Apocalipse 6.9-11 “E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. 10- E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra? 11- E a cada um foi dada uma comprida veste branca e foi-lhes dito que repousassem ainda um pouco de tempo, até que também se completasse o número de seus conservos e seus irmãos que haviam de ser mortos como eles foram.”
Abrindo o quinto selo, João vê o lamento dos mártires no céu.
O apóstolo declara que eles vêm de todas as nações, tribos, povos e línguas que
há sobre a terra. Ele descreve o martírio dos cristãos que sofreram
perseguições, passaram por torturas, foram mortos e cujas almas suplicam o
juízo de Deus contra a vida daqueles que martirizaram milhares de cristãos. Estes
são os salvos que vieram da Grande Tribulação porque guardaram sua fé em
Cristo, por seu testemunho e amor à Palavra de Deus e não aceitaram o sinal da
besta e nem o seu nome (Ap 7.9-14).
Muitos que distanciaram da fé e pessoas com o conhecimento do Evangelho que
ficarem no arrebatamento da Igreja, sofrerão no governo ditatorial da besta.
Suas almas ficarão debaixo do altar do Senhor no céu, serão salvos, mas terão
de dar a própria vida (Ap 6.9-11).
Neste tempo o Anticristo, no final dos desfeches, levantará
uma grande perseguição qual nunca houve, mesmo em meio aos horrores, ao engano
e às grandes dificuldades da Tribulação, muitas pessoas rejeitarão o Anticristo
e aceitarão a Jesus, passando a segui-lo. Portanto, todos os que não negarem a
Jesus, não professam a religião do falso profeta e não aceitam o sistema da
Besta serão decapitados (Ap 20.4), Mas serão salvos.
Essas almas debaixo do altar não é a Igreja de Jesus. Essas
almas, cujo corpo está na terra e ainda não foram ressuscitados, são
completamente distintos da Noiva. Os que morreram em Cristo no tempo da graça, já
foram ressuscitados e arrebatados, são vistos coroados no céu representados
pelos vinte quatro anciãos, e estão livres da Grande Tribulação (Ap 4.4,
10,11).
João vê as almas desses que foram martirizados, receberem vestes
brancas que simbolizando justiça, pureza, santidade e alegria. Eles esperam
descansando de suas fadigas terrenas, até que o número dos mártires se
complete. Duas coisas ainda devem ser ditas aqui, que mostra a diferença entre
estes santos e a Igreja: 1. A igreja é vista coroada (2ª Tm 4.8; Ap 2.10; Ap
4.4, 10,11). 2. Estes santos são vistos com palmas em suas mãos (Ap 7.9).
É importante entender que essas almas não estavam
inconscientes, mas estavam lúcidas e pedindo vingança, não pessoal, mas da
justiça divina. Isso mostra que após a morte a alma não dorme como alguns
“líderes” ensinam, mas continuam conscientes e tem memória do que ocorreu na
Terra. Eles clamam por vingança contra os “que habitam sobre a terra” (Ap
6.10).
Nesta altura dos acontecimentos, nós que subirmos no
arrebatamento, estaremos participando das bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9), enquanto
que estes crentes que deram suas vidas para serem salvos estarão debaixo do
altar do Senhor, serão salvos, mas terão de dar a própria vida (Ap 6.9-11), permanecerão lá até que
termine a Grande Tribulação, e o Senhor retorne a Terra para vingará o sangue
deles derramado.
No capítulo 7, o apóstolo João da continuidade a revelação que vê: Apocalipse 7.9,10,13-15 “Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; 10- e clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro. 13- E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são e de onde vieram? 14- E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram de grande tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro. 15- Por isso estão diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra.”
Esta multidão não é a Igreja, como também os selados não
são, pelos seguintes motivos: Primeiro, é um dos anciãos que representam a
Igreja que faz a pergunta a João (v. 3). Se fossem a Igreja teriam sido
arrebatados antes da Grande Tribulação com coroas em sua cabeças.
De quem é composta está multidão? De todas as nações
que creram pelo trabalho dos 144.000. De muitos crentes que ficaram, mas
creram.
Estes mártires são aqueles que conheciam o evangelho, mas
nunca tomaram uma posição diante de Deus e não se desligaram do pecado. Estes
são os que vão ficar na terra depois do arrebatamento da Igreja. O anticristo e
o falso profeta (Ap 13) que é o ditador do Império Romano ressuscitado, moverá
grande e tremenda perseguição contra todos os que são cristãos. Essa multidão,
que terão de enfrentar cara a cara a Satanás e sujeitar-se a decapitação.
Muitos como uma multidão incontável em todo o mundo, permanecerão fiéis,
preferindo morrer pelo testemunho de Jesus.
“Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais
foi dada autoridade de julgar. Vi ainda as almas dos decapitados por causa do
testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, tantos quantos não
adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não receberam a marca na fronte
e na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos” (Ap 20.4).
João vê as almas daqueles que foram decapitadas por amor a
Cristo e que guardaram Sua Palavra. Mas aqueles que não irão se dobrar diante da
Besta, adorar sua imagem e aceitar a sua aliança, então serão salvos na Grande Tribulação.
Note-se a diferença entre os cento e quarenta e quatro mil
selados (Ap 7.1-8), e os mártires da Grande Tribulação (v. 9). O primeiro está
na terra e estão selados por Deus; o segundo são os gentios, inumeráveis, que
completa o número daqueles que “estavam debaixo do altar”, visto por João na
abertura do quinto selo, agora tirados da Grande Tribulação, e estão no céu
perante o Cordeiro, trajando vestidos brancos, significando que as pessoas
tinham alcançado, não somente a justiça e a pureza, mas também a vitória e gozo;
e com palmas nas mãos. Estas palmas simbolizam os mártires. A Igreja
representada pelos anciões está coroada, e os fiéis receberam o galardão após o
arrebatamento, no Tribunal de Cristo (2ª Co 5.10; Ap 22.12). Mas os mártires
receberão palmas que simboliza louvor.
João estava observando aquela cena de adoração e
compartilhando daquela magnífica alegria, sem entender perfeitamente a visão:
“E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão
vestidos de vestes brancas, quem são e de onde vieram? (V. 13).
“E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são
os que vieram de Grande Tribulação, lavaram as suas vestes e as branquearam no
sangue do Cordeiro.”
Os cento e quarenta e quatro mil de Israel foi dado um sinal
na testa para que ficassem isentos dos sofrimentos da Grande Tribulação. Os
gentios deixados na terra após o arrebatamento da Igreja, depois de despertados
e de reconhecerem Jesus como Seu Senhor e Salvador, foram oferecidos como
mártires, sendo decapitados no período da Grande Tribulação. Não “tribulação”
ou apenas “de muitas tribulações” (At 14.22), mas “da Grande Tribulação”. Da
tribulação sem igual durará três anos e meios (Dn 9.24-27), ou seja, a última
metade da septuagésima semana de Daniel. Este é um período de tribulação como
nunca houve, nem haverá jamais (Jr 30.4-7; Dn 12.1; Mt 24.21, 22).
O intenso sofrimento na Grande Tribulação não é suficiente
para purificar os homens dos seus pecados. Somente o sangue do Cordeiro nos
purificará de todo o pecado: “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz,
mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos
purifica de todo pecado” (1ª Jo 1.7). Jamais alcançariam qualquer vitória pelos
seus próprios méritos ou porque tenham passado por provas duras e terríveis e
até mesmo pelo fogo da Grande tribulação. Para provar a sua fé em Jesus e a
confiança inabalável em seu Deus, eles não amaram as suas vidas até a morte.
Deus mostra o Seu precioso carinho para as criaturas que lhe
são fiéis. Carinho de pai e mãe, que quer bem aos seus filhos (Is 44.15-16).
Esta é a grande e sublime promessa que alcançarão todos os vencedores.
Estes mártires fazem parte dos rabiscos da colheita. No contexto bíblico, “os rabiscos” eram as sobras de uma colheita do tipo: Trigo, Cevadas, Uvas no Velho Testamento. Esses mártires serão ou últimos a ser a arrebatados e isso só acontecerá na vinda de Jesus em glória. Incluem nesta colheita todos os crentes, perseguidos e maltratados até a morte por causa da Palavra de Deus e aqueles que não negaram Jesus e que ficaram fiéis ao Senhor testemunhando que eram de Cristo (Ap 20.4-6). Esses mártires reinarão com o Senhor no Milênio.
Palavra de encorajamento. Ap 14.12-13 “Aqui está a
paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé
em Jesus. E ouvi uma voz do céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os
mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que
descansem dos seus trabalhos, e as suas obras os sigam.”
Uma voz do céu, a voz de Cristo (10.4), ordena a João
escrever, especialmente para encorajar aos que recusaram aceitar o sinal da
besta. Esta mensagem de consolo será então especialmente necessária, pois os
muitos homens que tornarem-se crentes, aqui não falo mais dos cento e quarenta
e quatro mil que já estarão na glória com o Senhor (Ap 14.3-4), mas daqueles
que estarão diante da alternativa de adorar a besta ou morrer. Sua decisão por
Jesus Cristo terá consequências terríveis. Por não negarem a fé e guardarem os
mandamentos de Deus, haverá uma terrível perseguição até a morte.
Bem-aventurado os mortos (v. 13). Por sete vezes é
pronunciado a palavra bem-aventuranças no Apocalipse. Isso se refere aos
remidos que já estão na glória com o Cordeiro. Em contraste com os adoradores
da besta, que são atormentados com os juízos apocalípticos. Os salvos na Grande
Tribulação já estarão na gloria aguardando o Senhor fazer justiça a essa terra.
O sangue e a justiça de Cristo são seu adorno e suas vestes de honra.
A voz celestial anuncia-lhes que ganharão muitíssimo através
do martírio: “Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor”. Há
uma promessa especial para aqueles que lavam suas vestiduras no sangue do
Cordeiro. Através do seu martírio eles tornam-se participantes de algo muito
melhor do que se continuasse com a vida. Eles participaram dos rabiscos da
colheita (Ap 6.9 e 11). Entretanto os santos salvos na Grande Tribulação não
pertencem á Igreja-noiva, eles têm parte na promessa que foi dada a nós.
O mundo caminha para o fim. Esse é último prazo antes do arrebatamento, importa uma entrega completa a Jesus Cristo. Quem atualmente não permanece na Palavra e a comunhão com na Igreja, este acaba se desviando dos caminhos do Senhor. Mas agora ainda tem tempo para entregar teu coração a tua vida completamente ao Senhor. Aproveite o tempo e a oportunidade, e não endureça teu coração, pois a vida nesta terra é curta.