TEOLOGIA EM FOCO: A HISTÓRIA DA MÚSICA NA BÍBLIA

terça-feira, 17 de outubro de 2017

A HISTÓRIA DA MÚSICA NA BÍBLIA


A música é tão presente em nossa vida que podemos compará-la quase que ao ar que respiramos. Dificilmente passamos um dia sem música. Ela está sempre vindo de algum lugar, trazendo suas informações melódicas. Como nos faz bem a música! Todavia, deixemos bem claro, a boa música.

Mas há música ruim? Sim, sem dúvida que há. Mas quem a criou não foi Deus? Certamente Deus a criou, mas assim como o homem fora criado por Deus e sofreu desvio de condutas através de Satanás, também a música apresenta desvios rítmicos e letras que a tornaram intolerável e com funções tendenciosas, quando sob o comando de Satanás.

I.         A ORIGEM DA MÚSICA

1. O que é música. Música é a arte de combinar os sons, de acordo com as variações da altura, proporcionando a sua duração e ordenados sob as leis da estética. Arte é capacidade criadora do artista de expressar ou transmitir seus sentimentos.

A música tem sua triologia formada especificamente em :ciência, arte e cultura. É ciência, porque obedece a leis, princípios e técnicas experimentais e invariáveis. É arte, porque suas regras são práticas e exequíveis, ao manifestar os diversos afetos da alma mediante o arranjos dos sons. É cultura, porque expressa padrões de comportamento de um povo quanto às suas crenças, histórias e tradições.

Para exprimirmos profundamente qualquer sentimento ou descrever por meio da música qualquer quadro da natureza, principalmente de Deus, torna-se imprescindível a participação em comum de três elementos, a saber: melodia, ritmo e harmonia.

2. A música é universal. Todas as raças, culturas e religiões, desde suas origens, executam a música de uma forma ou de outra.

“A música é sem dúvida, uma das mais belas artes da existência. Sobre ela, disse o filósofo grego Aristóteles: “A música é a mais moral de todas as artes”. O célebre compositor britânico John Mervyn Addison afirmou sobre ela: “A música é o bem maior dos mortais e tudo quanto do Céu possuem eles na Terra”. John Armenstrong, por sua vez, declara: “A música exalta cada alegria, suaviza cada tristeza, expele enfermidades, abranda cada dor”.

3. A origem da música. A música é uma arte celestial, cuja primeira manifestação de que temos conhecimento ocorreu em comemoração à cosmogonia (a criação do mundo). Por certo os anjos já exerciam o glorioso ministério do louvor bem antes da criação do tempo, do espaço e da matéria. Como deve ter sido bela a prima aurora pura e linda da criação!

Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparece (Hb 11.1). “Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas” (Hb 1.3). Num átimo, ouve-se a voz do Verbo Divino: “hayah” haja luz (Gn 1.3). Imediatamente, o tempo e o espaço recém-criados inundaram-se de luz, nas mais sublimes cores e, em meio ao relampaguear de irisados fulgores, irromperam as harmonias dos coros angelicais glorificando o Criador!

Esse festival cósmico foto-sinfônico foi cantado nos mais antigo livro da Bíblia nesta bela poesia hebraica: “Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? [...] quando as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus?” (Jó 38.4-7).

Também o nascimento de Jesus, o Redentor de toda a criação, foi festejado com louvores angelicais: “E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lc 2.13-14).

4. A origem da música na terra. A arte de combinar os sons, em nosso planeta é contemporâneo de Adão. Jubal foi o pai de todos os que tocam harpa e órgão (Gn 4.21). Usava-se música para comemorar vitórias (Êx 15.1-21; Jz 5), nas festas (2º Sm 19.35), nos casamentos (Jr 7.34) e até nos enterros (Mt 9.23).

Muitas vezes, a música era acompanhada de dança (Êx 15.20; 1º Sm 18.6-7 e Mt 11.17). O rei Davi e seu filho Salomão muito contribuíram para o desenvolvimento da música coral e instrumental em Israel (1º Cr 6.31-48; 2º Cr 29.25). Os instrumentos mais usados eram de cordas (harpa, lira, saltério, cítara) sopro (flauta, trombeta de metal ou de chifre ‘shophar’), fole (gaita, órgão) e percussão (adufe, címbalo, pandeiro, tambor, tamboril e tamborim).

O canto, na forma uníssona ou coral, e a música instrumental tinham lugar relevante nos cultos e na vida religiosa do povo de Deus, tanto no Antigo quanto Novo Testamento (1º Cr 16.4-7, 37; Is 51.3; Mt 26. 30; Ef 5.19 e Cl 3.16).

5. A música sacra. A música sacra teve seu zênite na Terra a partir da Renascença, com os compositores clássicos e, depois, com os românticos. Corelli, Vivaldi, Hydn, Praetorius, Schubert, Lizt, Ipolitov Ivanov, Gunod, Haendel, Verde etc. Johann Sebastian Bach apunha no cabeçalho de suas partituras, as letras JJ (Jesus Juvat = Jesus ajuda) e, ao final, SDG (Soli Dei Gloriae = somente para a glória de Deus). Talvez por isso mesmo seja considerado dentre todos eles. A maioria de suas primorosas obras, oratória, salmos, hinos, óperas e cantatas é inspirada em fatos dos Evangelhos.

5.1. Oratória é o gênero de música erudita, de assunto religiosos, quase sempre tirando da Bíblia, com solos, coros e orquestra, para ser executados sem cenários, nem costumes, nem mímica.

A. Salmo, do grego psalmo, entre os antigos hebreus, era o poema religioso para ser acompanhado por qualquer instrumento, de cordas ou de sopro.

B. Hino, do grego himno, é poema ou cântico de veneração louvor ou invocação à divindade.

C. Ópera é um drama inteiramente cantado, com acompanhamento de orquestra ou intercalado com diálogos falados ou com recitativos.

D. Cantata é uma composição para uma ou mais vozes, com acompanhamento instrumental, às vezes com coro, cuja letra pode ser lírica, descrevendo uma situação psicológica em vez de ser historiada, isto é, descrevendo um fato dramático.

6. O livro dos Salmos era o hinário de Israel e da Igreja primitiva. Por Exemplo: Lucas registra quatro hinos cristãos, os hinos do Advento, conhecidos pelos seus títulos em latim: o Magnificat (engrandece, Lc 1.46-55); o Benedictus (bendito, Lc 1.68-79); o Nunc Dimittis (agora despedes, Lc 2.29-32); e o Glória in Excelsis Deo (glória a Deus nas alturas, Lc 2.14). O hino cantado após a ceia (Mt 26.30) foi o Halel (os salmos 113 a 118).

7. O zelo pela música sacra. A igreja evangélica deve zelar por sua música! Os ministros de Jesus devem preservar a dignidade, a reverência e a espiritualidade da adoração e dos louvores na Casa do Senhor!

Quando o púlpito se transforma em palco e o culto em “show”, são negligenciados o cântico congregacional (todos os presentes cantando) e o tempo para exposição da Palavra de Deus, que é a eximido, então a espiritualidade enfraquece e os milagres e as conversões desaparecem nas exibições de conjuntos e cantores contratados para atraírem um público que (com raras exceções) mais procura divertir-se que adorar a Deus.

Não podemos nem queremos condenar totalmente o uso de ritmos populares com letras evangélicas entre povos e culturas que adotam tais cadências, nas campanhas evangelísticas, em praças públicas ou quaisquer outros lugares. Entretanto, também não podemos apoiar nos templos evangélicos a substituição do culto de adoração, doutrina ou evangelismo, por apresentações que mais parecem com os batuques do candomblé, ou irreverentes shows dos conjuntos de rockn’roll. [BARCELLOS. Mensageiro da Paz 2008. P. 18].

A música é importante tanto diante de Deus quanto do homem, porque expressa os sentimentos mais profundos da alma e do espírito do crente. O que não pode ser transmitido aos ouvintes em palavras, talvez o seja através dos hinos (com ou sem acompanhamento musical). Em outras palavras, há “gemidos inexprimíveis” que se tornam conhecidos através dos hinos. Coisas que a mera linguagem não pode expressar são trazidas à tona pela música.

Não quero sugerir que “os sentimentos” sejam a coisa principal. De fato, não há dúvida de que outras palavras possam ser usadas de maneira melhor. Podemos dizer que a música reflete o conteúdo da nossa alma. Podemos dizer que música revela o caráter do homem interior e a paixão do seu espírito. A música expressa a nova natureza dada a nós por Deus na regeneração. Somos novas criaturas em Cristo (2ª Co 5.17); trazidas para o reino de Deus como recém-nascidos (1ª Pe 2.2); recebemos novidade de vida (Rm 6.4); vivemos de acordo com um novo mandamento (1ª Jo 2.8); um dia seremos introduzidos num novo céu e nova terra (Ap 21.1). É então supernatural que cantemos uma nova canção! “Cantai ao Senhor um cântico novo” (Sl 96.1). Isto não significa “novo no sentido de ser escrito agora”. Não significa que o que cantamos é uma música que acabou de ser composta, mas que cantamos hinos os quais refletem nossa nova natureza.

II.    A MÚSICA É DIVINAL

Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-me saber, se tens inteligência. Quem lhe pós as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus jubilavam? (Jó 38.4-7).

As palavras de Deus no livro de Jó versam totalmente sobre o mundo natural, a criação e a natureza. Deus descreve o enigma e a complexidade do universo, e revela que seu método de governar o mundo ultrapassa em muito a nossa capacidade de entender. Deus queria que Jó soubesse que a sua atividade no âmbito da natureza é análoga ao seu governo na esfera moral e espiritual do universo, e que nesta vida o homem não terá uma compreensão total dos desígnios de Deus.

“Quando as estrelas juntas…”. Entendemos que a música tem sua origem divinal, vinda dos céus e criada por Deus. Mesmo antes da criação a música já existia. Quando pronunciamos uma palavra, cada sílaba está em uma nota musical, sendo assim caracterizado o nosso falar em um emaranhado de notas musicais que tem valores de um tempo, dois tempos ou mesmo parte de tempos de uma nota musical, etc. Quando Deus criou os céus e a terra Ele disse; (Gn 1.3) “Haja luz...”, ao pronunciar as sílabas “-”, cada uma estava em uma nota musical. Coube ao homem descobrir os valores e os tempos das notas musicais e assim formar uma melodia caracterizando assim uma música.

III.   A INSPIRAÇÃO DA MÚSICA

1. Inspiração Divina.
A música tem origem divina. Deus a criou. Quando exatamente, não importa. O que é que só um ser como Deus poderia criar algo tão fascinante, tão evidente e ao mesmo tempo tão imaterial e misterioso. Quando ela se pronuncia, nos toca e, conforme apresenta o modo da sua tonalidade, muda nosso sentimento, nos eleva os devaneios mais belos e causando-nos também contrição. Sem dúvida ela altera nossos sentimentos, atingindo o centro de nossas emoções.
Quando o crente se dispõe a louvar ao Senhor com sua alma e coração, deve primeiramente pedir ajuda a Deus para que seu louvor seja divino e puro, por isso escreveu o salmista dizendo: “Abre Senhor, os meus lábios e a minha boca entoará o teu louvor” (Sl 51.l5). A Bíblia diz que: “quatro mil serão porteiros e quatro mil deverão louvar ao Senhor com os instrumentos que eu (Davi) fiz para o louvor” (1º Cr 23.5). Isto nos prova que homens como Davi e outros da Bíblia sagrada, receberam inspiração de Deus para escreverem lindas poesias e músicas, bem como para inventarem instrumentos musicais.

2.      Inspiração Humana.
Podemos como ser humano, compor poemas, cânticos e melodias puros e lindos ao mesmo tempo. Quando o homem ungido pelo Espírito Santo compõe e executa música somada inspiração divina e inspiração humana, rompe-se as barreiras imposta pelo inimigo, e Deus opera de maneira maravilhosa.

3.      Inspiração Satânica
A Palavra de Deus nos relata que Lúcifer, o príncipe das trevas estava muito familiarizado com a música: “Estavas no Éden, jardim de Deus; de todas as pedras preciosas te cobrias: o sárdio, o topázio, o diamante, o berilo, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo e a esmeralda; de ouro se te fizeram os engastes e os ornamentos; no dia em que foste criado, foram eles preparados” (Ez 28.13).
Lúcifer pode atrair para si muitos adeptos utilizando-se de algo que ele conhece muito bem, podendo se constituir na fonte de inspiração de grande parte das músicas que estão sendo tocadas no mundo atualmente. Lúcifer sabe como conquistar gerações inteiras através da música.

Sabemos que ao ser lançado fora da presença de Deus, Satanás desceu com toda a sua bagagem musical, e se utiliza destas para as seguintes finalidades:
1        Promover a Imoralidade (Êx 32.17-25).
2        Levar as Pessoas à Rebelião (2º Sm l5.10).
3        Levar as Pessoas à Feitiçaria (Ap 18.22-23).

IV.   MÚSICA ESPIRITUAL (SANTA) LIMPA

“E sucedia que, quando o espírito mau da parte de Deus vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa, e a tocava com a sua mão; então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito mau se retirava dele” (1º Sm 16.23).

O Espírito Santo operava em Davi, mas o demônio não saía quando aquele jovem entrava no recinto de Saul. Entretanto, ele não resistia quando o instrumento era tocado. Davi não dava atenção ao demônio nem dialogava com ele, mas louvava ao Senhor com pureza de coração. Música espiritual (portanto santa) traz paz interior ao homem

“Dai ao SENHOR, ó filhos dos poderosos, dai ao SENHOR glória e força. Dai ao SENHOR a glória devida ao seu nome, adorai o SENHOR na beleza da santidade (Sl 29.1-2).

A música comunica poder ou unção espiritual e comunica mensagens. O crente executa a música com a alma. Por isso a definição de música é a expressão da nossa alma. As pessoas também escutam a música com o coração, pois se trata de uma força espiritual. Quando ouvimos um sermão, centenas de palavras são ditas. A música não é construída dessa forma, mas é capaz de pegar uma palavra e desenvolver um som para que, quando a ouvimos, os resultados possam ser muito mais poderosos do que quando é simplesmente dita.

A definição de beleza é a:... SANTIDADE
A música sem espiritualidade é uma música com e sem efeito. Para que a música seja espiritual, o músico precisa ter uma vida de santidade que é a separação do mundo, para Deus. As músicas (e as vidas) que agradam a Deus têm que ser SANTAS!

E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito; Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração (Ef 5.18-19).

O apóstolo Paulo aos crentes em Colossos: “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração” (Cl 3.16).


A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração (Cl 3.16).

Pr, Elias Ribas
Igreja Assembléia de Deis
Blumenau - SC

7 comentários:

  1. Gostaria de agradecer por essa explicação, mudou muito minha forma de pensar e agir, que essa sabedoria que me foi passada por esse estudo possa alcançar o coração de todos que ler essa explicação também.DEUS ABENÇOE A TODOS

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  2. Gostaria de agradecer por essa explicação, mudou muito minha forma de pensar e agir, que essa sabedoria que me foi passada por esse estudo possa alcançar o coração de todos que ler essa explicação também.DEUS ABENÇOE A TODOS

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  5. Muito boa explicação estudo excelente

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