TEOLOGIA EM FOCO: A PARÁBOLA DAS CEM OVELHAS

terça-feira, 6 de novembro de 2018

A PARÁBOLA DAS CEM OVELHAS


Lucas 15.1-10 “E Chegavam-se a ele todos os publicanos e pecadores para o ouvir. 2 E os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores, e come com eles. 3 E ele lhes propôs esta parábola, dizendo: 4 Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove, e não vai após a perdida até que venha a achá-la? 5 E achando-a, a põe sobre os seus ombros, gostoso; 6 E, chegando a casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha ovelha perdida. 7 Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento. 8 Ou qual a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e varre a casa, e busca com diligência até a achar? 9 E achando-a, convoca as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida. 10 Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de Deus por um pecador que se arrepende.

LIÇÕES DA PARÁBOLA

1. Cada ovelha é preciosa.
2. As ovelhas que não estão perdidas não precisam do mesmo cuidado que a que está perdida.
3. A alegria de encontrar uma ovelha perdida é muito grande.
4. Deus ama as ovelhas perdidas.

INTRODUÇÃO.
1. A Parábola das Cem Ovelhas possui uma profundidade enorme e que pode, inclusive, ser considerada de complexo entendimento.

2. Ela traz uma mensagem dual, já que aparentemente está direcionada a um público específico, mas no final ela foi feita para outro grupo de pessoas.

3. Há vários sermões e interpretações sobre estas passagens. Geralmente os pregadores utilizam estas passagens bíblicas para fazer um apelo aos seus ouvintes que deixaram de frequentar as reuniões.

4 Aliado a isto, alguns hinos também fazem referência a esta parábola. É bem provável que você tenha na lembrança alguma canção sobre o filho pródigo ou sobre as Cem ovelhas.

5. Em linhas gerais uma parábola é utilizada para ilustrar uma ideia.

6. Jesus contou três parábolas para tornar evidente a mesma ideia. As três parábolas são: as cem ovelhas, as dracmas e o filho pródigo.

7. Estas parábolas ilustram uma mesma ideia: a alegria por um pecador que se arrepende.

I. O CONTEXTO HISTÓRICO

- Lucas deixa claro que todos os cobradores de impostos de impostos e pecadores reuniram-se ao redor de Jesus para o ouvir. Os escribas e fariseus (mestres da lei), murmuravam contra Jesus, não se conformavam com o fato de Jesus comer com “pecadores”. Normalmente eram pobres, doentes, publicanos, pessoas que não frequentavam a sinagoga, estrangeiros. Na mente desses homens, o fato de Jesus associar-se com tais indivíduos, que se percebe pelas frases recebe e come com eles, dá a entender que próprio Jesus não era melhor do que essa corja.

- Se Jesus fosse realmente um mestre, dotado da piedade e da teologia judaica, quanto mais se fosse o Messias, ou o Filho de Deus, não deveria associar-se com tais pessoas. Portanto, Jesus narra essas três parábolas como reação a essa atitude errônea.

- Na parábola da ovelha perdida, Jesus mostra que Deus se importa com toda a humanidade, pois sentiu falta de uma ovelha. Justamente as pessoas que as autoridades religiosas, reputavam por pecadores eram as que mais tinham prazer em ouvir os ensinos do Filho de Deus.

II. PARA QUEM JESUS PROPOS ESTA PARÁBOLA

A Parábola dividida em três partes é dirigida a três grupos e seu objetivo é responder os principais questionamentos internos de cada um, segundo aquilo que criam.

1. Publicanos e Pecadores (Classe Social). Judeus que trabalhavam para o governo romano, cobrando impostos. Sua disposição para trabalhar para o governo era vista como falta de lealdade a Israel e desejo de comerciar com os gentios.

Os publicanos são mencionados juntamente com os “pecadores”, que eram todas as demais pessoas marginalizadas moralmente e de má reputação, que não viviam conforme as normas estabelecidas pelos rabinos, e que acabavam excluídos da sociedade da época pelos religiosos. O povo judeu era aconselhado a não ter qualquer contato com essas pessoas, e muito menos comer com elas.

2. Fariseus (Classe Religiosa). Seita judaica que comandava o poder religioso na Palestina durante o ministério de Cristo. Esses indivíduos, “separados”, criam que as suas descrições detalhadas de como obedecer à lei se igualavam em autoridade à lei mosaica e que a sua obediência meticulosa a essas tradições os tornava os únicos judeus justos vivos.

3. Escribas (Classe Social). Classe de homens que copiavam, ensinavam e explicavam a lei. Da mesma forma que os fariseus, eles se apegavam à autoridade das tradições orais. Como professores da lei, mantinham um lugar importante na sociedade judaica e também serviam como juízes ou advogados, julgando de acordo com a lei que conheciam tão bem.

III. A PARÁBOLA DA CEM OVELHA

A história da ovelha perdida que nesse capítulo está registrada, tem um paralelo em:
- Mateus 18.10-14, cujo contexto focaliza no desejo do Pai celestial de que: “Assim, também, não é vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca” (Mt 18.14).

- Em Lucas, o foco está na ação graciosa de Deus que vai em busca do perdido, no arrependimento como o caminho de volta do pecador ao pai e a sua respectiva aceitação (Lc 15.7,10,18,19,21).

Vejamos ainda algumas considerações sobre esta parábola:

1. A motivação do anúncio da parábola. O fato de Cristo ser procurado pelos publicanos e pecadores (Lc 15.1), bem como a Sua atitude de em recebê-los comendo com eles (Lc 15.2), resultou na murmuração dos fariseus e escribas.

Lc 5.31-32 “E Jesus, respondendo, disse-lhes: Não necessitam de médico os que estão sãos, mas, sim, os que estão enfermos; 32 Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento.”

1.1. Ódio. O ódio desses religiosos pelos publicanos e pecadores é bem conhecido nas Escrituras (Mt 9.10,11; Mc 2.15,16; Mt 18.9-11).

1.2. Desprezo pelos pecadores. Eles sentiam que qualquer um que se associasse com estas pessoas desprezadas, o fazia por ter o mesmo caráter.

1.3. Falta de amor.
- Diante disso, o Senhor Jesus passa a ilustrar e consequentemente justificar o porquê de sua atitude amorosa, e qual o sentimento que deveria existir nos fariseus e escribas em relação a estas pessoas.

2. O objetivo da parábola. Os fariseus e escribas reputavam aos publicanos e pecadores como pessoas indignas do amor de Deus.

2.1. Os publicanos (cobradores de impostos) não eram tidos em alta estima.
A. Porque não somente auxiliavam os romanos que subjugava os judeus.

B. E porque enriqueciam ilicitamente as custas de seus patrícios (Lc 19.2,8).

2.2. Já os pecadores eram assim chamados porque não interpretavam a Lei como os escribas e fariseus ou exerciam profissões pouco honrosas.

2.3. Para corrigir a visão distorcida daqueles em relação aos pecadores, Jesus conta neste capítulo três parábolas (ovelha e moeda perdida e do filho pródigo) que expressam o grande amor de Deus pelos perdidos, mostrando que estes são amados e podem ser aceitos pelo Senhor mediante o arrependimento (Lc 15.7,10,32).

3. Personagens da parábola. A figura usada por Jesus nessa parábola é algo muito comum para seus ouvintes, é provável que enquanto ele a contava, era possível ver naquela região de forma muito familiar os pastores cuidando de suas ovelhas.

3.1. A ovelha. A ovelha da história perdeu-se por irracionalidade. Esses animais têm a tendência de se desencaminhar, por isso precisam de um pastor (Is 53.6; 1ª Pe 2.25).

3.2. O homem. Quem é o homem? Homem se refere a Cristo que é o bom pastor.
- A parábola, fala-nos de um homem que tinha cem ovelhas. Se ele perdesse uma delas, o que faria?

- Ao formular essa pergunta, Jesus força seus ouvintes a responder. É certo que todos responderão: “Procurá-la-ei até encontra-la”. Essa é a resposta natural humana, quando se perde algo de valor.

IV. JESUS É O BOM PASTOR


A imagem do pastor e as ovelhas é muito comum desde o A.T. para ilustrar o cuidado de Deus para com os seres humanos (Sl 23.1; Jr 23.1-4; Is 40.11; Ez 34.11-16; 37.24).

- No N.T., Jesus é o bom pastor que deu a sua vida pelas suas ovelhas (João 10.11), alcance você com graça e misericórdia nesse momento!

1. “Dou minha vida pelas ovelhas” (Jo 10. 15). Não há maior amor do que este.

2. “As minhas ovelhas ouvem a minha voz... e me seguem” (Jo 10. 27). Ouves a voz de Jesus a chamar – te? Vem, e segue-o!

3. “Dou-lhes a vida eterna” (Jo 10. 28). Crê em Jesus, e aceitam como Único e suficiente salvador e jamais perecerás!

V. QUEM SÃO AS CEM OVELHAS?


1. Quem são as 99 ovelhas que ficaram no deserto (v. 4) e que não necessitam de arrependimento”? (v. 7).
Primeiro vamos analisar nas regras da exegese e hermenêutico para saber quem sãos as noventa e nove ovelhas e a ovelha perdida.

2. Deixou as 99 Onde? No deserto!
V. 4 “Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove...”

- No presente caso, o pastor está disposto até a deixar no deserto as noventa e nove, o que constitui algum risco para estas, a fim de procurar a perdida. E quando a encontra sente-se cheio de alegria e dispõe-se a celebrar o acontecimento. O ponto central dessa parábola é que, quando alguém valoriza muito alguma coisa, se vier a perde-la, irá procura-la diligentemente e, uma vez achada, regozija-se.

3. Jesus está contando a parábola para quem?
Lucas 15.1-4 “E Chegavam-se a ele todos os publicanos e pecadores para o ouvir. 2 E os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo: Este recebe pecadores, e come com eles. 3 E ele lhes propôs esta parábola, dizendo: 4 Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas...”

- Como já vimos, Jesus está contando a parábola no contexto judaico! 1.Para os publicanos; 2. Pecadores; 3. Fariseus; 4. E os escribas.

- Exegeticamente as noventa e nove são os judeus. A nação de Israel. Note que Ele deixou no deserto e foi buscar a ovelha perdida, Também se referiu as noventa e nove justo que não necessitam de arrependimento.

4. Para cumprir as Escrituras, Jesus veio para os Judeus.
Jo 1.1. “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.”
Que são os Seus? São Seus irmãos os judeus.

5. Quem não aceitou Jesus como o Cristo? Os Judeus.
Jo 5.43Eu vim em nome de meu Pai, e não me aceitais; se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis.”

6. Quem crucificou Jesus?
Lc 13.34-35Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste? 35 Eis que a vossa casa se vos deixará deserta. E em verdade vos digo que não me vereis até que venha o tempo em que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor.”

7. Todos os judeus rejeitaram Jesus.
7.1. Os gadarenos. Mt 8.34 “E eis que toda aquela cidade saiu ao encontro de Jesus e, vendo-o, rogaram-lhe que se retirasse dos seus termos.”

7.2. Nazarenos. Mc 6.3-6Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele. 4 E Jesus lhes dizia: Não há profeta sem honra senão na sua pátria, entre os seus parentes, e na sua casa. 5 E não podia fazer ali obras maravilhosas; somente curou alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. 6 E estava admirado da incredulidade deles. E percorreu as aldeias vizinhas, ensinando.”

7.3. Os religiosos e o povo nas sinagogas. Lc 4.28-30 “E todos, na sinagoga, ouvindo estas coisas, se encheram de ira. 29 E, levantando-se, o expulsaram da cidade, e o levaram até ao cume do monte em que a cidade deles estava edificada, para dali o precipitarem. 30 Ele, porém, passando pelo meio deles, retirou-se.

7.4. Os principais sacerdotes e líderes. 23.13-23 “E, convocando Pilatos os principais dos sacerdotes, e os magistrados, e o povo, 14 Disse-lhes: Haveis-me apresentado este homem como pervertedor do povo; e eis que, examinando-o na vossa presença, nenhuma culpa, das de que o acusais, acho neste homem. 15 Nem mesmo Herodes, porque a ele vos remeti, e eis que não tem feito coisa alguma digna de morte. 16 Castigá-lo-ei, pois, e soltá-lo-ei. 17 E era-lhe necessário soltar-lhes um pela festa. 18 Mas toda a multidão clamou a uma, dizendo: Fora daqui com este, e solta-nos Barrabás. 19 O qual fora lançado na prisão por causa de uma sedição feita na cidade, e de um homicídio. 20 Falou, pois, outra vez Pilatos, querendo soltar a Jesus. 21 Mas eles clamavam em contrário, dizendo: Crucifica-o, crucifica-o. 22 Então ele, pela terceira vez, lhes disse: Mas que mal fez este? Não acho nele culpa alguma de morte. Castigá-lo-ei pois, e soltá-lo-ei. 23 Mas eles instavam com grandes gritos, pedindo que fosse crucificado. E os seus gritos, e os dos principais dos sacerdotes, redobravam.”

7.5. Embora os judeus rejeitaram Jesus, mas Ele ainda tem uma promessa para com eles.
Rm 11.26-28 “E assim todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, E desviará de Jacó as impiedades. 27 E esta será a minha aliança com eles, Quando eu tirar os seus pecados. 28 Assim que, quanto ao evangelho, são inimigos por causa de vós; mas, quanto à eleição, amados por causa dos pais.”

Israel passou pelo cativeiro Babilônico, destruição de Jerusalém no ano 70 pelo Gen. Tito e na Grande tribulação pelo Anti-cristo, mas quando clamarem ao Senhor Jesus, Ele vira em glória para salvá-los.

VI. QUEM É A OVELHA PERDIDA?


1. O que representa essa ovelha? O mundo inteiro. Os gentios pecadores que carecem da graça divina.
Lc 19.10 “Cristo veio buscar e salvar o que se havia perdido.”

2. A universalidade e o jugo do pecado.
Rm 3.9-20 Pois quê? Somos nós mais excelentes? De maneira nenhuma, pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo do pecado; 10 Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer. 11 Não há ninguém que entenda; Não há ninguém que busque a Deus. 12 Todos se extraviaram, e juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.

- A argumentação de Paulo em Romanos 3.9-20 é que tanto os gentios como os judeus sem Cristo estão debaixo da condenação do pecado (Rm 3.9). A raça humana sem Cristo está sob o domínio do pecado.

Rm 3.23-26 “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; 24 Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus
Porque não há distinção: “Todos pecaram e privados estão da glória de Deus.”

3. O convite de Jesus não é seletivo, mas para todos os homens.
João 3.16-18: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. 17 Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.

4. Chamados através do convite de Jesus.

4.1. Primeiro lugar Ele nos chama.
Mt 11.28: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei.”
Is 55.1-3: “Ó VÓS, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde, comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. 2 Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura. 3 Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, dando-vos as firmes beneficências de Davi”.

4.2. Somos aceitos mediante a fé.
Rm 10.17: “a fé vem pelo ouvir a palavra de Deus.”
Jo 3.18: “Quem crê nele não é julgado; mas quem não crê, já está julgado; porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus”.

4.3. Mediante ao arrependimento e conversão.
Atos 3.19: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor.”
Arrepender é reconhecer o nosso pecado. Converter é deixar o pecado.

4.4. A nossa salvação vem do Senhor. É a graça e as misericórdias do Senhor sobre a raça humana.
Sl 3.8A salvação vem do SENHOR; sobre o teu povo seja a tua bênção.”
Jo 6.37: Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora.
Jo 6.39-40: “E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia. 40 “De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia”.
Jo 6.44: “Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia”.
Conforme a resposta positiva que Deus vê no coração do homem em aceitá-lo, ele restaura, liberta, perdoa e transforma o homem numa nova criatura.

4.5. A Salvação é dom de Deus.
Ef 2.8-9: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.”

4.6. O pecador precisa tomar uma decisão.
Ap 3.20:Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.”

4.7. Aos que aceitam o convite de Jesus são recebidos como filhos de Deus por adoção em Jesus Cristo.
Jo 1.12: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome”.

A adoção por Deus não é apenas uma adoção por acaso. É uma escolha feita “por meio de Jesus Cristo”. Se respondemos em obediência ao evangelho de seu Filho, Deus nos adota.

Rm 8.16-17 “O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus. 17 E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo: se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados.”

4.8. Estamos mortos em nossos delitos, mas em Cristo Jesus fomos vivificados.
Efésios 2.1: “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados”.
Efésios 2.5: “Estando nós ainda mortos em nossos delitos, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)”.
Colossenses 2.1: E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas”.

VII. BUSCOU-A COM PERSEVERANÇA

1. Perdera uma ovelha (v. 4). O pastor amoroso possuía cem ovelhas e as cuidava com dedicação, mas uma se perdera.

2. “Até acha-la” (v. 4). Foi perseverante, não descansou até acha-la. Buscou-a por amor, ou por causa do valor que ela representava? Que o Senhor nos guarde de sermos mercenários.

3. Buscou-a com amor. Seu amor à ovelha perdida o levou a arriscar sua vida para acha-la. És uma ovelha perdida? Deus te ama e enviou seu Filho para morrer na Cruz, para salvar-te (Jo 3.16).
Este é o dever do pastor: buscar a ovelha ausente e juntá-la às noventa e nove no redil, antes que morra!

VIII. A ALEGRIA DO PASTOR

- Esta parábola fala do regozijo do pastor ao reencontrar a ovelha perdida. Todos estamos perdidos. Devido às dificuldades em que se encontrava, fala-nos das misérias que vivemos estando longe do aprisco. Fala da inclusão dos humildes e desprezados no reino de Deus.
Deu pela falta de uma e, angustiado, saiu pelos montes a sua procura.

- Jesus aplica essa parábola à atitude de Deus para com os perdidos que se arrependem. Haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.

1. “E, achando-a, a põe sobre seus ombros, alegre” (v. 5). Que momento glorioso para o pastor. Achou sua ovelha que perdera! Não usou o cajado para quebrar-lhe a perna. Não a repreendeu, nem a censurou. Levantou-a com carinho e a pôs sobre os ombros, depois de pensar-lhes as feridas.

2. De volta ao aprisco. Que alegria para a ovelha. Antes perdida, sem esperança; agora, em segurança, nos ombros do seu pastor. Quantas ovelhas há desgarradas, andando de aprisco em aprisco, em busca de um pastor. Descansa nos braços de Jesus (Mt 11.28-30)!

CONCLUSÃO. Uma ovelha que foge do pastor costuma ficar deitada e sem forças e não consegue mais mexer, levantar-se e andar. Não sobra ao pastor senão carregá-la, o que, em longas caminhadas, só é possível, se ele puser o animal aos ombros. Assim é Deus conosco, além de nos amar e buscar, nos dá seu perdão, livrando-nos de culpas e liberando-nos do mal, ao oferecer-nos sua graça salvadora. Lembre-se que graça é um favor imerecido, ou seja, Deus é que nos providencia a salvação, cabendo a nós apenas a fé (confiança) para recebê-la. Jamais deveríamos correr o risco de desprezar àqueles a quem o Senhor busca. Como seus seguidores, devemos proclamar que Cristo veio “buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10).

Pr. Elias Ribas
Dr. Em Teologia

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