TEOLOGIA EM FOCO

terça-feira, 30 de abril de 2013

ISLAMISMO



 
I.         INTRODUÇÃO

O Islamismo é a religião dos povos árabes, os quais descendem de Ismael, o filho de Abraão por Agar (Gn 16.15,16). De Ismael descenderam doze príncipes dos povos ismaelitas que ocuparam o Oriente Médio, Ásia, África e parte da Europa (Gn 17.20,21; 25.16).

Hoje o Islamismo propaga-se rapidamente pelo mundo devido a grande imigração dos povos árabes, inclusive para o Brasil, também o seu zelo missionário de fazer prosélitos.   Mesquitas já surgem no Brasil, como é o caso de São Paulo, São José dos Campos, Campo Grande, Brasília etc.

O maior bloco de povos não evangelizado é o islâmico, com mais de 900 milhões de habitantes e cerda de 4.000 etnias, nos cinco continentes.  Oremos intensamente e evangelizemos os povos islâmicos.

II.      HISTÓRICO

1.   O fundador do Islamismo.
O Islamismo foi fundado por Maomé em 622 d.C. na Arábia.  O termo islã significa submissão. Os seguidores são também chamados muçulmanos, que significa “aquele que se submete”.  São ainda chamados maometanos, isto é, seguidores de Maomé.

Em meio a uma conspiração de correligionários, Maomé escapou fugindo para Medina, na Arábia, em 622 d.C. E a hégira (= fuga).  É o marco inicial da religião muçulmana.  A partir daí, Maomé expandiu pelas guerras de conquistas, o domínio árabe, implantando ao mesmo tempo a religião islã.  A isso os árabes chamam de guerra santa. Chegaram a dominar o sul da Europa, inclusive a Península Ibérica. (Este autor visitou demoradamente o célebre castelo de Alhambra, no interior da Espanha, da época do domínio árabe ali, com suas fortificações e edifícios, e ficou muito impressionado com o que viu).

2.   O progenitor do povo árabe.
Os árabes são semitas, parentes próximos dos judeus, pois Ismael (do qual descendem), e Isaque, eram ambos filhos de Abraão. Agar, a mãe de Ismael era egípcia, e, ele por sua vez casou com uma egípcia (Gn 21.9,21). Quando Abraão chegou a Canaã, vindo de Ur dos Caldeus, uma severa fome assolou aquela terra, e ele “desceu” ao Egito, o que não devia ter feito, pois sua chamada era para Canaã, não para o Egito.  No Egito ele teve sérios contratempos, inclusive trouxe de lá uma escrava egípcia, de quem teve Ismael, a conselho de Sara, por ser esta estéril (Gn 12.5-20; 16.1-16).  Tudo isto estava fora da linhagem messiânica traçada por Deus através de Abraão (Gn 18.10-15; Gl 4.22-31).

III.   A VIDA RELIGIOSA DE MAOMÉ

3.   Os primórdios do Islamismo.
Maomé, chamado pelos árabes o profeta do Islamismo, nasceu em 570 d.C. em Meca, Arábia.  Ficou órfão de pai antes de nascer, e, de mãe aos 6 anos. Foi criado, primeiro por seu avô, e depois por um tio.  Pertencia a linha ashemita. Aos 25 anos casou-se com uma viúva de nome Khadijah. Muito cedo ele revelou-se um homem religioso.  Buscava reclusão em cavernas para meditação e jejum. Era chegado a sonhos. A crença que ele tinha de Deus, não se sabe até hoje se provinha do cristianismo ou do judaísmo, ou de ambos.

Maomé cria num só Deus – em árabe Allah. Ele rejeitou o politeísmo idólatra então reinante entre os povos à sua volta. Aos 40 anos, Maomé era um homem voltado para a religião e teve a primeira “visão”, também chamada “revelação”. São estas “revelações” que constituem o Corão (também chamado Alcorão), de que ainda falaremos. Estas “revelações” Maomé as teve até sua morte em 632 d.C. São escritas em forma de versos. Segundo Sir Norman Anderson, um renomado mestre em Islamismo, Maomé dá a entender que duvidava da fonte destas revelações.

4.   A oposição.
A nova religião foi rejeitada a partir da terra natal de Maomé: Meca. Ele e seus seguidores retiram-se para Medina em 16-7-622 d.C. Essa retirada é a hégira, que significa fuga. É o momento decisivo do Islamismo. O calendário muçulmano tem início ai.  Depois o profeta volta a Meca e a conquista pelas armas. Seu plano era um só: unificar os árabes sob um governo teocrático, dizendo ele que esta era a vontade de Deus. O Islamismo propagou-se pela espada, algo que nunca caracterizou o reino de Deus.

5.   A morte de Maomé e o futuro do Islamismo.
Ao morrer em 632, Maomé não deixou diretrizes sobre a sua sucessão. Sucedeu-lhe o califa Abu Bakr que morreu dois anos depois.  Em seguida veio o califa Omar e dois outros: Uthman, e, Alli. Enquanto isso, surgiu dissensões sobre a sucessão dos califas. Uns a queriam por eleição, e outros por sucessão hereditária. Sob o califado de Omar, as fronteiras do mundo islâmico expandiram-se.  Era uma espécie de teocracia em que não havia distinção entre religião e Estado.  Ao chegar ao 4º califa – Alli, acentuou-se a disputa pelo poder e definiram-se as facções religiosas.  A principal facção foi a que resultou do 4º califa, Alli, genro de Maomé, casado com sua filha única – Fátima.  Daí provem o maior grupo islâmico – os sunitas.

Enquanto prosseguiam as disputas em torno a sucessão governamental surgiram ao mesmo tempo conflitos respeito de legislação e teologia.  Uma Segunda facção rival que vem desse tempo são os xiitas que hoje predominam no Irã, sendo seus líderes chamados aiatolás. Uma terceira facção surge-os sufistas, que são os místicos religiosos do islamismo. Estes alegam andar bem perto de Deus mediante seu fervor e zelo religioso e suas orações.

IV.   A FAMÍLIA ISLAMITA

Todo muçulmano deve casar, mesmo os sufistas praticantes do ceticismo religioso. Maomé determinou que o homem case e propague a raça árabe, para desta maneira disseminar o Islamismo.  O homem pode ter até quatro mulheres como esposas legais, contanto que possa sustentá-las e a seus filhos, assim muitos homens casados têm concubinas para terem mais filhos. Portanto o Islamismo não é uma religião bíblica, nem cristã, nem evangélica.  Eles consideram o casamento importante, mas não santificam a união conjugal, uma vez que podem ter várias mulheres.



V.      A RELIGIÃO ISLÃ

O dia santo do Islamismo é a Sexta-feira. Há também um mês santificado: Ramadã, o nono do calendário muçulmano. É o mês do jejum.

Como religião, o Islamismo árabe vem crescendo rapidamente. Várias coisas vêm contribuindo para isso, como passaremos a explicar:

1.      O intercâmbio com as nações do Ocidente.
As nações árabes, antes isoladas por séculos, vêm mais e mais aproximando-se das nações do Novo Mundo.  As razões principais são comércio, indústria, empreendimentos, educação, esporte, diplomacia, com seu aumento de representações e de quadro de pessoal.

2.      Imigração.
Aumentam mais e mais os núcleos árabes em terras do Novo Mundo, trazendo sua cultura, sua língua e sua religião.

3.      Literatura.
As publicações árabes traduzidas estão aumentando por toda a parte, contribuindo decisivamente para o aumento de intercâmbio.

4.      Turismo.
As viagens, no passado demoradas e difíceis sob vários aspectos em relação ao mundo árabe, são hoje facilitadas, em muito contribuindo para aproximação dos árabes entre si e dos demais povos.

5.      Outros pormenores religiosos.
O Islamismo é a religião oficial dos países árabes, daí ela, além do seu papel religiosos, está fortemente ligada a cultura árabe e a política. O Islamismo com facilidade difunde-se, porque não tem iniciação secreta; seu credo e doutrinas são fáceis de se entender; qualquer pessoa interessada pode ingressar na um mah (a congregação local), não existe discriminação racial, nem de cor.  Ela tem um forte chamamento à união universal dos povos.

O Corão (livro) é o manual de doutrina do Islamismo. Tem 144 capítulos (que eles chama surahs).  Parte do Corão foi escrita por Maomé, e o restante foi escrito por seus discípulos após sua morte, porém, como resultado de seus ensinos.  Através dos tempos os dirigentes religiosos foram acrescentando matéria ao Corão, que eles chamam Hadith (significando tradição). O Hadith é para o Corão o que o Talmude é para a Lei, no Judaísmo.  Eles declaram que o Corão foi revelado por Deus, sendo para eles de autoridade divina como a bíblia é para os evangélicos.  Todo assunto de fé e prática de vida entre os muçulmanos depende do Corão.

Outros livros sagrados (porém secundários) são o Torah (a lei de Moisés), o Zabur (os salmos de Davi), o Ingil (o evangelho de Jesus). Ninguém pense que o texto desses outros livros sagrados é idêntico ao das nossas Bíblias; ele tem sido alterado de tal modo que um nosso leitor comum não os reconhecerá. Por outro lado, se um árabe religiosos pegar a Bíblia nossa, ao examinar as seções acima enumeradas, dirá que é falsificada, visto que o texto quase nada tem a ver com os deles.

6.      Maomé.
Segundo o Islamismo, Maomé recebeu revelações únicas de Deus. Ele foi o último e também o perfeito profeta de Deus à humanidade.

7.      As cinco doutrinas fundamentais do Islamismo:
Deus. Existe apenas um verdadeiro Deus que é Allah, e Maomé é o seu profeta. Allah é o único e supremo.  Ele é o criador e único árbitro para salvar o crente da destruição do mundo e colocá-lo no paraíso.

Os anjos. O assunto dos anjos é fundamental na doutrina islâmica.  É artigo de fé que o anjo Gabriel apareceu a Maomé e que foi o instrumento vital na entrega a Maomé, das revelações contidas no Corão. Crêem na realidade de Satanás, bem como em seres espirituais bons e maus que se situam entre os anjos e os homens.

Livros Sagrados. Há quatro livros sagrados, tidos como divinamente inspirados, no Islamismo: O Corão, O Torah, Os Salmos, Os Profetas, e O Evangelho. Os muçulmanos creem que os três últimos estão adulterados pelos judeus e cristãos, e, que o texto que eles têm é o correto (o que é exatamente o contrário, como nos comprova a bibliologia). Também afirmam que sendo o Corão a mais recente e final mensagem de Deus à humanidade ele é superior aos demais livros inspirados do islã.

Os Profetas. O Islamismo crê em numerosos profetas.  Os maiores são Adão, Noé, Abraão, Jesus e Maomé, que é tido como o último e o maior dos profetas.

O Último Dia. Esta é a última das cinco doutrinas fundamentais do Islamismo.  O muçulmano crê que no último dia haverá uma ressurreição e julgamento para todos.  Quem seguiu e obedeceu a Allah como Deus, e a Maomé como seu profeta irá para o céu, chamado no Islamismo de paraíso, um lugar de delícia.  Todos que se opuseram a Allah e a Maomé estarão perdidos e irão para o inferno, onde sofrerão tormento eterno.

Relacionada a esta 5º doutrina básica, está a da predestinação fatalista islâmica, chamada decreto do destino, a qual afirma que todo bem ou mal procede de um decreto divino inevitável.

8.      As cinco colunas da fé, segundo o islamismo.

Trata-se de cinco práticas também fundamentais que todo praticante do Islamismo deve cumprir.  São: O credo, As Orações, As Esmolas, O Jejum, e A Peregrinação a Meca.

Pr. Elias Ribas

sexta-feira, 26 de abril de 2013

A DIVINDADE DE JESUS


Todavia, os títulos e atributos apresentados aqui demonstram que Deus Jeová são nomes polissêmicos. Para conhecermos o texto, é necessário analisar com cuidado a quem se refere: ao Pai, ao Filho ou ao Espírito Santo, uma vez que as três pessoas são chamadas de Deus Jeová. Por causa destes atributos e títulos atribuídos igualmente ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, é que os unicistas ou unitarianos defendem sua doutrina. Por isso, tomamos o cuidado de apresentar esta doutrina dentro da hermenêutica bíblica.

I.         BASE  BÍBLICA

A Bíblia ensina que Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por meio dele, mas o mundo não O conheceu. O Verbo se fez carne, e habitou entre nós. Vimos à glória como do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1.1-3, 14).

O apóstolo João começa seu evangelho denominando Jesus Cristo “O Verbo”, que no grego é logos. Logos para João é uma pessoa, que comunica a realidade de Deus aos homens pela Sua encarnação. Jesus Cristo é O verbo: “Estava vestido com um manto salpicado de Sangue, e o nome pelo qual se chama é o Verbo de Deus” (Ap 19.13).

Jesus é a palavra (“Verbo”) viva (1.1-5). A Bíblia é a palavra escrita (2ª Tm 3.16; 2ª Pe 1.21). Jesus é o “pão da vida” (Jo 6.35) e em Mt 4.4 Ele disse: “Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”. Portanto, comemos a sua carne ao receber e obedecer à Palavra de Deus (Jo 6.63).

“O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida” (1ª Jo 1.1).

João afirma o que ouviu e viu junto com os apóstolos, que Jesus Cristo veio em carne. As heresias gnósticas negaram a humanidade real do Senhor. Enquanto que o tema do Evangelho é: “Jesus é o Cristo” (Jo 20.31), o tema desta epistola é: “Cristo é Jesus”.

João afirma novamente que Cristo era o verbo…. a Palavra da vida eterna. O verbo se fez carne e habitou entre nós. Em Jesus, Deus tornou-se humano com a mesma natureza do homem, mas sem pecado. Jesus Cristo tinha duas naturezas, a natureza divina e a natureza humana.

O homem ao pecar procurou esconder sua nudez cobrindo sua nudez com folhas de figueira. Porém, Deus não aceitou as vestimentas que Adão fez para cobrir-se, pois as “folhas de figueira” significam meios humanos para a redenção, como religiões, filosofias, obras e justiça dos homens, que, para o Senhor são como trapo de imundície (Is 30.1; 64.6). A salvação é pela graça (Ef 2.8-9). “Folhas de figueiras” duram pouco e se desfazem, sob o calor do sol. Os recursos humanos que o homem cria para sua própria redenção, são frágeis, e de pouca duração na presença do “Sol da Justiça”, que é Jesus (Ml 4.2; Jo 8.12).

Ao invés de se limitar a proferir juízos inclementes e condenar o casal pecador, como bem mereciam, Deus decidiu encaminhar-lhes um raio de esperança, prometendo um futuro livramento através da semente da mulher, Cristo Jesus.

Deus vestiu-os (Gn 3.21), através de pele de um animal que foi imolado, o qual prefigura a obra de Jesus realizando por nós na cruz (Rm 4.25; 2ª Co 5.14-15).

Acreditamos piamente que a túnica de peles com que Deus vestiu a Adão e sua esposa requereu a imolação dum animal. Sem dúvida alguma houve derramamento de sangue, e aqui o princípio bíblico da substituição começou a ter lugar proeminente no processo redentivo da humanidade. Um animal foi morto para que Adão revivesse espiritualmente. Sem dúvida o sangue daquele animal simbolizava o sangue do Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Por esta razão Deus enviou Seu Filho Jesus ao mundo. O qual sendo Deus tomou forma humana para oferecer em sacrifício sua vida para redenção dos pecadores. A Bíblia diz que o Cordeiro de Deus já tinha sido imolado antes da fundação do mundo. O plano para salvação da humanidade já estava no coração do Pai, do Filho e do Espírito Santo antes da queda do homem.

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).

Deus enviou de onde? É lógico que Jesus veio do Pai; Pois Jesus estava na criação com o Pai. “Porque eu não tenho falado por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou...” (Jo 12.49). Esta Palavra tira toda a nossa dúvida, pois devemos crer que Jesus é Deus e estava com Deus, e não devemos aceitar as baboseiras dos falsos mestres. Na primeira carta de João ele prescreve dizendo:

Como o efeito do pecado de Adão estendeu-se muito além do primeiro homem, assim Cristo tem um efeito muito além de si mesmo Deus. Jamais algum homem poderia salvar o ser humano, somente Deus através de seu único Filho, Jesus Cristo. “(E a vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vô-la anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada), o que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo. Estas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa alegria seja completa” (1ª Jo 2-4).

Quem estava com o Pai e nos foi manifesta? Pela Palavra de Deus cremos e afirmamos que o apóstolo do amor está falando do verbo de Deus da pessoa de Jesus Cristo. Para termos a comunhão com a Igreja, é necessário primeiro ter a verdadeira comunhão que é com o Pai e com o Filho… para que a nossa alegria seja completa.

Notemos a semelhança entre o Evangelho de João e sua carta concernente ao Verbo de Deus. Em ambos Cristo é a palavra: a expressão. No evangelho Ele expressa o que Cristo é – é a Palavra de Deus; na epistola Ele expressa o que a vida é – é a Palavra da vida. Se queremos saber o que significa a “vida eterna” podemos vê-la revelada em Cristo. Em resumo podemos dizer que é uma vida de intimidade com o Pai.

Este pequeno capítulo fala muito de comunhão. A palavra significa “comum interesse”, e podemos meditar sobre todos os interesses que temos em comum com o Pai e o Filho.

“Replicou-lhes Jesus: Se Deus fosse, de fato, vosso pai, certamente, me havíeis de amar; porque eu vim de Deus e aqui estou; pois não vim de mim mesmo, mas ele me enviou” (Jo 8.42).

Podemos ver como neste trecho Cristo revela a verdade a respeito do Pai e de si mesmo: “...porque eu vim de Deus” (o pai); “...mas ele me enviou”.

Aqui, Jesus declara um princípio fundamental da salvação, a saber, a evidência de sermos verdadeiros filhos de Deus, (nascidos de novo da parte de Deus) está na nossa demonstração de amor a Jesus. Então, devemos manifestar uma fé sincera e obediente. Do contrário é falsa a nossa fé.

1.   Jesus Criador.
Jesus é incomparável e Criador de tudo quanto existe. Ele, sendo Deus e estava juntamente com o Pai e o Espírito Santo na criação de todas as coisas, as visíveis e as invisíveis. O apóstolo Paulo prescreve em Colossenses 1.16-17: “Pois nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para Ele. 17 Ele é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste”.

Paulo afirma a atividade criadora de Cristo, todas coisas, tanto as materiais, quanto as espirituais. E todas as coisas subsistem e são sustentadas por Ele.

“Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder; o qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir, não só no presente século, mas também no vindouro. E pôs todas as coisas debaixo dos pés, e para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja” (Ef 1.17-22).

Jesus já nasceu como o Cristo de Deus (Lc 2.11). O destruidor é o Diabo, mas Jesus veio para nos trazer vida (Jo 10.10). Jesus de Nazaré continua vivo; foi em seu nome que o coxo foi curado (At 3.6). É o herdeiro e Criador: “Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho. A quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo” (Hebreus 1.1-2).

Estes dois primeiros versículos estabelecem o tema principal deste assunto. No passado, o instrumento principal de Deus para Sua revelação foram os profetas, mas agora Ele tem falado, ou se revelado pelo Seu Filho Jesus Cristo, que é supremo sobre todas coisas.

2.    Jesus o Messias do Pai.
O tema central da Bíblia é Jesus Cristo. Negar a divindade de Cristo é negar a autoridade da Bíblia, é o mesmo que se tornar inimigo da cruz. A Bíblia diz que: “Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (1ª Co 3.11).

“Reunidos os fariseus, interrogou-os Jesus: Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Responderam-lhe eles: De Davi. Replicou-lhes Jesus: Como, pois, Davi, pelo Espírito, chama-lhe Senhor, dizendo: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés? Se Davi, pois, lhe chama Senhor, como é ele seu filho? E ninguém lhe podia responder palavra, nem ousou alguém, a partir daquele dia, fazer-lhe perguntas” (Mt 22.41-46).

Os fariseus tinham estudado muito sobre a natureza do Messias. Conheciam o Messias como o filho de Davi, mas não o Senhor de Davi e como o Filho de Deus.

Os unicistas têm deturpado o evangelho, seguindo suas ideias e revelações de espíritos enganadores, ludibriando assim a fé de milhares de pessoas e arrastando consigo para o inferno. Se negares a Cristo como Divino é desistir da vida eterna; “Aquele crê no Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece” (Jo 3.36).

A negação da divindade de Jesus é a principal causa que exclui os unicistas do meio evangélico. Ora se Jesus não fosse Deus também não teríamos redenção eterna, nem vitória total contra o mal, nem evangelho nenhum para pregar aos perdidos. Também a Bíblia seria um conjunto de mentiras.

“De quanto mais severo castigo julgais vós será considerado digno aquele que calcou aos pés o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança com o qual foi santificado, e ultrajou o Espírito da graça?” (Hb 10.29).

2.        Os que estão em Cristo Jesus.
“Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1). Paulo acaba de demonstrar que a vida sem a graça de Cristo é derrota, miséria e escravidão do pecado. Agora, em Rm 8, Paulo nos diz que a vida espiritual, a liberdade da condenação, a vitória sobre o pecado e a comunhão com Deus nos vem pela união com Cristo, mediante o Espírito Santo que em nós habita. Ao recebermos o espírito Santo e sermos por Ele dirigidos, somos libertos do poder do pecado e prosseguimos adiante para a glorificação em Cristo. Essa é a vida cristã normal, segundo a plena provisão do evangelho.

II.      PROFECIAS REFERENTES À VIDA E OBRA DE JESUS CRISTO

PROFECIA
ASSUNTO
CUMPRIMENTO
1 Is 7.14 O nascimento virginal de Cristo Mt 1.23
2 Is 40.3 Jesus precedido por João Mt 3.3
3 Is 42.1-4 Revestido com poder do Espírito Santo Mt 12.18,28
4 Is 9.1,2 O ministério de Jesus na Galiléia Mt 4.15
5 Is 53.9 A vida de Jesus sem pecado 1ª Pe 2.22
6 Is 53.4 A cura de enfermos Mt 8.17
7 Is 56.7 A purificação do templo Mt 21.13
8 Is 53.7,8 A morte na cruz I Pe 2.24
9 Is 25.8 A vitória sobre a morte I Co 15.55
10 Is 28.16 A salvação oferecida pela fé Rm 10:.1
11 Is 59.20 A volta de Jesus Rm 11.26
12 Is 45.23 Todo o joelho se dobrará perante Ele Fp 2.10
13 Is 49.1 O nome de Jesus Lc 1.30-33
14 Is 49.2 A Palavra em sua boca tinha poder AP 1.16; 19.15
15 Is 49.6 Luz para os gentios Jo 8.12
16 Is 49.7 Rejeitado por seu povo – Israel Jo 1.10-11
17 Is 49:7 Adorado por todos – glória futura Fp 2.6-9

III.   AS CREDENCIAIS DE JESUS

1        Jesus é salvador?
Jeová é o Salvador (Is 43.11; 45.21; Os 13.4).
Jesus é o Salvador (Tt 1.3-4; 2.13; 3.4-6; 2ª Pe 1.1).

2        Jesus tem autoridade para perdoar pecados?
Jeová perdoa pecados (Is 43.25).
Jesus perdoa pecados (Mc 2.5-10; Lc 5.21-25; 1ª Co 8.12; Ef 4.32).

3        Jesus é preexistente?
Jeová é eterno (Sl 90.2).
Jesus é eterno (Mq 5.2; Jo 1.1; 8.58; Cl 1.17; Hb 7.3).

4        Jesus é o Filho de Deus?
Como os ouvintes entenderam a declaração de Jesus de que Ele era o Filho de Deus? Mateus 16.17 “Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai, que está nos céus”. (Outras ref. Jo 5.18; 10.28-33).

IV.   A RESSURREIÇÃO DE JESUS
  • Jesus afirmou que ressuscitaria corporalmente (Mt 12.40; Jo 2.19-22).
  • O corpo de Jesus não foi encontrado no túmulo (Lc 24.1-6).
  • Jesus afirmou aos discípulos que não era um espírito, mas que tinha corpo com carne e osso (Lc 24.36-43).
  • Jesus disse a Tomé para que tocasse nele. Será que Tomé estava sendo enganado por Jesus? (Jo 20.27).
  • Estevão viu Jesus como o Filho do Homem em pé (At 7.55-56). Jesus, como mediador entre Deus e os homens, ratem seu corpo de homem (1ª Tm 2.5).
  • Em Jesus habitava corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl 2.9).
Paulo mostra que o fato histórico da ressurreição de Cristo é fundamental ao Evangelho. Sem um Cristo ressurreto, não teríamos Evangelho nenhum para anunciar! “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã a nossa fé. Se mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E ainda mais: os que dormiram em Cristo perecem” (1ª Co 15.14,17-18).

Paulo confessou abertamente que a ressurreição de Cristo era um fato absolutamente fundamental à sua pregação, pois sem essa ressurreição, não havia mensagem alguma de salvação e nem esperança para se pregar.

Cristo fala da sua ressurreição. “Destruí este santuário, e em três dias o reconstruirei” (Jo 2.19). Cristo mesmo afirmou que Sua futura ressurreição seria o sinal pedido pelos judeus.

De todas as religiões existentes no mundo, o cristianismo é a única que teve seu fundador ressurreto. De fato, os primeiros apóstolos demonstravam a autenticidade do cristianismo baseado no fato da ressurreição do Senhor Jesus Cristo. É interessante notar que a maioria das mensagens apresentadas no livro de Atos enfatiza a morte, sepultamento e ressurreição (At 1.22; 4.33; 17.18-31).

1.    O valor da ressurreição.
 Cristo considerou tão importante a Sua ressurreição que permaneceu quarenta dias na terra após ressuscitar para apresentar e mostrar muitas provas incontestáveis. At 1.3 a estes também, depois de ter padecido, se apresentou vivo, com muitas provas incontestáveis, aparecendo-lhes durante quarenta dias e falando das coisas concernentes ao reino de Deus.

Não somente os crentes em Jesus consideram o fato da ressurreição de Cristo como de suprema importância de sua fé, também os inimigos de Cristo se puseram desmentir esse acontecimento, destruiria pela base a fé cristã.

A recusa de muitos em admitir e confessar o fato da ressurreição não é novidade do século XX, pois tal atitude se manifestou logo após a ressurreição do Mestre! Lemos em Mateus 28.12-15 diz: “Reunindo-se eles em conselho com os anciãos, deram grande soma de dinheiro aos soldados, recomendando-lhes que dissessem: Vieram de noite os discípulos d’Ele e o roubaram, enquanto dormíamos. Caso isso chegue ao conhecimento do governador, nós o persuadiremos, e vos poremos em segurança. Eles, recebendo o dinheiro fizeram como estavam instruídos. Esta versão divulgou-se entre os judeus até o dia de hoje”.

Outros indivíduos, não querendo admitir o fato da ressurreição, preferem acreditar que Jesus apenas desmaiou, mas não morreu. Tal teoria não convence as pessoas de mente sadia e bem intencionadas, o mesmo Cristo reapareceu em pleno vigor físico e mental; não estado de fraqueza ou semi-inconsciência. Além disso, os mesmos soldados que crucificaram Jesus cravaram uma lança no Seu lado esquerdo, e observaram que das Suas feridas saíram sangue e água, do qual João foi também testemunha ocular (Jo 19.34-35).

Os fisiologistas dos nossos dias são unânimes em declarar que tal efusão de água e sangue dos órgãos vitais do corpo resulta da morte do organismo previamente ocorrida.

Outros críticos incrédulos preferem dizer que Jesus apareceu apenas em espírito. Porém, Jesus fez questão de comer na presença de muitas testemunhas após Sua ressurreição, comprovando assim a qualidade física do seu corpo ressurreto. “Vede as minhas mãos e os meus pés, que Sou Eu mesmo; apalpai-me e verificai, porque um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que Eu tenho” (Lc 24.39).

É mais correto concluir que aqueles que não creem, nem aceitam a ressurreição corporal do Senhor Jesus Cristo, adotam tal atitude para por meio dela tentarem acalmar sua consciência e daí evitarem a responsabilidade de responder à chamada pessoal e insistente de Jesus Cristo em seus corações, para que creiam no Evangelho, se arrependam, abandonem as vis imaginações humanas, as heresias e recebam a salvação que Jesus lhes oferece graciosamente.

2.   A veracidade do relato da ressurreição.
 Havendo examinado vários argumentos contrários à ressurreição, vamos ver as evidências que comprovam a veracidade desse fato histórico.

A.     Túmulo vazio.
“E, olhando, viram que a pedra já estava removida; pois era muito grande. Entrando no túmulo, viram um jovem assentado ao lado direito, vestido de branco; e ficaram surpreendidas e atemorizadas. Ele porém, lhes disse: Não vos atemorize; buscai a Jesus, o Nazareno, que foi crucificado; Ele ressuscitou, não está mais aqui; vede o lugar onde o tinham posto”. Em primeiro lugar, temos a evidência do sepulcro vazio (Mc 16.4-6).

B.     Os lençóis deixados em ordem.

“Ambos corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais depressa do que Pedro e chegou primeiro ao sepulcro; E, abaixando-se, viu os lençóis de linho; todavia não entrou. Então, Simão Pedro, seguindo-o, chegou e entrou no sepulcro. Ele também viu os lençóis” 
( Jo 20.4-6).


Há, em segundo lugar, a evidência da mortalha e toalha de linho que envolveram o corpo de Jesus, deixadas em perfeita ordem dentro do sepulcro. Foram deixadas da maneira que estavam sobre o corpo do Senhor! Pedro e João notaram este fato ao chegarem ao túmulo. Ora se Jesus tivesse simplesmente despertado de um desmaio, ou se Seu corpo tivesse sido roubado às pressas, como explicar os panos mortuários deixados em ordem.

C.     O testemunho dos soldados.
“E eis que houve um grande terremoto; porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela. O seu aspecto era como um relâmpago, e suas vestes, alvas como a neve. E os guardas tremeram espavoridos e ficaram como se estivessem mortos” (Mt 28.2-4).

Em terceiro lugar, ouviu-se, da boca dos próprios guardas, em seu relatório aos anciãos judaicos, o caso da aparição de um fulgurante anjo do Senhor, que removeu a pedra da porta do sepulcro de Jesus. É evidente que Jesus para sair do túmulo não precisava da pedra removida nem de terremotos. O anjo veio e removeu a pedra para que as testemunhas oculares contemplassem o sepulcro vazio, bem como os panos mortuários de Jesus, por Ele deixados em perfeita ordem ao ressuscitar. Ele se levantou e saiu dentre esses panos sem os desarrumar! Aleluia!

D.     Os testemunhos dos discípulos.
Em quarto lugar veremos as palavras do apóstolo Paulo em 1ª Co 15.3-7 “Antes de tudo, vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras. E que foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E apareceu a Cefas e, depois, aos doze. Depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive até agora; porém alguns já dormem. Depois, foi visto por Tiago, mais tarde, por todos os apóstolos”.

Essas são as testemunhas vivas naqueles dias e que atestavam terem visto a Jesus ressurreto durante o período de quarenta dias antes da sua ascensão. Todos os onze apóstolos viram-no e com Ele falaram. Depois um grupo de quinhentas pessoas também viram-no pouco antes da sua ascensão. João afirma claramente (Jo 7.5) que, no início do ministério de Jesus, seus próprios irmãos não criam nEle. Sabemos que eles passaram a crer e permaneceram fiéis a Jesus após Sua ressurreição, pois At 1.14 menciona como estando no cenáculo com os demais discípulos por ocasião do Pentecostes.

Durante os quarenta dias que permaneceu na terra após a Sua ressurreição, Jesus apareceu às seguintes pessoas:

  • A Maria Madalena                                                        Jo 20.11-18
  • Aos dez sob portas fechadas                                        Jo 20.19-23
  • Aos onze, inclusive Tomé                                             Jo 20.26-29.
  • Aos sete, à beira do Mar da Galiléia                             Jo 21.1-14.
  • A Pedro                                                                         Lc 24.34; 1ª Co 15.5.
  • A Maria Madalena e a outra Maria                               Mt 28.1-10.
  • A Joana, Maria e as demais mulheres                           Lc 24.1-10.
  • Aos onze num monte da Galiléia                                  Mt 28.16-17.
  • Aos dois, no caminho de Emaús                                   Lc 24.13-35.
  • Aos quinhentos Galileus                                               1ª Co 15.6.
  • A Tiago                                                                         1ª Co 15.7.
  • A todos os apóstolos                                                     1ª Co 15.7.
  • A Paulo                                                                         1ª Co 15.8; At 9.3-7.
  • A Estevão                                                                     At 7.35-60.

Essa é a relação das verdadeiras Testemunhas de Jesus, porém cabe a cada um escolher em acreditar se as testemunhas-de-jeová os as verdadeiras testemunhas da ressurreição de Cristo.

Pr. Elias Ribas

quarta-feira, 10 de abril de 2013

COMO FORAM IMPLANTADOS OS USOS E COSTUMES NAS IGREJAS ASSEMBLÉIA DE DEUS


Quando os missionários Gunnar Adolf Vingre e Daniel Högberg ou Berg, como ficou conhecido) fundaram a primeira igreja pentecostal do Brasil em 18 de junho de 1911, denominaram-na Missão da Fé Apostólica.

Entretanto sete anos depois, Gunnar Vingre e Daniel Berg, agora acompanhados dos missionários Otto Nelson e Samuel Nyströem, acharam por bem mudar o nome da igreja de Missão Apostólica para Assembleia de Deus. 

Os missionários Adina e Otto Nelson, quando chegaram ao Rio de Janeiro em 1945, ocasião em que o missionário assumiu a presidência das Assembleias de Deus em São Cristóvão, RJ. Em 1946, durante sua gestão, seria publicada a polêmica resolução sobre vestimentas. 

1. A POLÊMICA DAS RESOLUÇÕES DA ASSEMBLÍEA DE DEUS NO RIO DE JANEIRO PUBLICADO NO MENSAGEIRO DA PAZ. 

Após a fala de bruno Skolimowski, o pastor José Teixeira rego, iniciando um dos debates mais marcantes da Convenção de 1946, aproveita as palavras de Skolimowski para ler um artigo publicado no Mensageiro da Paz que criou a maior polêmica em todo o Brasil naquele ano. O artigo em questão tratava-se das resoluções tomadas pelo presbitério da Assembleia de Deus em São Cristóvão, RJ, assinadas em nome do ministério da igreja e impondo regras de vestimentas às irmãs. O texto polêmico foi publicado na página 3 da 1ª quinzena de julho de 1946, exatamente como se segue: 

Resolução das Assembleias de Deus em São Cristóvão, Rio de Janeiro. 

As assembleias de Deus, tanto neste país como em todo o mundo, estão hoje em grande perigo de serem invadidas pelo espírito de mundanismo, como tem acontecido às igrejas das denominações; e, quando isso acontecer, o Espírito Santo fica triste e sem liberdade de ação e, por fim, tem que retirar-se, tanto do crente em particular como de uma igreja, onde esse espírito terrível tem liberdade de entrar. 

Deus sabia desde o princípio que a mulher é a parte mais fraca e mais facilmente tentada pela vaidade, por isso nas Sagradas Escrituras como as mulheres que professam o nome de Jesus devem vestir-se e pentear-se (1ª Pe 3.1-5). 

O ministério desta igreja sente uma grande responsabilidade, especialmente entendendo que é a igreja-mãe de todas as igrejas do Distrito Federal e do Estado do Rio de Janeiro. Por isso, este ministério, como os irmãos membros da mesma, sentem que esta igreja deve ser um exemplo de modéstia e santidade para todas as igrejas consideradas filhas. Ainda mais, a igreja está situada na capital federal e, portanto, deve ser um exemplo para todas as igrejas do Brasil. 

Em vista do exposto, a igreja unanimemente, na sua sessão ordinária de 4 de junho de 1946, resolveu o seguinte:

Não será permitido a nenhuma irmã membro desta igreja raspar sobrancelhas, cabelo solto, cortado ou tingido, permanente ou outras extravagâncias de penteado, conforme usa o mundo, mas que se penteiam simplesmente como convém às que professam a Cristo como salvador e rei. 

2.      Os vestidos devem ser suficientes compridos para cobrir o corpo com todo o pudor e modéstia, sem decotes exagerados e as mangas devem ser compridas. 

3.      Se recomenda às irmãs que usem meias, especialmente as esposas dos pastores, anciãos, diáconos professoras de Escola Dominical, e dos que cantam no coro ou tocam. 

4.      Esta resolução regerá também as congregações desta igreja. 

5.      As irmãs que não obedecem ao que acima foi exposto serão desligadas da comunhão por um período de três meses. Terminando este prazo, e não havendo obedecido à resolução da igreja, serão cortadas definitivamente por pecado de rebelião. 

6.      Nenhuma irmã será aceita em comunhão se não obedecer a estas regras de boa moral, separação do mundo e uma vida santa com Jesus. 

Estamos certos de que todas as irmãs que amam ao senhor Jesus cumpriram, com gozo, o que foi resolvido pela igreja. 

Após ler o texto acima para os convencionais, o pastor José Teixeira Rego “analisou o artigo”, criticando-o que no que foi seguido por outros convencionais. 

Outros irmãos falaram bastante nesse assunto, mostrando a tristeza e descontentamento que o referido artigo produziu. 

O assunto foi considerado tão sério que, pela primeira vez na história da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, houve uma sessão extraordinária à noite, apenas para tratar do assunto. Às 19h. os convencionais voltaram a se reunir dando continuidade no assunto da reunião anterior, acerca do artigo em forma de lei publicado no Mensageiro da Paz. Escreve o 1º secretário José Menezes que “outros irmãos cometeram e refutaram o referido artigo com novos argumentos e maiores esclarecimentos”. 

A ata da Convenção Geral de 1946 não nos diz que explicações do ministério são essas, mas o texto bíblico (Sl 5.6) aludido por ele fala dos mentirosos e fraudulentos. Pelo jeito, foi um discurso duro. 

Como mais a frente, em um trecho da ata de 1946, o secretário José Menezes retifica sua alusão ao ministério da igreja carioca como responsável pela resolução em debate, afirmando que o presbitério de São Cristóvão era o verdadeiro responsável pela mesma, infere-se que Nyström estava sugerindo, ao citar salmos 5.6, que era o presbitério da AD em São Cristóvão teria liberado sem a concordância da liderança local. 

Otto Nelson em nenhum momento se manifestou na Convenção em Recife sobre a polêmica resolução. Porém, comentários da época dão conta de que as resoluções foram influenciadas pelas críticas das AD de Madureira, que era muito rígida na área de costumes. 

Aproveitando a informação de que a resolução fora publicada em desacordo, “o irmão Kolenda propõe seja redigido um artigo para ser publicado no Mensageiro da Paz corrigindo e afastando aquele que causou tanta perturbação nas igrejas”. O pastor José Bezerra da Silva “propôs que fosse nomeada uma comissão da Convenção para [o artigo pessoal] ser publicado conforme a proposta de Kolenda”. Ouvidas as propostas, a decisão dos convencionais foi que, em vez de uma comissão, apenas uma pessoa confeccionaria o artigo-resposta. 

A escolha recaiu sobre o irmão Samuel Nyström que se entenderá com a convenção a respeito em reunião posterior. 

Tendo alguns irmãos exigido maior firmeza da parte da Convenção, informou o presidente que a missão que representa [a missão sueca] também não está de acordo com a resolução da Assembleia de Deus no Rio de Janeiro, publicada no Mensageiro da Paz. 

A retratação da igreja carioca foi publicada na edição da 2ª quinzena de janeiro de 1947 do Mensageiro da Paz, assim como se segue: 

“O Ministério da Assembleia de Deus do Rio de janeiro deseja fazer público que, de acordo com a igreja, retira as regras publicadas no Mensageiro da Paz da 1ª quinzena de julho, estabelecidas para as irmãs membros da igreja, pois sem elas as irmãs obedecem a Palavra de Deus”. 

2.      DANDO LUGAR À OPERAÇÃO DO ESPÍRITO 

Já o artigo doutrinário de Samuel Nyström sobre a polêmica foi publicado já na edição da 1ª quinzena de Janeiro de 1947. Por seu conteúdo ter sido aprovado pelos convencionais em Recife, o artigo tem naturalmente peso de resolução de Convenção Geral. Devido à sua importância, transcreveremos na íntegra o artigo do irmão Nyström. 

Em qualquer tempo, ou circunstância, devemos lembrar-nos que não se consegue fazer a obra do Senhor por força e nem por mios violentos, resoluções ou imposições, mas a obra do Senhor se realiza pela intervenção divina criativa de Deus e pela lei do crescimento externo da obra do Senhor, mas igualmente quando se tratar do crescimento interno desta, tanto individual como coletivamente. 

Mesmo durante a dispensação da Lei, a Lei não conseguiu outra coisa senão descobrir e pôr o pecado em atividade, tendo como resultado a morte. Paulo disse: “Outrora, sem a lei, eu vivia; mas, sobrevindo o preceito, reviveu o pecado, e eu morri. E o mandamento que me fora para vida, verifiquei que este mesmo se me tornou para morte. Porque o pecado, prevalecendo-se do mandamento, pelo mesmo mandamento, me enganou e me matou” (Rm 79-11). Enquanto a fé não tinha vindo, a Lei teve um alvo como pedagogo, conduzir homens a Cristo. Mas, tendo vindo a fé, não estamos mais de baixo do pedagogo (a Lei), e nem devemos fazer ressuscitar leis ou inventar outras leis para que não fiquemos no lugar dos gálatas, que foram chamados insensato e a respeito dos quais Paulo temia que todo o seu trabalho tornasse vão (Gl 2.2; 2.21; 4.11). 

“De maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé” (Gl 3.24). “Mas, tendo vindo a fé, já não permanecemos subordinados ao aio” (Gl 3.25). 

Cristo veio com a graça e, então a Dispensação da Lei se encerrou. Em lugar do mandamento prévio, que foi ab-rogado por sua fraqueza e inutilidade, pois ‘a Lei nada fez perfeito’; foi introduzida uma melhor esperança, pela qual nós chegamos a Deus: Cristo que é nosso sacerdote, segundo o poder de Deus uma vida indissolúvel (Hb 7.16-19). Portanto, o que realmente tem valor para nós é ‘a fé que opera por amor’ por isso não nos justificamos pela Lei ou leis, para não sermos decaídos da graça e separados de Cristo (Gl 5.6). 

Estatutos de ordenanças para os que morreram em Cristo não tem utilidade nenhuma, segundo as palavras de Paulo: 

“Vocês morreram com Cristo e por isso estão livres dos espíritos maus que dominam o Universo. Então, por que é que vocês estão vivendo como se fossem deste mundo? Não obedeçam mais a regras como estas: “Não toque nesta coisa”, “não prove aquela”, “não pegue naquela”. Todas essas proibições têm a ver com coisas que se tornam inúteis depois de usadas. São apenas regras e ensinamentos que as pessoas inventam. De fato, essas regras parecem ser sábias, ao exigirem a adoração forçada dos anjos, a falsa humildade e um modo duro de tratar o corpo. Mas tudo isso não tem nenhum valor para controlar as paixões que levam à imoralidade” (Cl 2.19-23). 

A ordenança para manifestar humildade e severidade para o corpo servem para satisfazer a carne, o erro, e elas com facilidade arranjam os que se julgam mais santos do que outros, isto resulta em inchação vã, e cria o espírito de fariseus, que é o maior impedimento para as bênçãos de Deus. 

Ao contrário, o que vem sendo operado pelo Espírito Santo quebranta e derrete as durezas do coração, operando a verdadeira humildade, e esta não tem o enfeite exterior como base de santificação ou para ser membro de uma igreja, mas o homem novo, nascido pelo Espírito e dirigido pelo Espírito. O homem que está escondido no coração se conhece por um vestido incorruptível, por espírito manso e tranquilo, que é de grande estima diante de Deus (1ª Pe 3.3-4). 

Este nascido do Espírito, seja homem ou mulher, não procura se exibir nem com vestidos nem com sabedoria ou seus talentos, nem com o que possui materialmente, e ainda menos com seus dons e posição espiritual, o que seria o cúmulo da vaidade. Não é um apaixonado por modas e as mudanças, mas é discreto na sua aparência. Não se veste para que o vestuário chame atenção pela sua extravagância para a sensualidade, nem se veste para que todos o notem pelo seu modo esquisito de trajar. 

Há muitos países e também muitas foras de trajar neste mundo, bem como muitos climas diferentes, e tudo isso deve ser considerado, mas com a Palavra diz: ‘Com modéstia e sobriedade’. O que a Escritura ensina em relação a este assunto é que as mulheres devem ser castas e tementes a Deus tantos as que são casadas como as moças e, então, tais obedientes como Sara, não produzirão escândalos. Temos as advertências neste sentido em 1ª Timóteo 2.9-10 e 1 Pedro 3.1-6, e convém atentar para a palavra inspirada, então o Espírito Santo operará em vós o que for digno e de boa fama, e sereis agradáveis a Deus. 

Lembremo-nos também que há muitas coisas que são igualmente perigosas para a obra do Senhor, que só pelo Espírito Santo poderão ser removidas, como o amor ao dinheiro que nem sempre ostenta com a ‘lapela da avareza’ para se ver, entretanto é a raiz de todos os males. O homem ostentando justiça própria, criticando tudo e todos, é um indivíduo perigoso para o avanço e a unidade da obra do Senhor, porque é difícil para o convencer e a seus adeptos. 

Mas, é pelo poder do Espírito do Senhor que a obra de Deus irá avante. Ele verdadeiramente só se pode servir dos que são humildes, prontos para deixar os seus próprios planos para edificação da igreja e da sua santificação, e a deixar o Espírito Santo usar a Palavra de Deus para este fim. Então, será ‘Deus o que opera eficazmente em vós tanto o querer como o perfazer, segundo a sua boa vontade (Fp 2.13). 

Sabemos que, apesar dessa resolução, algumas igrejas mantiveram por longo tempo regras muito rígidas [legalistas] quanto a penteados e vestimentas. 

3.      CONVENÇÃO GERAL DE 1975. 

Reunião esta realizada nos dias 20 a 24 de janeiro de 1975, na cidade de Santo André SP. O assunto polêmico sobre os usos e costumes que já tinha sido revogado, volta à tona. Porém com acréscimo de mais tradições humanas contrariando os ensinos de Jesus (Mt 15.1-9). 

“Ser-me-eis santos, porque eu, o SENHOR, sou santo e separei-vos dos povos, para serdes meus” (Lv 26.20). 

A convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, reunida em Santo André SP, reafirma o seu ponto de vista no tocante aos sadios princípios estabelecidos como doutrinas na Palavra de Deus. A pedido do pastor Túlio Barros Ferreira é lida pelo pastor Geziel Gomes. 

1.      Uso de cabelo crescido pelos membros do sexo masculino.

2.      Uso de traje masculino por parte dos membros ou congregados do sexo feminino.

3.     Uso de pintura nos olhos, unhas e outros órgãos da face.

4.      Corte de cabelo por parte das irmãs.

5.     Sobrancelhas alteradas.

6.      Uso de minissaias e outras roupas contrárias ao bom testemunho da vida cristã.

7.      Uso de aparelho de televisão.

8.      Uso de bebidas alcoólicas.

[Extraído da História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Pg. 218-224]. 

Devemos analisar que os congressistas contrariaram o artigo doutrinário de Samuel Nyström sobre a polêmica foi publicada já na edição da 1ª quinzena de Janeiro de 1947. 

Aqui foi usado um texto bíblico isolado para criar uma série de normas como meio de santificação! Assim como os fariseus faziam nos dias de Jesus. 

“Hipócritas! Bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mt 15.7-9). 

4.      CONVENÇÃO GERAL DE 1995. 

Na convenção geral de 1995, na direção do pastor Antônio Dionísio os convencionais tiveram um novo debate mais acalorados acerca da questão doutrina e costumes.

 O pastor Raimundo Soares de Lima, Indaiatuba SP, chegou até a propor a exclusão de todos os pastores e igrejas consideradas liberais (aqueles que não concordavam com os usos e costumes das Assembleias de Deus – grifo do autor), e que só ficasse na Convenção Geral os considerados “conservadores (Radicais – grifo do autor). 

O pastor Túlio Barros Ferreira, por sua vez defendeu o conservadorismo, mas fez uma ressalva: “Não envergonhemos nossos irmãos publicamente, mas admoestemo-lo com amor e espírito de mansidão, para que os mais fracos sejam reerguidos na fé”. 

Ao final dos debates, como já adiantamos, foi aceita a proposta de as igrejas orarem sobre o assunto enquanto o Conselho de Doutrina da CGADB analisaria a questão. Durante os anos que se seguiram, a questão foi debatida principalmente nas edições que se seguiram do Encontro de Líderes da Assembleia de Deus (Elad). 

No Elad de 1999, realizado no Rio de Janeiro, foi apresentado uma resolução sobre o assunto, que depois foi acatado por uma comissão especial, formados pelos pastores Esequias Soares, Íris Goulart Seixas, Elienai Cabral, Nelson Lutchemberg e Martim Alves da Silva. 

A resolução do 5º Elad foi publicada na revista Obreiro nº 11, de junho de 2000. A seguir, seguem trechos da resolução: 

Princípios são bases estabelecidas por Deus para orientação da sociedade humana e que estabelecem parâmetros, dentro dos quais o homem é aceito e se relaciona com o Criador. (....) Tradição é a transmissão de ensinos, práticos, crenças de uma cultura de uma geração a outra. A palavra grega para tradição é paradosis, usada no sentido negativo (Mt 15.2 e Gl 1.14), e também no sentido positivo (2ª Ts 2.15). Quando se coloca a tradição acima da Bíblia ou pé de igualdade com ela, a tradição assume uma conotação negativa. Muitas vezes é usada simplesmente para camuflar nossos pecados. O problema dos fariseus e de algumas igrejas hodiernas é justamente por receber a tradição como Palavra de Deus. Disse alguém: “Tradição é a fé viva dos que agora estão mortos, e tradicionalismo é a fé morta dos que agora estão vivos”. 

O primeiro ponto que precisa ser expresso numa linguagem atualizada: “sadios princípios (tradição) estabelecidos como doutrina na Palavra de Deus – a Bíblia Sagrada – e conservados como costume nas Assembleias de Deus no Brasil”. O texto não faz distinção entre doutrina e costume. O livro O Manual do Caped, edição de 1999, CPAD, Rio de Janeiro, página 92 DIZ: 

“Há pelo menos três diferença básica entre doutrina bíblica e costume puramente humano. Há costume bons, e maus. A doutrina bíblica conduz a bons costumes. Igrejas há que têm um somatório de bons costumes, mas quase nada de doutrina. Isso é muito perigoso! Seus membros naufragam com facilidade por não terem o lastro espiritual da Palavra de Deus. 

A palavra grega usada como “doutrina” no NT é didache, que, segundo o dicionário Conciso Grego – Espanhol Del Nuevo Testamento, significa: o que se ensina, ensino, ação de ensinar, ação de ensinar, instrução” (Jo 7.16-17; At 5.28; 17.19). [...] O Léxico do NT Grego/Português, de F. Wilbur Gingrich e Frederich W. Danker, Vida Nova, São Paulo, 1991, página 56, diz que didasskalia é: Ato de ensino, instrução (Rm 12.7; 15.4 e 2ª Tm 3.16). Num sentido passivo – aquilo que é ensinado, instrução, doutrina (Mc 7.7; 1ª Co 14.6 e 2ª Tm 1.10; 4.6; 2ª Tm 3.10 e Tt 1.9). 

À luz da Bíblia, doutrina é o ensino Bíblico normativo. 

Doutrina é um ensino da Bíblia normativo, terminante, final, derivado totalmente e exclusivamente das Sagradas Escrituras, como regra de fé para a Igreja, para seus membros, vista na Bíblia como expressão prática na vida do crente. Elas são santas, divinas, universais e imutáveis. 

Os costumes, por sua vez, são em si, regionais e temporais, porque ocorre na esfera humana, sendo inúmeros deles gerados e influenciados pelas etnias, etaridade, tradições, culturas, crendices populares, individualismos humanismo, estrangeirismo ignorâncias, fanatismos e carnalidade do cristão (segundo este termo do Novo Testamento 2ª Co 3.1-3). 

A salvação é um ato da graça de Deus pela fé em Jesus. A Bíblia ensina que somos salvos pela fé em Jesus (Rm 3.28; Gl 2.16; Ef 2.8-10 e Tt 3.5). Todos os crentes são salvos porque um dia ouviram alguém falar de Jesus e creram nessa mensagem. Ninguém fez absolutamente nada para ser salvo, a não ser ter fé em Jesus. Como consequência da salvação, temos o fruto do Espírito (Gl 5.22). Cristianismo é religião de liberdade no Espírito e não um conjunto de regras e ritos. Acrescentar algo mais que a fé em Jesus como condição para a salvação é heresia e desvio da fé cristã (Gl 5.1-4). Mas ir além da liberdade cristã, explorando os limites, é libertinagem (Gl 5.13). A fé cristã requer compromissos e por isso vivemos uma vida diferente do mundo. Do contrário, essa fé seria superficial e não profunda, como encontramos no apóstolo Paulo (Gl 2.20). 

Quando os gentios de Antioquia se converteram à fé cristã, a igreja enviou Barnabé para discipular aqueles novos crentes (At 11.20-22). Ele entendia que os costumes só deviam ser mantidos quando necessários, pois ensinar costumes, culturas e tradições como condição para a salvação é heresia e caracteriza seita. Barnabé sabia que a tradição judaica era mais uma forma de manter a identidade nacional e que isso em nada implicaria na salvação desses novos crentes. Portanto, não seria necessário observar o ritual da lei de Moisés (At 15.19-20). 

Os judeus não eram mais crentes que os gentios por causa dos costumes, e nem consideravam os gentios menos crentes do que eles. Pedro pregava o evangelho aos da “circuncisão” (judeus), enquanto que Paulo pregava os da “incircuncisão”, (gentios) (Gl 2.7-9). Não se trata de dois evangelhos, mas um só (Gl 1.1-8). 

[....] Proibições sem a devida fundamentação bíblica, é fanatismo. Quem faz de sua religião seu deus não terá Deus para sua religião. [História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. Pg. 578-582]. 

A Igreja foi chamada para combater o pecado e não criar pecados, pecado é pecado, sempre foi e nunca deixará de ser, quanto a usos e costumes foram na realidade criados uma série de ensinos onde se dizia ser pecado, quando a palavra de Deus dizia não é, usos e costumes fez mais mal a igreja do que bem e isso é fato. 

FONTE DE PESQUISA

História da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil. CPAD. 1ª Edição/2004. Rio de janeiro, RJ. 

Pr. Elias Ribas

Blumenau –SC.

Recomendo ler os estudos nos links abaixo para o leitor possa tirar todas suas dúvidas acerca de usos e costumes com base bíblica: 

USOS E COSTUMES: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2012/02/usos-e-costumes.html 

AS ROUPAS E ADORNOS NOS TEMPOS DE JESUS CRISTO: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2012/02/as-roupas-e-adornos-nos-tempos-de-jesus_5428.html 

AS ROUPAS PARA AS MULHERES À LUZ DE DEUTERONÔMIO - 22-5: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2011/12/calcas-compridas-para-as-mulheres-luz_20.html 

USO DO VÉU E CABELOS SEGUNDO 1ª CORÍNTIOS 11: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2011/11/uso-do-veu-e-cabelos-1-corintios-11.html

ADORNO DA MULHER CRISTÃ: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2012/01/adorno-da-mulher-crista.html

 DISTORÇÕES DOUTRINÁRIAS PARA COM AS MULHERES: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2012/01/distorcoes-doutrinarias-para-com-as.html

 O QUE REALMENTE É VAIDADE: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2012/01/o-que-realmente-e-vaidade-em-primeiro.html

 A CONDENAÇÃO DAS FILHAS ALTIVAS DE SIÃO - ISAÍAS 3.16-26: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2012/01/condenacao-das-filhas-altivas-de-siao_16.html

 OS FARISEUS ENSINAM OUTRA DOUTRINA: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2012/07/os-fariseus-ensinam-outra-doutrina.html

  A FALSA DOUTRINA DOS FARISEUS: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2012/07/falsa-doutrina-do-fariseus.html

 O FARDO DOS FARISEUS: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2012/07/o-fardo-dos-fariseus.html

 EM BUSCA DA LIBERDADE: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2012/04/em-busca-da-liberdadeo-termo-cristao_29.html

 SALVOS NÃO NECESSITAM DE CABRESTO PARA SERVIR A CRISTO: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2012/05/salvos-nao-necessitam-de-cabresto-para.html

 JESUS E OS FARISEUS: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2012/05/jesus-e-os-fariseus.html

 ADVERTÊNCIA DE JESUS CONTRA OS FALSOS MESTRES: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2012/05/advertencia-de-jesus-contra-os-falsos.html

 COMO IDENTIFICAR UM FARISEU: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2012/07/a-controversia-dos-fariseus.html

 OS FARISEUS ESTABELECEM A SUA PRÓPRIA JUSTIÇA: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2012/07/os-fariseus-estabelecem-justica-propria.html

 O APÓSTOLO PAULO EM DEFESA DO EVANGELHO: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2012/06/paulo-na-defesa-do-evangelho.html

 OS FARISEUS NA ERA APOSTÓLICA: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2012/06/os-fariseus-na-era-apostolica.html

 AS CARACTERÍSTICAS DOS FARISEUS: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2012/06/as-caracteristicas-dos-fariseus.html

 OS FARISEUS SÃO PEDRAS DE TROPEÇO: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2012/08/os-fariseus-sao-pedras-de-tropeco.html

 OS FARISEUS NÃO TÊM MISERICÓRDIA: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2012/08/os-fariseus-nao-tem-misericordia_4.html

 A HIPOCRISIA DOS FARISEUS: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2012/08/a-hipocrisia-dos-fariseus.html

 O PERIGO DO FARISAÍSMO: http://pastoreliasribas.blogspot.com.br/2012/09/o-perigo-do-legalismo.html