INTRODUÇÃO. Nesta lição,
traremos uma definição sobre o que é o futuro “estado eterno”; analisaremos
biblicamente o que será o “novo céu e nova terra”; pontuaremos sobre qual será
a condição do povo de Israel na eternidade; falaremos sobre os redimidos e o
seu estado eterno; citaremos as características da Nova Jerusalém – a cidade
celeste; e por fim, concluiremos vendo as características do perfeito e eterno
estado com Deus.
I. O
QUE É O ESTADO ETERNO
A expressão “eterno” vem do grego “aiõnios” que significa: “era, século,
idade, aquilo que não tem fim” (VINE, 2002, p. 628). O Estado eterno é aquilo
que não tem fim, é o estado de bem-aventuranças e inefáveis gozos a ser
desfrutado pelos redimidos logo após a consumação de todas as coisas temporais
e históricas (2ª Pe 3.13; Ap 21 e 22). O Estado Eterno, que será inaugurado
logo após o Juízo Final, terá lugar nos Novos Céus e Terra, onde os salvos
estarão a desfrutar do amor de Cristo pelos séculos dos séculos (ANDRADE, 2006,
p. 171).
II. O ESTADO ETERNO
No momento que o Trono Branco for
recolhido ao Céu de Glória, nós estaremos com o Senhor e o mundo entrará num
colapso ou cataclismo mundial e as potências do céu serão abaladas por causa da
destruição eminente.
No Estado Eterno o tempo deixará de
existir, será eterno. Haverá apenas dois lugares para todos os seres (anjos e
homens), que foram criados por Deus. Estado Eterno com Deus. Para aqueles que
praticaram a justiça. Estado Eterno sem Deus. Para aqueles que
praticaram a injustiça. Para apagar todos os sinais do pecado,
haverá a destruição da Terra, das estrelas e galáxias. O céu e a Terra serão
abalados (Ag 2.6; Hb 12.26-28) e desaparecerão como fumaça (Is 51.6); as
estrelas se derreterão (Is 34.4) e os elementos serão dissolvidos (2ª Pe 3.7,
10, 12). A Terra renovada se tornará a habitação dos homens e de Deus (Ap 21.2,
3, 10; 22.3-5).
Depois destas transformações cósmicas,
Deus trará um NOVO CÉU E UMA NOVA TERRA “Vi novo céu e nova terra, pois
o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe” (Ap 21.1).
“Eis que faço nova todas as coisas” (Ap 21.5).
Depois do Juízo do grande trono branco e
da destruição do antigo céu e Terra, o Senhor outra vez “plantará” os céus e
fundará a Terra, enquanto esconde os Seus na sombra de Sua mão (Is 51.16).
Assim Deus terá separado de Si para sempre todos os rebeldes e incrédulos e
trazidos para a Sua presença todos os que aceitaram Jesus por seu Salvador.
ALELUIA!
III.
O QUE É O NOVO CÉU E NOVA TERRA
É a realidade que passará a existir após a
consumação de todas as coisas pertinentes à dimensão material (Is 65.17; 66.22;
2ª Pe 3.7-10; Ap 21.1-3). A Bíblia não explícita se os novos céus e terra serão
o resultado do reaproveitamento dos atuais. Em torno do assunto, há muita
especulação. De uma coisa, porém, tenhamos certeza: os novos céus e terra serão
uma realidade já antevista (Is 66.22). Segundo depreendemos de Apocalipse 21.2,
os novos céus estarão interligados à nova terra, formando um todo harmonioso e
sem igual. Será uma realidade jamais sonhada pelo ser humano. Uma realidade tão
superior a esta dimensão (1ª Co 2.9). A nova terra será apropriada para a
presença de Deus (ANDRADE, 2006, p. 118).
IV.
ISRAEL E O ESTADO ETERNO
Em muitas passagens da Bíblia (Is 65.17;
66.22; Hb 1.10-12; 2Pe 3.10-14; Ap 20.11; 21.1-4) está declarado que haverá uma
nova terra e um novo céu, e que o povo terrestre, Israel, continuará para
sempre na terra glorificada, que virá a existir (Is 66.22; Jr 31.36, 37), e que
o reino davídico, que é terreno será centrado em Jerusalém e continuará para
sempre (Is 9.6, 7; Dn 7.14; Lc 1.31-33; Ap 11.15). A glória eterna da terra é
descrita (Ap 21.3, 4). O entendimento humano, acostumado como está à corrupção
que se vê na terra, dificilmente pode compreender a ideia de uma nova terra “onde
habita a justiça” (2ª Pe 3.13). Uma terra tão pura e santa e apropriada para a
habitação de Deus. Deve haver uma nova terra eterna, porque Deus concedeu a
Israel a promessa de uma posse eterna na terra (Dt 30.1-10). Está, além disso,
declarado por Isaías que a nova terra e o novo céu superarão tanto o presente
que as coisas de agora nunca mais serão lembradas (Is 65.17) (CHAFER, 2003,
vols 3 e 4, p. 742).
V.
OS REDIMIDOS E O ESTADO ETERNO
Está claramente asseverado que o céu é
"incomparavelmente melhor" do que a terra (Fp 1.23). É no céu que o
filho de Deus será conformado à imagem de Cristo (Rm 8.29; Fp 3.20, 21; 1ª Jo
3.1-3), e ele conhecerá então como Deus conhece agora, e os crentes estarão
juntos com o Senhor (1ª Ts 4.16, 17).
Deus criará uma nova ordem de seres
humanos, através dos judeus e gentios. Esses compreendem que a nova criação
reterá apenas uma pequena lembrança daquilo que eles foram. A cidadania deles
terá sido mudada, seus corpos terão sido transformados, o ser total deles terá
sido conformado à imagem de Cristo; aqueles que agora estão unidos a Cristo,
então, estarão para sempre com Cristo em glória. Por estarem agora em Cristo,
eles partilham daquilo que Ele é, e, por estarem casados com Cristo,
compartilharão com Ele em todas as coisas (CHAFER, 2003, vols 3 e 4, p. 758).
VI.
A NOVA JERUSALÉM - A CIDADE CELESTE
Em adição a estas duas esferas de
habitação “o novo céu e a nova terra” há uma cidade que três vezes é dita
descer de Deus, do céu (Ap 3.12; 21.2,10). A conclusão natural é que, de algum
modo, essa cidade é separada do novo céu do qual ela desce. Após o Juízo Final
do Grande Trono Branco, o Universo dará lugar a esta nova realidade (2ª Pe
3.13; Mt 5.5), na qual haverá uma Santa Cidade (Hb 12.22; Ap 21.1-3), e ali
Deus será tudo em todos (1ª Co 15.28). A esperança do cristão não está voltada
para a Jerusalém terrestre, mas, para a celestial (Fp 3.20; Hb 11.13-16;
12.22). Lá não existirá mais maldição (Ap 22.3; 21.4,27) (PENTECOST, sd, p.
568). Notemos algumas características desta cidade:
1. A
Nova Jerusalém é santa (Ap 21.2,10). A palavra para “santa” no grego é “hagios” que é da mesma raiz de “hagnos” que significa fundamentalmente
“separado”. Nesta cidade não haverá pecado, pois há uma separação do santo e do
profano (Ap 21.2; 22.15).
2. A
Nova Jerusalém tem a glória de Deus (Ap 21.11). A palavra para
“glória” no grego é “doxa” que é
aplicada para descrever a natureza de Deus em sua auto manifestação (Ap 21.11).
Esta cidade será o tabernáculo de Deus com os homens (Ap 21.3).
3. A
Nova Jerusalém tem iluminação própria (Ap 21.11). A sua luz desta
cidade é semelhante a uma pedra preciosa. Iluminada pela glória de Deus, sua
luz tem a resplandecência do jaspe. Não haverá mais templo, Sol, Lua e noite
(Ap 21.22,23; 22.5). A existência de algum astro não fará sentido, pois a
glória de Deus iluminará a Santa Cidade.
4. A
Nova Jerusalém tem uma arquitetura própria (Ap 21.12-14). A cidade possui
um grande e alto muro com doze portas sendo três de cada lado e nos fundamentos
dos muros estão os nomes dos doze apóstolos. Na antiga cidade de Jerusalém,
havia também doze portas, sendo, por assim dizer, uma cópia da Jerusalém
celestial (Hb 8.5; 9.23; Ap 21.12).
5. A
Nova Jerusalém tem uma dimensão própria (Ap 21.16). O seu arquiteto e
construtor é o próprio Deus (Hb 11.10). A cidade é quadrangular perfazendo um
total de doze mil estádios de comprimento (Ap 21.16-21). Sua área total, pois,
seria equivalente a metade do Continente Americano. A cidade será um perfeito
cubo como o Santo dos santos. Por inferência, podemos dizer que a cidade será
um imenso “Santos dos santos” (HORTON, 2001, pp. 305,06).
6. A
Nova Jerusalém tem um tipo de material próprio (Ap 21.18). O livro do
Apocalipse traz muitas alusões ao ouro. Mas, tudo nos leva a crer que o ouro
ali descrito refere-se a um material desconhecido aqui na terra, de qualidade
infinitamente superior, e que é descrito como ouro apenas para que possamos ter
a ideia da beleza que está reservado para os salvos no futuro.
7. A
Nova Jerusalém tem um reino próprio (Ap 22.5). O reino de Cristo
não está limitado a mil anos, pois, Ele reinará para sempre (2º Sm 7.13,15; Lc
1.32,33; Ap 11.15). O reino milenar se funde com o reino eterno, e então os
santos são descritos reinando não apenas por mil anos, mas, continuam a reinar
pela eternidade (Sf 3.20) (PENTECOST, sd, p. 573).
VII.
AS CARACTERÍSTICAS DO PERFEITO E ETERNO ESTADO
Chegará de fato o fim do mundo (2ª Pe
3.7,10-12), que ensejará um novo início, o começo do “dia da eternidade” (Lc
20.35; 2ª Pe 3.18; Ap 21-22).
- Nos Novos céus e nova terra (Ml 4.1; 2ª Pd
3.7,10), o pecado terminará o seu curso. Os salvos já estarão glorificados e os
perdidos estarão no seu lugar, no Inferno.
- Céus e terra serão renovados e
tornar-se-ão como eram no princípio no Éden antes da queda (Gn 2.8). Então,
Deus será tudo em todos (1ª Co 15.28), e para sempre continuará o eterno e
perfeito estado e todas as coisas terão sido restauradas (At 3.21; Dn 7.18). As
infinitas belezas celestiais irreveladas começarão a ser conhecidas (1ª Co 2.9)
(GILBERTO, 2007, p 103). Vejamos:
1. A
comunhão será perfeita (Ap 14.13; 19.1; 21.2,11; 22.4). Através da fé em
Cristo, nós podemos desfrutar de uma comunhão com Deus já no presente século (1ª
Co 1.9; Fp 2.1; 1ª Jo 1.3). Mas, no futuro, esta comunhão será ainda mais
perfeita (1ª Co 13.12; 1ª Jo 3.2).
2 O
conhecimento será perfeito (1ª Co 13.10,12; Cl 3.4). Devido às
limitações humanas, todos necessitamos de estudos, pesquisas e de aprendizado.
Até mesmo para conhecer “as coisas de Deus”, nós necessitamos, além da Bíblia,
de livros e de tratados teológicos. Porém, no futuro, os mistérios de Deus
serão revelados.
3. O
serviço será perfeito. Ao contrário do que muita gente pensa, o céu não é um
lugar de ociosidade. Aquele que colocou o homem no primeiro paraíso, e deu-lhe
instruções para o lavrar e guardar (Gn 2.15), certamente não deixará o homem
sem ter o que fazer no segundo paraíso: “... e os seus servos o servirão” (Ap
22.3).
4. A
vida será perfeita e abundante (1ª Tm 4.8). Enquanto estivermos aqui no mundo,
todos estamos sujeitos ao sofrimento (Jo 16.33). Na eternidade, os salvos
estarão livres de todo sofrimento (Ap 21.4; 22.3; Rm 5.12; Is 35.10; 65.19).
Ali não haverá mais morte (Ap 20.14; 21.4; 1ª Co 15.26,55; Ap 20.14).
5.
Não haverá mais pecado, pecadores e maldição (Ap 21.17; 22.3). Nada que contamine
e ninguém que cometa pecado entrarão na Santa Cidade (Ap 21.8; 22.15,). Somente
os purificados pelo sangue do Cordeiro, inscritos no livro da vida, entrarão
nela pelas portas (Ap 21.27; 22.14). O pecado, e a maldição decorrente dele (Gn
3.17; G1 3.13), serão, então, extinguidos, cumprindo-se plenamente o que está
escrito em João 1.29.
6.
Terá um governo e habitantes perfeitos (Ap 21.24-26). O seu governante
é o próprio Deus na pessoa de seu amado Filho. Tudo será administrado com
perfeição máxima. Os redimidos de todas as eras lá estarão. Ali, os patriarcas,
profetas e apóstolos receberão elevadas distinções (Lc 13.28; Ap 21.14). As
tribos de Israel serão igualmente honradas (Ap 21.12).
CONCLUSÃO.
Vimos que uma das mais belas descrições do
livro do Apocalipse é a da “Nova Jerusalém” e dos “Novos Céus e Nova Terra”.
Que possamos permanecer firmes até vinda do Senhor Jesus para que tenhamos
acesso a essa Nova Cidade e a essa nova Terra futura que está preparada para os
fiéis.
FONTE
DE PESQUISA
1. ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Lições
Bíblicas - Jovens e Adultos (Mestre): Vem o Fim, o Fim Vem - A dourina das
últimas coisas. CPAD, 4º trimestre de 2004, p.54-58).
2. ANDRADE, Claudionor Corrêa de.
Dicionário Teológico. CPAD.
3. BÍBLIA SHEDD. Revista Atualizada, 1ª
Edição: 1998, Ed. Vida Nova, São Paulo – SP.
4. LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de
Profecia Bíblica. CPAD.
5. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
6. ZIBORDI, Ciro Sanches. Teologia
Sistemática Pentecostal. CPAD.