Em primeiro lugar vamos ver o que significa vaidade na nossa
língua portuguesa: Vaidade, segundo o dicionário Aurélio, é a qualidade daquilo
que é vão (fútil, insignificante, que só existe na fantasia, falso, ilusório e
inútil), pode ser também um desejo imoderado de atrair a admiração; presunção.
A vaidade é definida, entre outras coisas, como o excessivo
desejo por merecer a admiração dos outros (Aurélio). Os dicionários dizem ainda
que o vaidoso é presunçoso (convencido),
orgulho excessivo, arrogância e fútil (sem
seriedade).
A vaidade consiste em uma estima exagerada de si mesmo, uma afirmação esnobe da própria identidade. Para alguns, a vaidade é mais utilizada hoje para estética, visual e aparência da própria pessoa.
Jesus sempre nos deu uma grande dica sobre como tratar a
vaidade: “Aquele que quiser ser o maior, que seja o menor”. Isso em tese
deveria servir de orientação e alerta para nos guiar a por um caminho sem
percalços, quando o assunto é vaidade.
“Precisamos estudar a palavra “vaidade” no original hebraico
e grego, compararmos as várias vezes em que ela é usada na Escritura e qual o
verdadeiro sentido que esse vocábulo possuía nos tempos antigos.
Vaidade no hebraico advém de duas palavras. Habel, shav,
que significa vazio e oco. Seu uso no Antigo Testamento estava relacionado ao
abandono do único Deus verdadeiro e à busca de ídolos que não podiam satisfazer
às necessidade de Israel pelo simples fato de não existirem. A adoração a
ídolos, então, tornou-se sinônimo de vaidade, pois era como se o povo israelita
estivesse buscando ajuda no vazio.
“Rejeitaram os estatutos e a aliança que fizera com seus
pais, como as suas advertências com que protestaram contra eles; seguiram os
ídolos e se tornaram vãos...” (2ª Rs 17.15).
No grego, vaidade é representada pelo substantivo mataiotes
e também significa vazio. Não há qualquer relação entre vaidade e o uso de joia roupas ou ornamentos. Seu significado, em primeiro lugar, refere-se ao
mundo criado que, no pecado e sem preencher o propósito inicial para qual foi
criado, tornou-se vazio.
“Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua
vontade, mas por causa do que a sujeitou” (Rm 8.20).
Vaidade no gr. mataiotes é também usado por
Paulo para expor a forma de pensar e o estilo de vida dos gentios que não
agradam a Deus:
“Isto, portanto, digo e no Senhor testifico, que não mais
andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos”
(Ef 4.17).
Vaidade no gr. mataiotes, também podia denotar as
palavras impressionantes, mas vazia, de falsos mestres que muito falam, mas não
possuem conteúdo nenhum:
“Porquanto, proferindo palavras jactanciosas de vaidade,
engodam com paixões carnais, por suas libertinagens, aqueles que estavam
prestes a fugir dos que andam no erro”(2ª Pe 2.18).
[....] As igrejas evangélicas brasileiras têm grande dificuldade de compreender o termo “vaidade” que, no linguajar dos crentes, carrega toda conotação pejorativa. Gostar de vestir-se com esmero, adornar-se com qualquer jóia ou cuidar do cabelo, tingindo ou penteando-o de uma forma estética, é considerado pecado na maioria das igrejas pentecostais. O texto apresentado como base bíblica para tal conclusão é o Salmo 24.3-4.
“Quem subirá ao monte do Senhor, ou que estará no seu santo lugar? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente”.
[....] As igrejas evangélicas brasileiras têm grande dificuldade de compreender o termo “vaidade” que, no linguajar dos crentes, carrega toda conotação pejorativa. Gostar de vestir-se com esmero, adornar-se com qualquer jóia ou cuidar do cabelo, tingindo ou penteando-o de uma forma estética, é considerado pecado na maioria das igrejas pentecostais. O texto apresentado como base bíblica para tal conclusão é o Salmo 24.3-4.
“Quem subirá ao monte do Senhor, ou que estará no seu santo lugar? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente”.
“... que não entrega a sua alma à vaidade...” Vaidade no
hebraico awv - shav significa:
falsidade; vazio de fala, mentira; inutilidade.
A Bíblia também a palavra vaidade quando refere-se ao sopro
(vida), a enfermidade, algo vazio.
“Desde aos meus dias o comprimento de alguns palmos; à tua
presença o prazo da minha vida é nada. Na verdade, todo homem, por mais firme
que esteja, é pura vaidade” (Sl 39.5).
Salomão também usa a palavra vaidade nesse sentido de algo
vazio, oco. “Vaidade de vaidade! Diz o pregador; vaidade de vaidade! Tudo é
vaidade” (Ec 1.2).
Observe que na lógica do apóstolo Paulo, vaidade é colocar
esperança naquilo que é vão, passageiro, perecível. Ele então fala em ver sua
vida à luz da eternidade. Neste mundo tudo é passageiro e ninguém leva nada
daqui. Por isto Salomão diz: “tudo é vaidade”. A vida só deixa de ser vaidade
quando entregamos a nossa vida a Deus e o servimos de todo coração. Tudo que o
homem faz sem dedicar a Deus ou não um alvo que é Cristo é vaidade, ou seja,
vazio [GONDIM - É proibido – P. 67-70].
I. VAIDADE EXTERIOR E INTERIOR
I. VAIDADE EXTERIOR E INTERIOR
As normas de conduta do cristianismo neotestamentário
parecem mais interessadas no interior do que no exterior dos homens. A palavra
“vaidade” não é um termo que descreve uma pessoa cuidadosa vestida ou de
adornos no corpo; pelo contrário, esse vocábulo valoriza-se ao modo de viver de
tudo o que Deus criou é bom e agradável.
“Todas as coisas são puras para os puros; todavia, para os
impuros e descrentes, nada é puro. Porque tanto a mente como a consciência
deles estão corrompidas” (Tt 1.15).
Paulo vivia sob o postulado de que as coisas importantes são
aquelas que não vêem, pois tudo o que os nossos olhos contemplam um dia
passará. Sendo assim, para o apóstolo o que é finito deveria ser considerado
vaidade: “Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem são
temporais, e as que se não se vêem” (2ª Co 4.8).
1. Faz-nos juízes da lei.
1. Faz-nos juízes da lei.
Fazendo uma avaliação sobre alguns costumes do ser humano
constatamos de que tudo que é bom, é considerado errado, ou pecado. Notamos que
as pessoas julgam as outras e não olham pra dentro de si. Avaliam um comportamento
e julgam-no achando que este está errado, mas fazem isso, sem base nenhuma. Se
alguém não gosta e não quer tal costume, então fala mal e cria uma regra como
se fosse uma doutrina bíblica. Muitas vezes, quando estamos julgando nossos
irmãos por causa da sua postura exterior, podemos estar julgando mal e
condenando a si mesma (Rm 2.1-3). O ser humano não tem condições de conhecer o
coração das pessoas. Uma pessoa pode aparentar santa, mas seu coração pode
estar longe de Deus. Você pode julgar e desqualificar uma pessoa pelo seu porte
e aparência exterior, mas são plenamente aceitas por Deus.
“Quando Jesus entrou na casa de Simão, o fariseu (Lc
7.36-38), uma mulher aproximou-se por detrás do Senhor, chorando, regando-lhe
os pés com suas lágrimas, enxugando-os com seus cabelos e ungindo-os com unguento Ao ver isso, o fariseu logo julgou a pobre mulher pela sua aparência
exterior (é os que os fariseus fazem), e pela sua reputação (que também é um
juízo meramente exterior); como se não bastasse, disse consigo mesmo: “Se este
fora profeta, bem saberia quem é essa mulher que tocou, porque é pecadora”.
Jesus então confrontou o fariseu Simão, afirmando que este, mesmo tendo toda
aparência religiosa, estava seco por dentro (sepulcro caiado). Aquela mulher,
todavia, ainda que possuidora de uma baixa reputação era rica interiormente. A
aplicação prática daquele evento foi tremendo: “perdoados lhe são os seus
muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele há quem pouco se perdoa,
pouco ama” (v. 7).
É um exercício inútil julgar uma pessoa pela sua maneira de
vestir, porquanto o profeta Jeremias nos afirma que “Enganoso é o coração, mais
do que todas as cousas, e desesperadamente corrupto, quem conhecerá?” (Jr
17.9).
Julgar sobre quais vestimentas são ou não “vaidosas”
leva-nos a um nível de legalismo sufocante e criminoso. O líder deve se
preocupar com as vestes sensuais e que venham desonrar a quem usa, mas julgar
alguém e dizer que é mundano pelas vestes, caímos da graça do Senhor. “Irmãos,
não faleis mal uns dos outros. Aquele que fala mal do seu irmão, ou julga a seu
irmão, fala mal da lei, e julga a lei; ora se julgas a lei, não és observador
da lei, mas Juiz. Um só é Legislador e juiz, aquele que pode salvar e fazer
perecer; tu, porém, quem é, que julga ao próximo?” (Tg 4.11-12; Cl 2.16, 18).
Estipular que um tipo de ornamento no corpo das mulheres é
vaidade, mas um ministro com prendedor de gravata, ou um dente de ouro não pode
ser vaidade? Ou um quadro que colocamos para enfeitar una casa, os lustres que
usamos para decorar as luzes que iluminam nossas casas, uma banheira de
hidromassagem, uma torneira coberta de ouro no banheiro não seria também uma
espécie de vaidade? Uma camionete dublada e importada também não seria vaidade.
Não seria o uso da gravata uma vaidade? A gravata surgiu em culturas de clima
frio como uma espécie de cachecol que esquentava o pescoço. Entretanto, ao ser
estilizada e aperfeiçoada a ponto de perder sua função inicial, foi lançada na
moda masculina e tornou-se mero adorno no pescoço dos homens. Principalmente
dos políticos autoridades e dos pastores. No Brasil, a gravata não possui utilidade
nenhuma se não adornar. Se é vaidade uma mulher usar brinco, também é vaidade o
homem usar uma gravata.
Se vaidade fosse pecado, porque os templos evangélicos são
tão bonitos, porque os pastores só vão de terno e gravata, as pessoas que frequentam sempre estão com a melhor roupa? Se for assim, são todos pecadores.
Quando os pastores vão há uma reunião convencional,
procuram se apresentar da melhor forma possível. Usam os melhores ternos,
camisas e gravatas prendedores de gravata de ouro e bons sapatos. Tudo isso é
bom e agradável. Mas, nas suas igrejas eles agem diferentes principalmente com
as mulheres. Usam um jugo de proibições colocando um cabresto e ainda chamam de
Jezabel e as tratam muitas vezes como se fossem umas pobres jumentas. Esquecem
dos ensinos bíblicos que a mulher é uma adjutora e ambos tornam uma só carne.
Não seria uma descriminação? Também podemos chamar de hipocrisia?
Para muitos pastores, ver uma mulher adornada é símbolo de mundanismo,
mas um homem de gravata de seda e um prendedor de ouro não são! Não estamos
sendo incoerentes? Não estamos usando dois pesos e duas medidas? Dizer que uma
mulher que usa joia é vaidosa, mas comprar uma camionete do ano e cheio de
frisos niquelados e de cores berrantes não é vaidade? Teríamos de arbitrar
sobre os enfeites que deveríamos fazer parte dos nossos óculos, quais cores
seriam permitidas nas nossas roupas, ou seja, estaríamos presos a um sistema de
fiscalização de nossa conduta. Seriamos, em ultima análise, roubados da
liberdade em Cristo.
Qualquer julgamento temerário que fizermos podemos estar
julgando mal. É o que muitos fazem nas igrejas.
Deus não vê como nós vemos e não condena a nossa cultura,
mas condena sim o pecado e o pecador não arrependido. Se tivermos condições de
nos vestir bem e nos adornarmos, para louvor de sua glória, estamos sendo
abençoados por Ele e isto não é vaidade porque é para Ele. [RICARDO GONDIM. É
proibido. P. 71-78].
Conceito popular de vaidade é declarado na Bíblia pela
expressão composta de vanglória:
“Nada façais por partidarismo, ou vanglória, mas por
humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmos” (Fp 2.3).
“Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja
uns dos outros” (Gl 5.26).
Assim, aprendemos que vaidade é objetivamente descrita como
sentido de vazio, inutilidade e falta de consistência. Todas as vezes que
buscarmos nossa identidade no que for irreal, estamos sendo vaidosos (adoração
de outros deuses, falsa adoração dos fariseus, egocentrismo do homem, ao
exagero e desmedido desejo da carne e dos olhos). Quando a Bíblia fala de
vaidade não está se referindo a roupa, adornos ou bens materiais. Se pensarmos
assim estamos correndo em direção ao vento, que não sabe de onde vem e para
onde vai.
A vaidade no contexto pseudocrístão é muito crucial, porém
na verdade não destingimos a vaidade no sentido de pecado. Por exemplo:
·
Apreciar aplauso.
·
Apreciar elogios demasiados.
·
Gostam de ser elogiados e sentem-se orgulhosos.
·
Se for cantor ou pregador gostam de ver o povo
vibrar enquanto o faz, porém não se sentem bem quando seu colega é apreciado.
2.
Usar leis e proibições de roupas e adornos é inútil
e pode levar a um conceito de salvação pelas obras.
Nos dias do apóstolo Paulo, a igreja de Gálatas foi a que
sofreu pelo legalismo. E ainda hoje muitas igrejas estão sofrendo. A igreja da
galáxia estava impregnada de fariseus convertidos, as heresias deles eram
sutis, pois Paulo precisou escrever uma das suas mais duras cartas. Eles ensinavam
que além da cruz era necessário a circuncisão. Paulo, veemente, contradiz essa
heresia asseverando que se, alguma coisa for acrescentada à cruz, será anulado
todo o poder que dela procede (Gl 4.9-10).
Somos criados para as boas obras, e não pelas boas obras. E
é por meio da fé em
Cristo. Paulo , em 2ª Co 5.17, declara que nos tornamos novas
criaturas. Portanto, devemos abandonar as práticas más e nos voltarmos para a
prática do bem, pois estamos em Cristo Jesus. As boas obras devem ser apenas a
manifestação externa do amor que temos com Deus.
3.
Gerar confusão é na verdade mundanismo.
Usar a questão de usos e costumes e dizer que as pessoas que
usam adornos e roupas da moda amam o mundo significa confundir a real acepção
que a Bíblia atribui ao vocábulo “mundo”.
“Não ameis o mundo nem as cousas que há no mundo. Se alguém
amar o mundo o amor do Pai não está nele; porque tudo que há no mundo, a
concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não
procede do Pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como sua
concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente”
(1ª Jo 2.15-17).
A palavra mundo que João refere-se não se trata do mundo
natural (físico), pois o mundo criado por Deus é muito bom. Embora caído e
sofrendo os efeitos da queda, (Rm 8.20-22). O mundo é descrito na Bíblia como a
sociedade incrédula e rebelde, sob a orientação do diabo que se opõe ao Reino
de Deus. Paulo chega a dizer que este mundo manifesta-se através dos sistemas de
pensamento que rejeitam a verdade (2ª Co 10.4-5). O mundo é todo o sistema
humano e egocêntrico que se desenvolve na cultura e que leva o homem ao exagero
e desmedido desejo da carne, dos olhos e a soberba da vida (1ª Jo 2.16). É o
adoecimento de toda a produção humana e a manifestação do desejo doentio de
poder e pelo dinheiro.
De acordo com 1ª João 2.15, a
falta de amor para com Deus abre espaço para que se desenvolva amor pelo mundo,
que deixa o crente especialmente vulneráveis a áreas de ataque do inimigo. Se
caminhar com fé e firmeza na Palavra, não sentirá inseguro, conseguirá evitar
as armadilhas do pecado sexual, da cobiça, e do orgulho. Estas três áreas de
pecados acontecem quando há insegurança, falta de fé e confiança no Senhor.
Em lª Ts 2.5 e em 2ª Pe 2.3
descreve o pecado do homem que usa sua posição para vantagem própria; para
aproveitar-se das pessoas a quem deve servir, ele vê seus irmãos como criaturas
a serem explodidas e não como filhos de Deus que devem ser servidos.
Estes pecados entristecem e afastam
o Espírito Santo do ser humano. Onde há concupiscência e soberba no coração,
não há lugar para o amor do Pai. O homem terá de escolher um ou outro. A
mensagem de João é: se alguém ama o mundo, o amor do pai não está nele (Jo
2.15).
Quando Jesus esteve neste mundo
ensinou os Seus discípulos acerca do amor dizendo: “Amarás o Senhor, teu Deus,
de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é
o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu
próximo como a ti mesmo” (Mt 22.37-39).
De que forma devo amar a mim mesmo? Todos têm um amor
próprio. Este sentimento de valorização nos foi dado por Deus. Quando nos
vestimos bem e quando cuidamos bem do nosso corpo. Sabemos que ninguém gosta de
estar perto de uma pessoa com roupas sujas, fedorenta, que não escovou os
dentes pela manhã ou que não cuida bem da higiene de seus pés. Nos trajamos
bem, porque entendemos que nossa cultura aquela indumentária será mais bem
aceita. Quando vamos a uma festa de casamento nos enfeitamos porque
consideramos que aquela data requer que estejamos o mais bonito possível. E
aqueles que pintam o cabelo o fazem para se auto-valorizarem. Se isso é
vaidade, ela é aceita e estimulada por Deus. Não há qualquer relação desta busca
com aquele sentimento pernicioso de querer apoiar nossa existência no que é
vazio.
Se para alguns vesti-se bem é vaidade é adotar uma visão
muito reduzida daquilo que o vocábulo representa em toda a Escritura. É
confundir o certo com o errado.
Para Jesus vaidade também é sinônimo do que é vão. Ele
considerava vaidade a piedade dos fariseus: “E em vão (com vaidade) me adoram,
ensinando doutrinas que são preceitos de homens. E, tendo convocado a multidão,
lhes disse: – Ouvi e entendei: Não é o que entra pela boca que contamina o
homem, mas o que sai pela boca, isto, sim contamina o homem”. (Mt 15.9-11).
“Os fariseus julgam as pessoas pelo aparente, por
seus usos e costumes, pela roupa que usa, cor ou tamanho do cabelo, pelas
palavras, atitudes, etc.... é bem verdade que muitas vezes o nosso exterior
reflete o nosso interior, mas precisamos entender que acima de toda aparência
Deus julga o coração! Ele está olhando para a real motivação do coração. Por
isso muitos têm sido rejeitados, por sua aparência, pois certos religiosos
acham que adorador precisa ter “cara” (formato) de crente, quando na verdade o cristão
não tem que ter “cara”, tem que ter vida e vida de Deus! Crentes não tem que
“parecer”, tem que “ser”!
Isso é claramente manifesto na Escritura. O Senhor
explicou ao profeta Ezequiel com as palavras do povo de Israel não expressamente
o que havia em seu coração: “Eles vêm a ti, como o povo costuma vir, e se
assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem
por obra; pois, com a boca, professam muito amor, mas o coração só ambiciona
lucro” (Ez 33.31).
O Senhor também manifestou o mesmo princípio por
intermédio do profeta Isaias: “O Senhor disse: Visto que este povo se aproxima
de mim e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está
longe de mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens,
que maquinalmente aprendeu” (Is 29.13).
Outro dia ouvi uma frase aparentemente medíocre, mas
que na verdade expressa o que muitos “cristãos” tem sido: “por fora bela viola,
mas por dentro pão bolorento”, ou seja, por fora há boa aparência, parece que
tudo está bem, mas na verdade por dentro não há vida, mas podridão, pecado,
presunção e orgulho. O ser humano está mais preocupado com o aparente, com a sua
imagem e reputação sempre mostrando uma atitude hipócrita e orgulhosa diante
das pessoas, e acabam julgando os outros por aquilo que eles mesmos são. “A
vida de pecado dos ímpios se vê no olhar orgulhoso e no coração arrogante” (Pv
21.4).
A Bíblia diz que Deus não despreza o coração
quebrantado (Sl 51.17), mas também diz que Ele resiste, se opõe, frustra e
derrota o coração soberbo (1ª Pe 5.5b). A primeira coisa que Deus mais aborrece
está no livro de provérbios 6.16-17: “Seis coisas o Senhor aborrece, e a
sétima sua alma abomina: OLHOS ALTIVOS (orgulho) .....”. Mas quem é o
orgulhoso? É o soberbo, o insolente, arrogante, desdenhoso, presunçoso,
presumido e auto-suficiente. Deus não recebe adoração de um coração orgulhoso!
Mas o que vai realmente impressioná-lo é quando Ele
encontra em nós um coração quebrantado! Basta Ele ver este coração e logo se
aproxima de nós (Is 57.5; 66.2). Ter um coração quebrantado significa ter um
coração arrependido, um coração humilde, submisso e dependente do Senhor. No mesmo
capítulo que lemos de 1º Pedro e no mesmo versículo 5b, diz que “Deus resiste
aos soberbos, mas aos humildes concede graça”. Quando houver coração
quebrantado haverá favor do Senhor, graça e benção!
Para sermos pessoas quebrantadas a mudança externa
não será a mais importante, mas sim a interna, a que vem de dentro, que vem do
coração e esta é a verdadeira circuncisão. O que Deus precisa moldar e
trabalhar é o que está dentro da cada um de nós, nossa vida, nossos
pensamentos, nossas motivações, nosso coração! Ele sempre trata conosco na raiz
do problema e não no externo, no aparente.
Ser quebrantado e humilde não significa ter um
semblante triste, melancólico, abatido; nunca sorrir e só chorar. O
quebrantamento não é um sentimento, mas é uma decisão; não é uma experiência
única, mas é um processo, um contínuo modo de viver. O quebrantamento é a
destruição da nossa vontade, a fim de que a vida e o Espírito do Senhor operem
em nós e através de nós.
Lembre-se, não há nada que podemos esconder de Deus,
Ele sonda e conhece o nosso coração (Sl 139). Que o Senhor nos de a cada dia um
coração humilde e quebrantado, totalmente submisso a Sua Vontade!
Como sabemos que estamos adorando de todo o nosso
coração? A Bíblia nos diz como determinar a medida desta adoração: “Pois, onde
está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6.21). Seu tesouro reflete-se
pelo que ocupa sua mente, sua vontade e suas emoções. Se você quer saber onde
está seu coração, examine sua mente, sua vontade e suas emoções enquanto adora.
Tudo o que sou e tudo o que falo e penso brotam do
meu coração. O que sai da minha boca reflete como é meu coração.
“O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e
o mau do mau tesouro tira o mal; porque a boca fala do que está cheio o
coração” (Lc 6.45).
Não gostamos de admitir, mas o que dizemos é o que
somos por dentro. O fato é que o que dizemos sempre revelará o que há em nosso
coração.
“Assim como a água reflete o rosto da gente, o
coração mostra o que a pessoa é” (Pv 27.19 – NTLH).
Se de sua boca saem palavras que não glorificam a
Deus nem edificam as pessoas que o cercam, então há algo errado com seu
coração. Entre na presença de Deus e peça que Ele lhe revele qual é o problema
e o purifique. Permita que o Espírito Santo o transforme à imagem de Deus. Quando
você entrega o seu coração a Deus, permite que Sua Palavra comece a agir em sua
vida:
“Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais
cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de
dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os
pensamentos e propósitos do coração” (Hb 4.12).
Imagine a eficácia da Palavra de Deus que é viva e
mais poderosa e afiada do que a espada. Sua Palavra não apenas divide alma e
espírito e juntas e medulas, mas julga os pensamentos e as intenções do
coração. Atravessa o natural e atinge diretamente o espírito.
Depois que Deus operar em seu coração com Sua
Palavra, o Espírito Santo virá e começará a obra de transformar seu coração e
torná-lo semelhante ao d”Ele. Ele intercederá por nós e ministrará às áreas que
causam as impurezas que mancham nosso coração.
“Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em
nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito
intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda
os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é
que ele intercede pelos santos” (Rm 8.26-27).
Nossos momentos de adoração são como um espelho no qual
podemos ver o reflexo do nosso coração. Uma vez que vemos o que Deus vê,
podemos permitir que Seu Espírito opere e renove as coisas que não refletem seu
caráter em nós”. [BEZERRA. Disponível: http://www.louvorprofetico.com.br/site/2008/smb/Detalhes.aspx?IdCategoria=1&IdMateria=21
Pr. Elias Ribas