TEOLOGIA EM FOCO: AS DOENÇAS DO NOSSO SÉCULO

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

AS DOENÇAS DO NOSSO SÉCULO



Deus descreve em sua Palavra o caráter destes indivíduos: “São murmuradores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e mães. São néscios, infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia. Embora tenham conhecimento da justiça de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não somente as fazem, mas também aprovam os que as praticam” (Rm 1.30-32).

“Sabe, porém isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos; Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigo dos deleites do que amigo de Deus tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes. Pois entre estes se encontram os que penetram sorrateiramente nas casas e conseguem cativar mulherinhas sobrecarregadas de pecados, conduzidas de várias paixões, que aprendem sempre e jamais podem chegar ao conhecimento da verdade. E, do modo por que Janes e Jambres resistiram a Moisés, também estes resistem à verdade. São homens de todo corrompidos na mente, réprobos quanto à fé; 9 eles, todavia, não irão avante; porque a sua insensatez será a todos evidente, como também aconteceu com a daqueles (2ª Timóteo 3.1-9).

Os texto bíblicos acima tratam do modo de proceder de pessoas, que sob o aparente compromisso com a fé (v. 5), fazem dela instrumento para acobertar seus pecados, usos e práticas reprováveis diante de Deus, na sua conduta pessoal, no seu testemunho, no procedimento doméstico, no trato com o próximo e na sua religião simulada, como se fosse verdadeira (Tg 1.21-27). Os tais negam a eficácia da piedade, isto é, da santidade de vida. Tudo isto, por si só, demonstra os perigos e a gravidade da época presente. O fato predito no verso 5, podemos entender que só pode ocorrer no meio religioso.

[...] Nunca ocorreu, em toda a história, uma época semelhante aos dias atuais, onde é nítida a ausência de valores, a saber, de sentimento decoroso, vergonha, moral, caráter, respeito, corrupção e temor de Deus. Tais atributos constituem os verdadeiros alicerces para a vida individual e em sociedade. Contudo, o que se vê é o menosprezo a quem ainda se apega a esses princípios de vida e conduta estabelecidos por Deus, tidos pelos opositores da fé em Cristo como retrógrados, sem conteúdo ou sentido algum para a presente geração” [COUTO Lição Bíblica 4º Trimestre de 2005].
Como podemos depreender do texto bíblico em estudo, o pecado Original não afetou apenas o indivíduo, mas também seus relacionamentos. Dentre as enfermidades sociais desses tempos difíceis podemos destacar:

1. Desobediência aos pais e ingratidão. É de se notar que ao longo da história, a cultura anticristã tem incentivado a desobediência ao mandamento divino, explícito em Êxodo 20.12, que ordena aos filhos honrar pai e mãe. Entretanto, nada se compara a insubordinação obstinada dos filhos aos pais nesses últimos dias (Rm 1.30; 1ª Tm 1.9). Lembremos que a responsabilidade de educar os filhos não é dos avós, nem da escola e igreja, muito menos do Estado. Este dever é dos pais (Dt 6.6-7; Sl 137.3-5; Pv 22.6). A ingratidão, por sua vez, é uma consequência da apostasia destes últimos tempos. Sempre que há uma ascensão do paganismo e do pecado, os homens tendem à ingratidão (Rm 1.21).

2. Desamor e crueldade. Há por toda a parte pessoas desprovidas de “afeto natural”, isto é, que não têm afeição, amor e cuidado nem mesmo pela própria família. São pais desafeiçoados aos filhos, e filhos que não tem a menor consideração e carinho pelos pais (1ª Tm 1.9; Ef 6.1-4). Desde o passado distante têm caminhado juntos revelando a irracionalidade e a selvageria dos homens (Êx 1.22; 2º Rs 25.7). A Bíblia nos alerta sobre os que “respiram crueldade” contra seus desafetos (Sl 27.12). A falta de afeição dos ímpios faz com que até seus animais sofram (Pv 12.10; Nm 22.27). Não nos enganemos! Os “últimos dias” não serão menos violentos que os do tempo pró-dilúvio (Gn 6.5.11).

Como o nosso país é um país de impunidade, isso acontece todos os dias em algum lugar. Isto prova da maldade dos homens nestes últimos dias, pois são como os dias de Noé e de Ló.

3. Dureza de coração. O perdão e a reconciliação são atributos necessários à convivência social e religiosa. Porém, a Palavra de Deus nos adverte que nos últimos dias, os homens tornar-se-ão irretratáveis, “duro de coração”, e incapazes de perdoar. Nas regras de sobrevivência do mundo moderno não há espaço para a compaixão e perdão. Jesus, em Seu conhecido sermão do monte, condenou taxativamente o rancor vingativo, e enobreceu a mansidão e a graça (Mt 5.5, 9, 21-26; 11.29; Mc 11.25). A calúnia, no original “diábolos”, é outra doença terrível desse século. São caluniadores aqueles que se comprazem em depreciar a honra e a moral alheia (Tt 2.3). O difamador, diz a Bíblia, “separa os maiores amigos” (Pv 16.28).

4. Traição e hipocrisia. São desvios de caráter próprios de alguns executivos e políticos que se orgulham de enganar seus concorrentes e descumprirem suas promessas em razão de suas conveniências pessoais (Is 32.6; 12.1; 1ª Tm 4.2). Infelizmente, essas doenças atingem todas as áreas e níveis da sociedade (Is 9.17; Mt 6.2, 5, 16). Não nos esqueçamos que até no colégio apostólico houve um discípulo traidor e hipócrita (Mt 26.47-50; Jo 12.3-6). Assim como Judas muitos têm aparência de piedade, mas são lobos devoradores (Mt 7.15).

5. Aversão ao bem. Nos últimos dias, diz-nos a Palavra de Deus, os homens serão inimigos do bem e negar-se-ão a praticá-lo. Desprezarão os bons e amarão os maus (Sl 14.1; Pv 28.5; 2ª Tm 3.15).

Atualmente, a indústria do entretenimento tem induzido nossas crianças a gostarem de “heróis” de caráter explicitamente mau, seres demoníacos e monstruosos através de jogos eletrônicos e das histórias em quadrinhos. Contudo, o cristão deve ser “amigo do bem” (Tt 1.8).

6. Abuso do poder.
A autoridade não é superioridade. No que se refere a Deus, somos todos iguais diante dele, e isso inclui suas considerações pelo homem e pela mulher.

Ninguém tem o direito de intitular-se autoridade espiritual sem haver recebido de outra autoridade superior para exercê-la (1 ª Sm 13.8-14).

Jesus recebeu autoridade do Pai, passou-a aos apóstolos que por sua vez aos discípulos até chegar aos nossos dias (Jo 13.20), (Mt 10.1-4) e (Mt 28.18-20).

Abuso do poder diz respeito aos homens obstinados, orgulhosos, e atrevidos que abusam do poder temporário, cultuando a própria personalidade (Ez 28.5-8; Jo 19.10-11; At 12.20-23). Aqui também estão incluídos aqueles obreiros de ministérios independentes, que não obedecem nem prestam contas a ninguém (2º Cr 26.18-21). Reconsideramos o exemplo do servo que espancava os conservos na ausência de seu senhor (Mt 24.46-51). Líderes espirituais que se dominam donos da verdade sem amor e misericórdia maltratam a Igreja de Cristo.

A Escritura ordena que o ministro presida “com cuidado” e “governe bem” (Rm 12.8c; 1ª Tm 5.17).

7. Apego aos prazeres do mundo. A Bíblia vaticina que nos últimos dias os homens viverão em função do aprazimento deste mundo (Lc 12.19), isto é, serão “mais amigos dos deleites do que amigos de Deus”. O estilo de vida mundano, chamado atualmente de hedonismo, prega que o principal alvo da vida humana é a obtenção do prazer, a fim de evitar a dor e o sofrimento (Pv 21.17; 2ª Pe 2.13). Porém, a Palavra de Deus nos assevera: “glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus (1ª Co 6.20).

8. Orgulho e vaidade. Muitos se gabam de seus próprios atos e glorificam suas realizações com o único intuito de impressionar as pessoas. São os adeptos do culto à personalidade (Sl 4.2; 94.11; 144.4; Jr 2.5), os presunçosos, soberbos que desejam ardentemente fama social (Ec 1.2; Mt 23.2-7; Ef 4.17-19). Estes são os que se julgam superiores aos outros, desprezam os que estão abaixo de sua condição privilegiada (Pv 11.2; 16.18; 21.4).

9. Egoísmo e avareza. Fl 3.19 “Cujo fim é a perdição, cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão, que só pensam nas coisas terrenas”. 2ª Pe 2.3 “E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre as quais já de largo tempo não será tardia”.

Este gênero de pessoa são os amantes de si mesmo. Elas fazem que as pessoas sejam individualistas e nutram desejos irrefreáveis de alcançar seus interesses pessoais em detrimento do respeito e amor pelo outro.

O egoísmo é ambicioso e narcisista: adora a si mesmo (2ª Tm 3.2). Já o avarento, é amante do dinheiro”, é obcecado pelo lucro (Pv 21.6). Nestes últimos dias, o materialismo tem levado as pessoas a se digladiarem pelo vil metal e, infelizmente, as promessas de “fortuna fácil” tem atingido os púlpitos de muitas igrejas (1ª Tm 6.10). Todavia a Palavra de Deus é incisiva: “guardai-vos da avareza” (Lc 12.15-21; Hb 13-5).

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