TEXTO
ÁUREO
“Então, Davi se retirou dali e se escapou
para a caverna de Adulão; e ouviram-no seus irmãos e toda a casa de seu pai e
desceram ali para ele. E ajuntou-se a ele todo homem que se achava em aperto, e
todo homem endividado, e todo homem de espírito desgostoso, e ele se fez chefe
deles; e eram com ele uns quatrocentos homens.” (1º Sm 22.1,2)
VERDADE
PRÁTICA
Dos muitos conflitos que vivenciamos
aprendemos lições preciosas para a nossa vida espiritual e formação de nosso
caráter, segundo o modelo Cristo.
LEITURA
BÍBLICA
1
Samuel 22.1-5
1 - Então, Davi se retirou dali e se escapou
para a caverna de Adulão; e ouviram-no seus irmãos e toda a casa de seu pai e
desceram ali para ele. 2 - E ajuntou-se a ele todo homem que se achava em
aperto, e todo homem endividado, e todo homem de espírito desgostoso, e ele se
fez chefe deles; e eram com ele uns quatrocentos homens. 3 - E foi-se Davi dali
a Mispa dos moabitas e disse ao rei dos moabitas: Deixa estar meu pai e minha
mãe convosco, até que saiba o que Deus há de fazer de mim. 4 - E trouxe-os
perante o rei dos moabitas, e ficaram com ele todos os dias que Davi esteve no
lugar forte. 5 - Porém o profeta Gade disse a Davi: Não fiques naquele lugar
forte; vai e entra na terra de Judá. Então, Davi foi e veio para o bosque de
Herete.
INTRODUÇÃO.
- Nesta lição estudaremos as grandes
lições que podemos extrair da vida de Davi quando este estava na caverna de
Adulão; veremos as características dos homens que ajudaram este monarca de
Israel; pontuaremos o que podemos aprender com a liderança de Davi; e por fim,
analisaremos as qualidades do filho de Jessé como líder no exílio.
- Nem sempre as vivências marcadas por
situações traumáticas podem ser vistas como negativas. Por vezes, elas servem
para tirar as cascas das aparências, a infantilidade, o esquecimento de nós
mesmos, a fim de levar-nos à essência real da vida. O exílio fala de
expatriação forçada ou livre, isolamento social, solidão. A conotação nem
sempre é pejorativa, pois, nas Escrituras Sagradas, o exílio recebeu conotações
positivas e negativas.
- O exílio pode ser o lugar onde nosso
caráter será testado, onde nossa própria identidade será descoberta, onde nossa
lucidez mental e espiritual terá a sua aurora (Pv 4.18). A caverna de Adulão
não será apenas o exílio de Davi, mas, sim, o lugar que moldará o seu caráter,
preparando-o para uma missão maior: a liderança de Israel.
I.
LIÇÕES DA CAVERNA DE ADULÃO
- Quatro capítulos foram dedicados ao
período da vida de Davi em que ele foge da perseguição de Saul (1º Sm 21-24).
Davi se exilou na caverna de Adulão na planície de Judá, em torno de 26
quilômetros a sudoeste de Jerusalém para preservar sua vida. O termo exílio vem
do latim “exilium” e significa:
“banimento; degredo; desterro; deportação; ermo; expatriação; isolamento do
convívio social; ostracismo; proscrição; solidão” (HOUAISS, 2001. p. 1284). É o
estado de estar longe da própria casa (seja cidade ou nação) e pode ser
definido como a expatriação voluntária ou forçada de um indivíduo.
1. A
caverna foi um lugar de refúgio.
- Na caverna de Adulão Davi se refugiou:
“Davi retirou-se dali e se refugiou na caverna de Adulão...” (1º Sm 22.1a).
Davi recorreu à caverna de Adulão que em hebraico significa: “refúgio, abrigo,
esconderijo” para se proteger das constantes perseguições, ameaças e afrontas
de Saul que procurava a todo custo destruir sua vida e a sua família. A caverna
de Adulão foi um lugar de tratamento na vida de Davi e não podemos esquecer que
as cavernas, assim como os vales e desertos da vida não são permanentes e sim
temporários. Portanto, por mais pedregosos que sejam os vales, por mais
extensos que seja os desertos, e por mais sombrios que seja as cavernas, são
apenas lugares de passagens, não são e jamais serão o estado definitivo de
nossas vidas, mas sim momentos de aprendizados, amadurecimento e crescimento
(Hb 11.38). Na caverna Davi procurou refúgio e segurança (Sl 46.1), na caverna
ele se escondeu dos inimigos (Sl 91.1). Os Salmos 57 e 142 foram compostos por
Davi enquanto ele esteve escondido na caverna de Adulão.
2. A
caverna foi um lugar de reconciliação.
- Na caverna de Adulão toda sua família
juntou-se a Davi no exílio: “Deixa estar meu pai e minha mãe convosco, até que
eu saiba o que Deus há de fazer de mim” (1º Sm 22.3b). A família toda de Davi
juntou-se a ele na caverna, o que significa que seus irmãos desertaram do
exército de Saul e tornaram-se fugitivos com o Davi. Na caverna de Adulão
aconteceram três coisas com Davi e sua família:
(a) Ele se reencontrou com sua família.
(b) Se reconciliou com sua família.
(c) Ele cuidou de sua família (1º Sm
22.1).
- Depois, Davi tratou de levar seus
familiares para Moabe e acampou na fortaleza conhecida como Massada (1º Sm
22.4). Davi honrou o pai e a mãe e procurou protegê-los, de modo que pediu ao
rei de Moabe que lhes desse abrigo até o final do exílio. Os moabitas eram
descendentes de Ló (Gn 19.30-38) e nos dias de Moisés os moabitas não eram um
povo muito estimado pelos israelitas (Dt 23.3-6), mas Rute, bisavó de Davi, era
de Moabe (Rt 4.18-22), o que pode ter ajudado Davi a conseguir o apoio e abrigo
para sua família (1º Sm 22.4). Também é possível que Davi estivesse contando
com a inimizade entre Moabe e Saul (1º Sm 14.47).
- Os cristãos, como soldados reunidos por
Cristo, devem lutar com os mesmos objetivos, não tendo cada um sua própria
prioridade, mas a de Cristo (Fp 2.4,21). Se esse for o espírito, Deus dará o
sucesso e o crescimento da obra.
3. O
simbolismo da caverna de Adulão.
- Foi ali que os dons de Davi como líder
foram postos em prática. Ele treinou e preparou 400 homens para lutar no dia a
dia, e não demorou para que esse número subisse a 600. Isto quer dizer que
todos quantos vinham ter com ele não eram rejeitados. Davi é o modelo de líder
que recebe homens angustiados pela vida, para torná-los capazes para o serviço.
- A grande lição de Davi para esses homens
é que os que desejassem reinar com ele deveriam aprender a sofrer com ele, visando
sempre o Reino de Deus. No simbolismo espiritual, podemos comparar Davi a
Cristo. Nosso Senhor se dirigiu aos miseráveis, aos cansados, aos oprimidos,
aos amargurados, aos publicanos e aos pecadores, e todos foram transformados
pelo seu poder e passaram a fazer parte do seu reino (Mt 11.28,29; Lc 15.1; Mt
22.9,10). Assim, quem deseja reinar com Cristo precisa também sofrer com Ele (2ª
Tm 2.12).
4. A
caverna foi um lugar de reconhecimento.
- Na caverna de Adulão foi onde a família
completa de Davi o reconheceu como rei. Davi, que no passado nem havia sido
valorizado por sua família agora é procurado por ela: “… quando ouviram isso
seus irmãos e toda a casa de seu pai, desceram ali para ter com ele” (1º Sm
22.1). Antes ele tentava provar sua capacidade, mas não era reconhecido (1º Sm
17.28-30). Na caverna, Davi formou um grande exército e passou a ser
respeitado, não somente pelo povo, mas também por sua família que o havia
desprezado (Sl 27.10).
5. A
caverna foi um lugar de restauração.
- Davi é o modelo de líder que recebe
homens angustiados pela vida, para torná-los capazes para o serviço:
“Ajuntaram-se a ele todos os homens que se achavam em aperto, e todo homem
endividado, e todos os amargurados de espírito...” (1º Sm 22.2). Na liderança
de Davi homens desprezados se tornaram em um exército de valentes vencedores,
oficiais, ministros e governadores o famoso grupo conhecido como os “valentes
de Davi”: “São estes os principais valentes de Davi, que o apoiaram valorosamente
no seu reino...” (1º Cr 11.10-12). Na caverna os desamparados foram acolhidos;
os enfraquecidos foram fortalecidos e encorajados; e os desanimados foram
animados. A grande lição de Davi para esses homens é que os que desejassem
reinar com ele deveriam aprender a sofrer com ele. Podemos comparar Davi a
Cristo que se dirigiu aos miseráveis, aos cansados, aos oprimidos, aos
amargurados, aos Publicanos e aos pecadores, e todos foram transformados pelo
seu poder e passaram a fazer parte do seu reino (Mt 11.28,29; Lc 15.1; Mt
22.9,10).
II.
CARACTERÍSTICAS DOS HOMENS DA CAVERNA DE ADULÃO
- Davi enfrentou altos e baixos em sua
vida e nessa ocasião, liderou um exército. Vejamos as características desses
homens:
1.
Homens que estavam em “aperto”.
- O primeiro grupo, segundo o texto, era
formado por homens que “se achavam em aperto” (1º Sm 22.2a). Essa expressão se
refere a pessoas perseguidas, assim como Davi. Ou seja, homens que estavam sob
pressão e em dificuldade. O conceito de “aperto” aqui é o de pessoas oprimidas
ou perseguidas. Essas pessoas certamente se identificaram com Davi por causa do
“aperto” que ele também sofria. Eram homens que precisavam de ajuda, e que não
tinham muito a oferecer.
2.
Homens que estavam “endividados”.
- O segundo grupo era formado por homens
endividados. Talvez aqui a referência seja a homens que tinham se tornado
escravos por causa de enormes dívidas. Assim, a expressão “homens endividados”
é sinônima de “homens escravizados” (1º Sm 22.2b). O termo hebraico usado neste
texto é “nashah” que significa “tomar
dinheiro emprestado a juros, ter vários credores” Ou seja, eram pessoas que não
tinham condições de pagar suas dívidas.
3.
Homens de “espírito amargurados”.
- O terceiro grupo era formado por homens “amargurados
de espírito” (1º Sm 22.2-c). No original hebraico, o termo é “maar néphesh” e significa: “estar com a
alma atormentada”. Na verdade, estes homens eram desqualificados e
despreparados. Mesmo assim, não foram rejeitados por Davi: “…se fez chefe
deles” (1º Sm 22.2). E foi com estes homens que Davi enfrentou e venceu grandes
batalhas (1º Sm 23.1-5; 27.8-12; 30.7-21). Aqueles homens estavam sendo
preparados para se tornarem o exército dos valentes de Davi. Como líder, Davi
trabalhou na vida daqueles homens sem esperança, modificando as suas vidas,
encorajando-os e dando-lhes uma nova perspectiva de vida.
4.
Homens que eram “valentes”.
- Na caverna só ficaram aqueles que realmente eram
valentes e fiéis (2º Sm 23.8; 1º Cr 11.10). Davi ficou com quatrocentos
excelentes guerreiros, número que posteriormente subiu para seiscentos (1º Sm
22.2; 23.13; 25.13; 27.2; 30.9), e destes valentes trinta eram maiorais, e
destes, destacam-se três:
4.1. O primeiro comandante da guarda se
chamava Josebe-Bassebete comandante da guarda do exército de Davi era muito
experiente com sua lança e em uma determinada guerra matou oitocentos homens
com essa arma (2º Sm 23.8).
4.2. O segundo comandante da guarda se
chamava Eleazar que era mestre no manuseio da espada. Em uma determinada guerra
contra os filisteus e não se cansava e lutou tanto que teve uma espécie de
câimbra na mão, a ponto de mesmo cansado, não conseguiu largar a espada (2º Sm
23.9,10).
4.3. O terceiro comandante da guarda se
chamava Sama que era mestre em estratégia de guerra (2º Sm 23.11,12). Esses
três homens eram tão leais ao rei Davi que arriscaram suas vidas em favor do
rei. Ao ponto que Davi ansiou por um pouco de água do poço em Belém e estes
três fiéis e valentes passaram pelas linhas inimigas a fim de buscá-la para seu
líder (2º Sm 23.13-17).
III.
DAVI E O AMOR COM OS PAIS
1.
Protegendo seus pais.
- Davi não é conhecido apenas como um
grande líder, mas também como um bom filho. Ele teve todo um cuidado especial
para com os seus pais. Foi até Moabe, porque sabia que eles precisavam de um
lugar seguro para habitar e, desse modo, estava se afastando dos territórios de
Saul. Há um propósito especial em Davi procurar Moabe. Diversos escritores
afirmam que isso se deve aos laços familiares através de Rute, que era a avó
moabita de Jessé, pai de Davi.
- A inclusão de Mispa deve-se ao fato de
ser esta a cidade real de Moabe; sua citação está restrita aqui e o seu
significado é “torre de vigília”; deixando seus pais em segurança, uma
expressão grandiosa sai dos lábios de Davi: “Até que saiba o que Deus há de
fazer de mim”. Davi ama a Deus, tinha grande amor e carinho pelo seus pais, e
não se descuidava de seus companheiros de luta.
- Os filhos, principalmente durante a
velhice dos pais, devem honrá-los em tudo, a despeito das lutas e crises que
estiverem enfrentando (Sl 127.3). Davi não chegou ao trono apenas porque sabia
cuidar dos outros, nem porque era um bom guerreiro, mas, também, porque era um
bom filho.
2. A
recompensa bíblica para os filhos obedientes.
- Desde o Antigo Testamento, a ênfase é
que Deus abençoa sempre os filhos obedientes, pois é o primeiro mandamento com
promessa (Êx 20.12; Dt 5.16). Esse ensino foi ministrado por Paulo (Ef
6.2,3). Nosso Senhor manifestou-se
contra os filhos que não cuidavam dos seus pais (Mt 15.5-7). Tais filhos
simulada e mentirosamente dedicavam a Deus todos os seus bens, para não
honrarem nem sustentarem os seus pais, quebrando, assim, o mandamento.
- Os filhos devem aprender a serem gratos
aos seus pais em tudo, dando-lhes honra, dignidade e cuidados materiais. Isso é
mandamento de Deus!
IV.
MORRENDO POR DAVI
1. A
inconsistência de Saul.
- Saul não teve nenhuma caverna para
forjar sua vida, não lidou com situações conflitantes, tinha apenas aparência
de líder, mas não era um homem segundo o coração de Deus. Os homens que estavam
com Saul, ainda que não vivessem as mesmas condições dos que estavam com Davi,
não se sentiam tranquilos, pois ele suspeitava da lealdade de todos, inclusive
a de seu filho.
- Saul orgulhava-se de ter dado honras à
tribo de Benjamin, presentes e posições na liderança; algo que Davi, filho de
Jessé, jamais faria. Saul não sabia que lealdade não se compra com presentes,
dinheiro, mas nasce naturalmente pela sinceridade, verdade e caráter de um líder
genuíno. Só os líderes inseguros fazem cobranças exageradas, dão presentes em
troca de lealdade, se inquietam com os que podem” representar risco” à sua
posição.
- Quando os líderes são verdadeiramente
chamados por Deus é maravilhoso que as pessoas os honrem e os considerem como
homens de Deus. O escritor aos hebreus fala da necessidade de se considerar os
líderes (Hb 13.7).
2. O
preço de proteger Davi.
- Saul convocou Aimeleque e seus
sacerdotes para que se apresentassem em Gibeá. Não houve da parte de Aimeleque
reação nervosa; ele se declara limpo, pois tinha consciência de que apenas
ajudara Davi por tê-lo em grande consideração e por saber que era um soldado da
confiança de Saul, aliás, da família real, genro do rei. Apesar dessa
declaração sincera, Saul considerou-a um ato de traição, pois Aimeleque havia
ajudado Davi, não informando ao rei os seus movimentos. Assim, ele e seus
companheiros deveriam morrer.
- Houve uma recusa dos soldados em atacar
os sacerdotes, os ungidos de Deus. Foi alguém de fora, um edomita chamado
Doegue, que cometeu esse crime brutal. Observe o disparate de Saul: Deus
ordenou que ele matasse os amalequitas e não o fez; mas agora extermina
prontamente a família de sacerdotes, sem piedade alguma. Apenas um filho de
Aimeleque, Abiatar, sobreviveu, salvou o éfode santo e foi ter com Davi (1º Sm
23.6). A amizade entre Davi e Abiatar foi duradoura, ao longo de todo o seu
reinado (1º Rs 2.26,27), pois a família de Abiatar morreu para proteger Davi.
3. A
sina de Doegue.
- Alguns estudiosos acreditam que o Salmo
52 foi pronunciado por Davi predizendo o destino de Doegue. Davi inicia o salmo
mostrando que o ímpio ama a malícia e despreza a bondade de Deus. O caráter do
ímpio é descrito pelo salmista assim:
a) Sua língua intenta o mal (Pv 10.31).
b) Traça enganos (Jó 15.35).
c) Despreza o bem e ama o mal (Jr 9.4-5).
d) Não é reto no seu falar.
- Tudo indica que o destinatário do
salmista Davi é uma pessoa prepotente, arrogante; sua língua era usada como
arma para revelar o que estava dentro do seu coração perverso. Por vezes, o
ímpio se mostra perante as pessoas deste mundo com o espírito de grandeza,
soberba; busca sempre ser reconhecido e se apresenta como poderoso; suas obras
são perversas.
- O salmista deixa claro que Deus punirá
esse ímpio arrogante. Note que isso será feito de modo poderoso e pode ser
visto pela presença dos seguintes verbos bíblicos: destruir, arrancar,
arrebatar, desarraigar. O ímpio pecador será varrido da face da terra.
V.
LIÇÕES QUE APRENDEMOS COM A LIDERANÇA DE DAVI
- O verdadeiro líder é aquele que é
chamado por Deus. Nenhum líder do povo de Deus terá êxito, se não for escolhido
por Ele. O segredo do sucesso de um líder depende, principalmente, de sua
chamada. E Davi foi escolhido pelo próprio Deus (1º Sm 16.1-13; 2º Sm 12.7). Muitas
lições podemos aprender com a liderança de Davi. Vejamos algumas:
1.
Davi depositou sua confiança em Deus. Apesar de contar com aqueles homens para
a batalha, Davi sempre depositou a sua confiança em Deus. Antes de sair à
peleja, ele costumava consultar ao Senhor (1º Sm 23.2; 30.8; 2º Sm 2.1). Pois,
ele sabia muito bem que a vitória não dependia de seus homens, e sim, do seu
Deus (Salmos 55, 57 e 59).
2.
Davi não descartou seus liderados. Liderar não é uma tarefa fácil,
principalmente quando se trata de liderar pessoas que estejam em “aperto,
endividados e desgostosos”, como aqueles homens liderados por Davi (1º Sm
22.2). Na caverna os desamparados foram acolhidos; os enfraquecidos foram
fortalecidos e encorajados; e os desanimados foram animados. Na liderança de
Davi homens fracassados se tornaram em um exército de valentes e vencedores.
3.
Davi ensinou seus liderados. Davi sempre aproveitava as oportunidades
para ensinar seus homens (1º Sm 24.7,8; 26.8-10). Enquanto Saul contava com um
poderoso exército de homens bem treinados e alimentados, Davi dispunha apenas
de um pequeno grupo de homens desqualificados. Mas, o grande e bem preparado
exército de Saul não pôde impedir que ele fosse derrotado e morto (1º Sm
31.1-13); enquanto que, aqueles fracos homens de Davi, puderam vê-lo sendo
constituído rei de todo o Israel (2º Sm 5.1-12). Nos vários estágios da vida de
Davi, ele demonstrou sabedoria; quer seja quando estava cuidando das ovelhas de
seu pai (1º Sm 17.15,20); quer seja quando estava no palácio, à serviço do rei (1
º Sm 18.5,14); quer seja quando estava fugindo da presença de Saul (1º Sm caps.
24,26): “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Sl 111.10; Pv 9.10).
4.
Davi foi humilde.
Humildade significa: “ausência de orgulho e de soberba” e ser humilde é o mesmo
que “ser simples”, “modesto”. É uma das principais características de um líder.
Davi era um homem humilde e nunca se autoproclamou rei de Israel, nem revelou a
ninguém que iria substituir a Saul, mesmo depois de haver sido ungido como rei
(1º Sm 16.1-13).
5.
Davi foi motivador.
Uma das principais características de um líder é a capacidade de motivar seus
liderados, principalmente diante dos desafios e das dificuldades. Davi soube
motivar, não só os seus liderados (1º Sm 22.23; 23.1-5) como também seu próprio
líder, Saul (1º Sm 17.32).
6.
Davi foi paciente.
Davi soube passar pelos muitos estágios em sua vida (Sl 40.1-5), pois foi
pastor de ovelhas (1º Sm 16.11); músico do rei (1º Sm 16.23); pajem de armas (1º
Sm 16.21); capitão do exército de Israel (1º Sm 18.13,30; 2ºSm 5.2a); líder de
um exército de quatrocentos homens (1º Sm 22.1,2); e, depois, de seiscentos
homens (1º Sm 30.9). Na verdade, estes estágios em sua vida foi um período de
preparação para que ele se tornasse, finalmente, rei de todo o Israel (2º Sm
5.1-5).
CONCLUSÃO.
Se
não foi fácil para Davi liderar sobre aqueles fracos homens, também não foi
fácil para eles serem liderados por Davi, pois, naquela ocasião, ele não tinha
nada a lhes oferecer. Não tinha emprego, salário, posses, e nem despojos par
repartir com eles. No entanto, eles se submeteram à liderança de Davi, mesmo
que, aparentemente, nada pudessem receber em troca. Tivessem eles rejeitado à
liderança de Davi, não teriam tido o privilégio de tempos depois, servirem ao
rei de Israel. Por isso, aprendemos, não só com Davi, mas também, com sua
equipe de liderados a sermos obedientes e submissos a Deus e aos nossos
líderes.
FONTE DE PESQUISA
1.
BÍBLIA
DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL, R.C. CPAD.
2.
BÍBLIA
DE ESTUDO PLENITUDE, Revista e Corrigida, S.B. do Brasil.
3.
BÍBLIA
PENTECOSTAL, Trad. João F. de Almeida, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
4.
BÍBLIA SHEDD,
Trad. João F. de Almeida RA.
5.
CLAUDIONOR
CORRÊADE ANDRA, Dicionário Teológico, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
6.
HOUAISS,
Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. SP: OBJETIVA, 2001.
7.
JOSEFO,
Flávio (Trad. Vicente Pedroso). História dos Hebreus. RJ: CPAD, 2007.
8.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1997.
9.
WIERSBE
Warner W. Comentário Bíblico Claro e Conciso AT – Históricos. SP: GEOGRÁFICA,
2010.