Mt 24.21 “Porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá
jamais.”
I. O QUE É A GRANDE TRIBULAÇÃO
1.
O significado do tremo. A expressão Grande Tribulação (do grego θλιψις - thilipsisq
e μεγαλη - grande) é um termo que encontramos na Palavra como a descrição
do tempo que antecede a volta do Rei Jesus.
A
palavra “tribulação” significa literalmente “cumprir com força”, como se faz
com as uvas no lagar, ou com a cana de açúcar na moenda; “colocar uma carga
sobre o espírito das pessoas”. A Grande Tribulação será um período de maior
angústia da história humana, em que os ímpios serão obrigados a reconhecer quão
terríveis é cair nas mãos do Deus vivo. De acordo com a profecia da Bíblia, ela
vai acontecer nos “últimos dias”, ou no “tempo do fim” (2ª Tm 3.1; Dn 12.4).
A
Grande Tribulação é um termo bíblico que descreve o tempo de julgamentos e
provações, sem precedentes, pouco antes do retorno de Cristo à terra.
2.
A grande tribulação é também chamada de:
·
Dia do Senhor Sf 1.14.
·
Ira do Cordeiro Ap
6.16.
·
Última semana de Daniel Dn 9.24-27.
·
Tempo de angústia de Jacó Jr 30-7; Sf 1.15.
·
Ira futura 1ª Ts 1.10; 5.9; Ap 6.16-17.
·
Tempo de destruição 1ª Ts 5.3.
·
Tempo de Eclipse (escuridão) Is
24.10-23; Am 5.18.
·
Tempo de castigo Ez 20.37-38.
·
Tempo de choro (pranto) Am 5.16-17.
·
Tempo de aflição Mt 24.21.
·
Dilúvio de açoites Is
28.15-18.
3. As três
teorias acerca do arrebatamento da igreja e a grande tribulação.
existem três
interpretações principais:
Existem três
teorias acerca do arrebatamento da igreja:
1.
O
Prétribulacionismo. Ensina que o arrebatamento da igreja (tanto os santos vivos
quanto os mortos) ocorrerá antes do período de sete anos da tribulação, ou
seja, antes do início da 70º semana de Daniel 9.24-27. É necessário dizer
“antes do período de sete anos de tribulação” (RYRIE 2004, p. 563).
2. O Mesotribulacionismo. A visão do
arrebatamento mesotribulacionista defende que o arrebatamento da igreja
ocorrerá no meio dos sete anos e meio. Segundo esta visão, a tribulação é
somente a segunda metade da 70º semana de Daniel. (RYRIE 2004, p. 579).
3.
O Pós-Tribulacionismo. Ensina que o
arrebatamento e a Segunda Vinda são facetas diferentes de um único evento, que
ocorrerá no final da Grande Tribulação, quando Cristo voltar. A Igreja estará
na Terra durante a tribulação para experimentar os eventos desse período. (RYRIE
2004, p. 582).
II.
QUAL A DIFERENÇA ENTRE TRIBULAÇÃO E GRANDE TRIBULAÇÃO?
João
16.33 “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis
aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo!
1.
O que significa tribulação. A palavra tribulação na língua grega aparece
como thilipsis que significa: pressão, aflito, angustia, sobre carregado,
pressionado, perseguição e tribulação.
Na
tradução da Vulgata Latina, a palavra é tribulum, e se refere a uma
espécie de grade para debulhar o trigo. Um instrumento que o lavrador usa para
separar o trigo da sua palha. A ideia figurada, aqui, é a de afligir,
pressionar. A expressão é essencialmente escatológica.
“No
mundo tereis aflição, mas coragem!” Quando os discípulos de Jesus lhe perguntaram
sobre os sinais que indicariam a Sua vinda e fim do mundo (Mt 24.3), Ele foi
bem sincero, ao predizer que eles enfrentariam dificuldades, como injustiça e perseguições
(Mt 10.17-25; Mt 24.9; 2ª Tm 3.12). Mesmo nas cartas do Apocalipse Jesus falou
à igreja de Smirna que eles teriam uma perseguição de dez dias (Ap 2.10).
Isso
se cumpriu quando Pedro e João foram levados ao conselho, (At 4.5-7). Marcos
acrescenta que eles deveriam ser entregues às sinagogas e prisões a serem
espancados e levados perante governantes e reis por causa de seu nome (Mc 13.9).
Tudo isso já se cumpriu. Pedro e João foram presos (At 4.3); Paulo e Silas
foram presos (At 16.24), e também espancados (At 16.23); Paulo foi levado antes
de Gálico (At 18.1, antes de Félix (At 24.24) e antes de Agripa (At 25.23).
Muitas
vezes o cristão até pode passar pelo “vale da sombra e da morte” em sua vida
(Sl 23.4). Situações na área da saúde, finanças, família, trabalho e
relacionamentos. O crente, não está isento de enfrentar obstáculo e dificuldade
na caminha cristão. Pois, o próprio Senhor Jesus nos advertiu sobre isso em
João 16.33. O apóstolo Paulo diz no livro de Atos: “Pois que por muitas
tribulações nos importa entrar no Reino de Deus.” (At 14.22). E na carta aos Romanos
8.18, Paulo fala da tribulação do tempo presente; isto porque refere-se aos
momentos difíceis do dia-a-dia. Entretanto, não vamos sozinhos, Ele vai conosco
em nossa caminhada.
Vivemos
em um mundo com situações que nos afligem, assim como afligiram homens e
mulheres no passado.
Deus
ouve nossas súplicas e nos livras. O salmista Davi no Salmo 143, descreve a
situação de seu coração dizendo, que as adversidades são muitas e não há paz ao
seu redor. No Salmo Salmos 18.4-6 Ele clama por misericórdia, dizendo: “As
cordas da morte me enredaram; as torrentes da destruição me surpreenderam. 5-
As cordas do Sheol me envolveram; os laços da morte me alcançaram. 6- Na minha
aflição clamei ao Senhor; gritei por socorro ao meu Deus. Do seu templo ele
ouviu a minha voz; meu grito chegou à sua presença, aos seus ouvidos.”
Por
meio da oração, Davi assegura que os justo que clamam com fé ao Senhor, serão
ouvidos: Salmo 34.17 “Os justos clamam, o Senhor os ouve e os livra de todas as
suas tribulações.”
O
Senhor atende o clamor daqueles que estão atribulados: Salmos 34.6 “Clamou este
pobre, e o Senhor o ouviu, e o salvou de todas as suas angústias.”
A
palavra “pobre” aqui não significa “pobre” no sentido de falta de riqueza, mas “pobre”
no sentido de ser afligido, esmagado, abandonado, desolado. Quando Davi estava
no maior estreito de Gate, como estando em perigo de destruição se ele ficasse
lá, e ainda não sabia como escapar; mas Deus ouviu seu clamor e o libertou. de
todos eles.
Quando
olhamos para a história da Igreja não temos dúvida dessa realidade. A Igreja de
Cristo tem sempre passado perseguições aflições, provas e tribulações em
lugares diferentes, em épocas diferentes, por motivos diferentes. São batalhas
espirituais que enfrentamos contra o inimigo de nossas almas (Satanás).
Todavia, essas aflições são formas que Deus usa para corrigir o seu povo nesta
terra. O apóstolo Paulo fala da tribulação do tempo presente (Rm 8.18), isto
porque refere-se aos momentos difíceis do dia-a-dia.
Foi
assim nos três primeiros séculos da Igreja no Império Romano. Foi assim após a
Reforma Protestante. Foi assim no século XX sob os governos comunistas. Tem
sido assim ao longo da história.
Todas
essas passagens bíblicas nos mostram as aflições e tribulações que passamos em
nossa vida, porém, isso tudo são tribulações, e nada comparado com a Grande
Tribulação que virá no tempo do fim (Mt
24.31).
2.
Grande Tribulação. Mateus 24.21 “Porque haverá então grande aflição, como
nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver.”
A
Grande Tribulação no grego da Septuaginta θλίψις μεγάλη, thlipsis
megalē, é, na escatologia cristã, o período de grande sofrimento anunciado
por Jesus Cristo no Sermão da montanha. Ele marca o fim dos tempos ao preceder
a parusia e o advento do Reino de Deus na terra. Tradução: sofrimento;
carga; trabalho forçado. Essas duas palavras são compostas por um adjetivo (GRANDE)
e um substantivo feminino (TRIBULAÇÃO).
2.1.
Análise da palavra Tribulação no hebraico. Para melhor compreensão, vamos
analisar algumas palavras no hebraico relacionadas a TRIBULAÇÃO.
1º
A palavra סבל – sevel, significa sofrimento; carga; trabalho
forçado.
2º
A palavra é בִּעוּת - bi'ut, significa espanto, horror, terror; angústia,
susto.
3º
A palavra דְּאָבָה - d'avah, significa tristeza, pesar, angústia,
aflição.
4º
A palavra דָּחַס – dachas, significa pressionar, comprimir, compactar.
5º
A palavra בּוֹשֵׁם – boshem significa pisar, pisotear; oprimir.
6º
A palavra צער tsarah significa lamentar.
2.2.
Análise da palavra GRANDE no hebraico. A palavra Grande no hebraico é גָּדוֹל,
Gadol que significa grande, denotando um rabino que se presume ser ainda
maior do que os outros.
As
duas palavras μεγαλη e θλιψις – thilipsisq no grego e גָּדוֹל, Gadol
דְּאָבָה d'avah no hebraico é traduzido como “angústia, aflição,
adversidade, tribulação de angústia, aperto”.
A
palavra “tribulação” significa literalmente “cumprir com força”, como se faz
com as uvas no lagar, ou com a cana de açúcar na moenda. A Grande Tribulação é
o período de maior angústia da história humana, em que os ímpios serão obrigados
a reconhecer quão terríveis é cair nas mãos do Deus vivo.
A
Grande Tribulação é chamada na Bíblia como o “Dia do Senhor” o qual Deus
entrará em juízo com o mundo altivo, rebelde e impenitente que não ouviram e
nem obedeceram a Sua Palavra (Is
13.9-11; Ml 4.1).
A
Grande Tribulação, thlipsis megalē é o futuro período de tempo na
história da Terra, quando o sofrimento e a guerra se tornarão comuns. Ela foi
prevista acontecer pelos profetas de Deus e Seus apóstolos e pelo próprio Jesus
(Mt 24.1-51, Mc 13.1-37, Jo 16.1-33), e no livro das revelações apocalítica (Ap
2.22; Ap 7.14), entra em detalhes precisos sobre os eventos que irão acontecer
durante a Grande Tribulação.
A
“Grande Tribulação” é muito mais do que uma mera perseguição à Igreja. É um
período sem precedente na história do mundo, um período de ira divina. Embora
alguns teólogos digam que a Grande Tribulação já aconteceu por ocasião da
destruição de Jerusalém, no ano 70 d.C., e que o Anticristo teria sido o
imperador Nero, a maioria dos historiadores dizem que Apocalipse foi escrito no
fim do século I, nos últimos dias de Domiciano (90-95 d.C.). Ademais, em Mateus
24.21 há duas características da Grande Tribulação pelas quais se evidencia que
ela ainda não aconteceu. Primeira: “haverá, então, grande aflição como nunca
houve desde o princípio do mundo até agora”. Segunda: “nem tampouco haverá
jamais.” (Mt 24.21).
Em
todas essas passagens bíblicas expressam que a Grande Tribulação não é o mesmo
que falar de tribulações e aflições da vida. Houve e haverá sempre perseguições
para a verdadeira Igreja de Jesus. Mas a Grande Tribulação está determinada
somente para o povo Judeu, e não se destina à Igreja a noiva do Cordeiro (Ap
19.7-9)
III.
AS SETENTA SEMANAS
Daniel 9.24-26 “Setenta
semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para
extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniquidade, e
trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos
santos. 25- Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para
edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas
semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos.
26- E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será
mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e
o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão
determinadas assolações.”
Nos livros do Pentateuco temos a
base para entender a duração das 70 semanas do profeta Daniel. Quando Deus instituiu
o descanso no sétimo dia para o povo judeu, Ele criou também um ciclo de 7
anos.
De acordo com o livro Levítico 25.8,
o povo de Deus tinha um ciclo de 7 anos, ou seja, uma semana. A cada 7 anos a
terra deveria descansar da agricultura para que o solo pudesse repor seus
nutrientes. Quando os judeus não pararam de cultivar a terra no sétimo ano por
setenta ciclos, eles acabaram como escravos na Babilônia por 70 anos.
No cativeiro babilônico, o profeta Daniel
lendo a mensagem do livro de Jeremias, descobriu que a profecia determinava um
tempo de setenta anos de cativeiro para os judeus. Logo este tempo marcado pelo
sofrimento chegaria ao fim (Jr 25.11-13; 2º Cr 36.21; Dn 9.2). Por isso, na
Bíblia, o número setenta ganhou um sentido profético.
O termo original traduzido por
“semana” em Daniel 9.24 é
literalmente “setenário”, isto é, sete anos. Portanto, as setenta semanas não
se refere a “semanas de dias” e sim “semanas de anos”, onde cada semana
equivale a 7 anos, totalizando 490 anos.
A contagem das “setenta semanas”
compreende, portanto, a um período de 490 anos: (70 ciclos de 7 anos, cada,
considerando o ano profético de 360 dias). 70 x 7 = 490. Assim, cada dia da
semana pode significar um ano; cada semana, um período de sete anos. Então, as
setenta semanas compreendem o período de 490 anos, setenta multiplicado por
sete.
As setentas semanas = 490
anos, divididos em:
·
07 Semanas Dn
9.25 49 anos - da
ordem para restaurar e para edificar Jerusalém.
·
62 Semanas Daniel
9.25 434 anos.
·
01 Semana Daniel
9.26 7 anos.
1º
O primeiro período. O primeiro grupo de “sete semanas”, é equivalente a 49
anos, ou seja, sete períodos de sete anos. O início desta profecia começou a
partir da ordem para reconstruir Jerusalém (v. 25). Os
principais estudiosos do
assunto concordam que se trata do decreto de Artaxerxes, baixado em 445 a.C.
(cf. Ne 2).
2º
O segundo grupo. O segundo período seria de sessenta e duas semanas.
Subtende-se que se trata de 62 x 7= 434 anos. Essas sessenta e duas semanas,
somadas às sete primeiras semanas, chegariam ao tempo da restauração de
Jerusalém até a vinda do Messias (vs. 25,26). Neste tempo o Ungido (que em
hebraico é Messias) viria e seria morto no fim desse tempo, depois Jerusalém
seria destruída até que o tempo dos gentios se completasse.
Lc
21.24 E cairão a fio de espada e para todas as nações serão levados cativos; e
Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os tempos dos gentios se
completem.”
3º
O terceiro período. Esta semana ainda não aconteceu (v. 27). Compare o
versículo 27 de Daniel com Mateus 24.15 e veja como se trata de uma profecia
que ainda não se cumpriu. Esta última semana, ou seja, sete anos, quando haverá
uma invasão do Anticristo e se iniciará um tempo de tribulação para Israel. É o
período denominado como o da “Grande Tribulação” (9.27).
Segundo
a Bíblia Sagrada, a Grande Tribulação ocorrerá em um período de sete anos ou
pares de sete anos, cada. Sabemos isso porque o profeta Daniel já as considerou
como anos.
Quando
Israel rejeitou seu Messias, Deus suspendeu temporariamente o Seu plano para
Israel. Assim, há um intervalo de tempo indeterminada entre a 69ª e a 70ª
semana-ano. Jesus fala de eventos futuros, inclusive a destruição de Jerusalém
e Seu retorno, Ele diz que “Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os
tempos destes se completem.” (Lucas 21.24). Paulo escreve na sua carta aos
Romanos dizendo que “até que a plenitude dos gentios haja entrado. (Rm 11.25).
As 70 semanas de Daniel são uma profecia
sobre o futuro de Jerusalém e a vinda do Messias. Portanto, podemos verificar
que a última semana que equivale o período de sete anos será cumprida perto do
fim dos tempos.
IV. A ÚLTIMA SEMANA
1.
A Grande Tribulação terá duração de sete anos e equivale a última semana de
Daniel.
3. As três divisões da profecia.
A. Profecias cumpridas. Jerusalém foi
reconstruída quando os israelitas voltaram do exílio; Jesus, o Messias veio e
foi morto; Jerusalém foi destruída novamente em 70 d.C.
B. Profecias que não foram cumpridas.
O povo do príncipe, “governante que virá”, ainda não veio, nem se já fez uma
aliança com Israel, nem o que é o “sacrilégio terrível”.
C. Profecias ainda por cumprir. O
pecado ainda não acabou, a justiça ainda não foi estabelecida em toda parte e
nem toda visão e profecia foram cumpridas.
A profecia das 70 semanas resume o que
acontece antes que Jesus estabeleça o Seu reino milenar (Ap 20.6). De especial
nota é o terceiro na lista de resultados: “expiar a iniquidade.” Jesus realizou
a expiação pelo pecado por Sua morte na cruz (Rm 3.25 e Hb 2.17).
4. Quando começou a contar a 70 semanas?
As 70 semanas-ano ou 490 anos, começou a contar no dia 5 de março de 444 a.C.,
quando o rei Artaxerxes, da Pérsia, emitiu a ordem, permitindo que os judeus,
liderados por Neemias, retornassem à sua terra para reconstruir a cidade de
Jerusalém (Ne 2.1-8).
5. A Semana final das 70 semanas. Das
70 semanas, 69 já foram historicamente cumpridas. Isso deixa mais uma semana,
ou seja, sete anos ainda a ser cumprido. A maioria dos estudiosos acredita que
agora estamos vivendo um enorme intervalo entre a semana 69 e a semana 70. O
relógio profético foi pausado, por assim dizer. A final semana de Daniel é o
que normalmente chamamos do período de Grande Tribulação.
6. Como entender as divisões da última
semana. No estudo sobre as 70 semanas de Daniel, podemos verificar que a
última semana que equivale o período de sete anos que ainda não se cumpriu e é
exatamente a Grande Tribulação que terá uma duração de sete anos, divididos em
duas partes de três anos e meio.
Para compreensão desta profecia, a
matemática divina é a seguinte:
·
um tempo equivale a um ano ou 360 dias
proféticos;
·
dois tempos equivalem a dois anos ou 720 dias proféticos;
·
metade de um tempo equivale a meio ano ou 180
dias proféticos.
Os três anos e meio (360 + 720 + 180)
totalizam 1260 dias proféticos. Considerando que cada dia corresponde a um ano
literal (Números 14.34; Ezequiel 4:6), o resultado é 1260 anos. É interessante
que o mesmo período profético é mencionado em outras passagens bíblicas.
·
Mil duzentos e sessenta dias – Ap 11.11; 12.6.
·
Quarenta e dois meses – Ap 13.5.
·
Um tempo e tempos e metade de um tempo. (Dn
7.25; Ap 12.14).
Daniel 7.25 “E proferirá palavras
contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os
tempos e a lei; e eles serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e
metade de um tempo.
“um “tempo” é modo hebreu de
expressão para um ano. Daniel 11.13b “...ao cabo de tempos, isto é, de anos,
virá à pressa com grande exército e com muita fazenda.”
“de tempos”. A interpretação desse
versículo nós encontramos no livro de Daniel 4.32ª. que diz: “E serás tirado
dentre os homens, e a tua morada será com os animais do campo; far-te-ão comer
erva como os bois, e passar-se-ão sete tempos sobre ti, até que conheças que o
Altíssimo domina sobre o reino dos homens, e o dá a quem quer.”
“sete tempos sobre ti”. Na versão
NVI: “Passarão sete anos até que admitas que o Altíssimo domina sobre os reinos
dos homens e os dá a quem quer.”
A punição determinada por Deus ao rei Nabucodonosor,
por causa de seu orgulho, durou sete anos. Mas ao fim daqueles dias eu,
Nabucodonosor. O terrível teste chegara ao fim. A temível experiência de sete
anos finalmente terminou.
Com base nesse versículo podemos entender
que um tempo, significa 1 ano, e tempos, são dois tempos igual a 2 anos e
metade de um tempo a 6 meses: total de três anos e meio, que literalmente são
1260 dias ou três anos e meio.
Outro texto é Apocalipse 11.2-3, no Novo
Testamento que diz: “E foi-me dada uma cana semelhante a uma vara; e chegou o
anjo e disse: Levanta-te e mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele
adoram. E deixa o átrio que está fora do templo e não o meças; porque foi dado
às nações, e pisarão a Cidade Santa por quarenta e dois meses.”
42 meses = 1260 dias = 3 anos e meio.
Portanto, podemos interpretar “um tempo, tempos e metade de um tempo” e também
“quarenta e dois meses”, que representam nas profecias bíblicas o período de
1260 dias.
Em síntese: Nas passagens proféticas (Dn
7.25; Ap 11.2; 12.4 e Ap 13.5), 1260 dias ou 42 meses, equivale a representação
numérica exata para 3 anos e meio.
“E proferirá palavras contra o
Altíssimo”. Note que em Daniel 7.25, a ponta pequena (o Anticristo) profere
palavras contra o Altíssimo e faz guerra aos santos do Altíssimo por 1260 dias.
O apóstolo João em Apocalipse 13, confirma dizendo que o mesmo Anticristo
profere grandes coisas e blasfêmias contra Deus, e recebe poder para agir por
“quarenta e dois meses”. (Ap 13.5). Também no Apocalipse 11, o mesmo Anticristo
pisará a cidade santa por “quarenta e dois meses.” (Ap 11.2).
A profecia de Daniel7.25, se cumpriu em partes na vida do Imperador
Epifânio um tipo de Anticristo, mas ao dizer “e não terá respeito ao Deus de
seus pais?” (Dn 11.37), Daniel descreve a nacionalidade do Anticristo, isto é,
ele será um Judeu apóstata, verdadeiro ateísta, que não respeitará o Deus de
seus pais (referindo-se ao Deus de Abraão, Isaque e Jacó, e contra o Senhor
falará coisas espantosas) e não a Epifânio como alguns afirmam. É muito
importante sabermos que o Anticristo nunca poderia apresentar-se como Messias,
ainda que falso, se não fosse um judeu; porque, de outro modo não seria aceito
por Israel.
6.1. A Grande Tribulação será dividida em
duas fases.
1ª Fase. Já entendemos a divisão dos
tempos, que os sete anos serão divididos em duas partes de 3 anos e meio.
Os primeiros três anos e meio, será de uma
falsa paz que o Anticristo trará para o mundo. Neste período o mundo o receberá
como grande solucionador dos problemas da humanidade.
A primeira metade da semana será marcada
pelo reinado absoluto do Anticristo, liderará uma coalizão de nações ocidentais
naqueles dias, fará também uma aliança com Israel em Jerusalém trazendo paz aos
Judeus. Devido a essa paz, o Templo de Salomão será reconstruído na primeira
parte da Tribulação (Dn 9.27) prevê que na primeira metade da Tribulação haverá
“sacrifícios” em Israel, atividade feita exclusivamente no Templo.
O período citado de 42 meses (v. 2), confere
exatamente com 1.260 dias (v. 3) e também com os três anos e meio anunciados
pelo profeta Daniel, se referindo ao período da Grande Tribulação (Dn 9.27 e Ap
12.14), confirmados por Jesus (Mt 24.15) dizendo que seria um “tempo abreviado”
(Mt 24.22). Então, esta duração abrange a meia semana, três anos e meio, pois
de acordo com Daniel 9.27, o Anticristo, o príncipe no qual Israel então terá
feito uma aliança, interromperá no meio da semana o serviço do sacrifício.
Então dar-se-á o início da segunda fase.
6.2.
Acontecimentos que ocorrerão na primeira fase da Grande Tribulação. A primeira fase da Grande Tribulação que são
três anos e meio terá os seguintes acontecimentos:
·
Israel terá pleno domínio de Jerusalém (Dn 9.24).
·
Israel fará acordo com o Anticristo por sete
anos (Dn 9.27; Jo 5.43; Is 28.15-18).
·
Israel irá construir o templo derrubado por Roma
em 70 d.C. (2ª Ts 2.4).
·
O livro com os sete selos será aberto Ap 6.1-17;
8.1).
·
As duas testemunhas darão as suas profecias (Ap 11.1-12).
2ª Fase. Os primeiros os três anos e
meio, terminarão com o “homem da iniquidade” declarando ao mundo sua divindade
e se “assentando no santuário de Deus” (2ª Ts 2.4), uma referência ao novo
Templo de Israel. Então termina a falsa paz, e dar-se-á início a segunda fase da
Grande Tribulação que são os três anos e meio que faltam para completar os 7
anos. Nessa última parte da Grande Tribulação, são determinados os juízos de
Deus onde Ele irá derramar as pragas do Apocalipse sobre os homens e haverá
pestilências em todo o mundo, fazendo assim o Senhor estará frustrando o
reinado do Anticristo.
6.3.
Acontecimentos que ocorrerão na segunda fase da Grande Tribulação.
·
O Anticristo vai romper o pacto com Israel,
fazendo cessar o sacrifício (Dn 9.27) e vai assentar-se no trono para ser
adorado como deus (abominação desoladora (Dn 9.27; Mt 24.15 2ª Ts 2.4);
·
Israel é invadida pelo Anticristo (Ap 12.6);
·
O Anticristo sentará no templo exigindo adoração
(2ª Ts 2.3-4; Dn 9.27. Jo 5.43; Is 28.15-18).
·
As duas bestas (O falso profeta e o Anticristo)
(Ap 13).
·
As sete trombetas do juízo de Deus (Ap 8.2-12; 9.1-13; 11.15).
·
As sete taças (Ap 15 e 16).
·
O espírito do demônio controlará os reis da
terra (Ap 16.13-14).
·
Os reis do oriente marcham rumo a Israel (Ap 16.12-16).
·
Uma chuva de meteoro de até um talento que
equivale a 34 quilos (Ap 16.21; Mt
24.29).
·
A batalha do Armagedon: grande guerra e
perseguição dos exércitos do Anticristo contra a nação de Israel (Is 28.15-18; Zc 14.12-13; Ap 19.19).
·
A Volta de Cristo com Seus santos para livrar Israel
(Ap 19.11-26; 1.7; Judas 1.14; Mt 24.30-31).
No final da Grande
Tribulação, quando o Anticristo entrar com seus exércitos na terra de Israel, o
Senhor descerá do céu montado num cavalo branco, e Seus olhos como chama de
fogo, para julgar (Ap 19.11-12). Ele destruirá os exércitos da Besta com o
esplendor da Sua vinda. Jesus Cristo, a Pedra cortada sem mãos (Dn
2.34,35,44,45), esmigalha os dez dedos da estátua – o Império Romano
restabelecido pela Besta.
7. A finalidade das 70 semanas. Em
Daniel 9.24, o Senhor Deus tinha seis objetivos para esses 490 anos. Os três
primeiros se referem ao pecado do homem e os últimos três, à justiça de Deus:
·
“para fazer cessar a transgressão”;
·
“para dar fim aos pecados”;
·
“para expiar a iniquidade”;
·
“para trazer a justiça eterna”;
·
“para selar a visão e a profecia”;
·
“para ungir o Santo dos Santos”.
Por ocasião da Sua primeira vinda, a morte
de Cristo na cruz trouxe o perdão dos pecados, mas Israel somente reconhecerá
esse sacrifício quando o Seu povo estiver em contato com a Sua segunda vinda e
demonstrar arrependimento, ao final das 70 semanas-ano. Os últimos três
objetivos relacionados em Daniel 9.24 projetam o olhar sobre o vindouro Reino
de Cristo.
8. Propósitos da Grande Tribulação. Dois
principais propósitos de destacam: Levar Israel a receber o seu Messias e
trazer juízo sobre todo o mundo, especialmente, sobre as nações incrédulas.
1. Repreender, castigar e educar Israel com
vara de Juízo, preparando os Judeus para enfim aceitarem a Jesus Cristo como o
Messias prometido (Ezequiel 20.37; Dt
4.30; Mt 23.37-39).
2. Separar os judeus fiéis a Deus (Zc 13.8-9; Ap 14.1-3).
3. Castigar os ímpios que rejeitaram o maior
presente de Deus que é o amor de Cristo, e não se converteram dos seus pecados,
pois recusaram a luz de Cristo para viver em trevas (2ª Ts 2.11-12) e preferiram crer nas trevas e na mentira do diabo.
4. Trazer aflição e angústia porque
rejeitaram a Jesus como salvador da humanidade.
5. Derramar a ira de Deus (Ap 6.16-17; 2ª Ts 1.7-9).
6. Destruir o império do Anticristo (Ap 16.10).
7. Desestabilizar o atual sistema mundial (Dn 2.34-35).
8. Implantar o reino de Nosso Senhor Jesus
Cristo (Dn 2.44).
Finda-se aqui as 70 semanas de Daniel.
Israel reconciliar-se-á com Deus. Ter-se-á cumprido o tempo determinado por
Deus, para a execução da transgressão, o fim do pecado, a expiação da
iniquidade, para que venha a justiça eterna.
Com o fim das 70 semanas, a visão e a
profecia estarão seladas (Dn 9.24). Jesus, então, instalará o Milênio. Israel,
agora salvo, estará ao lado de Seu Messias, como a nação líder, tanto política
como espiritualmente.
V. PARA QUEM
ESTÃO DETERMINADAS AS SETENTA SEMANAS
Daniel
9.24“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua
santa cidade....”.
1.
“...estão determinadas sobre o teu povo”. As 70 semanas, ou os 490 anos,
estão determinada para a nação de Israel. As Escrituras Sagradas afirmam que
este período de tempo irá cumprir-se sobre o povo Judeu (o teu povo) e sobre a
cidade de Jerusalém (a tua cidade), sendo assim, “não deve-se confundir Igreja
com Israel.”
O
anjo Gabriel disse a Daniel que esse tempo estava determinado “...sobre o teu
povo (Israel) e sobre a tua santa cidade (Jerusalém), e na oração de Daniel ele
diz: “teu santo monte” (v. 16), a “cidade que é chamada pelo teu nome” (v. 18),
o “teu santuário assolado” (v. 17) e a “tua cidade e o teu povo” (v. 19).
Portanto, a revelação a respeito das setenta semanas foi direcionada para os
judeus exilados na Babilônia.
Esta
profecia de Daniel 9.24-27, está determinada as seguintes condições para seu
fiel cumprimento: Quando Deus rejeitou Israel, por ter desprezado o Messias,
parou a contagem do tempo, uma vez que as 70 semanas estavam determinadas para
os Judeus. Resta, ainda, uma semana, a última. Os Judeus necessitam estarem em
Jerusalém (cidade Santa), e a Igreja já arrebatada. Portanto em 1948, o povo
israelita foi reconhecido com nação e os Judeus voltaram para sua terra.
2.
Israel não é a Igreja. Romanos 11.25-26
“Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de
vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a
plenitude dos gentios haja entrado. 26 E assim todo o Israel será salvo,
como está escrito: De Sião virá o Libertador, E desviará de Jacó as
impiedades.”
A
Carta aos Romanos é o fundamento da nossa fé, e é justamente nesse texto que
Paulo esmiuça com detalhe sobre Israel.
Paulo
apresenta diversos argumentos, provando que Deus não desistiu de Seu povo. Deus
escolheu o povo israelita com um propósito de abençoar toda a humanidade:
revelar Seu poder, Sua Palavra e enviar o Salvador ao mundo. Porque Israel não
seguiu o caminho da fé, mas o das obras, e por isso tropeçou (v. 32). Israel
tropeçou por haver rejeitado o seu Messias (v. 33).
A
rejeição judaica da justiça pela fé em Cristo Jesus, abriu espaço para um
número muito grande de gentios a serem enxertados na árvore enraizada na antiga
aliança de Deus com Abraão.
3. “...até que a plenitude dos gentios haja entrado.”
As palavras de Jesus registradas no Evangelho de Lucas revelam que a destruição
de Jerusalém não traria o fim da era presente, pois Cristo afirmou que os
judeus sobreviventes seriam levados cativos para todas as nações e disse ainda:
“até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles.”
(Lc 21.24)
Jesus
menciona uma época em que Jerusalém estava sob o domínio da autoridade gentia. A
profecia diz respeito tanto ao início quanto ao fim da “destruição de
Jerusalém”. A conquista de Jerusalém por Nabucodonosor em 588 a.C. começou esse
período e continua até os dias de hoje, e define este período como “os tempos
dos gentios” (v. 24).
Deus
decretou que completaria a redenção messiânica dos judeus e de Jerusalém
(incluindo os dois adventos de Cristo) em 70 semanas (490). Porém, a
restauração completa de Israel não se cumprirá com o retorno de um remanescente
dos exilados depois dos setenta anos de cativeiro na Babilônia.
Jesus
usou a profecia de Daniel para predizer eventos futuros, de modo que nós também
devemos interpretá-la desta forma.
Os
autores do Novo Testamento usaram a profecia do profeta Daniel para predizer
eventos futuros, de modo que nós também devemos interpretá-la de forma
futurista.
Paulo
estava convencido de que no futuro Israel será salvo. Para ele, isso terá seu
cumprimento quando se completar a “plenitude dos gentios”. A rejeição dos
judeus trouxe a justificação ao mundo gentílico. Quando Deus cumprir seu
propósito para com os gentios cumprirá também suas promessas de restauração
para todo o Israel.
4.
Há uma distinção entre Israel e a Igreja. Romanos 11.17-24 “E se
alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em
lugar deles, e feito participante da raiz e da seiva da oliveira, 18- Não te
glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não és tu que
sustentas a raiz, mas a raiz a ti. 19- Dirás, pois: Os ramos foram quebrados,
para que eu fosse enxertado. 20- Está bem; pela sua incredulidade foram
quebrados, e tu estás em pé pela fé. Então não te ensoberbeças, mas teme. 21-
Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, teme que não te poupe a ti
também. 22- Considera, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que
caíram, severidade; mas para contigo, benignidade, se permaneceres na sua
benignidade; de outra maneira também tu serás cortado. 23- E também eles, se
não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus
para os tornar a enxertar. 24- Porque, se tu foste cortado do natural
zambujeiro e, contra a natureza, enxertado na boa oliveira, quanto mais esses,
que são naturais, serão enxertados na sua própria oliveira!”
4.1.
Israel é os ramos da Oliveira. A oliveira era um símbolo da nação de
Israel. Ela é usada por Paulo nessa seção como uma ilustração ou alegoria dos
tratos de Deus com judeus e gentios.
Paulo
explica nos versos 17-24, que o zambujeiro é uma referência aos cristãos de origem
gentílica e a oliveira é uma alusão a Israel, aos que herdaram as promessas
estabelecidas na antiga aliança de Deus com Abraão (Gn 12.1, 2; 17.7, 8; Os
14.6).
Os
ramos da Oliveira (Israel), foram quebrados por que rejeitaram o Messias. A
Igreja como um zambujeiro foi enxertado na Oliveira pela fé em Jesus Cristo.
Enxertado em lugar deles. Paulo estende a analogia para o enxerto com o
propósito de comunicar aqui que os gentios foram sobrenaturalmente ligados à
família de Deus. Mas, também ele mostra Deus não rejeitou os israelitas, porém,
a incredulidade do seu coração levou Deus a cortar da Oliveira Verdadeira, e
Deus nos enxertou pela fé na promessa da videira, sendo agora, a Igreja o Seu
povo.
Paulo
ele explica que os judeus tropeçaram na pedra de tropeço que era Cristo, mas,
ele enfatiza que o plano de salvação de Deus sempre incluiu os judeus, e que a
rejeição de Cristo tornou a salvação disponível para os gentios.
As
promessas terão seu fiel cumprimento através dos judeus remanescentes, dos
gentios que abraçaram a fé e do Israel que será restaurado no futuro. Embora a
palavra remanescente signifique “o que resta”, particularmente o que pode
permanecer após uma batalha ou uma grande calamidade. Em Romanos 11.5, Paulo
fala sobre o remanescente escolhido pela graça de Deus, isto é, “uma pequena
parte ou porção”. Da grande multidão de israelitas, restarão tão poucos que
será apropriado dizer que era um mero remanescente.
No
Dia do Senhor, no final da Grande Tribulação (7 anos), quando Israel estiver
cercado pelo exército do Anticristo na guerra do Megido (Ap 7-9; Ap 19.11-21;
14.1; 16.21), Jesus aparecerá no céu para salvar outra vez e resto do seu povo”
(Is 11.11; Zc 14.1-4). Os pecadores serão julgados e o remanescente fiel de
Israel será separado para sempre como o povo santo de Deus (Zc 13.8; 14.21).
No
capítulo 7.1-8 de Apocalipse, João vê 144 mil selados de todas as tribos de
Israel, com a missão de proclamar o evangelho na Grande Tribulação,
Diferenciando-os da “grande multidão: “....de todas as nações, tribos, povos e
línguas” (Ap 1.1; 7.4-10). Mas ambos os grupos foram salvos pela graça, pela fé
no Cordeiro de Deus. É como o cumprimento da promessa apontada pelo apóstolo
Paulo sobre o remanescente de Israel que será salvo depois da plenitude dos
gentios (Rm 9.27; 11.25).
As
promessas de Deus feitas a Israel ainda serão mantidas no futuro. Podemos ter
certeza de que tudo o que Deus disse é verdade e acontecerá por causa do Seu
caráter e consistência. A Igreja não substitui Israel e não deve esperar uma
realização simbólica das promessas da Antiga Aliança. Ao ler as Escrituras, é
necessário manter Israel e a Igreja separados.
Para
concluir desejo dizer que há uma grande diferença entre a Igreja e Israel. Os
Judeus os ramos cortados da Videira que é Cristo Jesus, estarão na Terra no
período da Grande Tribulação, mas a Igreja a Noiva estará no céu participando
das Bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9).
5. O Anticristo abominação desoladora. Daniel 9.27
“E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará
cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o
assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado
sobre o assolador.”
O evento notável que leva à conclusão do
programa messiânico para Israel na segunda metade da septuagésima semana é a
“abominação desoladora”.
Muitos intérpretes consideram que a
abominação desoladora se cumpriu durante a guerra dos Macabeus quando Antíoco
Epifânio interrompeu o culto judaico e profanou o santuário.
Jesus e Paulo apontam o cumprimento desta
profecia no futuro. Jesus fala que a futura profanação do Templo seria o sinal
inevitável para Israel no tempo da Grande Tribulação.
Mateus 24.15 “Quando, pois, virdes que
a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo;
quem lê, entenda. 16- Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes;
17- E quem estiver sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa;
18- E quem estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes. 19- Mas ai
das grávidas e das que amamentarem naqueles dias! 20- E orai para que a vossa
fuga não aconteça no inverno nem no sábado; 21- Porque haverá então grande
tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco
há de haver.”
Veja que Jesus aponta a abominação desoladora
para os dias da tribulação como um dos sinais que antecedem a Sua vinda.
Portanto, não pode ter se cumprido se não ele teria falado, mas veja que o
Senhor aponta para o futuro, afirmando que a abominação desoladora surgirá
dentro da tribulação.
O apóstolo Paulo também vai citar uma
profanação feita pelo Anticristo: 2ª Ts 2.4 “O qual se opõe, e se
levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora; de sorte que se
assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus.”
O momento de maior triunfo de Satanás será
introduzir o seu representante no Santo Templo em Jerusalém.
O assolador de Daniel 9.27 é o Anticristo, que fará um concerto com Israel por
sete anos (uma semana), (Jo 5.43 e Is
28.15-18), e na metade da semana (três anos e meio), fará cessar o sacrifício
e a oferta de manjares, assentará, no templo de Deus exigira adoração como se
fosse Deus. Ap 13.6, João escreve dizendo: ⁸ E adoraram-na todos os que habitam
sobre a terra...”.
Jesus advertiu que alguém o “abominável da
desolação”, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê,
entenda.” Assim também escreveu o apóstolo Paulo, pois quando, virdes que o
homem da iniquidade profanar o templo.
“Dele sairão forças que profanarão o
santuário, a fortaleza nossa, e tirarão o sacrifício diário, estabelecendo a
abominação desoladora” (Dn 11.31). “Depois do tempo em que o sacrifício diário
for tirado, e posta a abominação desoladora, haverá ainda mil duzentos e
noventa dias” (Daniel 12:11).
Quando isto acontecer, será deflagrada toda a
ira de Deus tanto sobre o Anticristo como sobre os seus adoradores. Mostrará
Deus, uma vez mais, que não dividirá a sua glória com ninguém.
5.1. Uma
visão profética com duplo sentido. Daniel 12.1-2, nos apresenta uma outra passagem importante sobre a Tribulação: “Nesse
tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do teu
povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até
àquele tempo; mas, naquele tempo, será salvo o teu povo, todo aquele que for
achado inscrito no livro. Muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão,
uns para a vida eterna, e outros para vergonha e horror eterno”.
“Nesse tempo”. A profecia se cumpriu em partes, quando o rei Antíoco Epífanes, (Dn 12.11
com Dn 11.31), em seu reinado resolveu investir contra a Terra Santa,
especialmente, Jerusalém. Ele tinha um ódio enorme de Israel. Por isso, partiu
para a profanação do Templo e fez cessar os sacrifícios diários (11.30,31).
Ao
invadir Jerusalém, Antíoco Epifânio desrespeitou valores morais e éticos da
sociedade israelita. Estabeleceu regulamentações contra a circuncisão, a
observância do sábado e outras práticas dietéticas do povo hebreu, ele ordenou
o sacrifício de porcos sobre o altar sagrado para profanar o Santuário. O
versículo 31 fala da “abominação desoladora”, quando Epifânio construiu um
altar a Zeus, deus grego, sobre o altar dos holocaustos no Templo.
“....naquele
tempo”. tipicamente, para o fim do
reinado de Antíoco; antitpicamente, o momento em que o Anticristo será
destruído na vinda de Cristo.
Quando
Jesus disse: “Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que
falou o profeta Daniel...”, Ele está agora falando de um personagem da história que representa o rei futuro no final dos
tempos. O Anticristo, que provocará o grande conflito com Israel e fará tudo
para destruir a nação, até que venha o Senhor para aniquilar o seu poder. Reunindo
assim em uma visão resumida os dois grandes períodos de aflição.
Antíoco
Epifânio, prefigura o Anticristo revelado em o Novo Testamento (Mt 24.15; 2ª Ts
2.3-12). Jesus fala desse personagem em um tempo futuro, assim como o apóstolo Paulo
(2ª Ts 2.3).
5.2.
“...e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve...”. O tempo de
angústia a que se refere o profeta Daniel envolverá principalmente a nação de
Israel depois de seu renascimento. Esse tempo é descrito pelo profeta Jeremias
como “angústia de Jacó” (Jr 30.7). A nação de Israel nesse tempo, estará sendo
vítimas do cerco por parte dos exércitos do Anticristo, previsto em Joel e pelo
apóstolo João no livro das revelações:
Joel
3.1-2 “Porque, eis que naqueles dias, e naquele tempo, em que removerei o
cativeiro de Judá e de Jerusalém, 2- Congregarei todas as nações, e as farei
descer ao vale de Jeosafá; e ali com elas entrarei em juízo, por causa do meu
povo, e da minha herança, Israel, a quem elas espalharam entre as nações e
repartiram a minha terra.”
Ap
16.16 “E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom.”
A
destruição de Jerusalém e a dispersão do povo judeu no ano 70 d.C, foi
organizada apenas por uma nação, isto, é, o Império Romano, mas a grande
batalha do Armagedon, as nações do mundo no comado do Anticristo estarão no
vale de Josafá para a peleja final contra os judeus. Portanto há evidencias que
são períodos totalmente diferentes.
Nesse
tempo as nações estarão interligadas através do processo da globalização, na
liderança do Anticristo, para a batalha do vale do Megido. Israel já passou por
muitas angustias, (no cativeiro babilônico, e no cerco de Jerusalém pelo
general Tito no 70 d.C., porém, agora, será uma batalha para a destruição total
do povo Judeu, portanto, será uma angustia qual nunca houve (Dn 12.1 Mt 24.21).
No
Apocalipse 7.14, um dos anciões fala ao profeta João dizendo: “Estes são os que
vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no
sangue do Cordeiro.”
O
castigo de Deus virá sobre os moradores da terra, conforme descrito no livro
Daniel como “um tempo de angústia qual nunca houve” (Dn 12.1). Jesus foi ainda
mais enfático quando Ele falou dizendo: “porque haverá, então, grande aflição,
como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco haverá
jamais” (Mt 24.21). Logo, este momento histórico é inigualável como nunca ouve
na face da Terra e nunca amais se repetirá. Mesmo porque, este período também é
o derradeiro, pois logo depois desses dias se seguirá o retorno de Cristo
(Mateus 24.29, 30).
No
capítulo 30 de Jeremias, vemos que o Senhor está falando ao profeta Jeremias
sobre Judá e Israel dizendo: 30.3-6 “Porque eis que vêm dias, diz o Senhor, em
que farei voltar do cativeiro o meu povo Israel, e de Judá, diz o Senhor; e
tornarei a trazê-los à terra que dei a seus pais, e a possuirão. 4- E estas são
as palavras que disse o Senhor, acerca de Israel e de Judá. 5- Porque assim diz
o Senhor: Ouvimos uma voz de tremor, de temor mas não de paz. 6- Perguntai,
pois, e vede, se um homem pode dar à luz. Por que, pois, vejo a cada homem com
as mãos sobre os lombos como a que está dando à luz? e por que se tornaram
pálidos todos os rostos? 7- Ah! porque aquele dia é tão grande, que não houve
outro semelhante; e é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será salvo dela.”
No
capítulo 30, Jeremias descreve as aflições e angustias de Judá e que a miséria no
cativeiro babilônico até seu “tremor” e “medo” surgindo da aproximação do
exército medo-persa de Ciro contra a Babilônia.
V.
6 “Perguntai, pois, e vede, se um homem pode dar à luz.” O Senhor faz uma
analogia dizendo que os homens serão vistos com as mãos pressionadas nos
lombos, como as mulheres reprimem suas dores. A metáfora é frequentemente usada
para expressar a dor anterior, seguida pela repentina libertação de Israel,
como no caso de uma mulher no parto (Is 66.7-9).
V.
7 “..é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será salvo dela.” Pela
desobediência dos judeus, estavam passando por grande aflição no Cativeiro
Babilônico, mais tarde sofreram também nas mãos do Antíoco Epifânio, no ano 70,
passaram por uma grande aflição, no cerco de Jerusalém pelo general Tito, porém
A
angustia de Jacó em que escreve Jeremias, é uma profecia tri partida, ou seja,
em três partes: primeira já estava se cumprindo no Cativeiro Babilônico, a
segunda parte se cumpriu na destruição de Jerusalém pelo general Tito, no ano
70, mas a terceira parte dessa profecia ainda não se cumpriu. Portanto, a
libertação parcial na queda da Babilônia prefigura a libertação final e
completa de Israel, literal e espiritual, na queda da Babilônia mística (Ap 18.1
à 19.21), no final dos tempos.
Jeremias
30.8-9, O Senhor falou dizendo: “Porque será naquele dia, diz o Senhor dos
Exércitos, que eu quebrarei o seu jugo de sobre o teu pescoço, e quebrarei os
teus grilhões; e nunca mais se servirão dele os estrangeiros. 9- Mas servirão
ao Senhor, seu Deus, como também a Davi, seu rei, que lhes levantarei.”
Se
a profecia de Jeremias fosse só para o tempo do cativeiro babilônico teria algo
errado. Note que o Senhor disse: “e nunca mais se servirão dele os
estrangeiros.” Porém Israel voltou a viver em novo cativeiro a partir do ano
70. E o que dizer da 2ª guerra mundial onde Adolf Ritler matou mais de 6
milhões de Judeu?
“Os
estrangeiros não mais farão dele seu servo” (Jr 25.14). Depois da libertação de
Ciro, Pérsia, Alexandre, Antíoco e Nero, fizeram de Judá seu servo. O pleno da
libertação significa que, portanto, ainda é futuro teu pescoço – o dele, isto
é, o de Jacob (Jr 30.7).
V.
9 “Mas servirão ao Senhor, seu Deus...”. A tribulação culminará na salvação
física e espiritual (cf. Zc 12.10-14; Zc 13.1) que será tal que Israel nunca
mais será subjugado por nenhuma nação. Isso não pode ser dito de qualquer
salvação que tenha ocorrido até hoje. A promessa, “ele será salvo dela”,
refere-se a um tempo ainda futuro.
Todas
as passagens bíblicas deixadas por Jesus, Daniel, Jeremias Paulo e João, nos
provam que as 70 semanas foram determinadas para Israel e não para a Igreja. É
os israelitas que que sentir a angústia de Jacó, por terem rejeitados a Jesus
como o Messias.
VI. A IGREJA PASSARÁ PELA GRANDE TRIBULAÇÃO?
Cristo foi para
o céu e a mulher, que representa a igreja, encontrou proteção divina no deserto
durante o período de tempo profético de 1.260 dias. Neste tempo, ela aguarda o
retorno de Cristo e o estabelecimento do reino eterno de Deus, mas não pode se
manifestar publicamente por causa da intensa perseguição.
1. A Igreja
Passará Pela Grande Tribulação? Essa é uma pergunta que certamente já tirou
o sono de muita gente. Muitos afirmam que a Igreja não passará pela Grande
Tribulação e defendem um Arrebatamento Pré-Tribulacionista, outros que a Igreja
será arrebatada no meio da tribulação Meso-Tribulacionistas, enquanto outros
afirmam exatamente o contrário e defendem um Arrebatamento Pós-Tribulacionista.
Todos os crentes concordam que os juízos de Deus sobre
Israel e o mundo naqueles dias só terão início depois que a Igreja for retirada
da Terra. Até o capítulo 5 de Apocalipse se fala da Igreja, mas no capitulo 6,
quando se iniciam os juízos, a Igreja não mais aparece, senão no capítulo 19.
Existem várias razões lógicas para
acreditarmos que esse evento ocorrerá antes da Tribulação.
Primeiro, precisamos compreender que o principal propósito do
período da Tribulação (“O Dia do Senhor”) é punir e refinar a nação de Israel e
não a igreja de Jesus Cristo que é sua amada noiva.
Torna-se, pois,
bem claro, à vista da Palavra de Deus, que há dois aspectos distintos da
segunda vinda de Jesus.
Vejamos alguns fatos que ocorreram livramento
antes da tribulação:
·
Enoque foi levado ao céu antes do Dilúvio; a
Bíblia diz na carta de Hebreus para não ver a morte (Hb 11.5).
·
Elias foi levado ao céu antes do aparecimento
das duas ursas que mataram os 42 rapazes (2ª Reis 2.1, 23, 24).
·
Ló foi tirado de Sodoma antes da destruição (Gênesis 19).
·
Deus não destinou a Igreja para a ira (1ª Ts 5.9).
·
João foi arrebatado ao céu logo após o relato da
última carta à igreja de Laodiceia (Ap
4.1-2).
·
Se orarmos e vigiarmos escaparemos das coisas
que sucederão (Lc 21.36).
·
Versículos bíblicos que nos mostram o grande
livramento que o Senhor nos dará: (Salmos
32.7; Salmos 27.5- 6; Salmos 33.19; Pv 11.8; Ec 8.5; Isaías 65.13 e 1ª Ts. 1.10).
E isso é confirmado ainda na primeira Epístola – “quando
disserem: Há paz e segurança, então, lhes sobrevirá repentina destruição (...)
e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que
aquele Dia vos surpreenda como um ladrão” (1ª Ts 5.3,4).
Conforme o texto acima são os que estão “em trevas” que não
escaparão da destruição. Os filhos da luz (1ª Ts 5.5) já terão sido arrebatados
(1ª Ts 4.16-18). Por isso, mais adiante, Paulo reafirma que os salvos escaparão
da ira futura: “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição
da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo” (1ª Ts 5.9).
2.
A igreja estará nos céus. Apocalipse
19.1-3 “Depois destas
coisas, ouvi no céu uma como grande voz de numerosa multidão, dizendo: Aleluia!
A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus, 2- porquanto verdadeiros e
justos são os seus juízos, pois julgou a grande meretriz que corrompia a terra
com a sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos. 3-
Segunda vez disseram: Aleluia! E a sua fumaça sobe pelos séculos dos séculos.
O capítulo 19 começa com esta expressão:
“Depois destas coisas”, ou seja, depois dos juízos e catástrofes da Grande
Tribulação, ele começa a tratar da vinda de Jesus Cristo em glória, para julgar
as nações e estabelecer o Seu reino eterno.
Depois, João vê o céu aberto e narra o que
viu: o Rei dos reis e o Senhor dos Senhores. Ele também um coral incontável de
santos que cantam aleluia e dão glória a Deus, junto aos 24 anciãos e aos
quatro seres viventes.
Os vinte quatros anciãos simbolizam os
salvos, antes e depois de Cristo. Juntos ele vê a noiva (esposa) e o Noivo
prontos para as Bodas do Cordeiro (Ap 19.7-8). Essa referência temos a
Igreja reunida a Cristo nas bodas do Cordeiro no céu. Portanto, após as bodas
do Cordeiro, Jesus vem em glória com os Seus, para julgar as nações (Ap
19.11-21).
3.
A ira do Cordeiro. Ap 6.16-17
“E disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face
daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, porque é vindo o grande
dia da sua ira; e quem poderá subsistir?”
A ira (gr. orge), é uma expressão da justiça. É a indignação pessoal de Deus e
Sua reação imutável diante de todo o pecado (Ez 7.8-9; Ef 5.6; Ap 19.15)
causada pelo comportamento iníquo do ser humano (Êx 4.14; Nm 12.1-9; 2º Sm
6.6-7), e pela apostasia e infidelidade do povo (Nm 25.3; 32;10-13; Dt
29.24-28).
3.1. A Grande Tribulação será um tempo de julgamento
para as nações rebeldes Ap 6.16-17. “Eles gritavam às
montanhas e às rochas: “Caiam sobre nós e escondam-nos da face daquele que está
assentado no trono e da ira do Cordeiro! Pois chegou o grande dia da ira deles;
e quem poderá suportar?”A ira do Cordeiro
descrito neste capítulo do verso 6 ao 19, é uma manifestação da vingança
divina contra os transgressores da Sua Palavra e para quem não há manifestação
da Sua misericórdia (Dt 32.39-43; Êx 22.23-24).
Escondei-nos
daquele que assenta no trono e da ira do Cordeiro. Mesmo num mundo cheio de
todo tipo de sofrimento, “Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb
10.31). O sexto selo claramente representa um castigo divino, identificado aqui
com o poder do Pai que se assenta no trono (Ap 4.2-3) e com a ira do Cordeiro
que recebe e abre o livro (5.6-7). Para aqueles que se submetem ao Cordeiro,
Ele é o Salvador “que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Mas para os inimigos
que o perseguem e que matam os seus servos, Ele mostra ira e poder
irresistível. Ele é, ao mesmo tempo, o Cordeiro e o Leão.
“Porque
chegou o grande Dia da ira deles”. O dia aqui é identificado
claramente como um dia de castigo divino.
A
ira é o ódio de Deus contra o pecado, a imoralidade e a iniquidade impenitente.
É o mesmo que a ira de Deus (cf. Ap 15.7; ver Rm 1.18; Hb 1.9). Os fiéis da
igreja de Cristo não estão destinados à ira de Deus (1ª Ts 5.9), pois Jesus
prometeu que virá para livrá-los da ira vindoura (Ap 3.10; 1ª Ts 1.10). Paulo
usou a mesma expressão para identificar o dia “do justo juízo de Deus” em que
ele fará separação entre os justos e os perversos (Rm 2.4-8).
O
sexto selo não identifica um dia específico de castigo, mas promete a justiça
de Deus que traria o devido castigo sobre os perversos. Nada tem a ver com a
Igreja de Cristo.
Pela
face daquele que está sentado no trono. Eles agora viram que todos esses
terríveis julgamentos vieram do Todo-Poderoso; e que Cristo, o autor da nossa
fé, estava agora julgando, condenando e destruindo-os por suas cruéis
perseguições a seus seguidores.
Quem é que pode suster-se? Olhando para
o que vem, esta pergunta se torna especialmente importante. Depois de ver os
primeiros seis selos abertos, chegando ao sofrimento terrível do sexto, só pode
se esperar que o sétimo seja pior ainda.
VII. QUEM PASSARÁ PELA GRANDE TRIBULAÇÃO
Há dois grupos distintos que passarão pela
Grande Tribulação:
1. Os judeus que não tiverem aceitado a
Cristo. João 5.43 “Eu vim em nome de meu Pai, e não me aceitais; se outro
vier em seu próprio nome, a esse aceitareis.”
Israel o povo escolhido por Deus para trazer
o Messias para a salvação da humanidade, mas, lamentavelmente, não foi fiel aos
pactos e, por isso, os ramos da oliveira foram cortados e houve a mudança no
plano divino. Eles esperavam um messias que fosse um rei e que viesse libertas
do jugo do império de Roma. Eles não esperavam um rei humilde, montado em um
jumento e pregando amor aos inimigos.
A última semana sete anos de aflição, está determinada
para os judeus (Dn 9.24).
Jesus falou dizendo: “se outro vier em seu
próprio nome...”..., fingindo ser o seu messias predito pelos profetas,
surgira um rei que estabelecerá uma aliança de paz com os judeus e muçulmanos.
Daniel 9.24“Setenta semanas estão
determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade....”.
Os 144 mil judeus selados. Apocalipse
7.1-8, João vê quatro anjos, nos quatro cantos da terra, retendo quatro ventos.
Isso significa que um juízo de Deus estava para ser derramado na Terra de modo
que ninguém seria capaz de escapar. Em seguida João contempla 144 mil, selados das
tribos de Israel. Esses são judeus convertidos pela pregação das duas
testemunhas na primeira fase da Grande Tribulação, e serrão selados pelo
Espírito Santo (Ef 1.13), o que significa que eles têm a proteção especial de
Deus e mantidos a salvo dos julgamentos divinos e da ira do Anticristo, para cumprir
livremente sua missão evangelizadora na Terra. Já havia sido profetizado que
Israel se arrependeria e voltaria para Deus (Zc 12.10; Rm 11.25–27). Portanto, os
144.000 judeus, são as primícias salvos e arrebatados desse Israel redimido,
porque Apocalipse 14.4, João os vê no céu no com o Cordeiro. Com o resultado da
pregação evangelizadora, “uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas
as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante
o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos.” (Ap 7.9).
Após o arrebatamento dos 144 mil selados o
diabo irá perseguir os remanescentes de Israel.
Apocalipse 12.17, “Irou-se o dragão contra a
mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os
mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus; e se pôs em pé sobre a areia
do mar.”
Quando o Dragão foi lanço para Terra (Ap
12.13), perseguiu a mulher (Igreja). Porém, Deus arrebatou-a para o céu fora da
vista da serpente (Ap 12.14).
O dragão não se dá por vencido e continua a
sua perseguição. Agora ele sai para fazer guerra contra o restante do povo de
Deus, ou seja, os remanescentes de Israel. Por fim, o remanescente israelita
será absolvido pelo Justo Juiz e estará seguro, enquanto o Inimigo ficará
parado sobre a areia do mar sem poder prosseguir com seus intentos (Ap
12.16-18, ARA).
Israel será julgado, repreendido pelo Senhor
por ter rejeitado a Jesus como Messias e Salvador. O profeta Jeremias chamou
esse período de “angústia para Jacó” (Jr 30.7).
“Ah! Porque aquele dia é tão grande, que não
houve outro semelhante! E é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será salvo
dela” (Jr 30.1-7; leia também Apocalipse 12.1-7). Nesta passagem, Israel é
tipificado pela mulher que, perseguida pelo dragão, vai procurar refúgio no
deserto. E o dragão, que é o próprio Diabo, buscando sempre arruinar os planos
de Deus, sai para fazer guerra aos descendentes da mulher que se acham
espalhados pelo mundo.
Os Judeus serão enganados pelo Anticristo e
sofrerão os horrores do tempo da “Angustia de Jacó”. O período da Grande
Tribulação será o tempo de angústia para Israel, onde Deus enviará os seus
juízos para os desobedientes.
“No momento que seriam esmagados pelas nações
do mundo, no fim deste período, passarão debaixo do cajado de Deus” (Ez 20.37),
que simboliza uma aproximação de Deus. Na grande Tribulação, após sofrerem, os
justos clamarão o nome do Senhor, em profundo arrependimento. Os rebeldes serão
destruídos e o remanescente fiel entre eles tornar-se-á o único núcleo de um
Israel renovado espiritualmente, então dirão a Deus: “Mas agora, o Senhor, Tu
és nosso Pai; nós o barro, e Tu o nosso Oleiro; e todos nós obra de suas mãos”
(Js 64.8); (Zc 12.10; 13.1).
Será nesta hora que a nação, em sua
totalidade, reconhecerá Jesus como seu Messias, sendo por Ele convertido. “Quem
jamais ouviu tal cousa? Quem viu cousas semelhantes? Poder-se-ia fazer nascer
uma terra num só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião esteve de
parto e já deu à luz seus filhos” (Is
66.8).
No final da Grande Tribulação quando Israel
estiver cercado pelo Anticristo então virá o Senhor em glória e irão dizer: “E
se alguém lhe disser: Que feridas são essas nas tuas mãos? Dirá Ele: São as
feridas com que fui ferido em casa dos meus amigos” (Zc 13.6).
2. Os gentios. A grande tribulação é
um tempo de julgamento divino sobre um mundo ímpio que rejeitou a Cristo, mas
também um tempo de ira e perseguição satânica contra os que recebem a Cristo e
a sua Palavra.
“Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma
multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e
línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes
brancas e com palmas nas mãos” (Ap 7.9,
13, 14).
Será baixado um decreto ordenando a morte de
todos que se recusarem a adorar o governante mundial e sua imagem. Noutras
palavras, muitos que resistirem ao anticristo e permanecerem fiéis a Jesus,
selarão sua fé com suas vidas (Ap 6.9; 14.12,13; 17.9-17).
VIII. HAVERÁ
SALVAÇÃO DURANTE A GRANDE TRIBULAÇÃO?
Quando
se estuda a Grande Tribulação, a pergunta é inevitável: “haverá salvação neste
período?” É claro que sim. O livro de Apocalipse mostra dois grupos distintos
de salvos: os israelitas e os gentios:
“Depois
destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de
todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e
perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos” (Ap
7.9).
Este
grupo incontável compõe-se todos os salvos de todas as nações. Quando João
pergunta quem são, um dos anciãos responde-lhe dizendo: “São estes os que vêm
da grande tribulação, lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do
Cordeiro” (Ap 7.4-14).
Atribulação
será um tempo de grande angústia para os ímpios por causa dos juízos de Deus.
Também será um tempo de grande perseguição para os crentes que ficarem e também
para a nação de Israel por causa da perseguição do Anticristo (Ap 13.7). Daniel
viu o Anticristo, o qual “fazia guerra contra os santos e prevalecia contra
eles” (Dn 7.21).
Quando
a primeira fase da Grande Tribulação (três anos e meio) passarem, os santos
serão perseguidos pelo Anticristo e serão martirizados para defenderem sua fé.
Ap
20.4 “E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder
de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus
e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não
receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante
mil anos.”
João
vê as almas daqueles que foram decapitados pelo testemunho de Jesus Cristo e
pela fidelidade a Sua Palavra e não adoraram a besta e nem sua imagem (Ap
13.15) e puderam “viver e reinar com Cristo por mil anos”.
Esta
Tribulação tem uma dimensão diferente de qualquer outra que já houve na história
da Igreja. No fim dos tempos da Grande Tribulação, todos os santos defenderão
sua fé através do seu martírio, eles servirão ao seu Senhor Jesus Cristo no
meio de um ambiente desesperado. No entanto, em sua morte, eles venceram:
“Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra
do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida”
(Ap 12.11). Mesmo quando Deus está cumprindo Sua justa punição em um mundo
incrédulo, Ele restaurará Israel à fé e estenderá a graça a todos os que creem,
tanto judeus quanto gentios. Deus sempre esteve no negócio de salvar as
pessoas, e essa salvação ainda estará disponível durante a tribulação.
Isto
significa que, apesar da oposição do Anticristo, a Bíblia continuará a ser divulgada
em escala mundial. Enganam-se aqueles que afirmam que após o arrebatamento da
Igreja, as Escrituras perderão sua inspiração sobrenatural e única. Tal
ensinamento não conta com qualquer respaldo bíblico. Afirma o profeta Isaías:
“seca-se a erva, e caem as flores, mas a palavra de Deus subsiste eternamente”
(Is 40.8).
Precisamos
entender que a salvação é pela graça. A graça é manifestada a todos os homens
que se arrependem de seus pecados. Na Velha Aliança, o povo era salvo pela fé
no Redentor Prometido. Na Nova Aliança, somos salvos pela fé no sacrifício de
Jesus no Calvário. Porém, na grande tribulação o povo será salvo por guardar a
fé. Isto é também salvação pela graça (At 15.11; Ef 1.4; 1ª Pe 1.19-20).
Eles
também tinham o Evangelho (Gl 3.8; Hb 4.2). Em Ap 14.1-5 vemos uma multidão de
judeus salvos da terra na Grande Tribulação. Em Ap 6.9 e 7.9-11, vemos uma
multidão de gentios salvos no céu, porém saídos da terra, após sofrerem
martírio.
Apocalipse
22.17, “E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem. E quem tem
sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida.”
Quem
houve diga vem...”. O evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, está sendo
anunciada a toda a humanidade, para aqueles que ouvem e aceitam vivem uma
esperança de saber que Jesus está vivo (Ap 1.18) e tem uma eternidade preparada
(Jo 14.1-3), para aqueles que recebem Jesus no seu coração (Ap 3.20).
Pr. Elias Ribas
Bacharel em
Teologia Seminário Gilgal – Cruz Alta RS.
Mestrado em
Teologia – SEAMID – Cascavel PR.
Dr. Em
Teologia - SEAMID – Cascavel PR.
Especialização
em Apologética – ICP - São Paulo.
Grego e
Hebraico - Faculdade Batista Pioneira – Ijuí RS.
Exegese Grego
do Novo Testamento - Faculdade Batista Pioneira – Ijuí RS.