TEXTO
ÁUREO:
“Qual destes três te parece ter sido o
próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores?” (Lc 10.36).
LEITURA
BÍBLICA
Lucas 10.30-36 “Certo homem descia de
Jerusalém para Jerico e veio a cair em mãos de salteadores, os quais, depois de
tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o
semimorto. 31 Casualmente, descia um sacerdote por aquele mesmo caminho e;
vendo-o, passou de largo. 32 Semelhantemente, um levita descia por aquele lugar
e, vendo-o, também passou de largo. 33 Certo samaritano, que seguia o seu
caminho, passou-lhe perto e vendo-o, compadeceu-se dele. 34 E, chegando-se,
pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o
seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele. 35 No dia
seguinte; tirou dois denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo: Cuida deste
homem, e, se alguma coisa gastares a mais, eu to indenizarei quando voltar. 36
Qual destes três te parece ler sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos
salteadores?
INTRODUÇÃO.
Nesta
lição estudaremos acerca da “parábola do Bom Samaritano”, na qual veremos que
Jesus conta a história do samaritano para mostrar que o próximo não é um
assunto a ser discutido ou definido, mas uma pessoa que a gente encontra e que
precisa de ajuda, pouco importando a raça, cultura ou religião.
Na parábola do Bom Samaritano Jesus é
questionado sobre a vida eterna por um doutor da Lei, ao desenvolver o diálogo
Jesus apresenta o samaritano como exemplo de amor para com seu próximo.
Podemos chamar o texto de Lc 10,25-37 de
um episódio-parábola, que tem como figura central “um homem semimorto”. Em
torno dele, diversos personagens se posicionam, em quatro cenas, além de uma
cena introdutória e outra de conclusão:
I.
CARACTERÍSTICAS DA PARÁBOLA
O
contexto.
Essa parábola é um primor de beleza e advertência para todos nós. Advertência
porque o contexto em que a parábola surge tem a ver com a pergunta do doutor da
lei: “Quem é o meu próximo?”, pergunta essa que se originou de outra pergunta:
“Mestre, que farei para herdar a vida eterna”? Não podemos separar a parábola
do seu contexto e a explicação, qualquer que seja, precisa estar em sintonia
com esse inquietante tema. Fica muito claro, nela, a crítica de Jesus à
religiosidade aparente dos seus dias, representada nesses dois oficiais do
judaísmo: o sacerdote e o levita. Jesus não suportava que as pessoas
escondessem um coração indiferente e frio com uma aparência religiosa.
Os
samaritanos.
Isso é importante para melhor compreensão da parábola em questão. Os
samaritanos eram um povo misto, de costumes e religião diferente da dos judeus.
Sua origem datava de séculos anteriores, quando os Assírios dominaram o Reino
do Norte e enviaram os israelitas para outras nações conquistadas e trouxeram
exilados de outras partes, forçando uma miscigenação racial, cultural e
religiosa. O ponto crucial da discórdia era o templo do monte Gerizim. Essa
zanga centenária fazia, desde muito, que a maior parte dos judeus sentisse
repugnância em manter relações sociais e religiosas com os samaritanos. O
relacionamento deles era deteriorado. Havia uma enorme barreira étnica,
religiosa e social entre eles.
Portanto, fica fácil perceber, a partir
do que foi dito, que Jesus não foi nem um pouco convencional quando introduziu
a figura do samaritano na história contada. A simples menção do samaritano já
deve ter provocado um ar de descaso no doutor da lei, mas a descrição dele como
o herói era insuportável.
3.
O conceito de “próximo”. Para Jesus não basta estar perto, é preciso ser
próximo. Tanto o sacerdote como o levita estavam perto do homem caído, mas
nenhum deles agiu como “o próximo” dele.
3.1. Ser próximo pode ter muitas
implicações. Aqui, nesta parábola, o próximo era:
3.2. Não atraente (o homem caído estava
espancado e ensanguentado].
3.3.Sem condições de retribuir (pelo
menos naquele momento).
3.4. Implicava numa mudança da agenda.
3.5. Envolvia riscos (e se os ladrões
ainda estivessem por ali?).
3.6. Envolveu perda de conforto (ele o
colocou na sua cavalgadura).
3.7. Implicou perda financeira (pagou a
estada do desconhecido).
Então é simples: toda vez que eu e você
encontrarmos alguém que precisa de nós, então encontramos nosso próximo. Para
Jesus, o próximo é aquele que precisa de mim.
II.
OS PERSONAGENS DA PARÁBOLA
No episódio-parábola de Lc 10,25-37 há
vários personagens de vários tipos. Há personagens reais e outros implícitos.
Vejamos.
1.
Escriba.
Homem identificado pela função de especialista na lei mosaica.
2.
Jesus.
Protagonista de todo o enredo, dirige a reflexão em torno da pergunta feita
pelo escriba sobre o que fazer para herdar a vida eterna. Observem que Lucas
não cita nenhum nome dos personagens desse episódio-parábola, exceto o de
Jesus.
3.
Homem assaltado e ferido. “Único personagem que não foi identificado por uma
marca social ou geográfica”. Dele se diz somente que viajava de Jerusalém para
Jericó. Estava em movimento, depois foi “imobilizado”. Levado para uma
hospedaria por um samaritano, onde ficou em “recuperação”.
4.
Assaltantes.
São diversos, e o “homem” está “no meio deles”, “entre as mãos deles”. O foco
não está na ação dos assaltantes, mas no estado deplorável no qual o assaltado
foi deixado.
5.
Sacerdote.
Identificado pelo seu papel no templo. Como o assaltado, passa pela mesma
estrada e no mesmo sentido: “Descia de Jerusalém para Jericó” (Lc 10,31). Seus
“interesses pessoais”, como também do levita, são mais importantes do que
socorrer um ferido, ameaçado de morte.
6.
Levita.
Personagem “semelhante” ao sacerdote, também identificado pelo seu papel no
culto. Assim como o assaltado e o sacerdote, transita pela mesma estrada e no
mesmo sentido. Como figuras do culto, o sacerdote e o levita representariam, em
Lc 10,30-35, um tipo de piedade que favorece o sacrifício em detrimento da
compaixão. Contra isso se levantou o profeta Oséias (Os 6,6, citado em Mt 9,13;
12,7), que enfatiza “quero misericórdia e não sacrifício”.
7.
Samaritano.
Personagem anônimo; identificado pelo seu país de origem; estrangeiro; impuro,
segundo os judeus. “Está em viagem”, no mesmo movimento que os três primeiros
personagens; não se sabe se ele ia a Jerusalém ou vinha daquela cidade e este
detalhe é importante: tanto o assaltado quanto o sacerdote e o levita viajavam
no mesmo sentido, de Jerusalém para Jericó, mas é possível que o samaritano
estivesse viajando na direção contrária. Isso pode significar que o samaritano
tinha suas responsabilidades pessoais; estava “em viagem” (de Jerusalém a
Jericó?) trabalhando. Enquanto isso, o sacerdote e o levita estavam voltando de
seu turno de trabalho no templo, e esta circunstância lhes daria maior
disponibilidade de tempo.
8.
Dono da pensão.
Identificado pela sua profissão; não está em viagem por aquela estrada, mas tem
uma hospedaria em um determinado ponto da estrada, onde exerce a profissão de
acolher as pessoas. “O dinheiro que ele recebe faz dele quase uma extensão
impessoal do samaritano”.
III.
O DOUTOR DA LEI (Lc 10.25 - ARC)
1.
Quem era o Doutor da lei.
No sentido judaico o doutor da lei era
um intérprete e professor (mestre) da Lei Mosaica (Mt 22.35; Lc 7.30; 11.45,52;
14.3). Os “mestres da lei” eram os estudiosos judeus da época, profissionais do
desenvolvimento, ensino e aplicação da Lei. Sua autoridade era estritamente
humana e tradicional. Também eram membros do Sinédrio.
2.
O objetivo do doutor da lei.
Lc
10.25 “E
eis que certo homem, intérprete da Lei, se levantou com o objetivo de pôr Jesus
à prova”.
A intenção não era aprender de Jesus,
mas sim, testar Jesus na expectativa de encontrar uma oportunidade para acusar
o Senhor Jesus.
3.
A situação espiritual dos doutores da lei.
Jesus nos conta como estava a situação
espiritual e moral dos doutores da leia ao dizer: Mas Jesus respondeu:
Lc
11.46, 52-54 “Ai
de vocês também, intérpretes da Lei! Porque sobrecarregam os outros com fardos
superiores às suas forças, mas vocês nem sequer com um dedo tocam nesses
fardos. Ai de vocês, intérpretes da Lei! Porque vocês pegaram a chave do
conhecimento. No entanto, vocês mesmos não entraram e impediram os que estavam
entrando. Quando Jesus saiu dali, os escribas e fariseus começaram a
contestá-lo com veemência, fazendo perguntas a respeito de muitos assuntos, com
o objetivo de tirar daquilo que ele dizia um motivo para o acusar.
IV.
COMPAIXÃO E CARIDADE SÃO INTRÍNSECAS À FÉ SALVADORA
1.
Compaixão.
A parábola, como um todo, é marcante, mas um momento indispensável em qualquer
reflexão sobre ela está no versículo 33, quando o Mestre diz que o samaritano
“chegou ao pé dele e, vendo-o, moveu-se de íntima compaixão”. A “compaixão”
aqui se refere a um sentimento intenso que causa tanto incômodo a ponto de
alterar não apenas a consciência, ou o pensamento, mas também o aspecto físico,
pois o texto diz que o samaritano “moveu-se”.
2.
Cuidado.
O versículo 34 diz que o samaritano “aproximando-se, atou-lhe as feridas,
aplicando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para
uma estalagem e cuidou dele”. Essa ação toca no aspecto da prática do amor,
isto é, o cuidado, contida no mandamento, pois este ordena: “Amarás ao Senhor,
teu Deus [.] e ao teu próximo como a ti mesmo” (v.27 cf. Lv 19.18). O amor de
que trata o mandamento, não é retórico e muito menos platônico, isto é,
existindo apenas no mundo das ideias. Deus nos mostra e exemplifica o amor
verdadeiro no texto de João 3.16 quando diz que “amou o mundo de tal maneira
que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça,
mas tenha a vida eterna”. A expressão grega para dizer que Deus amou, neste
texto, foi agapao, que se refere ao amor prático, um amor que se comove, um
amor que se enche de íntima compaixão. Ensina-nos que não basta dizermos que
amamos, e nem mesmo apenas amarmos, há que se avançar para o segundo estágio
que é a prática do cuidado (1Jo 3.16-18). Não há demonstração de cuidado sem
prática, assim como não há amor sem compaixão.
3.
Caridade.
O samaritano da parábola não apenas aproxima-se do homem que está ferido à
beira do caminho e nem somente se compadece dele, mas decide curá-lo, dar-lhe
atendimento de emergência e conduzi-lo a uma estalagem (v.34). Já na estalagem,
o samaritano recomenda ao hospedeiro que cuide do homem, pois ele prosseguiria
sua viagem e, quando voltasse, pagaria qualquer despesa que tivesse sido gerada
(v.35). Tais atitudes são uma clara demonstração de amor, ou seja, o amor do
samaritano ao próximo foi expresso em atitudes e ações, ao ponto de se
comprometer até mesmo com os gastos que seriam gerados com a hospedagem do
homem ferido. Para Cristo, só existe realmente caridade se houver demonstração
de amor, pois no texto de João 3.16 não diz apenas que Deus “amou”, mas também
que Ele “deu” o seu Filho. A evidência de que Deus ama é demonstrada pela sua
compaixão pelo mundo perdido. Deus se compadece e mostra isso na prática (Rm
9.16).
V.
O NOSSO PRÓXIMO É QUALQUER PESSOA NECESSITADA
1.
O “próximo”.
Na Parábola, quem se fez “próximo” do homem ferido foi uma pessoa que o doutor
da Lei teria como completamente indigna de receber sua atenção e cuidados,
visto que judeus e samaritanos nutriam recíproco sentimento de desprezo e quase
ódio. Não havia para aquele doutor exemplo mais doloroso para Cristo
utilizar-se. Isso fica demonstrado quando, ao final da narrativa, Jesus
pergunta ao doutor da Lei qual dos três havia sido o “próximo” do homem que foi
espancado pelos salteadores (v.36) e este se limita a responder: “O que usou de
misericórdia para com ele” (v.37). Ou seja, ele sequer diz que foi o
“samaritano”. Mesmo assim, a palavra de Jesus, visando responder a pergunta
inicial (v.25), foi que o doutor da Lei fizesse o mesmo. Da mesma forma devemos
colocar em prática o amor que afirmamos ter a Deus sobre todas as coisas, e ao
nosso próximo, pois só assim fazendo estaremos aptos à vida eterna.
Infelizmente, nos tempos de Jesus a hipocrisia humana, que faz com que homens
conhecedores não sejam praticantes do próprio conhecimento, já estava bem
presente na sociedade judaica. Por isso, Jesus teve diversos embates com os
doutores da Lei (Mt 23.1-36).
2.
Ajudar ao próximo não salva, mas é algo que deve ser feito por quem é salvo. Nesta parábola,
Jesus não quer afirmar que o samaritano pudesse alcançar a salvação por causa
de sua beneficência e de sua atitude amorosa. Jesus apenas está respondendo à
pergunta formulada pelo professor da Lei. É importante salientarmos que fazer
obras de caridade não leva ninguém à salvação (Ef 2.8,9). Contudo, os
verdadeiros filhos de Deus são “feitos” para as boas obras, isto é, as realizam
naturalmente (Ef 2.10; Tg 2.14,17). Assim, Cristo mostra ao mestre da Lei que
uma pessoa sincera soluciona facilmente essa questão que, aos olhos daquele
homem, parecia tão complexa.
3.
A medida do amor para com o necessitado. A medida do amor para com o próximo não
deve ser estabelecida com base nas diferenças de nacionalidade, de confissão
religiosa ou do grupo social, mas unicamente com base na necessidade do outro.
O próximo que se encontra em uma situação de emergência e precisa que algo seja
realizado por ele naquele momento, não pode esperar qualquer análise ou palavra
“motivacional” (Tg 2.14-16). Por isso, estamos falando em ações concretas,
ajudas materiais, assim como na parábola contada por Jesus.
4.
Sendo o próximo.
O doutor da Lei havia perguntado quem era o próximo dele (v.29). Na resposta de
Jesus, a pergunta é inversa, ou seja, de quem eu posso, ou devo, ser o próximo?
(v.36). A questão colocada pelo doutor da Lei não continha nenhum interesse ou
compromisso em ajudar de verdade. Já a indagação de Jesus forçava-o a pensar
acerca dessa obrigação. De acordo com o ensinamento de Jesus, o que fica claro
é que o “próximo” trata-se de qualquer pessoa que se aproxima de outras com
amor verdadeiro e generoso sem levar em conta as diferenças religiosas,
culturais e sociais. Jesus retoma a pergunta inicial e conclui dando uma
resposta inesperada, pois o caminho proposto por Ele é pautado no amor, com
demonstrações práticas, para com todos os homens (Lc 10.37). O coração cheio de
amor fala e age de acordo com a consideração do Mestre, perguntando sempre de
quem eu posso ser o próximo, ou seja, a quem devo socorrer.
VI.
CONCLUSÕES DA PARÁBOLA
1.
Omissão é pecado.
Isso também está claro aqui. O pecado deles não foi algo sem importância. Nas
Escrituras está dito: “Não te furtes a fazer o bem a quem de direito, estando
na tua mão o poder de fazê-lo” (Pv 3.27). Tiago, na mesma sintonia, afirma:
“Aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando” (Tg
4.17). Temos ainda o ensino claro de que a fé sem obras nada vale, é sem vida e
estéril (Tg 2.14-26). Hernandes D. Lopes diz: “Indiferença é a apostasia do
amor, o divórcio da misericórdia e a morte da sensibilidade, pois quem ama tem
pressa em socorrer”. Não é possível nos omitir do que chegou até nós como
possibilidade de demonstrar nossa fé e o amor de Cristo.
2.
O herói foi o samaritano. O herói da parábola, o excluído, não é o que sofre,
é o que cuida. Não podemos ignorar isso. Quem age com grandeza aqui e é erguido
por Jesus para ser imitado é aquele que era desconsiderado, que os religiosos
achavam que nada teria para contribuir. Os ouvintes da história decerto
esperariam que o sacerdote e o levita fossem seguidos por um israelita leigo,
seria a sequência lógica. O efeito de introduzir na história um samaritano foi
devastador. Tendo em vista o ressentimento tradicional entre os judeus e
samaritanos, um samaritano era a última pessoa de quem se podería ter esperado
socorro. Jesus foi muito provocativo. Na verdade, Ele denuncia uma religião falsa,
formal e destituída de compaixão. Foi o samaritano que se compadeceu e ofereceu
todo o socorro que se poderia esperar no local e depois disso. Além de cuidar
dos ferimentos com azeite e vinho, ele leva o desconhecido (provavelmente um
judeu) para uma estalagem, pagando o equivalente a quase um mês de hospedagem e
ainda obrigando-se a indenizar o hospedeiro quando voltasse, caso houvesse
alguma despesa extra.
CONCLUSÃO. “Vai e faze o
mesmo”. Ao concluir a parábola com a expressão “Vai e procede tu de igual
modo”, Jesus mostra aquilo que esperava do doutor da lei, dos ouvintes e de
todos nós. O bom samaritano, e não o sacerdote ou o levita, era o exemplo a ser
seguido. Ao que parece, tudo o que o doutor da lei desejava era que Jesus lhe
desse uma regra ou, quem sabe, uma coletânea delas. Ao contar a parábola e no
fim dizer “Vai e faze o mesmo”, Jesus está dizendo que não basta ter a doutrina
correta, é necessário amar, pois o amor é a própria vida e dinâmica do reino
que Ele veio estabelecer. Interessante que tanto a vida de Jesus como os demais
ensinos do Novo Testamento fortalecem e confirmam essa verdade. Se fossemos perguntar,
por exemplo, a João, apóstolo, como nós sabemos que temos a vida eterna, uma
das suas resposta certamente seria: “Você ama o seu próximo? Deus é amor e
aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus” (1ª Jo 3.16; 4.7,20 e 21).