TEOLOGIA EM FOCO

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O SÁBADO NO NOVO TESTAMENTO



I. INTRODUÇÃO

A questão não é o sábado em si, mas o fato de que não estamos debaixo do Antigo Testamento (Hb 8.6-13). O que nos chama a atenção é que, ultimamente, estão surgindo novos cristãos que, entre outras coisas, ensinam a guarda da lei e do sábado como meio de salvação. Isso é retrocesso espiritual: é voltar às práticas antigas.

Nós cristãos evangélicos, preferimos ficar com Paulo e os demais apóstolos de Cristos, que julgavam a lei apenas uma sombra das coisas futuras (Hb 10.1), pois terminou a sua vigência com o advento d’Aquele a quem fora feita a promessa – Cristo, conforme (Gl 3.16-19).

Mas, não dúvida de que pela vinda do Senhor Jesus Cristo o que era aqui cerimonial foi abolido. Pois ele é a verdade, por cuja presença se desvanecem todas as figuras; o corpo, a cuja visão são deixadas para trás as sombras. Ele é, o verdadeiro cumprimento do sábado. Com ele, sepultados através do batismo, fomos enxertados na participação de sua morte, para que, participantes de Sua ressurreição, andemos em novidade de vida (Rm 6.4). Por isso, escreve o Apóstolo que o sábado tem sido uma sombra da realidade futura, e que o corpo, isto é, a sólida substância da verdade, que bem explicou naquela passagem, está em Cristo (Cl 2.17). Esta não consiste em apenas um dia, mas em todo o curso de nossa vida, até que, inteiramente mortos para nós mesmos, nos enchamos da vida de Deus. Portanto, que esteja longe dos cristãos a observância supersticiosa de dias.

A palavra profética já previa a chegada do Novo Concerto (Jr 31.31-33). E o fim do sábado. O Senhor Deus já havia falado através dos profetas a cessação do sistema sabático em si:

“Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para Mim abominação, e também as festas de lua nova, os sábados, e a convocação das congregações...” (Is 1.13).

Deus, aqui, está aborrecido não só com as festas móveis de Israel, mas também com os seus sábados (do sétimo dia). Dizer que este texto só se aplica as festas móveis é um absurdo hermenêutico, pois o texto fala de “convocação das congregações” e isto ocorria também, e principalmente, no sábado do sétimo dia (Lv 23.3).

Em Oséias 2.11 vemos o desgosto de Deus com o sábado judaico onde Ele afirma:

“Farei cessar todo o seu gozo, as suas Festas de Lua Nova, os seus sábados e todas as suas solenidades” (Os 2.11).

Nesta passagem o Senhor afirma que faria cessar os sábados e que isto inclui o sétimo dia e “todas as suas solenidades”, obviamente o sétimo dia era uma solenidade de Israel e evidentemente seria cessada por mando de Deus.

Os profetas pensaram semelhantemente, pois previam com grande antecedência, não apenas a cessação do sistema sabático em si, mas também e de um modo muito explicito, a cessação do próprio sábado semanal, o 4º mandamento do Decálogo (Lm 2.6), motivo por que nem o sistema nem o dia são transplantados para o Novo Testamento, por se tratar da lei cerimonial.

II. JESUS E A LEI.

Nenhum homem nascido de maneira natural, jamais pode guardar a lei e ser perfeito, sem pecado. Foi necessário que o Criador enviasse Seu filho (nascimento virginal, concepção pelo se Espírito, a semente da mulher) para realizar tal façanha. Somente Jesus o fez. Não abolimos a lei quando afiramos que não podemos ser salvos por meio dela. Apenas confirmamos que a salvação não pode ocorrer senão na perfeição de Jesus. Somente Ele foi totalmente obediente. Por não compreenderem esta verdade da Escritura, acusam todos os demais de serem antinomianos. A justiça de Jesus cobre todos os pecados, a Lei serve apenas para nos mostrar quão pecadores somos.

O Senhor Jesus Cristo, doutrinando sobre o cumprimento da lei, fez alusão ao comportamento dos escribas e fariseus, que procuravam ser legalistas, observando o aspecto formal da lei, mas não praticavam de verdade, no dia a dia, o que era mais importante para a vida espiritual. Por isso, o Senhor disse aos seus discípulos que a justiça deles deveria exceder à dos escribas e fariseus (Mt 5.20). Em seguida, o mestre demonstrou, no Sermão da Montanha, como ele entendia e ordenava aos seus seguidores:

* 6º mandamento: não matarás. Jesus disse: “Qualquer que se encolerizar, sem motivo, contra seu irmão, será réu de juízo. Qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno” (Mt 5.22).

* 7º Mandamento: não adulterarás. Jesus disse: “Qualquer que atentar numa mulher para cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela (Mt 5.28).

Com esses exemplos, o Senhor Jesus mostrou que ele não é um legalista formal. Ele exige dos seus servos não apenas o cumprimento exterior, mas o cumprimento interior da lei.

O contraste entre o Antigo Testamento e Jesus é explicado por Romanos 8.2 que diz: “Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte”.

É possível alguém cumprir a lei sem guardar o sábado? A resposta a esta pergunta é dada quando estudamos a vida e o ministério terreno de Cristo.

O Novo Testamento ratifica o que está escrito no Antigo, que ninguém jamais foi capaz de cumprir a lei. A encarnação de Cristo é uma das mais evidentes provas da incapacidade do homem em cumprir a lei divina na sua plenitude, por isso ele mesmo disse:

“Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra” (Mt 5.17-18).

Cumprir no gr “plerosai”, quer dizer “completar. Jesus não veio revogar ou destruir nenhuma palavra que Deus ensinou aos fiéis do passado no A.T. Veio cumprir plenamente o propósito de Deus revelado no AT, dando à lei e aos profetas aquilo que faltava. O Espírito Santo para interpretá-lo e poder para pô-lo em prática, pela obra salvadora.

Não poucas passagens do Antigo Testamento mostram a irritação divina diante do legalismo frio e morto dos judeus, apresentado através dos sacrifícios e sucessivas cerimônias feitas com o propósito de satisfazer a letra da lei. Quanto mais tempo passava, mais imperfeito ficava o homem que buscava perfeição através da prática da lei. Porém, Jesus Cristo veio como enviado de Deus, para cumprir o que a lei e os profetas vaticinaram acerca d’Ele, o que fez coroando-a com o ato da sua morte na cruz.

Segundo a Bíblia diz Jesus Cristo:
1        Teve o seu nascimento prometido segundo a lei (Dt 18.15).
2        Nasceu sob a lei (Gl 4.4).
3        Foi circuncidado segundo a lei (Lc 2.21).
4        Foi apresentado no templo, segundo a lei (Lc 2.22).
5        Ofereceu sacrifício no templo, segundo a lei (Lc 2.24).
6        Foi odiado segundo a lei (Jo 15.25).
7        Foi morto segundo a lei (Jo 19.7).
8        Viveu, morreu e ressuscitou segundo a lei (Lc 24.44, 46).

III. JESUS É O NOSSO SÁBADO

O sábado em Jesus e na Nova Aliança não é relacionado ao legalismo. É relacionado com entrar no repouso e viver desfrutando da presença de Cristo, o Senhor do sábado. No contexto do sábado, Jesus que é o Senhor e Criador do sábado disse:

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma” (Mt 11.28-29).

Os judeus estavam sobrecarregados pelo fardo dos fariseus, as exigências da lei e as tradições judaicas para serem salvos. O generoso convite de Jesus destina: “a todos os que estais cansado, aflitos e oprimido”.

Jesus é o Senhor do sábado, Ele, portanto, oferece o verdadeiro descanso e o verdadeiro repouso. Quem vem a Jesus e torna-se Seu servo e faz a sua vontade, Ele o alivia de suas insuportáveis aflições e lhe dará descanso, paz, e seu Espírito Santo como guia. Deste modo podemos suportar as provações e inquietações da vida, com o auxílio e a graça de Deus.

Jesus chamou a todos para virem diante d’Ele encontrar e terem verdadeira libertação e descanso Nele, o Senhor do Sábado.
Em Deus repousamos: “Nós, porém, que cremos, entramos no descanso...” (Hb 4.3). Este repouso existe porque Deus repousa em nós através de Seu Filho Jesus Cristo. Viver no descanso do Senhor, é encontrar aceitação, paz, conforto e plenitude nos braços de amor do nosso amado Jesus, o Senhor e Criador do sábado. Este descanso é viver continuamente na presença do Senhor.

A plenitude do descanso em Cristo, é através do seu sangue, é o cessar do nosso esforço para realizar obras, ritos e dias que paguem o preço por nossos pecados. É depender do sangue de Jesus para cobrir a divida que o nosso pecado tem feito, e nos justificar diante de Deus. A Divida foi paga, fomos lavados, limpos, purificados e novamente aceitos diante de Deus (Efésios 2.8-9).

A obra para assegurar a nossa permanência diante de Deus foi terminada através da obediência de Cristo, e Sua obra na Cruz. Por causa disso, nós temos o verdadeiro descanso. Devemos descansar somente em sua obra, através da fé, confiar apenas nela como meio de justificação, redenção, salvação e aceitação.

[...] A mudança do descanso sabático do sétimo para o primeiro dia é o cumprimento do princípio moral do Sábado. O Sábado do sétimo dia comemorava a obra da criação divina (Êx 20.11) e a redenção (Dt 5.15). O Sábado do primeiro dia pode ser reputado como comemoração da nova obra da criação divina (2ª Co 5.17; Ef 2.10) e a redenção espiritual (Tt 2.14).

A ressurreição de Jesus assinalou o clímax de Sua obra redentora (Rm 4.25; 1ª Pe 1.3) e parece certo que os cristãos primitivos começaram reunindo-se no primeiro dia da semana em comemoração a esse grande acontecimento. Cristo chamou-se Senhor do Sábado (Mc 2.28) e o primeiro dia da semana ficou depois conhecido como Dia do Senhor (Ap 1.10). Desde então o Sábado do primeiro dia tem sido aceito pela vasta maioria dos cristão [Comentário da Bíblia Shedd. Pg. 260].

IV. JESUS E O SÁBADO

[...] Não encontramos nos ensinos de Jesus, nem direta nem indiretamente, um só mandamento para que a Igreja observasse o Decálogo, como aparece em Êxodo 20. O Novo Testamento cita os mandamentos de Moisés várias vezes, menos guardar o sábado, prova evidente que este dia não foi dado à Igreja. Mas, apesar de tudo, a atitude do Salvador em relação aos mandamentos mosaicos foi bem diferente da dos fariseus, embora Ele nada ensinasse abertamente sobre o fim dos sacrifícios, das circuncisões e das festas, durante o tempo de seu ministério terreno, Suas obras realizadas no sábado, ofuscaram o brilho do Antigo Testamento [Abraão de Almeida. Revista Obreiro P. 29].

1. Jesus coletou comida num sábado.

“Por aquele tempo, em dia de sábado, passou Jesus pelas searas. Ora, estando os seus discípulos com fome, entraram a colher espigas e a comer. Os fariseus, porém, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer em dia de sábado. Mas Jesus lhes disse: Não lestes o que fez Davi quando ele e seus companheiros tiveram fome? Como entrou na Casa de Deus, e comeram os pães da proposição, os quais não lhes era lícito comer, nem a ele nem aos que com ele estavam, mas exclusivamente aos sacerdotes? Ou não lestes na Lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? Pois eu vos digo: aqui está quem é maior que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos, não teríeis condenado inocentes. Porque o Filho do Homem é senhor do sábado” (Mt 12.1-8).

Os discípulos de Jesus trabalharam no dia de sábado. Embora os fariseus acusem Jesus de violar o sábado, Ele, na realidade, apenas não observou a interpretação exagerada que eles davam a respeito. Jesus declara que a observância do sábado não deveria transformar-se num ritual mantido à custa das necessidades essenciais do homem.

A oposição crescente ao ministério de Jesus pelos líderes religiosos encontra sua expressão total na observância do sábado, a instituição mais sagrada entre os judeus. Jesus apóia a ação de seus discípulos através de seu apelo ao exemplo de Davi (1ª Sm 21.1-6), verificando que as regulamentações normais do sábado podem precisar render-se às necessidades humanas.

Quando os discípulos começaram a colher espigas e comê-las, num dia de sábado, Jesus apelou para o direito que o sacerdote tinha de violar o próprio sábado, defendendo assim os discípulos. E para mostrar autoridade sobre o sábado, nesse dia, ao curar um doente, mandou que este levantasse, tomasse sua cama e caminhasse (Mt 12.9-14).

Deste incidente aprendemos: que sempre existem pessoas dispostas a criticar as ações dos discípulos de Cristo; que os incidentes do V.T., podem ter valor para a nossa instrução na atualidade; que uma pessoa divina importa mais que uma ordenação cerimonial.

2. Cristo é o Senhor do sábado.

“Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo...Porque o Filho do homem até do sábado é Senhor” (Mt 12.6-8).

O Senhor Jesus Cristo está afirmando diante dos judeus que ELE é o Todo Poderoso Legislador! E que, além disso, somente ELE pode ter autoridade acima de todos para agir como DEUS. E através da Sua afirmação de que ELE era maior que o templo e também possuía autoridade de dispensar os discípulos da observância do sabath judaico, pois somente DEUS pôde ordenar no passado a Lei e somente DEUS teve e tem autoridade para modificá-la.

É Cristo Quem está sendo exaltado no texto, em revelar-Se a Si mesmo, em definir-se como DEUS e Soberano Senhor. ELE mesmo é o ETERNO SENHOR que deu a Lei ao povo de Israel e, diversas vezes permitiu sua profanação (como no caso de David e dos sacerdotes que ELE mesmo menciona em Mateus 12.3-5).

O assunto central das Sagradas Escritura não é o homem, nem o atendimento divino de suas necessidades. O assunto central das Sagradas Escrituras é o Senhor Jesus Cristo. ELE é o Alfa e o Omega (Ap 1.8).

A Centralidade de Cristo é vista claramente:
A. Na Criação (Gn 1.1, Jo 1.1-3).
B. Na promessa da redenção (Gn 3.15).
C. No preparo da nação que receberá o Messias (Gn 12.1-3; Gn. 28.14; Zc 9.9; Gl 3.8).
D. Na plenitude dos tempos (Gl 4.4; Hb 1.1).
E. Na glória que a ELE e só a ELE é devida e a ELE será concedida (Is 45.23; Rm 8.29, 11.36, 14.11; Cl 1:15-18; Hb 1.6; Ap 1.5).

Todos aqueles que buscam retirar a centralidade de CRISTO da adoração que LHE é devida, de forma consciente ou não, cometem um erro grosseiro. Quem assim procede não somente comete idolatria, mas a si mesmo se constitui apóstata (desertor).

Israel institucionalizou de tal forma seus ritos, não compreendendo que o que foi estabelecido por DEUS eram sombras dos eventos futuros, que o ato se tornou mais importante que o fato, ou seja a ordem mais importante do que QUEM ordenou e estabeleceu a ordenação.

Os judeus entenderam e reivindicação do SENHOR JESUS. ELE se colocou diante dos Fariseus no lugar que só poderia ser ocupado pelo DEUS ETERNO, que Legislou no Velho Testamento sobre o povo de Israel.

Os judeus entenderam que o SENHOR JESUS se colocou em posição de adoração, de ser adorado como DEUS. O SENHOR JESUS não está reivindicando honra e glória para o sabath judaico (sábado hebdomadário)! O Senhor Jesus Cristo está reivindicando honra e glória para Si mesmo como DEUS Todo-poderoso em carne!

O SENHOR JESUS CRISTO então lhes ensina que mais vale adorar a DEUS do que a tradição. Os judeus deveriam abandonar sua tosca visão da própria religião. Eles haviam perdido o foco e o fio da meada. Não adoravam a DEUS, mas as suas próprias conclusões sobre as regras de conduta. Eram condutores cegos, sem discernimento, realizando rituais que não passavam de tradições humanas (Mt 15.3-6, 14; 23.16 e 24).

Sua religiosidade era humana, falsa, hipócrita, superficial e inútil. Essa religiosidade não pode salvar ninguém e é ledo engodo do diabo! Todos os que assim procedem cometem o mesmo erro, caem no mesmo buraco do sacrifício ritualístico como sendo mais importante que o alvo da adoração. Tornam-se idolatras do que observam, negando-se a adorarem somente AQUELE que é digno de adoração.

CRISTO é aqui exaltado. CRISTO é muito maior que Sua Lei e não é inferior a ela, pois foi ELE quem a criou.

Não é CRISTO quem aponta para a Lei, mas a Lei aponta para CRISTO, a necessidade que o homem (incapaz de guardar a Lei moral) tem de um Salvador que o substitua, seja perfeito por ele e no lugar dele. CRISTO é maior e mais importante que o Templo! Pois foi ELE quem ordenou o Templo.

ELE é maior e mais importante que a Lei, pois esta somente serve para demonstrar o pecado do homem e não para conceder-lhe a salvação (Rm 3.20). O ritual, a cerimônia, é sombra e não o motivo da salvação (Cl 2.16-17).

Os que negam que JESUS CRISTO tenha autoridade para abolir o sabath (como o fez no caso dos gentios convertidos da atual Dispensação) não O honram como DEUS e não o receberam como SENHOR, portanto não foram salvos por ELE, estando em trevas e em perdição de uma religião ritualística humana e carnal, crendo que podem se salvar por mérito próprio, mesmo que seja apenas pela guarda do sabath cerimonial judaico (embora a Lei tenha centenas de exigências às que desprezam abertamente, inclusive com relação ao próprio sabath).

Os sabatistas estão errados ao usarem este sofisma, pois pecam por não conseguirem honrar ao SENHOR mais do que o dia. ELES se tornam assim até mesmo piores que os próprios fariseus, pois não admitem nem que DEUS mesmo possa dispensar seu povo de suas ordenanças sabáticas. Seria este o DEUS da Bíblia? Seria o Jesus que pretendem adorar o DEUS Todo Poderoso, ou um outro Jesus?

O DEUS da Bíblia não está subordinado à Sua Lei, mas a Sua Lei é que está subordinada à ELE. Senão ELE não seria DEUS.

Em que sentido Cristo é o Senhor do sábado? (v. 8). Porque Ele o criou; porque Ele podia abolir o sétimo dia de obrigação legal para dar lugar ao primeiro dia, de guarda voluntária, caracterizado pelo gozo e culto que resultam da sua ressurreição. Outro sim, as palavras e ações de Jesus, aqui (vv. 6-10), ensinam-nos que o dia do Senhor deve ser uma oportunidade de buscar e ajudar os necessitados, no âmbito espiritual e no físico.

Maior que o sabath, é o CRIADOR e SENHOR do sabath, que tem todo poder e autoridade sobre suas ordenanças. Adorar ao sabath é idolatria e não pode salvar o homem (Não existe embasamento bíblico para a expressão idólatra “Feliz sábado!”, que é um mantra religioso de salvação pelas obras da instituição).

Maior que o sabath, é o CRIADOR e SENHOR do sabath, que tem todo poder e autoridade sobre suas ordenanças. Adorar ao sabath é idolatria e não pode salvar o homem (Não existe embasamento bíblico para a expressão idólatra “Feliz sábado!”, que é um mantra religioso de salvação pelas obras da instituição).

Adorar o SENHOR do sabath e recebê-lO como Único e Suficiente Salvador, arrependendo-se de seus pecados, rendendo-se a ELE é dom de DEUS e é a único meio pelo qual DEUS concede perdão e salvação a todo pecador arrependido, dando-lhe vida eterna (Jo 3.16; 10.27-28; Ef 2.8-9).

Não é o sabath aqui o assunto principal. Nunca foi! Pensar assim é cometer um erro grosseiro, idolatria.

O assunto principal aqui, como em toda a Bíblia, é o SENHOR JESUS CRISTO.

Portanto devemos olhar para CRISTO como Salvador ao invés do sabath,

“Ou não lestes na Lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa?” (Mt 12.5).

Perguntamos: “Os sacerdotes podiam matar no templo? Podiam roubar? Podiam adorar ídolos? E os sabatistas respondem que não.

Podiam violar o sábado e ficar sem culpa? Eles, os sabatistas, não têm respostas. E por quê? Porque Jesus ensinou que os sacerdotes violavam o sábado para atender às exigência dos sacrifícios: a) rachavam lenha; b) carregavam água; c) ascendiam o fogo. Coisas vedadas pela lei.

Ora, se o sábado fosse de natureza moral, poderia ficar subordinado aos sacrifícios e holocaustos, que eram preceitos rituais? Isso acontecia, naturalmente, porque sua natureza era inferior, cerimonial ou ritual, pois não é possível uma lei moral subordinada a uma lei cerimonial.

Porque se os sacrifícios foram abolidos (Jo 19.30; Mt 19.30; Hb 7.12-18), o sábado também, obviamente.

Mas, será que somos obrigado a descansar? A não fazer absolutamente nada? O povo de Israel acreditava que sim. Os fariseus, defensores da ordem moral e dos bons costumes, diziam:

Vocês não podem fazer nada no sábado. No máximo 50 passos serão dados no sábado! A água para o sábado deve ser buscada na 6ª feita. A alimentação para o sábado deve ser preparada um dia antes. E mais: Se alguém te pedir ajuda no sábado, você não poderá ajudar. - Será que é isso que Deus quis dizer no 3º mandamento.?

3. Jesus curou no sábado.

“Pelo motivo de que Moisés vos deu a circuncisão (se bem que ela não vem dele, mas dos patriarcas), no sábado circuncidais um homem. E, se o homem pode ser circuncidado em dia de sábado, para que a lei de Moisés não seja violada, por que vos indignais contra Mim, pelo fato de Eu ter curado, num sábado?” (Jo 7.22, 23).

Instruiu um homem curado a carregar a sua esteira no sábado:

“Então, lhe disse Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda. Imediatamente, o homem se viu curado e, tomando o leito, pôs-se a andar. E aquele dia era sábado. Por isso, disseram os judeus ao que fora curado: Hoje é sábado, e não te é lícito carregar o leito. Ao que ele lhes respondeu: O mesmo que me curou me disse: Toma o teu leito e anda” (Jo 5.8-11).

“Levaram, pois aos fariseus o que dantes fora cego. E era sábado o dia em que Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos. Então os fariseus, por sua vez, lhe perguntaram como chegara a ver; ao que lhes respondeu: Aplicou lodo aos meus olhos, lavei-me e estou vendo. Por isso, alguns dos fariseus diziam: Esse homem não é de Deus, porque não guarda o sábado. Diziam outros: Como pode um homem pecador fazer tamanhos sinais? E houve dissensão entre eles. Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus” (Jo 9.13-16 e 18).

Mas quando no sábado, Jesus libertou a moça da sua enfermidade a qual havia sido debilitada por 18 anos, os mestres da sinagoga ficaram indignados:

“O chefe da sinagoga, indignado de ver que Jesus curava no sábado, disse a multidão: Seis dias há em que se deve trabalhar; vinde, pois, nesses dias para serdes curados e não no sábado. Disse-lhe, porém, o Senhor: Hipócritas, cada um de vós não desprende da manjedoura, no sábado, o seu boi ou seu jumento, para levá-lo a beber? Porque motivo não se devia livrar deste cativeiro, em dia de sábado, esta filha de Abraão, a quem Satanás trazia presa há dezoito anos?” (Lc 13.14-16).

Em Lucas 6.9, alguns judeus tentaram matar Jesus, porque Ele estava violando o sábado em sua maneira ortodoxa do Antigo Testamento.

Os observadores do sábado doam cestas básicas (louvável), mas se o pobre carente pedir ajuda para consertar o telhado, a maioria deles se esquiva. Não pode carregar uma telha, mas o ex-paralítico pôde carregar sua cama em Jerusalém (Jo 5.1-9)? Não era uma tarefa que podia ser evitada? Era necessário carregar a cama?

E se observarmos na Escritura, o ex-paralítico carregou sua cama no sábado, a mando de Jesus (Jo 5.1-9), o que era proibido (Jr 17.21). Carregar sua cama (ou materiais) se faz o bem ao próximo? Mas Jesus não disse que no sábado se faz o bem? Então será que Jesus se contradisse? Errou? Não! Talvez quem errou foi a interpretação dos guardadores do sábado. Tarefas, trabalhos honestos, atividades que não prejudique seu próximo (ou sem intenção de), fazem parte de fazer o bem. Trabalho honesto, nunca foi do mal, mas do bem. E falando em trabalho, Jesus quando questionado sobre o sábado, também disse: “meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17).

Jesus chamou seus afazeres do bem, de “trabalho”. Que cada um interprete como quiser, mas temos de admitir: se trabalhar não se enquadra em “fazer o bem”, ou, era outra coisa, por que Jesus nunca fez esse desmembramento, e ainda disse que trabalhava no sábado? Para fazer confusão? O Criador é de confusão (1ª Co 14.33).

Observe, nenhuma obra podia ser feita, sem exceções (Êx 20.8-11), um homem foi morto por carregar lenha (Nm.15.32-36), era proibido carregar materiais ou cargas (Jr 17.21), Os judeus não curavam no sábado seguindo à risca o mandamento (Lc 13.14). Então vem um “tal” de Jesus, realiza curas, diz que o bem pode ser feito, permite colher espigas (Lc 6.1) cura e manda um homem carregar carga (Jo 5.1-9). Parece que Jesus mudou (ou quebrou) certas coisas, não? Para mim ficou claro que o ministério da morte gravados em tábuas de pedra (2ª Co 3.7) era um fardo tão pesado que nem os antigos podiam suportar (At 15.10).

Os sabatistas usam o argumento da sra. White: dizendo que Jesus mandou o homem carregar a cama no sábado, para mostrar a cura que tinha feito (o desejado de todas as nações pg 206). Os judeus nem deram grande importância à cura do homem, eles estavam é furiosos e escandalizados pelo fato do homem carregar material no sábado, e Jesus tê-lo mandado fazer tal coisa.

Os guardadores de sábado tem conforto no sábado com trânsito seguro, luz, refrigeração, computador, ventiladores, ar-condicionado, alarmes, e etc, em casa e nas suas denominações, graças a uns “profanadores”.

Eles têm na “igreja”: som, luz, projetor, computador, ventiladores, porque tem gente trabalhando para fornecer energia. O gás trocado no condomínio (no sábado) onde guardadores de sábado moram, permite a esses que tenham sua cevada e comida quentes no sábado. E depois, aparecem uns sabatistas dizendo que não colocam o lixo na lixeira na sexta-feira, para não ser “cúmplice” da profanação de coleta dos lixeiros no sábado. Isso é não uma incoerência.

Os observadores do sábado pregam a guarda do sábado, mas ao mesmo tempo, usufruem do conforto proporcionado pelo trabalho de outros no sábado. (Ora, quem é contra pescaria... não deve comer peixe,... isso é hipocrisia). Cozinhar um ovo no sábado é “pecado...”, mas parece que desfrutar do resultado da “profanação” dos outros não é.

Por que os sabatistas não fazem como os judeus, que no sábado desligam até a energia elétrica? Ah, mas isso seria muito “radical”, sem conforto..., a “igreja” não ganharia muitos fieis.

Não dá para dormir no sábado sem ar condicionado nas noites muito quentes de verão, não é? Então, que operadores da Cia de força e luz profanem o sábado, ou, usemos a interpretação “elástica” dos guardadores do sábado e isso vira “fazer o bem” e tudo ok.

4. Jesus aboliu o sábado.

Apesar de Jesus ter cumprido toda lei, os fariseus condenaram-no pelos seus feitos no dia de sábado. A respeito dele diz em Jo 5.16-18:

“E os judeus perseguiram a Jesus, porque fazia estas coisas no sábado. Mas, Ele lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também. Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”.

Observe que assim como os judeus era inadmissível Jesus ser Filho de Deus enquanto violava o sábado, para os sabatistas é impossível admitir que os evangélicos sejam filhos de Deus enquanto guardam o domingo em substituição ao sábado.

“O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado; de sorte que o Filho do Homem é senhor também do sábado” (Mc 2.27-28).

[...] Aqui, como o “Filho do Homem” é representante do homem, a favor de quem o sábado foi feito, Jesus defendeu os discípulos e os justificou contra a acusação de estarem quebrando o sábado. E, como “Senhor do sábado”, Ele tinha autoridade para dispor deste dia como bem quisesse.

Mas de maneira nenhuma Jesus justificaria os discípulos por furtar, matar etc., mesmo que fosse por necessidade. Jesus diferenciou o sábado dos outros mandamentos da lei, exatamente por ser de natureza puramente cerimonial. O texto de Marcos ensina que o sábado, ou dia do descanso, deve servir ao homem [Abraão de Almeida. Revista Obreiro P. 29].

O Senhorio de Cristo sobre o sábado abriu caminho para a Igreja primitiva abandonar a obrigação de guardar o sétimo (Rm 14.5; Gl 4.10). A principal lição deste trecho é mostrar que a lei do sábado não tem aplicação na igreja cristã; muito menos teria restrição sobre Cristo, o Senhor do sábado e Criador de tudo e de todos. Com estas palavras, Jesus defendia o princípio moral do quarto mandamento do Decálogo, condenando abertamente o cerimonialismo, e revela a Sua autoridade divina sobre o sábado, para cumpri-lo, aboli-lo ou mudá-lo.

Os fariseus colocavam o sábado judaico em plano superior a Deus, porque os três primeiros mandamentos da lei dizem respeito aos deveres do homem para com Deus e são morais, de natureza transcendental a todos os demais, os outros falam das relações do homem com seus semelhantes. Os três primeiros mandamentos prendem o homem ao dever de adorar exclusivamente a Deus, cujo nome não deve ser profanado nem igualado a outro nome de qualquer ser existente no universo, visto que Ele é o único Deus, o único ser que merece adoração e louvor. Porém os homens tornaram o sábado em ídolo, ao proclamá-lo superior aos deveres do homem para com Deus. Tais ensinos e revelações que introduzem ao povo estão totalmente fora da Palavra de Deus.

[....] Jesus não condenou o princípio de um dia de descanso para o homem. Ele apenas reprovou o absurdo dos líderes judaicos na guarda do sábado (Mt 12.1-8; Lc 13.10-17; 14.1-6). Ele ainda afirmou que o princípio da santificação de um dia de descanso semanal dado por Deus para o bem estar espiritual e físico do homem.
“E acrescentou: O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Mc 2.27). [Silas Daniel. Manual do Obreiro ano 27 –nº 29 – 2005. P.49].


Uma das provas da abolição por Cristo do dever da observância do sábado é a absoluta ausência desse dever no conteúdo do Novo Testamento. Enquanto encontramos os outros mandamentos do Decálogo citados direta ou indiretamente em muitos textos do N.T., como deveres morais inerentes à vida cristã, não deparamos ali uma vez sequer com a citação do quarto mandamento como dever do cidadão. Por que assim acontece? Cremos que Jesus não era estulto, e, havendo criado o mundo com diferentes sistemas de fusos horários, Ele sabia ser impossível à humanidade guardar o sábado semanal com rigor constante do mandamento de Levítico 23.32, a saber no mesmo horário, ao mesmo tempo.

Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau - SC

PAULO E O SÁBADO


“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão” (Gl 5.1).

No ensino de Paulo aos Gálatas, os crentes estavam voltando à escravidão da qual haviam sido libertos (Gl 5.1). Estavam retornando aos “rudimentos da lei”. A palavra é usada pelo apóstolo Paulo para identificar os elementos da religião judaica como guarda de dias. E, que sempre encerrava um sentido cerimonial relativo ao culto judaico. E se Cristo aboliu esta lei, logicamente aboliu com ela também a guarda do sábado semanal; por ser Cristo superior ao sábado (Mc 2.27-28).

Paulo, referindo-se à lei, não faz qualquer distinção entre moral e cerimonial. Em Gl 5.4, ele diz que os que querem justificar-se pela lei estão separados de Cristo; que são malditos os que na permanecerem em todas as coisas da lei.

A questão não é o sábado o em si, mas o fato de não estarmos debaixo da lei e, sim, da graça (Gl 5.4) Quem se submete à prática de pelo menos um preceito da lei é obrigado cumpri-la toda (Gl 5.3). E se alguém tropeçar em um ponto da lei é culpado por todos os outros (Tg 2.7).

“Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo” (Cl 2.16-17).

As celebrações judaicas de descanso e cessação (sabath) eram anuais (festas), mensais (luas novas) e semanais (os sábados). Pôr-se debaixo desse julgo é ser dominado ao bel prazer dos judaizantes, inchados em compreensão não espirituais (carnais).

Por isso, quando os apóstolos se reúnem em Jerusalém para determinar se os gentios convertidos devem ou não se submeter à observância da circuncisão e das ordenanças do sabath e dos alimentos levíticos, chegam à conclusão que eles foram dispensados por DEUS, salvos pela Graça (At 15.1-31). Por isso o apóstolo Paulo, movido pelo Espírito Santo de DEUS, escreveu suas exortações aos irmãos da igreja local da Galácia, a Epístola aos Gálatas.

Paulo declara que o sábado semanal fazia parte das ordenanças da lei que foram cravadas na cruz, pois não passavam de sombras, indicando, assim, que o verdadeiro descanso encontra em Jesus (Mt 11.28-30).

Se nas passagens do Novo Testamento relacionadas acima onde se encontra o plural SÁBADOS ele quer dizer o sábado semanal, por que só em Colossenses, haveria de ser o tal sábado cerimonial das solenidades anuais?


“Porque, como os céus novos, e a terra nova, que hei de fazer, estarão diante de minha face, diz o Criador, assim há de estar a vossa posteridade e vosso nome. E será que desde uma lua nova até à outra, e desde um sábado até ao outro, vira toda a carne a adorar perante mim, diz o Criador” (Is 66.22-23).

O que o Senhor está dizendo? Que iremos à presença do Criador de sábado em sábado ou de um sábado ao outro.

Por que os sabatistas só pegam a segunda parte do verso e não o verso todo? Veja que o verso também fala dos que guardam as festas da lua nova. A expressão que o profeta está usando, não é que o fato de estar sendo mencionado o dia de sábado, está dando uma confirmação de que estaremos guardando este dia, pois se assim for, os que guardam as festas da lua nova estarão lá também e são pessoas que observam festas pagãs, para não dizer satânicas, certo? Mas a ênfase não está nos dias, veja que se está falando em um período de um sábado até o outro, ou seja, um ciclo interminável é mais ou menos assim: abriremos o restaurante de sábado a sábado. Assim o verso está nos dizendo que não haverá um dia sequer que não estaremos na presença do Criador. Se refletir-mos sem nenhum prendimento doutrinário, tenho a absoluta certeza que verás exatamente como deve, ou seja, é uma expressão de infinito, ininterrupto, sem fim.

O mês começava no ciclo da lua nova, a neomênia, oportunidade em que também se ofereciam holocaustos ao Senhor (“E nos princípios dos vossos meses...” – Lv 23.11) dois bezerros, um carneiro e sete cordeiros seguidos de oblação de manjares e libações de vinho (vv. 11-14). “...este é o holocausto da lua nova de cada mês, segundo os meses do ano” (v.14).

Aos sacrifícios litúrgicos dos sábados hebdomadários e dos primeiros dias (=lua nova) de cada mês, os israelitas deveriam acrescentar holocaustos concernentes às festas, a começar pela da páscoa, a primeira de cada ano, com a discriminação do ritualismo dos holocaustos de cada uma.

À base dessas Escrituras (Lv 23 e Nm 28-29) tem-se o calendário litúrgico com os ritos sacrificais: semana, mês e ano, designados, respectivamente, pelas palavras SÁBADOS, LUAS NOVAS E FESTAS”.

Quando Davi transmitiu a Salomão o trono real, dentre todas as suas recomendações, ao destacar os turnos e as funções dos levita, às ordens dos “filhos de Arão no ministério da casa do Senhor”, das quais também era a de “E para estarem cada manhã em pé para louvarem e celebrarem ao SENHOR; e semelhantemente à tarde; E para oferecerem os holocaustos do SENHOR, aos SÁBADOS, nas LUAS NOVAS, e nas SOLENIDADES (=FESTAS), segundo o seu número e costume, continuamente perante o SENHOR” (1º Cr 23.30-31).

Na circunstancia de solicitar a colaboração do rei de Tiro para a construção do Templo, Salomão pede-lhe: “E Salomão mandou dizer a Hirão, rei de Tiro: Como fizeste com Davi meu pai, mandando-lhe cedros, para edificar uma casa em que morasse, assim também faze comigo. Eis que estou para edificar uma casa ao nome do SENHOR meu Deus, para lhe consagrar, para queimar perante ele incenso aromático, e para a apresentação contínua do pão da proposição, para os holocaustos da manhã e da tarde, nos SÁBADOS e nas LUAS NOVAS, e nas FESTIVIDADES do SENHOR nosso Deus; o que é obrigação perpétua de Israel” (2º Cr 2.3-4).

Salientou-se o rei Ezequias como o restaurador do culto e das celebrações litúrgicas dos sacrifícios. “Também estabeleceu a parte da fazenda do rei para os holocaustos; para os holocaustos da manhã e da tarde, e para os holocaustos dos SÁBADOS, e das LUAS NOVAS, e das SOLENIDADES; como está escrito na lei do SENHOR” (2º Cr 31.3).

Tendo sido reedificado o templo após o exílio babilônico, coube a Neemias reconstruir os muros de Jerusalém, após a leitura pública da Lei, restabelecer outra vez o culto.

Também sobre nós pusemos preceitos, impondo-nos cada ano a terça parte de um siclo, para o ministério da casa do nosso Deus; Para os pães da proposição, para a contínua oferta de alimentos, e para o contínuo holocausto dos SÁBADOS, das LUAS NOVAS, para as FESTAS solenes, para as coisas sagradas, e para os sacrifícios pelo pecado, para expiação de Israel, e para toda a obra da casa do nosso Deus” (Ne 10.32-33).

Em todos esses textos, consoante as prescrições do livro de Números (28-29), sob a fórmula consagrada como num refrão: “SÁBADOS, LUAS NOVAS e FESTAS”, destaca-se a ordem natural e lógica dos holocaustos diários, semanais, mensais e anuais.

À luz dessas Escrituras seria ilógico e aberrante mesmo supor-se serem os SÁBADOS aludidos em Os 2.11 e em Cl 2.16 os tais sábados anuais, sinônimos de FESTAS.
Teríamos, a seguir-se esta aberração, a referência em todos aqueles textos dos sacrifícios diários, ANUAIS, mensais e, de novo, ANUAIS.

Seria uma enumeração desprovida de ordem e lógica porque dos holocaustos diários passar-se-ia aos anuais, omitindo-se os semanais e os mensais, e dos anuais votar-se-ia aos mensais para tornar novamente aos sacrifícios anuais.

Confundirem-se os SÁBADOS das perícopes de Os 2.11 e de Cl. 2.15 com as solenidades ou festas anuais é incorrer-se num pleonasmo sem sentido. Um pleonasmo e inconsequente com descabido sintoma de escandaloso sofisma. Com efeito, os dias de sacrifícios anuais, então, seriam apresentados, em Oséias e em Colossenses, duas vezes uma sob a palavra FESTA e outra sob o nome de SÁBADOS, incorrendo-se, em desacordo com Lv. 23.3, na omissão do dia dos sacrifícios semanais, o dia mais importante de todos.

Vamos, porém, ler outra vez as duas Escrituras:
Os 2.11: “E farei cessar todo o seu gozo, as suas FESTAS, as suas luas novas, e os seus SÁBADOS, e todas as suas festividades”.

Col. 2.16: “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de FESTA, ou da lua nova, ou dos SÁBADOS”.

Ora, se os sábados são as mesmas festas anuais, ou se os sábados estão incluídos nessas festas, por que destaca-los das festas?

E nem se alegue aqui no caso a equivalência superlativo, absolutamente impossível, dada a interposição da expressão: “as suas luas novas” e “da lua nova” entre as palavras FESTAS e SÁBADOS.

A conclusão é potentíssima:
O termo plural SÁBADOS corresponde aos sábados semanais, “sombras das coisas futuras”.
No próprio Velho Testamento fui achar o emprego desse plural. “Estas são as solenidades do SENHOR... Além dos SÁBADOS do SENHOR...” (Lv 23.37-38). Ainda a locução plural “MEUS SÁBADOS”, oito vezes repetida em Ezequiel (20.12, 13, 16, 20, 21; 22.8, 26; 23.38), “SÁBADOS” (Ez 45.17; 46.3) sempre se referem ao sábado hebdomadário como, de resto, todos os sabatistas admitem e defendem.

Se nas passagens do Novo Testamento relacionadas acima onde se encontra o plural SÁBADOS ele quer dizer o sábado semanal, por que só em Cl 2.16 haveria de ser o tal sábado cerimonial das solenidades anuais?

Faltaria sentido! E semelhante argumento sabático revela desespero de causa!

Tanto em Os 2.11 como em Cl 2.16 deparamo-nos com a fórmula: “DIAS DE FESTA, LUAS NOVAS E SÁBADOS”.

Essa fórmula se refere aos dias santificados ANUAIS, MENSAIS e SEMANAIS.

Se em Lv 23 se distinguem as datas do calendário das solenidades com suas características específicas, em Nm 28 e 29 se prescrevem os pormenores rituais dos sacrifícios.

Além do holocausto diário de dois cordeiros, um de manhã e outro à tarde (cf. vvs. 3-4), nos sábados hebdomadários, “além do holocausto contínuo”, sacrificavam-se dois outros cordeiros como oferendas de manjares e libações (vvs. 9-10). “Holocausto é de cada SÁBADO, além do holocausto contínuo, e a sua libação” (v. 10).

Em Oséias 2.11: “E farei cessar todo o seu gozo, as suas FESTAS, as suas LUAS NOVAS, e os seus SÁBADOS, e todas as suas festividades.”, é o anúncio da abolição, da supressão, da extinção, do fim de todo o cerimonialismo judaico, incluindo o SÁBADO SEMANAL por se este também do conjunto das disposições cerimoniais do pacto das obras.

Em Jesus Cristo cumpriu-se a promessa ao ser na cruz cravada a “cédula”: “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de FESTA, ou da LUA NOVA, ou dos SÁBADOS” (Cl 2.16).

O sábado cerimonial, ou anual, já está incluído na expressão “dias de festas”, que são as festas anuais, “lua nova”, mensais e “sábados”, festa semanal. No versículo seguinte o apóstolo diz: “Que são sobras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo” (Cl 2.17). Isto é: são figuras das coisas futuras, que se cumpriram em Jesus. Foi por isso que Jesus afirmou ser o Senhor do sábado (Mc 2.28). “...ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas” (Hb 8.6).

Sábado, aqui, refere-se o dia semanal da lei judaica, portanto, ninguém vos julgue por isto. O sentido moral é a necessidade de se descansar um dia por semana, valendo para esse fim, qualquer deles. Sobre esta questão escreveu Paulo aos Romanos dizendo:

“Um faz diferença entre dia e dia, outro julga igual todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente” (Rm 14.5).

Paulo era um cristão emancipado quanto legalismo. Ele tanto se adaptou com os crentes judeus, como os gentios. Mas nem todos compreendiam esta maneira de pensar por falta de instrução ou debilidade de fé. Ele explica um faz diferença de dias, mas o outro julga ser igual cada dia. Por quê? Porque para Deus não faz diferença se guardarmos um dia ou outro para o Senhor, pois todos os dias de nossa vida devem ser para o Ele. Porém, nós cristãos preferimos ficar com Paulo e com os demais apóstolos de Cristo, que julgavam a lei apenas uma sobra das coisas futuras, conforme Hb 10.1 que diz: “Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem”.

Você será sempre aceito do mesmo modo como era o judeu ao guardar o sábado semanal de acordo com a lei, pois na atualidade, Deus deve ser adorado em espírito e em verdade, portanto, é agradável em qualquer nação e lugar que assim o adore.


Não há evidência na Bíblia de que o mandamento do sábado é parte da lei moral e universal. É parte da lei cerimonial dada a Israel. Este sábado é um símbolo destinado a lembrar a Israel a vinda do Messias.

Pr. Elias Ribas

A EXTINÇÃO DO SÁBADO





O profeta Oséias capítulo 2.11, prediz a abolição de todas as solenidades, incluindo, é evidente o sábado do Senhor Lv 23.3, por ser também cerimonial como as demais festas:

“E farei cessar todo o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas, e os seus sábados, e todas as suas solenidades”.

O anúncio profético de Oséias se cumpriu em Jesus Cristo e, por isso, no Novo Testamento se encontra um texto afim, isto é, sobre o mesmo assunto, do texto do profeta.

Com efeito, Paulo Apóstolo aos crentes de Colossos recomenda cuidado para que não se tornem presas dos pregadores de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo.

“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos DIAS DE FESTAS, ou da LUA NOVA, ou dos SÁBADOS, Que são SOMBRAS DAS COISAS FUTURAS, mas o corpo é de Cristo” (Cl 2.16-17).

Estas Escrituras, a de Oséias e a de Paulo, a primeira anunciando a futura abolição do sábado e a segundo o fato consumado da extinção dele, merecem, por serem de suma importância, exame detido e pormenorizado.

Nossa pesquisa, destituída de qualquer juízo temerário e preconcebido, e com propósito de submissão incondicional à Vontade Soberana de nosso Deus.

Parte integrante do regime de sombras e das figuras do Velho Testamento, o sábado estava fadado a ser abolido com o aparecimento da Realidade em Jesus Cristo, porquanto a Nova Aliança em Jesus Cristo ultrapassa a Antiga Lei.

No contexto da vigência da Lei os judeus viviam debaixo da sombra dos bens futuros (cf. Hb 10.1). Ao consumar no calvário a obra objetiva da Redenção, Jesus Cristo, Luz do mundo, extinguiu todas as sombras e n’Ele se consumaram todas as figuras.

Extintas as sombras e consumadas as figuras, o sábado também caducou porque das sombras e das figuras faziam parte.

1.      Na Escritura de Oséias leio “SEUS SÁBADOS”.

Em outras passagens encontro o Senhor aludindo a esse dia da semana com o pronome possessivo na primeira pessoa: “MEUS sábados” (cf. Ex 31.13; Ez 20.12, 13, 16, 20, 21; 22.8, 26. 23.28). “MEUS sábados”, disse Deus, por serem eles “DO SENHOR” (cf. Lv 23.3; Dt 5.14).

O profeta Oséias, contudo, diz: “SEUS sábados”.
O pronome possessivo, embora em ambos os casos esteja no plural, encontra-se em diferentes pessoas. Por quê?

Será que ao dizer “MEUS sábados” Deus aludia ao sábado semanal e ao dizer Os 2.11 “SEUS sábados” se referia às festas anuais?

Estudando o hebraico o pronome MEUS e SEUS naquelas locuções não invalida a profecia de Os 2.11 quanto à abolição do sábado semanal.

Se o sábado é o SINAL de uma aliança, ou pacto entre Deus e o povo israelita atribui-se-lhe, logicamente, o aspecto de bilateralidade. Concerto ou aliança é um contrato. E todo o contrato é bilateral, isto é, exige o cumprimento de condições para ambas as partes concertantes ou contratantes e concede regalias a ambas também. Então a Aliança ou Concerto pertence a Deus e a Israel. É de Deus e do povo.

Quando alguém aluga uma casa faz com o locador (proprietário) um contrato (uma aliança) verbal ou escrito.

Nessa aliança há obrigações e direitos para as duas partes contratantes: o locador e o locatário.
O imóvel, de direito, continua propriedade do locador, mas, na vigência da locação, o inquilino considera a casa como sua, também de direito. Então, o proprietário, quando conversa com o seu inquilino ou com outra pessoa acerca daquele imóvel, pode dizer: MINHA casa e SUA casa.

Circunstância semelhante ocorre com o sábado hebdomadário, o “SINAL” entre Deus e o povo Israel. Era do Senhor e era dos judeus.

Em Lv 23 encontro o sábado semanal incluído entre as solenidades do Senhor: “estas são as MINHAS solenidades” (v. 2):

Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: As solenidades do SENHOR, que convocareis, serão santas convocações; estas são as minhas solenidades:” (v 2.)
O Sábado (v.3),
A páscoa (vv. 4-8),
As primícias (vv. 9-22),
A dos tabernáculos (vv. 24, 34-36, 39-43),
O dia da expiação (vv. 27-32).
E as festas anuais (vv. 4 ss).

Estas solenidades todas, inclusive o sábado semanal, nos vv. 4 e 37 são chamadas de “solenidades do Senhor”.

No v. 2 Deus designa todas as solenidades: o sábado semanal e as festas anuais com o pronome possessivo na primeira pessoa “MINHAS solenidades”.

Os sábados pré-figurativos (as festas anuais) foram também cognominadas por Deus de propriedade d’Ele, valendo-se da primeira pessoa no possessivo.

Se as festas anuais são prefigurativas e, portanto, cerimoniais, o sábado semanal também o é. Por conseguinte também ele é cerimonial e sujeito à caducidade, à abolição como sombra dentre as outras sombras ritualísticas judaicas.

Se o sábado semanal é uma prescrição moral da Lei e, por isso, não pode ser extinto, por ser em vários lugares das Escrituras chamado por Deus de “MEUS sábados”, teremos que admitir situação semelhante para os sábados SOLENES, o ano sabático e o ano jubileu.

Naquele tempo havia o sábado septenário e o sábado jubileu. Depois de seis anos consecutivos de trabalho o sétimo era de repouso total. E também depois de 49 anos de trabalho o quinquagésimo era de descanso completo.

Deveriam ser estes dois sábados (o septenário e o do jubileu) também prescrição moral porque também eram do Senhor, O sábado septenário era “um sábado do Senhor” (Lv. 25.2 e 4). O sábado cinquentenário também era do Senhor porque a Ele santificado (cf. Lv. 25: 10 e 12).

Nesse caso, deveríamos guardar para sermos coerente o sábado septenário e o sábado cinquentenário. Se o sábado hebdomadário [derivado do grego hebdómada = semana], por haver sido chamado por Deus de “MEUS sábados” é uma disposição moral da Lei eterna, o septenário e o cinquentenário de semelhante maneira o são.

Ora, os próprios respeitadores do sábado semanal admitem que o septenário e o cinquentenário foram abolidos. Portanto, a coerência nos leva a aceitar a extinção também do sábado hebdomadário.

No capítulo 26 de Levítico deparo as expressões alusivas ao sábado em três pessoas diferentes: primeira do singular, terceira e primeira do plural: “MEUS sábados” (v. 2); “SEUS sábados” (vv. 34 e 43) e “VOSSOS sábados” (v. 35).

Lendo os Evangelhos encontro Jesus a usar esta expressão: “MEU Pai e VOSSO Pai; MEU Deus e VOSSO Deus” (Jo 20.17).

Se os sábados chamados por Deus de “MEUS sábados” e os chamados por Os. 2.11 e Lv 26.34, 43 de “SEUS sábados” e “VOSSOS sábados” de Lv 26.35 são diferentes, isto é, essas locuções não designam o mesmo sábado semanal, aquele PAI mencionado por Jesus como “MEU Pai” é diferente do PAI também mencionado por Jesus com a locução de: “VOSSO Pai”.

Só porque mudou a pessoa do pronome possessivo, também mudou o PAI? Claro que não!

Quanto ao Templo encontro da mesma forma o emprego do pronome possessivo em diferentes pessoas. Em Is 56.7 Deus chama de “MINHA casa” e Jesus de: “VOSSA casa” (Mt 23.38). São, porventura, templos diferentes? Um de Deus e o outro dos judeus?

Igual circunstância ocorre com os sacrifícios. Em Nm 28.3, 6 encontro a menção de sacrifícios ofertas ao Senhor. Em Lv 10.13 encontro: “ofertas queimadas do Senhor“. Esses sacrifícios, essas ofertas, esses holocaustos, do Senhor, em Dt 12.6 são chamados de: “VOSSOS sacrifícios“. Em Is 42.23-24 são designados por “TEUS sacrifícios”.

Deixam de ser os mesmos sacrifícios, as mesmas ofertas, os mesmos holocaustos?

Em Lv 23.2 eu me deparo com a referência: “as MINHAS solenidades“ e em Is 1.14: “as VOSSAS solenidades“. Por acaso não são idênticas às solenidades?

A mudança de pessoa no pronome em todos esses exemplos não alterou em nada a unicidade do objeto. O Pai, o Templo, os sacrifícios e as solenidades são sempre os mesmos. Haveria de ocorrer mudança só no sábado?

Portanto, é evidente serem os mesmos os sábados mencionados por Os 2.11 com a locução “SEUS sábados” e por Ezequiel 20.12,13 com “MEUS sábados”. Neste caso, como nos outros aludidos, a alteração das pessoas do pronome possessivo não muda o objeto do assunto.

2. Alegar-se serem os sábados mencionados por Oséias e por Paulo nos textos em exame simplesmente alusivos às festas anuais, sem nada a ver com o sábado da semana é querer fechar os olhos à realidade da Revelação Divina.

Algumas considerações sensatas nos levarão à certeza de que aqueles sábados aludidos por Oséias e pelo Apóstolo são os sábados do descanso do sétimo dia e não os sábados, sinônimos das festas anuais.

A. No calendário israelita encontram-se varias festas anuais: a da páscoa em conjunto com a dos asmos, a das semanas ou das colheitas ou de pentecostes, a dos tabernáculos (as três maiores e mais solenes), a do dia da expiação (Yom Kippur), a da dedicação ou das luzes e a festa do Purim.

Essas festas duravam dias seguidos e é lógico que se incluía no seu decorrer o sábado semanal (cf. Lv 23.11, 15, 16). Cognominá-las de sábados anuais por esse motivo não tem sentido.

Ocorre, todavia, por parte dos guardadores do sábado o recurso a algumas versões portuguesas da Bíblia baseadas da Vulgata de Jerônimo que transliterou para o latim o SHABATH hebraico. Essas versões como a dos clérigos romanistas, a de Matos Soares e a de Figueiredo, em lugar de repouso, que seria a tradução certa de SHABATH, puseram sábado.

Figueiredo em Lv 23.24 onde se refere à festa de pentecostes, seguindo a Vulgata, simplesmente transliterou o SHABATH hebraico: “O sétimo mês, o primeiro dia do mês será para vós um SÁBADO e uma recordação”.

João Ferreira de Almeida, contudo, traz a versão correta “Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis DESCANSO, memorial com sonido de trombetas, santa convocação”.

Ainda, Lv 23.39 alude à festa dos tabernáculos e a simples transliteração de SHABATH serve de deturpação das Escrituras de Oséias e de Paulo: “...no dia quinze do sétimo mês...celebrareis as festas do Senhor...o primeiro e o oitavo dia vos será sábado”, é a tradução-transliteração do romanismo, sempre interessado em ocultar e, pior, deturpar a Revelação Divina.

Almeida foi coerente com a tradução: “no primeiro dia haverá DESCANSO, e no oitavo dia haverá DESCANSO.”, embora esse dia oitavo pudesse cair em qualquer dia da semana, não coincidindo assim com o sábado semanal.

Quanto ao dia anual da expiação procedem de igual maneira os interessados na sustentação do sábado semanal a ser observado como prescrição moral.

Do v. 32 de Lv 23, em Almeida a tradução é: ”Sábado de descanso vos será;”, sendo contudo esse dia o décimo do sétimo mês (v. 27).

Nada crucial seria se ele houvesse traduzido de verdade “descanso de descanso”, é uma força de expressão literária a repetição de um mesmo nome ou de uma forma abstrata em lugar de nome concreto, equivalente ao superlativo com na expressão bíblica “vaidade das vaidades”. “Descanso de descanso” significa repouso completo, absoluto, superlativo.

SHABATH SHABATON (=sábado do sábado, sábado do descanso, sábado sabático) de Êx 31.15; 35.2; Lv 16.31 significa absoluto repouso, descanso superlativo. É essa locução encontrada ainda em Lv 23 nos seguintes versículos: 3 (alusivo ao sábado semanal) e 32 (ao dia da expiação).

O recurso de transliteração de SHABATH, portanto, invalida a ambição de se considerarem sábados anuais as festas do calendário litúrgico israelita.

3. A palavra “SÁBADOS”, no plural, dos textos do profeta Oséias e do Apóstolo Paulo designa mesmo o sétimo dia da semana, que era cerimonial com já verificamos à luz das razões alinhadas.

Esses SÁBADOS de modo algum significam “sábados anuais” ou festas anuais, pelo fato de se encontrarem no plural.

E chegamos a esta conclusão mediante o argumento “ad hominem”, isto é, o argumento usado pelo próprio adversário.

Se a festa da páscoa é chamada de sábado anual, se a festa de pentecostes é chamada de sábado anual, se a festa dos tabernáculos é chamada de sábado anual, se a festa da expiação é chamada de sábado anual, esses sábados, sábados festivais anuais, são chamados de “FESTAS”, como, de resto, querem os próprios interessados na permanência do sábado semanal.

Então, à luz das próprias Escrituras são chamados “FESTAS”. Voltemos ao capítulo 23 de levítico, onde encontramos a confirmação de nossa assertiva.

Quanto á páscoa, no v. 6, diz: “E aos quinze dias deste mês é a FESTA dos pães ásmos do SENHOR...”.

Quanto à dos tabernáculos no v.34: “...Aos quinze dias deste mês sétimo será a FESTA dos tabernáculos ao SENHOR por sete dia”.

Nos vv. 2 e 37 todas as FESTAS antes mencionadas (páscoa, pentecostes, etc.) são chamadas “SOLENIDADES DO SENHOR”. “Estas são as solenidades do SENHOR, que apregoareis para santas convocações, para oferecer ao SENHOR oferta queimada, holocausto e oferta de alimentos, sacrifício e libações, cada qual em seu dia próprio” (v. 37).

Todo o ritualismo sublinha o aspecto das SOLENIDADES, sinônimo de FESTAS.

Aliás, os defensores do sábado semanal como disposição moral da Lei em caráter permanente, dizem que, sem se confundirem com os sábados semanais, os sábados festivais anuais estão incluídos nas “FESTAS” que os abrangem a todos.

Assim procedem para fugir do ensino de Oséias e de Paulo quanto à cessação do sábado semanal como prescrição moral, alegando que os sábados aludidos por esses escritores são as “festas” anuais dos israelitas, portanto, são os sábados cerimoniais.

Autor: Dr. Aníbal Pereira dos Reis. A GUARDA DO SÁBADO. Capítulo 6/24. Edições “Caminho de Damasco”. São Paulo, 1977.