atributos necessários à convivência social e
religiosa. Porém, a Palavra de Deus nos adverte que nos últimos dias, os homens
tornar-se-ão irretratáveis, “duro de coração”, e incapazes de perdoar. Nas
regras de sobrevivência do mundo moderno não há espaço para a compaixão e
perdão. Jesus, em Seu conhecido sermão do monte, condenou taxativamente o
rancor vingativo, e enobreceu a mansidão e a graça (Mt 5.5, 9, 21-26; 11.29; Mc
11.25). A calúnia, no original “diábolos”, é outra doença terrível desse
século. São caluniadores aqueles que se comprazem em depreciar a honra e a moral
alheia (Tt 2.3). O difamador, diz a Bíblia, “separa os maiores amigos” (Pv
16.28).
4. Traição e
hipocrisia. São desvios de caráter próprios de alguns executivos e
políticos que se orgulham de enganar seus concorrentes e descumprirem suas
promessas em razão de suas conveniências pessoais (Is 32.6; 12.1; 1ª Tm 4.2).
Infelizmente, essas doenças atingem todas as áreas e níveis da sociedade (Is
9.17; Mt 6.2, 5, 16). Não nos esqueçamos que até no colégio apostólico houve um
discípulo traidor e hipócrita (Mt 26.47-50; Jo 12.3-6). Assim como Judas muitos
têm aparência de piedade, mas são lobos devoradores (Mt 7.15).
5. Aversão ao bem. Nos últimos dias, diz-nos a Palavra de Deus, os
homens serão inimigos do bem e negar-se-ão a praticá-lo. Desprezarão os bons e
amarão os maus (Sl 14.1; Pv 28.5; 2ª Tm 3.15).
Atualmente, a indústria do entretenimento tem induzido
nossas crianças a gostarem de “heróis” de caráter explicitamente mau, seres
demoníacos e monstruosos através de jogos eletrônicos e das histórias em quadrinhos.
Contudo, o cristão deve ser “amigo do bem” (Tt 1.8).
6. Abuso do poder.
A autoridade não é
superioridade. No que se refere a Deus, somos todos iguais diante dele, e isso
inclui suas considerações pelo homem e pela mulher.
Ninguém tem o direito de intitular-se autoridade espiritual
sem haver recebido de outra autoridade superior para exercê-la (1 ª Sm 13.8-14).
Jesus recebeu autoridade do Pai, passou-a aos apóstolos que
por sua vez aos discípulos até chegar aos nossos dias (Jo 13.20), (Mt 10.1-4) e
(Mt 28.18-20).
Abuso do poder diz respeito aos homens obstinados,
orgulhosos, e atrevidos que abusam do poder temporário, cultuando a própria
personalidade (Ez 28.5-8; Jo 19.10-11; At 12.20-23). Aqui também estão
incluídos aqueles obreiros de ministérios independentes, que não obedecem nem
prestam contas a ninguém (2º Cr 26.18-21). Reconsideramos o exemplo do servo
que espancava os conservos na ausência de seu senhor (Mt 24.46-51). Líderes
espirituais que se dominam donos da verdade sem amor e misericórdia maltratam a
Igreja de Cristo.
A Escritura ordena que o ministro presida “com cuidado” e
“governe bem” (Rm 12.8c; 1ª Tm 5.17).
7. Apego aos prazeres
do mundo. A Bíblia vaticina que nos últimos dias os homens viverão em
função do aprazimento deste mundo (Lc 12.19), isto é, serão “mais amigos dos
deleites do que amigos de Deus”. O estilo de vida mundano, chamado atualmente
de hedonismo, prega que o principal alvo da vida humana é a obtenção do prazer,
a fim de evitar a dor e o sofrimento (Pv 21.17; 2ª Pe 2.13). Porém, a Palavra
de Deus nos assevera: “glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso
espírito, os quais pertencem a Deus (1ª Co 6.20).
8. Orgulho e vaidade.
Muitos se gabam de seus próprios atos e glorificam suas realizações com o
único intuito de impressionar as pessoas. São os adeptos do culto à
personalidade (Sl 4.2; 94.11; 144.4; Jr 2.5), os presunçosos, soberbos que
desejam ardentemente fama social (Ec 1.2; Mt 23.2-7; Ef 4.17-19). Estes são os
que se julgam superiores aos outros, desprezam os que estão abaixo de sua
condição privilegiada (Pv 11.2; 16.18; 21.4).
9. Egoísmo e avareza.
Fl 3.19 “Cujo fim é a
perdição, cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão, que só pensam
nas coisas terrenas”. 2ª Pe 2.3
“E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre as quais já de
largo tempo não será tardia”.
Este gênero de pessoa são os amantes de si mesmo. Elas fazem
que as pessoas sejam individualistas e nutram desejos irrefreáveis de alcançar
seus interesses pessoais em detrimento do respeito e amor pelo outro.
O egoísmo é ambicioso e narcisista: adora a si mesmo (2ª Tm
3.2). Já o avarento, é amante do dinheiro”, é obcecado pelo lucro (Pv 21.6).
Nestes últimos dias, o materialismo tem levado as pessoas a se digladiarem pelo
vil metal e, infelizmente, as promessas de “fortuna fácil” tem atingido os
púlpitos de muitas igrejas (1ª Tm 6.10). Todavia a Palavra de Deus é incisiva:
“guardai-vos da avareza” (Lc 12.15-21; Hb 13-5).
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