TEOLOGIA EM FOCO

sábado, 15 de agosto de 2015

A VOLTA TRIUNFAL DE JESUS



 À volta de Jesus em glória é um evento a ser realizado em duas fases. A primeira Ele vira para arrebatar a Sua noiva (Igreja), antes da Grande Tribulação ((1ª Ts 4.17); a segunda, Ele com a Sua Igreja em glória, manifestando-se visivelmente aos olhos do mundo (Ap 1.7). É o glorioso retorno de Cristo que, juntamente com Sua Igreja, virá instaurar, neste mundo, o Reino de Deus, de conformidade com as predições proféticas, os apóstolos e o próprio Cristo (Is 9.6; Dn 7.13; Mt 6.10).

1. A manifestação de Cristo em glória. A palavra “epiphanéia” do grego significa manifestação e aparição que só aparece seis vezes no Novo Testamento, com uso exclusivamente paulino, e todas as ocorrências dizem respeito à vinda de Jesus, desde a encarnação do Verbo (2ª Tm 1.10). O termo é também traduzido por “vinda” em referência ao arrebatamento da Igreja (2ª Tm 4.8). O apóstolo o emprega ainda para se referir à segunda vinda de Cristo em glória: “Conjuro-te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu Reino” (2ª Tm 4.1), ou “pela sua manifestação e pelo seu reino” na tradução ARA. O apóstolo Pedro já usa o termo apokalypsis para se referir a revelação Jesus Cristo em glória (1ª Pe 1.7). Da mesma forma o apóstolo Paulo também usa em referência ao arrebatamento da Igreja: “De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo” (1ª Co 1.7). 

2. Quando se dará à volta de Cristo em glória. A vinda de Jesus em poder é o momento mais importante da história da humanidade. Enquanto estivermos nos céus, participando das bodas do Cordeiro e recebendo se Suas mãos os galardões, a quem farão jus pelo trabalho que realizaram em prol do Reino de Deus, estará a terra vivendo a septuagésima semana de Daniel (Dn 9.24-27), que profeticamente terá a duração de sete anos, isto é, no final da Grande Tribulação, Cristo virá com Sua Igreja em Glória para estabelecer um Reino Eterno. 

3. Como se dará o retorno triunfal de Cristo. Mateus 24.29,30 “E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.”

O segundo advento de Cristo não será o tranquilo cenário da manjedoura. Será o acontecimento mais dramático e estarrecedor de toda a história do Universo. Conforme as palavras do mestre Jesus, Sua vinda seria precedida por um grande terremoto, os céus hão de estar escuros pelos juízos de Deus, mas naquele momento uma luz brilhante e sobrenatural se propagará pelos céus, assombrando a terra inteira.

Após estes acontecimentos Ele irá descer sobre uma nuvem e aparecer abertamente para todas as nações e tribos e isso cumpre a profecia em Apocalipse: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém! (Ap 1.7).

Essa será a cena do Senhor descendo abertamente sobre uma nuvem, e todos os olhos os verão. Até mesmo os que resistiram e condenaram Deus Todo-Poderoso conseguirão vê-Lo descer sobre uma nuvem, por isso “todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele”. As profecias da volta do Senhor foram quase todas cumpridas agora. A única que falta é a profecia de que Ele descerá abertamente sobre uma nuvem após o desastre.

Esse espetáculo, sem dúvida, será aterrador, milhões de homens e anjos refletindo a glória de Deus e sendo liderados por Cristo montado num cavalo branco, símbolo de um conquistador. No início, o mundo se encolherá de pavor ante esse espetáculo e os exércitos em conflito no Armagedom, logo esquecerão suas divergências; procurarão unir-se e lutar contra os exércitos dos céus.

A vinda de Cristo em glória será antes do Milênio, e acontecerá de forma literal, a fim de cumprir a Palavra a respeito desse evento (At 1.11). 

3. A Identidade de Jesus.

3.1. O Grande Cavaleiro. “Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça” (Ap 19.11).

No primeiro advento de Cristo na terra, Ele veio para servir (Mt 20.28), montou num jumento (Mc 11.7), foi rejeitado pelo Seu povo (Jo 1.12), foi julgado, condenado (Mt 27.22), humilhado e crucificado (Lc 23.33). Porém, agora, Jesus virá como Rei (Ap -19.16), montado num “cavalo branco” (Ap 19.11), Ele será aceito pelos judeus (Mt 24.22,30), julgará e condenará os seus inimigos (Ap 17.14) e todo joelho se dobrará perante Ele (Fp 2.10).

João vê o céu aberto e Jesus montado em um Cavalo Branco. Ele vem do céu como Messias e vencedor (2ª Ts 1.7-8), para estabelecer a verdade e a justiça (Sl 96.13), julgara as nações e aniquilara mal (Jo 5.30). O cavalo branco é a expressão de honra real, de juízo sobre os seguidores da besta. O cavaleiro deste cavalo branco não deve ser confundido com o mesmo de Ap 6.2, o cavaleiro do primeiro selo. A volta de Cristo nesta secção, vencendo os inimigos, não será um ato de vingança própria ou de manifestação arbitrária. Será sim um ato de justiça, refletindo a fidelidade de Deus. 

3.2. O seu cavaleiro é “Fiel e Verdadeiro”. Este nome é conhecido para João. No princípio do Livro do Apocalipse, Ele fora chamado “a testemunha fiel e verdadeira! (1.5; 3.7; 3.14). Ninguém na terra tem alcançado este nome, porque em todos os imperadores e homens habita o pecado e o engano (Rm 3.4).

Jesus é fiel e verdadeiro, Ele não mente. Podemos confiar nessas promessas porque Deus é fiel e verdadeiro, pois Ele é a verdade (Jo 8.32; Jo 14.6). 

3.3. O nome do Messias. “E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo” (Ap 19.12).

O olhar de Jesus como chamas de fogo, Ele vê todas as coisas, o homem só vê o exterior, mas Ele conhece o nosso interior, nossos pensamentos e atitudes. Não há nada encoberto para aquele que sonda mentes e corações, que “trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, e também manifestará os desígnios dos corações” (1ª Co 4.5).

Na Sua crucificação Ele recebeu uma coroa de espinhos dos homens, mas no céu João vê Jesus com diademas, em outras palavras, o sinônimo de diadema é coroa.

A palavra coroa no hebraico é “nezer” que significa “alguma coisa separada”; “uma grinalda”; “consagração”; “coroa”; “separação”. A palavra Diadema no grego é “diadema” é algo que é atado à cabeça. Está diadema ou coroa é algo que está sobre a cabeça, e que simbolizava a realeza ou autoridade de alguém superior aos outros. O significado de diadema na bíblia é visto por dois pontos de visto, primeira a representativa da autoridade do céu e a outra a autoridade na terra.

Na terra foram dados muitos nomes e títulos para Jesus, porém quando Ele se manifestar em gloria para reinar, como Rei dos reis e Senhor dos senhores, terá um nome que ninguém sabia. Pela expressão ninguém sabia, senão ele mesmo, parece que existem partes do caráter do eterno e ilimitado Deus (1ª Tm 6.15,16) que apenas Ele próprio conhece, embora Cristo possa revelar esses assuntos em Sua segunda vinda. Na antiga sociedade, um nome era mais do que um título; ele revelava o caráter de uma pessoa. Portanto, quando Cristo vier em glória as nações conhecerão o verdadeiro caráter de Cristo. 

3.4. As Suas Vestes salpicadas de sangue. “E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus” (Ap 20.13).

Ele traja um vestido salpicado de sangue se refere a duas coisas: a morte redentora de Cristo na Cruz (Ap 7.9), e também de seu pisar no lagar do vinho do furor e da ira do Deus (Ap 19.15; 14.19,20), o sangue dos inimigos no dia da vingança do nosso Deus. Este trecho é uma citação de Isaías 63.1-6, veja também Is 34.8.

“...o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus...”. Essa expressão Somente o apostolo João é que aplica este título a Cristo, o verbo, a palavra (Jo 1.1; 1ª Jo 1.1; 5.7). 

4. Jesus vem com a Igreja. E seguiam-no os exércitos que há no céu em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro. (V. 14).

O Senhor Jesus descerá do céu (cf. 17.14), ao som da trombeta do arcanjo. Todo o olho o verá (Ap 1.7). Os salvos de todas as épocas que já estão no céu (cf. 17.14), descem com Cristo até as nuvens e todos como vencedores, montados em cavalos brancos e com vestiduras brancas (Ap 19.8). Estes exércitos são compostos de anjos, e os santos que constituem a “esposa do Cordeiro” e dos amigos do esposo (Jo 3.29). Em meio as trevas, o céu se encherão de Gloria, o mundo e as nações se lamentarão, ao ver o Senhor vindo com grande poder e Glória.

Judas também descreve este momento sublime dizendo: “Eis que é vindo o Senhor com milhares se seus santos, para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade que impiamente cometeram e por todas as duras palavras que os ímpios pecadores disseram contra Ele” (Jd v. 14-15). 

5. Jesus vem para fazer Juízo. “E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso.” (V. 15).

Espada é o símbolo máximo da força armada e vitória no mundo antigo. O texto nos ensina que a boca do Filho do Homem exerce grande poder, como o de uma espada de dois gumes. É capaz de ferir e matar os inimigos.

A espada aqui representa a Palavra de Deus a Bíblia Sagrada. O escritor da Epístola aos Hebreus que provavelmente a escreveu antes que o Apocalipse fosse composto, coloca desta forma: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” (Hb 4.12).

A única arma existente neste exército é a espada que saía da sua boca (Is 11.4). Não se refere, portanto a nenhuma arma carnal, mas a Sua Palavra viva e poderosa (Is 49.2; Hb. 4.12).

A Palavra é um instrumento de julgamento: “Quem me rejeitar a mim e não receber as minhas palavras já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último Dia. (Jo 12.48).

Jesus vem para pisar no lagar e julgar as nações (Mt 25.31-46). Isaías 63.3, é dito que: “Eu sozinho pisei no lagar …”; e os pisei na minha ira; e os esmaguei no meu furor; e o seu sangue salpicou os meus vestidos e manchei toda a minha vestidura”. Essa cor vermelha aponta para a existência de sangue, até porque as uvas do lagar foram “pisadas na minha ira” disse o Senhor. O texto aponta para o que resulta, ou seja, a consequência da vinda de Jesus Cristo, pois Ele virá para pisar, aniquilar os ímpios, os injustos. Lembramos do texto do Apocalipse 14.19: “E o anjo meteu a sua foice à terra e vindimou as uvas da vinha da terra lançou-as no grande lagar da ira de Deus.”

Ele vem para o julgamento e colocar os seus inimigos debaixo dos seus pés. No momento de tão grande aflição proporcionada pela ação do Anticristo, e juntamente com a Igreja que fora anteriormente arrebatada, Jesus Cristo intervirá no mundo para destruir o Anticristo e o falso profeta (Ap 19.14), fazer cessar a guerra sem proporção na história do mundo e estabelecer um Reino de Paz universal, o Milénio. 

6. A Manifestação do Rei reis. “E na veste e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.” (V. 16).

Era um costume antigo entre os militares adornarem seus nomes nas suas vestes. Jesus usa as simbologias da época. João vê o Rei dos reis, Ele também tem escrito este nome nas Suas vestes e na Sua coxa. O propósito desta narrativa é exaltar Aquele que é a Palavra de Deus e demonstrar a derrota total das forças do mal. 

7. Um convite para um grande banquete na terra. “E vi um anjo que estava no sol, e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde e ajuntai-vos à ceia do grande Deus para que comais a carne dos reis, e a carne dos tribunos, e a carne dos fortes, e a carne dos cavalos e dos que sobre eles se assentam, e a carne de todos os homens, livres e servos, pequenos e grandes.” (V. 17, 18).

O número de anjos que apareceram para João, conforme mencionado no livro de Apocalipse, foi muito grande, e cada um veio com uma nova missão, ou com uma nova mensagem. Agora ele vê o anjo que estava no sol, ele convoca todas as aves que voam no céu, para um grande banquete. Há um contraste aqui. Enquanto a noiva de Cristo vem de um grande banquete no céu (Ap 19.8), aqui na terra os vencidos servem de alimentos para as aves de rapina. Portanto, a guerra do Armagedom será a maior mortandade jamais conhecida na história (Ap 19.21; Jr 25-29-33), que o anjo convida todas as aves para devorar os corpos dos mortos. Todos os adoradores da Besta, agora serão consumidos. 

8. Jesus vem para socorrer Israel. O primeiro objetivo de Satanás é destruir Israel, para destruir todos os planos de Deus em referência a terra, pois desses planos dependem todos os concertos divinos para o governo do mundo e para a redenção da humanidade (Sl 83.4,13; Dn 2.35). Deus usará Israel para atrair as nações enquanto o Dragão usará as nações para destruí-las.

“Eis que porei Jerusalém como um copo de tremor para todos os povos em redor e também para Judá, quando do cerco contra Jerusalém.” (Zc 12.2).

Zacarias prevê o dia futuro em que Israel será liberto de seus inimigos, quando as nações gentias ímpias serão então destruídas. O profeta está sugerindo que o estabelecimento final do Reino de Deus deverá ser precedido de uma oposição concentrada, mas sem sucesso, contra o povo de Deus.

Jerusalém é representada como um copo de vinho, ou uma bebida forte, que causa tremor. O cerco na guerra significava rodear a cidade para impedir que seus habitantes fugissem e, ao mesmo tempo, recebessem suprimento de água e comida, forçando-os a render-se.

E acontecerá, naquele dia, que farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que carregarem com ela certamente serão despedaçados, e ajuntar-se-ão contra ela todas as nações da terra. (Zacarias 12.2,3).

Jerusalém aqui é comparada a uma pedra de grande peso para todas as nações da terra. O objetivo do Anticristo é destruir os Judeus, mas aqueles que tentaram levantá-la ou removê-la, serão tributados em pedaço.

Zacarias, antevendo a angústia de Israel durante a Grande Tribulação, mostra de que forma o Senhor intervirá em favor de seu povo:

“Eis que vem o Dia do Senhor, em que os teus despojos se partirão no meio de ti. Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, as mulheres, forçadas; e a metade da cidade sairá para o cativeiro, mas o restante do povo não será expulso da cidade. E o Senhor sairá e pelejará contra as nações, como pelejou no dia da batalha. E, naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele, para o sul” (Zc 14.1-4).

Quando Israel estiver sitiado pelo exército da besta, aparecerá o Senhor para socorrer os israelitas. O mesmo monte, em que ocorreu a ascensão de Jesus e cujos anjos afirmaram que Ele voltaria do mesmo jeito que subira (At 1.11,12), Seu retorno também será semelhante. Assim como YAWEH livrou Israel do exército egípcios no Mar Vermelho (Êx 14.14; 15.3), abrindo caminho para eles escaparem, assim também o Senhor irá dividir em dois “o Monte das Oliveiras” (Zc 14.4) abrindo um caminho para e o remanescente de Israel escaparem. O povo de Deus haveria de fugir pelo vale entre os montes que se estenderia até Azal (v. 5), como fugiram do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá e aí, sim, o Senhor viria com todos os seus santos (1ª Ts 3.13). 

8. A derrota dos inimigos pelo Rei dos reis. E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo e ao seu exército. E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre. E os demais foram mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes.” (Vs. 19-21). 

João vê detalhadamente o fim de todos os impérios mundiais. A besta, juntamente com os dez reis sob seu domínio, que congrega o maior exército jamais visto em todo mundo, após a convocação astuta e bem preparada por Satanás, pelo trabalho dos três espíritos imundos (16.13-14) cuja a finalidade é destruir o remanescente de Israel. Porém, eles não previam uma intervenção divina. O Cavaleiro Branco e Seu exército visivelmente no céu. Uma batalha do bem contra o mal. Agora Cristo no céu e o Anticristo na terra. Jesus não necessita de armas bélicas, mas Ele mesmo derrotará os exércitos do Anticristo com a “Palavra que sai de Sua boca”. O Senhor os vencerá com o assopro de sua boca (2ª Ts 2.8; Is 11.4).

E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre. Isso mostra que todo o poder terreno chegou ao fim. A vitória de Cristo é completa. 

A derrota de Satanás. Apocalipse 20.1-3 “E vi descer do céu um anjo que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na sua mão. 2- Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. 3- E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que mais não engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo.” 

A vitória na batalha de Armagedom (19.11-21) não será completa apenas com a destruição dos exércitos das nações e ao lançar o Anticristo e o Falso Profeta vivos no lago de fogo e enxofre. É necessário também prender a Satanás, pois ele que estimulou a rebelião que atingiu tanto os céus como a terra.

A derrota final de Satanás está diretamente relacionada à ação da Mulher vestida de sol e se insere no contexto de um contínuo e gigantesco combate entre as forças do bem e do mal que se trava no domínio espiritual, envolvendo os anjos e os demônios e a humanidade inteira, desde períodos imemoriais (Ap 12, 7-9); é uma luta tremenda e incessante entre os espíritos fiéis ao Criador e os sequazes de Satanás, desencadeada pelo orgulho e soberba de Lúcifer em ser maior do que Deus. Expulsos do paraíso e precipitados no inferno, os demônios atuam sobre a humanidade, buscando prostrá-la sob o jugo do ódio, da violência, das guerras, do egoísmo, do prazer, da soberba e da apostasia.

No verso 2, João vê outro anjo descer do céu e tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente. O abismo é a casa de prisão dos espíritos maus (Jd 6; Ap 9.1-2), e os encerrados ali estão expulsos da esfera humana. É o que vai acontecer com Satanás. Ele por mil anos vai ficar fora da esfera humana, não podendo ter nenhuma influência sobre a mesma. Não confundir abismo com lago de fogo.

Os mil anos de Satanás no abismo, não produzirão nenhuma mudança em seu caráter maligno, uma vez que seja liberto provara ser o mesmo antigo diabo. Mas enquanto estiver presa a terra se sentira aliviada, e o reino de Cristo trará paz e prosperidade a todos.

Pr. Elias Ribas Dr. em teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC


segunda-feira, 27 de julho de 2015

A GRANDE BATALHA DO ARMAGEDOM


“Derramou o sexto a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas águas secaram, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol. Então, vi sair da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs; porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso. (Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua vergonha). Então, os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom” (Ap 16.12-16).

I.        O SIGNIFICADO DA PALAVRA ARMAGEDOM

As duas letras iniciais “ar” de Armagedom significa “monte”, “colina”, e Armagedom significa “colina de megido”. A raiz da palavra “Megido” significa “derrubar”, “cortar”, “matar”. Outra interpretação da palavra Armagedom é: “abater o alto”, “matança”. Em todos os casos, o nome indica acontecimentos que se darão por ocasião da luta final. Este é um lugar no centro de Israel à entrada ocidental para o Vale de Jezreel. O Rei Salomão tinha enormes estábulos lá e Napoleão chamou esse vale de o mais ideal campo de batalha na terra. Aqui ele é usado como o palco para as tropas reunidas contra o anticristo e haverá um terrível derramamento de sangue.

II. QUANDO ACONTECERÁ A BATALHA DE ARMAGEDOM?


Quando faltarem poucos dias para a volta de Cristo em glória a esta terra, o Anticristo irá congregar todas as nações para a batalha do Amargedom, guerra essa que terá por finalidade destruir por completo o povo judeu (Ap 16.13-14). Dentro da maior angustia e desmaiando de terror, Israel será arrastado ao martírio no vale de Jezreel.

Quando essa guerra estiver para estourar, os 7 anos de grande tribulação já terão terminado e o tempo do Anticristo chegará ao fim.

O derramamento da sexta taça da cólera tem uma profunda conseqüência geopolítica e profética, pois no Apocalipse 16.12 diz: “Derramou o sexto a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas águas secaram, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol” (Ap 16.12). Esse grande rio situa-se na fronteira norte de Israel. O Eufrates é o maior e mais importante rio da Ásia ocidental. Ele nasce nas montanhas da Armênia e desemboca no Golfo Pérsico. Ele forma a fronteira natural e protetora entre Israel e os povos a leste.

O significado do Eufrates como fronteira natural e espiritual desaparecerá, portanto em breve, quando a sexta taça da cólera de Deus for derramada sobre o mundo. O grande rio irá secar ficando sem esta barreira, e então Israel estará no maior perigo.

Todos os reis da terra serão ajuntados contra Israel: “Então, os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom” (Ap 16.16). “Multidões, multidões no vale da decisão” (Jl 3.14).

III.  COMO ESTARÁ ISRAEL NESTE DIA?


Israel estará cercado pelos grandes exércitos do Anticristo, para se cumprir o que está escrito no livro de Zacarias: “Está chegando o dia em que o SENHOR Deus julgará as nações. Então a cidade de Jerusalém será conquistada, e os inimigos repartirão entre si tudo o que encontrarem nela. O SENHOR ajuntará todas as nações para atacarem Jerusalém. A cidade será conquistada, tudo o que estiver nas casas será levado embora, as mulheres serão violentadas, e metade dos moradores será levada para o cativeiro. Os outros poderão ficar em Jerusalém” (Zc 14.1-2).

Os exércitos de milhões que então se ajuntarão, vão se espalhar por quilômetros para atacar Jerusalém: “Levantem-se as nações e sigam para o vale de Josafá” (Jl 3.12). Nessa hora de angústia e desespero para o povo judeu, onde estarão em plena luta, serão surpreendidos pela presença majestosa do Senhor que virá dos céus para livrá-los. Jesus descerá dos céus com santos e Seus anjos descerão sobre o Monte das Oliveiras o qual irá se fender até o vale de Josafá onde ficará com maior extensão para a o julgamento das nações.

“Naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; o monte das oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade, para o sul. Fugireis pelo vale dos meus montes, porque o vale dos montes chegará até Azal; sim, fugireis como fugistes do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá; então, virá o senhor, meu Deus, e todos os santos, com ele” (Zc 14.4-5).

Jerusalém é designada por “cidade santa” (Ap 11.2); para ela o Senhor tem um ajuste de contas especial (Is 28.17-21; Os 12.2; Mq 6.2); o Senhor reunirá Israel em Jerusalém e a purificará de todos os seus pecados, “como se funde a prata no meio do forno” (Is 1.21-28; Ez 22.19-22).

IV.  O LAGAR FOI PISADO FORA DA CIDADE


“E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios” (Ap 14.20). Jerusalém é a cidade em referência. Fora da cidade significa a Palestina em seu todo. “Seiscentos estádios” correspondem aproximadamente a trezentos quilômetros. Isso, por sua vez, mostra que a luta final dos povos em Armagedom atingirá mais que todo o território atual de Israel.

Em Lucas 21.20 e 24 o Senhor diz: “Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação. Cairão ao fio da espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles”. Isso se cumpriu em 70 d.C. Mas Mateus 24 menciona algo que não aparece no Evangelho de Lucas, pois se cumprirá apenas nos tempos do fim: “o abominável da desolação” (v. 15).

No Evangelho de Lucas, que trata primeiro da destruição do templo em 70 d.C., está escrito: “...haverá grande aflição na terra” (Lc 21.23) (não está escrito: “grande tribulação”). Mas em Mateus 24, que em primeira linha fala dos tempos do fim, lemos sobre uma “grande tribulação” “como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais” (v. 21). A expressão “grande tribulação” diferencia nitidamente a angústia de 70 d.C. da “grande tribulação” no final dos tempos.

V.     O LAGAR ESTÁ CHEIO

O profeta Joel, em sua visão profética desse mesmo acontecimento diz: “O lagar está cheio” (Jl 3.13). Formar-se-á um grande rio de sangue, cuja torrente atingirá 1.600 estágios que equivale 296 km de comprimento por 1,20 metros (altura de um freio de cavalo). E toda aquela área João vê como um mar de sangue coagulado.

O que encontramos agora individualmente em pessoas em poder e maldade, aparecerá aglomerado em Armagedom: todos os poderes humanos e demoníacos estarão ali reunidos, ou seja, o dragão, a besta, o falso profeta, os reis da terra, os espíritos imundos. Eles marcharão para armagedom com os mais terríveis armamentos e os inventos mais desenvolvidos do espírito humano.

Lá se reunião todas as nações para a batalha final. Deus permite que se chegue a esse clímax: ele cala-se. Mas então acabará definitivamente seu tempo de silêncio. Cumprir-se-á então a palavra de Isaías: “Por muito tempo me calei, estive em silêncio e me contive; mas agora darei gritos como a parturiente, e ao mesmo tempo ofegarei, e estarei esbaforido. Os montes e outeiros devastarei e toda a sua erva farei secar; tornarei os rios em terra firme e secarei os lagos” (Is 42.14-15).

Quando vemos o desenvolvimento em nossos dias, ficamos apavorados com relação à ameaça a Israel e Jerusalém. Mas a situação vai ficar ainda muito pior. Israel será cercado de exércitos. As nações cercarão Israel, mas quando aflição for maior e a tribulação de Israel tiver atingido seu clímax, o Senhor sairá, como pelejou no dia da batalha, conforme o que está escrito em Zacarias 14.4-5.

Quando a batalha do Armagedom, que é uma realização visível do salmo 2.1-3, estiver sendo realizada com todo o furor, acabou o tempo do silêncio de Deus.

“Por que se enfurecem os gentios e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, e os príncipes conspiram contra o SENHOR e contra o seu Ungido, dizendo: rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas. Ri-se aquele que habita nos céus; o Senhor zomba deles. Na sua ira, a seu tempo, lhes há de falar e no seu furor os confundirá. Eu, porém, constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião. Proclamarei o decreto do SENHOR: Ele me disse: Tu és meu Filho, eu, hoje, te gerei. Pede-me, e eu te darei as nações por herança e as extremidades da terra por tua possessão.Com vara de ferro as regerás e as despedaçarás como um vaso de oleiro. Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos advertir, juízes da terra” (Sl 2.1-10).

O Senhor Jesus Cristo estabelecerá Seu reino em Israel e de lá exercerá Seu abençoado domínio de paz sobre o mundo. O motivo porque até ao dia de hoje Israel é incapaz de ver isso, é somente por causa das nações, pois romanos 11.25-27 diz: “Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios. E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades. Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados”.

A cegueira de Israel durará até o momento em que se alcançar a plenitude dentre os gentios, até o momento em que o último dentre as nações tiver os olhos abertos. Então acontecerá o arrebatamento da Igreja, e em seguida começará a grande tribulação com suas ondas de juízos e a grande batalha final em Armagedom. Então Jesus voltará, e Israel o verá e se converterá a ele, a quem transpassaram.

Deus vê todas as nações da Sua perspectiva divina, e confronta-as com Seu poder divino. Ele vê os exércitos do mundo inteiro, e ri deles.

O orgulho humano terá atingido seu clímax, e então terá chegado o momento de Deus para desmascarar a Satanás e seus espíritos da mentira, descera do céus para julgar as nações e estabelecer Seu reino milenar: “O SENHOR será Rei sobre toda a terra; naquele dia, um só será o SENHOR, e um só será o seu nome” (Zc 14.9). 

Então se calará o riso do homem e começará o tempo de Deus rir.

VI.  A PEDRA ANGULAR


A batalha do Amargedom se dará no fim dos tempos, quando judeus estarão sendo sitiados pelos poderes gentílicos sob o reino do Anticristo e o falso profeta (Ap 13.1-18). Esta última grande batalha dos “tempos dos gentios” e do presente século, tem seu cumprimento na profecia da “pedra cortada sem auxilio de mãos” (Dn 2.35-45), que esmiuçará a grande estátua e que inaugurará “o dia do Senhor”, quando Deus de modo visível manifestará seu glorioso poder na destruição de Seus inimigos.

A pedra que Deus transformou em pedra angular, mas que foi rejeitada pelos homens, como está escrito no Salmo 118.22, esmiuçará então a obstinada imagem das nações, que já Nabucodossor viu em sonho (Dn 2).

Deus dá seu tempo a todos, a ti também Ele dá tempo de se arrepender e se converter a Jesus Cristo Rei dos reis. Aparentemente podes fazer o que queres; pode se rebelar contra Deus, pode rejeitar Seu Filho Jesus, Ele te deixa, pois deixa que tudo amadureça para o juízo. Ele deixa também Satanás, a besta e o falso profeta ajam livremente; Ele permite a livre ação dos espíritos imundos. Dessa maneira os homens não têm desculpa. Também Satanás não terá motivo para acusar a Deus, de que o restringiu em seu esforço de ganhar os homens para si. Deus deixou Satanás agir livremente para tentar Jó. Mas quando então todos os povos estiverem reunidos para a peleja naquele grande dia do Deus Todo Poderoso, a paciência de Deus terá acabado e acontecerá o último confronto entre o Cordeiro e a serpente, entre Cristo e o Anticristo, entre Deus e Satanás. Então a vitória de Jesus obtida na cruz do Gólgota será exercida plenamente contra todos os poderes das trevas. Então Israel terá “Shalom”, isto é, paz.

Jesus vai aparecer no final da grande tribulação em meios aos acontecimentos dos tempos finais, quando os poderes do engano estiverem reunidos em Armagedom.

Jesus morreu na cruz do Calvário e clamou: “Está consumado”. Lá ele foi sepultado, ao terceiro dia ressuscitou, após 40 dias subiu ao Pai, e de lá Ele voltará em grande poder e glória! Por isso vigia, pois Ele virá como vem o ladrão a hora que ninguém sabe!

VII.        A DERROTA DE SATANÁS


A vitória na batalha de Armagedom (19.11-21) não será completa apenas com a destruição dos exércitos das nações e ao lançar o Anticristo e o Falso Profeta vivos no lago de fogo e enxofre. É necessário também prender a Satanás, pois ele, realmente, que instigou a rebelião que atingiu tanto os céus como a terra.

A derrota final de Satanás está diretamente relacionada à ação da Mulher vestida de sol e se insere no contexto de um contínuo e gigantesco combate entre as forças do bem e do mal que se trava no domínio espiritual, envolvendo os anjos e os demônios e a humanidade inteira, desde períodos imemoriais (Ap 12, 7-9); é uma luta tremenda e incessante entre os espíritos fiéis ao Criador e os sequazes de Satanás, desencadeada pelo orgulho e soberba de Lúcifer em ser maior do que Deus. Expulsos do paraíso e precipitados no inferno, os demônios atuam sobre a humanidade, buscando prostrá-la sob o jugo do ódio, da violência, das guerras, do egoísmo, do prazer, da soberba e da apostasia.

“Então, vi descer do céu um anjo; tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente. Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos” (Ap 20.1-2).

O abismo é a casa de prisão dos espíritos maus (Jd 6; Ap 9.1-2), e os encerrados ali estão expulsos da esfera humana. É o que vai acontecer com Satanás. Ele por mil anos vai ficar fora da esfera humana, não podendo ter nenhuma influencia sobre a mesma. Não confundir abismo com lago de fogo.

Os mil anos de Satanás no abismo, não produzirão nenhuma mudança em seu caráter maligno, uma vez que seja liberto provara ser o mesmo antigo diabo. Mas enquanto estiver presa a terra se sentira aliviada, e o reino de Cristo trará paz e prosperidade a todos.

Pr. Elias Ribas


terça-feira, 7 de julho de 2015

AS BODAS DO CORDEIRO – APOCALIPSE 19



Depois do Arrebatamento da Igreja será estabelecido o Tribunal de Cristo, onde as obras dos crentes serão provadas pelo fogo (2ª Co 5.10; 1ª Co 3.12-15). Após teremos as Bodas do Cordeiro, já no céu, entre Cristo e Sua Igreja. A Noiva do Cordeiro (a Igreja) é composta dos cristãos verdadeiros e dos crentes de todas as épocas.

As bodas do Cordeiro é um evento mais importante para a Igreja de Cristo, será uma festa que se realizará no céu. É a união do Noivo Jesus com Sua noiva Igreja glorificada. Essa festa só acontecerá no final da Grande Tribulação, antes da vinda de Jesus em glória. 

I.        A IGREJA GLORIFICADA NO CÉU 

1. Como acontece esse casamento. Para entendermos a festa sobre as Bodas do Cordeiro, é necessário conhecer a tradição judaica da época sobre o casamento. No Antigo Testamento o casamento bíblico o era dividido em três partes:

1ª A primeira parte os pais da noiva e os pais do noivo assinavam um contrato e os pais do noivo, dava um dote em dinheiro aos pais da noiva.

2ª A segunda parte do casamento só acontecia depois de completar um ano. O noivo convidava seus amigos e com tochas nas mãos se dirigiam até a casa da noiva. E a noiva sabendo que seu noivo se aproximava, também chamava suas amigas e se dirigiam ao encontro do noivo. Esse costume hebreu é a base da parábola das dez virgens contada por Jesus (Mt 25.1-13).

3ª A terceira parte, era realizado o casamento e a festa era chamada “a festa das bodas” e segundo o costume essa festa podia durar até sete dias, assim como o casamento em Cana (Jo 2.1-2).

A visão que João teve das Bodas do Cordeiro retratava o casamento de Jesus com sua Igreja no céu. Também podemos dividir em três fases.

1ª Parte do casamento da Igreja com Jesus se deu quando confessamos aceitamos a Ele (Jesus) como único e suficiente Salvador da nossa vida e isso acontece com grande alegria. Nesse casamento o Pai do Noivo também pagou o dote oferecendo o Seu Filho para derramar o Seu sangue na Cruz do Calvário em favor da noiva Igreja.

2ª A segunda parte do casamento só acontecerá quando o Noivo vier arrebatar Sua noiva-igreja para levar para a casa do Pai (Jo 7.1-3).

3. A última parte acontecerá no céu é a União do Noivo (Cristo) com Sua noiva (Igreja). Após a festa a Igreja-noiva viverá eternamente com seu Noivo (Jesus). Somente os salvos pela fé em Cristo vão ter a honra e o privilégio de se assentarem à mesa do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.

No Novo Testamento há uma relação simbólica entre a Igreja e Jesus. A Igreja é representada como Noiva e Cristo Jesus como Noivo (Jo 3.29; 2ª Co 11.2; Ef 5.25-33; Ap 21.1). 

2. O louvor no céu. “Depois destas coisas, ouvi no céu uma como grande voz de numerosa multidão, dizendo: Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus” (v. 1). 

Três vezes No livro de Apocalipse encontramos a grande multidão, sempre no céu e sempre adorando ao Senhor (7.9-10; 19.1; 19.6).

Depois destas coisas, ou seja, depois das catástrofes e do julgamento da prostituta, João vê os salvos no céu com voz de grande júbilo, dizendo Aleluia! Se Apocalipse 18 é o capítulo dos “ais”, Apocalipse 19 é o capítulo dos “aleluias”.

A palavra aleluia vem de duas palavras hebraicas: hala, que significa “louvor”, e Yah, é uma abreviação do Tetragrama Sagrado do nome Yavé que é o nome próprio do único Deus verdadeiro, portanto a palavra aleluia significa “louve a Yavé”. Isto mostra que o Deus do Antigo é o mesmo Deus do Novo Testamento: O Deus que foi adorado no passado é o Deus adorado no Novo Testamento. Aqui, os salvos no céu louvam ao Senhor, porque Deus julgou o mundo e vingou aqueles que o mundo fez sofrer, e porque Jesus Cristo está voltando a terra para reinar, por isso a Igreja canta aleluia no céu. 

3. Verdadeiros e justo são os Seus juízos. “Porque verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos.” (V. 2). 

Depois de anunciar a queda da Babilônia política e religiosa nos capítulos 17 e 18, é chegada à hora de exultar, pois a prostituta saiu de sena e deu lugar à virgem noiva do Cordeiro.

Portanto, trata-se da celebração da justiça de Deus. Pois julgou a grande meretriz que corrompia a terra com a sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos:

No julgamento, Deus se mostrou justo e respondeu à petição das almas debaixo do altar, no quinto selo, que esperavam a vingança contra seus perseguidores (6.9-11).

Por ocasião da Segunda Vinda, os verdadeiros e justos juízos de Deus serão vistos claramente por todo o Universo.

O júbilo no céu menciona o completo cumprimento da oração dos mártires. “Pois julgou a grande meretriz…”, e das mãos dela vingou o sangue dos Seus servos”.

4. Os anciãos representam a igreja. “E outra vez disseram: Aleluia! E a fumaça dela sobe para todo o sempre.4- E os vinte e quatro anciãos e os quatro animais prostraram-se e adoraram a Deus, assentado no trono, dizendo: Amém! Aleluia! 5- E saiu uma voz do trono, que dizia: Louvai o nosso Deus, vós, todos os seus servos, e vós que o temeis, tanto pequenos como grandes. 6- E ouvi como que a voz de uma grande multidão, e como que a voz de muitas águas, e como que a voz de grandes trovões, que dizia: Aleluia! Pois já o Senhor, Deus Todo-Poderoso, reina”. (Vs. 3-6). 

Semelhante a multidão que louva ao Senhor nos capítulos 4 e 5, mas aqui a adoração é semelhante, os 24 anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus, que se acha sentado no trono, dizendo: Amém! Aleluia! Em seguida saiu uma voz do trono, exclamando: Dai louvores ao nosso Deus, todos os seus servos, os que o temeis, os pequenos e os grandes” (v. 4-5). E o louvor começa como voz como de uma grande multidão, como voz de muitas águas e forte como de grandes trovões que dizia: “Aleluia! Porém, lá no céu, a noiva irá pronunciar com júbilo em frente de Seu Noivo. Amem!

A Igreja hoje não estranha está expressão de louvor, pois os seus lábios não se cansam de dizer Aleluias! Porém, lá no céu, a noiva irá pronunciar com júbilo em frente de Seu noivo. Amem!  

II. O MOMENTO MAIS SUBLIME NOS CÉUS 

“Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.” (Vs. 7-8). 

1. O momento de jubilo. O motivo dessa alegria é: “...porque que são chegadas as bodas do Cordeiro...”, a festa de casamento.

A figura do casamento para representar a relação de Deus com o seu povo é usada no Velho Testamento para falar sobre o povo judeu. Deus tomou Israel (ou Judá) como sua esposa, mas ela foi infiel, cometendo adultério espiritual (Ezequiel 16; Oséias 2 e 3). No Novo Testamento, Cristo se entregou por sua noiva, e quer que ela seja “gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Efésios 5:25-27). 

2. A hora do encontro. E após a morte até o corruptível será revestido de incorruptibilidade (1ª Co15.52-54). Os teólogos concordam que a Igreja noiva já arrebatada está no céu num corpo incorruptível, antes da vinda de Cristo em glória (Ap 19.11-21).

Essa festa se dará no céu: “Depois destas coisas, ouvi no céu...”.  A noiva já no céu, está vestida com “a justiça dos santos”, que são seus atos de retidão (v. 8). Para os atos de retidão dos santos estarem completos, eles precisam estar no céu e libertos de toda a impureza.

A Igreja, a Noiva, será apresentada para o seu Noivo: “Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (2ª Co 11.2).

Noiva é representada pelos vinte quatro anciãos. A Igreja noiva, são aqueles que aceitaram e creram na Palavra de Deus, e ficaram firme na fé aguardando a volta de Jesus (o Noivo), através disso, como membro individual, ela é acrescentada a Igreja de Jesus, que é a Igreja – Noiva de Jesus (1ª Co 12.13). 

3. Os ornamentos da Noiva. Há um contraste entre a noiva e a meretriz, a falsa noiva, no capítulo 17. Ela estava vestida de linho finíssimo, mas sua posição como rainha durou pouco tempo. A noiva do Cordeiro “Cuja esposa a si mesma já se ataviou...”, isto é, a noiva se preparou, se vestiu para o casamento, como uma noiva se prepara para o Seu Noivo. Não pelas suas justiças, mas pelas justiças de Cristo. Este “se ataviou” é a obra ativa da Igreja em se santificar, em viver a prática das boas que são frutos da verdadeira fé, obras de gratidão e que somente promovem a glória de Deus e bem do próximo. É o que nos ensina o mestre Jesus: “Nisto é glorificado meu Pai: que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos.” (Jo 15.8). Quando o crente produz fruto o nome do Pai e do Filho é glorifica no céu e na terra.

Linho fino é a roupa adequada para um servo na presença de um rei (Gn 41.2). Deus vestiu Sua esposa em linho fino (Ez 16.10,13). Em outros trechos do Apocalipse, linho finíssimo mostra a pureza dos servos de Deus. É vestido pelos anjos que saem do santuário com os sete flagelos (15.6; cf. Ez 10.2-7).

A Igreja está bem vestida e gloriosa, não por sua própria justiça, mas porque Deus deu a ela as vestes, os atos de justiça. Se a glória final da Igreja fosse uma parceria entre Deus e o homem, então, João não teria ouvido: “demos-lhe a glória de uma vez por todas. Não é a Igreja que merece ser glorificada, nem Pedro, João ou Maria, eles fazem parte da noiva, mas somente o Deus da Igreja deve ser glorificado na terra e no céu. Porque a Esposa se atavia com vestimentas que foram dadas a ela.

O Senhor Deus nos convida a cear aqui na Terra na expectativa da Ceia do Casamento do Cordeiro que acontecerá no Céu. “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo.” (Ap 3.20).

A Ceia do Senhor (o partir do pão e tomar do cálice, que é uma ordenança do Senhor até que Ele venha (1ª Co 11.23-26)), que hoje participamos neste culto, é o começo da grande ceia da do casamento do Cordeiro.

Um dos atos desta maravilhosa festa é a celebração da ceia do Senhor, dando cumprimento às palavras de Cristo. “E, chegada à hora, pôs-se à mesa, e, com Ele, os doze apóstolos. E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta Páscoa, antes que padeça, porque vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no Reino de Deus. Porque vos digo que já não beberei do fruto da vida, até que venha o Reino de Deus” (Lc 22.14, 15, 16, 18).

II.     OS CONVIDADOS PARA FESTA 

Quem são esses convidados das bodas? “E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E disse-me: Estas são as verdadeiras palavras de Deus. (V. 9).

O casamento é de Cristo e a Igreja, mas os convidados são muitos. De acordo com Dn 12.1-3 e Is 26.19-21, o Israel salvo da Grande Tribulação são os convidados especiais. Devemos ter cuidado na interpretação desse evento para não confundirmos nem misturarmos os fatos que envolvem as bodas no céu e as bodas na terra. A cena das bodas no céu difere das bodas na Terra. No céu, as bodas são da Igreja e o Cordeiro (Ap 19.7-9). Na Terra, as bodas envolvem Israel e o Cordeiro (Mt 22.1-14; Lc 14.16-24; Mt 25.1-13). A cena das bodas no céu difere das bodas na Terra, Israel estará esperando que o esposo venha convidá-los a conhecer a esposa (a Igreja), que estará reinando com Ele no período milenar. 

No capítulo 22 de Mateus, o Senhor Jesus Cristo comparou o Reino de Deus a uma festa de casamento, onde o Rei enviou seus servos para convidar para a festa das bodas, porém, eles não quiseram vir.

Antes das bodas o Rei veio fazer um convite, mas os judeus o rejeitaram o convite, porém Jesus disse aos seus servos: sai pelas ruas e becos da cidade e convida os pobres, aleijados, cegos.

Esta parábola é uma alegoria da história de Israel. O rei representa Deus; o filho, Jesus; os servos, os discípulos de Jesus; e a bodas simbolizava a grande festa messiânica da qual os judeus aguardavam participar com o Messias no início de Seu reinado.

Os pobres aleijados e cegos representam os gentios qual era seu estado. Aqueles que aceitaram este maravilhoso convide, foram inseridos no corpo de Cristo e fazem parte da Igreja noiva.

Antes das bodas Jesus veio para convidar aqueles que desejam fazer parte desta festa. Depois de Sua morte e ressurreição, o Noivo voltou à casa de Seu Pai para preparar um lugar para Sua noiva (Jo 14.2, 3). Jesus veio para firmar um contrato de casamento com Sua noiva, mas em breve Ele virá para busca-la e aqueles que permaneceram fieis até o fim, subiram em Sua vida. O Cordeiro o Noivo, e a Igreja noiva serão o centro das atenções no céu.

Para realizar um casamento são necessários um noivo, uma noiva e os convidados. Os convidados não devem ser confundidos, portanto com a Igreja arrebatada e que se encontra com linho finíssimo.

Mas quem são os convidados? No meu entender os convidados são os cento e quarenta e quatro mil selados, da nação de Israel que serão tomados da terra, durante a Grande Tribulação. (Ap 14.1-5). Eles não farão parte da Igreja.

“Um grande número dos santos nos céus serão chamados à ceia para testemunhar as bodas do Cordeiro com a Sua Noiva (Ap. 19.6-9). Os que compõem a Noiva de Cristo são os Cristãos que perseveraram durante seu tempo na terra: (Ap 3.4). Essa ceia será no céu logo antes da segunda fase da vinda de Cristo. Portanto, precisam estar lá.

Enquanto o Senhor está na ceia das bodas com sua Igreja (Mt 26.29), em festa de glória e gozo eterno, nestas hora estará Satanás, através do Anticristo, se reunindo no grande vale do Armagedom, para fazerem guerra contra os filhos de Israel.

Quando Cristo vier para estabelecer o milênio na terra, virá com os exércitos no céu que são vestidos de linho fino, branco e puro (Ap. 19.14). Estes virão com Ele por que estão com Ele, e estão com Ele, pois foram arrebatados da terra antes deste tempo”. (T. Ross, pgs. 70-72).

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

sexta-feira, 12 de junho de 2015

O TRABALHO DOS ANJOS NA GRANDE TRIBULAÇÃO



O capitulo 14 é a continuação do grande parêntese que começou no capitulo 12 e se encerra no capitulo 14.20, pois o 15 já é a preparação para os anjos derramarem suas taças, o que ocorre em 16.2. A sétima trombeta, que teoricamente introduz a última sequência das pragas que é as sete taças, é tocada em Ap 11.15, e as taças são introduzidas em 16.2, sendo do 12 ao 14 um parêntese de narração, e o 15 a preparação para as taças.

No capítulo 14, João vê uma série de anjos no céu que aparecem de forma harmônica e cada um com uma mensagem especifica. Na verdade, se trata no total de seis anjos, que agora têm a proclamar uma mensagem desde o céu. Eles passam anunciando recados importantes de advertência e de terrível juízo de Deus, porém de outra perspectiva: “a pregação do evangelho eterno”. 

1. O primeiro anjo anuncia o evangelho eterno.

“Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho eterno para pregar aos que se assentam sobre a terra, e a cada nação, e tribo, e língua, e povo, dizendo, em grande voz: Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo; e adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14.6-7). 

A voz, das duas testemunhas e o testemunho dos cento e quarenta e quatro mil calou-se agora sobre a terra, e o evangelho eterno é então anunciado por um anjo, que voa pelo meio do céu. Portanto, quando não houver mais nenhuma língua humana para anunciar o evangelho, o céu fala. Então os anjos, que o Anticristo não pode atingir, pregarão o evangelho e todas as nações, tribos e línguas serão obrigadas a escutar, mesmo que não queiram ouvir. A Palavra de Deus não está algemada, mas eternamente viva e tem que ser ouvida.

A palavra evangelho no hebraico é “besorah” e no grego é “evangelion”. Em ambos os casos significam “Boas Novas” para a humanidade, porém aqui são as boas novas do reino de Deus que acontecerão em breve.

A palavra evangelho é a boa notícia de que Jesus Cristo foi crucificado na Cruz do Calvário pelo pecado do mundo e que aquele que aceita isto pessoalmente na fé, é justificado pela ressurreição de Jesus Cristo. Esse é o chamado “evangelho de Deus” (Rm 1.1) e “evangelho de Cristo” (2ª Co 10.14). Trata-se também do “evangelho da graça de Deus” (At 20.24), porque salva os que são malditos pela lei. Além disto, a Escritura fala também do “evangelho da glória” (1ª Tm 1.11) e do “evangelho da vossa salvação” (Ef 1.13). Mas é também o “evangelho do reino” (vs. 6-7). O próprio Senhor Jesus pregou o evangelho do reino, antes de ir para a cruz: “Percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo” (Mt 4.23). Antes de subir ao céu, Ele comissionou a Sua Igreja para dar continuidade na pregação do evangelho (At 1.8). Na primeira fase da Tribulação as duas testemunhas anunciaram o evangelho (Ap 11.3-6 e 144 mil Judeus irão se converter mas, no final da Grande Tribulação os anjos darão continuidade à pregação deste evangelho, cumprindo as palavras preditas por Jesus quando declarou: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim” (Mt 24.14).

O apelo do primeiro anjo contém três ordens: 1. Temer a Deus; 2. Dar-Lhe glória; e 3. adorá-Lo por ser o Criador.

Temer a Deus...”. A palavra temei no grego é phobeo. Ela não é usada aqui com sentido ter medo, mas chagar na presença do Eterno com reverência e respeito.

Dar-Lhe glória...” Dar glória é honrar a Deus. Ele merece toda a glória por causa de quem é e o que fez. Deus nos criou para Sua glória. Nós fomos criados para glorificar a Deus. Todo o universo dá glória a Deus (Sl 66.4). O único ser no céu e na terra que merece toda honra e toda glória é somente Yawwh. É fácil esquecer isso na vida diária e glorificar a criação em vez do Criador. Podemos nos maravilhar com a natureza e com tudo que as pessoas já fizeram, mas não devemos glorificar a natureza, nem as pessoas como deuses, pois caímos no pecado da idolatria.

Adorá-Lo por ser o Criador.” A voz do primeiro anjo, anuncia o evangelho no céu e também convida o mundo à adoração ao Criador. Seu evangelho é: “adorem e temam a Deus”. Isto é o contrário da mensagem da besta, que exige adoração da imagem da besta. Ao mesmo tempo esse primeiro anjo anuncia também o juízo.

“.... é chegada a hora do seu juízo...”. O tempo do verbo nessa passagem indica que começou o juízo. Esse juízo ocorre antes da vinda de Jesus em glória. O juízo precede o advento.

O resultado da pregação do evangelho eterno será então o juízo sobre o mundo das nações, por ocasião da volta do Senhor Jesus Cristo. A respeito o próprio Senhor fala em Suas palavras sobre os tempos finais: “Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas” (Mt 25.31-32).

O evangelho do reino é a mensagem que Deus vai estabelecer nesta terra o reino do Cristo, do Filho de Davi, como cumprimento da aliança com Davi. 

2. O segundo anjo anuncia a queda Babilônia. “Um segundo anjo o seguiu, dizendo: Caiu a grande Babilônia que fez todas as nações beberem do vinho da fúria da sua prostituição.” (V. 8).

O profeta Habacuque também emprega os dois sentidos do cálice. “A Babilônia seduziu seus companheiros com o cálice da mão direita do Senhor.”

Precisamos compreender esta mensagem angélica, pois não se trata da Babilônia literal, mas sim da Babilônia espiritual e apostata que se propagou no meio do cristianismo.

Esse anjo anuncia a queda da Babilônia. Aqui se trata de alguém ou algo muito abominável, pois esta Babilônia não é somente objeto da ira de Deus, mas objeto do “furor” da sua ira.

A Babilônia, também é chamada de meretriz e se torna uma das principais personagens nos capítulos 17 18. E sobre este assunto, estudaremos nestes dois capítulos. 

3. O terceiro anjo tem uma mensagem de Juízo. “Seguiu-se a estes, outro anjo, o terceiro, dizendo, em grande voz: Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite, os adoradores da besta e da sua imagem e quem quer que receba a marca do seu nome” (Ap 14.9-11). 

No capítulo 13 versos 13 a 16, o Anticristo ordena todos os habitantes da terra a receber a marca do seu nome, ou seja, a marca da besta. “Seriam mortos todos os que se recusassem adorar a Besta e a sua imagem, e não recebessem o sinal na testa e na mão”. Por isso o terceiro anjo traz uma mensagem de condenação e castigo eterno, que nunca acabará, da realidade do inferno. Embora, muitos negam a eternidade do inferno, o apóstolo escreve no verso dizendo: “A fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre, e não têm descanso algum, nem de dia nem de noite.” (V. 11).

A palavra eternidade no grego aion e transmite a ideia de que algo durará para sempre. Portanto, para esses que reformulam o amor Deus, ensinando que um Deus de amor não lançará ninguém no inferno. Por três vezes Jesus falou a Seus discípulos sobre o inferno: “é melhor entra na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que nunca se acaba” (Mc 9.43; veja os versículos seguintes, 45,47).

A segunda morte (separação eterna de Deus), “no lago que arde com fogo e enxofre” (Ap 21.8), lugar onde serão atormentados para sempre (sheol), os adoradores da Besta e os pecadores de todas as épocas. Para os russelitas que não creem no inferno será tarde demais. “O fumo do seu tormento sobe para todo sempre”. O fumo produzido pelo fogo e o enxofre daquele lago é eterno, ou seja, dura para sempre (Is 34.10). Seu suplício é sem fim e nunca terão repouso. Só em Cristo está o descanso para a alma aflita (Mt 11.28), graças a Deus. Porém, “horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31).

Esta sentença saiu do Trono, com dura manifestação do juízo de Deus contra os adoradores da Besta. Não haverá desculpa para aqueles que aceitaram a marca da besta e o adoraram o Anticristo, nenhum culpado poderá evitar o juízo de Deus (Sl 75.8; Is 51.17; Nm 14.18; Ne 1.3).

Agora os infiéis “beberão o cálice do vinho da ira de Deus”. O vinho é derramado puro, isto é, o juízo será sem misericórdia. “Serão atormentados com fogo e enxofre” “...para todo o sempre, sem repouso de dia e de noite.”

Este tormento terrível será individual, cada um padecerá eterno sofrimento (Ap 20.10; 21.8). Ao fogo, para tornar-se mais quente, é adicionado enxofre. Em Romanos, Paulo fala sobre a ira de Deus descendo dos céus (Rm 1.18) contra os infiéis. Deus permite que eles recebam justo juízo, pela consequência dos seus pecados. Em Apocalipse 6.17, o grande Dia da sua ira foi anunciado (Ap 11.18). Agora, será experimentado em toda a sua extensão por aqueles que seguiram a besta. 

4. A ceifa da terra. “Olhei, e eis uma nuvem branca, e sentado sobre a nuvem um semelhante a filho de homem, tendo na cabeça uma coroa de ouro e na mão uma foice afiada. (Ap 14.14). 

Cristo o Filho do Homem. A revelação que João vê é extraordinária. Ele vê um semelhante a Filho de Homem sentado sobre uma nuvem branca. A nuvem que o Senhor está assentado não é negra ou cinza, mas branca. Em grego a palavra usada é “leukos”, traduzido por “luminosa” ou “lúcida”. Poderia se dizer: “portanto... uma nuvem luminosa”. João tenta descrever esta nova visão, a beleza que ele vê, a glória shekinah do Senhor.

O que João descreve é o mesmo Filho do Homem que séculos antes, foi visto por Daniel igualmente sobre as nuvens (Dn 7.13). A revelação de Daniel capítulo 7, assim como de João, ambos veem “um semelhante ao Filho do Homem”, são senas da segunda vinda de Jesus como rei e Juiz da terra. As profecias estão coligadas uma a outra. Quando Senhor Jesus falava do Seu retorno a esta terra Ele disse: “Então, aparecerá no céu o sinal do filho do homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o filho do homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória. Ele enviará os seus anjos, com grande clamor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus” (Mt 24.30-31). Jesus diante do julgamento do sacerdote Caifás, Ele declara: Desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.” (Mt 26.64).

João contempla Jesus que vem julgar com juízo a humanidade anticristã e as duas bestas (o Anticristo e o falso profeta). “Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele (Ap 17.14).

“tendo na cabeça uma coroa de ouro”. A palavra coroa no grego é stephanon que significa grinalda da vitória. Não é uma coroa que enfeita a cabeça d’Aquele que vem sobre a nuvem, mas uma coroa de ouro trata-se do rei das nações rei do mundo. O Rei dos reis coroado, que vem em grande poder e glória, tem na mão uma foice. A foice erguida está afiada para realizar a ceifa. Esta expressão nunca é utilizada para descrever o recolhimento de bons frutos. De modo que ela significa algo terrível, Ele vem aqui como Juiz do mundo. A terra tem que ser limpa das más plantas pelo trabalho de juízo da vingança divina. Esta é a razão da foice ser “afiada”. 

O quarto anjo. “Outro anjo saiu do santuário, gritando em grande voz para aquele que se achava sentado sobre a nuvem: toma a tua foice e ceifa, pois chegou a hora de ceifar, visto que a seara da terra já amadureceu! E aquele que estava sentado sobre a nuvem passou a sua foice sobre a terra, e a terra foi ceifada (Vs. 15-16). 

A mensagem do terceiro anjo é: “toma a tua foice e ceifa...”. A ferramenta básica na antiga ceifa de grãos, era usada uma foice aguda de pedra ou de ferro. Juntamente com o grito do anjo começa a ceifa, a seara está madura, e a terra foi ceifada. Agora Jesus vem como um Juiz para os adoradores da besta. O próprio Jesus usou esta analogia para ensinar os Seus discípulos acerca do castigo junto da promessa da redenção.

Jesus Cristo está assentado, portanto sobre esta nuvem luminosa, pronto para executar o juízo. Então “outro anjo grita em alta voz “do santuário” dirigindo-se “Aquele que está assentado sobre a nuvem” (v. 15). O anjo não comanda o Filho do Homem, mas é o mero mensageiro anunciando a vontade de Deus Pai, em cujas mãos são mantidos os quatro ventos (estações). O anjo sai do santuário, ele vem diretamente da presença de Deus para transmitir a ordem para o Filho do Homem (3.12; 7.15; 11.19). Qualquer ordem dada a Jesus teria que vir do Pai, pois somente o Pai tem autoridade sobre o Filho (cf. Jo 14.28; Mt 26.39,42; 28:18; 1ª Co 11.3; 15.27). 

O quinto anjo. “Então, saiu do santuário, que se encontra no céu, outro anjo, tendo ele mesmo também uma foice afiada.” (V. 17).

O quarto anjo também sai do santuário, mas, ao invés de trazer uma mensagem, ele tem uma foice aguda, assim como o Filho do Homem que está assentado no Trono. Porém, ele aguarda a ordem d’Aquele que está assentado no Trono, para fazer a colheita.

Vemos aqui o mesmo procedimento que nos versículos 15 e 16, mas referindo-se agora à vindima. O anjo que vem do céu, entretanto, é outro, não com relação à sua natureza, mas quanto à sua missão. Isso significa que João vê a volta do Senhor em diferentes aspectos.

Este anjo também saiu do santuário. Só que, ao invés de trazer uma mensagem, ele trazia uma foice aguda, assim como Jesus. Ou seja, isto indica que, após o arrebatamento da Igreja, chegou o momento determinado pelo Eterno para as uvas da maldade serem ceifadas. 

O sexto anjo. 14.18, 20 “Saiu ainda do altar outro anjo, aquele que tem autoridade sobre o fogo, e falou em grande voz ao que tinha a foice afiada, dizendo: toma a tua foice afiada e ajunta os cachos da videira da terra, porquanto as suas uvas estão amadurecidas! 19- Então, o anjo passou a sua foice na terra, e vindimou a videira da terra, e lançou-a no grande lagar da cólera de Deus. 20- E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios.” 

O sexto anjo, tem autoridade sobre o fogo. O fogo é símbolo de juízo e agora ele clama em grande voz ao que tinha a foice afiada...”. O anjo tem uma foice afiada, mas precisa da autorização de Deus para agir. É Deus quem determina a hora do juízo. Seus anjos são ministros que executam as Suas ordens.

Outro anjo é designado para a colheita dos cachos da vinha que também estão maduros, significando serem merecedores de juízo. O outro anjo, citado como tendo poder sobre o fogo, pode ser o anjo no altar em Apocalipse 8.3-5. Talvez o fogo queime o joio ou a palha separada na colheita (Mt 13.38-43).

Primeiro João viu chegando com a foice afiada, para a ceifa das nações; agora ele vê chegando outro anjo para realizar a vindima, o juízo sobre Israel. Pois a “videira da terra” simboliza Israel. É o que se conclui, por exemplo, do Salmo 80.8: “Trouxeste uma videira do Egito, expulsaste as nações e a plantaste” (outras ref. Is 5.1-7; Os 10.1-2). Mas não disse o Senhor Jesus de si mesmo em João 15.1, que ele é a “videira verdadeira”? Como pode então Israel ser a videira se Jesus Cristo é? Este é justamente o fato maravilhoso, pois exatamente este fato duplo mostra a identificação do Senhor com Seus irmãos segundo a carne.

A figura da ceifa tem duas partes. 1º O Senhor vem para julgar as nações e separar as ovelhas dos bodes (Mt 25.40-45; Jl 3.2; 12.14; Ap 19.15); 2º Ajuntar os cachos da videira da terra (os remanescentes de Israel), e coloca-los no grande lagar da ira de Deus” (vs. 18b-19).

O anjo lança a foice e colhes e colhe os cachos de uvas amadurecidas, ou seja, ajunta os filhos de Israel e lança-os “no grande lagar da cólera de Deus. O lagar é usado para espremer as uvas. Agora as uvas maduras são lanças no lagar sob o peso da ira de Deus.

Um lagar era uma tina na qual os trabalhadores pisavam as uvas com os pés descalços, fazendo com que o suco escoasse para um barril. Esse sinal da ira e juízo de Deus (Is 63.3), comum no Antigo Testamento, aparentemente explica também como o vinho da ira de Deus (v. 10) é produzido. A imagem do lagar é simbólica para uma quantidade inacreditável de sangue derramado. Essa descrição de um rio de sangue indica uma carnificina sem paralelo.

Mil e seiscentos estádios são, aproximadamente, 32 km. Esse grande derramamento de sangue provavelmente é o resultado da vitória de Cristo sobre os exércitos humanos reunidos (Ap 19.17-19), já que Ele retorna antes da ceia do grande Deus (v. 17), que alguns associam à batalha do Armagedom (Ap 16.16).

E o lagar foi pisado fora da cidade, isto é, a batalha do Armagedom acontecerá fora da cidade santa, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estágios aproximadamente, 32 km. (v. 20). Esse grande derramamento de sangue provavelmente é o resultado da vitória de Cristo sobre os exércitos humanos reunidos (Ap 19.17-19). Toda a maldade existente no mundo será espremida fora da cidade de Jerusalém (no vale de Jeosafá), de modo que caia sobre Jerusalém todo o sangue derramado sobre a terra (Mt 23.35; Ap 18.24). 

O que é este terrível juízo que atingirá Israel? Para compreendermos esta pergunta, faz-se necessário ler Isaías 63.1-4: “Quem é este que vem de Edom, de Borza, com vestes de vivas cores, que é glorioso em sua vestidura, que marcha na plenitude da sua força? Sou eu que falo em justiça, poderoso para salvar. Por que está vermelho o traje, e as tuas vestes, como as daquele que pisa uvas no lagar? O lagar, eu o pisei sozinho, e dos povos nenhum homem se achava comigo; pisei as uvas na minha ira; no meu furor, as esmaguei, e o seu sangue me salpicou as vestes e me manchou o traje todo. Porque o dia da vingança me estava no coração, e o ano dos meus redimidos é chegado”.

No lagar foram salpicadas as vestes de Cristo. Lá cumpriu-se aquilo que Israel exclamou, quando acusou Jesus diante de Pilatos “Caia sobre nós o seu sangue, e sobre nossos filhos” (Mt 27.25). Quando Israel for lançado no lagar da cólera de Deus, então entrará em contato com o Homem de Gólgota. “Eles verão a quem transpassaram” (Ap 1.7). Então o sangue do Cordeiro terá efeito para eles, para seus próprios irmãos. Vendo que o Senhor está voltando, com Sua foice afiada, eles humilhar-se-ão sob o Seu juízo. “Porque o dia da vingança me estava no coração (vingança contra as nações), e o ano dos meus redimidos é chegado (redenção de Israel)”. Quando Israel estiver no lagar da ira de Deus, eles lamentarão, chorarão e se converterão. O capítulo 14 versos 20, descreve de maneira tão comovente o que acontecerá fora da cidade também para Israel: “E o lagar foi pisado fora da cidade”. Ali foi derramado o sangue do Filho de Deus.

O anjo que tem poder sobre o fogo, isto é, sobre o juízo, exclama: “Senhor, ajunta Israel, lança-o agora no teu grande lagar, lava-o pelo teu precioso sangue”.

Devo dizer que aqui não são os cento e quarenta e quatro mil selados, pois eles são as primícias de Israel e já estarão na glória (Ap 14.1-2).

O restante que não aceitar a pregação das duas Testemunhas e dos 144.000 mil, serão levados para o lagar da ira de Deus (Armagedom). Ali Israel será pisado, oprimido e angustiado pelo Anticristo, mas quando Israel se converter e reconhecer que o Jesus que eles crucificarão é o verdadeiro Messias, aparecerá em glória para socorrer Israel entre o monte das oliveiras. Esta é sua vinda para Israel, que se converterá ao ver Seu Messias e Sumo-Sacerdote. É o que diz o profeta Zacarias. Antes Israel será atingido por duros juízos através da besta e então reconhecerá que o Senhor que está voltando realmente é o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo. Estas experiências e conclusões levarão Israel à conversão.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau -SC