I. A ATRAÇÃO DOS CAMPOS FÉRTEIS
Gn
13.10-13 - “E levantou Ló os seus olhos, e viu toda a campina do Jordão,
que era toda bem regada, antes do SENHOR ter destruído Sodoma e Gomorra, e era
como o jardim do SENHOR, como a terra do Egito, quando se entra em Zoar. 11 - Então
Ló escolheu para si toda a campina do Jordão, e partiu Ló para o oriente, e
apartaram-se um do outro. 12 - Habitou Abrão na terra de Canaã e Ló habitou nas
cidades da campina, e armou as suas tendas até Sodoma. 13 - Ora, eram maus os
homens de Sodoma, e grandes pecadores contra o SENHOR”.
No
contexto da insatisfação dos pastores de Abraão e Ló, Abraão conversou com seu
sobrinho. Ele disse que não deveria existir qualquer contenta entre ambos e
entre seus servos, afinal, eles eram parentes chegados (Gn 13.8).
Então
numa grande demonstração de humildade, maturidade e confiança, Abraão propôs
que ambos se separassem, mas deu o benefício da primeira escolha de direção a
Ló. Se Ló escolhesse ir para a esquerda, Abraão iria para a direita e
vice-versa (Gn 13.9).
A
Bíblia diz que Ló levantou os olhos e viu toda a campina do Jordão. Aquela
região era muito bonita. Seus campos verdejantes e bem regados são comparados
no texto bíblico ao Jardim do Éden e à prosperidade do Egito (Gn 13.10; cf. Gn
2.8-10).
Ló
se impressionou com o que viu e escolheu conforme lhe pareceu bem aos seus
olhos. Ele partiu para o Oriente em direção à cidade de Sodoma e se separou de
Abraão que ficou na direção oposta.
Porém,
a escolha de Ló não foi uma escolha de fé, mas carnal, segundo seus próprios
desejos. Imediatamente após registrar a escolha de Ló, o escritor de Gênesis
faz questão de ressaltar que ele não havia feito uma boa escolha. Ele foi
habitar numa terra ocupada por homens maus e grandes pecadores contra Deus (Gn
13.13).
Em
seu comentário de Gênesis 13, João Calvino diz que ainda que Ló pensasse viver
no céu, ele já havia quase que afundado no inferno. Sem dúvida essa correta
observação contrasta os dois parentes, Abraão e Ló. Um confiou em Deus, o outro
confiou no que viu.
II. A ATRAÇÃO DO APETITE
Gn 25.29-30 - “E Jacó
cozera um guisado; e veio Esaú do campo, e estava ele cansado; 30 E disse Esaú
a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado.
Por isso se chamou Edom”.
Os gêmeos Esaú e Jacó cresceram e se tornaram homens com
características e personalidades totalmente diferentes. Esaú era um homem do
campo, um perito caçador. Gênesis 25 diz que Esaú era o filho preferido de
Isaque, que costuma se saborear de sua caça.
Por outro lado, Jacó era um homem pacato que habitava em tendas. Se
Esaú era o filho predileto de Isaque, Jacó era o filho amado de Rebeca (Gn 25.27,
28). Nesse ponto específico Isaque e Rebeca falharam como pais.
Na sequência o texto bíblico mostra os esforços de Jacó em querer se
apropriar dos privilégios de seu irmão como primogênito (Gn 25.29-34). Porém,
apesar dos esforços de Jacó, sua supremacia não se devia a direitos naturais,
mas à eleição soberana do Senhor. Deus já havia chamado Jacó antes mesmo de ele
ter nascido, e isso independia do direito de primogenitura (Rm 9.11).
Jacó se aproveitou da visão limitada de Esaú com relação à herança e
a liderança da família, e lhe propôs negociar o seu direito de primogenitura em
troca de um ensopado vermelho (Gn 25.29-33).
O direito de primogenitura garantia ao filho mais velho a posição de
principal herdeiro da família. O primogênito recebia porção dobrada da herança
e assumia a liderança civil e religiosa da unidade familiar (Dt 21.17; 1 Cr 5.1-2;
cf. Êx 4.22).
Mas aqui vale lembrar que aquela era a família da Aliança. Nesse
caso, a herança da família essencialmente incluía a bênção de Deus sobre a
linhagem abraâmica. Então quando o inconsequente Esaú aceitou negociar com Jacó
seu direito de primogenitura, ele também desprezou as promessas de Deus.
À luz de Gênesis 25 podemos entender por que Esaú é citado na Carta
aos Hebreus como um homem profano que negociou as bênçãos da Aliança. Diante do
seu erro, ele nem mesmo foi capaz de encontrar arrependimento genuíno (Hb 12.16,17).
Pv 25.16 - “Se achaste mel, come somente o que te basta, para
que porventura não te fartes dele, e venhas a vomitar”.
O
Senhor nos deu com abundância todas as coisas para desfrutarmos (1ª Tm 6.17),
mas todas elas devem ser usadas com moderação (Fp 4.5). E à distância Ele está
observando para ver como tratamos as Suas dádivas, como muitos desejam; o
Senhor está atento. Ele fez o homem justo e lhe deu numerosas dádivas, mas o
homem inventou muitas coisas (Ec 7.29). E uma destas inventadas pelo homem, é o
excesso!
Vivemos
numa geração dada ao excesso – este é um dos seus ídolos. São orgulhosos de
serem excessivos! Os santos serão cuidadosos de forma a evitar a imoderação em
relação a tudo. As dádivas inocentes de Deus em termos de alimentos e bebidas
foram corrompidas para a destruição das almas; o alimento em excesso ou a
glutonaria e a embriaguez estão sobrecarregando não somente os estômagos, mas
também os corações (Lc 21.34). Homens ainda jovens se empanturram até o vômito;
bêbados fazem a mesma coisa e depois dormem em cima do vômito.
III. A ATRAÇÃO DA MULHER
1º Rs 11.1-4 - “E o rei
Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, além da filha de Faraó: moabitas,
amonitas, edomitas, sidónias e hetéias, 2 - Das nações de que o SENHOR tinha
falado aos filhos de Israel: Não chegareis a elas, e elas não chegarão a vós;
de outra maneira perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A
estas se uniu Salomão com amor. 3 - E tinha setecentas mulheres, princesas, e
trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração. 4 - Porque
sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o
coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o
SENHOR seu Deus, como o coração de Davi, seu pai”.
Muitas mulheres estrangeiras (v.
1). Salomão cometeu dois grandes pecados. Tomar para si esposas
estrangeiras violava a proibição do Senhor contra o casamento com mulheres
cananeias (v. 2; Êx 34.12-17; Dt 7.1-13); e tomar para si muitas esposas
violava o padrão monogâmico estabelecido no princípio (Gn 2.24,25). Além disso,
tal atitude da parte dele gerou uma crescente onda de relacionamentos
poligâmicos, o que Deus também havia proibido para os futuros reis de Israel
(Dt 17.17). Sem dúvida, muitos dos casamentos de Salomão se deram de acordo com
as convenções do antigo Oriente Médio de selar alianças por meio de casamentos
entre os membros das casas reais; era uma forma de contrato. O fato de Salomão
ter-se rendido a tais convenções na época acarretou sérias consequências
espirituais para ele (1ª Rs 11.3-13) e para o seu povo (2ª Rs 17.7-20). Davi
também teve mais de uma esposa (2ª Sm 3.2-5). Os primeiros casamentos de Davi
foram movidos por amor (1ª Sm 18.17-28) e compaixão (1ª Sm 25.2-42). Porém,
alguns de seus casamentos posteriores podem ter sido movidos pelo mesmo motivo dos
de Salomão, seu filho (2ª Sm 5.13-16).
A estas se uniu Salomão com
amor (v. 2). A nossa dura avaliação do caso das muitas esposas que Salomão
teve é, de certa forma, mitigada pelo uso desta expressão (v.l).
Setecentas mulheres e
trezentas concubinas (v. 3). Se a menção às 60 rainhas e 80 concubinas em
Cantares 6.8 refere-se às mulheres de Salomão, isto representa, então, um
período muito embrionário do seu reinado.
Apesar de ser verdade que Davi nem sempre viveu segundo os padrões do
Senhor, ele foi leal a Deus e nele confiou totalmente, mesmo quando foi
repreendido por seus pecados (2ª Sm 12.13; Sl 32.1-5; 53.1-5). Por causa da
influência de suas muitas esposas, Salomão comprometeu a sua fé adorando a
deuses estrangeiros.
IV. A ATRAÇÃO DA PRATA
Js 7.19-21: “Então disse
Josué a Acã: Filho meu, dá, peço-te, glória ao SENHOR Deus de Israel, e faze
confissão perante ele; e declara-me agora o que fizeste, não me ocultes. 20 - E
respondeu Acã a Josué, e disse: Verdadeiramente pequei contra o SENHOR Deus de
Israel, e fiz assim e assim. 21 - Quando vi entre os despojos uma boa capa
babilônica, e duzentos ciclos de prata, e uma cunha de ouro, do peso de cinquenta
ciclos, cobicei-os e tomei-os; e eis que estão escondidos na terra, no meio da
minha tenda, e a prata por baixo dela”.
1. O pecado de Acã trouxe maldição ao povo
hebreu - Josué 7.1: “Mas os filhos de Israel cometeram uma transgressão no
tocante ao anátema, pois Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zerá, da
tribo de Judá, tomou do anátema”.
Acã
esqueceu e desobedeceu ao Senhor, através da ordem dada por Josué o seu profeta
e líder. Acã foi extremamente egoísta, ao pegar para si e sua família, o
anátema, pensando que este lhe poderia ajudar em seu sustento, desprezando o
sustento de Deus, do qual ele era uma testemunha ocular, das providências de
seu povo e de sua família.
Notamos
que uso do olhar engodado e embaçado pelos valores materiais deste mundo, um
olhar mudado ao ver tesouros que não são seus. Js 7.21: “Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e
duzentos siclos de prata, e uma cunha de ouro do peso de cinquenta siclos...”
Deus
determinara, e era praxe o saque das cidades conquistadas, além de que Deus
queria mostrar que tudo era dele, e era o dominador de todos os povos, para
isto o povo hebreu foi levantado, como proclamador e testemunha deste poder.
Preste
atenção, nesta afirmação: Acã não subtraiu algo maldito, mas algo que Deus
reservara para si.
Entenda
esta afirmação, lendo as definições pesquisadas, sobre a palavra anátema, que
estão no corpo deste texto.
2. Acã cobiçou... é desejar possuir o que
não nos pertence.
Js 6.18: “Mas quanto a vós, guardai-vos
do anátema, para que, depois de o terdes feito tal, não tomeis dele coisa
alguma, e não façais anátema o arraial de Israel, e o perturbeis.
Js 7.19-21: Então disse Josué a Acã:
Filho meu, dá, peço-te, glória ao Senhor Deus de Israel, e faze confissão perante
ele. Declara-me agora o que fizeste; não me ocultes. Respondeu Acã a Josué:
Verdadeiramente pequei contra o Senhor Deus de Israel, e eis o que fiz: quando
vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos de prata, e uma
cunha de ouro do peso de cinquenta siclos, cobicei-os e tomei-os.
3. Acã agiu secretamente, às escondidas de
maneira desleal - Js 7.11: “Israel
pecou e transgrediu”. V. 21: “...eis
que estão escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata debaixo da
capa.”
O pecado se manifesta na oportunidade de
tirar proveito daquilo que é de Deus, e sempre pela concupiscência dos olhos
engodados pelo desejo de possuir.
Js 6.17-18: “Porém a cidade
será anátema ao Senhor, ela e tudo quanto houver nela; somente a prostituta
Raabe viverá; ela e todos os que com ela estiverem em casa; porquanto escondeu
os mensageiros que enviamos. 18 - Tão-somente guardai-vos do anátema, para que
não toqueis nem tomeis alguma coisa dele, e assim façais maldito o arraial de
Israel, e o perturbeis.
4. O
significado da palavra anátema. A palavra anátema no grego significa: “excomunhão;
execração; condenação; maldição; reprovação enérgica; repreensão solene; é
fruto semântica. Do grego “Anáthema”
(coisa posta de lado), formada da preposição “aná” (de lado) mais “tithemí”
(colocar).
Anátema (do latím anathema, e este do grego Αναθεμα) significa etimológicamente
oferenda, mas no seu uso principal indica o significado de maldição, no sentido
de condenação a ser colocado de lado ou separado, cortado do seu ambiente como
se corta um membro, de uma comunidade de crentes.
A palavra Anátema será de certa forma uma
sentença pronunciada e mediante a qual se expulsava alguém considerado um
“herege” do seio da sociedade religiosa; esta expulsão era considerada uma pena
mais grave que a excomunhão.
O termo hebraico para anátema é “herem”, que significa excomunhão,
destruição, extermínio, abominação, injustiça. No grego denota algo que se põe
de lado ou que é suspenso.
No Novo Testamento expressa uma maldição:
“Se alguém não ama ao Senhor Jesus Cristo, seja anátema” (1ª Co 16.22).
Esse
vocábulo é usado em 3 modos diferentes:
No contexto profético significa o ato de
extermínio.
No contexto sacerdotal se trata do
sacrifício que é dado a YHWH quando se paga uma promessa.
Na história deuteronomística, da qual 1ª Samuel
faz parte, é o objeto que tem que ser eliminado, como diz Deuteronômio: 7.1 e
13.18.
YAWÉH promete que quando o povo entrar na
Terra Prometida, todos os inimigos serão vencidos e deverão ser exterminados
completamente, sem piedade.
Então anátema - Ou “extermínio” (em
hebraico herem), significa uma
pessoa, animal ou coisa que alguém subtrai do uso profano, consagrando-a a Deus
(Dt 12,12-14; Js 11.11, 14).
Tal “anátema” não podia ser resgatado, e
muitas vezes devia ser destruído (cf. Js 6.17 e 1ª Sm 15.3; Jz 11.30-31).
Esta
palavra (Herem) tem dois significados:
a) Coisas dedicadas a Deus.
a-1) Que coisas seriam dedicadas a Deus?
(Jericó).
Js.6.17 e 19 - Prata, Ouro, Bronze,
Ferro, Raab e sua Família.
b) Coisas dedicadas para destruição.
b-1) Que coisas seriam dedicadas para
destruição? (Jericó).
Js 6.17.21, 24 - Homens, Mulheres, Jovens,
Crianças, Velhos, Bois, Ovelhas, Jumentos e toda cidade.
Agora você pode entender o alto nível e a
gravidade do pecado de Acã, um paralelo com Ananias e Safira (At 5) é possível.
5. O
impedimento provocado pelo uso irregular do Anátema.
Perda para todo o povo; criar desânimo na
liderança:
Js 7.10-11: Respondeu o
Senhor a Josué: Levanta-te! Por que estás assim prostrado com o rosto em terra?
Israel pecou; eles transgrediram o meu pacto que lhes tinha ordenado; tomaram
do anátema, furtaram-no e, dissimulando, esconderam-no entre a sua bagagem. Por
isso os filhos de Israel não puderam subsistir perante os seus inimigos,
viraram as costas diante deles, porquanto se fizeram anátema. Não serei mais
convosco, se não destruirdes o anátema do meio de vós.
Nesta passagem você poderá verificar e
entender, o uso da palavra anátema como:
Algo separado para Deus – “eles
transgrediram o meu pacto que lhes tinha ordenado; tomaram do anátema,
furtaram-no...”.
E como algo amaldiçoado – ‘porquanto se fizeram
anátema’.
Impedidos
de dar Glória à Deus:
Js 7.19: “Então disse Josué a Acã:
Filho meu, dá, peço-te, glória ao Senhor Deus de Israel, e faze confissão
perante ele. Declara-me agora o que fizeste; não mo ocultes.”
Mesmo
confessando é levado a Morte.”
Encontramos aqui, um diferencial paralelo
ao caso, já citado neste texto de Ananias e Safira, deus não mitigou a maldição
sobre a família de Acã, mas executou a sentença.
Hb 12.16-17: e ninguém seja
devasso, ou profano como Esaú, que por uma simples refeição vendeu o seu
direito de primogenitura. Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois
herdar a bênção, foi rejeitado; porque não achou lugar de arrependimento, ainda
que o buscou diligentemente com lágrimas.
6. O
pecado contamina todo o corpo da Congregação.
Ag 2.11: “Assim diz o Senhor dos
exércitos: Pergunta agora aos sacerdotes, acerca da lei, dizendo: Se alguém
levar na aba de suas vestes carne santa, e com a sua aba tocar no pão, ou no
guisado, ou no vinho, ou no azeite, ou em qualquer outro mantimento, ficará
este santificado? E os sacerdotes responderam: Não. Então perguntou Ageu: Se
alguém, que for contaminado pelo contato com o corpo morto, tocar nalguma
destas coisas, ficará ela imunda? E os sacerdotes responderam: Ficará imunda.
Ao que respondeu Ageu, dizendo: Assim é este povo, e assim é esta nação diante
de mim, diz o Senhor; assim é toda a obra das suas mãos; e tudo o que ali
oferecem imundo é.”
Ficou assim a situação de Israel depois do
pecado de Acã.
1ª
Co 5.9
“Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se
prostituem; 10 - Isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo,
ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então
vos seria necessário sair do mundo. 11 - Mas agora vos escrevi que não vos
associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou
idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais.
12 - Porque, que tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais
vós os que estão dentro? 13 - Mas Deus julga os que estão de fora. Tirai pois
dentre vós a esse iníquo.”
Só
tem uma solução.
Para Deus operar o milagre da travessia do
Rio Jordão, ele mandou Josué dizer ao povo:
Santificai-vos!
Agora para que o pecado fosse extirpado e
Deus pudesse continuar a operar no meio de Seu povo a ordem é renovada, para o
povo continuar alcançando o seu objetivo: a continuidade da operação de Deus ao
seu lado na conquista da Terra Prometida.
Santificação.
Js 7.13: “Levanta-te
santifica o povo, e dize-lhe: Santificai-vos para amanhã, pois assim diz o
Senhor, o Deus de Israel: Anátema há no meio de ti, Israel; não poderás
suster-te diante dos teus inimigos, enquanto não tirares do meio de ti o
anátema.”
Deus ainda dá tempo para o povo se
arrepender, mas Acã manteve-se quieto e não procurou confessar, à tempo, a
Josué o seu erro.Infere-se que para enterrar seu anátema Acã precisou de ajuda
de alguém mais de sua família.
Desenterrar
o anátema e enterrar o pecado – Js 7.22-24: “Então Josué enviou mensageiros,
que foram correndo à tenda; e eis que tudo estava escondido na sua tenda, e a
prata por baixo. 23 - Tomaram, pois, aquelas coisas do meio da tenda, e as
trouxeram a Josué e a todos os filhos de Israel; e as puseram perante o Senhor.
24 - Então Josué, e todo o Israel com ele, tomaram a Acã filho de Zerá, e a
prata, e a capa, e a cunha de ouro, e seus filhos, e suas filhas, e seus bois,
e seus jumentos, e suas ovelhas, e sua tenda, e tudo quanto ele tinha; e
levaram-nos ao vale de Acor. 25 E disse
Josué: Por que nos perturbaste? O Senhor te perturbará neste dia. E todo o
Israel o apedrejou; e os queimaram a fogo depois de apedrejá-los. 26 - E
levantaram sobre ele um grande montão de pedras, até o dia de hoje; assim o
Senhor se apartou do ardor da sua ira; pelo que aquele lugar se chama o vale de
Acor, até ao dia de hoje.”
Um montão clamando por lembrança de que
devemos obedecer integralmente, as ordens de Deus, para que não retenhamos o
que é anátema de Deus.
Graças a Deus que posteriormente Deus
transforma o Vale de Acor em Vale de esperança ou Porta de Esperança.
Os
2.15:
“E lhe darei as suas vinhas dali, e o vale de Acor por porta de esperança.”
Is
65.10:
E Sarom servirá de pasto de rebanhos, e o vale de Acor de repouso de gado, para
o meu povo, que me buscou.
Isto se buscarmos à Deus de todo o
coração! Aleluia.
Entendendo a questão da maldição:
Para podermos melhor explicar esta Lição
se faz necessário, uma explicação ou um olhar com mais acuidade sobre a questão
da Maldição.
Que tipos há de Maldição?
A maldição aparece na Bíblia quando da
proclamação do protoevangelho em Gn.3.15: “Porei inimizade entre ti e a mulher,
e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu
lhe ferirás o calcanhar”.
No contexto próximo, isto no texto
anterior e posterior desta Proclamação [kerigma] vai encontrar a maldição sendo
declarada por Deus, sobre aqueles que desobedeceram aos princípios eternos de
sua Palavra.
VI. A ATRAÇÃO DA AMBIÇÃO
1. Qual a diferença entre ambição e
ganância? Ambição é o desejo veemente (de poder, glória, riqueza, etc);
aspiração imoderada; pretensão; cobiça. A ganância é uma ambição desmedida
(portanto patológica = doentia); é o desejo de obter riquezas, poder, glória ou
honras, sem qualquer atitude ética. O próprio termo em si reforça o conceito
acima: gana desejo, impulso ou ímpeto por algo. Ganância é a gana em ação.
2. Esse problema de ambição desmedida só
atinge a sociedade secular ou pode também atingir a sociedade religiosa dos
nossos dias?
O
mundo religioso moderno também não fugiu a esta lógica e, para justificar práticas
gananciosas, criou um sustentáculo teológico que ficou conhecido como teologia
da prosperidade. Perdemos contato com nossas necessidades e entramos em uma
compulsão (entenda-se compulsão, aqui, como uma repetição exagerada de querer
sempre e sempre mais não importa o quê, nem como conseguimos).
3. Um cristão que diga a si mesmo tenho
ambições pessoas como posso atingir meus ideais sem que se tornem atitudes
gananciosas?
Com
certeza, ambições, desejos, todos nós temos. Todavia, precisamos estar atentos
para que eles não se tornem um comportamento ganancioso. Devemos entender que
nossas ambições precisam estar em sincronia com nossas necessidades pessoais. O
que vai além de nossas necessidades é ganância.
4. Deus estabeleceu limites: Adão poderia comer do
fruto de todas as árvores, exceto uma.
Gn 2.16-17:
“E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim
comerás livremente, 17 - Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela
não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.
Gn 4.1-7: “Ora,
a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus
tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de
toda a árvore do jardim? - 2 E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores
do jardim comeremos, 3 - Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim,
disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. 4 - Então
a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. 5 - Porque Deus sabe que
no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus,
sabendo o bem e o mal. 6 - E viu a mulher que aquela árvore era boa para se
comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou
do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. 7 -
Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram
folhas de figueira, e fizeram para si aventais”.
Quando desejamos o que Deus proibiu, está
caracterizada a cobiça.
5. O décimo
mandamento assevera.
Êx 20.17: “Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a
mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o
seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo”.
Portanto, o direito do outro é um dos nossos limites.
6. A cobiça
é insaciável.
Pv.30.15-16: “A sanguessuga tem duas filhas, a saber: Dá, Dá. Há
três coisas que nunca se fartam; sim, quatro que nunca dizem basta: o Seol, a
madre estéril, a terra que não se farta d’água, e o fogo que nunca diz basta”.
Is.5.8-9: “Ai dos que ajuntam casa a casa, dos que acrescentam
campo a campo, até que não haja mais lugar, de modo que habitem sós no meio da
terra! A meus ouvidos disse o Senhor dos exércitos: Em verdade que muitas casas
ficarão desertas, e até casas grandes e lindas sem moradores”.
CONCLUSÃO
Tg.4.1-3: “De onde vêm as guerras e contendas entre vós?
Porventura não vêm disto, dos vossos deleites, que nos vossos membros
guerreiam? Cobiçais e nada tendes; logo matais. Invejais, e não podeis
alcançar; logo combateis e fazeis guerras. Nada tendes, porque não pedis. Pedis
e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites”.
Não se pode ser obreiro
irrepreensível, servo de Cristo, quando se tem uma vida manchada pela prática
do pecado.
Com isto, não me refiro aos
pecados que caímos poucas vezes por sermos imperfeitos. Mas digo sobre conviver
com certos pecados como se fossem algo comum.
Pecados esses já conhecidos e
recorrentes em que não houve confissão e arrependimento, muitas vezes
escondidos e maquiados para não serem confrontados.
Líderes que se acomodaram em
tais pecados rotineiros, sempre dando desculpas para não precisar terem o
trabalho de corrigirem-se, ainda necessitam de pastoreio, e não tem condições
de tornarem-se um obreiro irrepreensível, aprovado, e liderar a igreja do
Senhor (Gl 2.11-14).
O apóstolo Paulo já dizia para
não nos amoldarmos ao padrão deste mundo, não tomarmos a forma dele, pois assim
certamente viveríamos de maneira repreensível, sendo reprovados em nossa
conduta, e desqualificados para toda a obra de Deus (Rm 12.2; Tt 1.7).
Pr. Elias Ribas
Dr. Em Teologia
Assembléia de Deus Blumenau SC.