TEOLOGIA EM FOCO

quinta-feira, 12 de abril de 2012

MATADORES DE PROFETAS

I. JESUS E OS FARISEUS

 “Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedreja os mensageiros que Deus lhe manda! quantas vezes eu quis abraçar todo o seu povo, assim como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram!” (Lc 13.34).

A tristeza e as lágrimas (cf. Lc 19.41) de nosso Senhor, por causa da rebeldia de Jerusalém, evidenciam a livre vontade do homem de resistir à graça e à vontade de Deus.

Deus fez tudo pelo Seu povo, mas este rejeitou a Jesus. A entrada a Jerusalém deveria ser triunfal; todavia foi motivo de lamentação e maldição por causa da incredulidade.

A salvação dos judeus não tem outro caminho senão a confissão do Senhor Jesus Cristo, reconhecendo-o como Salvador e Filho de Deus. Os líderes religiosos terão de participar do júbilo das multidões, descrito em Mt 21.9, e não confiar na sua própria religiosidade.

Jesus, desde o início, havia perturbado o estabelecimento judaico. Para começar, ele era irregular para os judeus, embora fosse Rabi. Além disso, Ele chamado sobre si mesmo a controvérsia por causa do seu comportamento provocante, confraternizando com gente de má fama, festejando em vez de jejuar, e profanando o sábado por meio de curas. Não estando contente com as tradições dos anciões, ele havia, na realidade, rejeitado um grupo, e tinha também criticado aos fariseus por exaltarem a tradição, colocando-a acima da Escritura. Eles se importavam mais com os regulamentos tradicionais do que com as pessoas, mais com a purificação cerimonial do que com a pureza moral, mais com as leis do que o amor. Ele até mesmo havia denunciado como “hipócrita”, chamando-os de “guias de cegos”, e comparando-os a “sepulcros caídos, que por fora se mostravam belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia (Mt 23.1-27). Essas foram acusações intoleráveis. Pior ainda, Jesus estava minando a autoridade deles. Ao mesmo tempo Ele fazia afirmações ultrajantes acerca de ser o Senhor do sábado, conhecer Deus como Seu Pai, até mesmo ser igual a Deus. Para os fariseus, era blasfêmia.


Ele até mesmo havia denunciado como “hipócrita”, chamando-os de “guias de cegos”, e comparando-os a “sepulcros caídos, que por fora se mostravam belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia (Mt 23.1-27). Essas foram acusações intoleráveis. Pior ainda, Jesus estava minando a autoridade deles. Ao mesmo tempo Ele fazia afirmações ultrajantes acerca de ser o Senhor do sábado, conhecer Deus como Seu Pai, até mesmo ser igual a Deus. Para os fariseus, era blasfêmia.

De modo que estavam cheios de indignação auto-justificada para com Jesus. Sua doutrina era herética. Seu comportamento era uma ofensa a lei sagrada. Ele desviava o povo das tradições dos anciões. Eles os odiavam e tinham grande ciúme porque a multidão lhes seguia. Foram estes os motivos para prender Jesus.

Os dirigentes judaicos ficaram furiosos com sua atitude desrespeitosa para com a lei e com suas reivindicações provocadoras. Os judeus fizeram uma aliança maligna (fariseus e saduceus) a fim de acusarem com falsas testemunhas contra Cezar.

Quando Jesus e Seus discípulos comeram sem lavar as mãos, os fariseus o acusarão de quebrar as tradições dos anciões, conforme Mateus capitulo 15.

Os judeus consideravam os samaritanos uma classe inferior de pessoas nem se quer, podiam cumprimentar, ou conversar com um samaritano, mas Jesus não somente conversou, mas passou a falar com a mulher samaritana no poço de Jacó, discutindo a vida inteira dela, e como poderia transformá-la. A mulher samaritana ao conhecer Jesus foi até a cidade anunciará que havia encontrado o Messias.

Os homens até podem ter êxito em preservar um pouco de sua retidão no desempenho do dever público e religioso, mas por traz dessa fachada espreitam emoções violentas e pecaminosas, as quais estão ameaçando a explodir. Os evangelistas expõem esses pecados secretos dos líderes relógios da época de Jesus.

Jesus sabia que ia morrer por cauda da hostilidade dos líderes nacionais judaicos. Parece que esta hostilidade fora despertada bem cedo durante o Seu ministério. A Sua atitude no descumprimento da lei em geral, e para com o Sábado em particular, os enraivecia. Quando Ele insistiu em curar numa sinagoga, no dia de Sábado um homem que tinha a mão ressequida, Marcos nos diz que: “retirando-se os fariseus, conspiravam logo com os herodianos, contra Ele, em como lhe tirariam a vida” (Mc 3.6).

Jesus deve ter percebido a intenção deles. Ele também conhecia o registro da perseguição dos profetas fies no Antigo Testamento. Embora soubesse que era mais do que profeta, ele também sabia que não teria tratamento melhor por parte dos fariseus. Ele era uma ameaça à posição e preconceito dos líderes.

II.     JESUS PASSOU POR TRÊS JULGAMENTOS

Jesus enfrentou dois inquéritos preliminares nas casas de Anãs (cf. Jo 18.19-23) e Caifás, o sumo sacerdote (Lc 22.54; Jo 11.49), e finalmente, depois do amanhecer (para ser legal), diante do Sinédrio. Este tribunal não podia aplicar a pena capital sem autoridade do procurador romano (cf Jo 18.31).

Quando os líderes judaicos levaram Jesus a Pilatos O acusaram dizendo: “Encontramos este homem pervertendo a nossa nação, vedando pagar tributo a César e afirmando ser ele o Cristo, o Rei” (Lc 23.2).

Procuram a única acusação formal que pesaria perante Pilatos. Admitir que fosse rei implicaria que Cristo estava em rebelião contra o estado. O Sinédrio não debate agora o ponto de vista para descobrir a verdade, mas para arrancar uma confissão condenatória. Para os interessados Jesus podia mostrar, pelas profecias messiânicas, quem Ele era (Lc 24.44).

Pilatos estava convicto da inocência de Jesus. Ele obviamente ficou impressionado com a nobre conduta, com o domínio próprio e a inocência política de Jesus. Pilatos os ouviu, fez algumas perguntas a Jesus, e depois de uma audiência preliminar anunciou: “Não vejo neste homem crime algum” (Lc 23.4).

Pilatos, ao ouvir que Jesus era da Galiléia, e, portanto, estar sob a jurisdição de Herodes, enviou-o ao rei para julgamento, esperando transferir a ele a responsabilidade da decisão. Herodes, porém, devolveu Jesus sem sentença (Lucas 23.5-12).

Pilatos disse aos sacerdotes judaicos e ao povo: “apresentaste este homem como um agitador do povo, mas tendo interrogado na vossa presença, nada verifiquei contra ele dos crimes que acusais. Não tampouco Herodes, pois no-lo tornou a enviar. È, pois claro que nada contra ele se verificou digno de morte”.

Na semana da Páscoa era costume dos judeus soltar um preso e crucificar outro. Nesta hora Barrabás está preso porque era criminoso e Jesus sendo inocente está diante do sinédrio e de Pilatos aguardando a Sua hora. E então Pilatos então pergunta a Caifás: “A quem devemos soltar: Jesus o Messias e Rei dos Judeus ou Barrabás, o prisioneiro? E este respondeu: Solte Barrabás e crucifique Jesus”. Então o povo gritou: solte Barrabás e crucifique Jesus.

Pilatos pergunta ao povo por três vezes. Que mal fez este? De fato nada achei contra ele para condená-lo à morte. A convicção pessoal do procurador acerca da inocência de Jesus foi confirmada pela mensagem enviada por sua mulher: “Não te envolva com esse justo; porque hoje, em sonhos, muito sofri por seu respeito” (Mt 27.19).

Jesus o Filho de Deus sendo julgado inocentemente pelas autoridades, foi trocado por um mau feitor, um bandido e ladrão. Foi Ele condenado à morte pelos religiosos da época que valorizaram mais um bandido do que o Filho de Deus.

Pilatos tentou protestar sua inocência. Tomando água, lavou as mãos na presença do povo, dizendo: “Estou inocente do sangue deste justo” (Mt 27.24).

Agora devemos passar além dos detalhes da traição e da prisão de Jesus, seus julgamentos perante Anás e Caifás, Herodes e Pilatos, as negações de Pedro, a zombaria cruel dos sacerdotes e soldados, a malevolência e o açoite, e a história da multidão que exigiu a sua morte.



Pilatos, então O entregou nas mãos dos soldados para ser açoitado. Desde Sua prisão começaram a espancar, a esbofeteado, cuspir. Vedaram Seus olhos e batiam insultando: “Se tu és o Filho de Deus nos diga quem te bateu”. O corpo do nosso salvador ficou todo riscado pelos açoites, e Seu sangue marcava o chão pelas chicotadas que os carrascos lhes davam. Aquele homem forte, bonito, humilde, justo, sincero, amoroso ficou transfigurado e irreconhecível, conforme relata o profeta messiânico (Isaías 53.1-10).

Lá no alto da cruz Ele bradou com alta voz: “está consumado”; “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”! Jesus na cruz proclama o grito da vitória. Foi para sempre consumado. Percebemos a realização que Jesus reivindicou logo antes de morrer. Não foram homens que consumaram sua ação brutal; foi Ele que realizou o que veio ao mundo realizar. Ele levou os pecados do mundo. Deliberada, livre e perfeitamente em amor Ele suportou o juízo em nosso lugar. Na cruz Ele declarou a nossa salvação, estabelecendo uma “Nova Aliança” entre Deus e a humanidade, e tornou disponível a principal benção da aliança, o perdão dos pecados. Imediatamente a cortina do templo, que durante séculos tinha simbolizado a alienação dos pecadores de Deus, rasgou-se de alto a baixo, a fim de demonstrar que Deus havia destruído a barreira do pecado, e aberto o caminho à sua presença.

Trinta e seis horas mais tarde, Deus ressuscitou a Jesus dentre os mortos. Aquele que havia sido condenado à morte em nosso lugar foi publicamente vindicado em sua ressurreição. Foi a demonstração decisiva de Deus de que Jesus não havia morrido em vão.

Jesus foi executado publicamente como um criminoso. Achavam que as doutrinas que ele ensinava eram perigosas até mesmo subversivas. Foi um julgamento inocente, uma morte angustiante. A sentença que era contra nós, Jesus pagou na cruz do Calvário. Fomos justificados pela sua morte.

“Mas, agora, em Cristo Jesus, vós que estáveis longes, fostes aproximados pelo sangue de Cristo. Porque Ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade, aboliu, na sua carne, a lei dos mandamentos na forma de ordenança, para que dois criasse, em si mesmo, um novo homem, fazendo a paz, e reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade” (Ef 2.13-16).

Ele perdoou todos os nossos delitos, não importando o tamanho deles. Por isso não estamos mais sob o jugo das antigas normas legais e tradições dos homens. A condição para ganhar o céu é crer no sacrifício de Jesus, arrepender-se dos seus pecados e ter uma nova vida e perfeita com Cristo, que é o novo nascimento e uma vida separada do pecado que é a santidade. O que era impossível ao homem, pelas leis judaicas e as tradições dos homens, Jesus fez por amor a nós. Porém, devemos saber que aqueles que ainda estão trilhando nas tradições e regras dogmáticas, presta um falso testemunho; uma mentira aos seus olhos; uma falsa religiosidade, desprezando o sacrifício vicário de Jesus. Jesus tirou qualquer embaraço que nos impedia de chegarmos a Deus, rasgou o véu que nos separava do Criador, mudou o odre e colocou vinho novo que representa a graça.

Muitos não compreendem a supremacia do amor e da graça de Cristo. Deus podia com justiça, ter-nos abandonado ao nosso próprio destino. Ele podia ter-nos deixados sozinhos para colhermos o fruto de nossos erros e perecermos em nossos pecados. É isso o que merecíamos. Mas Ele não nos abandonou, por causa de Seu amor por nós, ele veio procurar-nos em Cristo. Ele foi ao encalço até mesmo na desolada cruz, onde levou o nosso pecado a nossa culpa, o nosso juízo e a nossa morte. É preciso que o coração seja duro e de pedra para não se comover face a um amor como esse. É mais do que amor. Seu nome correto é “graça”, que o amor aos que não merecem.

A salvação de Cristo é um dom gratuito. Ele a “comprou” para nós com o alto preço de Seu próprio sangue. Quando Jesus bradou la no alto cruz dizendo “está consumado”, nada há com que possamos contribuir. Não, é claro, que agora temos a permissão de pecar e podermos sempre contar com o perdão de Deus. Pelo contrário, a mesma cruz de Cristo que é o fundamento de uma salvação gratuita, é também o incentivo mais poderosos a uma vida santa. Mas essa nova vida vem depois. Primeiro, temos de nos humilhar aos pés da cruz, confessar que pecamos e nada merecemos de suas mãos a não ser o juízo, agradecer-lhe por Seu amor profundo, e receber dele um perdão completo e gratuito. Contra essa humilhação própria e nosso orgulho pelas tradições, se rebelamos contra o nosso Deus. Ressentimos a ideia de que não podemos ganhar, nem mesmo contribuir para a nossa própria salvação. De modo que tropeçamos, como disse Paulo, na pedra de tropeço da cruz, quando exigimos santidade pelas normas humanas.


“Todo o que cair sobre esta pedra ficará em pedaços; e aquele sobre quem ela cair ficará reduzido a pó” (Lc 20.18).

Cair, tropeçar em Cristo, na cegueira espiritual, trará despedaçamento nesta vida pelo julgamento divino. Temos como exemplo a destruição de Jerusalém em 70 d. C. Mas se os religiosos persistirem na dureza de coração até passar o dia da graça, Cristo os levará ao juízo final como a palha soprada por um temporal.

III. A MORTE DE ESTEVAM - At 7.54-60

Os Judeus, até hoje, definem a lei como a “expressão máxima da vontade de Deus”. Jesus disse que não veio destruí-la, mas fazê-la cumprir (Mt 5.17-18).Os fariseus não entendiam o espírito da lei e estavam dispostos a matar ou morrer por ela. Não compreendia o verdadeiro papel da mesma, como o apóstolo Paulo nos mostra em suas epístolas (Rm 3.19-20; Gl 3.24).

Na carta dos Atos dos apóstolos no capítulo 7, à Bíblia descreve mais um ato de selvageria contra um dos profetas do Senhor:

“Qual foi o profeta que os antepassados de vocês não perseguiram? Eles mataram os mensageiros de Deus que no passado anunciaram a vinda do Bom Servo. E agora vocês o traíram e o mataram” (At 7.52).

Em meio essa discussão acerca de Jesus e sua obra, surge então de um jovem israelita por nome Estevam  Conhecedor profundo da história do povo eleito (Israel). Tinha sua fé fundamentada nas promessas divinas. Por isso seu dinamismo espiritual o impediu a um incessante testemunho para provar a sua primazia definitiva do Evangelho sobre a lei mosaica. Nem mesmo os judeus mais cultos, educados nos centros de cultura grega, e que se julgavam superiores aos outros judeus, tivessem sabedoria suficiente para refutar as verdades do Evangelho proclamadas por Estevam.

Após o Pentecoste, Estevão tornou-se alvo da sinagoga, como Cristo já havia advertido aos apóstolos (Mc 13.9-11). Ele foi acusado de blasfêmia pelos judeus, pois não puderam resistir a sua mensagem inspirada (At 6.9-14). Disseram que estava profanando o templo e a lei de Moisés (At 6.13). Mas, para isso, subornaram falsas testemunhas contra ele, para consubstanciar a acusação diante do Sinédrio (At 6.11-12). Eles fizeram também o mesmo com Jesus (Mt 26.59-61).

“Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis. Qual dos profetas vossos pais não perseguiram? Eles mataram os que anteriormente anunciavam a vinda do Justo, do qual vós agora vos tornastes traidores e assassinos” (At 7.51-52).

Dura cerviz: Expressão usada pelos profetas (2º Cr 30.8; Jr 17.23) e significa “coração duro”. Embora os judeus fossem circuncidados, contudo eram incircuncisos de coração e ouvidos. Era também a exortação dos profetas contra os desobedientes (Jr 6.10; Ez 44.7).

Matadores de profetas: Seus pais mataram os profetas. As Escrituras apresentam diversos casos dos que foram assassinados em Jerusalém. Os acusadores de Jesus e do mártir Estevão, eram piores que os antepassados, pois foram traidores e homicidas do Messias, daquele que foi anunciado pelos homens de Deus.

Estevam viu-se perante o mesmo Concílio que crucificaram a Jesus, e que dias antes proibira os apóstolos de falar em nome de Jesus (At 4.18). Ali estavam os mesmos sacerdotes: Anãs e Ciafás (4.6) a lançarem contra ele como feras, enquanto os demais presentes iam atirando pedras.

A atitude de Estevão e a maneira como foi martirizado inserem-se no contexto de Mateus 5.10-12. Ele, como muitos ao longo da história do cristianismo, selaram sua fé com o próprio sangue. Hoje, a situação não é diferente. Em muitos lugares de nosso país, nossos pregadores são discriminados, banalizados, perseguidos e muitos destituídos de seus cargos, por causa da verdade do Evangelho. Temos uma luta incessante, pois esta luta não é contra carne, mas contra as hostes de Satanás que cega às pessoas. Mas a vitória é nossa, em nome de Jesus!

“Quando, porém, Gálio era procônsul da Acaia, levantaram-se os judeus, concordemente, contra Paulo e o levaram ao tribunal, dizendo: este persuade os homens a adorar a Deus por modo contrário à lei” (At 18.12-13).

Para os fariseus, adorar a Deus é preciso estar dentro de seus costumes e tradições e não conforme a verdade do Evangelho.

Saulo consistiu na morte de Estevam  mas quem ousaria crer que dentro em breve Saulo estaria no lugar ocupando o lugar de Estevam, e que Saulo iria empenhar toda a sua força a fim de elevar a bandeira do Evangelho de Cristo?
Devemos manifestar nossa indignação aos “matadores de profetas” que há no meio da Igreja de Deus. Os tais têm aparência de “santos”, mas são lobos devoradores (Jo 10.12).

Passado dois mil anos após a morte de Cristo o legalismo e o tradicionalismo continuam atuando no meio das igrejas. Deus ainda precisa de homens como Estevam  Paulo e muitos outros, que deram suas vidas pelo amor ao Evangelho. Deixe Deus mudar a tua mente permita ele te levar para uma nova vida com Cristo; uma vida de liberdade, mas com compromisso com a verdade do Evangelho.



IV.   A PERSEGUIÇÃO DOS CRISTÃOS PELO IMPERADOR NERO

[...] O primeiro caso documentado de perseguição aos cristãos pelo Império Romano direciona-se a Nero.


No ano 64 D.C., houve um grande incêndio em Roma, destruindo grandes partes da cidade e devastando economicamente a população romana.

Apesar de todos os esforços humanos, da liberalidade do imperador e dos sacrifícios oferecidos aos deuses, nada bastava para apartar as suspeitas nem para destruir a crença de que o fogo havia sido ordenado. Portanto para destruir esse rumor, Nero fez aparecer como culpados os cristãos, uma gente odiada por todos por suas abominações, e os castigou com mui refinada crueldade. Cristo a quem tomam o nome, foi executado por Pôncio Pilatos durante o reinado de Tibério. Detida por um instante essa superstição daninha pareceu de novo, não somente na Judéia, onde estava a raiz do mal, mas também em Roma, esse lugar onde se narra e encontram seguidores de todas as coisas atrozes e abomináveis que chegam desde todos os rincões do mundo. Portanto, primeiro foram presos os que confessaram (ser cristão), e baseada nas provas que eles deram foi condenada uma grande multidão, ainda que não os condenaram tanto pelo incêndio mas sim pelo seu ódio à raça humana” (TÁCITO, Anais, 15:44).

As formas de execução utilizadas pelos romanos incluíam crucificação e lançamento de cristãos para serem devorados por leões e outras feras selvagens. Os Annales de Tácito informam: “... uma grande multidão foi condenada não apenas pelo crime de incêndio mas por ódio contra a raça humana. E, em suas mortes, eles foram feitos objetos de esporte, pois foram amarrados nos esconderijos de bestas selvagens e feitos em pedaços por cães, ou cravados em cruzes, ou incendiados, e, ao fim do dia, eram queimados para servirem de luz noturna”. [Fonte: TACITUS. Annals].

V. SANTA INQUISIÇÃO

A Inquisição Católica Romana foi uma das maiores desgraças que ocorreram na história da humanidade. Em nome de Jesus Cristo, sacerdotes católicos montaram um esquema enorme para matar todos os "hereges" na Europa. A heresia era definida da forma como Roma quisesse definir; isso abrangia desde pessoas que discordavam da política oficial, aos filósofos herméticos (praticantes de Magia Negra), judeus, bruxas, e os reformadores protestantes.

Por mais de quinhentos anos os papas usaram a inquisição para manter seu poder contra aqueles que não concordavam com os ensinamentos da igreja romanista. Em conflitos com cardeais e reis, numerosas acusações foram trazidas contra o papa Bonifácio VIII (1294-‘303). Diz a The Catholic Encyclopedia: Dificilmente qualquer possível crime foi omitido – infidelidade, heresia, simonia, grosseria imoralidade, idolatria, mágica, perda de Terra Santa, morte de Celestino V, etc...

Chacinar os inimigos é claramente fruto espiritual podre. Durante a primeira parte de seu ministério, Jesus Cristo foi abordado por dois de seus discípulos - Tiago e João - que tinham acabado de voltar da pregação da mensagem do evangelho por todo o Israel. Esses dois discípulos estavam aborrecidos, porque algumas cidades inteiras tinham recusado ouvir sua mensagem; eles perguntaram ao Senhor:

“Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma, como Elias também fez?” (Lc 9.54).

Jesus Cristo ficou horrorizado e respondeu:

“Vós não sabeis de que espírito sois. Porque o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las” (Lc 9.55-56)

Em nenhum lugar nas Sagradas Escrituras Jesus matou alguém que discordasse dele, tampouco ensinou que seus seguidores fizessem isso. Nenhum dos apóstolos deu essa instrução à igreja mais tarde no Novo Testamento.

Em outra passagem, Jesus Cristo anuncia o tipo de espírito suave que oferece ao mundo. Veja:

“Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve” (Mt 11.29-30).

Nosso precioso Salvador nunca ordenou que alguém seja morto por qualquer razão, especialmente por dureza de coração contra sua mensagem, ou por discordar dele em questões espirituais. No entanto, os pagãos regularmente partem para a matança de seus adversários, normalmente com grande gosto e dureza de coração. Em tais matanças, o assassinato não é o bastante; antes que a vítima morra, os pagãos gostam de infligir a máxima dor em suas vítimas. Os praticantes de Magia Branca e Negra acreditam que a dor infligida antes da morte transfere grande poder ocultista para eles, de modo que tentam prolongar a morte de uma pessoa enquanto for possível, infligindo a máxima dor antes que a morte ocorra. Os hábeis executores da Inquisição levavam a vítima ao ponto da morte muitas vezes, e depois paravam a tortura, de forma que a vítima revivesse e depois pudesse ser torturada novamente.

Portanto, a monstruosidade da Inquisição está diante a humanidade como a maior evidência do satanismo inerente da Igreja Católica Romana. Aqueles que tiverem a coragem para examinar esse "fruto podre" final, verão a verdade da Igreja Católica. E não pense que Roma mudou, porque a Bíblia nos diz que um leopardo não muda suas manchas (Jeremias 13.23), e Roma se orgulha de que nunca muda. Uma prova concreta desse fato é que o papa Paulo VI (1963-1978) restaurou o Ofício da Inquisição, renomeado agora como Congregação para a Doutrina da Fé. Hoje, esse nefando Ofício da Inquisição é controlado pelo papa Ratzinger.

Por que o papa Paulo VI reinstituiu o Ofício da Inquisição? Será se ele sabe que o Ofício logo poderá ser necessário outra vez? Com todas as profecias sobre o aparecimento do anticristo ocorrendo quase em conjunto, exatamente como Jesus ratificou (Mateus 24.32-34), o tempo deve ter parecido apropriado para Paulo VI reinstituir esse Ofício sanguinário, pois mesmo apesar de a Inquisição original ter matado dezenas de milhões em 1200 anos, a profecia bíblica nos diz que o Falso Profeta matará bilhões de pessoas em três anos e meio! Visto que o papa católico romano foi escolhido como o futuro Falso Profeta, faz sentido que o Ofício de Inquisição seja reinstalado.

Concluímos que apesar de todo o esforço e comprometimento que o servo de Deus tenha com o evangelho de Cristo, haverá perseguição.

Satanás é sagaz, pois ele usa de astúcia para desvanecer aqueles que hão de herdar a salvação. Ele usou os fariseus para crucificarem Jesus e apedrejar Estevam; o Imperador Nero para destruir os cristãos nas arenas de Roma; O papado na santa inquisição. Porém, hoje, ele mudou sua estratégia usando a perseguição ditatorial para decapitar homens e mulheres que tenham o chamado ministerial de propagar os Oráculos de Deus a este mundo tenebroso.


Pr. Elias Ribas

1.      TACITUS. Annals. Texto estabelecido, traduzido e comentado por A. J. Woodman. Indianapolis/Cambridge: Hackett Publishing Company, Inc., 2004. http://sm.claretiano.edu.br/upload/4/revistas/sumario/pdf/31.pdf
2.      História e Bíblia. UMA PONTE PARA O CONHECIMENTO. Disponível: http://historiaebiblia.blogspot.com.br/2010/01/nero-o-incendio-de-roma-e-perseguicao.html
3.      HECTOR OMAR NAVARRO, Conheça os dogmas do Catolicismo, 3ª Edição, Editora Hon, Uruguaiana RS.
4.       RAIMUNDO OLIVEIRA, Heresiologia – 2ª Edição – EETAD, São Paulo SP.
5.       RAIMUNDO OLIVEIRA, Lições Bíblicas, 1º Trimestre de 1986, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.





sexta-feira, 30 de março de 2012

A IMATURIDADE DOS FARISEUS




A grande maioria dos membros de uma igreja tem o seu líder como um modelo e porta voz de Deus. Todo o seu ensino é acatado veemente. Mas, também, vejo um grande problema, pois se ele ensinar errado por falta de compreensão e maturidade, quase todos irão dizer amém! Em vez de criar uma verdadeira igreja, poderá criar uma religião dentro de outra. Portanto, é necessário que o ministro tenha os seguintes requisitos:
1. Chamado por Deus.
2. Ungido por Deus.
3. Aprovado por Deus.

Se faltar alguns destes requisitos, o líder será defeituoso, imaturo ou desequilibrado, tendo a necessidade de aprender corretamente.
Há dois fatos ou casos que ocorrem e surgem no seio da igreja, os quais ocasionam o surgimento de heresias e outros males semelhantes.

 I.        IMATURIDADE ESPIRITUAL

  
Apesar de ostentar grande conhecimento bíblico, os fariseus hodiernos são imaturos em conhecimento e graça.

Há uma nítida distinção entre uma criança e um adulto na fé cristã (1ª Pe 2.2). O recém-nascido na fé requer cuidado especial por ser mais vulnerável às heresias. Tal pessoa quer experimentar tudo que lhe é oferecido e acreditam em tudo que é estória. (chapeuzinho vermelho, branca de neve, papai Nol etc.).

Há também nesse contexto da imaturidade espiritual, os crentes motivados por emoção, os quais mudam de atitude ante o vento de doutrina que sofre diferentemente. São facilmente seduzidos quanto a fé por pessoas fraudulentos (2ª Tm 4.3).

“Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido. Ora, todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal (Hebreus 5.12-14).

Para que nossa vida cristã possa ser uma benção, é necessário que nós tenhamos o objetivo de crescer espiritualmente. Não podemos nos acomodar a uma vida cristã estática, inanimada, sem vivacidade, mas devemos fazer tudo para caminhar em direção a um crescimento cristão saudável.

“.... pelo tempo decorrido”, ou pelos anos que são ouvintes e estudante da Palavra, deviam ser mestres, mas não são. Pois aprenderam errado e sem uma boa interpretação. Foram criados dentro de uma falsa religiosidade, e fazem uma confusão doutrinária, não sabem distinguir o certo do errado. Santidade ou novo nascimento para eles é ter uma vida cheia de regras, dogmas, uso e costumes. Por está razão são inexperientes na palavra e são crianças. Por esta razão o apóstolo Paulo diz:

“Não mais sejamos meninos, inconstantes, levados ao redor por todo vento de doutrina” (Ef 4.14).
Quando o crente não procura crescer, tem uma vida cristã superficial. Será presa fácil nas mãos dos que se opõem à verdade. Neste versículo Paulo está mostrando os perigos a que estão sujeitos aqueles que não buscam o crescimento. Duas coisas são mencionadas como risco do não crescimento cristão:

1. A permanência no estado de crianças espirituais. Uma criança pensa como criança e age como criança (1ª Co 13.11): “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino...”.

O escritor da carta aos Hebreus fala de certos tipos de crentes que permanecem no estado infantil por longos e longos anos. Não desenvolveram as suas faculdades para discernir entre o bem o mal.

Os líderes precisam crescer no caminho da perfeição, senão irão perder o rumo e cair no abismo. Por que muitas igrejas tomaram o caminho dos fariseus? Talvez pela má interpretação bíblica e a falta de um critério mais acirrado. Muitas igrejas estavam em fase de crescimento (1ª Co 3.1-2), mas hoje crescemos e não podemos usar a mesma roupa. Precisamos nos adequar com o crescimento espiritual e deixar as criancices de lado, e aceitar o crescimento, pois agora a Palavra tem nos tornado adulto espiritualmente e não precisamos de conjectura humana, pois o Espírito Santo nos tem iluminado com Sua bendita luz.

2. O interesse para com doutrinas várias e estranhas. Existem muitos crentes que ficam procurando novidades, para satisfazerem sua curiosidade espiritual. A Palavra de Deus nos alerta quanto aos perigos de tais procedimentos:

“Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios”. A falta de crescimento cristão, pode levar o crente a não reconhecer o que é uma “doutrina de demônio”, que muitas vezes aparece para seduzir e enganar os crentes. (1ª Tm 4.1.).

[...] Enquanto o neófito desgasta-se esterilmente à cata de sinais de maturidade por trás de uma espessa parede de preceitos humanos, o cristão nutrido pelo Espírito, mesmo coabitando numa sociedade dissoluta, evidencia a cada passo a marcante e inocultável presença de Deus! [ISAMEL SANTOS. Caminho da Maturidade –CPAD].

O líder espiritual cristão deve esmerar-se no ensino, ser aprovado por Deus e manejar bem a Palavra da Verdade para não ser imaturo. Mas, a falta de humildade os leva ao egocentrismo, ao vitupério. É melhor aprender para ser experiente do que ser um ministro inexperiente, criança. A criança só pode ser alimentada de leite; e aquele que se alimenta de leite é “inexperiente na Palavra da justiça, por que é criança”. Tendes novamente necessidade de alguém que vos ensine os princípios elementares dos oráculos de Deus. Quem pratica a Palavra de Deus cresce; e quem cresce pode receber um alimento sólido forte, porque se tornou adulto, então tem suas faculdades para discernir não somente o bem, mas também o mal.

Nossa capacidade de nos banquetearmos com o conhecimento mais profundo de Deus, “alimento sólido”, é determinada pelo nosso crescimento espiritual. Freqüentemente, queremos o banquete de Deus, antes de sermos espiritualmente capazes de digeri-lo. À medida que você cresce no Senhor, e coloca em prática aquilo que aprendeu sua capacidade de entender também crescerá.

O imaturo olha, mas não enxerga; ouve, mas não entende. Aproxima-se do florescimento, mas não frutifica. Embaraçado pelas emoções, procura alcançar a glória da completa conformidade com o Filho de Deus, mas só consegue caminhar tropeçando.

A Bíblia registra um fato interessante no livro de segunda Reis:

“Certa vez, quando havia escassez de alimentos naquela terra, Eliseu voltou a Gilgal. Enquanto estava ensinando um grupo de profetas, ordenou que seu moço colocasse uma panela grande no fogo e fizesse um cozido para eles. Então um dos profetas saiu para o campo a fim de apanhar ervas. Ele achou uma trepadeira que dava umas frutas amargas e apanhou todas as que pôde carregar na sua capa. Então voltou, cortou as frutas em pedaços e jogou dentro da panela, não sabendo o que eram. O cozido foi servido aos homens, mas, assim que eles o provaram, começaram a gritar para Eliseu: - O cozido está envenenado! E não queriam comer. Então Eliseu pediu um pouco de farinha, jogou dentro da panela e disse: - Sirvam mais um pouco de cozido para todos. E o cozido que estava na panela já podia ser comido sem perigo” (2ª Rs 4.38-41- NTLH).

Quando há falta de conhecimento por parte de um líder, poderá acontecer o que o moço fez: “colocar erva (pasto) envenenado” para seus ouvintes, que acarretará em morte espiritual.

Quando os discípulos sentiram a morte, clamaram ao homem de Deus (Elizeu) dizendo: “morte na panela”. E o que ele fez: “Colocou farinha dentro da panela” e a morte foi embora. A farinha representa a Palavra de Deus que deve estar nas mãos dos verdadeiros homens de Deus para salvar os necessitados.

A imaturidade pode levar a morte de todos, mas o discernimento junto com a farinha (Palavra) traz a vida espiritual a todos os que o seguem.

O crente espiritual entende que é da lei do Espírito que nos levará a descobrir o método de Deus em aguçar-nos devidamente os sentidos, pois é Ele que nos capacita a discernir o divino do humano o que procede do espírito e da carne, o que agrada e o que ofende a lei divina.

[...] Permanecer como “menino no entendimento” (1ª Co 14.20) é sujeitar-se infantilmente à autoridade da velha adâmica. Você já observou uma criança na família? Tanto poderá ingerir comida boa e saudável como alimento deteriorado. Falta-lhe seletividade. É apenas uma analogia, mas serve para mostrar a percepção de muitos cristãos em relação ao mundo espiritual. Por esta razão o apóstolo dos gentios não cessava de interceder pelos efésios: “Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos, segundo a eficácia da força do seu poder” (Ef 1.17-19) [SANTOS Ismael. Caminho da Maturidade P. 39].

Se deixarmos o controle de nosso viver na direção do Espírito Santo, Ele exercitará constantemente a nossa percepção espiritual, tornando-nos aptos a discernir “a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2).

A nossa mente tem capacidade para armazenar experiências positivas e negativas. Mas não podemos esperar que Deus nos dê crescimento, se decidimos, nos colocamos à sobra de pensamentos regidos por uma natureza imatura e decaída. Portanto, para termos um crescimento espiritual com Deus precisamos seguir a recomendação do apóstolo Paulo: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2).

Os que desfrutam as bênçãos de uma vida crescente com Deus, já descobriram o segredo para se ter uma mente renovada. A chave está na segunda carta aos Coríntios: “E toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2ª Co 10.5).

George Muller afirmou dizendo: “O vigor de nossa vida espiritual está na proporção exata do lugar que a Bíblia ocupa em nossos pensamentos”. Nada é mais importante para um viver saudável diante de Deus do que nossa disposição em aplicar a Sua Palavra a todos os aspectos de nossa vida. Somente ela, fluindo como água cristalina em nosso interior, nos fará florescer e crescer no senhor.

[...] Devemos saber que o analfabetismo bíblico tem conseguindo acorrentar no calabouço um grande número de cristãos. Não há substituto para a Palavra; ou transformamos nossos púlpitos numa poderosa tribuna de exposição dos ensinos bíblicos, ou breve naufragamos no mar da ignorância e das trevas espirituais. A Palavra de Deus comunica vida, suprindo-nos da força necessária para, em Cristo, nos aproximarmos de Deus como seus filhos especiais. [SANTOS Ismael. Caminho da Maturidade P. 37].

Devemos também considerar que determinadas partes das Escrituras estarão sempre ofuscadas aos imaturos. O Escritor aos Hebreus propõe que “o alimento sólido é para os perfeitos, os quais em razão do costume têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal” (Hb 5.14), e conclama seus leitores: “Por isso, pondo de parte os princípios elementares da doutrina de Cristo, deixemo-nos levar para o que é perfeito, não lançando, de novo, a base do arrependimento de obras mortas e da fé em Deus” (Hb 6.1).

[....] Certos princípios elementares são essenciais para todos os crentes – todos devem entendê-los. Estas doutrinas básicas incluem a importância da fé, a tolice de tentar salvar-se por meio de boas obras, o significativo do batismo e dos dons espirituais, e os fatos da ressurreição e da vida eterna. Para continuar a amadurecer em nossa compreensão, precisamos ir além (mas não para longe) dos ensinos elementares, tendo uma compreensão mais completa pela fé. E isto é o que o autor pretende que seus leitores façam (Hb 6.3). Os cristãos maduros devem ensinar as doutrinas básicas aos cristãos. Então, agindo de acordo com o que conhecem, os que são maduros aprenderão ainda mais Palavra de Deus” [Comentário da Bíblia de estudo aplicação pessoal].

A maioria dos crentes tem boas intenções quanto ao avanço espiritual. Porém, se não houver uma interpretação correta das Escrituras, sujeição à sua autoridade e seu relacionamento com Deus, estará seriamente comprometido.

Davi admitia ter atingido um grau de maturação mais elevado que os seus próprios professores. Não por causa de sua vocação poética, realeza ou reconhecida bravura. Sua superioridade de espírito lhe foi conferida graças a uma incessante meditação nos preceitos do Senhor.

“Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia! Os teus mandamentos me fazem mais sábio que os meus inimigos; porque, aqueles, eu os tenho sempre comigo. Compreendo mais do que todos os meus mestres, porque medito nos teus testemunhos. Sou mais prudente que os idosos, porque guardo os teus preceitos. De todo mau caminho desvio os pés, para observar a tua palavra. Não me aparto dos teus juízos, pois tu me ensinas. Quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! Mais que o mel à minha boca. Por meio dos teus preceitos consigo entendimento; por isso, detesto todo caminho de falsidade. Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos” (Salmo 119.98-105).

O que aprendemos com essa declaração? A Palavra é a base de todo o crescimento espiritual. Embora pareça mais confortável e até mais seguro, seguir nossos sentimentos, tão-somente a dependência de conhecer e viver sob o efeito da Palavra, poderá corrigir-nos dos erros, dos maus hábitos e dos maus ensinos, e posicionar-nos diante de Deus.

Porque muitos crentes não crescem? De quem é a culpa? Estas pessoas nos ouvem sempre dizendo que elas precisam crescer. Mas como, se elas não são alimentadas com outra coisa a não ser semente leite. O leite é um bom alimento, mas só serve por pouco tempo; depois, a criancinha precisa de outras substâncias mais nutritivas.

Acontece que todos nós somos vítimas da estrutura denominacional em que fomos formados. E por esta razão muitas igreja e líderes estão estagnados. Cresceram no tempo de crente, mas continuam raquíticos, pois lhe falta alimento nutritivo, ou seja, o verdadeiro entendimento.

O modo correto de lermos a Bíblia é procurarmos entender o que ela está dizendo. Na parábola do Semeador, Jesus ilustrou a importância de entendermos o que lemos. Ele disse: “Mas o que foi semeado em boa terra é o que houve e compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro sessenta, e outro trinta” (Mt 13.23).

Aquele, no entanto, que ouve a palavra e não entende o que ouviu, é comparado à semente que caiu à beira do caminho e foi comida pelas aves do céu, tornando-se, assim, infrutífera: “Ouvindo alguém a palavra do reino, e não entendendo, vem o maligno, e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao pé do caminho” (Mt 13.19).

3. Resulta na maturidade cristã. Nosso crescimento espiritual deve visar o fortalecimento de nossa comunidade de irmãos em Cristo. Quando há crentes maduros na Igreja, todo o corpo de Cristo é beneficiado. Porém em contra partida, quando há crentes imaturos, todo o corpo de Cristo sofre: “De maneira que, se um membro padece, todos os membros padecem com ele; e, se um membro é honrado, todos os membros se regozijam com ele” (1ª Co 12.26).

A principal característica de uma Igreja amadurecida é a “edificação no amor”. O amor é o elemento onde funcionam a unidade verdadeira e o benefício mútuo do corpo de Cristo. Sem o amor esta realização é impossível. O amor edifica. “A ciência incha, mas o amor edifica” (1ª Co 8.1b). O amor é o vínculo da perfeição. ‘E, sobre tudo isto, revesti-vos do amor, que é o vínculo da perfeição” (Cl 3.14,6). Na verdade, o crescimento cristão tem como objetivo o fortalecimento da comunhão e do amor entre irmãos.


Maturidade é quando você vê aquela pessoa que te magoou, passa por ela, sorri e ainda cumprimenta.

II.     SUBVERSÃO ESPIRITUAL

Isso pode ocorrer com pessoas na igreja, que, além de imaturas, são carnais, que se deixam levar por novas idéias, princípios e atitudes sem respaldo bíblico. Elas promovem confusão doutrinara, renegam a fé cristã recebidas, e forjam outras doutrinas fora dos princípios básicos da doutrina cristã defendidos na Bíblia Sagrada. Além disso, em nome de uma falsa revelação espiritual, contrariando toda a revelação bíblica, distorcem a verdade de acordo com suas conveniências pessoais e desvirtuam o texto bíblico de várias maneiras, para adaptá-lo ao seu modo de crer; aos seus conceitos pessoais.

Podemos concluir que o crente maduro não se acha em estado de submissão a qualquer ordenança carnal. Para os maduros só há um limite: “ser exemplo na conversa, na conduta, no amor, na fé e na pureza” (1ª Tm 4.12). É por este caminho, e nunca pelo atalho do legalismo, que haveremos de ferir a sensibilidade do mundo atual.

Hoje em dia há uma deficiência crônica em se construir relacionamentos, justamente por se tentar firmar em coisas terrenas. Creio que devido à falta de sabedoria celestial nas pessoas, cria-se assim um ambiente de inveja, facção e mentiras.



Pr. Elias Ribas
Igreja Ev Assembléia de Deus
Blumenau - SC



 FONTE DE PESQUISA:
ISAMEL SANTOS. Caminho da Maturidade –CPAD. Rio Janeiro RJ.
ALMEIDA, João Ferreira de Almeida. Bíblia de estudo aplicação pessoal.