TEOLOGIA EM FOCO: outubro 2017

terça-feira, 24 de outubro de 2017

A MÚSICA NO NOVO TESTAMENTO


“No Novo Testamento, há um número relativamente pequeno de composições musicais e também um número sucinto de referências à música e à produção musical. Este tratamento bastante restrito de um assunto bíblico de tal importância reflete o contexto judaico específico nos quais os escritos do Novo Testamento se desenvolveram. No primeiro século da Nossa Era, muitos grupos religiosos judaicos diferentes haviam desenvolvido uma atitude bastante restrita com relação ao uso de execuções musicais exuberantes, tanto no ambiente litúrgico quando no secular. Esta atitude pode ser vista nos manuscrito do Mar Morto, e especialmente nos ensinamentos rabínicos da época.

O cristianismo apostólico emergiu, desenvolveu-se e organizou-se principalmente dentro do contexto da sinagoga. Portanto, era natural para os primeiros cristãos que mantivessem o que conheciam da música da sinagoga em sua própria adoração. Esta é, aparentemente, a razão pela qual Paulo, ele próprio um “fariseu, filho de fariseu” (Atos 23:6), considerasse os instrumentos musicais como “coisas inanimadas” e, em vez disso, promovesse a adoração na forma de “salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e louvando de coração ao Senhor” (Ef 5.19).

Realmente, a maior parte das referências do Novo Testamento à música trai as suas raízes judaicas. Em Mateus 26.30 e Marcos 14.26, é dito que Jesus e Seus discípulos “cantaram um hino” depois de terminarem sua ceia da Páscoa. Estamos aqui dentro do contexto do Sidur judaico da Páscoa, o qual é regularmente concluído com o cântico da última parte do “Hallel” (Salmos 113-118) ou o Salmo 136. O cântico, como parte da adoração e como forma de oração, tal como aparece em 1ª Coríntios 14.15, 26 e Efésios 5.19 e Colossenses 3.16, era e ainda é a prática litúrgica mais comum na adoração judaica. Tanto em Efésios quanto em Colossenses o verso “cantar” está relacionado a outros termos que pertencem especialmente ao contexto da adoração judaica. A sequência “salmos, hinos e cânticos”, que aparece em ambas as passagens, também é encontrada nos escritos de Flávio Josefo (The Antiquities of the Jews 7.12.3; 12.7.7), um escritor judaico contemporâneo de Paulo. Em Efésios, a exortação a cantar “salmos, hinos e cânticos” é seguida pelas palavras “dando graças constantemente a Deus Pai por todas as coisas” (verso20). Berakhot (“ação de graças”) é uma das práticas mais comuns na adoração judaica. Em Colossenses, este mesma conexão aparece (3.16-17), mas aqui Paulo acrescenta outro conceito fundamental judaico (verso 5), o de “Paz” (Shalom). Em 1º Coríntios 14.15-16, a “ação de graças” (em hebraico, levarekh) está relacionada ao termo fundamental da adoração judaica “Amém”. Tiago faz a mesma conexão entre a oração e o cântico dos Salmos (Tiago 5.13), refletindo desta maneira, o entendimento judaico comum de que a prática destes caracteriza a vida do homem piedoso.

Outras passagens do Novo Testamento apresentam algumas formas de utilização da música no quotidiano judaico da época. As passagens nos Evangelhos que descrevem a cerimônia de lamentação pela filha de Jairo, presidente de uma das sinagogas da região ao redor do lago da Galileia, apresenta a utilização tradicional de flautistas e cantores nos funerais da época (Mt 9.23; Mc 5.38). Música e dança eram comuns nas festas (Lc 15.25). Muitas passagens do Novo Testamento testificam de uma variedade de instrumentos musicais comuns ao contexto judaico daquele tempo, tais como a flauta (Mt 9.23; 11.17), os címbalos (1ª Co 13.1), o shofar (Ap 8.2, 6-12; 9.1-13) e a harpa (Ap 14.2-3), entre outros.

Um quadro musical exuberante, no Novo Testamento, aparece apenas no livro do Apocalipse, em relação com as visões apocalípticas de João sobre o céu e o futuro estabelecimento do reinado eterno de Deus. Em suas visões, João relata aspectos da adoração a Deus pelos seres celestiais e pelo coro de anjos (Ap 5.8-14). A adoração é feita no contexto do santuário celestial, no qual Jesus ministra como Messias e Sumo Sacerdote. A música é feita com harpas e um cântico que envolve toda a criação. Em Apocalipse 7.9-12; 14.1-3; e 15.2-4, vemos uma apresentação escatológica do grupo daqueles que foram redimidos, agora adorando a Deus com cânticos de louvor e música de harpas. Eles ficam em pé junto ao mar de vidro, na Sião celestial, e cantam o Cântico de Moisés e o Cântico do Cordeiro. Este quadro escatológico reflete a esperança judaica da salvação futura e da redenção escatológica final, presentes nas orações diárias da sinagoga (Shirah Hadashah) pronunciadas logo antes da Amidah (a “Grande Oração Silenciosa” central da adoração da sinagoga) que diz: “Um novo cântico será entoado pelos redimidos, em louvor ao Teu reino para sempre”. De fato, a maravilhosa salvação e a eternal redenção que Deus trará a este mundo pode produzir somente a resposta mais entusiástica por parte dos seres humanos, e João viu que no céu, a grande multidão das criaturas de Deus, como o salmista do passado, será capaz de dar somente uma resposta ao seu Pai Celestial, a resposta de louvor e aleluias, dizendo:

“Aleluia! A salvação, a glória e o poder pertencem ao nosso Deus, pois verdadeiros e justos são os seus juízos....
Amém, Aleluia!...
Louvem o nosso Deus, todos vocês, seus servos, vocês que o temem, tanto pequenos como grandes!
Aleluia! Pois reina o Senhor, o nosso Deus, o Todo-poderoso.
Regozijemo-nos! Vamos alegrar-nos e dar-lhe glória!” (Ap19.1-8).

Nas primeiras décadas da Nossa Era, o Templo de Jerusalém, com seu rico ritual e liturgia (no qual era comum uma execução musical opulenta pelo coro levítico e vários instrumentos musicais), foi dominado por uma classe dominante de saduceus muito corrupta. As comunidades judaicas da época também tinham que enfrentar a pressão e a influência das religiões pagãs com suas práticas orgias sempre presentes em banquetes particulares, festas populares, feriados públicos, e nos shows dos circos e teatros romanos. Tudo isso levou muitos judeus da época a adotar uma abordagem bastante estrita com relação à música e seu uso, particularmente no contexto religioso. Nas sinagogas, o homem religioso judeu comum começava a enfatizar a música vocal sobre a instrumental em sua liturgia e uma prática musical religiosa mais austera. Esta tendência consolidou-se depois da destruição do Templo de Jerusalém no ano 70 da Nossa Era pelos romanos, e o banimento rabínico do uso de instrumentos na sinagoga, como uma expressão de lamentação pela destruição do templo.


sábado, 21 de outubro de 2017

A MÚSICA NO ANTIGO TESTAMENTO


Deus sempre quis ser adorado por meio da música. Mas há uma diferença significativa entre o tipo de música usada no Antigo Testamento e no Novo Testamento. O objetivo deste estudo é descobrir nas Escrituras que tipo de música Deus deseja que usemos no culto cristão.

A música que agradava a Deus no Antigo Testamento envolvia o uso de vários instrumentos. Logo após a travessia do mar Vermelho, Miriã e as mulheres de Israel adoraram a Deus com cânticos acompanhados de danças e tamborins (Êx 15.20-21). Os profetas dos tempos de Samuel usavam saltérios, tambores, flautas e harpas (1º Sm 10.5). No período de Davi, Deus era adorado com cânticos acompanhados “com instrumentos músicos” (1º Cr 15.16, 28). No livro de 1º Crônicas 16 menciona o uso de alaúdes, harpas, címbalos, trombetas e instrumentos de música (1º Cr 16.5, 42). Davi deu instruções específicas para o uso desses instrumentos (1º Cr 23 e 25, em que a adoração é descrita detalhadamente). A adoração nos dias de Salomão era semelhante: “e quando todos os levitas que eram cantores, isto é, Asafe, Hemã, Jedutum e os filhos e irmãos deles, vestidos de linho fino, estavam de pé, para o oriente do altar, com címbalos, alaúdes e harpas, e com eles até cento e vinte sacerdotes, que tocavam as trombetas; e quando em uníssono, a um tempo, tocaram as trombetas e cantaram para se fazerem ouvir, para louvarem o Senhor e render-lhe graças; e quando levantaram eles a voz com trombetas, címbalos e outros instrumentos músicos para louvarem o Senhor, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre, então, sucedeu que a casa, a saber, a Casa do Senhor, se encheu de uma nuvem. Assim, o rei e todo o povo consagraram a Casa de Deus. Os sacerdotes estavam nos seus devidos lugares, como também os levitas com os instrumentos músicos do Senhor, que o rei Davi tinha feito para deles se utilizar nas ações de graças ao Senhor, porque a sua misericórdia dura para sempre. Os sacerdotes que tocavam as trombetas estavam defronte deles, e todo o Israel e mantinha em pé” (2º Cr 5.12-13; 7.6).

Clarins e trombetas acompanhavam os cânticos de louvor a Deus na época de Asa (2º Cr 15.14). Atente para o fato de que nada disso era mera invenção humana; Deus tinha exigido esse tipo de adoração: “Também estabeleceu os levitas na Casa do Senhor com címbalos, alaúdes e harpas, segundo mandado de Davi e de Gade, o vidente do rei, e do profeta Natã; porque este mandado veio do Senhor, por intermédio de seus profetas” (2º Cr 29.25).

Após a volta do cativeiro, a adoração foi conduzida de modo semelhante: “Quando os edificadores lançaram os alicerces do templo do Senhor, apresentaram-se os sacerdotes, paramentados e com trombetas, e os levitas, filhos de Asafe, com címbalos, para louvarem o Senhor, segundo as determinações de Davi, rei de Israel” (Ed 3.10). Na cerimônia da dedicação pelos muros de Jerusalém havia címbalos, alaúdes, harpas e trombetas (Ne 12.27-36).


O Saltério (Salmos) era o cancioneiro de Israel. Os salmos dão muito destaque ao uso de instrumentos musicais na adoração a Deus. “Celebrai o Senhor com harpa, louvai-o com cânticos no saltério de dez cordas. Entoai-lhe novo cântico, tangei com arte e com júbilo” (Sl 33.2-3). “Então, irei ao altar de Deus, de Deus, que é a minha grande alegria; ao som da harpa eu te louvarei, ó Deus, Deus meu” (Sl 43.4). “Salmodiai e fazei soar tamboril, a suave harpa com o saltério. Tocai a trombeta na Festa da Lua Nova, na lua cheia, dia da nossa festa. É preceito para Israel, é prescrição do Deus de Jacó” (Sl 81.2-4). Passagens semelhantes encontram-se espalhadas pelos Salmos. O salmo 92 menciona o uso de “instrumentos de dez cordas” junto com o saltério e a harpa (Sl 92.1-3). “Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os confins da terra; aclamai, regozijai-vos e cantai louvores. Cantai com harpa louvores ao Senhor, com harpa e voz de canto; com trombetas e ao som de buzinas, exultai perante o Senhor, que é rei” (Sl 98.4-6). Embora de nenhum modo tenhamos citado todos os textos relacionados à questão, ficou mais que claro que Deus era adorado por instrumentos musicais no Antigo Testamento. As referências são bem frequentes e não dão margem para dúvida.


GARY FISHER. A Música na Adoração a Deus. https://www.estudosdabiblia.net/c10.htm

terça-feira, 17 de outubro de 2017

A HISTÓRIA DA MÚSICA NA BÍBLIA


A música é tão presente em nossa vida que podemos compará-la quase que ao ar que respiramos. Dificilmente passamos um dia sem música. Ela está sempre vindo de algum lugar, trazendo suas informações melódicas. Como nos faz bem a música! Todavia, deixemos bem claro, a boa música.

Mas há música ruim? Sim, sem dúvida que há. Mas quem a criou não foi Deus? Certamente Deus a criou, mas assim como o homem fora criado por Deus e sofreu desvio de condutas através de Satanás, também a música apresenta desvios rítmicos e letras que a tornaram intolerável e com funções tendenciosas, quando sob o comando de Satanás.

I.         A ORIGEM DA MÚSICA

1. O que é música. Música é a arte de combinar os sons, de acordo com as variações da altura, proporcionando a sua duração e ordenados sob as leis da estética. Arte é capacidade criadora do artista de expressar ou transmitir seus sentimentos.

A música tem sua triologia formada especificamente em :ciência, arte e cultura. É ciência, porque obedece a leis, princípios e técnicas experimentais e invariáveis. É arte, porque suas regras são práticas e exequíveis, ao manifestar os diversos afetos da alma mediante o arranjos dos sons. É cultura, porque expressa padrões de comportamento de um povo quanto às suas crenças, histórias e tradições.

Para exprimirmos profundamente qualquer sentimento ou descrever por meio da música qualquer quadro da natureza, principalmente de Deus, torna-se imprescindível a participação em comum de três elementos, a saber: melodia, ritmo e harmonia.

2. A música é universal. Todas as raças, culturas e religiões, desde suas origens, executam a música de uma forma ou de outra.

“A música é sem dúvida, uma das mais belas artes da existência. Sobre ela, disse o filósofo grego Aristóteles: “A música é a mais moral de todas as artes”. O célebre compositor britânico John Mervyn Addison afirmou sobre ela: “A música é o bem maior dos mortais e tudo quanto do Céu possuem eles na Terra”. John Armenstrong, por sua vez, declara: “A música exalta cada alegria, suaviza cada tristeza, expele enfermidades, abranda cada dor”.

3. A origem da música. A música é uma arte celestial, cuja primeira manifestação de que temos conhecimento ocorreu em comemoração à cosmogonia (a criação do mundo). Por certo os anjos já exerciam o glorioso ministério do louvor bem antes da criação do tempo, do espaço e da matéria. Como deve ter sido bela a prima aurora pura e linda da criação!

Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparece (Hb 11.1). “Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, depois de ter feito a purificação dos pecados, assentou-se à direita da Majestade, nas alturas” (Hb 1.3). Num átimo, ouve-se a voz do Verbo Divino: “hayah” haja luz (Gn 1.3). Imediatamente, o tempo e o espaço recém-criados inundaram-se de luz, nas mais sublimes cores e, em meio ao relampaguear de irisados fulgores, irromperam as harmonias dos coros angelicais glorificando o Criador!

Esse festival cósmico foto-sinfônico foi cantado nos mais antigo livro da Bíblia nesta bela poesia hebraica: “Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? [...] quando as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus?” (Jó 38.4-7).

Também o nascimento de Jesus, o Redentor de toda a criação, foi festejado com louvores angelicais: “E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lc 2.13-14).

4. A origem da música na terra. A arte de combinar os sons, em nosso planeta é contemporâneo de Adão. Jubal foi o pai de todos os que tocam harpa e órgão (Gn 4.21). Usava-se música para comemorar vitórias (Êx 15.1-21; Jz 5), nas festas (2º Sm 19.35), nos casamentos (Jr 7.34) e até nos enterros (Mt 9.23).

Muitas vezes, a música era acompanhada de dança (Êx 15.20; 1º Sm 18.6-7 e Mt 11.17). O rei Davi e seu filho Salomão muito contribuíram para o desenvolvimento da música coral e instrumental em Israel (1º Cr 6.31-48; 2º Cr 29.25). Os instrumentos mais usados eram de cordas (harpa, lira, saltério, cítara) sopro (flauta, trombeta de metal ou de chifre ‘shophar’), fole (gaita, órgão) e percussão (adufe, címbalo, pandeiro, tambor, tamboril e tamborim).

O canto, na forma uníssona ou coral, e a música instrumental tinham lugar relevante nos cultos e na vida religiosa do povo de Deus, tanto no Antigo quanto Novo Testamento (1º Cr 16.4-7, 37; Is 51.3; Mt 26. 30; Ef 5.19 e Cl 3.16).

5. A música sacra. A música sacra teve seu zênite na Terra a partir da Renascença, com os compositores clássicos e, depois, com os românticos. Corelli, Vivaldi, Hydn, Praetorius, Schubert, Lizt, Ipolitov Ivanov, Gunod, Haendel, Verde etc. Johann Sebastian Bach apunha no cabeçalho de suas partituras, as letras JJ (Jesus Juvat = Jesus ajuda) e, ao final, SDG (Soli Dei Gloriae = somente para a glória de Deus). Talvez por isso mesmo seja considerado dentre todos eles. A maioria de suas primorosas obras, oratória, salmos, hinos, óperas e cantatas é inspirada em fatos dos Evangelhos.

5.1. Oratória é o gênero de música erudita, de assunto religiosos, quase sempre tirando da Bíblia, com solos, coros e orquestra, para ser executados sem cenários, nem costumes, nem mímica.

A. Salmo, do grego psalmo, entre os antigos hebreus, era o poema religioso para ser acompanhado por qualquer instrumento, de cordas ou de sopro.

B. Hino, do grego himno, é poema ou cântico de veneração louvor ou invocação à divindade.

C. Ópera é um drama inteiramente cantado, com acompanhamento de orquestra ou intercalado com diálogos falados ou com recitativos.

D. Cantata é uma composição para uma ou mais vozes, com acompanhamento instrumental, às vezes com coro, cuja letra pode ser lírica, descrevendo uma situação psicológica em vez de ser historiada, isto é, descrevendo um fato dramático.

6. O livro dos Salmos era o hinário de Israel e da Igreja primitiva. Por Exemplo: Lucas registra quatro hinos cristãos, os hinos do Advento, conhecidos pelos seus títulos em latim: o Magnificat (engrandece, Lc 1.46-55); o Benedictus (bendito, Lc 1.68-79); o Nunc Dimittis (agora despedes, Lc 2.29-32); e o Glória in Excelsis Deo (glória a Deus nas alturas, Lc 2.14). O hino cantado após a ceia (Mt 26.30) foi o Halel (os salmos 113 a 118).

7. O zelo pela música sacra. A igreja evangélica deve zelar por sua música! Os ministros de Jesus devem preservar a dignidade, a reverência e a espiritualidade da adoração e dos louvores na Casa do Senhor!

Quando o púlpito se transforma em palco e o culto em “show”, são negligenciados o cântico congregacional (todos os presentes cantando) e o tempo para exposição da Palavra de Deus, que é a eximido, então a espiritualidade enfraquece e os milagres e as conversões desaparecem nas exibições de conjuntos e cantores contratados para atraírem um público que (com raras exceções) mais procura divertir-se que adorar a Deus.

Não podemos nem queremos condenar totalmente o uso de ritmos populares com letras evangélicas entre povos e culturas que adotam tais cadências, nas campanhas evangelísticas, em praças públicas ou quaisquer outros lugares. Entretanto, também não podemos apoiar nos templos evangélicos a substituição do culto de adoração, doutrina ou evangelismo, por apresentações que mais parecem com os batuques do candomblé, ou irreverentes shows dos conjuntos de rockn’roll. [BARCELLOS. Mensageiro da Paz 2008. P. 18].

A música é importante tanto diante de Deus quanto do homem, porque expressa os sentimentos mais profundos da alma e do espírito do crente. O que não pode ser transmitido aos ouvintes em palavras, talvez o seja através dos hinos (com ou sem acompanhamento musical). Em outras palavras, há “gemidos inexprimíveis” que se tornam conhecidos através dos hinos. Coisas que a mera linguagem não pode expressar são trazidas à tona pela música.

Não quero sugerir que “os sentimentos” sejam a coisa principal. De fato, não há dúvida de que outras palavras possam ser usadas de maneira melhor. Podemos dizer que a música reflete o conteúdo da nossa alma. Podemos dizer que música revela o caráter do homem interior e a paixão do seu espírito. A música expressa a nova natureza dada a nós por Deus na regeneração. Somos novas criaturas em Cristo (2ª Co 5.17); trazidas para o reino de Deus como recém-nascidos (1ª Pe 2.2); recebemos novidade de vida (Rm 6.4); vivemos de acordo com um novo mandamento (1ª Jo 2.8); um dia seremos introduzidos num novo céu e nova terra (Ap 21.1). É então supernatural que cantemos uma nova canção! “Cantai ao Senhor um cântico novo” (Sl 96.1). Isto não significa “novo no sentido de ser escrito agora”. Não significa que o que cantamos é uma música que acabou de ser composta, mas que cantamos hinos os quais refletem nossa nova natureza.

II.    A MÚSICA É DIVINAL

Onde estavas tu, quando eu fundava a terra? Faze-me saber, se tens inteligência. Quem lhe pós as medidas, se é que o sabes? Ou quem estendeu sobre ela o cordel? Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, Quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam, e todos os filhos de Deus jubilavam? (Jó 38.4-7).

As palavras de Deus no livro de Jó versam totalmente sobre o mundo natural, a criação e a natureza. Deus descreve o enigma e a complexidade do universo, e revela que seu método de governar o mundo ultrapassa em muito a nossa capacidade de entender. Deus queria que Jó soubesse que a sua atividade no âmbito da natureza é análoga ao seu governo na esfera moral e espiritual do universo, e que nesta vida o homem não terá uma compreensão total dos desígnios de Deus.

“Quando as estrelas juntas…”. Entendemos que a música tem sua origem divinal, vinda dos céus e criada por Deus. Mesmo antes da criação a música já existia. Quando pronunciamos uma palavra, cada sílaba está em uma nota musical, sendo assim caracterizado o nosso falar em um emaranhado de notas musicais que tem valores de um tempo, dois tempos ou mesmo parte de tempos de uma nota musical, etc. Quando Deus criou os céus e a terra Ele disse; (Gn 1.3) “Haja luz...”, ao pronunciar as sílabas “-”, cada uma estava em uma nota musical. Coube ao homem descobrir os valores e os tempos das notas musicais e assim formar uma melodia caracterizando assim uma música.

III.   A INSPIRAÇÃO DA MÚSICA

1. Inspiração Divina.
A música tem origem divina. Deus a criou. Quando exatamente, não importa. O que é que só um ser como Deus poderia criar algo tão fascinante, tão evidente e ao mesmo tempo tão imaterial e misterioso. Quando ela se pronuncia, nos toca e, conforme apresenta o modo da sua tonalidade, muda nosso sentimento, nos eleva os devaneios mais belos e causando-nos também contrição. Sem dúvida ela altera nossos sentimentos, atingindo o centro de nossas emoções.
Quando o crente se dispõe a louvar ao Senhor com sua alma e coração, deve primeiramente pedir ajuda a Deus para que seu louvor seja divino e puro, por isso escreveu o salmista dizendo: “Abre Senhor, os meus lábios e a minha boca entoará o teu louvor” (Sl 51.l5). A Bíblia diz que: “quatro mil serão porteiros e quatro mil deverão louvar ao Senhor com os instrumentos que eu (Davi) fiz para o louvor” (1º Cr 23.5). Isto nos prova que homens como Davi e outros da Bíblia sagrada, receberam inspiração de Deus para escreverem lindas poesias e músicas, bem como para inventarem instrumentos musicais.

2.      Inspiração Humana.
Podemos como ser humano, compor poemas, cânticos e melodias puros e lindos ao mesmo tempo. Quando o homem ungido pelo Espírito Santo compõe e executa música somada inspiração divina e inspiração humana, rompe-se as barreiras imposta pelo inimigo, e Deus opera de maneira maravilhosa.

3.      Inspiração Satânica
A Palavra de Deus nos relata que Lúcifer, o príncipe das trevas estava muito familiarizado com a música: “Estavas no Éden, jardim de Deus; de todas as pedras preciosas te cobrias: o sárdio, o topázio, o diamante, o berilo, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo e a esmeralda; de ouro se te fizeram os engastes e os ornamentos; no dia em que foste criado, foram eles preparados” (Ez 28.13).
Lúcifer pode atrair para si muitos adeptos utilizando-se de algo que ele conhece muito bem, podendo se constituir na fonte de inspiração de grande parte das músicas que estão sendo tocadas no mundo atualmente. Lúcifer sabe como conquistar gerações inteiras através da música.

Sabemos que ao ser lançado fora da presença de Deus, Satanás desceu com toda a sua bagagem musical, e se utiliza destas para as seguintes finalidades:
1        Promover a Imoralidade (Êx 32.17-25).
2        Levar as Pessoas à Rebelião (2º Sm l5.10).
3        Levar as Pessoas à Feitiçaria (Ap 18.22-23).

IV.   MÚSICA ESPIRITUAL (SANTA) LIMPA

“E sucedia que, quando o espírito mau da parte de Deus vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa, e a tocava com a sua mão; então Saul sentia alívio, e se achava melhor, e o espírito mau se retirava dele” (1º Sm 16.23).

O Espírito Santo operava em Davi, mas o demônio não saía quando aquele jovem entrava no recinto de Saul. Entretanto, ele não resistia quando o instrumento era tocado. Davi não dava atenção ao demônio nem dialogava com ele, mas louvava ao Senhor com pureza de coração. Música espiritual (portanto santa) traz paz interior ao homem

“Dai ao SENHOR, ó filhos dos poderosos, dai ao SENHOR glória e força. Dai ao SENHOR a glória devida ao seu nome, adorai o SENHOR na beleza da santidade (Sl 29.1-2).

A música comunica poder ou unção espiritual e comunica mensagens. O crente executa a música com a alma. Por isso a definição de música é a expressão da nossa alma. As pessoas também escutam a música com o coração, pois se trata de uma força espiritual. Quando ouvimos um sermão, centenas de palavras são ditas. A música não é construída dessa forma, mas é capaz de pegar uma palavra e desenvolver um som para que, quando a ouvimos, os resultados possam ser muito mais poderosos do que quando é simplesmente dita.

A definição de beleza é a:... SANTIDADE
A música sem espiritualidade é uma música com e sem efeito. Para que a música seja espiritual, o músico precisa ter uma vida de santidade que é a separação do mundo, para Deus. As músicas (e as vidas) que agradam a Deus têm que ser SANTAS!

E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito; Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração (Ef 5.18-19).

O apóstolo Paulo aos crentes em Colossos: “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração” (Cl 3.16).


A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração (Cl 3.16).

Pr, Elias Ribas
Igreja Assembléia de Deis
Blumenau - SC

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

O LIVRO DE NEEMIAS


SUMÁRIO


ESBOÇO DE NEEMIAS. 3
O CONTEXTO HISTÓRICO DO CATIVEIRO BABILÔNICO.. 4
QUANDO A CRISE MOSTRA A SUA FACE.. 5
NEEMIAS, UM HOMEM QUE ESTÁ A SERVIÇO DE DEUS. 7
NEEMIAS RECEBE ORDENS PARA IR Á JERUSALÉM... 10
OS MUROS E AS PORTAS DE JERUSALÉM SÃO RECONTRUÍDAS. 14
NEEMIAS RESISTE À OPOSIÇÃO DOS INIMIGOS. 21
VIGILÂNCIA, UM DEVER PARA O CRISTÃO.. 25
NEEMIAS DESPERTA TODOS A PRATICAR JUSTIÇA.. 29
VENCENDO AS ESTRATÉGIAS DO INIMIGO.. 34
NEEMIAS OBTÉM VITÓRIA TOTAL.. 39
O POVO OUVE A PALAVRA DE DEUS. 44
A CELEBRAÇÃO DA FESTA DOS TABERNÁCULOS. 48
O COMPROMISSO COM A PALAVRA DE DEUS. 52
A ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO RELIGIOSO.. 55
O EXERCÍCIO MINISTERIAL NA CASA DO SENHOR.. 59
A RESTAURAÇÃO DA ALIANÇA QUEBRADA.. 64
A INTEGRIDADE DE UM LÍDER.. 68
FONTE DE PESQUISA.. 71

ESBOÇO DE NEEMIAS

 
I. A RECONSTRUÇÃO DOS MUROS (SOB A LIDERANÇA DE NEEMIAS), 1.1-7.73.
1. O Retorno a Jerusalém. l.1-2.20.
1.l. A condição de Jerusalém, 1.1-7.
1.2. A petição de Neemias, 1.8-11.
1.3. A comissão de Artaxerxes, 2.1-10.
1.4. A inspeção dos muros, 2.11-20.
2. A Reconstrução dos Muros. 3.1-7.4.
3. O trabalho designado, 3.1-32.
4. O trabalho atacado, 4.1-6.14.
4.1. Pela zombaria, 4.1-6.
4.2. Por conspiração, 4.7-21.
4.3. Por extorsão, 5.1-19.
4.4. Pela transigência, 6.1-4
4.5. Pela calúnia, 6.5-9.
5. O trabalho realizado, 6.15; 7.4.
6. O Registro do Povo, 7.5-73.
 
II. A RENOVAÇÃO DA ALIANÇA (SOB A LIDERANÇA DE ESDRAS), 8.1-10.39.
1. A Leitura da Lei, 8.1-8.
2. A Reação do Povo, 8.9-18.
3.O Arrependimento do Povo, 9.1-38.
4. A Ratificação da Aliança, 10.1-27.
5. As Responsabilidades da Aliança, 10.28-39.
 
III. A REFORMA DA NAÇÃO, 11.1-13.31.
1. O Repovoamento das Cidades, 11.1-12.26.
1.1. Jerusalém, 11.1-1.24.
1.2. Outras cidades, 11.25-36.
1.3. Sacerdotes e levitas, 12.1-26.
2. A Reedificação dos Muros, 12.27-47.
3. O Reavivamento do Povo, 13.1-31.
4. As reformas.
4.1. Reformas em relação aos não-judeus, 13.1-3 2.
4.2. Reformas em relação ao sacerdócio 13.4-5 3. Reformas em relação ao sábado, 13.15-4.3. Reformas em relação ao casamento 13.23-31.
Não iremos fazer um estudo do livro, mas aí está um esboço que poderá ajudá-lo em um estudo pessoal. Vamos extrair o que diz respeito ao assunto de tratamento com a nossa alma, fazendo as devidas aplicações, orando para que a luz do ESPÍRITO nos dirija.



O CONTEXTO HISTÓRICO DO CATIVEIRO BABILÔNICO


1. Com a morte de Salomão, em 931 a.C., o reino de Israel foi dividido. O Reino do Norte teve dezenove reis e oito dinastias. Em um período de 209, nenhum desses reis buscou a Deus, sendo todos rebeldes. Deus enviou-lhe profetas, mas os nobres e o povo não se arrependeram. Então Deus os entregou nas mãos da Assíria, em 722 a.C. Eles foram levados cativeiro e nunca foram restaurados.

2. O Reino do Sul teve vinte reis na mesma dinastia davídica. Judá não aprendeu a lição do Reino do Norte e também começou a se desviar de Deus. Os Reis taparam os ouvidos à voz profética, prenderam e mataram os profetas. Então Deus os entregou nas mãos de seus inimigos e eles foram levados cativo no ano 586 a.C. para a Babilônia e lá permaneceram setenta anos.

3. Após a queda da Babilônia o povo judeu retornou do cativeiro em três levas. O rei Ciro determinou a volta dos cativos quando tomou conhecimento que Jeremias havia profetizado a seu respeito (Jr 25.11-12; 29.10).

4. Os que voltaram enfrentaram a proposta sedutora dos samaritanos para se associarem na reconstrução do templo. Os judeus rejeitaram a proposta veemente. Perceberam que os samaritanos não estavam interessados na reconstrução de Jerusalém, mas na destruição do próprio povo judeu. Ed 4.1-3: “Ora, ouvindo os adversários de Judá e de Benjamim que os que tornaram do cativeiro edificavam o templo ao Senhor, Deus de Israel, 2 chegaram-se a Zorobabel e aos chefes das casas paternas, e disseram-lhes: Deixai-nos edificar convosco; pois, como vós, buscamos o vosso Deus; como também nós lhe temos sacrificado desde os dias de Esar-Hadom, rei da Assíria, que nos fez subir para aqui. 3 Responderam-lhes, porém, Zorobabel e Jesuá e os outros chefes das casas paternas de Israel: Não convém que vós e nós edifiquemos casa a nosso Deus: mas nós sozinhos a edificaremos ao Senhor, Deus de Israel, como nos ordenou o rei Ciro, rei da Pérsia”.

5. A rejeição foi motivada por sentimentos religiosos e não por preconceito racial.
Ed 6.21: “Assim comeram a páscoa os filhos de Israel que tinham voltado do cativeiro, com todos os que, unindo-se a eles, se apartaram da imundícia das nações da terra para buscarem o Senhor, Deus de Israel”.
2ª Rs 17.24 33.34: “Depois o rei da Assíria trouxe gente de Babilônia, de Cuta, de Ava, de Hamate e de Sefarvaim, e a fez habitar nas cidades de Samaria em lugar dos filhos de Israel; e eles tomaram Samaria em herança, e habitaram nas suas cidades. Temiam também ao Senhor, e dentre o povo fizeram para si sacerdotes dos lugares altos, os quais exerciam o ministério nas casas dos lugares altos. 33 Assim temiam ao Senhor, mas também serviam a seus próprios deuses, segundo o costume das nações do meio das quais tinham sido transportados. 34 Até o dia de hoje fazem segundo os antigos costumes: não temem ao Senhor; nem fazem segundo os seus estatutos, nem segundo as suas ordenanças; nem tampouco segundo a lei, nem segundo o mandamento que o Senhor ordenou aos filhos de Jacó, a quem deu o nome de Israel”.

6. A rejeição da oferta samaritana provocou forte oposição e a construção do templo foi paralisada por ordem do rei Artaxerxes (Ed 4.11-21). O resultado foi que a cidade ficou despovoada (Ne 11.1). O povo voltou para Jerusalém, mas a restauração ainda não havia acontecido. O templo, a cidade e o povo estavam debaixo de grande miséria e opróbrio.
Neste interim, Neemias recebeu a visita de Hanani na cidade de Susâ, a resistência de inverno dos reis persas, no ano 444 a., no vigésimo ano de Artaxerxes I (464-423), ou seja, treze anos depois de Esdras subir a Jerusalém, e 142 anos depois do cativeiro babilônico (Ed 7.7). Essa visita de Hanani foi providencial. A partir dela um novo horizonte se abriu na vida de Neemias e um novo futuro chegou para a cidade de Jerusalém. Aquele foi o Kairós de Deus, o tempo da oportunidade.

QUANDO A CRISE MOSTRA A SUA FACE


“As palavras de Neemias, filho de Hacalias. No mês de quisleu, no ano vigésimo, estando eu na cidadela de Susã, 2 veio Hanani, um de meus irmãos, com alguns de Judá; então, lhes perguntei pelos judeus que escaparam e que não foram levados para o exílio e acerca de Jerusalém. “E disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo, e o muro de Jerusalém, fendido, e as suas portas, queimadas a fogo” (Ne 1.1-3).

INTRODUÇÃO. O Enfoque deste estudo apresenta a crise que levou Neemias a interceder diante de Deus pelo povo e a agir para que a restauração de Jerusalém fosse promovida.

I. A CRISE EM JERUSALÉM
1. Antecedentes Históricos. A desobediência ao Senhor, causou:
1.1. O reino do Norte foi destruído pela Assíria e levado cativo à Mesopotâmia em 722 a.C.
1.2. Em 586 a.C. o reino do Sul também foi levado cativo por Nabucodonosor para a Babilônia onde permaneceram por setenta anos (Jr 25.11).

2. Deus dá o escape. Deus usa o rei Ciro, que permite um grupo de judeus retornar a Jerusalém, a fim de reconstruir os muros da cidade e reerguer o Santo Templo (Dn 8.3; Ed 1.1).

3. A volta com Zorobabel. Sob a proteção de Ciro, uma primeira leva de 42.360 judeus, sob a liderança de Zorobabel, retorna a Jerusalém para reconstruir a cidade e a Casa de Deus (2ª Cr 36.22-23; Jr 29.10).

II. O CHAMADO DE NEEMIAS
1. Quem era Neemias.
1.1. O nome significa: “Deus consola”. “Consolação de Já” (um dos nomes de DEUS), ou “Aquele a quem Jeová conforta”. Tomá-lo-emos, portanto, como um tipo do ESPÍRITO SANTO, o Consolador ou Confortador, que se identifica com as nossas necessidades, e se dispõe a dirigir-nos na obra de restauração dos muros da nossa personalidade.
1.2. Filho de Hacalias e irmão de Hanani (Ne 1.1-2; 7.2). Nasceu em Susã, Pérsia, por volta de 480 a.C.
1.3. Copeiro do Rei Artaxerxes I na corte persa (Ne 1.11; 2.1). Serviu na corte do rei Artaxerxes I (465 a 424 a.C.), filho de Assuero ou Xerxes I, marido da rainha Ester.
1.4. É informado de que Jerusalém inda estava em ruínas (Ne 1. 2-3).
1.5. Hanani fez a viagem de 1.600 quilômetros de Jerusalém a Susã para visitar seu irmão, Neemias. Hanani disse que o povo de Jerusalém encontrava-se numa situação precária e insegura, sujeito às agressões dos povos que controlavam as regiões adjacentes à cidade (Ne 1.2; 2.3).
1.6. Suplica ao Senhor pelo seu povo (Ne 1. 4-11).
1.7. É agraciado por Deus e o rei lhe permite reconstruir os muros de Jerusalém (Ne 2.2-9).
1.8. Muros fendidos e doutrina, portas queimadas e liberalismo.

III. NEEMIAS E A REALIDADE DO CATIVEIRO
1. O cativeiro foi uma realidade que aconteceu nos dias de Jeremias. “No quinto mês, no décimo dia do mês, que era o décimo nono ano do rei Nabucodonosor, rei de Babilônia, veio a Jerusalém Nebuzaradão, capitão da guarda, que assistia na presença do rei de Babilônia. E queimou a casa do Senhor, e a casa do rei; como também a todas as casas de Jerusalém, todas as casas importantes, ele as incendiou. E todo o exército dos caldeus, que estava com o capitão da guarda, derribou todos os muros que rodeavam Jerusalém” (Jr 52.12-14).

2. O cativeiro foi um juiz divino contra o pecado.
2.1. Deus já havia avisado ao povo acerca do cativeiro. 2º Cr 36.15,16,21:E o Senhor, Deus de seus pais, falou-lhes persistentemente por intermédio de seus mensageiros, porque se compadeceu do seu povo e da sua habitação. 16 Eles, porém, zombavam dos mensageiros de Deus, desprezando as suas palavras e mofando dos seus profetas, até que o furor do Senhor subiu tanto contra o seu povo, que mais nenhum remédio houve. 21 Para se cumprir a palavra do Senhor proferida pela boca de Jeremias, até haver a terra gozado dos seus sábados; pois por todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram.
2.2. Quando não damos ouvidos à Palavra do Senhor, sofremos os danos pela nossa rebeldia. “Por que desprezaste a palavra do Senhor, fazendo o mal diante de seus olhos? A Urias, o heteu, mataste à espada, e a sua mulher tomaste para ser tua mulher; sim, a ele mataste com a espada dos amonitas. Agora, pois, a espada jamais se apartará da tua casa, porquanto me desprezaste, e tomaste a mulher de Urias, o heteu, para ser tua mulher” (2º Sm 12.9-10).

3. Neemias estava vivendo esta realidade em seus dias, preso na fortaleza de Susâ (Ne 1.1).

4. As notícias que chegavam a Neemias não eram boas (Ne 1.3).

5. As notícias inquietavam o coração de Neemias (Ne 1.4).
Diante da realidade deste mundo, os gemidos dos crentes expressam a sua profunda tristeza ante essas circunstâncias. “Porque sabemos que toda a criação, conjuntamente, geme e está com dores de parto até agora; e não só ela, mas até nós, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, aguardando a nossa adoção, a saber, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.22-23).

6. O cativeiro estava chegando ao fim.
6.1. Através do profeta Daniel entendemos que, nos dia de Neemias, o cativeiro estava chegando ao fim. “No ano primeiro de Dario, filho de Assuero, da linhagem dos medos, o qual foi constituído rei sobre o reino dos caldeus no ano primeiro do seu reinado, eu, Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de que falara o Senhor ao profeta Jeremias, que haviam de durar as desolações de Jerusalém, era de setenta anos” (Dn 9.1-2).
6.2. A profecia de Jeremias havia se cumprido. “Acontecerá, porém, que quando se cumprirem os setenta anos, castigarei o rei de Babilônia, e esta nação, diz o Senhor, castigando a sua iniquidade, e a terra dos caldeus; farei dela uma desolação perpetua” (Jr 25.12).
6.3. Para Neemias havia chegado o tempo de clamar ao Senhor. “Eles são teus servos e o teu povo que resgataste com a tua grande força e com a tua forte mão” (Ne 1.10).

7. Neemias se preocupa com Jerusalém.
7.1. Neemias era copeiro no palácio do rei, mas se preocupou com sua pátria. “Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos à oração do teu servo, e à oração dos teus servos que desejam temer o teu nome; e faze prosperar hoje o teu servo, e dá-lhe graça perante este homem. Então era eu copeiro do rei” (Ne 1.11).

8. Neemias se preocupa com a sorte de Jerusalém.E disseram-me: Os restantes, que ficaram do cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo; e o muro de Jerusalém fendido e as suas portas queimadas a fogo” (Ne 1.3).
Naqueles dias nada mais interessava a Neemias, a não a aflição de seu povo. “Orai pela paz de Jerusalém; prosperem aqueles que te amam” (Sl 122.6).



NEEMIAS, UM HOMEM QUE ESTÁ A SERVIÇO DE DEUS


Neemias 1.1-11: “As palavras de Neemias, filho de Hacalias. E sucedeu no mês de Quislev, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a fortaleza, 2 Que veio Hanani, um de meus irmãos, ele e alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que escaparam, e que restaram do cativeiro, e acerca de Jerusalém. 3 E disseram-me: Os restantes, que ficaram do cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo; e o muro de Jerusalém fendido e as suas portas queimadas a fogo. 4 E sucedeu que, ouvindo eu estas palavras, assentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus. 5 E disse: Ah! Senhor Deus dos céus, Deus grande e terrível! Que guarda a aliança e a benignidade para com aqueles que o amam e guardam os seus mandamentos; 6 Estejam, pois, atentos os teus ouvidos e os teus olhos abertos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que temos cometido contra ti; também eu e a casa de meu pai temos pecado. 7 De todo nos corrompemos contra ti, e não guardamos os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos, que ordenaste a Moisés, teu servo. 8 Lembra-te, pois, da palavra que ordenaste a Moisés, teu servo, dizendo: Vós transgredireis, e eu vos espalharei entre os povos. 9 E vós vos convertereis a mim, e guardareis os meus mandamentos, e os cumprireis; então, ainda que os vossos rejeitados estejam na extremidade do céu, de lá os ajuntarei e os trarei ao lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome. 10 Eles são teus servos e o teu povo que resgataste com a tua grande força e com a tua forte mão. 11 Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos à oração do teu servo, e à oração dos teus servos que desejam temer o teu nome; e faze prosperar hoje o teu servo, e dá-lhe graça perante este homem. Então era eu copeiro do rei”.

INTRODUÇÃO: Neemias era um copeiro do rei “Artaxerxes” que governava a Pérsia. Ele é identificado como filho de Hacalias, um descendente da tribo de Judá e da família real de Davi acompanhou Zorobabel no primeiro destacamento de retorno dos exilados (Ez 2.2; Ne 7.7).
“No mês quisleu”, corresponde ao mês de Novembro e a maior parte de dezembro. “Fortaleza de Susã” a capital da Susiana antigos, a leste do rio Tigre, uma província da Pérsia. Desde o tempo de Ciro foi a residência de inverno preferido dos reis persas.

I. INFORMAÇÕES ACERCA DE JERUSALÉM
1. Neemias, um líder sintonizado com os céus (vs. 2-3).
Neemias, enquanto caminhava em torno das paredes do palácio, ouviu algumas pessoas conversando na língua hebraica. Tendo verificado que havia retornado recentemente da Judéia, foi informado por um de seus irmão chamado Hanani e alguns que vieram de Judá que lhe informaram a situação de Jerusalém e da condição de inacabada e desolada bem como o estado de defesa dos exilados retornaram. As comissões previamente entregue a Zorobabel e Esdras extensão apenas para a reparação do templo e residências particulares, as paredes e portas de a cidade tinha sido autorizado a permanecer uma massa de ruínas em pedaços, como haviam sido.

II. A ANGÚSTIA DE NEEMIAS
1. Alguns anos depois da expedição de Esdras a Jerusalém, em 444 a.C. Neemias recebe algumas notícias preocupantes a respeito da cidade. Ele sente o chamado de Deus para deixar o conforto do palácio e viajar para Israel com o propósito de reconstruir os muros que estavam fendidos e as portas queimadas a fogo (Ne 1.3).

2. Quando Neemias soube das más notícias sobre Jerusalém seu coração se quebrantou.
“Tendo eu ouvido estas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus” (1.4).
No texto da lamentação de Neemias no versículo 4, encontramos cinco verbos que dizem como o coração deste homem foi movido por causa dos sofrimentos do povo de Deus, ele se sentou, lamentou, chorou, jejuou e orou.
2.1. Ele sentou. Neemias ao saber a situação caótica de Jerusalém ficou contristado e a primeira coisa que fez foi sentar. Mas porque Neemias sentou?
Esta palavra “sentar” tem a ideia de uma habitação permanente, ou seja, suas reações aconteciam em um ambiente de oração. A oração era fundamental, não suplementar. Sua obra era banhada em oração.
2.2. Ele lamentou e chorou. São palavras frequentemente usadas para os períodos de luto na Bíblia. Neemias lamentou e chorou por algum tempo. Inconscientemente, Neemias estava imitando o luto dos judeus cativos n a Babilônia, anos antes “Junto aos rios de Babilônia, ali nos assentamos e nos pusemos a chorar, recordando-nos de Sião” (Sl 137.1).
As tristes notícias de Jerusalém levaram Neemias a chorar diante de Deus. Jesus também chorou por Jerusalém. “E quando chegou perto e viu a cidade, chorou sobre ela, dizendo: Ah! se tu conhecesses, ao menos neste dia, o que te poderia trazer a paz! mas agora isso está encoberto aos teus olhos. Porque dias virão sobre ti em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te apertarão de todos os lados” (Lc 19.41-42).
2.3. Ele jejuou. O jejum era exigido somente dos judeus, uma vez por ano, no dia anual de expiação “Também isto vos será por estatuto perpétuo: no sétimo mês, aos dez do mês, afligireis as vossas almas, e não fareis trabalho algum, nem o natural nem o estrangeiro que peregrina entre vos” (Lv 16.29). Neemias passou vários dias em jejum, chorando e orando. Jejum bíblico não significa simplesmente “deixar de comer”. O jejum bíblico sempre acontece acompanhado com oração. Todos podem orar sem jejuar, mas ninguém pode jejuar sem orar. Jejum bíblico significa privar-se de alimento por uma razão espiritual: comunicação e relação com o Pai.
Neemias não se conteve em chorar e lamentar, também começou a jejuar por Jerusalém.
O nosso choro deve ter uma finalidade especifica, por isso Jesus diz: “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados” (Mt 5.4).
2.4. Ele orou.
A. A importância da oração. Neemias também conhecia o poder da oração. Neemias tornou-se um árbitro entre Deus e os moradores da Judéia. A oração era um hábito para ele. Porém, neste caso, pelo menos, Neemias orou pela simples razão de que somente Deus poderia realizar o que precisava ser realizado em Jerusalém.
A oração é o que nos sustenta quando os problemas se levantam contra nós.
O Deus do céu que vê em secreto, não tendo oportunidade de fazê-lo abertamente. A oração é o que nos sustenta quando os problemas se levantam contra nós.
Esta é a primeira das doze orações registradas no livro (2.4, 4.4, 9; 5.19; 6.9, 14; 9.5; 13.14, 22, 29, 31). O Livro de Neemias abre e fecha com uma oração.
B. Orando em tempos de crise.
Oração, súplica e lamento (Ne 1.4).
Reconhecendo o Senhorio de Deus (Ne 1.5).
Confessando seus próprios pecados (Ne 1.6-7).
Perseverança na oração (Ne 1.1; 2.1).
Confiança plena em Deus (Ne 1.8-11).
Oração chave que abre as portas do céu (Dn 10.12).
C. Neemias reconhece a grandeza de Deus. “E disse: ah! SENHOR, Deus dos céus, Deus grande e temível”! (v. 5).
Neemias não pede nada antes de reconhecer a grandeza e o caráter do Deus. Em sua oração ele focaliza a grandeza de Deus, antes de pensar na grandeza do seu problema. Quanto maior Deus se torna para ele, menor se torna o seu problema. O verdadeiro intercessor aproxima-se de Deus sabendo que Ele é soberano, onipotente, capaz de resolver qualquer problema.
D. Neemias iniciou a sua oração adorando a Deus.
Adoração com primazia sobre o pedido (Ne 1.5).
Devemos exaltar a Deus ante de pedir.
Adorar pelo que Ele é.
E não pelo que pode fazer por você.
E. Neemias orou sem cessar.
V. 6: “Estejam, pois, atentos os teus ouvidos e os teus olhos abertos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que temos cometido contra ti; também eu e a casa de meu pai temos pecado”.
A persistência na oração alcançara objetivos sobrenaturais.
“E eu vos digo a vós: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á; Porque qualquer que pede recebe; e quem busca acha; e a quem bate abrir-se-lhe-á” (Lucas 11.9-10).
F. Neemias reconhece a desobediência do povo.
Vs. 6-7: “Estejam, pois, atentos os teus ouvidos e os teus olhos abertos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, dia e noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que temos cometido contra ti; também eu e a casa de meu pai temos pecado. 7 De todo nos corrompemos contra ti, e não guardamos os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos, que ordenaste a Moisés, teu servo”.

3. Neemias confessou seus pecados e os pecados do povo.
Neemias sabia que o pecado dos israelitas havia causado o juízo de Deus, que resultou na destruição de Jerusalém. O que é mais impressionante sobre a sua confissão é que ele inclui-se no reconhecimento desses pecados: “os quais temos cometido contra ti; pois eu e a casa de meu pai temos pecado” (v. 6).
O pecado foi à causa do cativeiro. Deus entregou o povo nas mãos do rei da Babilônia. O pecado foi à causa da miséria dos que voltaram do cativeiro. O pecado produz fracasso, derrota, vergonha e opróbrio. Aqui está um segredo da verdadeira liderança. Os verdadeiros líderes são aqueles que reconhecem suas falhas. Quando os líderes esquecem a gravidade de seus pecados, eles tropeçam e perdem a capacidade de liderança.

4. Lembrou Deus de suas promessas.
Vs. 8: “Lembra-te, pois, da palavra que ordenaste a Moisés, teu servo, dizendo: Vós transgredireis, e eu vos espalharei entre os povos”.

5. Sua fé apoia-se somente na Palavra.
V. 9: “E vós vos convertereis a mim, e guardareis os meus mandamentos, e os cumprireis; então, ainda que os vossos rejeitados estejam na extremidade do céu, de lá os ajuntarei e os trarei ao lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome”.

6. Orou com total submissão.
V. 11: Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos à oração do teu servo, e à oração dos teus servos que desejam temer o teu nome; e faze prosperar hoje o teu servo, e dá-lhe graça perante este homem. Então era eu copeiro do rei”.

CONCLUSÃO. Um líder é uma pessoa do povo. Um líder vê as necessidades dos outros e sofre com eles. Neemias viu a necessidade e chorou. Mas ainda mais importante do que suas lágrimas foi o fato de que Neemias orou. Mais importante do que sua amizade com as pessoas foi a sua amizade com Deus, pois é somente Deus que é capaz de mudar o coração do rei e prover nossas muitas necessidades.
Abraão se importou e clamou a Deus pela vida de Ló (Gn 18-19). Moisés se importou e libertou os israelitas do Egito. Davi levou a nação e o reino de volta ao Senhor. Ester se importou e arriscou sua vida para salvar a sua nação de genocídio. Paulo levou o Evangelho por todo o Império Romano. Deus ainda está procurando por pessoas que se importam, pessoas como Neemias, quem se importam o suficiente para lamentar, chorar, jejuar e clamar a Deus por ajuda, e, em seguida, oferecer-se para o trabalho.
É tempo dos verdadeiros intercessores se levantarem. Onde estão os intercessores de Deus? Onde estão os Neemias de Deus?

NEEMIAS RECEBE ORDENS PARA IR Á JERUSALÉM


Neemias 2.1-9: “No mês de nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, uma vez posto o vinho diante dele, eu o tomei para oferecer e lhe dei; ora, eu nunca antes estivera triste diante dele. 2 O rei me disse: Por que está triste o teu rosto, se não estás doente? Tem de ser tristeza do coração. Então, temi sobremaneira 3 e lhe respondi: viva o rei para sempre! Como não me estaria triste o rosto se a cidade, onde estão os sepulcros de meus pais, está assolada e tem as portas consumidas pelo fogo? 4 Disse-me o rei: Que me pedes agora? Então, orei ao Deus dos céus 5 e disse ao rei: se é do agrado do rei, e se o teu servo acha mercê em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a reedifique. 6 Então, o rei, estando a rainha assentada junto dele, me disse: Quanto durará a tua ausência? Quando voltarás? Aprouve ao rei enviar-me, e marquei certo prazo. 7 E ainda disse ao rei: Se ao rei parece bem, deem sê-me cartas para os governadores dalém do Eufrates, para que me permitam passar e entrar em Judá, 8 como também carta para Asafe, guarda das matas do rei, para que me dê madeira para as vigas das portas da cidadela do templo, para os muros da cidade e para a casa em que deverei alojar-me. E o rei mas deu, porque a boa mão do meu Deus era comigo. 9 Então, fui aos governadores dalém do Eufrates e lhes entreguei as cartas do rei; ora, o rei tinha enviado comigo oficiais do exército e cavaleiros”.

INTRODUÇÃO: Neemias revela tristeza por causa da condição dos muros. Mesmo vivendo em palácio, pois era copeiro do rei, não ficou indiferente ao estado deplorável dos judeus de Jerusalém. Após um período de jejum e oração, Deus começou a trabalhar para que ele fosse a Jerusalém, usando um rei ímpio; tudo isto para que se cumprisse a Palavra do Senhor.

I. A TRISTEZA DE NEEMIAS
1. A tristeza é um estado da alma.Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação que há na sua presença” (Sl 42.5).
1.1. Havia muitas razões para Neemias estar assim:
A. O povo em miséria.
B. Muros fendidos.
C. E as portas queimadas.

2. Uma tristeza visível.
2.1. O próprio rei identificou a tristeza de seu coração.
“O rei me disse: Por que está triste o teu rosto, se não estás doente?” (v. 2).
A Bíblia diz que pela dor do coração o espírito se abate. “O coração alegre aformoseia o rosto; mas pela dor do coração o espírito se abate (Pv 15.13).
2.2. A Bíblia diz que devemos chorar com os que chora. “Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram” (Rm 12.15).

3. Uma tristeza por Jerusalém.
3.1. Diante do rei Neemias revelou sua tristeza. “E lhe respondi: viva o rei para sempre! Como não me estaria triste o rosto se a cidade, onde estão os sepulcros de meus pais, está assolada e tem as portas consumidas pelo fogo?” (v. 3).
3.2. Para um judeu piedoso, esquecer de Jerusalém significava perder sua própria força e alegria. “Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se a minha destra da sua destreza. Apegue-se-me a língua ao céu da boca, se não me lembrar de ti, se eu não preferir Jerusalém à minha maior alegria” (Sl 137.5-6).

4. A tristeza tocou o coração do rei.
4.1. Neemias havia orado e jejuado para o encontro com o rei (Ne 1.1b). Por isto, o coração do rei foi tocado. “Disse-me o rei: Que me pedes agora?...” (v. 4).
4.2. O Senhor havia aceitado o sacrifício de seu servo. “Lembre-se de todas as tuas ofertas, e aceite os teus holocaustos” (Sl 20.3).
4.3. O coração do rei já estava nas mãos do Senhor. “Como corrente de águas é o coração do rei na mão do Senhor; ele o inclina para onde quer” (Pv 21.1).

II. NEEMIAS PEDE AJUDA AO REI
1. O maior desejo de Neemias era ir à Jerusalém ver a real situação das notícias que lhe chegaram. “E lhe respondi: viva o rei para sempre! Como não me estaria triste o rosto se a cidade, onde estão os sepulcros de meus pais, está assolada e tem as portas consumidas pelo fogo”? (Ne 1.3).
1.1. Por isto intercedeu ao rei dizendo: “E disse ao rei: se é do agrado do rei, e se o teu servo acha mercê em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a reedifique” (v. 5).
1.2. Neemias foi claro em sua petição. “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites” (Tg 4.3).
Muitas vezes não recebemos por pedimos mal.
1.3. O crente deve ter ousadia em pedir. “Pelo que eu vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á” (Lc 11.9).

2. O rei concede permissão a Neemias.
2.1. Diante do exposto, o rei e a rainha, concedem permissão a Neemias. “Então, o rei, estando a rainha assentada junto dele, me disse: Quanto durará a tua ausência? Quando voltarás? Aprouve ao rei enviar-me, e marquei certo prazo” (v. 6).
2.2. Prudentemente Neemias pediu um certo tempo. “Aprouve ao rei enviar-me, e marquei certo prazo” (v. 6b).
2.3. Em todo tempo Neemias agiu com sabedoria e com prudência. “Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas” (Mt 10.16).

3. Neemias pede carta ao rei.
3.1. Neemias sabia das dificuldades que iria enfrenta nesta jornada para Jerusalém. “E ainda disse ao rei: Se ao rei parece bem, deem sê-me cartas para os governadores dalém do Eufrates, para que me permitam passar e entrar em Judá” (v. 7).
3.2. As cartas levariam a chancela do rei, abririam as portas para ele em todos os lugares e demonstrariam que ele estava debaixo da autoridade.

4. Neemias pede madeira ao rei.
4.1. Diante da necessidade que havia em Jerusalém, Neemias atreveu-se a pedir madeira ao rei para cobrir as portas da cidade, o muro e para ajudar na casa que o hospedasse.
“Como também carta para Asafe, guarda das matas do rei, para que me dê madeira para as vigas das portas da cidadela do templo, para os muros da cidade e para a casa em que deverei alojar-me” (2.8a).
4.2. Deus realmente havia tocado no coração do rei. “...E o rei mas deu, porque a boa mão do meu Deus era comigo” (Ne 2.8b).

III. NEEMIAS RECEBE ORDENS PARA IR A JERUSALÉM
1. Neemias partiu de Susâ, aproximadamente em 445 a.C.
1.1. A legalidade se sua viagem era provada.
1.2. Neemias partiu debaixo das ordens reais e da potente mão de Deus.

2. O rei envia emissário com Neemias.
“Então, fui aos governadores dalém do Eufrates e lhes entreguei as cartas do rei; ora, o rei tinha enviado comigo oficiais do exército e cavaleiros” (v. 9).
2.1. O rei enviou com Neemias uma guarda especial.
A. Certamente para dar proteção ao “copeiro real”.
B. Isto demonstra o apreço que o rei tinha por Neemias.

3. Os inimigo da obra de Deus não se agradarão de Neemias.
3.1. Ao saberem da chegada de Neemias os inimigos se levantam. “Disto ficaram sabendo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita; e muito lhes desagradou que alguém viesse a procurar o bem dos filhos de Israel” (v. 10).
A oposição de Neemias centraliza-se em Sambalate governador da província de Samaria e Tobias que era de uma família antiga e famosa que reinava em Amom por muitas gerações.
3.2. Em todo o tempo a obra de Deus terá inimigos ferrenhos. “Porque uma porta grande e eficaz se me abriu; e há muitos adversários” (1ª Co 16.9).
3.3. Mas, graças a Deus somos vitoriosos. “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica; Quem os condenará? Cristo Jesus é quem morreu, ou antes quem ressurgiu dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós; quem nos separará do amor de Cristo? a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou” (Rm 8.33-37).

4. Neemias visita Jerusalém à noite.
4.1. A estratégia de Neemias foi visitar Jerusalém. “Cheguei, pois, a Jerusalém, e estive ali três dias” (Ne 2.11).
4.2. Neemias foi sábio e agiu com prudência. Diante das circunstâncias adversas, revelar o plano poria a perder tudo. “De noite, saí pela Porta do Vale, para o lado da Fonte do Dragão e para a Porta do Monturo e contemplei os muros de Jerusalém, que estavam assolados, cujas portas tinham sido consumidas pelo fogo” (2.13).
4.3. O crente deve ser vigilante. “Vigiai, estai firmes na fé, portai-vos varonilmente, sede fortes” (1ª Co 16.13).

IV. A HABILIDADE DE NEEMIAS PARA RECONSTRUIR JERUSALÉM
1. Ao chegar em Jerusalém esteve três dias descansando em segredo de sua missão. (Ne 2.11).
1.1. Após três dias faz uma visita para certificar do que havia ouvido. “E lhe respondi: viva o rei para sempre! Como não me estaria triste o rosto se a cidade, onde estão os sepulcros de meus pais, está assolada e tem as portas consumidas pelo fogo”? (Ne 2.3).
1.2. Ele viu a real situação de Jerusalém, pois tudo era ruina. “Então, à noite me levantei, e uns poucos homens, comigo; não declarei a ninguém o que o meu Deus me pusera no coração para eu fazer em Jerusalém. Não havia comigo animal algum, senão o que eu montava. De noite, saí pela Porta do Vale, para o lado da Fonte do Dragão e para a Porta do Monturo e contemplei os muros de Jerusalém, que estavam assolados, cujas portas tinham sido consumidas pelo fogo. Passei à Porta da Fonte e ao açude do rei; mas não havia lugar por onde passasse o animal que eu montava. Subi à noite pelo ribeiro e contemplei ainda os muros; voltei, entrei pela Porta do Vale e tornei para casa” (Ne 2.12-15).
1.3. Como servos de Deus não devemos deixar a obra cair no descrédito, mas empenharmos para mantê-la, em nome de Jesus. “Para isso também trabalho, lutando segundo a sua eficácia, que opera em mim poderosamente” (Cl 1.29).

2. Neemias procurou manter sigilo.
2.1. A missão de Neemias exigia sigilo absoluto. “Não sabiam os magistrados aonde eu fora nem o que fazia, pois até aqui não havia eu declarado coisa alguma, nem aos judeus, nem aos sacerdotes, nem aos nobres, nem aos magistrados, nem aos mais que faziam a obra (v. 16).
2.2. A Bíblia diz que o homem sábio cala-se. “Pela bênção dos retos se exalta a cidade; mas pela boca dos ímpios é derrubada. Quem despreza o seu próximo é falto de senso; mas o homem de entendimento se cala” (Pv 11.12-13).
2.3. Jesus, durante Seu ministério guardou sigilo de sua missão. “E os espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e clamavam, dizendo: Tu és o Filho de Deus. E ele lhes advertia com insistência que não o dessem a conhecer” (Mc 3.11-12).
2.4. Mesmo diante de Pilatos não abriu a boca. “Perguntou-lhe então Pilatos: Não ouves quantas coisas testificam contra ti? E Jesus não lhe respondeu a uma pergunta sequer; de modo que o governador muito se admirava” (Mt 27.13-14).

3. Neemias declara seu propósito.
3.1. Após verificar as condições da cidade Neemias convoca todos para revelar-lhes o propósito de sua missão. “Então, lhes disse: Estais vendo a miséria em que estamos, Jerusalém assolada, e as suas portas, queimadas; vinde, pois, reedifiquemos os muros de Jerusalém e deixemos de ser opróbrio. 18 E lhes declarei como a boa mão do meu Deus estivera comigo e também as palavras que o rei me falara. Então, disseram: Disponhamo-nos e edifiquemos. E fortaleceram as mãos para a boa obra (vs. 17-18).
3.2. Tudo tem seu tempo até para falar. “Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar” (Ec 3.7).
3.3. Declarou a verdade cumprindo com a palavra do profeta Amós. “Também trarei do cativeiro o meu povo Israel; e eles reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão; plantarão vinhas, e beberão o seu vinho; e farão pomares, e lhes comerão o fruto” (Am 9.14).
3.4. Como Neemias devemos nos levantar para edificar a Casa de Deus, sobre o verdadeiro fundamento. “Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei eu como sábio construtor, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele. Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (1ª Co 3.10-11).

4. Neemias confia no poder de Deus.
4.1. Como sempre acontece, a voz do inimigo se fez ouvir, Sambalate e Tobias se declararam contra a obra de Deus. “Porém Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, e Gesém, o arábio, quando o souberam, zombaram de nós, e nos desprezaram, e disseram: Que é isso que fazeis? Quereis rebelar-vos contra o rei?’ (2.19).
4.2. Mas, a confiança de Neemias no Senhor os fez calar. “Então, lhes respondi: o Deus dos céus é quem nos dará bom êxito; nós, seus servos, nos disporemos e reedificaremos; vós, todavia, não tendes parte, nem direito, nem memorial em Jerusalém” (2.20).
4.3. A obra de Deus é feita com confiança, fé e ousadia. “Mas, havendo anteriormente padecido e sido maltratados em Filipos, como sabeis, tivemos a confiança em nosso Deus para vos falar o evangelho de Deus em meio de grande combate” (1ª Ts 2.2).

COCLUSÃO: Mesmo nas situações mais adversas jamais devemos nos deter, pois certamente o Senhor estará ao nosso lado para nos garantir a vitória. Assim sucedeu com Neemias nos seus dias. Lutou com o Senhor em oração e conseguiu o desejo do seu coração: ir à Jerusalém e edificar os muros caídos. O exemplo de dedicação, fé e coragem deste homem de Deus, deve ser seguido por todos nós, ainda, hoje.

O MURO E AS PORTAS DE JERUSALÉM SÃO RECONSTRUÍDAS


Neemias 3.1-5: “Então se levantou Eliasibe, o sumo sacerdote, juntamente com os seus irmãos, os sacerdotes, e edificaram a porta das ovelhas, a qual consagraram, e lhe assentaram os batentes. Consagraram-na até a torre dos cem, até a torre de Henanel. 2 E junto a ele edificaram os homens de Jericó; também ao lado destes edificou Zacur, o filho de Inri. 3 Os filhos de Hassenaá edificaram a porta dos peixes, colocaram-lhe as vigas, e lhe assentaram os batentes, com seus ferrolhos e trancas. 4 Ao seu lado fez os reparos Meremote, filho de Urias, filho de Hacoz; ao seu lado Mesulão, filho de Berequias, filho de Mesezabel; ao seu lado Zadoque, filho de Baaná; 5 ao lado destes repararam os tecoítas; porém os seus nobres não meteram o pescoço os serviço do Senhor”.

INTRODUÇÃO. Para realização da obra do Senhor necessitamos contar com obreiros fiéis. Neemias sabia que, apesar dos adversários, a obra avançaria sob os cuidados de pessoas que estavam interessadas na prosperidades da cidade. Ainda, hoje, a obra de Deus necessita de homens que tenham o coração disposto a fazer aquilo que o Senhor nos confiou.

I. NEEMIAS E A REALIDADE DE JERUSALÉM
1. O profeta Jeremias havia predito que Jerusalém seria transformada em ruinas, por causa dos pecados de Judá. E farei de Jerusalém montões de pedras, morada de chacais, e das cidades de Judá farei uma desolação, de sorte que fiquem sem habitantes” (Jr 9.11).
1.1. Essa era a realidade nos dias de Neemias (Ne 1.3).
1.2. Se transgredirmos contra o Senhor nossa casa espiritual se torna deserta. “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que a ti são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta a sua ninhada debaixo das asas, e não quiseste! Eis aí, abandonada vos é a vossa casa. E eu vos digo que não me vereis até que venha o tempo em que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor” (Lc 13.34-35).

2. Os muros foram derrubados.
2.1. Os muros de Jerusalém foram edificados ainda nos dias de Salomão. “Ora, Salomão aparentou-se com Faraó, rei do Egito, pois tomou por mulher a filha dele; e a trouxe à cidade de Davi, até que acabasse de edificar a sua casa, e a casa do Senhor, e a muralha de Jerusalém em redor” (1º Rs 3.1).
2.2. Para isso ele estabeleceu tributos ao povo. “A razão da leva de gente para trabalho forçado que o rei Salomão fez é esta: edificar a casa do Senhor e a sua própria casa, e Milo, e o muro de Jerusalém, como também Hazor, e Megido, e Gezer” (1º Rs 9.15).
2.3. No reinado de Ezequias os muros foram reforçados, até que veio Nabucodonosor e derrubou os muros de Jerusalém. “E o Senhor, Deus de seus pais, falou-lhes persistentemente por intermédio de seus mensageiros, porque se compadeceu do seu povo e da sua habitação. Também queimaram a casa de Deus, derribaram os muros de Jerusalém, queimaram a fogo todos os seus palácios, e destruíram todos os seus vasos preciosos” (2º Cr 36.15,19).
2.4. Essa era a realidade nos dias de Neemias. “De noite, saí pela Porta do Vale, para o lado da Fonte do Dragão e para a Porta do Monturo e contemplei os muros de Jerusalém, que estavam assolados, cujas portas tinham sido consumidas pelo fogo” (Ne 2.13).

3. As portas foram queimadas.
3.1. As portas de Jerusalém que um dia se abriram para que entrasse o Rei da Glória (Sl 24.9), foram queimadas em um grande incêndio, de Judá. “E queimou a casa do Senhor, e a casa do rei; como também a todas as casas de Jerusalém, todas as casas importantes, ele as incendiou” (Jr 52.13).
3.2. Jeremias lamentou essa desolação. Os caminhos de Sião pranteiam, porque não há quem venha à assembleia” (Lm 1.4).
3.3. Tudo era ruína. “Sepultadas na terra estão as suas portas; ele destruiu e despedaçou os ferrolhos dela; o seu rei e os seus príncipes estão entre as nações; não há lei; também os seus profetas não recebem visão alguma da parte do Senhor” (Lm 2.9).

4. Jerusalém estava sob Juízo divino.
4.1. O salmo 79 retrata de forma poética a triste realidade de Jerusalém. “Ó Deus, as nações invadiram a tua herança; contaminaram o teu santo templo; reduziram Jerusalém a ruínas” (Sl 79.1).
4.2. Nele o salmista apela para a misericórdia divina. “Até quando, Senhor? Indignar-te-ás para sempre? Arderá o teu zelo como fogo? 8 Não te lembres contra nós das iniquidades de nossos pais; venha depressa ao nosso encontro a tua compaixão, pois estamos muito abatidos” (Sl 79.5,8).
4.3. Entretanto, através do profeta Miqueias, o Senhor já havia profetizado o juízo sobre Jerusalém. “Quanto a mim, estou cheio do poder do Espírito do Senhor, assim como de justiça e de coragem, para declarar a Jacó a sua transgressão e a Israel o seu pecado. 12 Portanto, por causa de vós, Sião será lavrada como um campo, e Jerusalém se tornará em montões de pedras, e o monte desta casa em lugares altos dum bosque” (Mq 3.8,12).
4.4. Mas o Senhor por ser benigno, jamais desprezaria seu povo. “Naquele dia porei os chefes de Judá como um braseiro ardente no meio de lenha, e como um facho entre gavelas; e eles devorarão à direita e à esquerda a todos os povos em redor; e Jerusalém será habitada outra vez no seu próprio lugar, mesmo em Jerusalém” (Zc 12.6).

II. NEEMIAS CONTOU COM HOMENS FIÉIS
1. Para edificar a cidade, reparar os muros e as portas, Neemias pode contar com obreiros fiéis. “Que os homens nos considerem, pois, como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus. 2 Ora, além disso, o que se requer nos despenseiros é que cada um seja encontrado fiel” (1º Co 4.2).
1.1. Em todo o capítulo 3 de seu livro, Neemias relaciona os nomes dos que, fielmente, contribuíram para o reparo do muro e das portas de Jerusalém (Ne 3.1-3).
1.2. Cada um imbuído num espírito de fidelidade, faziam sua parte na obra de Deus. “Depois dele fizeram os reparos os sacerdotes que habitavam na campina; depois Benjamim e Hassube, defronte da sua casa; depois deles Azarias, filho de Maaséias, filho de Ananias, junto à sua casa” (Ne 3.22-23).
1.3. A obra de Deus é feita por homens e mulheres que se desprendem e se lançam para fazer parte nesta grande Seara, tapando os muros e as brechas, impedindo assim a invasão de heresias, pecados e tudo o que possa “destruir” o reino de Deus. “Portanto, meus amados e saudosos irmãos, minha alegria e coroa, permanecei assim firmes no Senhor, amados. Rogo a Evodia, e rogo a Síntique, que sintam o mesmo no Senhor. E peço também a ti, meu verdadeiro companheiro, que as ajudes, porque trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os outros meus cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida” (Fl 4.1-3).

2. A importância da fidelidade na obra de Deus.
2.1. O trabalho do Senhor sempre foi feito por servos fiéis. “E não se tomavam contas aos homens em cujas mãos entregavam aquele dinheiro para o dar aos que faziam a obra, porque eles se haviam com fidelidade” (2º Rs 12.15).
2.2. Foi a fidelidade de cada um que fez avançar a obra em Jerusalém. “A porta da fonte, reparou-a Salum, filho de Col-Hoze, governador do distrito de Mizpá; edificou-a e a cobriu, e lhe assentou os batentes, com seus ferrolhos e trancas; edificou também o muro da piscina de Selá, do jardim do rei, até os degraus que descem da cidade de Davi. 27 Depois repararam os tecoítas outra parte, defronte da grande torre que se projeta, e até o muro de Ofel. 28 Para cima da porta dos cavalos fizeram os reparos os sacerdotes, cada um defronte da sua casa; (Ne 3.15, 27-28).
2.3. O Senhor estará sempre procurando obreiros fiéis para que lhe sirvam na Sua obra. “Os meus olhos estão sobre os fiéis da terra, para que habitem comigo; o que anda no caminho perfeito, esse me servirá” (Sl 101.6).

3. Todos podem participar da obra.
3.1. A lista de nomes que Neemias nos apresenta é algo maravilhoso, ali se encontra um grupo de irmãos colaboradores:
A. Sacerdotes (Ne 3.1).
B. Ourives, boticários (Ne 3.8).
C. Maiorais de distrito (Ne 3.15).
D. Mercadores (Ne 3.32).
3.2. Isso significa que no reino de Deus há lugar para todos, indistintamente. “Depois subiu ao monte, e chamou a si os que ele mesmo queria; e vieram a ele. Então designou doze para que estivessem com ele, e os mandasse a pregar; e para que tivessem autoridade de expulsar os demônios. Designou, pois, os doze, a saber: Simão, a quem pôs o nome de Pedro; Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais pôs o nome de Boanerges, que significa: Filhos do trovão; André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o cananeu, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu” (Mc 3.13-19).

4. Cada um faz sua parte.
4.1. Na edificação dos muros cada um dando sua participação. Ne 3.22,23,31,32: “Depois dele fizeram os reparos os sacerdotes que habitavam na campina; 23 depois Benjamim e Hassube, defronte da sua casa; depois deles Azarias, filho de Maaséias, filho de Ananias, junto à sua casa. 31 Depois dele reparou Malquias, um dos ourives, uma parte até a casa dos netinins e dos mercadores, defronte da porta da guarda, e até a câmara superior da esquina. 32 E entre a câmara da esquina e a porta das ovelhas repararam os ourives e os mercadores”.
4.2. O apóstolo Paulo nos mostra a maneira correta que se faz a obra de Deus; cada pessoa faz sua parte “Segundo a graça de Deus que me foi dada, lancei eu como sábio construtor, o fundamento, e outro edifica sobre ele; mas veja cada um como edifica sobre ele” (1ª Co 3.10).
4.3. A diversidade de ministérios faz parte do plano de Deus, para que todos possam participar deste grande empreendimento espiritual. “E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. 29 Porventura são todos apóstolos? são todos profetas? são todos mestres? são todos operadores de milagres? 30 Todos têm dons de curar? falam todos em línguas? interpretam todos? 31 Mas procurai com zelo os maiores dons. Ademais, eu vos mostrarei um caminho sobremodo excelente” (1ª Co 12.28-31).

III. A IMPORTANCIA DAS PORTAS DE JERUSALÉM

1. Através do livro de Neemias identificamos as portas que havia em Jerusalém, naqueles dias, e sua importância histórica e espiritual (Ne 3.3,6,13,15).
1.1. Cada porta tinha sua importância para a entrada e saída de pessoas, dos comerciantes e animais. “Ao seu lado Ézer, filho de Jesuá, governador de Mizpá, reparou outra parte, defronte da subida para a casa das armas, no ângulo” (Ne 3.19).
1.2. Nos dias de Neemias estas portas foram restauradas por judeus fiéis e dedicados. “Os filhos de Hassenaá edificaram a porta dos peixes, colocaram-lhe as vigas, e lhe assentaram os batentes, com seus ferrolhos e trancas” (Ne 3.3).

2. A importância das portas naqueles dias.
2.1. As portas servia para impedir a entrada de inimigos e oferecia segurança ao povo. “Ora, Jericó se conservava rigorosamente fechada por causa dos filhos de Israel; ninguém saía nem entrava” (Js 6.1).
2.2. Nos dias de Neemias, depois de recuperadas, as portas ofereciam segurança aos poucos habitantes de Jerusalém. “E eu lhes disse: Não se abram as portas de Jerusalém até que o sol aqueça; e enquanto os guardas estiverem nos postos se fechem e se tranquem as portas; e designei dentre os moradores de Jerusalém guardas, cada um por seu turno, e cada um diante da sua casa” (Ne 7.3).
2.3. Jesus conheceu estas portas e entrou por elas várias vezes. “Estando próxima a páscoa dos judeus, Jesus subiu a Jerusalém” (Jo 2.13).
“Depois disso havia uma festa dos judeus; e Jesus subiu a Jerusalém. Ora, em Jerusalém, próximo à porta das ovelhas, há um tanque, chamado em hebraico Betesda, o qual tem cinco alpendres” (Jo 5.1-2; outras ref. 7.10; 12.12,13).

3. Jerusalém uma cidade de muitas portas.
3.1. Cada porta tinha sua importância histórica e cultural. “Então de noite me levantei, eu e uns poucos homens comigo; e não declarei a ninguém o que o meu Deus pusera no coração para fazer por Jerusalém. Não havia comigo animal algum, senão aquele que eu montava. Assim saí de noite pela porta do vale, até a fonte do dragão, e até a porta do monturo, e contemplei os muros de Jerusalém, que estavam demolidos, e as suas portas, que tinham sido consumidas pelo fogo” (Ne 2.13-14).
3.2. Cada porta oferecia a entrada e saída. “Assim saí de noite pela porta do vale....” (Ne 2.14ª).
3.3. Em nossa vida há, também, muitas portas por onde podemos entrar e sair. “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram” (Mt 7.13,14).
3.4. Mas Jesus é a única porta de acesso ao reino de Deus. “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14.6).

4. O simbolismo das portas.
A Bíblia Sagrada, quando trata a respeito da reconstrução dos muros de Jerusalém, no Antigo Testamento no livro de Neemias, menciona as doze portas da cidade com os seus primitivos nomes.
4.1. As portas de Jerusalém são cheias de simbolismo espiritual para nós.
A. Porta do Gado (Ne 3.1). Essa era a porta por onde passavam as ovelhas destinadas ao sacrifício da Páscoa. Ela nos lembra “O Cordeiro de DEUS, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29).
B. Porta do Peixe (Porta de Damasco) - (Ne 3.3). Simboliza o nosso trabalho em ganhar almas: “Disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Eles, pois, deixando imediatamente as redes, o seguiram” (Mt 4.19-20).
C. Porta Velha (Porta de Jafa) – (Ne 3.6). Simboliza a tradição, de marcos antigos:
“Não removas os limites antigos que teus pais fixaram” (Pv 22.28).
D. Porta do Vale (Ne 3.13). Pela aporta do vale saiam as impurezas da cidade. Isto simboliza a limpeza que deve haver na casa de Deus. “Mui fiéis são os teus testemunhos; a santidade convém à tua casa, Senhor, para sempre” (Sl 93.5).
E. Porta do Monturo (Ne 3.14). Era a porta de onde saiam o lixo da cidade para o Vale de Hinon (Jr 19.2), nos ensina que deve haver uma porta aberta para sair toda sujeira de nossa vida espiritual. “Mas agora despojai-vos também de tudo isto: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca; 9 não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do homem velho com os seus feitos” (Cl 3.8-9).
F. Porta da Fonte (Ne 3.15). Fala das bênçãos divinas em nossa vida. “Respondeu ela: Dá-me um presente; porquanto me deste terra no Negebe, dá-me também fontes d`água. Então lhe deu as fontes superiores e as fontes inferiores” (Js 15.19).
G. Porta do Cárcere - Livres de Prisões (ou pátio do cárcere).
Aqui se fala dó átrio, ou pátio do cárcere ou prisão. Este é o lugar onde as nossas prisões devem ser quebradas. Há muitas prisões em nossa vida que devem ser relaxadas. Prisão de medo, depressão, falta de perdão, amargura e tantas outras. Tudo quanto tem poder de fascínio ou domínio sobre nós é uma prisão. A tudo que dizemos “não consigo” deixar isso, ou não fazer isso, ou viver sem isso, servimos como escravos. Nosso Ajudador quer quebrar o jugo dessas prisões. Para tanto precisamos dar-Lhe acesso ao pátio do cárcere e rejeitar todas as cadeias.
Toda e qualquer forma de prisão enfraquece a alma, a personalidade. Nossa personalidade deve ser tão equilibrada que nada, nem ninguém consigam pôr sobre nós seu jugo. Já possuímos o jugo de JESUS, que é suave e leve. Paulo exorta: “Para a liberdade CRISTO nos libertou, permanecei, pois, firmes e não vos dobreis novamente a um jugo de escravidão” (Gl 5.1).
No evangelho de João Jesus diz: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. 36 Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.31, 36).
H. Aporta das águas - A Palavra de DEUS.
Essa é a porta da Palavra. Paulo, falando sobre JESUS e a Igreja, diz: “Tendo-a purificado (com a lavagem da água, pela Palavra” (Ef 5.26).
A água da Palavra de DEUS nos lava, mas a água da palavra estranha joga lama sobre nós. A única palavra viva, é a Palavra de DEUS, expressa na Bíblia. Toda palavra que não suporta o teste do que está escrito na Bíblia, passa pela sua peneira, é água suja, lama pura, e não deve ser abraçada.
Hoje há muitas doutrinas de homens e de demônios, que trazem verdadeiras prisões. Certos líderes, em nome da autoridade, manifestam um espírito controlador, que não procede de DEUS, e tornam seus liderados verdadeiros prisioneiros de sistemas e de homens, esquecidos do conselho de Pedro: “Apascentai o rebanho de DEUS, que está entre vós, não por força... “Nem como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao rebanho” (1ª Pe 5.2,3).
I. Porta dos Cavalos (Ne 3.28) - Livres de Cargas.
Os cavalos eram um meio de transporte. Levavam cargas, pesos. Em nossa vida essa porta fala do lugar por onde passam os fardos. Ela deve estar aberta para JESUS. Todos os fardos devem ser lançados sobre Ele. Paulo diz que “devemos levar as cargas uns dos outros” (Gl 6.2). Isso, porém, não significa que essas cargas devem repousar sobre nossos ombros. Todas elas precisam ter um único destino: deixá-las-emos nas mãos do Senhor.
“Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós” (1ª Pe 5.7).
O que simboliza as guerras, as lutas: Muitos são os cuidados que tentam nos sufocar. A vida moderna tem muitas pressões e exigências e, muitas vezes, os fardos parecem insuportáveis. O resultado de tudo isso é um forte estresse e abatimento. Os pesos e cuidados são uma estratégia de Satanás para nos esmagar. Mas se a Porta dos Cavalos estiver aberta para JESUS, à medida que eles vierem, serão transferidos para nosso bendito Senhor, e estaremos vivendo no descanso da fé. “Tu conservarás em perfeita paz aquele cuja mente está firme em Ti; porque confia em Ti” (Sl 26.3).
“Pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniquidade nas regiões celestes” (Ef 6.12).
J. Porta Oriental (Ne 3.29). Simboliza a vinda de Jesus: “A Abraão nasceu Isaque; a Isaque nasceu Jacó; a Jacó nasceram Judá e seus irmãos; 16 e a Jacó nasceu José, marido de Maria, da qual nasceu JESUS, que se chama Cristo” (Mt 2.2, 16).
Que a porta de nosso coração esteja sempre aberta para receber o Senhor. “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” (Ap 3.20).
“Assim diz o Senhor Deus: A porta do átrio interior, que dá para o oriente, estará fechada durante os seis dias que são de trabalho; mas no dia de sábado ela se abrirá; também no dia da lua nova se abrirá. E o príncipe entrará pelo caminho do vestíbulo da porta, por fora, e ficará parado junto da ombreira da porta, enquanto os sacerdotes ofereçam o holocausto e as ofertas pacíficas dele; e ele adorará junto ao limiar da porta. Então sairá; mas a porta não se fechará até a tarde” (Ez 46.1-2).
L. Porta de Mifcade (da Atribuição) (Ne 3.31).
A palavra hebraica “miphkad” significa “atribuição, mandato, ordem, um lugar apontado”. A Porta da Atribuição, pois, falamos do lugar onde DEUS nos delega uma missão, atribui-nos uma responsabilidade. A palavra traz o sentido de uma tropa que é convocada para receber suas diversas atribuições.
Essa é a porta pela qual o Senhor nos delega responsabilidades. Se ela estiver aberta para Ele, não nos recusaremos a aceitar e cumprir os deveres que nos serão atribuídos, pois, juntamente com a tarefa, Ele sempre nos dará a devida capacitação. “A nossa capacidade vem de DEUS” (2ª Co 3.5).
M. Porta de Efraim - A Porção Dobrada (Ne. 8.16).
Esta é a última porta a ser mencionada. Efraim era o segundo filho de José, mas recebeu a bênção de Jacó, como se fora o primogênito. Seu nome significa: “fruto dobrado. porção dobrada da herança, frutífero”.
Para nós, ela é a Porta da Porção Dobrada. Esta era dada por direito de primogenitura. JESUS é o primogênito, mas Hebreus se refere a todos os filhos de DEUS como: “a Igreja dos primogênitos inscritos nos Céus” (Hebreus 12.23).
Como pode acontecer que todos os crentes sejamos primogênitos, com direito à porção dobrada? Ora, JESUS é o primogênito e nós somos o Seu corpo, um com Ele, e o que é Seu, é nosso. DEUS tem um filho, que se chama JESUS. A esse Filho, deu uma companheira, que é a Igreja. Essa Igreja é parte d’Ele, Seu complemento, e participa do que Lhe pertence. É por isso que DEUS quer que o nosso caráter, personalidade, o ser inteiro, reflitam a presença de JESUS, e Sua glória em nós se manifeste.
 
IV O MURO E SEU SIMBOLISMO ESPIRITUAL
1. Em Jerusalém está o templo que fora restaurado.E acabou-se esta casa no terceiro dia do mês de Adar, no sexto ano do reinado do rei Dario” (Ed 6.15-16).
1.1. E, agora, é preciso protege-lo com os muros. “Pelo que nos lugares baixos por detrás do muro e nos lugares abertos, dispus o povo segundo suas famílias com as suas espadas, com as suas lanças, e com os seus arcos” (Ne 4.13).
1.2. É preciso fechar todas as brechas. “Mas, ouvindo Sambalate e Tobias, e os arábios, o amonitas e os asdoditas, que ia avante a reparação dos muros de Jerusalém e que já as brechas se começavam a fechar, iraram-se sobremodo” (Ne 4.7).
1.3. Para que o inimigo não encontre ocasião contra o povo de Deus. “Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar” (1ª Pe 5.8).
1.4. A vida espiritual do crente precisa estar bem protegida com os muros da oração e da Palavra de Deus[ER1] . “Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. Com toda a oração e súplica orando em todo tempo no Espírito e, para o mesmo fim, vigiando com toda a perseverança e súplica, por todos os santos” (Ef 6.17-18).

2. Muro significa segurança.
2.1. Uma cidade sem muros está sujeita à invasão do inimigo. “Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens; e veio contra ela um grande rei, e a cercou e levantou contra ela grandes tranqueiras” (Ec 9.14).
2.2. Por isso, todas as cidades, daqueles dias, eram muradas. “Cidades estas todas fortificadas com altos muros, portas e ferrolhos, além de muitas cidades sem muros” (Dt 3.5).
2.3. O crente está seguro dentro dos muros da salvação. “Naquele dia se entoará este cântico na terra de Judá: uma cidade forte temos, a que Deus pôs a salvação por muros e antemuros” (Is 26.1).
2.4. A salvação nos foi anunciada desde o princípio. “Como escaparemos nós, se descuidarmos de tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi- nos depois confirmada pelos que a ouviram” (Hb 2.3).

3. Muro significa doutrina, ensino.
3.1. A Palavra de Deus tem sido em todo o tempo um muro de proteção para o povo de Senhor. “Adquire a sabedoria, adquire o entendimento; não te esqueças nem te desvies das palavras da minha boca. Não a abandones, e ela te guardará; ama-a, e ela te preservará. A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo o que possuis adquire o entendimento” (Pv 4.5-7).
3.2. Assim como os muros protegiam Jerusalém. “Haja paz dentro de teus muros, e prosperidade dentro dos teus palácios” (Sl 122.7).
3.3. O ensino deve cercar a vida do crente para que não seja atingido pelos dardos das heresias. “Tendo cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” (Cl 2.8).
“Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, e que desde a infância sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela que há em Cristo Jesus” (2ª Tm 3.14-15).

4. Muro significa proteção.
4.1. Desde que saiu do Egito, Israel esteve debaixo da proteção de Deus. “E o Senhor ia adiante deles, de dia numa coluna e os dois para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo para os alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de noite. Não desaparecia de diante do povo a coluna de nuvem de dia, nem a coluna de fogo de noite” (Êx 13.21,22).
4.2. O povo de Deus sempre precisará ser protegido pelo Senhor. “Pois eu, diz o Senhor, lhe serei um muro de fogo em redor, e eu, no meio dela, lhe serei a glória” (Zc 2.5).
4.3. Como ovelhas, somos indefesos. “Desgarrei-me como ovelha perdida; busca o teu servo, pois não me esqueço dos teus mandamentos” (Sl 119.176).
4.4. Assim como o muro oferecia proteção a Israel, o Senhor é a proteção do Seu povo. “Porque morrestes, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Cl 3.3).
“Porque a porção do Senhor é o seu povo; Jacó é a parte da sua herança. Achou-o numa terra deserta, e num erma de solidão e horrendos uivos; cercou-o de proteção; cuidou dele, guardando-o como a menina do seu olho” (Dt 32.9-10).

CONCLUSÃO. Para que o povo de Deus se sentisse seguro foi necessário empreender esforços, reconstruir os muros e as portas de Jerusalém. Isto se deu num clima de fé, coragem e participação de todos os que amavam a obra do Senhor. Mesmo diante das dificuldades devemos nos esforçar para que os muros da fé, do amor e da esperança sejam erguidos para a proteção e segurança do povo de Deus.

NEEMIAS RESISTE À OPOSIÇÃO DOS INIMIGOS


Neemias 4.1-6: “Ora, quando Sambalate ouviu que edificávamos o muro, ardeu em ira, indignou-se muito e escarneceu dos judeus; 2 e falou na presença de seus irmãos e do exército de Samaria, dizendo: Que fazem estes fracos judeus? Fortificar-se-ão? Oferecerão sacrifícios? Acabarão a obra num só dia? Vivificarão dos montões de pó as pedras que foram queimadas? 3 Ora, estava ao lado dele Tobias, o amonita, que disse: Ainda que edifiquem, vindo uma raposa derrubará o seu muro de pedra. 4 Ouve, ó nosso Deus, pois somos tão desprezados; faze recair o opróbrio deles sobre as suas cabaças, e faze com que eles sejam um despojo numa terra de cativeiro. 5 Não cubras a sua iniquidade, e não se risque de diante de ti o seu pecado, pois que te provocaram à ira na presença dos edificadores. 6 Assim edificamos o muro; e todo o muro se completou até a metade da sua altura; porque o coração do povo se inclinava a trabalhar”.

INTRODUÇÃO. Em todo o tempo, a obra de Deus tem sofrido ações nefasta do inimigo. Isto sucede por causa de sua inveja pelo crescimento do reino de Deus. Os muros de Jerusalém eram, aos olhos de Sambalate, algo que fortaleceria Jerusalém e enfraqueceria as demais nações. A presença do templo e a edificação dos muros causaram desespero aos inimigos da causa divina. Ainda hoje, onde a obra de Deus avança, porém existem inimigos que tentam combatê-la. Mas, em Jesus, somos mais que vencedores.

I. OS ATAQUES DOS INIMIGOS AO POVO DE DEUS
1. Desde o princípio o povo de Deus tem sofrido oposição do inimigo.
E foram açoitados os oficiais dos filhos de Israel, postos sobre eles pelos exatores de Faraó, que reclamavam: Por que não acabastes nem ontem nem hoje a vossa tarefa, fazendo tijolos como dantes? Então os oficiais dos filhos de Israel viram-se em aperto, porquanto se lhes dizia: Nada diminuireis dos vossos tijolos, da tarefa do dia no seu dia” (Êx 5.14,19).
1.1. Caminhando no deserto, Israel sofreu seu primeiro ataque. Então veio Amaleque, e pelejou contra e Israel em Refidim” (Êx 17.8).
1.2. Desde os tempos antigos o povo de Deus tem sido afrontado. “Disse mais o filisteu: Desafio hoje as fileiras de Israel; dai-me um homem, para que nós dois pelejemos” (1º Sm 17.10).
1.3. Ainda, hoje a igreja é perseguida por causa do nome de Jesus. “Retiraram-se pois da presença do sinédrio, regozijando-se de terem sido julgados dignos de sofrer afronta pelo nome de Jesus. E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus, o Cristo” (At 5.41-42).

2. Israel ainda sofre oposição.
2.1. Israel é uma nação escolhida por Deus, por isso seus opositores se levantaram contra seu nascimento. “Quem jamais ouviu tal coisa? quem viu coisas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer uma terra num só dia? nasceria uma nação de uma só vez? Mas logo que Sião esteve de parto, deu à luz seus filhos. Acaso farei eu abrir a madre, e não farei nascer? diz o Senhor. Acaso eu que faço nascer, fecharei a madre? diz o teu Deus” (Is 66.8).
2.2. Desde o deserto, Israel sofreu oposição. “Deixa-nos, pois, passar pela tua terra; não passaremos pelos campos, nem pelas vinhas, nem beberemos a água dos poços; iremos pela estrada real, não nos desviando para a direita nem para a esquerda, até que tenhamos passado os teus termos. Respondeu-lhe Edom: Não passaras por mim, para que eu não saia com a espada ao teu encontro” (Nm 20.17-18).
2.3. Em todo o tempo os judeus sempre foram perseguidos pelos inimigos. “Mas os meus inimigos são cheios de vida e são fortes, e muitos são os que sem causa me odeiam” (Sl 38.19).
2.4. A rivalidade entre Israel e o mundo Árabe. “Disse-lhe ainda o anjo do Senhor: Eis que concebeste, e terás um filho, a quem chamarás Ismael; porquanto o Senhor ouviu a tua aflição. Ele será como um jumento selvagem entre os homens; a sua mão será contra todos, e a mão de todos contra ele; e habitará diante da face de todos os seus irmãos” (Gn 16.11-12).
Esta rivalidade vem dos tempos antigos de Isaque a Ismael, onde é dito que Ismael seria como jumento selvagem e sua mão seria contra todos. Isso é fato e muito verdadeiro em nossos dias, pois o islamismo são inimigos declarado de Israel e do cristianismo. Em muitos países islâmicos é crime um muçulmano se converter à fé cristã. Seus líderes fazem propaganda falsa contra o cristianismo e escondem as fraquezas de sua religião.

3. Jesus sofreu oposição.
3.1. Da oposição do inimigo, nem mesmo Jesus escapou. “Considerai, pois aquele que suportou tal contradição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos canseis, desfalecendo em vossas almas” (Hb 12.3).
3.2. Em Seu ministério sofreu oposição dos religiosos (Mt 12.1-7).
3.3. Oposição do povo (Lc 4.29).
3.4. Oposição dos líderes da nação (Mt 26.59).
3.5. Todos desejavam sua morte (Jo 11.53-54).
3.6. Por isso, devemos estar preparados para sofrer com Jesus (Jo 15.20).

II. O INIMIGO SE LEVANTA CONTRA A OBRA
1. Neemias, em seu livro, descreve a sutileza do inimigo contra a obra de restauração dos muros. “Ora, quando Sambalate ouviu que edificávamos o muro, ardeu em ira, indignou-se muito e escarneceu dos judeus” (Ne 4.1).
1.1. Desde que chegou a Jerusalém, ele sofreu todo o tipo de oposição. “O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, e Gesem, o arábio, zombaram de nós, desprezaram-nos e disseram: O que é isso que fazeis? Quereis rebelar-vos contra o rei”? (Ne 2.19).
1.2. Mesmo frente às ciladas do inimigo, a obra seguiu adiante. “Sambalate e Gesem mandaram dizer-me: Vem, encontremo-nos numa das aldeias da planície de Ono. Eles, porém, intentavam fazer-me mal” (Ne 6.2).
1.3. Satanás sempre se levantará contra a obra de Deus e Seu povo. “E a quem perdoardes alguma coisa, também eu; pois, o que eu também perdoei, se é que alguma coisa tenho perdoado, por causa de vós o fiz na presença de Cristo, para que Satanás não leve vantagem sobre nós; porque não ignoramos as suas maquinações” (2º Co 2.10-11).

2. A indignação do inimigo.
2.1. Diante da determinação de Neemias, Sambalate se indignou. “Ora, quando Sambalate ouviu que edificávamos o muro, ardeu em ira, indignou-se muito e escarneceu dos judeus” (Ne 4.1).
2.2. Já vimos que o Filho de Deus sofreu a indignação dos religiosos. “Ora, se um homem recebe a circuncisão no sábado, para que a lei de Moisés não seja violada, como vos indignais contra mim, porque no sábado tornei um homem inteiramente são”? (Jo 7.23).
2.3. Portanto, devemos estar preparados para tais situações ao fazermos a obra de Deus. “Não te enfades por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniquidade” (Sl 37.1).

3. A ironia do inimigo.
3.1. A incredulidade de Sambalate o fez menosprezar Neemias e seu propósito de reforma. E falou na presença de seus irmãos e do exército de Samaria, dizendo: Que fazem estes fracos judeus? Fortificar-se-ão? Oferecerão sacrifícios? Acabarão a obra num só dia? Vivificarão dos montões de pó as pedras que foram queimadas”? (Ne 4.2).
3.2. Zombava de Neemias dizendo. “Acabarão a obra num só dia? Vivificarão dos montões de pó as pedras que foram queimadas”? (Ne 4.2b).
3.3. Infelizmente sempre nos depararemos com a ironia dos inimigos da obra de Deus.

4. O desprezo do inimigo.
4.1. Sambalate, desprezava o trabalho que Neemias estava realizando. “Ora, estava ao lado dele Tobias, o amonita, que disse: Ainda que edifiquem, vindo uma raposa derrubará o seu muro de pedra” (Ne 4.3).
4.2. Diante de tal situação, a Bíblia nos ensina a resistir o inimigo, ficando firmes na fé. “Ao qual resisti firmes na fé, sabendo que os mesmos sofrimentos estão-se cumprindo entre os vossos irmãos no mundo” (1ª Pe 5.9).
4.3. Até mesmo Jesus foi desprezado pelos homens. “Era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum” (Is 53.3).

III. USANDO ARAMAS ESPIRITUAIS CONTRA O INIMIGO

1. Face a tantas palavras desanimadoras e irônicas, Neemias não se calou diante do Senhor; ele fez uma oração de juízo contra Sambalate.
“Ouve, ó nosso Deus, pois somos tão desprezados; faze recair o opróbrio deles sobre as suas cabaças, e faze com que eles sejam um despojo numa terra de cativeiro. 5 Não cubras a sua iniquidade, e não se risque de diante de ti o seu pecado, pois que te provocaram à ira na presença dos edificadores” (Ne 4.4-5).
1.1. Neemias agiu certo, pois as armas de nossa milícia não são carnais, mas sim, poderosa em Deus. “Pois as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para demolição de fortalezas” (2ª Co 10.4-5).

2. Neemias intercede aos céus.
2.1. Quando estivermos em situação semelhante à de Neemias, devemos interceder ao Senhor. “Ouve-me, Senhor, pois grande é a tua benignidade; volta-te para mim segundo a tua muitíssima compaixão. Não escondas o teu rosto do teu servo; ouve-me depressa, pois estou angustiado. Aproxima-te da minha alma, e redime-a; resgata-me por causa dos meus inimigos. Tu conheces o meu opróbrio, a minha vergonha, e a minha ignomínia; diante de ti estão todos os meus adversários” (Sl 69.16-19).
2.2. O Senhor quer ouvir nosso clamor. “Ouve, ó nosso Deus, pois somos tão desprezados” (Ne 4.4ª).
2.3. A intercessão muda as situações, e, é mandamento bíblico. “Exorto, pois, antes de tudo que se façam súplicas, orações, intercessões, e ações de graças por todos os homens” (1ª Tm 2.1).

3. Neemias clama pelo juízo divino.
3.1. Neemias, sabendo com quem estava lidando, pediu o Juízo divino sobre Sambalate, dizendo: “...faze recair o opróbrio deles sobre as suas cabaças, e faze com que eles sejam um despojo numa terra de cativeiro...” (Ne 4.4b).
3.2. Há momentos que devemos orar com ousadia perante Deus, para que nossos inimigos saibam quem é o Senhor. “Ó Senhor, Deus da vingança, ó Deus da vingança, resplandece! Exalta-te, ó juiz da terra! dá aos soberbos o que merecem. Até quando os ímpios, Senhor, até quando os ímpios exultarão? Até quando falarão, dizendo coisas arrogantes, e se gloriarão todos os que praticam a iniquidade”? (Sl 94.1-4).

4. Neemias faz oração imprecatória.
4.1. Neemias orou, perante o Senhor, para que seu inimigo recebesse sobre si o castigo divino. “Não cubras a sua iniquidade, e não se risque de diante de ti o seu pecado, pois que te provocaram à ira na presença dos edificadores” (Ne 4.5).
4.2. O melhor lugar de entregar os nossos inimigos é nas mãos do Senhor. “Porque na mão do Senhor há um cálice, cujo vinho espuma, cheio de mistura, do qual ele dá a beber; certamente todos os ímpios da terra sorverão e beberão as suas fezes” (Sl 75.8).

IV A DISPOSIÇÃO DO POVO EM ENFRENTAR O INIMIGO


1. Diante de tantas palavras de desânimo e desprezo, o povo reagiu com trabalho. “Assim edificamos o muro; e todo o muro se completou até a metade...” (Ne 4.6a).
1.1. Esta é a melhor maneira de encarar o inimigo da obra de Deus: trabalhando para o Senhor: “Ora, pois, esforça-te, Zorobabel, diz o Senhor, e esforça-te, sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e esforçai-vos, todo o povo da terra, diz o Senhor, e trabalhai; porque eu sou convosco, diz o Senhor dos exércitos” (Ag 2.4).
1.2. O Senhor jamais se esquece do nosso trabalho. “Porque Deus não é injusto, para se esquecer da vossa obra, e do amor que para com o seu nome mostrastes, porquanto servistes aos santos, e ainda os servis” (Hb 6.4).

2. O povo se inclinou a trabalhar.
2.1. Neemias apresentou a razão do sucesso da obra, dizendo: “porque o coração do povo se inclinava a trabalhar” (Ne 4.6b).
2.2. Todo o trabalho para Deus deve ser feito de coração. “E tudo quanto fizerdes, fazei-o de coração, como ao Senhor, e não aos homens” (Cl 3.23).
2.3. A obra de Deus deve ser realizado em verdadeiro espírito de união e consenso. “Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós, fazendo sempre, em todas as minhas orações, súplicas por todos vós com alegria pela vossa cooperação a favor do evangelho desde o primeiro dia até agora; tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus” (Fl 1.3-6).
2.4. Dessa maneira Neemias e seus colaboradores conseguiram avançar com a obra do muro. “Mas, ouvindo Sambalate e Tobias, e os arábios, o amonitas e os asdoditas, que ia avante a reparação dos muros de Jerusalém e que já as brechas se começavam a fechar, iraram-se sobremodo” (Ne 4.7).
2.5. Não se pode parar a obra por causa de adversários, mas avançar pela fé. “Os quais por meio da fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam a boca dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram forças, tornaram-se poderosos na guerra, puseram em fuga exércitos estrangeiros” (Hb 11.33-34).
2.6. Devemos seguir o exemplo de Jesus que, diante de ameaças, sempre avançou na obra de Deus. “Naquela mesma hora chegaram alguns fariseus que lhe disseram: Sai, e retira-te daqui, porque Herodes quer matar-te. Respondeu-lhes Jesus: Ide e dizei a essa raposa: Eis que vou expulsando demônios e fazendo curas, hoje e amanhã, e no terceiro dia serei consumado. Importa, contudo, caminhar hoje, amanhã, e no dia seguinte; porque não convém que morra um profeta fora de Jerusalém. Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que a ti são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta a sua ninhada debaixo das asas, e não quiseste”! (Lc 13.31-34).

3. O povo se une contra o inimigo.
3.1. Vendo que não conseguiam parar a obra, os inimigos se urinaram contra o povo de Deus. “E coligaram-se todos, para virem guerrear contra Jerusalém e fazer confusão” (Ne 4.8).
3.2. Mas a ofensiva veio de forma maravilhosa. “Nós, porém, oramos ao nosso Deus, e pusemos guarda contra eles de dia e de noite” (Ne 4.9).
3.3. A melhor forma de vencer o inimigo é através de nossa união. “Para que todos sejam um; assim como tu, ó Pai, és em mim, e eu em ti, que também eles sejam um em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17.21).
“Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união”! (Sl 133.1).

COCLUSÃO. O povo de Deus sempre sofrerá oposição do inimigo, mas nem por isso devemos desistir ou desanimar. A Bíblia afirma que maior é o que está em nós, do que está no mundo; por isso, nada pode parar ou impedir o crescimento da obra de Deus. Os muros da oração, da doutrina e da vigilância espiritual precisam ser seguidos e Deus conta conosco para essa grande obra.

VIGILÂNCIA, UM DEVER PARA O CRISTÃO


Neemias 4.10-13: “Então disse Judá: Desfalecem as forças dos carregadores, e há muito escombro; não poderemos edificar o muro. 11 E os nossos inimigos disseram: Nada saberão nem verão, até que entremos no meio deles, e os matemos, e façamos cessar a obra. 12 Mas sucedeu que, vindo os judeus que habitavam entre eles, dez vezes nos disseram: De todos os lugares de onde moram subirão contra nós. 13 Pelo que nos lugares baixos por detrás do muro e nos lugares abertos, dispus o povo segundo suas famílias com as suas espadas, com as suas lanças, e com os seus arcos”.

INTROUÇÃO. Como não bastasse o trabalho braçal para edificar o muro, Neemias tinha, também o trabalho de vigiar as cidades dos inimigos. As notícias chegavam de todas as partes sobre os planos dos adversários da obra. Mas, com a graça e a sabedoria de Deus, Neemias conclamou o povo para que se armasse e estivesse unidos, pois só assim venceria, Sambalate e sua turma. Ainda, hoje, inimigos se levantam contra a obra de Deus e, por isso, precisamos ser vigilantes e estarmos revestidos com a armadura espiritual.

I. NEEMIAS, UM LÍDER VIGILANTE
1. Os inimigos do povo de Deus intensificaram seus ataques contra Neemias e seu grupo abnegados trabalhadores.E coligaram-se todos, para virem guerrear contra Jerusalém e fazer confusão” (Ne 4.8).
1.1. Por isso, foi necessário redobrar a vigilância: (Ne 4.13).
1.2. A vigilância deve ser uma característica do salvo em Cristo. “Vigiai, estai firmes na fé, portai-vos varonilmente, sede fortes” (1ª Co 16.13).
1.3. Até a volta de Cristo. “Bem-aventurados aqueles servos, aos quais o senhor, quando vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará reclinar-se à mesa e, chegando-se, os servirá” (Lc 12.37).

2. A estratégia do inimigo.
2.1. O inimigo percebeu que as forças do povo combalidas pelo exaustivo esforço de trabalho (4.10).
2.2. Secretamente os adversários intentaram infiltrar entre os operários para os matarem (4.11).
2.3. Os objetivos eram um só. Fazer cessar a obra (4.11).
2.4. Nos dias de Paulo havia também os a que, secretamente, vinham espiar a liberdade dos crentes em Cristo Jesus. “E isto por causa dos falsos irmãos intrusos, os quais furtivamente entraram a espiar a nossa liberdade, que temos em Cristo Jesus, para nos escravizar” (Gl 2.4).
2.5. Por isso, devemos estar sempre vigiando (Mc 13.37).

3. Uma ameaça confirmada.
3.1. Estrategicamente, Sambalate fez anunciar entre o povo suas ameaças (Ne 4.12).
3.2. Notemos neste versículo a expressão “dez vezes nos disseram”, isto significa que eles estavam dispostos a cumprirem seu propósito.
3.3. Diante das ameaças do inimigo, a igreja deve orar confiante mente. “Agora pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças, e concede aos teus servos que falam com toda a intrepidez a tua palavra” (At 4.29).

4. A vigilância é redobrada.
4.1. Neemias sabendo dos planos dos adversários da obra, redobrou a vigilância (Ne 4.13).
4.2. Para fazer frente aos ataques do inimigo devemos estar preparados. “Na palavra da verdade, no poder de Deus, pelas armas da justiça à direita e à esquerda” (2ª Co 6.7).
4.3. Também devemos estar revestidos das aramas da luz. “A noite é passada, e o dia é chegado; dispamo-nos, pois, das obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz” (Rm 13.12).
4.4. Nesta luta contra o mundo invisível, as armas eficaz é a fé. “Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus”? (1ª Jo 5.5).

II. NEEMIAS, UM LÍDER DESTEMIDO
1. O Senhor não tem prazer nos que recuam. “Pois ainda em bem pouco tempo aquele que há de vir virá, e não tardará. Mas o meu justo viverá da fé; e se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele (Hb10.37-38).
1.1. Com as mãos no arado, não podemos olhar para traz. “Jesus, porém, lhe respondeu: Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o reino de Deus” (Lc 9.62).
1.2. Neemias sabia de sua missão e não recuou. “Olhei, levantei-me, e disse aos nobres, aos magistrados e ao resto do povo: Não os temais”! (Ne 4.14a).
1.3. Ele era um homem destemidos. “No amor não há medo antes o perfeito amor lança fora o medo; porque o medo envolve castigo; e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor” (1ª Jo 4.18).

2. Neemias anima o povo.
2.1. Neemias trouxe ânimo ao povo lembrando-os da grandeza do Senhor: “Lembrai-vos do Senhor, grande e temível, e pelejai por vossos irmãos, vossos filhos, vossas filhas, vossas mulheres e vossas casas” (Ne 4.14b).
2.2. Era uma batalha pela reconquista de Jerusalém, era o tempo de guerra.  No livro de Eclesiastes o grande sábio Salomão diz: “que a tempo de guerra, e tempo de paz” (Ec 3.8).
2.3. Era tempo de confiar no Todo Poderoso de Israel. “É meu Deus, a minha rocha, nele confiarei; é o meu escudo, e a força da minha salvação, o meu alto retiro, e o meu refúgio. O meu Salvador; da violência tu me livras” (2º Sm 22.3).

3. O povo continuava a obra.
3.1. É maravilhoso como Deus age. “Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti, que opera a favor daquele que por ele espera” (Is 64.4).
3.2. Ele trabalha de maneira gloriosa. “Mas Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17).
3.3. No caso de Neemias, o Senhor agiu através da troca de informações. “Quando os nossos inimigos souberam que nós tínhamos sido avisados, e que Deus tinha dissipado o conselho deles, todos voltamos ao muro, cada um para a sua obra” (4.15).
A. O inimigo não sabia que o povo já tinha conhecimento dos planos deles.
B. Dessa maneira o Senhor dissipou o conselho dos ímpios (Sl 1.4-6).
C. E o povo voltou, cada um sua obra, pois Deus tinha dissipado o conselho do inimigos.
Quando os nossos inimigos souberam que nós tínhamos sido avisados, e que Deus tinha dissipado o conselho deles, todos voltamos ao muro, cada um para a sua obra” (Ne 4.15).
3.4. Nada pode parar a obra de Deus. “Naquele dia levantou-se grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém; e todos exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e da Samaria. E uns homens piedosos sepultaram a Estêvão, e fizeram grande pranto sobre ele. Saulo porém, assolava a igreja, entrando pelas casas e, arrastando homens e mulheres, os entregava à prisão. No entanto os que foram dispersos iam por toda parte, anunciando a palavra. E descendo Filipe à cidade de Samaria, pregava-lhes a Cristo” (At 8.1-5).

4. O povo se arma contra os inimigo.
4.1. Neemias, sabendo dos planos do inimigo, dividiu o povo, uns armados e outros trabalhando. “Desde aquele dia metade dos meus moços trabalhavam na obra, e a outra metade empunhava as lanças, os escudos, os arcos, e as couraças; e os chefes estavam por detrás de toda a casa de Judá. Os que estavam edificando o muro, e os carregadores que levavam as cargas, cada um com uma das mãos fazia a obra e com a outra segurava a sua arma” (Ne 4.16-17).
4.2. Para pelejar contra os inimigos da obra de Deus devemos estar armados e sermos valentes. “Dos gaditas se passaram para Davi, ao lugar forte no deserto, homens valentes adestrados para a guerra, que sabiam manejar escudo e lança; seus rostos eram como rostos de leões, e eles eram tão ligeiros como corças sobre os montes” (1ª Cr 12.8),
4.3. A graça de Deus nos dá a vitória. “Mas graça a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo” (1ª Co 15.57).

III. A VITÓRIA VEM ATRAVÉS DA UNIÃO
1. Neemias, era um homem de estratégia. “E cada um dos edificadores trazia a sua espada à cinta...” (Ne 4.18a).
1.1. Procurou manter junto dele, aquele que tocava a trombeta. “E o que tocava a trombeta estava no meu lado” (Ne 4.18b).
1.2. Ele agiu como o Senhor ordenou no passado (Ne 10.1-9).
1.3. Seu plano era ajuntar o povo para fazer frente aos adversários da obra.
1.4. O povo dividido jamais conseguira vencer o inimigo. “Jesus, porém, conhecendo-lhes os pensamentos, disse-lhes: Todo reino dividido contra si mesmo é devastado; e toda cidade, ou casa, dividida contra si mesma não subsistirá” (Mt 12.25).
1.5. A vitória vem através da união. “Rogo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que sejais concordes no falar, e que não haja dissensões entre vós; antes sejais unidos no mesmo pensamento e no mesmo parecer” (1ª Co 1.10).

2. Não podemos trabalhar afastado.
2.1. Neemias, percebeu que, devido a extensão do muro o povo estava afastado uns dos outros “Disse eu aos nobres, aos magistrados e ao resto do povo: Grande e extensa é a obra, e nós estamos separados no muro, longe uns dos outros” (Ne 4.19).
2.2. Por isso, ele alertou a todos contra um possível ataque do inimigo. “Em qualquer lugar em que ouvirdes o som da trombeta, ali vos ajuntareis conosco. O nosso Deus pelejará por nós” (4.20).
2.3. Na obra de Deus não podemos trabalhar afastados um dos outros. “Decorridos alguns dias, disse Paulo a Barnabé: Tornemos a visitar os irmãos por todas as cidades em que temos anunciado a palavra do Senhor, para ver como vão. Ora, Barnabé queria que levassem também a João, chamado Marcos. Mas a Paulo não parecia razoável que tomassem consigo aquele que desde a Panfília se tinha apartado deles e não os tinha acompanhado no trabalho. E houve entre eles tal desavença que se separaram um do outro, e Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre” (At 15.36-39).
2.4. É necessário colaboração e união. “Só Lucas está comigo. Toma a Marcos e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério” (2ª Tm 4.11).

3. Devemos atentos à convocação.
3.1. Para convocar o povo a peleja, Neemias usaria a trombeta. “Em qualquer lugar em que ouvirdes o som da trombeta, ali vos ajuntareis conosco. O nosso Deus pelejará por nós” (Ne 4.20).
3.2. Neemias demonstra total confiança no Senhor. “Aqueles que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não pode ser abalado, mas permanece para sempre” (Sl 125.1).
3.3. Nós também fomos convocados para uma peleja. “Pois não é contra carne e sangue que temos que lutar, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniquidade nas regiões celestes” (Ef 6.12).
3.4. Por isso devemos estar atentos ao toque da trombeta. “Já tocaram a trombeta, e tudo prepararam, mas não há quem vá à batalha” (Ez 7.1a).

4. Devemos manter a guarda.
4.1. Diante da eminente invasão do inimigo, Neemias manteve a guarda diuturnamente. “Assim trabalhávamos na obra; e metade deles empunhava as lanças desde a subida da alva até o sair das estrelas” (Ne 4.21).
4.2. Era um momento onde todos deveriam participar da segurança. “Também nesse tempo eu disse ao povo: Cada um com o seu moço pernoite em Jerusalém, para que de noite nos sirvam de guardas, e de dia trabalhem” (Ne 4.22).
4.3. Era preciso manter a guarda. “Desta maneira nem eu, nem meus irmãos, nem meus moços, nem os homens da guarda que me acompanhavam largávamos as nossas vestes; cada um ia com a arma à sua direita” (Ne 4.23).
4.4. Nós também, fomos chamados pelo Senhor para manter a guarda de sua obra; por isso, não podemos nos calar diante do inimigo. “E Jerusalém, sobre os teus muros pus atalaias, que não se calarão nem de dia, nem de noite; ó vós, os que fazeis lembrar ao Senhor, não descanseis” (Is 62.6).

VI. VIGILÂNCIA, UM MANDAMENTO PARA O CRISTÃO
1. O profeta Habacuque nos ensina sobre a importância da vigilância.Sobre a minha torre de vigia me colocarei e sobre a fortaleza me apresentarei e vigiarei, para ver o que me dirá, e o que eu responderei no tocante, a minha queixa” (Hc 2.1).
1.1. A vigilância para o crente é um mandamento do Senhor. “Para que, vindo de improviso, não vos ache dormindo” (Mc 13.37).

2. O crente deve vigiar contra a tentação.
2.1. A tentação é uma realidade na vida do crente. “Não vos sobreveio nenhuma tentação, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída, para que a possais suportar” (1ª Co 10.13).
2.2. Jesus também foi tentado. “Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo” (Mt 4.1).
2.3. Todos, ainda hoje sofrem com a tentação. “Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (Tg 1.14).
2.4. Por isso, Jesus disse: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mc 14.38).
2.5. Somente Ele pode socorrer os que são tentados. “Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados” (Hb 2.18).

3. O crente deve vigiar contra o inimigo.
3.1. O apóstolo Pedro alerta o cristão a vigiar. “Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar” (1ª Pe 5.8).
3.2. O inimigo semeia.
A. O joio. Mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou joio no meio do trigo, e retirou-se” (Mt 13.25).
B. A contenda. “Há seis coisas que o Senhor detesta; sim, há sete que ele abomina. 19 testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos” (Pv 6.16,19).
C. A divisão. “Rogo-vos, irmãos, que noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles” (Rm 16.17).
3.3. O inimigo semeia tudo que possa impedir o desenvolvimento da obra de Deus. “Corríeis bem; quem vos impediu de obedecer à verdade? Esta persuasão não vem daquele que vos chama” (Gl 5.7-8).

4. O crente deve vigiar a vinda de Jesus.
4.1. A maior esperança do crente é a vida eterna com o Senhor. “Na esperança da vida eterna, a qual Deus, que não pode mentir, prometeu antes dos tempos eternos” (Tt 1.2).
4.2. Mas, para isso ele deve vigiar até a vinda de Cristo. “Vigiai, pois, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor” (Mt 24.42).
4.3. Para este momento glorioso devemos todos estar.
A. Preparados. “As prudentes, porém, levaram azeite em suas vasilhas, juntamente com as lâmpadas” (Mt 25.4).
B. Santificado. “E todo o que nele tem esta esperança, purifica-se a si mesmo, assim como ele é puro” (1ª Jo 3.3).
C. Pacientes. “Portanto, irmãos, sede pacientes até a vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba as primeiras e as últimas chuvas” (Tg 5.7).
D. Esperançosos. “Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus” (Tt 2.13).
E. Vigilantes. “(Eis que venho como ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia, e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua nudez)” (Ap 16.15).

CONCLUSÃO. A vigilância deve ser cultivada a cada dia na vida do verdadeiro cristão. Por ela alcançamos a promessa de vida eterna. Durante a nossa carreira muitos obstáculos surgirão para nos impedir de realizar a obra de Deus e para nos desanimar de edificar os muros espirituais que podem nos dar a segurança de salvação. O exemplo deixado por Neemias, deve ser seguido por todos os que desejam vencer no reino de Deus.

NEEMIAS DESPERTA TODOS A PRATICAR JUSTIÇA


Neemias 5.6-10:Ouvindo eu, pois, o seu clamor, e estas palavras, muito me indignei. 7 Então consultei comigo mesmo; depois contendi com do nobres e com os magistrados, e disse-lhes: Estais tomando juros, cada um de seu irmão. E ajuntei contra eles uma grande assembleia. 8 E disse-lhes: Nós, segundo as nossas posses, temos resgatado os judeus, nossos irmãos, que foram vendidos às nações; e vós venderíeis os vossos irmãos, ou seriam vendidos a nós? Então se calaram, e não acharam o que responder. 9 Disse mais: Não é bom o que fazeis; porventura não devíeis andar no temor do nosso Deus, por causa do opróbrio dos povos, os nosso inimigos? 10 Também eu, meus irmãos e meus moços lhes temos emprestado dinheiro e trigo. Deixemos, peço-vos este ganho”.

INTRODUÇÃO. Na época em que Neemias reedificava os muros de Jerusalém, havia desigualdade econômica entre o povo de Deus. Uns tinham demais e outros de menos. O povo passando necessidade, procurava o governador para dizer-lhe de suas agonias e decepção com os que detinham o poder. Neemias toma uma atitude contra a situação e repreende seus irmãos, mostrando-lhe a realidade do povo de Jerusalém. Entretanto, seu exemplo foi o maior sermão já ouvido. Por isso, Paulo disse: “Se o exemplo dos fiéis”.

I. NEEMIAS ENFRENTA A REALIDADE SOCIAL

1. O caos social havia se instalado em Judá.
1.1. À medida que foram voltando do cativeiro, os judeus encontraram uma situação dominante, os ricos sugavam dos pobres que, sem dinheiro, empenhavam casas, terras e até os filhos para sobreviverem. Ne 5.3-5: “Também havia os que diziam: Estamos empenhando nossos campos, as nossas vinhas e as nossas casas, para conseguirmos trigo durante esta fome. 4 Havia ainda outros que diziam: Temos tomado dinheiro emprestado até para o tributo do rei sobre os nossos campos e as nossas vinhas. 5 Ora, a nossa carne é como a carne de nossos irmãos, e nossos filhos como os filhos deles; e eis que estamos sujeitando nossos filhos e nossas filhas para serem servos, e algumas de nossas filhas já estão reduzidas à escravidão. Não está em nosso poder evitá-lo, pois outros têm os nossos campos e as nossas vinhas”.
1.2. Agora na posição de governador, Neemias se empenha para diminuir as desigualdades sócias dos seu povo. “Então consultei comigo mesmo; depois contendi com do nobres e com os magistrados, e disse-lhes: Estais tomando juros, cada um de seu irmão. E ajuntei contra eles uma grande assembleia” (Ne 5.7).
1.3. Na obra de Deus não pode haver distinção. “Mas se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo por isso condenados pela lei como transgressores” (Tg 2.9).
1.4. O dever do cristão é ajudar a todos os necessitados. “Pois não havia entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que vendiam e o depositavam aos pés dos apóstolos. E se repartia a qualquer um que tivesse necessidade” (At 4.34-35).

2. Havia um clamor na cidade.
2.1. Havia um grande clamor social pós Exilio. “Então se levantou um grande clamor do povo e de duas mulheres contra os judeus, seus irmãos” (Ne 5.1).
2.2. Nos setenta anos no cativeiro eles haviam se esquecido da lei. “Se teu irmão empobrecer e vender uma parte da sua possessão, virá o seu parente mais chegado e remirá o que seu irmão vendeu” (Lv 25.35).
2.3. Os ricos estavam se enriquecendo às custas dos pobres. “Não tomarás dele juros nem ganho, mas temerás o teu Deus, para que teu irmão viva contigo” (Lv 25.36).
2.4. O mandamento divino é que devemos ajudar a todos. Gl 6.2,9,10: “Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo. 9 E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. 10 Então, enquanto temos oportunidade, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé”.

3. O povo estava endividado.
3.1. A necessidade levou alguns a empenhar suas terras e agora estavam endividados. “Também havia os que diziam: Estamos empenhando nossos campos, as nossas vinhas e as nossas casas, para conseguirmos trigo durante esta fome” (Ne 5.3).
3.2. No livro da lei, o Senhor já havia instruído o Seu povo acerca dessas coisas. “Se venderdes alguma coisa ao vosso próximo ou a comprardes da mão do vosso próximo, não vos defraudareis uns aos outros” (Lv 25.14).
3.3. Alguns porém, haviam esquecido a Lei do Senhor. Devemos, portanto, observar os mandamentos divinos. “O que oprime ao pobre insulta ao seu Criador; mas honra-o aquele que se compadece do necessitado” (Pv 14.31).

4. O povo tornou-se escravo da situação.
4.1. A situação era caótica, até mesmo os filhos foram tomados por escravos. “Ora, a nossa carne é como a carne de nossos irmãos, e nossos filhos como os filhos deles; e eis que estamos sujeitando nossos filhos e nossas filhas para serem servos, e algumas de nossas filhas já estão reduzidas à escravidão. Não está em nosso poder evitá-lo, pois outros têm os nossos campos e as nossas vinhas” (Ne 5.5).
4.2. A lei divina era totalmente contrária este tipo de situação. “Também, se teu irmão empobrecer ao teu lado e vender-se a ti, não o farás servir como escravo” (Lv 25.39).
4.3. Infelizmente, a ganância e o desprezo pela Palavra, levou os ricos à transgredirem. “Não eram estas as palavras que o Senhor proferiu por intermédio dos profetas antigos, quando Jerusalém estava habitada e próspera, juntamente com as suas cidades ao redor dela, e quando o Sul e a campina eram habitados? E a palavra do Senhor veio a Zacarias, dizendo: Assim falou o Senhor dos exércitos: Executai juízo verdadeiro, mostrai bondade e compaixão cada um para com o seu irmão; e não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre; e nenhum de vós intente no seu coração o mal contra o seu irmão. Eles, porém, não quiseram escutar, e me deram o ombro rebelde, e taparam os ouvidos, para que não ouvissem” (Zc 7.9-11).

II. NEEMIAS UM HOMEM DE ATITUDES
1. O homem de Deus não pode ficar omisso às situações perversas contra o povo de Deus.Ouvindo eu, pois, o seu clamor, e estas palavras, muito me indignei” (Ne 5.6).
1.1. O clamor do povo entristeceu Neemias. É por esta razão que o apóstolo Paulo escreveu ao coríntios dizendo: “Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu me não abrase”? (2ª Co 11.29).
1.2. Os líderes da igreja primitiva haviam instituído a diaconia para resolverem as questões sociais. “Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas daqueles estavam sendo esquecidas na distribuição diária. E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais encarreguemos deste serviço” (At 6.1-3).

2. Neemias contende com os ricos.
2.1. Neemias, o líder do povo, procura os responsáveis para resolver o problema. “Então consultei comigo mesmo; depois contendi com do nobres e com os magistrados, e disse-lhes: Estais tomando juros, cada um de seu irmão. E ajuntei contra eles uma grande assembleia” (Ne 5.7).
2.2. O apóstolo Paulo nos ensina que, os que possuem riquezas, jamais devem oprimir seus irmãos. “Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a sua esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que nos concede abundantemente todas as coisas para delas gozarmos; 18 que pratiquem o bem, que se enriqueçam de boas obras, que sejam liberais e generosos, 19 entesourando para si mesmos um bom fundamento para o futuro, para que possam alcançar a verdadeira vida” (1ª Tm 6.17-19).
2.3. Deus condena a usura. “Do teu irmão não exigirás juros; nem de dinheiro, nem de comida, nem de qualquer outra coisa que se empresta a juros” (Dt 23.19).

3. Neemias condena a escravidão.
3.1. A falta de temor a Deus trouxe de volta a prática da escravidão entre os judeus infiéis.
E disse-lhes: Nós, segundo as nossas posses, temos resgatado os judeus, nossos irmãos, que foram vendidos às nações; e vós venderíeis os vossos irmãos, ou seriam vendidos a nós? Então se calaram, e não acharam o que responder” (Ne 5.8).
3.2. Neemias, como um arauto, denunciava e exortava os magistrados por causa dessa situação. “Restituí-lhes hoje os seus campos, as suas vinhas, os seus olivais e as suas casas, como também a centésima parte do dinheiro, do trigo, do mosto e do azeite, que deles tendes exigido” (Ne 5.11).
3.3. Neemias fez um concerto com o povo. “Então disseram: Nós lhe restituiremos, e nada lhes pediremos; faremos assim como dizes. Então, chamando os sacerdotes, fi-los jurar que fariam conforme prometeram” (Ne 5.12).
3.4. Somente em obediência a Deus estaremos aptos a fazer sua obra. “Apega-te, pois, a Deus, e tem paz, e assim te sobrevirá o bem. Aceita, peço-te, a lei da sua boca, e põe as suas palavras no teu coração. Se te voltares para o Todo-Poderoso, serás edificado; se lançares a iniquidade longe da tua tenda” (Jó 22.21-23).

III. NEEMIAS, UM HOMEM DE EXEMPLO
1. O verdadeiro líder deve ter uma vida de exemplo.Ninguém despreze a tua mocidade, mas sê um exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé, na pureza” (1ª Tm 4.12).
1.1. A atitude tomada por Neemias levou o povo a segui-lo, e a se converterem a Deus. “Também sacudi as minhas vestes, e disse: Assim sacuda Deus da sua casa e do seu trabalho todo homem que não cumprir esta promessa; assim mesmo seja ele sacudido e despojado. E toda a congregação disse: Amém! E louvaram ao Senhor; e o povo fez conforme a sua promessa (Ne 5.13).
1.2. Foi um momento de alegria para todo o povo; eles estavam voltando ao primeiro amor. “Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor” (Ap 2.4).
1.3. A força do exemplo marca os verdadeiros filhos de Deus. “Porque eu vos dei exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13.15).

2. Neemias demostra integridade.
2.1. O testemunha dado por Neemias mostrou a todos a sua integridade. “Também sacudi as minhas vestes, e disse: Assim sacuda Deus da sua casa e do seu trabalho todo homem que não cumprir esta promessa; assim mesmo seja ele sacudido e despojado. E toda a congregação disse: Amém! E louvaram ao Senhor; e o povo fez conforme a sua promessa” (Ne 5.13).
2.2. A integridade de Neemias nos lembra de Paulo diante dos Coríntios, mesmo podendo participar de tudo. “Esta é a minha defesa para com os que me acusam. Não temos nós direito de comer e de beber”? (1ª Co 9.3-4).
2.3. Por amor à causa, Paulo preferiu viver em integridade. “Mas eu de nenhuma destas coisas tenho usado. Nem escrevo isto para que assim se faça comigo; porque melhor me fora morrer, do que alguém fazer vã esta minha glória” (1ª Co 9.15).
2.4. Paulo também pode ser o nosso exemplo. “Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo” (1ª Co 11.1).

3. Neemias, um homem de temor.
3.1. Infelizmente os exemplos anteriores não foram nada bons para o povo. “Mas os primeiros governadores, que foram antes de mim, oprimiram o povo, e tomaram-lhe pão e vinho e, além disso, quarenta siclos de prata; e até os seus moços dominavam sobre o povo....” (Ne 5.15a).
3.2. O exemplo de Neemias era diferente. “Porém eu assim não fiz, por causa do temor de Deus” (Ne 5.15b).
3.3. O verdadeiro temor aborrece o mal. “O temor do Senhor é odiar o mal; a soberba, e a arrogância, e o mau caminho, e a boca perversa, eu os odeio” (Pv 8.13).
3.4. O verdadeiro temor nos concede uma vida de vitória. “O temor do Senhor encaminha para a vida; aquele que o tem ficará satisfeito, e mal nenhum o visitará” (Pv 19.13).
3.5. O temor de Deus é a marca do discípulo de Cristo. “E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor durante o tempo da vossa peregrinação” (1ª Pe 1.17).

4. Neemias, um homem de trabalho.
4.1. O clamor do povo. “Então se levantou um grande clamor do povo e de duas mulheres contra os judeus, seus irmãos” (Ne 5.1).
No meio da grande obra, foi ouvido entre os judeus um grande clamor. Eles não estavam gritando contra os samaritanos, os amonitas, ou os árabes, mas contra seu próprio povo! Judeus estavam explorando judeus, e a situação econômica tornou-se tão desesperada que até as mulheres se juntaram ao protesto. A crise havia chegado a um nível tal que não ameaçava apenas a sobrevivência das famílias mais pobres, mas inclusive a conclusão da restauração dos muros.
4.2. Houve uma grande fome (v. 3). “Pois havia alguns que diziam: Nós, nossos filhos e nossas filhas somos muitos; que se nos dê trigo, para que comamos e vivamos. Também havia os que diziam: Estamos empenhando nossos campos, as nossas vinhas e as nossas casas, para conseguirmos trigo durante esta fome” (Ne 5.2-3).
Os administradores anteriores tinha sobrecarregado o povo (v. 15). Os tempos eram tão ruins que as crianças eram vendidas como escravas, casas e vinhas estavam hipotecados, e o dinheiro foi emprestado a juros. A realização de esmagamento de Neemias era que não estrangeiros, mas as próprias pessoas estavam forçando estas medidas intolerável sobre os outros.
4.3. Em meio ao caos, Neemias demostrou ser um homem de trabalho. “Também eu prossegui na obra deste muro, e terra nenhuma compramos; e todos os meus moços se ajuntaram ali para a obra” (Ne 5.16)
4.4. O trabalho enobrece o homem. “Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus que está comigo” (1ª Co 15.10).
4.5. Sobre isto, temos o exemplo de Jesus. “Mas Jesus lhes respondeu: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17).

IV. NEEMIAS, UM HOMM GENEROSO
1. O líder deve ser também generoso. “Mas o nobre projeta coisas nobres; e nas coisas nobres persistirá” (Is 32.8).
1.1. Isto porque sua vida deve servir de exemplo e ser imitada por todos. “Não porque não tivéssemos direito, mas para vos dar nós mesmos exemplo, para nos imitardes” (2ª Ts 3.9).
1.2. Neemias sabia disso e procurou dar exemplo de liberalidade e generosidade. “Sentavam-se à minha mesa cento e cinquenta homens dentre os judeus e os magistrados, além dos que vinham ter conosco dentre as nações que estavam ao redor de nós. Ora, o que se preparava para cada dia era um boi e seis ovelhas escolhidas; também se preparavam aves e, de dez em dez dias, provisão de toda qualidade de vinho. Todavia, nem por isso exigi o pão devido ao governador, porquanto a servidão deste povo era pesada” (Ne 5.17-18).
1.3. Em Cristo, encontramos o exemplo perfeito. “Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que pela sua pobreza fôsseis enriquecidos” (2ª Co 8.9).

2. Todos comiam a sua mesa.
2.1. Neemias recebia em sua casa todos que ali chegavam. “Sentavam-se à minha mesa cento e cinquenta homens dentre os judeus e os magistrados, além dos que vinham ter conosco dentre as nações que estavam ao redor de nós” (Ne 5.17).
2.2. O homem de Deus não se prende nas coisas materiais. “Não confieis na opressão, nem vos vanglorieis na rapina; se as vossas riquezas aumentarem, não ponhais nelas o coração” (Sl 62.10).

3. Havia fartura em sua casa.
3.1. A prosperidade é uma promessa de Deus para o crente fiel. “A riqueza adquirida às pressas diminuirá; mas quem a ajunta pouco a pouco terá aumento” (Pv 13.11).
Há tesouro precioso e azeite na casa do sábio; mas o homem insensato os devora” (21.20).
3.2. Na vida de Neemias não era diferente, apesar da pobreza da terra, ele tinha fartura. “Ora, o que se preparava para cada dia era um boi e seis ovelhas escolhidas; também se preparavam aves e, de dez em dez dias, provisão de toda qualidade de vinho. Todavia, nem por isso exigi o pão devido ao governador, porquanto a servidão deste povo era pesada” (Ne 5.18).

3.3. Neemias tinha consciência da servidão do seu povo e se preocupava com eles. “...porquanto a servidão deste povo era pesada” (Ne 5.18b).

4. Neemias sempre buscava ao Senhor.
4.1. Em todos os momentos de sua vida, Neemias estava a clamar ao Senhor. “Lembra-te de mim para teu bem, ó meu Deus, e de tudo quanto tenho feito em prol deste povo” (Ne 5.19).
4.2. Somente o Senhor pode recompensar o trabalho que temos com o povo de Deus. “Porque Deus não é injusto, para se esquecer da vossa obra, e do amor que para com o seu nome mostrastes, porquanto servistes aos santos, e ainda os servis” (Hb 6.10).
4.3. Há recompensa para os trabalhadores da obra de Deus. “Vós, porém, esforçai-vos, e não desfaleçam as vossas mãos; porque a vossa obra terá uma recompensa” (2º Cr 15.7).

CONCLUSÃO. Todo o esforço de Neemias para mudar a situação daquele povo foi recompensado. Valeu a pena tratar com os nobres e magistrados a favor dos pobres da terra. Neemias alcançou a vitória de Deus e nos deixou um grande exemplo de liderança e administração. Seu exemplo perante o povo deixou marcas profundas naquelas vidas já sem esperança. Isto nos ensina que, trabalharmos com seriedade a obra de Deus, o Senhor nos concede grandes vitórias.

VENCENDO AS ESTRATÉGIAS DO INIMIGO


Ne 6.1-7: “Quando Sambalate, Tobias e Gesem, o arábio, e o resto dos nossos inimigos souberam que eu já tinha edificado o muro e que nele já não havia brecha alguma, ainda que até este tempo não tinha posto as portas nos portais, 2 Sambalate e Gesem mandaram dizer-me: Vem, encontremo-nos numa das aldeias da planície de Ono. Eles, porém, intentavam fazer-me mal. 3 E enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer. Por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco? 4 Do mesmo modo mandaram dizer-me quatro vezes; e do mesmo modo lhes respondi. 5 Então Sambalate, ainda pela quinta vez, me enviou o seu moço com uma carta aberta na mão, 6 na qual estava escrito: Entre as nações se ouviu, e Gesem o diz, que tu e os judeus intentais revoltar-vos, e por isso tu estás edificando o muro, e segundo se diz, queres fazer-te rei deles; 7 e que constituíste profetas para proclamarem a respeito de ti em Jerusalém: Há rei em Judá. Ora, estas coisas chegarão aos ouvidos do rei; vem pois, agora e consultemos juntamente”.

INTRODUÇÃO. Todo aquele que se levantar para fazer a obra de Deus sofrerá a oposição do inimigo. Nesse aspecto, até Jesus sofreu com os intentos de Satanás contra seu ministério e sua vida estando aqui na terra. Os apóstolo sofreram a ação dos religiosos contra Igreja. Enfim, ainda hoje sofremos para realizar o trabalho do Senhor. As lições que Neemias nos deixou são de grande valia nestes momentos finais da Igreja na terra.

I. O SUCESSO NA OBRA INCOMODA O INIMIGO

1. Desde o princípio vimos a ação do inimigo contra a obra de Deus.
“Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim? Respondeu a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais. Disse a serpente à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal” (Gn 3.1-5).
1.1. A partir do Éden, o inimigo lança uma ofensiva para desfazer os planos de Deus sobre o povo escolhido. “Até quando, ó Deus, o adversário afrontará? O inimigo ultrajará o teu nome para sempre”? (Sl 74.10).
1.2. Nos dias de Neemias todos os esforços foram feitos por Sambalate e seu grupo, a fim de parar o avanço da obra. “Ouve, ó nosso Deus, pois somos tão desprezados; faze recair o opróbrio deles sobre as suas cabeças, e faze com que eles sejam um despojo numa terra de cativeiro” (Ne 4.4.).
1.3. O reino de Deus avança mesmo diante das dificuldades. “Assim, pois, a igreja em toda a Judéia, Galiléia e Samaria, tinha paz, sendo edificada, e andando no temor do Senhor; e, pelo auxílio do Espírito Santo, se multiplicava” (At 9.31).

2. Neemias conclui a obra do muro.
2.1. Através de muitas batalhas, o muro foi concluído e as brechas reparadas. “Quando Sambalate, Tobias e Gesem, o arábio, e o resto dos nossos inimigos souberam que eu já tinha edificado o muro e que nele já não havia brecha alguma, ainda que até este tempo não tinha posto as portas nos portais” (6.1).
2.2. Os adversários de Neemias, sob a liderança de Sambalate, não desistiram de maquinar o mal. “Sambalate e Gesem mandaram dizer-me: Vem, encontremo-nos numa das aldeias da planície de Ono. Eles, porém, intentavam fazer-me mal” (6.2.).
2.3. Já sabemos pela experiência, que sempre haverá descontentes na obra de Deus. “Mas Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, aquele que o havia de trair disse: Por que não se vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres? Ora, ele disse isto, não porque tivesse cuidado dos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, subtraía o que nela se lançava” (Jo 12.4-6).

3. O inimigo intenta o mal contra Neemias.
3.1. O desejo do adversário é sempre nos fazer mal e Neemias viveu esta realidade. “Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar” (1ª Pe 5.8).
3.2. A estratégia era leva-lo a uma reunião, mas ele descobriu. “Porém intentavam fazer-me mal” (Ne 6.2).
3.3. O conselho dos ímpios será sempre contra aqueles que fazem a obra de Deus. “Ora, chegada a manhã, todos os principais sacerdotes e os anciãos do povo entraram em conselho contra Jesus, para o matarem” (Mt 27.1).
“Decorridos muitos dias, os judeus deliberaram entre si matá-lo. Mas as suas ciladas vieram ao conhecimento de Saulo. E como eles guardavam as portas de dia e de noite para tirar-lhe a vida, os discípulos, tomando-o de noite, desceram-no pelo muro, dentro de um cesto” (At 9.23-25).

4. A grande decisão de Neemias.
4.1. A resposta de Neemias à proposta de Sambalate foi imediata. “E enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer” (Ne 6.3a).
4.2. Enquanto trabalhamos para o Senhor, estamos nas regiões celestiais. “E nos ressuscitou juntamente com ele, e com ele nos fez sentar nas regiões celestes em Cristo Jesus” (Ef 2.6). “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestes em Cristo” (Ef 1.3).
4.3. Se pararmos, cairemos nas mãos do inimigo. “Jesus, prosseguindo, disse: Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de salteadores, os quais o despojaram e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto” (Lc 10.30).
4.4. Que nada nos separe do amor de Cristo. “Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 8.38-39).

II. NEEMIAS É ACUSADO PELO INIMIGO
1. O crente em Jesus deve saber que é um escolhido de Deus. “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus”? (Rm 8.33).
1.1. Pela Palavra de Deus, sabemos que Satanás sempre será nosso acusador diante de Deus. “Então respondeu Satanás ao Senhor, e disse: Porventura Jó teme a Deus debalde? Não o tens protegido de todo lado a ele, a sua casa e a tudo quanto tem? Tens abençoado a obra de suas mãos, e os seus bens se multiplicam na terra. Mas estende agora a tua mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, e ele blasfemará de ti na tua face”! (Jó 1.9-11).
Então, ouvi uma grande voz no céu, que dizia: Agora é chegada a salvação, e o poder, e o reino do nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo; porque já foi lançado fora o acusador de nossos irmãos, o qual diante do nosso Deus os acusava dia e noite” (Ap 12.10).
1.2. Neemias, também, não esteve livre dele. “Na qual estava escrito: Entre as nações se ouviu, e Gesem o diz, que tu e os judeus intentais revoltar-vos, e por isso tu estás edificando o muro, e segundo se diz, queres fazer-te rei deles” (6.6).
1.3. A nossa alegria, entretanto, é que o Senhor nos concede vitória. “Mas graça a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo” (1ª Co 15.57).

2. O inimigo envia uma carta.
2.1. O inimigo nos acusa nas mais diversas formas. “E quando fui informado que haveria uma cilada contra o homem, logo to enviei, intimando também aos acusadores que perante ti se manifestem contra ele” (At 23.30).
2.2. Neemias foi, formalmente, acusado por uma carta. “Então Sambalate, ainda pela quinta vez, me enviou o seu moço com uma carta aberta na mão” (Ne 6.5).
2.3. As cartas geralmente eram usadas para manifestar acusação contra alguém. “Ezequias, pois, tendo recebido a carta das mãos dos mensageiros, e tendo-a lido, subiu à casa do Senhor, e a estendeu perante o Senhor” (2º Rs 19.14).
E escreveu-lhe uma carta nestes termos: Cláudio Lísias, ao excelentíssimo governador Félix, saúde. Este homem foi preso pelos judeus, e estava a ponto de ser morto por eles quando eu sobrevim com a tropa e o livrei ao saber que era romano” (At 23.25-27).
2.4. Através da Palavra de Deus, podemos responder às acusações. “A vossa palavra seja sempre com graça, temperada com sal, para saberdes como deveis responder a cada um” (Cl 4.6).

3. Neemias é acusado de revolta.
3.1. As acusações contra Neemias davam conta que o muro reedificado seria um ato de rebeldia perante o rei da Pérsia (Ne 6.6.).
3.2. Era uma forma “baixa” de acusar um servo de Deus. “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguiram e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa. Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós” (Mt 5.11-12).
3.3. Das acusações dos inimigos, nem Jesus escapou. “Então Pilatos saiu a ter com eles, e perguntou: Que acusação trazeis contra este homem? Responderam-lhe: Se ele não fosse malfeitor, não to entregaríamos” (Jo 18.29).
3.4 O apóstolo Paulo também foi acusado pelos inimigos. “Tendo ele comparecido, rodearam-no os judeus que haviam descido de Jerusalém, trazendo contra ele muitas e graves acusações, que não podiam provar. Paulo, porém, respondeu em sua defesa: Nem contra a lei dos judeus, nem contra o templo, nem contra César, tenho pecado em coisa alguma” (At 25.7-8).

4. Neemias é acusado de ser rei.
4.1. A intenção do inimigo é acabar consono. “E que constituíste profetas para proclamarem a respeito de ti em Jerusalém: Há rei em Judá. Ora, estas coisas chegarão aos ouvidos do rei; vem pois, agora e consultemos juntamente” (6.7).
4.2. Estas acusações eram para desviar Neemias de seu propósito de edificar os muros de Jerusalém. (6.7b).
4.3. Mesmo desviando do povo que queria aclamá-lo rei (Jo 6.15), Jesus foi questionado por Pilatos (Jo 18.33) e revelou-lhe a verdade do seu reino (Jo 18.36).

III. O INIMIGO PLANEJA CONTRA A VIDA DE NEEMIAS
1. Sambalate agora, intenta contra a vida do homem de Deus.
Fui à casa de Semaías, filho de Delaías, filho de Meetabel, que estava em recolhimento; e disse ele: Ajuntemo-nos na casa de Deus, dentro do templo, e fechemos as suas portas, pois virão matar-te; sim, de noite virão matar-te” (6.10).
1.1. O povo de Deus sempre foi alvo do inimigo. “E Hamã disse ao rei Assuero: Existe espalhado e dividido entre os povos em todas as províncias do teu reino um povo, cujas leis são diferentes das leis de todos os povos, e que não cumpre as leis do rei; por isso não convém ao rei deixá-lo ficar. Se bem parecer ao rei, decrete-se que os matem; e eu porei nas mãos dos que fizerem a obra dez mil talentos de prata, para que entrem nos tesouros do rei” (Et 3.8-9).
1.2. Nos dias de Ester o Senhor muda a sorte do seu povo. “Mas, vindo isto perante o rei, mandou ele por cartas que o mau intento que Hamã formara contra os judeus, se tornasse sobre a sua cabeça; pelo que penduraram a ele e a seus filhos numa forca” (Et 9.25).

2. A resposta de Neemias ao inimigo.
2.1. Diante de tantas acusações, o servo de Deus responde ao seu adversário. “Então mandei dizer-lhe: De tudo o que dizes, coisa nenhuma sucedeu, mas tu mesmo o inventas” (Ne 6.8).
2.2. Segundo o apóstolo Paulo, essa é a característica dos homens perversos. “Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes ao pais” (Rm 1.30).
2.3. Mas o Senhor conhece o coração dos justos (Sl 139.23).

3. Neemias busca força em Deus.
3.1. Neemias busca força no Senhor, quando atemorizado pelo inimigo. “Pois todos eles nos procuravam, dizendo: As suas mãos hão de largar a obra, e não se efetuará. Mas agora, ó Deus, fortalece as minhas mãos” (6.9).
A Bíblia diz: “Se enfraqueces no dia da angústia, a tua força é pequena” (Pv 24.10).
3.2. Diante dos terrores do inimigo o crente deve se refugiar na força do Senhor. “O Senhor é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei? O Senhor é a força da minha vida; de quem me recearei? Quando os malvados investiram contra mim, para comerem as minhas carnes, eles, meus adversários e meus inimigos, tropeçaram e caíram. Ainda que um exército se acampe contra mim, o meu coração não temerá; ainda que a guerra se levante contra mim, conservarei a minha confiança” (Sl 27.1-3).

4. A cilada do inimigo no templo.
4.1. Ardilosamente, um profeta convoca Neemias para ir ao templo sob ameaças de morte. “Fui à casa de Semaías, filho de Delaías, filho de Meetabel, que estava em recolhimento; e disse ele: Ajuntemo-nos na casa de Deus, dentro do templo, e fechemos as suas portas, pois virão matar-te; sim, de noite virão matar-te” (6.10).
4.2. Tudo isso não passava de uma grande cilada, pois somente aos sacerdotes era permitido entrar no primeiro tabernáculo. “Ora, estando estas coisas assim preparadas, entram continuamente na primeira tenda os sacerdotes, celebrando os serviços sagrados” (Hb 9.6).
4.3. Somente os levitas poderiam estar na porta da casa do Senhor. “Para servir de memória aos filhos de Israel, a fim de que nenhum estranho, ninguém que não seja da descendência de Arão, se chegue para queimar incenso perante o Senhor, para que não seja como Corá e a sua companhia; conforme o Senhor dissera a Eleazar por intermédio de Moisés” (Nm 16.40).
O sacerdote era sujeito as leis especiais para ministrar (Lv 10.8). Suas obrigações eram de três categorias:
A. Ministrar no santuário perante o Senhor.
B. Ensinar ao povo a guardar a Lei de Deus.
C. Tomar conhecimento da vontade divina, consultando o Urim e tumim (Êx 29.10; Nm 16.40; Ed 2.63).

IV. A REAÇÃO DE NEEMIAS CONTRA O INIMIGO
1. Os servos de Deus sofrem todos os tipos de provocações. “Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desesperados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos” (2ª Co 4.8-9).
1.1. Neemias não se prostra diante das perseguições. “Eu, porém, respondi: Um homem como eu fugiria? e quem há que, sendo tal como eu, possa entrar no templo e viver? De maneira nenhuma entrarei” (6.11).
1.2. Nas perseguições devemos confiar inteiramente na força do Senhor. “Finalmente, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10).

2. Neemias não se acovarda.
2.1. O Senhor não se agradava de covardes. “Agora, pois, apregoa aos ouvidos do povo, dizendo: Quem for medroso e tímido volte, e retire-se do monte Gileade. Então voltaram do povo vinte e dois mil, e dez mil ficaram” (Jz 7.3).
2.2. Neemias era um homem de coragem e conhecia os mandamentos do Senhor, por isso respondeu. “Eu, porém, respondi: Um homem como eu fugiria?....” (Ne 6.11a).
2.3. O templo não seria o esconderijo do líder que o Senhor levantou em favor do Seu povo. “....E quem há que, sendo tal como eu, possa entrar no templo e viver? De maneira nenhuma entrarei” (Ne 6.11b).
2.4. Seu refúgio estava em Deus. “Esconde-me do secreto conselho dos maus, e do ajuntamento dos que praticam a iniquidade” (Sl 64.2).
“Um varão servirá de abrigo contra o vento, e um refúgio contra a tempestade, como ribeiros de águas em lugares secos, e como a sombra duma grande penha em terra sedenta” (Is 32.2).

3. Neemias descobre a falsidade do inimigo.
3.1. O líder chamado por Deus, precisa ter discernimento. “E percebi que não era Deus que o enviara; mas ele pronunciou essa profecia contra mim, porquanto Tobias e Sambalate o haviam subornado” (Ne 6.12a).
3.2. Sambalate, sem temor a Deus, subornou o falso profeta para confundir Neemias.
“E percebi que não era Deus que o enviara; mas ele pronunciou essa profecia contra mim, porquanto Tobias e Sambalate o haviam subornado” (Ne 6.12b).
3.3. Tudo foi descoberto pelo homem de Deus. “Eles o subornaram para me atemorizar, a fim de que eu assim fizesse, e pecasse, para que tivessem de que me infamar, e assim vituperassem” (6.13).
3.4. O crente espiritual discerne todas as coisas. “Mas o que é espiritual discerne bem tudo, enquanto ele por ninguém é discernido” (1ª Co 2.15).

4. Neemias os entrega nas mãos de Deus.
4.1. Neemias ao descobrir o intento mal de Sambalate e Tobias, os entrega nas mãos do Senhor. “Lembra-te, meu Deus, de Tobias e de Sambalate, conforme estas suas obras, e também da profetisa Noadias, e dos demais profetas que procuravam atemorizar-me” (Ne 6.14).
4.2. Há momentos em nossa vida que devemos, tão somente, orar, e entregar os que desejam nosso mal nas mãos do Senhor. “Porque os meus inimigos falam de mim, e os que espreitam a minha vida consultam juntos, dizendo: Deus o desamparou; persegui-o e prendei-o, pois não há quem o livre. Ó Deus, não te alongues de mim; meu Deus, apressa-te em socorrer-me. Sejam envergonhados e consumidos os meus adversários; cubram-se de opróbrio e de confusão aqueles que procuram o meu mal” (Sl 71.10-13).

CONCLUSÃO. Em todo o tempo haverá inimigos contra o povo de Deus. Eles tentarão todos os meios para nos confundir e nos afastar do propósito de Deus. Entretanto, a lição deixada por Neemias nos infunde confiança e certeza que o Senhor será nossa vitória. Jamais podemos desanimar diante das astucia do adversário, mas confiar inteiramente no Senhor e na força do Seu poder.

NEEMIAS OBTÉM VITÓRIA TOTAL


Neemias 6.15-16:Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco do mês de elul, em cinquenta e dois dias. Quando todos os nosso inimigos souberam disso, todos os povos que havia em redor de nós temeram, e abateram-se muito em seu próprio conceito; pois perceberam que fizemos esta obra com o auxílio do nosso Deus”.
Neemias 7.1-2: “Ora, depois que o muro foi edificado, tendo eu assentado as portas, e havendo sido designados os porteiros, os cantores e os levitas, pus Hanâni, meu irmão, e Hananias, governador do castelo, sobre Jerusalém; pois ele era homem fiel e temente a Deus, mais do que muitos”.

INTRODUÇÃO. Não foram poucas as lutas que Neemias enfrentou, mas a vitória veio. Tudo aconteceu por sua persistência em fazer a vontade de Deus e empenhar-se na Sua obra. Toda vitória exige luta. Para o crente significa envolvimento no reino de Deus, o qual é conquistado com garra. Neemias, mais uma vez mostra-nos que a fé aliada a perseverança, nos dará sempre um resultado glorioso: a vitória.

I. O POVO DE DEUS É SEMPRE VITORIOSO
1. Desde os dias dos patriarcas, o povo de Deus tem sido mais que vencedor.
Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; porque tens lutado com Deus e com os homens e tens prevalecido” (Gn 32.28).
1.1. A vitória sempre fez parte da história deste povo. “Assim Josué prostrou a Amaleque e a seu povo, ao fio da espada” (Êx 17.13).
1.2. Em nome do Senhor dos Exércitos. “E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos; a terra toda está cheia da sua glória” (Is 6.3).
1.3. Eles venceram fortalezas. “Gritou, pois, o povo, e os sacerdotes tocaram as trombetas; ouvindo o povo o sonido da trombeta, deu um grande brado, e o muro caiu rente com o chão, e o povo subiu à cidade, cada qual para o lugar que lhe ficava defronte, e tomaram a cidade” (Js 6.20).
1.4. Gigantes. “E Davi, metendo a mão no alforje, tirou dali uma pedra e com a funda lha atirou, ferindo o filisteu na testa; a pedra se lhe cravou na testa, e ele caiu com o rosto em terra. Assim Davi prevaleceu contra o filisteu com uma funda e com uma pedra; feriu-o e o matou; e não havia espada na mão de Davi” (1ª Sm 17-49-50).
1.5. Em Jesus somos mais que vencedores. “Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou” (Rm 8.37).

2. A vitória fortalece o crente.
2.1. Uma das grandes declarações de vitória na vida espiritual está registrada na primeira epístola de João. “Eu vos escrevi, meninos, porque conheceis o Pai. Eu vos escrevi, pais, porque conheceis aquele que é desde o princípio. Eu escrevi, jovens, porque sois fortes, e a palavra de Deus permanece em vós, e já vencestes o Maligno” (1ª Jo 2.14).
2.2. Isso só acontece quando, vitoriosamente, vivemos uma vida de fé. “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (1ª Jo 5.4).
2.3. A vitória fortalece o crente que, a cada dia, confiar no Senhor. Ora, houve uma longa guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi; porém Davi se fortalecia cada vez mais, enquanto a casa de Saul cada vez mais se enfraquecia” (2º Sm 3.1).

3. A vitória aumenta nossa fé.
3.1. Cada vitória alcançada aumenta nossa fé. “Porque, partindo de vós fez-se ouvir a palavra do Senhor, não somente na Macedônia e na Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se divulgou, de tal maneira que não temos necessidade de falar coisa alguma” (1ª Ts 1.8).
3.2. É glorioso saber que, através da fé, alcançamos grandes e preciosas vitórias em Deus. “Os quais por meio da fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam a boca dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram forças, tornaram-se poderosos na guerra, puseram em fuga exércitos estrangeiros” (Hb 11.33-34).
3.3. A fé dos irmãos que oravam por Pedro. “Pedro, pois, estava guardado na prisão; mas a igreja orava com insistência a Deus por ele” (At 12.5).
3.4. Quando ele saiu da prisão. “Mas Pedro continuava a bater, e, quando abriram, viram-no e pasmaram. Mas ele, acenando-lhes com a mão para que se calassem, contou-lhes como o Senhor o tirara da prisão, e disse: Anunciai isto a Tiago e aos irmãos. E, saindo, partiu para outro lugar” (At 12. 16-17).
3.5. Aumentou encorajando-os a continuar a obra de Deus. “E a palavra de Deus crescia e se multiplicava” (At 12.24).

4. A vitória glorifica o nome do Senhor.
4.1. Toda vitória deve glorificar o nome do Senhor. “E invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás (Sl 50.15).
4.2. A vitória sobre Faraó trouxe alegria ao povo e glória para o nome de Jeová. “Então cantaram Moisés e os filhos de Israel este cântico ao Senhor, dizendo: Cantarei ao Senhor, porque gloriosamente triunfou; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro. O Senhor é a minha força, e o meu cântico; ele se tem tornado a minha salvação; é ele o meu Deus, portanto o louvarei; é o Deus de meu pai, por isso o exaltarei” (Êx 15.1-2).
4.3. A vitória concedida aos apóstolos. “Deitaram mão nos apóstolos, e os puseram na prisão pública. Mas de noite um anjo do Senhor abriu as portas do cárcere e, tirando-os para fora, disse: Ide, apresentai-vos no templo, e falai ao povo todas as palavras desta vida” (At 5.18-20).
4.4. O nome do Senhor foi glorificado. “Retiraram-se pois da presença do sinédrio, regozijando-se de terem sido julgados dignos de sofrer afronta pelo nome de Jesus. E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus, o Cristo” (At 5.41-42).
4.5. O propósito de Deus em cada vitória é que Seu nome seja glorificado. “Se alguém fala, fale como entregando oráculos de Deus; se alguém ministra, ministre segundo a força que Deus concede; para que em tudo Deus seja glorificado por meio de Jesus Cristo, a quem pertencem a glória e o domínio para todo o sempre. Amém” (1ª Pe 4.11).

II. EM JERUSALÉM DEUS DÁ VITÓRIA A NEEMIAS
1. A Bíblia afirma que o choro pode durar um tempo.Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite; pela manhã, porém, vem o cântico de júbilo” (Sl 30.5).
1.1. Neemias, teve um tempo de luta. “O que ouvindo Sambalate, o horonita, e Tobias, o servo amonita, e Gesem, o arábio, zombaram de nós, desprezaram-nos e disseram: O que é isso que fazeis? Quereis rebelar-vos contra o rei”? (Ne 2.19)
1.2. Mas a alegria veio quando os muros foram acabados. “Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco do mês de elul, em cinquenta e dois dias” (Ne 6.15).
1.3. Diante de toda a tribulação o Senhor nos dá o escape da vitória para que possamos triunfar. “Não vos sobreveio nenhuma tentação, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída, para que a possais suportar” (1ª Co 10.13).

2. Os muros foram acabados.
2.1. Neemias terminou a obra diante dos ataques do inimigo. “E coligaram-se todos, para virem guerrear contra Jerusalém e fazer confusão” (Ne 4.8).
2.2. Para Neemias foi uma grande vitória acabar os muros. “Acabou-se, pois, o muro aos vinte e cinco do mês de elul, em cinquenta e dois dias” (Ne 6.15).
A conclusão da obra se deu em 25 de elul, após 52 dias de grande trabalho e concentração, aproximadamente em agosto-setembro de 445 a.C.
2.3. O fim de uma obra nos dá sabor de vitória. “Porque Deus não nos deu o espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação. Portanto não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes participa comigo dos sofrimentos do evangelho segundo o poder de Deus” (2ª Tm 4.7-8).
2.4. Jesus também terminou a obra do Pai. “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, como o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que tu enviaste” (Jo 17.3).
2.5. Mesmo diante de tantas adversidades. “Então os principais sacerdotes e os fariseus reuniram o sinédrio e diziam: Que faremos? Porquanto este homem vem operando muitos sinais. Se o deixarmos assim, todos crerão nele, e virão os romanos, e nos tirarão tanto o nosso lugar como a nossa nação” (Jo 11.47-48).

3. A vitória trouxe temor aos inimigos.
3.1. A notícia do término da obra trouxe temor aos adversários de Neemias. “Quando todos os nosso inimigos souberam disso, todos os povos que havia em redor de nós temeram, e abateram-se muito em seu próprio conceito; pois perceberam que fizemos esta obra com o auxílio do nosso Deus” (6.16).
3.2. Deus prepara uma mesa de vitória para o crente. “Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges com óleo a minha cabeça, o meu cálice transborda” (Sl 23.5).
3.3. Deus é glorificado. “Bendito seja o Senhor, que não nos entregou, como presa, aos dentes deles. 7 Escapamos, como um pássaro, do laço dos passarinheiros; o laço quebrou-se, e nós escapamos” (Sl 124.6-7).
3.4. Exalta O poder do Seu nome. “Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus; seja a tua glória sobre toda a terra” (Sl 57.5).

III.A VITÓRIA TROXE ORDEM EM JERUSALÉM
1. A última das seis tentativas de parar a obra tinha falhado.
1.1. O término da obra causou um certo alvoroço entre os inimigos do povo de Deus, que mandaram cartas uns aos outros, ainda na tentativa de atemorizar o servo de Deus.
Além disso, naqueles dias o nobres de Judá enviaram muitas cartas a Tobias, e as cartas de Tobias vinham para eles” (Ne 6.17).
1.2. Durante a construção do muro, várias cartas pessoais tinham sido trocadas entre alguns nobres de Judá e Tobias. Este e seu filho Joanã tinham casado com mulheres judias. Alguns dos nobres contavam as bondades de Tobias a Neemias e, então, relatavam a Tobias tudo o que ficavam sabendo do governador. Com essas cartas, eles esperavam apanhar Neemias em uma armadilha com suas próprias palavras ou intimidá-lo.
Também as boas ações dele contavam perante mim, e as minhas palavras transmitiam a ele. Tobias, pois, escrevia cartas para me atemorizar” (Ne 6.19).

2. Neemias estabeleceu a ordem em Jerusalém.
“Ora, depois que o muro foi edificado, tendo eu assentado as portas, e havendo sido designados os porteiros, os cantores e os levitas” (Ne 7.1).
2.1. A obra de Deus é feita de ordem e decência. “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem o que ainda não o está, e que em cada cidade estabelecesses anciãos, como já te mandei” (Tt 1.5). “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (1ª Co 14.40).

3. Neemias levanta as portas.
3.1. Sabemos que é o Senhor é quem guarda a cidade. “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” (Sl 127.1).
3.2. Uma cidade sem portas é uma cidade sem segurança. “Ora, depois que o muro foi edificado, tendo eu assentado as portas...” (Ne 7.1.a).
3.3. As portas das cidades eram lugar de importância naqueles dias. “À tarde chegaram os dois anjos a Sodoma. Ló estava sentado à porta de Sodoma e, vendo-os, levantou-se para os receber; prostrou-se com o rosto em terra” (Gn 19.1).
“Ora, o rei de Israel e Jeosafá, rei de Judá, vestidos de seus trajes reais, estavam assentados cada um no seu trono, na praça à entrada da porta de Samaria; e todos os profetas profetizavam diante deles (1ª Rs 22.10).
Assim me disse o Senhor: Vai, e põe-te na porta de Benjamim, pela qual entram os reis de Judá, e pela qual saem, como também em todas as portas de Jerusalém. E dize-lhes: Ouvi a palavra do Senhor, vós, reis de Judá e todo o Judá, e todos os moradores de Jerusalém, que entrais por estas portas” (Jr 17.19-20).
3.4. Assim como a porta de nosso coração. “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” (Ap 3.20).

4. Neemias estabelece os cantores.
4.1. Os cantores sempre tomaram parte nas batalhas do Senhor. Tendo ele tomado conselho com o povo, designou os que haviam de cantar ao Senhor e louvá-lo vestidos de trajes santos, ao saírem diante do exército, e dizer: Dai graças ao Senhor, porque a sua benignidade dura para sempre. Ora, quando começaram a cantar e a dar louvores, o Senhor pôs emboscadas contra os homens de Amom, de Moabe e do monte Seir, que tinham vindo contra Judá; e foram desbaratados” (2ª Cr 20.21-22).
“...os cantores e os levitas” (Ne 7.1c).
4.2. O cântico faz parte da vida daqueles que foram libertos pelo Senhor. “Também me tirou duma cova de destruição, dum charco de lodo; pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos. Pôs na minha boca um cântico novo, um hino ao nosso Deus; muitos verão isso e temerão, e confiarão no Senhor” (Sl 40.2-3).
4.3. Na carta de Paulo aos colossos a igreja é convidada a cantar. “A palavra de Cristo habite em vós ricamente, em toda a sabedoria; ensinai-vos e admoestai-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, louvando a Deus com gratidão em vossos corações” (Cl 3.16).

IV. NEEMIAS TRABALHOU COM OBREIROS FIÉIS
1. Deus sempre escolhe os fiéis para Sua obra.Os meus olhos estão sobre os fiéis da terra, para que habitem comigo; o que anda no caminho perfeito, esse me servirá” (Sl 101.6).
1.1. Ele testemunho de Moisés, fiel em toda sua casa. “Mas não é assim com o meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa” (Nm 12.7).
1.2. Através de Paulo aprendemos que os despenseiros devem ser fiéis. “Ora, além disso, o que se requer nos despenseiros é que cada um seja encontrado fiel” (1ª Co 4.2).
1.3. O ministro deve ser fiel a seu ministério. “Dou graças àquele que me fortaleceu, a Cristo Jesus nosso Senhor, porque me julgou fiel, pondo-me no seu ministério” (1ª Tm 1.12).
1.4. Neemias era feliz porque podia contar com homens e mulheres féis. “E por tesoureiros pus sobre os celeiros Selemias, o sacerdote, e Zadoque, o escrivão, e Pedaías, dentre os levitas, e como ajudante deles Hanã, filho de Zacur, filho de Matanias, porque foram achados fiéis; e se lhes encarregou de fazerem a distribuição entre seus irmãos” (Ne 13.13).

2. A fidelidade dos cooperadores.
2.1. A fidelidade deve ser a principal marca do homem de Deus. “Amado, procedes fielmente em tudo o que fazes para com os irmãos, especialmente para com os estranhos” (3ª Jo 5).
2.2. Neemias escolheu seus irmãos a cooperador porque eram fiéis. “Ao seu lado Uziel, filho de Haraías, um dos ourives; ao lado dele Hananias, um dos perfumistas; e fortificaram Jerusalém até o muro largo” (Ne 3.8).
Pus Hanâni, meu irmão, e Hananias, governador do castelo, sobre Jerusalém; pois ele era homem fiel e temente a Deus, mais do que muitos” (Ne 7.2).
2.3. Somente homens fiéis poderão fazer parte da obra de Deus. “E o que de mim ouviste de muitas testemunhas, transmite-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (2ª Tm 2.2).
As expressões “fiel e temente a Deus” revelam a integridade espiritual desses homens.

3. A fidelidade em acatar ordens.
3.1. Os nomeados por Neemias receberam ordens expressas sobre a guarda da cidade. “E eu lhes disse: Não se abram as portas de Jerusalém até que o sol aqueça; e enquanto os guardas estiverem nos postos se fechem e se tranquem as portas; e designei dentre os moradores de Jerusalém guardas, cada um por seu turno, e cada um diante da sua casa” (Ne 7.3.).
3.2. Para que tudo fosse cumprido era necessário obediência. “É pois para isso também que escrevi, para, por esta prova, saber se sois obedientes em tudo” (2ª Co 2.9).
3.3. É mandamento bíblico submissão ao superiores. “Exorta os servos a que sejam submissos a seus senhores em tudo, sendo-lhes agradáveis, não os contradizendo” (Tt 2.9-10).

4. A fidelidade na vigilância.
4.1. A razão das ordens de Neemias era sua preocupação com vigilância da cidade. “Ora, a cidade era larga e grande, mas o povo dentro dela era pouco, e ainda as casa não estavam edificadas” (Ne 7.4).
4.2. Nestas circunstância, Jerusalém seria presa fácil dos inimigos. “Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens; e veio contra ela um grande rei, e a cercou e levantou contra ela grandes tranqueiras” (Ec 9.14).
4.3. O Senhor nos chamou para vigiarmos sua obra, portanto não podemos relaxar. “Voltando, achou-os dormindo; e disse a Pedro: Simão, dormes? Não pudeste vigiar uma hora”? (Mc 14.37).

CONCLUSÃO. Concluir uma obra é sinal de vitória. Quando chegamos ao fim do projeto, ficamos satisfeito e nos sentimos vencedores. Assim sucedeu a Neemias quando viu o término da obra de restauração dos muros de Jerusalém. Vitorioso, ele estabelece ordens para guardar e proteger o patrimônio do povo de Deus, nos dando, assim, grandes lições administrativas e espirituais.



O POVO OUVE A PALAVRA DE DEUS


Neemias 8.3-5: “E leu nela diante da praça que está fronteira à porta das águas, desde a alva até o meio-dia, na presença dos homens e das mulheres, e dos que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei. 4 Esdras, o escriba, ficava em pé sobre um estrado de madeira, que fizeram para esse fim e estavam em pé junto a ele, à sua direita, Matitias, Sema, Ananías, Urias, Hilquias e Maaséias; e à sua esquerda, Pedaías, Misael, Malquias, Hasum, Hasbadana, Zacarias e Mesulão. 5 E Esdras abriu o livro à vista de todo o povo (pois estava acima de todo o povo); e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé”.

INTRODUÇÃO. Desde os dias de Moisés, o Senhor deu a Lei ao Seu povo. Ela é um código de regras espirituais que traz, acima de tudo, ensino sobre o relacionamento com Deus e com o nosso semelhante. Nos dias de Neemias, a Lei trouxe renovação espiritual ao povo de Deus. Esdras, o escriba, leu, ensinou e interpretou a Lei divina ao povo, e isto, trouxe grande alegria e entendimento. Ainda, hoje, através da Sagradas Escrituras o crente se renova com a Palavra de Deus.

I. O ANSEIO DO POVO PELA PALAVRA DE DEUS
1. Desde o Sinai, Israel passou a dar importância à Lei do Senhor.E te será por sinal sobre tua mão e por memorial entre teus olhos, para que a lei do Senhor esteja em tua boca; porquanto com mão forte o Senhor te tirou do Egito. Portanto guardarás este estatuto a seu tempo, de ano em ano” (Êx 13.9-10).
1. 1. A meditação diária na Lei de Deus é o segredo da vitória. “Não se aparte da tua boca o livro desta lei, antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido” (Js 1.8).
1.2. Houve uma época que o livro fora perdido, mas ao ser encontrado e lido, trouxe mudanças espirituais. “Disse Hilquias a Safã, o escrivão: Achei o livro da lei na casa do Senhor. E entregou o livro a Safã” (2ª Cr 34.15).
1.3. A Palavra de Deus deve estar, sempre, perto de nós. “Oh! quanto amo a tua lei! ela é a minha meditação o dia todo” (Sl 119.97).

2. O desejo pela Palavra.
2.1. Após o Senhor dar descanso ao povo, houve um grande ajuntamento na praça para receberem o livro da Lei. “Então todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça diante da porta das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés, que o Senhor tinha ordenado a Israel” (Ne 8.1).
2.2. Após 70 anos no cativeiro, o povo demonstrou desejo pela Palavra de Deus. (Sl 119.17-40).

3. A Lei é trazida ao povo.
3.1. Esdras foi o portador da Lei perante todos em Jerusalém. “E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de mulheres, e de todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do sétimo mês” (Ne 8.2).
3.2. Foi o momento esperado por todos após 70 anos longe de sua pátria e sem ouvir a vós de Deus. “Junto aos rios de Babilônia, ali nos assentamos e nos pusemos a chorar, recordando-nos de Sião. Nos salgueiros que há no meio dela penduramos as nossas harpas, pois ali aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções; e os que nos atormentavam, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos um dos cânticos de Sião. Mas como entoaremos o cântico do Senhor em terra estrangeira”? (Sl 137.1-4).
3.3. O prazer do crente deve estar na Lei do Senhor. “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores; antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e noite” (Sl 1.1-2).

4. O povo estava atento a Lei.
4.1. Neemias relata o desejo do povo pela Palavra. “E leu nela diante da praça que está fronteira à porta das águas, desde a alva até o meio-dia, na presença dos homens e das mulheres, e dos que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei” (Ne 8.3).
4.2. A Palavra de Deus operou gloriosamente no coração do povo. “Acharam-se as tuas palavras, e eu as comi; e as tuas palavras eram para mim o gozo e alegria do meu coração; pois levo o teu nome, ó Senhor Deus dos exércitos” (Jr 15.16).
4.3. A Palavra de Deus é um alimento para nossas almas.
“Depois me disse: Filho do homem, come o que achares; come este rolo, e vai, fala à casa de Israel. Então abri a minha boca, e ele me deu a comer o rolo. E disse-me: Filho do homem, dá de comer ao teu ventre, e enche as tuas entranhas deste rolo que eu te dou. Então o comi, e era na minha boca doce como o mel” (Ez 3.1-3).

II. ESDRAS TRAS A LEI PERANTE O POVO
1. Moisés escreveu a Lei do Senhor. “Moisés escreveu esta lei, e a entregou aos sacerdotes, filhos de Levi, que levavam a arca do pacto do Senhor, e a todos os anciãos de Israel” (Dt 31.9).
1.1. O sacerdote (escriba) era o responsável pela transcrição da Lei. “Será também que, quando se assentar sobre o trono do seu reino, escreverá para si, num livro, uma cópia desta lei, do exemplar que está diante dos levitas sacerdotes. E o terá consigo, e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer ao Senhor seu Deus, e a guardar todas as palavras desta lei, e estes estatutos, a fim de os cumprir” (Dt 17.18-19).
1.2. Os levitas eram homens separados para o ministério do ensino.
“Mas também para ensinar aos filhos de Israel todos os estatutos que o Senhor lhes tem dado por intermédio de Moisés” (Lv 10.11). “Ensinarão os teus preceitos a Jacó, e a tua lei a Israel; chegarão incenso ao seu nariz, e porão holocausto sobre o teu altar” (Dt 33.10).
1.3. Neste ministério, eles percorriam as cidades ensinando ao povo.
E com eles os levitas Semaías, Netanias, Zebadias, Asael, Semiramote, Jônatas, Adonias, Tobias e Tobadonias e, com estes levitas, os sacerdotes Elisama e Jeorão. E ensinaram em Judá, levando consigo o livro da lei do Senhor; foram por todas as cidades de Judá, ensinando entre o povo” (2º Cr 17.8-9).
1.4. Ordenou que fosse lida no tempo e no local pelo Senhor. “Quando todo o Israel vier a comparecer perante ao Senhor teu Deus, no lugar que ele escolher, lereis esta lei diante de todo o Israel, para todos ouvirem. Congregai o povo, homens, mulheres e pequeninos, e os estrangeiros que estão dentro das vossas portas, para que ouçam e aprendam, e temam ao Senhor vosso Deus, e tenham cuidado de cumprir todas as palavras desta lei; e que seus filhos que não a souberem ouçam, e aprendam a temer ao Senhor vosso Deus, todos os dias que viverdes sobre a terra a qual estais passando o Jordão para possuir” (Dt 31.11-13).

2. A lei devia ser ensinada e obedecida. “Guardarás, pois, os mandamentos, os estatutos e os preceitos que eu hoje te ordeno, para os cumprires. Sucederá, pois, que, por ouvirdes estes preceitos, e os guardardes e cumprirdes, o Senhor teu Deus te guardará o pacto e a misericórdia que com juramento prometeu a teus pais; ele te amará, te abençoará e te fará multiplicar; abençoará o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, o teu grão, o teu mosto e o teu azeite, a criação das tuas vacas, e as crias dos teus rebanhos, na terra que com juramento prometeu a teus pais te daria” (Dt 7.11-13).
2.1. O ensino é uma ordenança divina. Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa alma; atá-las-eis por sinal na vossa mão, e elas vos serão por frontais entre os vossos olhos; e ensiná-las-eis a vossos filhos, falando delas sentados em vossas casas e andando pelo caminho, ao deitar-vos e ao levantar-vos” (Dt 11.18-19).
2.2. Esdras leu e ensinou a Lei, quando ajuntou o povo na praça em Jerusalém. “E leu nela diante da praça que está fronteira à porta das águas, desde a alva até o meio-dia, na presença dos homens e das mulheres, e dos que podiam entender; e os ouvidos de todo o povo estavam atentos ao livro da lei” (Ne 8.3).
2.3. O ensino é uma ordenança de Jesus. “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.19-20).
2.4. A igreja deve perseverar no ensino da Palavra. “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” (At 2.42).
2.5. A falta do ensino leva o crente ao erro. “Jesus, porém, lhes respondeu: Errais, não compreendendo as Escrituras nem o poder de Deus” (Mt 22.29). O ensino da Palavra de Deus, faz conhecer sua posição espiritual.
2.6. A Palavra traz alegria e comunhão entre o povo. “Então todo o povo se foi para comer e beber, e para enviar porções, e para fazer grande regozijo, porque tinha entendido as palavras que lhe foram referidas” (Ne 8.12).
2.7. O ensino tem por finalidade nos ajudar a compreender as Escrituras. “Ele respondeu: Pois como poderei entender, se alguém não me ensinar? e rogou a Filipe que subisse e com ele se sentasse” (At 8.31).
2.8. Os levitas foram convocados por Deus para o ensino. “Assim leram no livro, na lei de Deus, distintamente; e deram o sentido, de modo que se entendesse a leitura” (Ne 8.8).
2.9. O ensino deve ser uma das qualidades do líder.
“É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, temperante, sóbrio, ordeiro, hospitaleiro, apto para ensinar” (1ª Tm 3.2).

III. O ENSINO PRODUZ MUDANÇA NO OUVINTE

1. O ensino produz quebrantamento. “E Neemias, que era o governador, e Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que ensinavam o povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus; não pranteeis nem choreis. Pois todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei” (Ne 8.9).
1.1. O Senhor sempre estará junto de um crente quebrantado. “Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito” (Sl 34.18).

2. O ensino nos torna benignos.
2.1. A benignidade é a disposição para a prática do bem. “Antes sede bondosos uns para com os outros, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4.32).
“Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor. Portanto não vos entristeçais, pois a alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.10).
2.2. O mandamento bíblico é que devemos socorrer os necessitados. “Em tudo vos dei o exemplo de que assim trabalhando, é necessário socorrer os enfermos, recordando as palavras do Senhor Jesus, porquanto ele mesmo disse: Coisa mais bem-aventurada é dar do que receber” (At 20.35).
“Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e tiverem falta de mantimento cotidiano. E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito há nisso”? Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma” (Tg 2.15-17).
“Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitando, lhe fechar o seu coração, como permanece nele o amor de Deus? (1ª Jo 3.17).
2.3. É a verdadeira religião. “A religião pura e imaculada diante de nosso Deus e Pai é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições e guardar-se isento da corrupção do mundo” (Tg 1.17).

IV. A LEI DO SENHOR PRODUZ BENÇÃOS ESPIRITUAIS

1. O homem espiritual tem prazer na lei do Senhor. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus” (Rm 7,22).
1.1. A obediência traz bênçãos. “Se ouvires atentamente a voz do Senhor teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o Senhor teu Deus te exaltará sobre todas as nações da terra; e todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, se ouvires a voz do Senhor teu Deus” (Dt 28.1-2).
1.2. A Lei quando foi lida pelos levitas trouxe grandes bênçãos ao povo. “Então todo o povo se foi para comer e beber, e para enviar porções, e para fazer grande regozijo, porque tinha entendido as palavras que lhe foram referidas” (Ne 8.12).

2. O Senhor fortalece Seus povo.
2.1. Quando a quebrantamento, choro, arrependimento e confissão, o Senhor renova Seu povo. “Portanto não vos entristeçais, pois a alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.10b).
2.2. Após o ensino, o povo se consagra ao Senhor Deus. “E Neemias, que era o governador, e Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas que ensinavam o povo, disseram a todo o povo: Este dia é consagrado ao Senhor vosso Deus; não pranteeis nem choreis. Pois todo o povo chorava, ouvindo as palavras da lei” (Ne 8.9b.).
2.3. O povo estava livre como um pássaro. “Escapamos, como um pássaro, do laço dos passarinheiros; o laço quebrou-se, e nós escapamos. O nosso socorro está no nome do Senhor, que fez os céus e a terra” (Sl 124.7-8).

3. Aquele dia foi santificado ao Senhor.
3.1. O verdadeiro dia santo é aquele que passamos na presença do Senhor. “Os levitas, pois, fizeram calar todo o povo, dizendo: Calai-vos, porque este dia é santo; por isso não vos entristeçais” (Ne 8.11).
3.2. A Palavra produz a verdadeira santidade em nossa vida. “Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade” (Jo 17.17).
3.3. Por isso devemos meditar sempre. “Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores; antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e noite. Pois será como a árvore plantada junto às correntes de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cuja folha não cai; e tudo quanto fizer prosperará” (Sl 1.1-3).

4. O povo entendeu a Lei.
4.1. O Senhor Jesus deixou os dons ministeriais para o crescimento da Igreja. “E ele deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres, tendo em vista o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo” (Ef 4.11-12).
4.2. Esdras tinha habilidade para ensinar. “Então todo o povo se foi para comer e beber, e para enviar porções, e para fazer grande regozijo, porque tinha entendido as palavras que lhe foram referidas” (Ne 8.12).
4.3. Para compreendermos a Palavra hoje, contamos com a presença do Espírito Santo. “Mas o Ajudador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito” (Jo 14.26).
“Quando vier, porém, aquele, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá o que tiver ouvido, e vos anunciará as coisas vindouras” (Jo 16.13).

CONCLUSÃO. Em todo o tempo a Lei do Senhor é perfeita e refrigera a alam. Através dela podemos compreender a bondade e a misericórdia do Senhor. A Lei do Antigo Testamento nos conduziu a Cristo, que nos trouxe a lei do amor. Mas, para que possamos entender este grande amor, precisamos estudar a Palavra. Ela nos guiara em toda verdade para que: “até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo (Ef 4.13).

A CELEBRAÇÃO DA FESTA DOS TABERNÁCULOS


Neemias 8.13-16:Ora, no dia seguinte ajuntaram-se os cabeças das casas paternas de todo o povo, os sacerdotes e os levitas, na presença de Esdras, o escriba, para examinarem as palavras da lei; 14 e acharam escrito na lei que o Senhor, por intermédio de Moisés, ordenara que os filhos de Israel habitassem em cabanas durante a festa do sétimo mês; 15 e que publicassem e fizessem passar pregão por todas as suas cidades, e em ramos de oliveiras, de zambujeiros e de murtas, folhas de palmeiras, e ramos de outras árvores frondosas, para fazerdes cabanas, como está escrito. 16 Saiu, pois, o povo e trouxe os ramos; e todos fizeram para si cabanas, cada um no eirado da sua casa, nos seus pátios, nos átrios da casa de Deus, na praça da porta das águas, e na praça da porta de Efraim”.

INTRODUÇÃO. As festas estabelecidas por Deus tinham por finalidade levar o Seu povo a se aproximar do Senhor e a maioria confraternização espiritual. Dentre todas, a festa dos tabernáculos revelava a misericórdia divina, enquanto Israel caminhava no deserto e mostrava Seu cuidado em preservar um povo, que havia sido eleito em Abraão. Para autenticar o propósito divino das festas, Jesus se fez presente em todas elas durante o tempo que esteve na terra.

I. DEUS INSTITUIU FESTAS PARA O SEU POVO

1. Deus estabeleceu festas para celebração.Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: As festas fixas do Senhor, que proclamareis como santas convocações” (Lv 23.2).
1.1. As festas são exclusiva ao Senhor. “São estas as festas fixas do Senhor, santas convocações, que proclamareis no seu tempo determinado” (Lv 23.4).

2. Uma oportunidade para alegrar-se em Deus.
2.1. O mandamento sobre a festa dos tabernáculos. “Nela não comerás pão levedado; por sete dias comerás pães ázimos, pão de aflição (porquanto apressadamente saíste da terra do Egito), para que te lembres do dia da tua saída da terra do Egito, todos os dias da tua vida” (Dt 16.3).
2.2. As festas judaicas ofereciam aos homens, reunirem com suas famílias. “De ano em ano este homem subia da sua cidade para adorar e sacrificar ao Senhor dos exércitos em Siló. Assistiam ali os sacerdotes do Senhor, Hofni e Finéias, os dois filhos de Eli. No dia em que Elcana sacrificava, costumava dar quinhões a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos e filhas” (1º Sm 1.3-4).
2.3. As famílias se reuniam juntas. “E na tua festa te regozijarás, tu, teu filho e tua filha, teu servo e tua serva, e o levita, o peregrino, o órfão e a viúva que estão dentro das tuas portas” (Dt 16.14).
2.4. O povo de Deus é sempre alegre. “Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai- vos” (Fl 4.4).
2.5. Uma festa de gratidão pelos benefício recebido do Senhor. “E te alegrarás por todo o bem que o Senhor teu Deus te tem dado a ti e à tua casa, tu e o levita, e o estrangeiro que está no meio de ti” (Dt 26.11).

3. Uma oportunidade para estar diante do Senhor.
3.1. As festas judaicas oferecia aos homens, certamente com suas famílias. “De ano em ano este homem subia da sua cidade para adorar e sacrificar ao Senhor dos exércitos em Siló. Assistiam ali os sacerdotes do Senhor, Hofni e Finéias, os dois filhos de Eli. No dia em que Elcana sacrificava, costumava dar quinhões a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos e filhas” (1º Sm 1.3-4).
3.2. Uma oportunidade para estarem diante do Senhor. “Três vezes no ano todos os teus homens aparecerão perante o Senhor teu Deus, no lugar que ele escolher: na festa dos pães ázimos, na festa das semanas, e na festa dos tabernáculos. Não aparecerão vazios perante o Senhor” (Dt 16.16).
3.3. A Igreja primitiva diariamente estavam no templo.
“E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam com alegria e singeleza de coração” (At 2.46).

4. Uma oportunidade para ofertar.
4.1. A ordenança divina era para que ninguém aparece vazio diante do Senhor. “...na festa dos pães ázimos, na festa das semanas, e na festa dos tabernáculos. Não aparecerão vazios perante o Senhor” (Dt 16.16b).
4.2. Conforme suas posses. “Cada qual oferecerá conforme puder, conforme a bênção que o Senhor teu Deus lhe houver dado” (Dt 16.17).
4.3. O ato de ofertar é mandamento divino. “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda boa obra” (2ª Co 9.7-8).

II. A FESTA DOS TABERNÁCULOS É UM MEMORIAL
Dentre as três grandes festas comandadas por Deus, a Festa dos Tabernáculos é a de maior significado profético para nós cristãos. É comemorado no décimo-quinto dia do mês de Tishri, duas semanas após Rosh Hashanah e, usualmente, cai final de Setembro ou princípio de Outubro.

1. Uma festa ordenada por Deus.
“Disse mais o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Desde o dia quinze desse sétimo mês haverá a festa dos tabernáculos ao Senhor por sete dias” (Lv 23.33-34).
1.1. A Festa dos Tabernáculos tinha como objetivo fazer o povo se lembrar do tempo em que morou em tendas, durante a peregrinação pelo deserto, e que Deus o sustentou ali, após havê-lo tirado da escravidão no Egito. “Para que as vossas gerações saibam que eu fiz habitar em tendas de ramos os filhos de Israel, quando os tirei da terra do Egito. Eu sou o Senhor vosso Deus” (Lv 23.43.

2. O Senhor instituiu não só a festa mas também a data.
2.1. O que significa pentecoste. O termo “Pentecostes” se originou a partir do grego pentēkostḗ, que significa “quinquagésimo”, em referência aos 50 dias que se sucedem depois da Páscoa.
2.2. No primeiro pentecostes, depois da morte de Jesus, cinquenta dias depois da páscoa, o Espírito Santo desceu sobre a comunidade cristã de Jerusalém na forma de línguas de fogo; todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas.
“Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar. De repente veio do céu um ruído, como que de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. E lhes apareceram umas línguas como que de fogo, que se distribuíam, e sobre cada um deles pousou uma. E todos ficaram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que falassem” (At 2,1-4).

3. Uma oportunidade para sacrificar ao Senhor.
3.1. Nas festas instituídas por Deus, o povo tinha oportunidade para sacrificar ao Senhor “Estas são as festas fixas do Senhor, que proclamareis como santas convocações, para oferecer-se ao Senhor oferta queimada, holocausto e oferta de cereais, sacrifícios e ofertas de libação, cada qual em seu dia próprio” (Lv 23.37).
3.2. O crente no tempo da graça também sua oportunidade de sacrificar ao Senhor. “Rogo-vos pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.1-2).

4. Uma festa que Jesus participou.
4.1. Jesus participou das festas judaicas. “Depois disso havia uma festa dos judeus; e Jesus subiu a Jerusalém” (Jo 5.1).
4.2. Na festa dos Tabernáculos. “Depois disto andava Jesus pela Galiléia; pois não queria andar pela Judéia, porque os judeus procuravam matá-lo. Ora, estava próxima a festa dos judeus, a dos tabernáculos. 11 Ora, os judeus o procuravam na festa, e perguntavam: Onde está ele”? (Jo 7.1-2, 11).
4.3. Na festa dos Tabernáculos Jesus se manifesta a multidão. “Diziam então alguns dos de Jerusalém: Não é este o que procuram matar? E eis que ele está falando abertamente, e nada lhe dizem. Será que as autoridades realmente o reconhecem como o Cristo? Entretanto sabemos donde este é; mas, quando vier o Cristo, ninguém saberá donde ele é. Jesus, pois, levantou a voz no templo e ensinava, dizendo: Sim, vós me conheceis, e sabeis donde sou; contudo eu não vim de mim mesmo, mas aquele que me enviou é verdadeiro, o qual vós não conheceis” (Jo 7.25-28).
4.4. Nesta festa Jesus faz um dos grandes convites a multidão. “Ora, no seu último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé e clamou, dizendo: Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior correrão rios de água viva” (Jo 7.37-38).
4.5. O cristão também deve aproveitar as oportunidades para pregar o evangelho. “Pois, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, porque me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho”! (1ª Co 9.16).

III. A FESTA DOS TABERNÁCULOS NOS DIAS DE NEEMIAS
1. O povo que estava voltando do cativeiro babilônico, pouco a pouco estavam retornando para as ordenanças divinas concernente as festas em Israel. “E os que vieram do cativeiro celebraram a páscoa no dia catorze do primeiro mês” (Ed 6.19).
1.1. Esdras ao ler menciona o mês da comemoração da festa ordenada por pelo Senhor a Moisés. “E acharam escrito na lei que o Senhor, por intermédio de Moisés, ordenara que os filhos de Israel habitassem em cabanas durante a festa do sétimo mês” (Ne 8.14).
1.2. Trouxe alegria entre o povo. “E toda a comunidade dos que tinham voltado do cativeiro fez cabanas, e habitaram nelas; pois não tinham feito assim os filhos de Israel desde os dias de Josué, filho de Num, até aquele dia. E houve mui grande regozijo” (Ne 8.17).

2. O desejo em obedecer à Lei.
2.1. Ouviram a Lei. “E Esdras, o sacerdote, trouxe a lei perante a congregação, tanto de homens como de mulheres, e de todos os que podiam ouvir com entendimento, no primeiro dia do sétimo mês” (Ne 8.2).
2.2. Os sacerdotes se reuniram para examinar a Lei do Senhor. “Ora, no dia seguinte ajuntaram-se os cabeças das casas paternas de todo o povo, os sacerdotes e os levitas, na presença de Esdras, o escriba, para examinarem as palavras da lei” (Ne 8.13).
2.3. O crente deve examinar a Escrituras para entender a vontade do Senhor. “Por isso, não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor” (Ef 5.17).

3. A Lei revela a ordenança divina.
3.1. Após examinarem as escrituras acharam o propósito divino para o povo de Deus. “E acharam escrito na lei que o Senhor, por intermédio de Moisés, ordenara que os filhos de Israel habitassem em cabanas durante a festa do sétimo mês” (Ne 8.14).
3.2. Jamais podemos desprezar as Escrituras. “Porquanto, tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que, pela constância e pela consolação provenientes das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15.4).

4. Os líderes convocaram o povo para cumprir a Lei.
4.1. Diante da descoberta da lei, estando no sétimo mês (Ne 8.1a), os líderes de Judá conclamaram o povo, dizendo: “E que publicassem e fizessem passar pregão por todas as suas cidades, e em ramos de oliveiras, de zambujeiros e de murtas, folhas de palmeiras, e ramos de outras árvores frondosas, para fazerdes cabanas, como está escrito” (Ne 8.15).
4.2. Nos dias atuais, para cumprir com os objetivos divinos é necessário trabalhar. “Mas que vos parece? Um homem tinha dois filhos, e, chegando- se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na vinha. Ele respondeu: Sim, senhor; mas não foi. Chegando-se, então, ao segundo, falou-lhe de igual modo; respondeu-lhe este: Não quero; mas depois, arrependendo-se, foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram eles: O segundo. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos e as meretrizes entram adiante de vós no reino de Deus” (Mt 21.28-31).

IV. O POVO DE DEUS FESTEJA A LIBERDADE
1. Após 70 anos distante de Jerusalém, era o momento festivo para comemorar a liberdade. “E toda a comunidade dos que tinham voltado do cativeiro fez cabanas, e habitaram nelas; pois não tinham feito assim os filhos de Israel desde os dias de Josué, filho de Num, até aquele dia. E houve mui grande regozijo” (Ne 8.17).
1.1. Assim como eles vivemos em intensa festividade, pois também fomos libertos do cativeiro de Satanás. “E que nos tirou do poder das trevas, e nos transportou para o reino do seu Filho amado” (Cl 1.13).

2. Cada um teve a oportunidade de festejar.
2.1. Com o material nas mãos, os judeus puderam festejar, cada um no seu lugar, cumprindo assim o mandamento do Senhor. “Saiu, pois, o povo e trouxe os ramos; e todos fizeram para si cabanas, cada um no eirado da sua casa, nos seus pátios, nos átrios da casa de Deus, na praça da porta das águas, e na praça da porta de Efraim” (Ne 8.16).
2.2. O cristão deve festejar sua vitória para que jamais esqueça das misericórdias do Senhor. “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios” (Sl 103.1-2).

3. A festa trouxe renovação ao povo.
3.1. As festas do Senhor haviam sido esquecida desde os dias de Josué. “E toda a comunidade dos que tinham voltado do cativeiro fez cabanas, e habitaram nelas; pois não tinham feito assim os filhos de Israel desde os dias de Josué, filho de Num, até aquele dia. E houve mui grande regozijo” (Ne 8.17).
3.2. O Senhor Jesus nos deixou uma grande festa. “E, havendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo que é por vós; fazei isto em memória de mim” (1ª Co11.24).

O propósito: “Fazei isto em memória de mim” (Lucas 22.19). A Ceia do Senhor é nossa oportunidade para lembrar o sacrifício que Jesus fez na cruz, pelo qual ele nos oferece a esperança da vida eterna. A Ceia do Senhor não pretende ser um memorial do nascimento, da vida ou da ressurreição de Cristo. É um momento especial no qual os cristãos refletem sobre o Salvador sofredor para serem lembrados do alto preço que ele pagou por nossos pecados. Precisamos manter este tema central do evangelho (1ª Co 2.1-2) em nossas mentes.
3.3. Através dele podemos renovar nossa aliança com Ele. “Porque todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes do cálice estareis anunciando a morte do Senhor, até que ele venha” (1ª Co 11.26).

4. A lei foi lida durante a festa.
4.1. Durantes os sete dias de festa a Palavra de Deus era lida todos os dias. “E Esdras leu no livro da lei de Deus todos os dias, desde o primeiro até o último; e celebraram a festa por sete dias, e no oitavo dia houve uma assembleia solene, segundo a ordenança” (Ne 8.18).
4.2. O crente também deve festar lendo a Palavra de Deus. “Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem feito, à medida da estatura da plenitude de Cristo; para que não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina, pela fraudulência dos homens, pela astúcia tendente à maquinação do erro; antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Ef 4.13-15).

CONCLUSÃO. As festas, que sempre tiveram um importante significado na vida de Israel, foram desprezadas pelo povo de Deus. Foi preciso um “cativeiro” para fazê-los voltar ao primeiro amor e encontrar um novo significado espiritual para os mandamentos de Deus. Do mesmo modo, a Igreja não pode desprezar os mandamentos do Senhor Jesus, pois eles trazem alegria e renovação espiritual para todos nós.

O COMPROMISSO COM A PALAVRA DE DEUS


Neemias 10.28-31: E o resto do povo, os sacerdotes, os levitas, os porteiros, os cantores, os netineus e todos os que se tinham separado dos povos das terras para a Lei de Deus, suas mulheres, seus filhos e suas filhas, todos os sábios e os que tinham capacidade para entender 29 firmemente aderiram a seus irmãos, os mais nobres de entre eles, e convieram num anátema e num juramento, de que andariam na Lei de Deus, que foi dada pelo ministério de Moisés, servo de Deus; e de que guardariam e cumpririam todos os mandamentos do Senhor, nosso Senhor, e os seus juízos e os seus estatutos; 30 e que não daríamos as nossas filhas aos povos da terra, nem tomaríamos as filhas deles para os nossos filhos; 31e de que, trazendo os povos da terra no dia de sábado algumas fazendas e qualquer grão para venderem, nada tomaríamos deles no sábado, nem no dia santificado; e livre deixaríamos o ano sétimo e toda e qualquer cobrança.

INTRODUÇÃO. Ao aceitarmos a Cristo como o nosso Senhor e Salvador, comprometemo-nos diretamente em seguir seus ensinamentos, pois não há possibilidade alguma de dizermos que somos seus seguidores sem vivê-los. Israel descobriu, após muito sofrimento, que se tivesse guardado a Lei, o povo não terminaria no cativeiro, as cidades não teriam sido devastadas e os muros não necessitariam de reconstrução. Quando pautamos nossa vida nas Sagradas Escrituras, naturalmente passamos a ter comunhão com o Senhor e a Sua boa mão permanece sobre nós. O avivamento experimentado pelo povo de Deus, fez com que os israelitas assumissem um compromisso de obedecer ao Senhor e à Sua Palavra.

I. DEUS INSTITUIU TRÊS GRANDES ALIANÇA
1. Desde que o Senhor criou o homem, Deus fez várias alianças para estabelecer propósitos.
1.1. Aliança com Abraão. “Estabelecerei o meu pacto contigo e com a tua descendência depois de ti em suas gerações, como pacto perpétuo, para te ser por Deus a ti e à tua descendência depois de ti. Dar-te-ei a ti e à tua descendência depois de ti a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã, em perpétua possessão; e serei o seu Deus” (Gn 17.7-8).
Desde a chamada de Abraão, Deus fez uma aliança com Seu povo. Nela estava incluso todo um propósito de estabelecer Israel, como nação, na terra. Apesar dos fracassos do povo de Deus a aliança foi mantida. Ela se tornou parte de Israel. Ao restaurar Seu povo do cativeiro reconduzi-los à Jerusalém, o Senhor manteve Sua aliança e esperou que Israel fizesse a sua parte. O povo fez, e uma nova oportunidade surgiu na vida daqueles que, sinceramente, buscavam o concerto do Senhor.
1.2. Aliança com Noé. “Sim, estabeleço o meu pacto convosco; não será mais destruída toda a carne pelas águas do dilúvio; e não haverá mais dilúvio, para destruir a terra” (Gn 9.11).
1.3. Aliança em Horebe. “Também tomou o livro do pacto e o leu perante o povo; e o povo disse: Tudo o que o Senhor tem falado faremos, e obedeceremos” (Êx 24.7).
1.4. Aliança com Cristo. “Pois isto é o meu sangue, o sangue do pacto, o qual é derramado por muitos para remissão dos pecados” (Mt 26.28).

II. A ALIANÇA NOS DIAS DE NEEMIAS
1. Um concerto com Deus. Após a restauração dos muros de Jerusalém, os judeus experimentaram um genuíno e profundo avivamento, levando-os a firmar o solene compromisso de obedecer rigorosamente a Palavra de Deus. “E, com tudo isso, fizemos um firme concerto e o escrevemos” (Ne 9.38).

2. Os líderes como exemplo - (Ne 10.28-29). Nesse concerto, os líderes judaicos portaram-se exemplarmente e foram admirados pelo povo. Quando o obreiro age com fidelidade e amor, todos o seguem com alegria e obedecem, com júbilo, o que Deus nos ordena em Sua Palavra.
2.1. Liderança é, acima de tudo, caráter e exemplo. “Aos anciãos, pois, que há entre vós, rogo eu, que sou ancião com eles e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e participante da glória que se há de revelar: Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por força, mas espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao rebanho” (1ª Pe 5.1-3).
Sem tais quesitos, os resultados são deploráveis.

III. OBEDECENDO A PALAVRA DE DEUS
1. A instrução das Escrituras.Assim leram no livro, na lei de Deus, distintamente; e deram o sentido, de modo que se entendesse a leitura” (Ne 8.8).
1.1. Humilharam-se e arrependeram diante do Senhor com jejuns e sacos. “Ora, no dia vinte e quatro desse mês, se ajuntaram os filhos de Israel em jejum, vestidos de sacos e com terra sobre as cabeças” (Ne 9.1).
1.2. Sob a liderança de Neemias, o povo, seguindo o exemplo de seus líderes, assumiu o compromisso de observar integralmente a Lei de Deus. “Firmemente aderiram a seus irmãos, os mais nobres de entre eles, e convieram num anátema e num juramento, de que andariam na Lei de Deus, que foi dada pelo ministério de Moisés, servo de Deus; e de que guardariam e cumpririam todos os mandamentos do Senhor, nosso Senhor, e os seus juízos e os seus estatutos” (10.29).
É urgente romper com o estilo de vida deste presente século e assumir, com temor e tremor, o que nos prescreve o Livro dos livros.
“A exposição das tuas palavras dá luz; dá entendimento aos simples” (Sl 119.130).
O progresso da família, da Igreja ou da nação depende fundamentalmente da observância da Palavra de Deus. A Bíblia Sagrada é o guia seguro e infalível que nos conduz a uma vida vitoriosa e abundante.
1.3. A exposição da Palavra traz esperança. “E achaste o seu coração fiel perante ti, e fizeste com ele o pacto de que darias à sua descendência a terra dos cananeus, dos heteus, dos amorreus, dos perizeus, dos jebuseus e dos girgaseus; e tu cumpriste as tuas palavras, pois és justo. Também viste a aflição de nossos pais no Egito, e ouviste o seu clamor junto ao Mar Vermelho” (Ne 9.7-8).

IV. O CUIDADO COM O TEMPLO DO SENHOR
1. O Templo. Os israelitas amavam o Santo Templo, pois era o lugar em que adoravam ao Senhor. Por causa disso, comprometeram-se a ofertar, voluntária e regularmente, os “dízimos da terra” para a manutenção do culto divino (Ne 10.32-38).
1.1. Para os israelitas, servir a Deus naquele santuário era um ato de indizível ventura. Infelizmente, muitos já não sentem alegria de estar na casa de Deus. A Bíblia, porém, exorta-nos a que não deixemos “a nossa congregação, como é costume de alguns” (Hb 10.25).
1.2. O salmista sentia alegria enquanto se encaminhava ao santuário divino. “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor” (Sl 122.1).

2. A manutenção da casa do Senhor.
2.1. O Sacerdócio fora uma instituição divina. “Depois farás chegar a ti teu irmão Arão, e seus filhos com ele, dentre os filhos de Israel, para me administrarem o ofício sacerdotal; a saber: Arão, Nadabe e Abiú, Eleazar e Itamar, os filhos de Arão” (Êx 28.1).
2.2. Nos dias de Neemias o povo havia negligência com suas contribuições. “Pois os filhos de Israel e os filhos de Levi devem trazer ofertas alçadas dos cereais, do mosto e do azeite para aquelas câmaras, em que estão os utensílios do santuário, como também os sacerdotes que ministram, e os porteiros, e os cantores; e assim não negligenciarmos a casa do nosso Deus” (Ne 10.39).
2.3. A Bíblia ensina que aquele que nos abençoa, deve ser também ser abençoado por nós. “E o que está sendo instruído na palavra, faça participante em todas as boas coisas aquele que o instrui” (Gl 6.6.).
2.4. Não podemos desamparar a obra de Deus. “Porque a ministração deste serviço não só supre as necessidades dos santos, mas também transborda em muitas ações de graças a Deus” (2ª Co 9.12).
2.5. A contribuição para Casa de Deus é uma ordenança divina! “Também sobre nós pusemos preceitos, impondo-nos cada ano a terça parte de um siclo, para o ministério da Casa do nosso Deus; para os pães da proposição, e para a contínua oferta de manjares, e para o contínuo holocausto dos sábados, das luas novas, e para as festas solenes, e para as coisas sagradas, e para os sacrifícios pelo pecado, para reconciliar a Israel, e para toda a obra da Casa do nosso Deus” (Ne 10.32-34).
Em virtude do concerto estabelecido entre Deus e o seu povo, os judeus, sob a liderança de Neemias, restauraram a contribuição para a manutenção da Casa do Senhor no valor de “um terço de um siclo” – quatro gramas de prata. As ofertas eram trazidas com alegria aos oficiantes do culto. Os crentes verdadeiramente avivados tudo fazem com júbilo, porque desejam agradara Deus em todas as coisas. Como estamos adorando a Deus?
Após o concerto, os israelitas comprometeram-se a ofertar para a Casa do Senhor e manter a pureza do culto divino.

3. O dia de adoração.
1. Sábado. “E de que, trazendo os povos da terra no dia de sábado algumas fazendas e qualquer grão para venderem, nada tomaríamos deles no sábado, nem no dia santificado; e livre deixaríamos o ano sétimo e toda e qualquer cobrança (10.31).
No Antigo Testamento, os judeus santificavam o sábado como o dia de adoração ao Senhor. Uns vendilhões e mercadores, porém, desprezando a lei divina, expunham suas mercadorias, nos portais de Jerusalém, exatamente nesse dia. Assim, desviavam os judeus de sua devoção a Deus. A fim de manter a pureza do culto divino, Neemias viu-se obrigado a tomar sérias medidas, proibindo qualquer comércio no dia de culto. Ele mandou que as portas da cidade fossem fechadas nesse dia. Isso agradou a DEUS e levou o povo a total consagração a DEUS.
Temos nós reservado, pelo menos um dia na semana, para cultuarmos ao Senhor? Sejamos mais assíduos à Escola Dominical, aos cultos de ensino e aos demais trabalhos da Igreja. Que jamais desprezemos o culto divino.

CONCLUSÃO. Quando o povo de Deus, avivado por Sua Palavra, compromete-se com os supremos negócios de seu Reino, a Igreja desdobra-se em adoração e serviços, para que o Evangelho chegue aos confins da terra. Os crentes, então, passam a contribuir e a testemunhar com amor e intenso júbilo, porque sabem que “Deus ama ao que dá com alegria” (2ª Co 9.7). Sem avivamento não pode haver verdadeira adoração. Aviva, ó Senhor, a tua obra.

A ORGANIZAÇÃO DO SERVIÇO RELIGIOSO


Neemias 12.27-31,43: “E, na dedicação dos muros de Jerusalém, buscaram os levitas de todos os seus lugares, para os trazerem, a fim de fazerem a dedicação com alegria, louvores, canto, saltérios, alaúdes e harpas. 28 E se ajuntaram os filhos dos cantores, tanto da campina dos arredores de Jerusalém como das aldeias de Netofa, 29 como também da casa de Gilgal e dos campos de Gibeá e Azmavete; porque os cantores tinham edificado para si aldeias nos arredores de Jerusalém. 30 E purificaram-se os sacerdotes e os levitas; e logo purificaram o povo, e as portas, e o muro. 31 Então, fiz subir os príncipes de Judá sobre o muro e ordenei dois grandes coros e procissões, sendo um à mão direita sobre o muro da banda da Porta do Monturo. 43 E sacrificaram, no mesmo dia, grandes sacrifícios e se alegraram, porque Deus os alegrara com grande alegria; e até as mulheres e os meninos se alegraram, de modo que a alegria de Jerusalém se ouviu até de longe”.

INTRODUÇÃO. A dedicação dos muros é o tema central de Neemias 12. Neemias não somente restaurou os muros e as portas de Jerusalém, como restabeleceu o ministério levítico.
Depois de terem se mudado para a cidade, os cidadãos decidiram dedicar esse projeto a Deus. No entanto, encontramos muito mais do que isso. Encontramos pessoas cujos corações estavam realmente felizes. Mesmo cheio de incertezas quanto ao futuro, mesmo que tivessem que pedir ajuda financeira para construir suas casas, eles realmente estavam alegres, porque os seus olhos estavam no Senhor. A celebração foi marcada pela alegria, louvor e cânticos em ações de graças ao Senhor (Ne 12.24,27). Em sua infinita misericórdia, Deus transformou em regozijo o lamento de seu povo. Assim, puderam os sacerdotes reiniciar suas atividades na festa de dedicação dos muros.

I. OS SACERDOTES QUE VIERAM PARA JERUSALÉM COM ZOROBABEL
1. Os que vieram com Zorobabel.Ora, estes são os sacerdotes e os levitas que subiram com Zorobabel, filho de Sealtiel, e com Jesuá: Seraías, Jeremias, Esdras” (Ne 12.1).
No início do capítulo 12 de Neemias tem uma relação dos sacerdotes que vieram a Jerusalém juntamente com Zorobabel. Como se sabe, foi esse abnegado servo de Deus quem liderou o primeiro grupo de exilados judeus que, autorizados por Ciro, o Grande, deixou a Babilônia rumo à Cidade Santa. Zorobabel incentivou a reconstrução do Templo e restabeleceu a adoração a Deus. Sem tais ações, a restauração de Jerusalém seria impossível. Observe: só foram admitidos como ministros do altar os que puderam comprovar a sua ascendência levítica. Isso nos ensina que o ministério cristão deve ser exercido por aqueles que realmente foram chamados por Deus.

2. O ministério sacerdotal.
2.1. Os levitas são os sacerdotes de Israel. Esse papel começou com Arão e seus quatro filhos, enquanto o povo andava pelo deserto. Em seguida a função sacerdotal, visto que eles eram dessa tribo, passou aos levitas (Nm 3.5-10).
2.2. Sua missão. Os sacerdotes tinham como missão representar o povo diante de Deus. Portanto, deveriam eles, ser santos e irrepreensíveis diante de Deus e dos homens (Lv 21.16-21).
2.3. Todo sacerdote era levita, mas nem todo levita era sacerdote. Várias eram as suas funções: tornar possível a mediação entre o povo e Deus, fazer a expiação pelos pecados da nação, ensinar a Lei de Deus, queimar incenso e cuidar do castiçal e da mesa dos pães da proposição (Lv 10.11; Ez 44.23).

3. O ministério dos levitas.
3.1. O Ministério dos levitas em detalhes encontramos descrito no livro de primeiro Crônicas capítulo 6. (Os cantores, Hemã, Asafe e Etã, e filhos, encarregados por Davi da música do templo (1º Cr 6,16ss).
3.2. Eram os descendentes de Levi os responsáveis pelos cultos de adoração a Deus. Somente os levitas estavam autorizados pelo Senhor a servir no Tabernáculo. Eles tinham como função primordial ensinar a Palavra de Deus e como se deve adorá-lo (Dt 33.10). 3.3. Exímios músicos que eram, eles requeriam que o seu ministério fosse plenamente restaurado, a fim de participarem do culto de dedicação dos muros de Jerusalém. Consciente dessa urgência, Neemias restabeleceu-os de imediato em suas várias funções. Senhor, ajuda-nos a ser mais zelosos para com as coisas que nos confiaste.

II. A DEDICAÇÃO DOS MUROS
1. Uma grande festa espiritual aconteceu na dedicação dos muros de Jerusalém. Aquela inauguração foi celebrada com música, louvores ao Criador.
1.1. A participação dos levitas.
“E, na dedicação dos muros de Jerusalém, buscaram os levitas de todos os seus lugares, para os trazerem, a fim de fazerem a dedicação com alegria, louvores, canto, saltérios, alaúdes e harpas” (Ne 12.27).
1.2. Era imprescindível a presença dos levitas na realização dos sacrifícios e na condução do culto ao Senhor. Afinal, eles eram os responsáveis pela adoração divina. O que aprendemos nesse ponto? Os obreiros têm hoje uma grande responsabilidade diante de Deus: levar o povo a adorá-lo na beleza de sua santidade.

2. A participação dos cantores.
2.1. A dedicação dos muros foi um tempo precioso para louvar a Deus. Neemias organizou dois corais para caminhar em sentidos opostos por cima dos muros até que os dois se encontrassem no templo. “E se ajuntaram os filhos dos cantores, tanto da campina dos arredores de Jerusalém como das aldeias de Netofa, como também da casa de Gilgal e dos campos de Gibeá e Azmavete; porque os cantores tinham edificado para si aldeias nos arredores de Jerusalém” (Ne 12.28-29).
2.2. Na dedicação dos muros de Jerusalém, fazia-se obrigatória a apresentação de cânticos de adoração e louvor a Deus. Por isso, Neemias reuniu os 148 cantores que descendiam de Asafe (Ne 7.44) e mais 245 que procediam de outras famílias levíticas (Ne 7.67), para que bendissessem ao Senhor. Que importância damos à verdadeira música sacra no culto divino? Que as nossas orquestras e corais sejam assíduos na adoração a Deus.
2.3. Devemos celebrar louvores a Deus pelas nossas vitórias. “Louvai ao Senhor! Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento do seu poder! Louvai-o pelos seus atos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua grandeza! Louvai-o ao som de trombeta; louvai-o com saltério e com harpa! Louvai-o com adufe e com danças; louvai-o com instrumentos de cordas e com flauta! Louvai-o com címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes! Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor”! (Sl 150.1-6).
2.4. Devemos celebrar louvores a Deus com união entre os irmãos. “Naquele dia ofereceram grandes sacrifícios, e se alegraram, pois Deus lhes dera motivo de grande alegria; também as mulheres e as crianças se alegraram, de modo que o júbilo de Jerusalém se fez ouvir longe” (12.43).
2.5. Devemos celebrar louvores a Deus com grande alegria. “Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor. Portanto não vos entristeçais, pois a alegria do Senhor é a vossa força” (Ne 8.10).
“Louvai a Deus com brados de júbilo, todas as terras. Cantai a glória do seu nome, dai glória em seu louvor” (Sl 66.1-2).
2.6. Devemos celebrar louvores a Deus com vida pura. “E purificaram-se os sacerdotes e os levitas; e logo purificaram o povo, e as portas, e o muro” (12.30).
2.7. Devemos celebrar louvores a Deus com muita ordem e arte (Ne 12.8,9,24,27,36,42).
Os levitas eram encarregados de celebrar. Dentre eles havia os cantores, os músicos, netofatitas (compositores – 12.8) bem como regente.
A palavra netofatita no hebraico, significa gotejante ou destilar como gotas. Isso significa falar por inspiração, ou seja, eles eram poetas e compositores.
2.8. Devemos celebrar louvores a Deus com a fidelidade de nossas ofertas. “No mesmo dia foram nomeados homens sobre as câmaras do tesouro para as ofertas alçadas, as primícias e os dízimos, para nelas recolherem, dos campos, das cidades, os quinhões designados pela lei para os sacerdotes e para os levitas; pois Judá se alegrava por estarem os sacerdotes e os levitas no seu posto, observando os preceitos do seu Deus, e os da purificação, como também o fizeram os cantores e porteiros, conforme a ordem de Davi e de seu filho Salomão. Pois desde a antiguidade, já nos dias de Davi e de Asafe, havia um chefe dos cantores, e havia cânticos de louvor e de ação de graça a Deus. Pelo que todo o Israel, nos dias de Zorobabel e nos dias de Neemias, dava aos cantores e aos porteiros as suas porções destinadas aos levitas, e os levitas separavam as porções destinadas aos filhos de Arão” (12.44-47).

3. A purificação dos sacerdotes e do povo.
3.1. Deus exigiu consagração do povo para entrar na terra prometida. “Disse Josué também ao povo: Santificai-vos, porque amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós” (Js 3.5).
3.2. Neemias sabia que sem preparação espiritual o Senhor não abençoaria. “E purificaram-se os sacerdotes e os levitas; e logo purificaram o povo, e as portas, e o muro” (Ne 12.30).
3.3. O Senhor exige consagração para Sua obra. “Retirai-vos, retirai-vos, saí daí, não toqueis coisa imunda; saí do meio dela, purificai-vos, os que levais os vasos do Senhor” (Is 52.11).
3.4. A fim de continuar a celebração dos muros, o coração tinha que ser preparado. Da mesma forma, precisamos nos lembrar de que, antes de ministrar aos outros, nossos corações devem estar limpos diante de Deus. Santidade precede felicidade. “Assim, pois, importa que os homens nos considerem como ministros de CRISTO, e despenseiros dos mistérios de DEUS” (1ª Co 4.1).
3.5. Como os filhos de Levi estavam à frente das solenidades da dedicação dos muros de Jerusalém, requeria-se fossem eles um exemplo de pureza e santidade. Caso contrário, como poderiam eles purificar o povo? Mas, como agiam fielmente, os levitas purificaram os demais judeus para que ninguém ficasse de fora daquela ocasião tão especial (Ne 12.30b).
3.6. Que ninguém se esqueça da ordenação divina. “Fidelíssimos são os teus testemunhos; à tua casa convém a santidade, SENHOR, para todo o sempre” (Sl 93.5).
De que valem as circunstâncias e pompas do culto se os adoradores acham-se distantes de Deus e comprometidos com o mundo? Não agia assim o Israel do Antigo Testamento? Ouçamos o que diz o Senhor por intermédio de Isaías: “Este povo se aproxima de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que maquinalmente aprendeu” (Is 29.13).
É urgente, pois, que adoremos a Deus não apenas com os lábios, mas principalmente com o coração. É também chegado o momento de se ensinar aos crentes o valor e a atualidade da doutrina da santificação; sem a qual ninguém verá o Senhor (Hb 12.14). É da vontade de Deus, pois, que todos os seus adoradores sejam santos (1ª Ts 4.3).

III. CELEBRANDO A DEUS PELA VITÓRIA
1. A dedicação dos muros de Jerusalém trouxe grande alegria ao povo.
1.1. A festa de dedicação. “Naquele dia ofereceram grandes sacrifícios, e se alegraram, pois Deus lhes dera motivo de grande alegria; também as mulheres e as crianças se alegraram, de modo que o júbilo de Jerusalém se fez ouvir longe” (12.43).
1.2. O povo participou da festa. “A outra companhia dos que davam graças foi para a esquerda, seguindo-os eu com a metade do povo, sobre o muro, passando pela torre dos fornos até a muralha larga” (12.38).
Neemias, então, determinou que fossem organizados dois grandes cortejos, dos quais participariam os levitas, os cantores e os príncipes de Judá (Ne 12.27-43). Um cortejo foi liderado por Esdras; o outro, por Neemias. Os grupos, embora caminhassem em direções opostas, encontrar-se-iam no Santo Templo. Ali, finalmente, foi realizado o grande culto em ação de graças a Deus. Como estamos adorando a Deus? Damos-lhe a devida honra?

2. Uma liturgia santa.
2.1. Neemias teve o cuidado de elaborar uma liturgia ordeira e santa, pois a Palavra de Deus ensina-nos que o culto deve ser conduzido reverentemente. O salmista adverte-nos. “Adorai ao Senhor na beleza da santidade; tremei diante dele todos os moradores da terra” (Sl 96.9).
2.2. Não podemos nos achegar à presença do Senhor de qualquer maneira. Ele é santo e exige santidade do seu povo. Não podemos transformar o culto divino num espetáculo deprimente.

3. Os sacrifícios (v.43).
3.1. O sacrifícios sempre fez parte do ritual de dedicação. “E todos os animais para sacrifício das ofertas pacíficas foram vinte e quatro novilhos, sessenta carneiros, sessenta bodes, e sessenta cordeiros de um ano. Esta foi a oferta dedicatória do altar depois que foi ungido” (Nm 7.88).
3.2. Nos dias de Salomão um grande holocausto se fez ao Senhor. “Então o rei e todo o Israel com ele ofereceram sacrifícios perante o Senhor. 63 Ora, Salomão deu, para o sacrifício pacífico que ofereceu ao Senhor, vinte e dois mil bois e cento e vinte mil ovelhas. Assim o rei e todos os filhos de Israel consagraram a casa do Senhor” (1ª Rs 8.62-63).
3.3. Na consagração do templo foram oferecidos muitos sacrifícios a Deus. “Naquele dia ofereceram grandes sacrifícios, e se alegraram, pois Deus lhes dera motivo de grande alegria; também as mulheres e as crianças se alegraram, de modo que o júbilo de Jerusalém se fez ouvir longe” (Ne 12.43).
3.4. Os judeus reconheceram os benefícios do Senhor e demonstraram o desejo de adorá-lo em santidade e pureza. “Adorai o SENHOR na beleza da sua santidade; tremei diante dele, todas as terras” (Sl 29.2).
3.5. Na Nova Aliança, não precisamos mais oferecer sacrifícios de animais ao Senhor. Todavia, devemos apresentar-nos a Deus como sacrifício vivo, santo e agradável que é o nosso culto racional (Rm 12.1). Dediquemos-lhe, pois, incondicionalmente nossa vida por tudo que Ele é e tem feito por nós.
O povo de Israel adorou e bendisse o nome do Senhor na festa de dedicação dos muros.

CONCLUSÃO. Ensina-nos a vida de Neemias que devemos ser gratos a Deus por todas as bênçãos que d’Ele temos recebido. Assim como fez Neemias, cultuemos ao Senhor reverentemente. O culto e a adoração a Deus não podem ser feitos de qualquer maneira. Que o nosso culto, por conseguinte, seja dirigido com decência e ordem (1ª Co 14.40).

O EXERCÍCIO MINISTERIAL NA CASA DO SENHOR


Neemias 13.1-8: “Naquele dia, leu-se no livro de Moisés aos ouvidos do povo; e achou-se escrito nele que os amonitas e os moabitas não entrassem jamais na congregação de Deus, 2 porquanto não tinham saído ao encontro dos filhos de Israel com pão e água; antes, assalariaram contra eles a Balaão para os amaldiçoar, ainda que o nosso Deus converteu a maldição em bênção. 3 Sucedeu, pois, que, ouvindo eles esta lei, apartaram de Israel toda mistura. 4 Ora, antes disso, Eliasibe, sacerdote, que presidia sobre a câmara da Casa do nosso Deus, se tinha aparentado com Tobias; 5 e fizera-lhe uma câmara grande, onde dantes se metiam as ofertas de manjares, o incenso, os utensílios e os dízimos do grão, do mosto e do azeite, que se ordenaram para os levitas, e cantores, e porteiros, como também a oferta alçada para os sacerdotes. 6 Mas, durante tudo isso, não estava eu em Jerusalém, porque, no ano trinta e dois de Artaxerxes, rei de Babilônia, vim eu ter com o rei; mas, ao cabo de alguns dias, tornei a alcançar licença do rei. 7 E vim a Jerusalém e compreendi o mal que Eliasibe fizera para beneficiar a Tobias, fazendo-lhe uma câmara nos pátios da Casa de Deus, 8 o que muito me desagradou; de sorte que lancei todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara”.

INTRODUÇÃO. No capítulo 13 de Neemias nos mostra que a vida cristã não termina após uma vitória. Muitos fracassam por imaginar o contrário. Após vencerem uma batalha, concluem que a guerra terminou. O que não deveria acontecer com o povo de Deus, ou seja, a quebra de promessas que haviam sido feitas a Deus, ocorreu.
Neemias descobriu que o fogo da devoção havia se apagado em Jerusalém. Seu primeiro mandato como governador durou onze anos e meio, depois dos quais voltou ao palácio a fim de dar seu relatório ao rei. É provável que tenha permanecido na Babilônia por doze anos. Porém, quando voltou a Jerusalém, descobriu que a situação se deteriorara drasticamente, pois o povo não cumprira os votos que havia feito (Ne 10).

I. A AMEAÇA DO ECUMENISMO
1. Uma mistura proibida por Deus.
“Naquele dia, leu-se no livro de Moisés aos ouvidos do povo; e achou-se escrito nele que os amonitas e os moabitas não entrassem jamais na congregação de Deus, 2 porquanto não tinham saído ao encontro dos filhos de Israel com pão e água; antes, assalariaram contra eles a Balaão para os amaldiçoar, ainda que o nosso Deus converteu a maldição em bênção” (vs. 1-2).
1.1. A proibição de Deus não é racial, mas religiosa. Os amonitas e moabitas adoravam outros deuses. Eles não só foram hostis ao povo de Deus, mas contrataram um profeta amante do dinheiro para amaldiçoar o povo de Deus (v. 1).
1.2. A tolerância com o mal foi a causa da quebra da aliança firmada. O sacerdote Eliasibe que sempre fora um opositor velado, com a ausência de Neemias por 12 anos, abusivamente usa seu posto para desviar o povo de Deus. “4 Ora, antes disso, Eliasibe, sacerdote, que presidia sobre a câmara da Casa do nosso Deus, se tinha aparentado com Tobias” (v. 4).
1.3. Rute era moabita, mas ao converter-se foi aceita no meio do povo e tornou-se da linhagem do Messias. Mas aqui, o caso é diferente. A mistura com aqueles que adoram outros deuses corrompe a teologia, o culto e a moral.

2. Um afastamento necessário.
Sucedeu, pois, que, ouvindo eles esta lei, apartaram de Israel toda mistura” (v. 3).
2.1. Deus nunca ordenou o seu povo a se unir com os pagãos com o fim de ganhá-los. A ordem de Deus é sempre: Retirai-vos do meio deles…” (2º Co 6.17); 2) “Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices de seus pecados e para não participardes de seus flagelos” (Ap 18.4).
2.2. A Palavra traz santificação. O v. 3 diz que o povo ao ouvir a Palavra de Deus apartou de Israel todo elemento misto.
2.3. Foi a leitura pública das Escrituras que tornou Israel consciente das suas obrigações diante de Deus como seu povo.
2.4. Há muita coisa do mundo entrando na igreja que precisa ser tirado. “Procurei a igreja e a encontrei no mundo; procurei o mundo e o achei na igreja”.
2.5. Existem doutrinas falsas entrando nos seminários, nos púlpitos, nas igrejas.

II. A PROFANAÇÃO DA CASA DE DEUS
1. A família sacerdotal se une aos inimigos de Deus.
1.1. Eliasibe, o sacerdote se aparenta com Tobias, o amonita. Ele se torna aliado do inimigo. Ele faz aliança com o próprio adversário. Ele corrompe o sacerdócio. “Ora, antes disso, Eliasibe, sacerdote, que presidia sobre a câmara da Casa do nosso Deus, se tinha aparentado com Tobias” (v. 4).
1.2. O neto do sacerdote tornou-se genro de Sambalá, o arqui-inimigo de Israel. “Também um dos filhos de Joiada, filho do sumo sacerdote Eliasibe, era genro de Sambalate, o horonita, pelo que o afugentei de mim” (v. 28).
1.3. Formaram uma aliança espúria, perigosa. Quando Neemias expulsou esse sacerdote, diz Flávio Josefo que, Sambalá construiu para ele um templo em Gerisim, e aí começou o culto pagão dos Samaritanos.

2. A família sacerdotal leva o inimigo para dentro da Casa de Deus.
E fizera-lhe uma câmara grande, onde dantes se metiam as ofertas de manjares, o incenso, os utensílios e os dízimos do grão, do mosto e do azeite, que se ordenaram para os levitas, e cantores, e porteiros, como também a oferta alçada para os sacerdotes” (v. 5).
2.1. Se não bastasse o parentesco com o inimigo, agora, Eliasibe leva Tobias para dentro do templo. Ele põe o inimigo dentro da Casa de Deus. Certamente ele substitui os sacerdotes e levitas que cuidavam da Casa de Deus, por um homem vil, que perseguira tão tenazmente o povo de Deus.
2.2. Não há maior corrupção do que essa de tirar da Casa de Deus os obreiros fiéis e colocar no lugar, o próprio inimigo.
2.3. Eliasibe, um líder que aproveita a ausência de Neemias para destruir a obra de Deus. Mas, durante tudo isso, não estava eu em Jerusalém, porque, no ano trinta e dois de Artaxerxes, rei de Babilônia, vim eu ter com o rei; mas, ao cabo de alguns dias, tornei a alcançar licença do rei” (v. 6).
Eliasibe era o grande líder religioso, mas em vez de usar sua influência para abençoar o povo, usou-a para minar a sua fé.

3. A família sacerdotal beneficia o próprio inimigo, e contamina a Casa de Deus.
3.1. Eliasibe fez uma câmara grande para Tobias exatamente no lugar onde eram depositados os dízimos e ofertas para os sacerdotes, levitas e cantores. “E lhe fizera uma câmara grande, onde dantes se recolhiam as ofertas de cereais, o incenso, os utensílios, os dízimos dos cereais, do mosto e do azeite, que eram dados por ordenança aos levitas, aos cantores e aos porteiros, como também as ofertas alçadas para os sacerdotes (v. 5).
3.2. Neemias diz que ele fizera isso para beneficiar Tobias. “E vim a Jerusalém; e soube do mal que Eliasibe fizera em servir a Tobias, preparando-lhe uma câmara nos átrios da casa de Deus” (v.7).
3.3. Os dízimos e as ofertas para o sacerdócio tiveram outro destino. “Também soube que os quinhões dos levitas não se lhes davam, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam o serviço, tinham fugido cada um para o seu campo” (v. 10).
O v. 10 nos informa que os obreiros da Casa de Deus, por falta de sustento, precisaram fugir para os campos e o inimigo instalou-se dentro da Casa de Deus e a profanou. O verbo fugir indica fugir por perseguição. Quantos obreiro hoje, tem fugido para os campos por cauda da perseguição!
3.4. A corrupção religiosa é mais ignominiosa. A parcialidade já é um grave pecado, mas o favorecimento daqueles que são inimigos do povo de Deus é uma declarada apostasia.

4. Atitudes de Neemias para corrigir essa profanação da Casa de Deus.
Isso muito me desagradou; pelo que lancei todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara. Então, por minha ordem purificaram as câmaras; e tornei a trazer para ali os utensílios da casa de Deus, juntamente com as ofertas de cereais e o incenso” (vs. 8-9).
4.1. Sentiu grande indignação. “Isso muito me desagradou... (v. 8a). Neemias era um homem capaz de chorar e também de sentir grande indignação. Ele não era condescendente com o pecado. Ele irou-se contra aquele terrível mal.
4.2. Lançou fora todos os móveis de Tobias. Há coisas que são impróprias dentro da Casa de Deus. Neemias fez uma faxina na Casa de Deus. O inimigo deve sair e também tudo aquilo que lhe pertence.
4.3. Purificou as câmaras da Casa de Deus. A Casa de Deus precisa ser um lugar consagrado, exclusivo para o serviço de Deus.
4.4. Mandou trazer de volta os utensílios e as ofertas. Os objetos sagrados precisam estar na Casa de Deus. As ofertas retidas precisam ser novamente trazidas.

III. A DISPERSÃO DOS OBREIROS DE DEUS
1. Quando a igreja deixa de cumprir o seu papel, as contribuições são retidas.
Também soube que os quinhões dos levitas não se lhes davam, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam o serviço, tinham fugido cada um para o seu campo” (v. 10).
1.1. O sacerdócio estava corrompido. As contribuições estavam sustentando Tobias e não os obreiros de Deus. Então, os sacerdotes, levitas e cantores deixaram o seu posto e o povo reteu os dízimos e as ofertas.
1.2. Esse tempo vivido por Neemias em sua segunda visita a Jerusalém é praticamente o mesmo do tempo do profeta Malaquias. O povo antes do cativeiro trazia o dízimo para subornar a Deus; agora, ostensivamente, eles o retém para roubar a Deus.
1.3. A retenção do dízimo é desamparar a Casa de Deus (Ne 10.39).
Malaquias alertou os sacerdotes para esse problema nesse tempo: reter o dízimo e administrar o dízimo.

2. Quando a igreja retém as contribuições e as ofertas, os obreiros se ocupam com outras atividades.
“....de maneira que os levitas e os cantores, que faziam o serviço, tinham fugido cada um para o seu campo” (v. 10b).
2.1. O projeto de Deus é que os sacerdotes e levitas trabalhassem integralmente na sua obra. Eles deviam cuidar exclusivamente das coisas de Deus. Mas, com a retenção do sustento, eles foram para os campos e a Casa de Deus foi desamparada.
2.2. Com a falta de ensino da Palavra o povo entregou-se a uma vida espiritual frágil e a um grande declínio moral.

3. Quando os obreiros de Deus voltam a abraçar a vocação divina, o povo responde com fidelidade em suas contribuições financeiras.
“Então contendi com os magistrados e disse: Por que se abandonou a casa de Deus? Eu, pois, ajuntei os levitas e os cantores e os restaurei no seu posto. Então todo o Judá trouxe para os celeiros os dízimos dos cereais, do mosto e do azeite” (vs.11-12).
Neemias contendeu com os magistrados. Eles deixaram de agir, eles foram frouxos na liderança, permitindo a corrupção do sacerdócio e a dispersão dos obreiros.

4. A administração financeira na igreja precisa ser feita com integridade e transparência.
“E por tesoureiros pus sobre os celeiros Selemias, o sacerdote, e Zadoque, o escrivão, e Pedaías, dentre os levitas, e como ajudante deles Hanã, filho de Zacur, filho de Matanias, porque foram achados fiéis; e se lhes encarregou de fazerem a distribuição entre seus irmãos” (v. 13).
4.1. Neemias é um homem íntegro. E ele entende que as coisas de Deus precisam ser tratadas com seriedade, integridade e transparência. Ele nomeia pessoas fiéis para cuidar dos dízimos e ofertas na Casa de Deus.

4.2. Hoje, muitas igreja lidam com dinheiro de forma suspeita. “Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós. Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas. Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fl 3.17.20).

[...] Há igrejas que se tronaram empresas comerciais. Estão mercadejado a Palavra de Deus e transformam o Evangelho de Jesus em objeto de liquidação. Vende às pessoas um lugar no céu; não tem nenhum escrúpulo de cobrar quantias vultosas por uma oração de libertação e cura. Negociam com os carismas de Deus, dizendo estarem incentivando a fé. De acordo com o apóstolo Paulo, os que agem assim se tornam inimigos da cruz de Cristo, porquanto o seu Deus é o ventre e a sua glória é a vergonha (Fp 3.18-19). [PAULO CÉZAR LIMA. Separando o Verdadeiro do Falso, Obreiro, ano 22, nº 11, Pg. 90. Editora, CPAD, Rio de Janeiro – RJ.

4.3. Zelo pelos recursos da igreja. As finanças da igreja local devem ser empregadas com fidelidade, sabedoria e transparência na expansão do Reino de Deus e no socorro aos mais necessitados. Tomando o exemplo de Neemias, administremos os bens que os santos consagram a Deus com lisura e temor (Pv 1.7). Menos do que isso, repito, é inaceitável.

IV. A PROFANAÇÃO DO DIA DO SENHOR
1. O líder deve estar atento ao povo.Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; cuida bem dos teus rebanhos” (Pv 27.23).
1.1. Procurando ver como procedem. “Naqueles dias vi em Judá homens que pisavam lugares no sábado, e traziam molhos, que carregavam sobre jumentos; vi também vinho, uvas e figos, e toda sorte de cargas, que eles traziam a Jerusalém no dia de sábado; e protestei contra eles quanto ao dia em que estavam vendendo mantimentos” (Ne 13.15).
1.2. Neemias viu o erro do povo, pois estavam desviando do mandamento da Lei. “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar (Êx 20.8).
1.3. O líder é o responsável peal ordem na casa de Deus. “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem o que ainda não o está, e que em cada cidade estabelecesses anciãos, como já te mandei” (Tt 1.5).

2. Neemias viu que o povo havia quebrado aliança do dia do Senhor e a consequente profanação do culto foi uma das fortes causas da queda de Judá.
2.1. O sábado foi dado como descanso. “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho; mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o estrangeiro que está dentro das tuas portas” (Êx 20-8-10).
2.2. Era expressamente proibido trabalhar no sábado (Êx 35.3; Nm 15.32).
2.3. O sábado foi separado como santo (Êx 16.23-29; 20.10-11; 31.17).
2.4. A guarda do sábado era um sinal entre o Deus que guarda a aliança e o seu povo (Ez 20.12,20).

3. O sábado estava sendo profanado.
3.1. O trabalho e o comércio no dia do Senhor é visto como um mal. “Naqueles dias vi em Judá homens que pisavam lugares no sábado, e traziam molhos, que carregavam sobre jumentos; vi também vinho, uvas e figos, e toda sorte de cargas, que eles traziam a Jerusalém no dia de sábado; e protestei contra eles quanto ao dia em que estavam vendendo mantimentos. 16 E em Jerusalém habitavam homens de Tiro, os quais traziam peixes e toda sorte de mercadorias, que vendiam no sábado aos filhos de Judá, e em Jerusalém” (vs. 15-17).
3.2. Neemias mais uma vez se levanta para defender a Lei do Senhor.
“Então contendi com os nobres de Judá, e lhes disse: Que mal é este que fazeis, profanando o dia de sábado”? (vs. 17).
3.3. Neemias, preocupado com o descanso do povo, falou acerca do juízo divino aos desobedientes. “Porventura não fizeram vossos pais assim, e não trouxe nosso Deus todo este mal sobre nós e sobre esta cidade? Contudo vós ainda aumentais a ira sobre Israel, profanando o sábado” (Ne 13.18).
3.4. A maior fraqueza do povo é o pecado. Judá não foi derrotado apenas pelo inimigo. Foi Deus quem trouxe todo o mal contra o seu povo para discipliná-lo por causa da sua desobediência.
3.5. O comércio no dia do Senhor corrompia completamente o propósito do descanso e da adoração nesse dia.
3.6. A quebra do dia do Senhor e a consequente profanação do culto foi uma das fortes causas da queda de Judá. “Porventura não fizeram vossos pais assim, e não trouxe nosso Deus todo este mal sobre nós e sobre esta cidade? Contudo vós ainda aumentais a ira sobre Israel, profanando o sábado” (Ne 13.18).

4. Medidas práticas devem ser tomadas para que o dia do Senhor seja observado.
Neemias
E sucedeu que, ao começar a fazer-se escuro nas portas de Jerusalém, antes do sábado, eu ordenei que elas fossem fechadas, e mandei que não as abrissem até passar o sábado e pus às portas alguns de meus moços, para que nenhuma carga entrasse no dia de sábado. Então os negociantes e os vendedores de toda sorte de mercadorias passaram a noite fora de Jerusalém, uma ou duas vezes. Protestei, pois, contra eles, dizendo-lhes: Por que passais a noite defronte do muro? Se outra vez o fizerdes, hei de lançar mão em vós. Daquele tempo em diante não vieram no sábado. Também ordenei aos levitas que se purificassem, e viessem guardar as portas, para santificar o sábado. Nisso também, Deus meu, lembra-te de mim, e perdoa-me segundo a abundância da tua misericórdia” (Ne 13.19-22).
4.1. Hoje, uma das maiores causas do secularismo galopante é a quebra da observância do dia do Senhor. Não nos preparamos para o dia do Senhor. Não nos deleitamos nesse dia. Muitos se entregam a um lazer profano. Outros entregam-se ao trabalho e ao desejo do lucro. Outros esquecem-se de Deus.
4.2. A inobservância do dia do Senhor é um forte sinal da decadência espiritual da igreja. Na Europa e na América muitas igrejas estão vazias. Hoje, muitos crentes deixaram de se congregar.
4.3. Neemias ordena, determina, controla, vigia, fiscaliza, protesta, ameaça, põe guardas. Ele não apenas fala, ele age. Ele não apenas ensina, ele toma medidas práticas para eliminação do mal. “E sucedeu que, ao começar a fazer-se escuro nas portas de Jerusalém, antes do sábado, eu ordenei que elas fossem fechadas, e mandei que não as abrissem até passar o sábado e pus às portas alguns de meus moços, para que nenhuma carga entrasse no dia de sábado” (v. 19).
4.4. Quando o lucro toma o culto do culto, então, estamos em grande perigo. Quando se passa a confiar na provisão mais do que no provedor.
4.5. O domingo é o dia do Senhor. Nesse dia devemos descansar de nossas atividades: trabalho e estudo e reservarmos esse dia para o descanso e para o culto. Nesse dia deve-se cessar todo o trabalho nos lembrarmos de Deus. A profanação do dia do Senhor é um sinal do secularismo.

CONCLUSÃO. A restauração da cidade de Jerusalém tem muito a ver com a forte liderança espiritual de Neemias: Homem sensível, íntegro, leal a Deus, ao rei e ao povo; estável emocionalmente, tinha grande discernimento espiritual, profunda coragem e era comprometida com a Palavra e com a oração.
A Palavra foi lida e Neemias está orando. O grande líder Neemias começa o livro orando e termina o livro orando. Sem a Palavra de Deus e sem dependência de Deus não há restauração do povo de Deus.
Se não estivermos comprometidos com a Palavra de Deus, nossa administração será reprovada por Deus e pelos homens. Entre as coisas que mais contribuem para a queda do obreiro (além daí sensualidade, da soberba e do poder) está o amor ao dinheiro! (1ª Tm 6.10). Tomemos, pois, o exemplo de Neemias. Ajamos com fidelidade e sabedoria em todas as coisas. E o nome de Cristo será exaltado em nossa vida.

A RESTAURAÇÃO DA ALIANÇA QUEBRADA


Neemias 13.22-26: “Também ordenei aos levitas que se purificassem, e viessem guardar as portas, para santificar o sábado. Nisso também, Deus meu, lembra-te de mim, e perdoa-me segundo a abundância da tua misericórdia. 23 Vi também naqueles dias judeus que tinham casado com mulheres asdoditas, amonitas, e moabitas; 24 e seus filhos falavam no meio asdodita, e não podiam falar judaico, senão segundo a língua de seu povo. 25 Contendi com eles, e os amaldiçoei; espanquei alguns deles e, arrancando-lhes os cabelos, os fiz jurar por Deus, e lhes disse: Não darei vossas filhas a seus filhos, e não tomareis suas filhas para vossos filhos, nem para vós mesmos. 26 Não pecou nisso Salomão, rei de Israel? Entre muitas nações não havia rei semelhante a ele, e ele era amado de seu Deus, e Deus o constituiu rei sobre todo o Israel. Contudo mesmo a ele as mulheres estrangeiras o fizeram pecar. 27 E dar-vos-íamos nós ouvidos, para fazermos todo este grande mal, esta infidelidade contra o nosso Deus, casando com mulheres estrangeiras”?

INTRODUÇÃO. O povo de Deus sempre foi, é, e será separado do mundo. É mandamento de Deus para que haja diferença entre o que serve a Deus e o que não serve. Nos dias de Neemias foi necessário uma tomada de posição em face do desprezo que havia pelos mandamentos do Senhor, com respeito a separação dos povos e a observância dos preceitos divinos. A luta de Neemias pela santidade de Judá nos ensina que devemos também lutar, até que consigamos levar o povo s uma entrega total ao Senhor.

I. ISRAEL, ESCOLHIDO PARA SER SANTO
1. Deus exigiu separação do Seu povo.Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei” (Gn 12.1).
1.1. Deus nunca ordenou o seu povo a se unir com os pagãos com o fim de ganhá-los. A ordem de Deus é sempre: 1) Retirai-vos do meio deles…” (2ª Co 6.17); 2) “Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices de seus pecados e para não participardes de seus flagelos” (Ap 18.4).
1.2. Deus fez questão de mostrar que Seu povo era diferente. “Mas contra os filhos de Israel nem mesmo um cão moverá a sua língua, nem contra homem nem contra animal; para que saibais que o Senhor faz distinção entre os egípcios e os filhos de Israel” (Êx 11.7).
“Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que o não serve” (Ml 3.18).

2. O Senhor elegeu o Seu povo em santidade.
2.1. Deus escolheu aquele povo para ser exemplo no meio duma geração incrédula e pecadora. Em tudo deveriam ser santos. Em sua maneira de alimentar, de se comportar e de adorarem a DEUS.
2.2. No monte Sinai, Moisés recebeu do Senhor as primeiras instruções acerca da santidade. “E vós sereis para mim reino sacerdotal e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel” (Êx 19.6).
2.3. Deus exigiu santidade de Seu povo. “Então falou o Senhor a Moisés, dizendo: 2 Santifica-me todo primogênito, todo o que abrir a madre de sua mãe entre os filhos de Israel, assim de homens como de animais; porque meu é” (Êx 13.2).
E sereis para mim santos; porque eu, o Senhor, sou santo, e vos separei dos povos, para serdes meus” (Lv 20.26).

3. O Senhor exige separação do Seu povo.
3.1. Nos dias de Neemias o povo havia se corrompido. “Então Seeanias, filho de Jeiel, um dos filhos de Elão, dirigiu-se a Esdras, dizendo: Nós temos sido infiéis para com o nosso Deus, e casamos com mulheres estrangeiras dentre os povos da terra; contudo, no tocante a isto, ainda há esperança para Israel” (Ed 10.2).
3.2. Após a leitura da Lei, Israel descobriu que o Senhor exigia sua separação dos povos. “Naquele dia leu-se o livro de Moisés, na presença do povo, e achou-se escrito nele que os amonitas e os moabitas não entrassem jamais na assembleias de Deus” (Ne 13.1.).
3.3. Deus é exigente quanto à nossa espiritualidade. “Que harmonia há entre Cristo e Belial? ou que parte tem o crente com o incrédulo”? (2ª Co 6.15).
3.4. A mistura sempre foi um perigo na vida de Israel. “Também subiu com eles uma grande mistura de gente; e, em rebanhos e manadas, uma grande quantidade de gado” (Êx 12.38).
3.5. Sede santos porque Eu, o Senhor, sou santo. “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em todo o vosso procedimento; porquanto está escrito: Sereis santos, porque eu sou santo” (1ª Pe 1.15-16).
3.4. Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá ao Senhor. “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).

II O PERIGO DO JUGO DESIGUAL
1. O povo tomou uma decisão.
1.1. A decisão foi imediata ante ao mandamento do Senhor. “Ouvindo eles esta lei, apartaram de Israel toda a multidão mista” (Ne 13.3.).
1.2. Neemias tomou uma posição firme com o povo. “E seus filhos falavam no meio asdodita, e não podiam falar judaico, senão segundo a língua de seu povo. Contendi com eles, e os amaldiçoei; espanquei alguns deles e, arrancando-lhes os cabelos, os fiz jurar por Deus, e lhes disse: Não darei vossas filhas a seus filhos, e não tomareis suas filhas para vossos filhos, nem para vós mesmos” (Ne 13.24-25).

2. A união reprovada por Deus.
2.1. Ao tirar Israel do Egito, ordenou-lhe Deus, de modo claro e veemente, que não se misturasse com outros povos.
“Guarda-te que não faças concerto com os moradores da terra aonde hás de entrar; para que não seja por laço no meio de ti e tomes mulheres das suas filhas para os teus filhos, e suas filhas, prostituindo-se após os seus deuses, façam que também teus filhos se prostituam após os seus deuses” (Êx 34.12,16).
2.2. Esse preceito é repetido em outros textos sagrados. “Não contrairás com elas matrimônios; não darás tuas filhas a seus filhos, e não tomarás suas filhas para teus filhos” (Dt 7.3).
2.3. Os israelitas, porém, distanciando-se de Deus, fizeram justamente o contrário: uniram-se às mulheres pagãs. E o resultado não poderia ser mais desastroso. Mas agora, avivados pela Palavra de Deus, comprometeram-se a não mais se misturar com os idólatras através do casamento. “E que não daríamos as nossas filhas aos povos da terra, nem tomaríamos as filhas deles para os nossos filhos” (Ne 10.30).

3. A dolorosa separação.
3.1. Antes de Neemias, Esdras já havia conclamado o povo a não se misturar com os gentios: “Por isso não deis vossas filhas a seus filhos, e não tomeis suas filhas para vossos filhos, nem procureis jamais a sua paz ou a sua prosperidade; para que sejais fortes e comais o bem da terra, e a deixeis por herança a vossos filhos para sempre. E depois de tudo o que nos tem sucedido por causa das nossas más obras, e da nossa grande culpa, ainda assim tu, ó nosso Deus, nos tens castigado menos do que merecem as nossas iniquidades, e ainda nos deixaste este remanescente; tornaremos, pois, agora a violar os teus mandamentos, e a aparentar-nos com os povos que cometem estas abominações? Não estarias tu indignado contra nós até de todo nos consumires, de modo que não ficasse restante, nem quem escapasse”? (Ed 9.12-14).
3.2. Apesar desta ordenação, os judeus mesclaram-se com os pagãos através de casamentos ilícitos. Tais uniões tiveram de ser desfeitas. Foi uma medida traumática, mas necessária. “E o resto do povo, os sacerdotes, os levitas, os porteiros, os cantores, os netineus e todos os que se tinham separado dos povos das terras para a Lei de Deus, suas mulheres, seus filhos e suas filhas, todos os sábios e os que tinham capacidade para entender” (10.28).
O povo é conclamado a desfazer as uniões com os pagãos, pois Deus não aprova casamentos entre crentes e descrentes.

4. O jugo desigual.
4.1. Deus não aceita seu povo comungar com pecadores.
4.2. Somos templo do ESPÍRITO SANTO e não podemos participar dos pecados alheios. “Ou não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, o qual possuís da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos”? (1ª Co 6.19).
4.3. Não são poucos os que, atualmente, namoram e até se casam com pessoas alheias à verdadeira fé cristã, contrariando, assim, a admoestação bíblica. “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas” (2ª Co 6.14).
Jovem, cuidado. É melhor obedecer agora do que sofrer mais tarde. Espere no Senhor. Obedeça aos seus pais. Consulte o seu pastor.

III. O ESFRIAMENTO TRAZ DESPREZO PELO SAGRADO
1. Neemias luta pela obra de Deus.
1.1. Diante da triste situação, Neemias contende com os levitas. “Então contendi com os magistrados e disse: Por que se abandonou a casa de Deus? Eu, pois, ajuntei os levitas e os cantores e os restaurei no seu posto” (Ne 13.11).
1.2. Os levitas desprezam o sagrado. “Também soube que os quinhões dos levitas não se lhes davam, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam o serviço, tinham fugido cada um para o seu campo” (Ne 13.10).
Quando o povo esfria, a obra de Deus sofre.
1.3. O apóstolo Paulo sentiu o desprezo dos amigos. “Na minha primeira defesa ninguém me assistiu, antes todos me desampararam. Que isto não lhes seja imputado” (2ª Tm 4.16).
1.4. Jesus foi desprezado pelos discípulos. “Nisto, todos o deixaram e fugiram” (Mc 14.50).
1.5. Devemos honrar os que presidem. “Ora, rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós, presidem sobre vós no Senhor e vos admoestam; e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua obras. Tende paz entre vós” (1ª Ts 5.12-13).

2. O povo desprezou o mandamento.
2.1. Deus havia determinado uma benção para o servos, levitas e sacerdotes. “Tudo o que do azeite há de melhor, e tudo o que do mosto e do grão há de melhor, as primícias destes que eles derem ao Senhor, a ti as tenho dado. Os primeiros frutos de tudo o que houver na sua terra, que trouxerem ao Senhor, serão teus. Todo o que na tua casa estiver limpo comerá deles” (Nm 18.12-14).
2.2. Desta maneira o povo os sustentava e eles exerciam seu ministério. “Todas as ofertas alçadas das coisas sagradas, que os filhos de Israel oferecerem ao Senhor, eu as tenho dado a ti, a teus filhos e a tuas filhas contigo, como porção, para sempre; é um pacto perpétuo de sal perante o Senhor, para ti e para a tua descendência contigo” (Nm 18.19).
2.3. Nos dias de Neemias o povo desprezou este mandamento. “Então contendi com os magistrados e disse: Por que se abandonou a casa de Deus? Eu, pois, ajuntei os levitas e os cantores e os restaurei no seu posto” (Ne 13.11).
2.4. A Bíblia ensina que, aqueles que anunciam o evangelho vivam do evangelho. “Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho” (1ª 9.14).
2.5. Desamparamos a casa de Deus quando deixamos de contribuir. “Assim fala o Senhor dos exércitos, dizendo: Este povo diz: Não veio ainda o tempo, o tempo de se edificar a casa do Senhor” (Ag 1.2); “Esperastes o muito, mas eis que veio a ser pouco; e esse pouco, quando o trouxestes para casa, eu o dissipei com um assopro. Por que causa? diz o Senhor dos exércitos. Por causa da minha casa, que está em ruínas, enquanto correis, cada um de vós, à sua própria casa (Ag 1.9).
2.6. Quando semeamos no reino de Deus somos ricamente abençoados. “Mas digo isto: Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e aquele que semeia em abundância, em abundância também ceifará, Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda boa obra; conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres; a sua justiça permanece para sempre. Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, e pão para comer, também dará e multiplicará a vossa sementeira, e aumentará os frutos da vossa justiça” (2ª Co 9.6-10).

3. O conversão de Judá.
3.1. Muitas vezes o líder precisa falar com maior autoridade. “Ó coríntios, a nossa boca está aberta para vós, o nosso coração está dilatado”! (2ª Co 6.11).
3.2. Para que o povo entenda melhor o propósito de Deus. “Então todo o Judá trouxe para os celeiros os dízimos dos cereais, do mosto e do azeite” (Ne 13.12).
3.3. Um dos sinais da conversão ´´e o coração aberto para obra do Senhor. “Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por constrangimento; porque Deus ama ao que dá com alegria” (2ª Co 9.7).

IV. NEEMIAS CONDUZ ISRAEL A NOVOS PROPÓSITOS
1. O líder deve estar atento ao povo.Procura conhecer o estado das tuas ovelhas; cuida bem dos teus rebanhos” (Pv 27.23).
1.1. Procurando ver como procedem. “Naqueles dias vi em Judá homens que pisavam lugares no sábado, e traziam molhos, que carregavam sobre jumentos; vi também vinho, uvas e figos, e toda sorte de cargas, que eles traziam a Jerusalém no dia de sábado; e protestei contra eles quanto ao dia em que estavam vendendo mantimentos” (Ne 13.15).
1.2. Neemias viu o erro do povo, pois estavam desviando do mandamento da Lei. “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar (Êx 20.8).
1.3. O líder é o responsável peal ordem na casa de Deus. “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem o que ainda não o está, e que em cada cidade estabelecesses anciãos, como já te mandei” (Tt 1.5).

CONCLUSÃO. Assim que Neemias chegou em Jerusalém empreendeu uma luta contra tudo e contra todos, a fim de buscar o bem daquele lugar. Louvado por uns e odiado por outros, Neemias impôs seu estilo de trabalho e conseguiu o seu objetivo: reconstruir os muros e levar o povo a uma vida de comunhão com o Senhor. A lição de Neemias sempre estará em nossas mentes e corações, pois jamais podemos esquecer a luta de um líder pela causa do Senhor.

A INTEGRIDADE DE UM LÍDER


Neemias 1.5-11: E disse: Ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e terrível, que guardas o concerto e a benignidade para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos! 6 Estejam, pois, atentos os teus ouvidos, e os teus olhos, abertos, para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, de dia e de noite, pelos filhos de Israel, teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que pecamos contra ti; também eu e a casa de meu pai pecamos. 7 De todo nos corrompemos contra ti e não guardamos os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos que ordenaste a Moisés, teu servo. 8 Lembra-te, pois, da palavra que ordenaste a Moisés, teu servo, dizendo: Vós transgredireis, e eu vos espalharei entre os povos.9 E vós vos convertereis a mim, e guardareis os meus mandamentos, e os fareis; então, ainda que os vossos rejeitados estejam no cabo do céu, de lá os ajuntarei e os trarei ao lugar que tenho escolhido para ali fazer habitar o meu nome. 10 Estes ainda são teus servos e o teu povo que resgataste com a tua grande força e com a tua forte mão. 11 Ah! Senhor, estejam, pois, atentos os teus ouvidos à oração do teu servo e à oração dos teus servos que desejam temer o teu nome; e faze prosperar hoje o teu servo e dá-lhe graça perante este homem. Então, era eu copeiro do rei.

INTRODUÇÃO. Nessa última lição, destacaremos as características de Neemias como líder e servo de Deus. Com certeza você pode extrair importantes lições para o seu ministério e vida pessoal, estudando o livro e a vida de Neemias. Aprendemos a respeito de um homem íntegro que dependia inteiramente do Senhor e da sua Palavra. Como líder de sua classe siga o exemplo de Neemias e prossiga vitorioso em sua tarefa de ensinar e aperfeiçoar os santos (Ef 4.11-16).

I. DEUS ESCOLHE E PREPARA LÍDERES PARA SUA OBRA
1. Um copeiro a serviço do Reino. Neemias era copeiro do rei Artaxerxes quando Deus o chamou a liderar o seu povo num momento de profunda crise moral, espiritual e econômica. Ele tinha como função proteger a vida do rei, provando-lhe o vinho, a fim de que o monarca não fosse envenenado. Somente alguém especialmente qualificado poderia exercer semelhante cargo. Segundo alguns historiadores, os copeiros também aconselhavam o soberano em assuntos de estado. Não obstante, Neemias abriu mão de todas essas vantagens, para ajudar seus compatriotas a superar aquele momento tão difícil. Atualmente, não são poucos os homens e mulheres que tudo renunciam para se dedicarem integralmente ao Reino de Deus.

2. Uma rainha a serviço do Reino. Certa vez, o rei Assuero, já tomado pelo vinho, resolveu exibir a beleza da esposa aos seus convidados. Como a rainha Vasti se recusasse a comparecer perante ele, o monarca destronou-a. E para ocupar o seu lugar, o rei determinou que se convocassem as mais belas moças do reino, a fim de que, dentre estas, fosse escolhida a substituta de Vasti. E a escolha recaiu sobre Ester, que foi usada por Deus para operar um grande livramento. Ester destacou-se por uma coragem singular; ela não temeu perder a própria vida. Somente os grandes líderes agem assim.

3. Um pastor de ovelhas a serviço do Reino. Tendo já rejeitado a Saul, o Senhor determinou ao profeta Samuel que fosse a Belém ungir, dentre os filhos de Jessé, um rei segundo o seu coração (1ª Sm 16.1). A escolha divina recaiu sobre o caçula da família que, naquele momento, cuidava das ovelhas do pai (1ª Sm 16.13). E grandes foram as obras realizadas por Davi. Deus não olha para a aparência do ser humano, mas para o coração. O que agrada ao Senhor é um caráter reto e íntegro. Essa é uma das principais características de um verdadeiro líder.

II. AS CARACTERÍSTICAS DE UM LÍDER DE DEUS
1. Integridade espiritual. Neemias não compactuava com os pecados do povo. Homem íntegro e temente a Deus, não se limitou a reconstruir os muros e as portas de Jerusalém, mas conduziu a nação a uma profunda reforma moral e espiritual. Ele restaurou o ministério levítico, combateu o casamento misto (Ne 13.25) e restabeleceu a guarda do sábado. O líder espiritual conduz o povo à santidade e a um viver íntegro.

2. Integridade moral. Neemias administrou os recursos financeiros e patrimoniais da nação com honestidade, transparência e sabedoria. Ele não utilizou indevidamente os recursos financeiros do povo de Deus, mas agiu com muita correção e cuidado (Ne 5.9-12). Há um ditado popular que diz: “Quer saber quem é realmente uma pessoa? Dê-lhe poder”. Há certos homens e mulheres que, ao assumirem um cargo de liderança, mudam completamente. Agem com arrogância e desonestidade. O poder, entretanto, não corrompeu a Neemias. Ele soube como manter a sua integridade.

3. Um testemunho irrepreensível. Neemias viveu de forma correta e integra. Não podemos nos esquecer que liderança é exemplo. O discurso do líder tem de ser coerente com a sua prática.

III. A VIDA DEVOCIONAL DO LÍDER DE DEUS
1. A oração. Na Palavra de Deus, há vários exemplos de líderes que foram bem-sucedidos graças à oração. Davi e Daniel oravam três vezes ao dia (Sl 55.17; Dn 6.10). Paulo orava em todo o tempo (Ef 6.18). E Jesus orava diariamente (Mt 26.44). A oração preparou Neemias para enfrentar impiedosos ataques. Se ele não tivesse o hábito de orar, certamente teria sucumbido diante das dificuldades. A oração fortalece a alma e as mãos do homem de Deus.

2. O estudo da Palavra de Deus. Neemias reuniu o povo na praça principal da cidade para ouvir a Palavra de Deus (Ne 8.1-3). Todo crente necessita ler e estudar a Bíblia diariamente, para crescer no conhecimento do Senhor (2ª Pe 3.18). Infelizmente, há obreiros que, por não estudarem a Bíblia, acham-se espiritualmente fracos. Um líder nessas condições porta-se como menino espiritual. Precisamos ter a Palavra de Deus no coração para não pecarmos contra o Senhor (Sl 119.11).

3. Adoração ao Senhor. Adorar é uma forma de agradecer a Deus, reconhecendo-O como o Senhor de nossas vidas, pois tudo o que somos e temos vêm d’Ele. Observe o que diz o salmista: “Eu te louvarei, Senhor, de todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas. Em ti me alegrarei e saltarei de prazer; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo” (Sl 9.1,2).
Neemias adorou a Deus: “Ah! Senhor, Deus dos céus, Deus grande e terrível, que guardas o concerto e a benignidade para com aqueles que te amam e guardam os teus mandamentos!” (Ne 1.5). Na dedicação dos muros e portas de Jerusalém, preparou um culto especial de adoração e louvores a Deus (Ne 12.27) e ordenou que dois corais fossem à frente dos cortejos durante a celebração (Ne 12.38). O verdadeiro líder adora a Deus, porque sabe que toda a glória deve ser endereçada ao Senhor de toda a glória. Aleluia.

VI. APRENDENDO COM NEEMIAS ALGUNS PRINCÍPIOS DE LIDERANÇA
1. Tenha um propósito claro e continue avaliando-o à luz da vontade de Deus. Nada impediu que Neemias permanecesse em sua trajetória.

2. Seja direto e honesto. Todos sabiam, exatamente, do que Neemias precisava, e ele falou a verdade até mesmo quando a própria verdade aparentemente tornaria o seu objetivo ainda mais difícil de alcançar.
3. Viva de uma forma irrepreensível. As acusações contra Neemias eram falsas e vazias.

4. Seja uma pessoa que ora constantemente, recebendo poder e sabedoria através de seu contato com Deus. Todas as ações de Neemias glorificaram a Deus.

5. Leia e obedeça a Palavra de Deus. Neemias amava a Palavra. Ele reuniu o povo na praça principal da cidade para ouvir a Palavra de Deus.

CONCLUSÃO. Neemias é um exemplo de liderança bem-sucedida. Ele não permitiu que nada o impedisse de agradar ao Senhor. Ele soube como conduzir a reconstrução de Jerusalém e a restauração espiritual dos judeus. A sua vida de oração, leitura da Palavra de Deus e adoração fizeram com que ele prosseguisse vitorioso, apesar da oposição que lhe moviam os adversários. Há muito trabalho no Reino de Deus até ao arrebatamento da Igreja. Trabalhemos, pois, como Neemias. Sejamos fiéis e íntegros em todas as coisas, a fim de que o nome do Senhor seja sempre exaltado.



FONTE DE PESQUISA


1. BÍBLIA SHEDD. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil – 2ª Edição, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri - SP.

2. DIAS Hernandes Lopes. Neemias o líder que restaurou uma nação. Reimpressão Janeiro 2012. Editora Hagnos. São Paulo – SP.

3. FERREIRA Manoel. Vencendo as adversidades, com as armas, Escrituras, na realização da obra de Deus. 2º Trimestre 2001. Editora Betel. Rio de Janeiro RJ.

4. RENOVATO Elinaldo. Integridade e coragem em tempos de crise. 4º Trimestre de 2011. Lições Bíblicas CPAD. Rio de Janeiro RJ.


Pr. Elias Ribas
Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico AMID – Cascavel - PR.
Mestrando em Divindade pelo Seminário Teológico AMID – Cascavel - PR.
Especialização em Apologética – ICP - São Paulo.
Grego e Hebraico - Faculdade Batista Pioneira – Ijuí RS.
Exegese do Novo Testamento - Faculdade Batista Pioneira – Ijuí RS.