TEXTO
ÁUREO
“O estrangeiro não afligirás, nem o
oprimirás; pois estrangeiros fostes na terra do Egito.” (Êx 22.21).
VERDADE
PRÁTICA
Os direitos do ser humano revelados na
Palavra de Deus têm como fundamento o amor.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Isaías
58.6-12:
“Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da
impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e
despedaces todo o jugo? 7 Porventura não é também que repartas o teu pão com o
faminto, e recolhas em casa os pobres abandonados; e, quando vires o nu, o
cubras, e não te escondas da tua carne? 8 Então romperá a tua luz como a alva, e
a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante de ti, e a
glória do SENHOR será a tua retaguarda. 9 Então clamarás, e o SENHOR te
responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo,
o estender do dedo, e o falar iniquamente; 10 E se abrires a tua alma ao
faminto, e fartares a alma aflita; então a tua luz nascerá nas trevas, e a tua
escuridão será como o meio-dia. 11 E o SENHOR te guiará continuamente, e
fartará a tua alma em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; e serás como
um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca faltam. 12 E os que de
ti procederem edificarão as antigas ruínas; e levantarás os fundamentos de
geração em geração; e chamar-te-ão reparador das roturas, e restaurador de
veredas para morar.
INTRODUÇÃO.
Grande parte da história da humanidade
demonstra que os direitos foram prerrogativas de uma minoria privilegiada. Em
tempos modernos foi que surgiu o conceito de direitos fundamentais inerentes à
dignidade humana: os Direitos Humanos. Apesar desses conceitos florescerem em
tempos atuais, desde a criação do homem, as Escrituras Sagradas revelam a
vontade de Deus acerca do que é direito e dever nas relações humanas.
A sensação de impunidade traz a ideia de
que os direitos humanos foram estabelecidos para defender os bandidos. Esta não
é uma ideia correta a respeito dos direitos humanos, mas a expressão que
denuncia militantes que os usa, não segundo os valores interiores inerentes ao
ser humano, mas a uma agenda fraudulenta político-ideológica. Entretanto, é
importante ressaltar que a instituição dos direitos humanos é uma expressão do
Estado Democrático de Direito. Vivemos num império das leis. Por exemplo, o
dogma jurídico de que todo cidadão tem a presunção da inocência é enfatizado,
sobretudo, pela Palavra de Deus (1ª Tm 5.19,20). Só saberá o que significa
realmente os direitos humanos quem um dia sofrera injustiça.
I.
A ORIGEM DOS DIREITOS HUMANOS
1.
Definição de Direito.
A raiz da palavra "direito"
tem origem no latim rectus, que significa
"aquilo que é reto, correto, justo". Na perspectiva da Ética, o que é
direito torna-se modelo do que é bom e correto. Assim, a ética, ou a moral,
comum a todas as culturas, pode-se expressar em termos de direitos do
indivíduo. Esses direitos refletem a dignidade do ser humano, como por exemplo:
a proteção à vida, a liberdade individual e a igualdade.
2.
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Promulgada pela primeira vez em 26 de
agosto de 1789, em Paris, na França, essa declaração foi resultado da Revolução
Francesa, que inspirada pelo Iluminismo, elaborou 17 artigos proclamando a
liberdade e a igualdade entre os indivíduos. Esses direitos passaram a ser
considerados "universais", ou seja, válidos para todos os homens em
qualquer época ou lugar.
3.
Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Foi adotada em 10 de dezembro de 1948,
após a 2ª Guerra Mundial, pela Organização das Nações Unidas (ONU). A
declaração, contendo 30 artigos, reconhece os direitos "fundamentais"
e "universais" do ser humano como o ideal comum a ser atingido por
todos os povos e nações sem distinção de raça, sexo, língua ou religião.
4.
Direitos Humanos no Brasil.
Em nosso país, a expressão
"direitos humanos" foi popularizada durante a década de 1980. Nessa
época militantes políticos de esquerda passaram a usar a expressão em oposição
ao regime militar. Hoje, após a redemocratização do Brasil e a concessão de
amplos direitos ao cidadão, a expressão "direitos humanos" tem sido
associada constantemente a "direitos de bandidos". Discute-se, por
exemplo, que os "direitos humanos" deveriam valer unicamente para os
“humanos direitos”.
SUBSÍDIO
PEDAGÓGICO
Caro professor, prezada professora,
quando se estuda o Direito deparamos com o conceito de "direito
natural". Esse aspecto dos estudos jurídicos remonta à ideia de direito
inerente à natureza humana. Nesse sentido, os direitos humanos são considerados
direitos inerentes a todos os seres humanos, independente de raça, sexo,
nacionalidade, etnia e religião. Esses direitos estabelecem a vida, a liberdade
de opinião e de expressão, o direito ao trabalho e à educação. São direitos
inalienáveis à pessoa.
Neste tópico, é importante fazer uma
reflexão sobre a importância da liberdade religiosa que desfrutamos em nosso
país, mas que em muitos outros, infelizmente, irmãos nossos padecem
perseguições sistemáticas e intensas praticadas pelo Estado ou religião
dominante. Nessa oportunidade, a fim de enriquecer a sua exposição, traga dados
atualizados sobre essas perseguições.
O site da missão Portos-Abertas traz
informações atualizadas, pois trata-se de um movimento de auxílio aos cristãos
perseguidos. Como seguidores de Jesus, precisamos ter a consciência de que
neste momento há milhares de irmãos em Cristo que são (serão) violados em seus
direitos inalienáveis. Oremos pelos cristãos perseguidos!
II.
A BÍBLIA E OS DIREITOS HUMANOS
1.
Direitos Humanos no Pentateuco.
Os cinco Livros de Moisés revelam o
código divino e indicam a maneira de viver de seu povo (Dt 6.1-9). Nesses
escritos há um arcabouço de concepções libertárias e igualitárias que antecedem
a muitos direitos que vão aparecer na Modernidade. No texto do Pentateuco, Deus
requer do povo de Israel que o estrangeiro não seja maltratado (Êx 22.21), que
a viúva e o órfão sejam protegidos (Êx 22.22} e que o pobre não seja explorado
(Êx 22.25-26). Tais preceitos eram estranhos ao Mundo Antigo e constitui-se
numa espécie de síntese da Tora: o cuidado divino para com os menos favorecidos
e o valor da dignidade humana.
2.
Direitos Humanos nos Evangelhos.
A mensagem de Cristo presente nos
Evangelhos resume-se na prática do amor a Deus e ao próximo (Mt 22.37-40).
Durante o seu ministério Jesus quebrou vários paradigmas da cultura dominante.
Ao curar no sábado, Cristo colocou a dignidade humana acima do Legalismo (Mt
12.10-13). Ao conversar com a Samaritana, Cristo se opôs ao preconceito étnico
(Jo 4.9,10). Ao jantar em casa de Levi, o publicano, Cristo rechaçou atitudes discriminatórias
(Mc 2.14-17). Ao receber e abençoar os meninos, Cristo defendeu os direitos das
crianças (Lc 18.15-16). Assim, a Palavra de Deus mostra que a fé cristã não
está dissociada das necessidades humanas.
3.
Direitos Humanos em Paulo.
Em suas cartas, o apóstolo dos gentios
reconhece o direito de igualdade entre as raças, as classes sociais e o género
(Gl 3.28). O apóstolo também legitimou o uso dos direitos civis ao ser preso em
Jerusalém, quando ele evocou sua cidadania romana para não ser açoitado (At
22.25-29). E ao perceber as manobras dos judeus para condená-lo sumariamente, o
apóstolo reivindicou o direito de um julgamento justo e apelou para César (At
25.9-12). Assim, as Escrituras nos estimulam à defesa de nossos direitos e de
nossa cidadania.
SUBSÍDIO
BÍBLICO-PEDGÓGICO
Uma das narrativas mais tensas da Bíblia
encontra-se em Atos 22.25-29, onde ela descreve o momento em que romano. O
apóstolo estava prestes a ser açoitado por um centurião, quando decidida e
corajosamente perguntou: "É-vos lícito açoitar um romano, sem ser
condenado?" O centurião não podia dar aquele tratamento ao apóstolo, pois
este estava investido da cidadania romana.
À Luz desse relato bíblico, reflita com
os alunos a respeito da consciência dos direitos do cidadão. Essa consciência
só é possível a partir da apreensão do conteúdo de nossa carta magna: a
Constituição Federal. Neste documento, há um artigo que é considerado o coração
de nossa carta: o artigo 5°.
É o artigo que inaugura o texto
constitucional que trata especialmente dos direitos individuais e coletivos.
Nele, há três itens (VI, VII e VIII) que todo crente deveria ser consciente de
sua existência em nosso país. São as nossas garantias constitucionais de
liberdade de crença, culto e todo valor religioso que podemos desfrutar em
nossa nação. Aprofunde-se no tema e conscientize sua classe a respeito desses
direitos fundamentais.
III.
A IGREJA E OS DIREITOS HUMANOS
1.
A Igreja e o trabalho escravo.
O trabalho é essencial para o sustento
da vida. Desde a Criação o trabalho está presente na história da raça humana
(Gn 2.15). Sustentar a si mesmo e a família por meio do trabalho é uma dádiva
divina e dignifica o ser humano (Ec 3.13; Ef 4.28). No entanto, quando a carga
horária é exaustiva, os salários são baixos e as condições de trabalho são
degradantes, a dignidade humana é violada e o trabalho se torna em escravidão.
A igreja de Cristo não pode ficar insensível diante do trabalho escravo. Há uma
condenação direta e objetiva da Palavra de Deus, segundo Tiago, que condena a
exploração e a injustiça praticada contra os trabalhadores (Tg 5.4-6).
2.
A Igreja e os prisioneiros.
Em 2014, o Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) do Brasil divulgou que a nossa população carcerária era de 563.526 presos
e que estavam encarcerados 206.307 prisioneiros além da capacidade de vagas.
Somado ao problema da superlotação, os presídios públicos também não oferecem
as condições mínimas de dignidade humana, higiene e salubridade. Nosso índice
de reincidência no crime é de 70%, o que demonstra a ineficiência do Estado na
ressocialização dos prisioneiros. A igreja não pode negligenciar o seu papel de
visitar e evangelizar os encarcerados (Hb 133). Por meio da ação dos servos de
Cristo, os prisioneiros recebem dignidade e, sobretudo, a salvação (Mt
25.36-40; Lc 4.19).
3.
A Igreja e o problema social.
Os principais problemas sociais do
Brasil são o desemprego, a precariedade de moradia, a saúde, a segurança, a
educação e outros. Como resultado da ineficiência do Estado os índices de
violência e de criminalidade aumentam a cada dia. É consenso que tais problemas
são agravados pelo desvio das verbas públicas por meio da nefasta prática da
corrupção. Habacuque, em sua época, constatou problemas similares: opressão,
violência, Litígio, impunidade, suborno e juízo distorcido (He 1.1-4). O
profeta tinha a consciência de que o mal a ser combatido era o pecado. Assim
como fez Habacuque, e como ensina o cronista, a igreja deve unir forças para
restaurar a nação por meio da confissão sincera e do clamor a Deus (2 Cr 7.14).
SÍNTESE
DO TÓPICO III
A igreja local está imersa na realidade
social de seus membros.
Encerre a aula lendo a regra de ouro que
se encontra no Sermão do Monte: "Portanto, tudo o que vós quereis que os
homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas"
(Mt 7-12).
CONCLUSÃO
Nenhum outro livro tem enaltecido tanto
a dignidade humana como o faz a Bíblia Sagrada. As Escrituras revelam o amor de
Deus sem acepção de pessoas (Jo 3.16; Rm 2.11). A igreja é advertida em perseverar
na prática do bem ao próximo (2 Ts 3.13). E os que ficam impassíveis diante da
violação dos direitos humanos são considerados pecadores (Tg 4.17).
PARA
REFLETIR
A respeito do tema “Ética Cristã e
Direitos Humanos”, responda:
• Dê o significado da palavra “direito.
A palavra "direito" significa
"aquilo que é reto, correto, justo".
• De acordo com a lição, explique a
formação dos Direitos Humanos.
Com o advento da 2a Guerra Mundial, e
após a tragédia que ela trouxe ao mundo, no dia 10 de dezembro de 1948 foi
adotada a Declaração Universal dos Direitos Humanos pela Organização das Nações
Unidas (ONU).
• Segundo o Pentateuco, destaque os
grupos de pessoas que devem ser protegidos socialmente.
O estrangeiro (Êx 22.21), a viúva e o
órfão (Êx 22.22) e o pobre (Êx 22.25-26).
• De acordo com os Evangelhos, em que se
resume a mensagem de Cristo?
A mensagem de Cristo presente nos
Evangelhos resume-se na prática do amor a Deus e ao próximo (Mt 22.37-40).
• No tópico três há uma lista de
urgências que a igreja não pode se esquivar. Quais são essas urgências?
Justifique a sua resposta.
O trabalho escravo, os prisioneiros e os
problemas sociais. Os seguidores de Jesus, têm na mensagem dEle, a
responsabilidade de levar aconchego espiritual aos necessitados.
Fonte: Lições Bíblicas 2° trimestre de
2018, Adultos – CPAD| Divulgação: Subsídios EBD
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