“Ninguém deita remendo de pano novo em veste velha, porque semelhante remendo rompe a veste, e faz-se maior a rotura. Nem se deita vinho novo em odres velhos; aliás, rompem-se os odres, e entorna-se o vinho, e os odres estragam-se; mas deita-se vinho novo em odres novos, e assim ambos se conservam” (Mt 9.16-17).
Odre é um recipiente feito de couro para ser usado no transporte de líquidos. Após pouco tempo, já se torna velho, por causa das intempéries, da umidade, da poeira etc. Se um odre ficasse velho, já não poderia ser usado para colocar vinho, pois se romperia, e o vinho se perderia.
“Vinho novo precisa de odres novos”. A diferença não está no estilo; não é que um odre novo seja mais atraente ou estejam mais na moda que os velhos. Não nos descartamos dos odres velhos simplesmente porque estivessem velhos; nós os abandonamos porque estavam enrijecidos. O odre deve ser flexível e elástico para aceitar bem o vinho novo. Deus tem hoje vinho novo, isto é alegria, bênçãos para serem derramados nos odres novos.
Olhamos as diferentes formas de se posicionar diante do trabalho do Senhor. Alguns agem como se fossem odres velhos. Parecem que não podem ser mais usados por Deus.
Que tipo de líder você tem sido?
Saul foi ungido rei sobre Israel. Profetizou. Porém, foi arrogante, pretensioso, prepotente. Envolveu-se com mentiras e blasfêmia. Era um líder iracundo. Era um odre novo que envelheceu em pouco tempo.
[...] Os odres velhos de que Cristo nos fala são as estruturas tradicionais antigas, as leis e cerimoniais judaicos e das tradições que, às vezes, são mais duras que qualquer outra coisa. Alguns acham mais fácil anular um verso das Escrituras, que abandonar uma tradição. Muitas vezes entramos em conflito com a Bíblia a fim de obedecermos à nossa estrutura. Se não fosse necessário mudar a lei, Cristo não teria vindo a este mundo. Mas Ele veio para mudar os odres, quebrar as tradições e nos libertar do pecado e de sua condenação.
Muitos líderes são odres velhos e ressequidos, Jesus veio trazer novidade de vida, mas são como fariseus, não deixam Deus colocar algo novo, são duros de corações, iracundos como Saul, não entendem e não aceitam a verdade. Estão fechando o reino do céu [ORTIZ. P. 131].
Como disse o Pr. Maximiliano Neves da Silva: “Existem crentes que tem aparência de sobriedade, mas é como Jesus falou aos fariseus ou crentes velhos de seu tempo:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia!” (Mt 23.27).
[...] Branco por fora é bonito mas dentro tem ossos e todo tipo de podridão. Não seja um crente velho ou velho crente. Ser crente velho não tem nada a ver com a idade. O crente velho tem a ver com a postura, cultura que se instalou em nossa meio assim como várias outras que enchem a cabeça de coisa que não edifica, mas atrapalha quem quer alguma coisa séria com o reino de Deus.
Rompa com essa cultura que não faz parte do reino, vigie e ore para que tua vida não caia nesse marasmo de viver baseado em regra sobre regra, preceito e mais preceito onde só você é detentor da verdade onde todos estão contra você e você é perseguido por causa de tua santidade e verdade onde qualquer coisa te escandaliza e aquilo que deveria escandalizar já não te constrange mais. Onde não há mais lugar para o amor a alegria e a paz [Pr. Maximiliano Neves da Silva].
Para o reino de Deus crescer é necessário largar tradições vetustas e arcaicas, que não trazem edificação nenhuma senão criar dissensão entre o povo de Deus. Portanto deixemo-nos o passado grotesco. Deus está dizendo: “larguem os odres velhos e aceitam as boas novas do Evangelho”. Somente assim o reino de irá crescer.
Os odres velhos, são líderes ancorados no passado. São aqueles que só pensam no passado. São como os israelitas que saíram do Egito, mas o Egito ainda estava neles. Esquecem que Deus tem algo novo para eles. Muitos já passaram 20, 30 anos na obra, porém ainda não entenderam o evangelho da salvação. A Igreja dinâmica muda. Não a doutrina, esta continua a mesma. Precisamos mudar para melhor. Isso também é ser odre novo.
Antigamente não havia rádio e televisão, hoje até o lavrador tem estas coisas. Não havia telefone, hoje quase todos têm um celular. Não havia máquina de escrever, hoje tem computador. Na igreja não havia médicos, dentistas, advogados, porém, hoje há. Havia pastores que não sabiam ler direito, mas hoje há doutores e mestres. Agora estamos em outro momento. Tudo muda e nós precisamos mudar. Mas só uma coisa não muda. Além da doutrina, que é imutável, precisamos sempre de mais unção, poder e graça de Deus. Isso não muda. Sem Ele, nada podemos fazer.
O líder que se ancora no passado não muda. Os membros de sua igreja, acabam e indo para outras igrejas. Eram 500, agora são 300, 200 etc. O culto é o mesmo. Os bancos, os mesmos. A mensagem é sempre a mesma (regra e mais regra). Hoje as coisas mudaram, até os nomes estão mudados, são novos. Deus faz novas todas as coisas. O líder ancorado no passado só faz culto fúnebre e diz: Quando a igreja era pequena, era uma benção. Hoje é grande demais é só têm problemas. Este líder é um tipo de odre velho, mas Deus quer torná-lo hoje um odre novo.
[....] Quando um pai compra uma roupa para seu filho em crescimento, sabe que daqui alguns meses não irão servir mais. Por quê? É lógico: porque o filho cresceu. É o que acontece com a qualquer tipo de estrutura. Qualquer estrutura serve muito bem enquanto as pessoas permanecem como estão. Depois que eles crescem, as estruturas não servem mais. Não podemos continuar usando a mesma roupa, não serve mais. Isto se sucede com a igreja. Quanto mais desenvolvermos no conhecimento da Palavra de Deus, mais vamos perceber que nossas estruturas estão atravancadas e impedindo o livre curso do Espírito Santo. Os fariseus eram assim, não cresceram espiritualmente a ponto de rejeitar o seu próprio Messias.
Os líderes não devem se ofender quando falamos de mudanças de estruturação. Isto significa que estamos crescendo. Se pudermos viver anos e anos acomodados dentro das mesmas estruturas, isto significa que não estamos crescendo. Quando se fala em mudança, Satanás usa sua estratégia dizendo que vamos cair no mundanismo; Ele sabe que Jesus condenou os fariseus e continuar nele para o diabo não tem diferença [Ortiz. P. 131].
Pr. Elias Ribas
Blumenau – SC.
FONTE DE PESQUISA
1. JUAN CARLOS ORTIZ. O discípulo. 6ª Edição, 1980. Editora Betânia. Venda Nova MG.
2. Pr. Maximiliano Neves da Silva.
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