Apocalipse 20.11-15 “E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. 12- E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. 13- E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. 14- E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. 15- E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.”
O juízo final marca a passagem entre a consumação da
presença era e o estado eterno. De acordo com as Sagradas Escrituras o Juízo
Final também chamado de Juízo do Grande Trono
Branco acontecerá após o Milênio e depois da Guerra de Gogue e Magogue. Não
será um julgamento para Deus descobrir a intenção do homem, mas sim, para
deixar tudo “às claras” diante dos homens.
A Bíblia se refere ao momento
do juízo final como “o dia do juízo” (Mt 11.22), “aquele dia” (Mt 7.22; 2ª Ts 1.10;
2ª Tm 1.12) e “o dia da ira” (Rm 2.5).
O Juízo Final a sessão judicial que terá lugar na consumação de todas as coisas temporais que, conduzido pelo Todo-Poderoso, retribuirá a cada criatura moral o que estiver cometido através do corpo durante a sua vida terrena. Ele completará a limpeza do planeta, e limpará o universo de todas as forças espirituais que, desde o princípio da criação, desobedecem a Deus. Este será o último juízo que a Bíblia relata. Será o julgamento dos ímpios, desde Caim até o último homem que viver sobre a terra. Esse julgamento será perfeito ninguém conseguirá escapar dos olhos do Todo-Poderoso. Os culpados serão severamente lançados no lago de fogo, onde serão atormentados pelos séculos dos séculos.
I. O QUE ACONTECERÁ NESTE JULGAMENTO
1. O correrá a Segunda ressurreição. “Mas os outros mortos não reviveram até que os mil anos se acabaram” (Ap
20.5).
A primeira ressurreição se deu quando Cristo arrebatou a Sua
Igreja (Jo 5.29), antes da
Grande Tribulação, e esta será para a vida eterna, mas a segunda ressurreição
será para a condenação eterna, e será a ressurreição dos mortos ímpios (Rm 2.5-6) e acontecerá após o Milênio, para que diante do Grande Trono Branco
recebam a condenação. Esta é a segunda morte (Ap 20.5-6; 11-15; Hb 4.13).
Todos os que estão ligados ao primeiro Adão morrerão e serão
aqui julgados. Todos os que tiverem passado da família do primeiro Adão para a
família do último Adão são justificados e não entraram em condenação (Rm 5.16,
18-19; 1ª Co 15.22, 45 e 49).
Esse julgamento vai abranger os perdidos de todas as épocas, esses serão os mortos que não passaram pelo julgamento das nações, porque foram marcados para ressuscitarem no último dia, o julgamento do “Juízo Final”.
2. Será uma ressurreição para condenação. Nos ensinamentos de nosso Senhor Jesus Cristo ele
disse: “E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que
fizeram o mal, para a ressurreição da condenação.” (Jo 5.29).
A primeira ressurreição será para a vida eterna com Cristo e a segunda ressurreição
será para condenação eterna (Dn 12.2). “E muitos dos que dormem no pó da terra
ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo
eterno”.
O Senhor Jesus afirma claramente que os justo (aqueles que creem no Seu evangelho), terão vida eterna e não entrarão em juízo: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (Jo 5.24). Porém os ímpios, irão ressuscitar num corpo imperecível, mas carregados de pecados para enfrentar o Grande Trono Branco.
II. O JUÍZO FINAL COMO SERÁ?
No capítulo 4 de apocalipse, João já tinha visto o trono de Deus: “Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões” (4.1-6). Sai do trono de Deus o poder para falar, julgar e castigar (veja Sl 18.13-14; 144.6; Êx 19.16-19). Mas aqui, João vê um “Trono Grande e Branco”. ‘Trono’ é o lugar onde se assentará o Grande Juiz para julgar e castigar a humanidade ímpia e incrédula segundo suas obras; ‘Grande’, representa o poder infinito de Deus; ‘Branco’ representa a justiça perfeita e completa de Deus.1. Quem é o Juiz que se assentará nesse trono? Hoje Cristo se apresenta com caminho (Jo 14.6), mediador (1ª Tm 2.5) e advogado (1ª Jo 2.1), mas naquele dia, o Senhor Jesus será o juiz do universo (Jo 5.22, 27; At 17.31) e se assentará no “Grande Trono Branco” para julgar (Mt 28.18; Ap 3.21). Se hoje tu aceitares a Cristo como teu salvador e Senhor terás como Ele como advogado, mas se o rejeitares será como um Juiz neste julgamento.
2. Os fundamentos do juízo final. Se os falhos imperfeitos julgamento humanos têm os seus fundamentos, o que não diremos do julgamento final que será efetuado pelo justíssimo Deus.
A natureza justa e santa de Deus. Em sua primeira carta, João oferece-nos uma das mais belas definições essenciais do Todo Poderoso: “Deus é amor” (1ª Jo 4.8), contudo, não podemos esquecer que Deus possui uma natureza santa e justa. Todas as vezes que a Sua santidade é ferida, sua justiça reclama, de imediato, uma reparação. Por conseguinte, estes dois atributos de Deus: justiça e a santidade acham-se a fundamentar o Julgamento Final. Neste, todos os que porfiaram em menosprezar a santidade de Deus terão de haver perante a sua justiça (Rm 2.5-10).
3. O propósito do juízo final. O propósito principal
do Juízo Final será mostrar a Soberania de Deus e a glória do Senhor na
revelação do destino final de cada pessoa. Até a data do Juízo Final, o destino
de cada ser humano está oculto, no Juízo Final esse destino será revelado,
conforme a fé que cada um teve ou não. Com a publicação dessas obras, a graça
de Deus será magnificada na salvação do seu povo e Sua justiça exaltada na
condenação de seus inimigos. O juízo final será um evento de publicação e
execução (Mt 10.26; Rm 2.5, 6).
Será o dia mais cruel de todos os tempos. Tiago escreveu: “Porque o juízo é sem misericórdia...” (Tg 2.13a).
4. Sua localização. “...fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles” (v. 11). Este trono não está na terra, como o julgamento das nações (Mt 25.31), mas este julgamento será realizado em algum lugar no espaço, pois lemos que da presença daquele que se assenta sobre o trono, “fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles” (Ap 20.11). E enquanto o Senhor estará julgando os ímpios, a terra estará sendo consumida pelo fogo (2ª Pe 3.7). Essa descrição bíblica culmina com a destruição dos Céus e da Terra. Para apagar todos os sinais do pecado haverá a destruição de todo o universo (Is 51.6; Is 34.4).
5. Quem será julgado. “E vi os mortos grandes e pequeno, que estavam diante do trono” (v. 12).
Todos os que mortos, é uma linguagem expressiva que
refere-se a toda raça humana grandes e pequeno. Ricos e pobres, donos de
títulos ou cidadãos comuns, jovens ou velhos, sadios ou doentes, capacitados ou
incapacitados, famosos, ou infames, todos os que morrem sem Cristo irão ficar
diante de Deus no presente julgamento. Os homens neste mundo buscam poder,
posição e fama, que são coisas efêmera, mas essas coisas nada significam diante
de Deus. Pecadores são pecadores, e Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34).
Todos os mortos ímpios estarão diante do Supremos Juiz para serem revelados à luz. Nada escapará daquele quem os olhos como chama de fogo. “Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser revelado” (Lc 12.2).
6. E a morte e o inferno entregaram os mortos que estavam neles. O apóstolo João diz que: “E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia” (v. 13a). Os ímpios sairão de todas regiões onde foram sepultados, da terra, do oceano e suas almas saíram do inferno onde estavam presos e incorporaram em seus corpos terrenos para serem julgados. “Morte e inferno” são aqui representados como tendo domínio sobre os mortos, e agora entregando, aqueles que foram detidos a eles.
III. NESTE JULGAMENTO HAVERÁ OS SEGUINTES LIVROS
No Juízo Final, os mortos serão julgados de acordo com as coisas escritas nos livros, isto é, segundo as suas obras: “...e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras” (v. 12).
Os livros que formarão a base do julgamento dos que serão
presentes diante deste trono são a Palavra de Deus, o “outro livro” – o Livro
de Vida, e “os livros” contendo as obras de todos os que estarão diante deste
trono são:
Tudo que o homem fez durante sua vida terrena, quer sejam más, quer sejam boas (2ª Co 5.10), serão julgadas no juízo final. Nesse julgamento, Deus considerará os pensamentos, as palavras, e as obras de cada membro da raça de Adão. “Todas as coisas que os homens fazem as escondidas serão um dia revelado.” (Lc 12.2).
1. O livro da vida. “....e abriu-se outro livro, que é o da vida”.
O termo “Livro da Vida” é mencionado sete vezes no Novo
Testamento. Seis delas ocorrem no livro das revelações e apenas uma na Carta do
apóstolo Paulo aos Filipenses. O apóstolo Paulo escreve que os nomes de seus
cooperadores no ministério do Evangelho estão escritos no Livro da Vida (Fl 4.3).
Na visão de João, ele vê o livro da vida e também outros livros. Porém, há uma
diferença entre o livro da vida e os livros. O livro da vida onde estão
escritos os nomes dos seguidores do Cordeiro (Fl 4.3; Ap 13.8; Ap 17.8). Enquanto
que “os livros”, evidentemente, representam o registro das ações dos
impenitentes (cf. Dn 7.10).
Nos registros judaicos quando
alguém morria, o seu nome era riscado da lista que as autoridades guardavam, e
que se supunha compreender somente os nomes dos vivos (Is 4.3; Ap 21.27; cf.
Dicionário Bíblico Universal).
Aqueles que professam sua fé genuína em Cristo Jesus têm os seus nomes escritos no Livro da Vida. Jesus prometeu ao vencedor: “O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos” (Ap 3.5). Ter o nome escrito no “Livro da Vida” é ter garantia a sua entrada na Nova Jerusalém (Dn 12.1; Ap 21.17). Se o nome de um homem não está escrito no Livro da Vida, os registros dos livros dos feitos o condenam, e ele é lançado no lago de fogo, ou seja, quem não tiver o nome escrito no livro da vida, já está condenado.
2. O livro da consciência - O livro onde estão escritas as obras dos homens:
Romanos 2.14-16 “Porque,
quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da
lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei, 15- os quais mostram a obra da
lei escrita no seu coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus
pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os, 16- no dia em que Deus há de
julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.”
Os judeus incrédulos serão condenados pela própria lei, pois foram agraciados por Deus pela lei escrita em pedras de tabuas e depois registrada nos livros do Antigo Testamento. Como os gentios não possuíam à lei, isto é, não tiveram acesso à lei, mas os mesmos requisitos foram escritos em seus corações. Portanto, os impenitentes também serão julgados por sua própria consciência que, embora falha, não deixará de ser um dos fundamentos do Juízo Final.
2.1. Os pensamentos. O apóstolo Paulo escreveu dizendo que quando o Senhor vier, “não somente
trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os
desígnios dos corações” (1ª Co 4.5; cf. Rm 2.16).
Os desígnios do
coração Paulo se referem a lei de Deus na consciência dos homens. os
corações, pois Ele conhece o mais profundo do coração dos homens. A consciência
é a faculdade inata no ser humano capaz de discernir entre o bem e o mal.
O livro da consciência, contêm
todas as obras e pensamentos de cada ímpio e transgressor da Palavra de Deus e que
não tem o sangue de Cristo entre ele e o Juiz.
Entendemos que assim o
julgamento será justo, pois não admite falsas acusações de outros, maquiagem
dos fatos ou apelos emocionantes. A verdadeira relação das suas obras fielmente
registrada para que a punição seja justa dos que não estão em Cristo.
Todas as pessoas serão julgadas, e todas receberão de Deus o que merecem ninguém se dará por inocente diante de Deus, porque cada um será julgado de acordo com os livros citados acima.
2.2. As palavras. “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for
boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem.” (Ef 4.29).
A palavra grega traduzida por “torpe” significa literalmente “estragada; podre”. Paulo nos exorta a não falar nenhum tipo de palavra “estragada” saia da vossa boca. Jesus foi claro ao dizer que “de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo” (Mt 12.36). Toda palavra estragada e que desagrada ao Senhor ele terá que prestar conta.
2.3. As obras do homem. “E os mortos foram julgados
pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.” (V. 12).
Será um julgamento de obras, e isso significa que todos os
que serão julgados ante este Grande Trono Branco serão condenados, pois todos
são pecadores (Rm 3.9-18) que não se converterão a Cristo Jesus na sua vida
terrena.
A Salvação, não é pelas obras, mas é pela graça de Cristo, que morreu em nosso lugar (Ef 2.8-9). A obra (singular) do crente será julgada no Tribunal de Cristo (cf. 1ª Co 3.13-14), referindo-se a um exame do seu serviço prestado a Cristo, para que o crente receba recompensas ou as percas. Mas os pecadores darão conta de suas “obras” (plural), referindo-se a seus pensamentos e ações serem julgados pela santa lei de Deus. As “boas obras” de um homem não podem salvá-lo, pois elas não podem comprar o perdão de sem sequer um dos seus pecados. Além disso, até mesmo a retidão do homem ou as suas boas obras são como trapo de imundície, diante um Deus triplamente santo (Is 64.6).
Todas as ações dos homens serão trazidas à luz, no julgamento final. Portanto, aqueles que estão atrás de uma religião, mas com uma máscara serão repudiados por Cristo naquele dia. Muitos que acreditam que as tradições e os dogmas da sua religião irão livrar da condenação, estarão enganados. Muitos até parecem ser cristãos, e até fizeram o trabalho de Deus, mas serão repudiados pelo grande Juiz naquele dia. Jesus declara a um grupo de religioso dizendo: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em Teu nome expulsaremos demônios? E em Teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci: apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7.21-23).
Muitas pessoas fazem coisas boas tentando merecer o céu por conta do que realizam. Essas pessoas fizeram muitas coisas boas. Expulsaram demônios, profetizaram e fizeram muitas maravilhas. Mas o Senhor que conhece as intenções dos corações irá dizer: “Nunca vos conheci: apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade”
Jesus não veio para condenar o mundo, mas para salvar o
mundo. Ele viria para condenar os culpados em um momento futuro, ou seja, no
Juízo Final. . Por isso, ele nem sequer se pronunciou decisivamente sobre a
condição daqueles que o rejeitaram, mas ainda lhes deu a oportunidade de serem
salvos.
A Palavra de Deus também tem o
poder de nos julgar. O autor aos Hebreus escreve que a poderosa Palavra de Deus
julga “os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12). Noutras palavras: os
que optam por desconsiderar a Palavra de Deus, acabarão por experimentá-la como
palavra de condenação.
Estes livros serão abertos diante deste trono (Ec 12.14; Mt 12.36; Rm 2.16; Hb 4.13; Ap 20.12, “segundo as suas obras”), e nada ficará encoberto (Mt 10.26; Lc 8.17).
IV. OBJETIVOS DO JUÍZO FINAL
1. Mostrar que a
justiça de Deus deve ser observada e acatada por todos, através de Sua
Santa Palavra.
2. Punir os que
rejeitaram a Cristo Jesus e sua tão grande Salvação. Os que aceitam a
Cristo Jesus são automaticamente justificados pela fé diante de Deus. Todavia,
aqueles que rejeitam a Sua justiça, hão de ser lançado no lago de fogo (Ap 20.15; Mt 25.41). Jamais entraremos
nos céus fiados em nossas justiças, que aos olhos de Deus não passa de trapos
de imundícias (Is 64.6).
3. Destruir
finalmente a personificação de todo mal. Afirma Paulo aos irmãos de Corinto
que iremos julgar os anjos que acompanharam o ungido querubim em sua estúpida
rebeldia contra Deus (1ª Co 6.3).
Aos tais reservou o Senhor o lago de fogo (Mt 25. 41). E, assim estará sendo destruída, de uma vez por todas
a personificação do mal. Conforme já vimos o diabo e seus anjos serão julgados
antes da instauração do Juízo Final e hão de ser lançado no eterno tormento.
Pr. Elias Ribas Dr. em Teologia
Assembleia de Deus
Blumenau - SC