TEOLOGIA EM FOCO

terça-feira, 29 de agosto de 2023

A CONDENAÇÃO ETERNA

  


“Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado para dentro do lago de fogo” (Ap 20.14-15). 

Muitos ainda não sabem o que é eternidade. Eternidade será um tempo sem relógio, ou seja, uma condenação sem fim a onde a alma e o espírito dos pecadores serão lançados no Lago de Fogo para o sofrimento sem fim, eterno sem volta.

Entre as diferentes correntes escatológicas, basicamente o principal assunto discutido é a eternidade. Na doutrina da eternidade há duas correntes de interpretação: Tempo definido (tempo sem fim) e tempo indefinido (tempo indeterminado). 

1. Tempo definido. Para eles, o inferno figurado da Bíblia é mesmo eterno (temporal) e não sempiterno (para sempre) e usam um versículo da profecia de Oséias: 13.14: “…eu os remirei do poder do inferno…onde está, ó inferno, a tua destruição?” Esses defendem o significado um tempo indefinido e não sem fim. Por isso, na Bíblia, se fala em mais de uma eternidade e não apenas numa. “Mas a misericórdia de Deus é de eternidade a eternidade sobre os que o temem.” (Sl 103.17). 

A palavra misericórdia no latim, é formada pela junção de miserere (ter compaixão), e cordis (coração). “Ter compaixão do coração” significa ter capacidade de sentir aquilo que a outra pessoa sente, aproximar seus sentimentos dos sentimentos de alguém, ser solidário com as pessoas. A misericórdia de Deus é eternidade em eternidade, ou seja, não teve começo; não terá fim. Porém, essa misericórdia são “...sobre os que o temem.”, isto é, para os fiéis que são regenerados pelo Espírito de Deus, e que o adoram com verdadeira devoção, é para os que obedecem aos Seus mandamentos. Mas, para aqueles que não obedecem a Suas ordenanças, seu propósito de misericórdia teve um começo e não é “de eternidade”, ou seja, Sua misericórdia tem um fim e não é “eterna”. 

2. Tempo indefinido. Para entendermos o conceito de eternidade, precisamos conhecer a origem da palavra eterno a luz da Bíblia.

A Bíblia diz que Deus é eterno. Sem essa revelação, seria impossível para o homem pensar com seriedade sobre a possível existência de um período antes e depois do que vivemos.

A palavra eterno no original hebraico é Olam e aparece a primeira vez no livro de Gênesis 21.33, para se referir a eternidade de Deus. A palavra eterno significa perpétuo; que dura para sempre; sem começo e sem fim.

No Antigo Testamento, o Salmo 90.2 usa a palavra hebraica עֹ֝ולָ֗ם (‘olam) sobre a eternidade de Deus no sentido de duração para sempre, eternamente, para todos os tempos. “Antes de nascerem os montes e de criares a terra e o mundo, de eternidade a eternidade tu és Deus.”

Essa palavra pode também ter o sentido de existência contínua ou sem fim e descreve também a extensão de tempo em que Deus deve ser louvado (1º Cr 16.36; Sl 89.1; 119.112.). Foi com essa ideia na mente que o salmista escreveu: “Antes que os montes nascessem, ou que tu formasses a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade, tu és Deus.”

A Bíblia não tenta provar a existência de Deus ou a Sua eternidade, mas apenas começa com a frase “No princípio Deus...” (Gn 1.1), indicando que no início do tempo registrado, Deus já existia. A duração que se estende sem limite ao passado e a duração sem limite ao futuro, de tempos eternos a tempos eternos, Deus foi e será para sempre.

Por sua vez, o Novo Testamento usa a palavra grega αἰωνίου (aiwniov) (aionios), que significa eterno, no sentido de ser sem começo e sem fim, aquilo que sempre tem sido e sempre será ou que nunca termina (cf Rm 16.26).

Na mitologia grega, a palavra Aion Αἰών é uma divindade helenística associada ao tempo, ao orbe ou círculo abrangendo o universo e ao zodíaco. O tempo representado por Aion é ilimitado, em contraste com Chronos como tempo empírico dividido em passado, presente e futuro. Ele é, portanto, um deus das eras, associado a religiões de mistério, relacionadas com a vida após a morte, tais como os mistérios de Cibele e os mistérios dionisíacos (relativo ao deus Dioniso, o princípio que representa a embriaguez, o caos, a falta de medida, a paixão. [https://pt.wikipedia.org/wiki/Aion_%28mitologia%29 – acesso dia 12/08/2023].

O termo Ad Aeternum originado do latim, Ad Eternum ad 'para' + aeternum significa: eternamente; para sempre; que não tem fim; que dura eternamente; de modo eterno, sem fim, infinito; eternamente.

A palavra eternidade vem do latim aeturnus, termo que, por sua vez, é uma derivação de aevum, que significa era ou tempo. O termo costuma ser entendido em dois sentidos. No sentido comum, significa sempiternidade (do latim sempiternus, a um: perpétuo, eterno, imortal), isto é, duração ou tempo infinito. Já no sentido mais usual entre os filósofos, corresponde a atemporalidade, ou seja, a algo que não pode ser medido pelo tempo, pois o transcende. Já no sentido mais usual entre os filósofos, corresponde a atemporalidade, ou seja, a algo que não pode ser medido pelo tempo, pois o transcende.

A vida terrena a palavra correta é (no grego), onde o corpo tem fim, diferente da alma que não tem fim aionos sem fim.

3. O ensino bíblico sobre o inferno. No evangelho segundo Marcos 9.43-48, por três vezes no texto, Jesus adverte aos discípulos: “melhor é para ti entrares na vida-reino de Deus – aleijado, coxo e cego – do que ires para o inferno” (v. 43, 45, 47). A cada advertência Jesus também acrescenta algo sobre o inferno: “para o fogo que nunca se apaga [ARA- inextinguível] (2x)” seguida de outro qualificativo: “onde o seu bicho não morre”

Para os discípulos de Jesus, a doutrina do inferno era uma nova revelação, mas a descrição já era conhecida por eles, pois no livro do profeta Isaías ele escreveu dizendo: “Eles sairão e verão os cadáveres dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e eles serão um horror para toda a carne.” (Is 66.24). Diante das palavras de Jesus e, agora, considerando o todo da revelação bíblica, vejamos qual é o ensino bíblico sobre esse lugar. 

4. O destino dos pecadores. Quando Jesus vier em glória assentar-se-á no Seu trono para julgar as nações, Ele vai separa as ovelhas e os bodes (os justos e os ímpios) colocando a Sua direita as ovelhas e a Sua esquerda os bodes. Na Sua sentença dirá para os que tiverem a Sua esquerda: “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.” (Mt 25.41b).

Muitos pensam que o fogo eterno foi preparado exclusivamente para Satanás e para os seus demônios, e dessa maneira afirmam que, primariamente o destino do homem seria o gozo eterno, e não o inferno. Porém, a análise textual não dá margem para essa interpretação, as palavras de Cristo são claras, mostrando que o fogo eterno foi preparado para todos os inimigos de Deus. Há uma diferença notável entre a maneira como os justos serão tratados e os ímpios. Cristo dirá a um que o reino foi preparado para eles; ao outro, que o fogo não foi preparado para “eles”, mas para outra raça de seres, eles o herdarão porque têm o mesmo caráter “do diabo”, e por isso são adequados para o mesmo lugar – não porque tenha sido originalmente “preparado para eles”. O fogo eterno foi preparado para todos aqueles que seguem a Satanás, sejam homens ou demônios. 2ª Tessalonicenses 1.8-9 está escrito: “Com labaredas de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; 9. Os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, longe da face do Senhor e da glória do seu poder.”

É relevante salientar que a eterna bem-aventurança para os justos e o castigo eterno para os ímpios são claramente ensinados nas Escrituras. É perfeitamente razoável e justo e estão em harmonia tanto com o amor como com a justiça de Deus, que Ele recompense o Seu povo com a vida eterna, e dê justa retribuição aos ímpios o castigo eterno por suas más obras.

Se não soubéssemos o significado de aionios, então precisaríamos perguntar: qual é o contrário de “temporal”? Algo bem simples: infinito, eterno! Em Mateus 25.41 e em Judas 1.7 o “fogo” do juízo é descrito com aionios.

Em Mateus 25.46 encontra-se mais um caso de oposição no contexto de aionios: no mesmo versículo, o castigo dos perdidos e a vida dos redimidos são chamados de aionios. “Estes irão para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna.”

A Bíblia não deixa nenhuma dúvida de que existem dimensões de tempo que não têm fim, que são eternas. Isso vale tanto para a vida eterna como para o sofrimento eterno. Todavia, segundo a Bíblia eternidade significa um tempo sem fim, uma vida que nunca terá fim. Eternidade seria a ausência total de tempo e de qualquer coisa relacionada com o tempo, isto é, tempo sem relógio. Se não houvesse castigo eterno, também não haveria vida eterna! 

5. Os ímpios serão queimados. Esta é também uma expressão forte, empregada em muitas ocasiões. Malaquias se refere ao dia em que os ímpios hão de ser queimados (Ml 4.1). Mateus fala em serem atados em molhos para queimar” (Mt 13.30), e menciona também que “o joio é colhido e queimado no fogo” (v. 40). Pedro declara que a “Terra, e as obras que nela há, se queimarão” (2ª Pedro 3.10). Lemos ser o destino final dos injustos o “lago de fogo” (Ap 20.15), e a isto o revelador chama “a segunda morte” (Ap 21.8).

Depois do julgamento aqueles que não foram achados escritos seus nomes no livro da vida foram lançados no lago de fogo (v.14), e juntos com eles, foram também lançados à morte e o inferno.

O inferno não é um estado de espírito. É um lugar real (Lc 16.23). Mas está com os seus dias contados. É o que Esta é a segunda morte” (V. 14). diz o apóstolo João: “E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo.

Assim, o Senhor aniquilará todas as maldições que, desde Adão e Eva, infelicitam a raça humana. 

6. O lago de fogo será um lugar terrível, de dor e sofrimento eterno. Este local não foi preparado para o homem, mas para Satanás e seus anjos: “Então, dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;” (Mt 25.41). Lá já foram lançados o Anticristo e o falso profeta (Ap 19.20); Satanás, o príncipe das trevas e o enganador de todo o mundo (Ap 20.10); a morte e o Hades serão lançados no lago de fogo (Ap 20.14); e os homens ímpios, que se recusarem ouvir a Palavra de Deus e o Seu testemunho, e não se arrependeram das suas obras (Ap 20.15). O terrível lugar da eterna habitação de Satanás e dos anjos maus. 

7. A morte eterna. A morte eterna também chamada 2ª morte (Ap 2.11; 20.6, 14, 21.8), diferencia-se da 1ª morte, sendo a 1ª morte temporária e física e a 2ª morte uma separação definitiva de Deus e eterna, sem volta.

A Bíblia fala de três tipos de morte. A morte física, que é a cessão do processo vital de um ser vive. A morte espiritual, que é o estado que se encontram as pessoas que não confessam Jesus Cristo como Salvador pessoal (Ef 2.5), e a morte eterna, também conhecida como a “segunda morte”, que é o estado permanente de separação de Deus, que atingira a todos que passarem pelo trono branco.

O homem sem Deus se encontra morto espiritual, mas ao confessar que Jesus é Senhor, ele é vivificado, ou seja, nasceu de novo (Jo 3.3; Ef 2.1, 5). Todavia, este poderá se reverter quando há a conversão do coração, mas a morte eterna jamais poderá se reverter, pois a morte eterna, é um castigo eterno pelo homem ter rejeitado o plano de salvação de Deus (Dn 12.2; Mt 25.46; Ap 20.14,15).

A Bíblia quando fala sobre a Segunda morte, refere-se a uma separação eterna de Deus, aonde o homem vai ser separado e condenado a um juízo eterno. Não será a religião que vai livrar o homem da condenação e do juízo de Deus, mas é sua vida de santidade, justiça e fidelidade a Palavra do Senhor a Bíblia Sagrada. Talvez você acha injusto Deus condenar o homem, mas saiba que Ele é fiel no que diz: “Deus não é homem, para que minta; nem filho de homem para que se arrependa. Porventura tem prometido, e não o fará? Ou tendo falado não o cumprirá?” (Nm 23.19).

A Palavra do Senhor nos mostra que Deus não voltará atrás naquilo que pronunciou, e que tem poder para cumprir totalmente tudo aquilo que na Sua Palavra prometeu. Ele prometeu salvar aqueles que recebem e Jesus como Seu único e suficiente salvador e obedecem a Sua Palavra, mas também prometeu condenar aqueles que não aceitam o Evangelho da salvação: “Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Mc 16.16). Portanto, aqueles que andam segundo as concupiscências da carne não entraram no Reino dos céus (Gl 5.19-21; 1ª Co 6.9-10; Ap 22.15). 

7. O sofrimento será terrível por toda a eternidade. O sofrimento será terrível e por toda a Eternidade (Ap 20.10), essa morte de sofrimento eterno é chamada na Bíblia de 2ª morte, isto é, eterna separação de Deus. Jesus confirma na Sua Palavra “E, irão estes para tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna” (Mt 25.46). “E, se atua mão te escandalizar, corta-a: melhor é para ti entrares na vida aleijado do que, tendo duas mão, e ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga; 44 Onde o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga” (Mc 9.43-44).

A Bíblia ensina claramente que não há injustiça nem parcialidade em Deus (Rm 2.6,11), e que há graus de punição e sofrimento no inferno, assim como também é o caso das recompensas no céu.

As palavras de Cristo sobre algumas cidades incrédulas, parece indicar que o julgamento será de fato experimentado de maneira diferente por pessoas diferentes: Mateus 11.21,22, “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito que elas se teriam arrependido com pano de saco e cinza. 22. E, contudo, vos digo: no Dia do Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que para vós outras.”

Essas cidades eram bem conhecidas pelos judeus. Na época de Jesus, era provavelmente uma cidade de muito esplendor e comércio extensivo.

Nenhuma cidade foi mais privilegiada do que Corazim, Betsaida e Cafarnaum. Jesus Cristo percorreu suas estradas, pregando as boas novas do Evangelho, o perdão para aqueles que estão confiando n’Ele! Há salvação gratuita, completa e eterna! Mas Jesus Cristo também alertava que há condenação para aqueles que não estão confiando n’Ele. A pregação de Jesus Cristo servia de consolo para alguns e condenação para outros.

Essas cidades ouviram a pregação das boas novas de salvação, mas voluntariamente O rejeitaram. Sua mente voltou-se para as cidades de Tiro e Sidom, que haviam caído sob o julgamento de Deus por causa de sua idolatria e maldade. Se tivessem tido o privilégio de ver os milagres de Jesus, teriam se humilhado em profundo arrependimento.

“...no Dia do Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que para vós outras.” As palavras de Jesus nos mostram que que haverá graus de punição no inferno, assim como haverá graus de recompensa no céu (1ª Co 3.12-15). O único pecado que condena os homens ao inferno é a recusa em se submeter a Jesus Cristo (Jo 3.36b). Mas a profundidade do sofrimento no inferno está condicionada aos privilégios desprezados e aos pecados cometidos.

Ai de ti, Chorazin! ai de ti, Betsaida! Esse aí é de juízo. Jesus mostra aos Seus discípulos que essas cidades não escaparão do juízo de Deus no final dos séculos. A moral extremamente corrupta e a devassidão irrestrita dessas cidades são atribuídas à ignorância; pois ali a voz de Deus nunca fora ouvida, nem milagres haviam sido realizados, para adverti-los a se arrependerem. Porém nas cidades da Galileia, houve uma rejeição muito dura ao Messias, dos quais eles haviam visto um grande número de milagres realizados por Jesus. Por isso Jesus disse que; “...no Dia do Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que na própria Judéia."

Os pecadores serão julgados segundo as suas obras e perante este tribunal terão que comparecer todos os pecadores desde o princípio do mundo até o fim dos séculos. Os registros de suas obras serão abertos e lidos para determinar o grau de castigo. De qualquer maneira será uma coisa horrível ter de comparecer perante o Juiz de toda a Terra e por Ele ser condenado.

Pr. Elias Ribas

Dr. em teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

sábado, 13 de maio de 2023

O JUÍZO FINAL

 


Apocalipse 20.11-15 “E vi um grande trono branco e o que estava assentado sobre ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. 12- E vi os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono, e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras. 13- E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia; e foram julgados cada um segundo as suas obras. 14- E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte. 15- E aquele que não foi achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.” 

O juízo final marca a passagem entre a consumação da presença era e o estado eterno. De acordo com as Sagradas Escrituras o Juízo Final também chamado de Juízo do Grande Trono Branco acontecerá após o Milênio e depois da Guerra de Gogue e Magogue. Não será um julgamento para Deus descobrir a intenção do homem, mas sim, para deixar tudo “às claras” diante dos homens.

A Bíblia se refere ao momento do juízo final como “o dia do juízo” (Mt 11.22), “aquele dia” (Mt 7.22; 2ª Ts 1.10; 2ª Tm 1.12) e “o dia da ira” (Rm 2.5).

O Juízo Final a sessão judicial que terá lugar na consumação de todas as coisas temporais que, conduzido pelo Todo-Poderoso, retribuirá a cada criatura moral o que estiver cometido através do corpo durante a sua vida terrena. Ele completará a limpeza do planeta, e limpará o universo de todas as forças espirituais que, desde o princípio da criação, desobedecem a Deus. Este será o último juízo que a Bíblia relata. Será o julgamento dos ímpios, desde Caim até o último homem que viver sobre a terra. Esse julgamento será perfeito ninguém conseguirá escapar dos olhos do Todo-Poderoso. Os culpados serão severamente lançados no lago de fogo, onde serão atormentados pelos séculos dos séculos. 

I. O QUE ACONTECERÁ NESTE JULGAMENTO 

1. O correrá a Segunda ressurreição. “Mas os outros mortos não reviveram até que os mil anos se acabaram” (Ap 20.5).

A primeira ressurreição se deu quando Cristo arrebatou a Sua Igreja (Jo 5.29), antes da Grande Tribulação, e esta será para a vida eterna, mas a segunda ressurreição será para a condenação eterna, e será a ressurreição dos mortos ímpios (Rm 2.5-6) e acontecerá após o Milênio, para que diante do Grande Trono Branco recebam a condenação. Esta é a segunda morte (Ap 20.5-6; 11-15; Hb 4.13).

Todos os que estão ligados ao primeiro Adão morrerão e serão aqui julgados. Todos os que tiverem passado da família do primeiro Adão para a família do último Adão são justificados e não entraram em condenação (Rm 5.16, 18-19; 1ª Co 15.22, 45 e 49).

Esse julgamento vai abranger os perdidos de todas as épocas, esses serão os mortos que não passaram pelo julgamento das nações, porque foram marcados para ressuscitarem no último dia, o julgamento do “Juízo Final”. 

2. Será uma ressurreição para condenação. Nos ensinamentos de nosso Senhor Jesus Cristo ele disse: “E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação.” (Jo 5.29).

A primeira ressurreição será para a vida eterna com Cristo e a segunda ressurreição será para condenação eterna (Dn 12.2). “E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno”.

O Senhor Jesus afirma claramente que os justo (aqueles que creem no Seu evangelho), terão vida eterna e não entrarão em juízo: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida” (Jo 5.24). Porém os ímpios, irão ressuscitar num corpo imperecível, mas carregados de pecados para enfrentar o Grande Trono Branco. 

II. O JUÍZO FINAL COMO SERÁ? 

No capítulo 4 de apocalipse, João já tinha visto o trono de Deus: “Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões” (4.1-6). Sai do trono de Deus o poder para falar, julgar e castigar (veja Sl 18.13-14; 144.6; Êx 19.16-19). Mas aqui, João vê um “Trono Grande e Branco”. ‘Trono’ é o lugar onde se assentará o Grande Juiz para julgar e castigar a humanidade ímpia e incrédula segundo suas obras; ‘Grande’, representa o poder infinito de Deus; ‘Branco’ representa a justiça perfeita e completa de Deus. 

1. Quem é o Juiz que se assentará nesse trono? Hoje Cristo se apresenta com caminho (Jo 14.6), mediador (1ª Tm 2.5) e advogado (1ª Jo 2.1), mas naquele dia, o Senhor Jesus será o juiz do universo (Jo 5.22, 27; At 17.31) e se assentará no “Grande Trono Branco” para julgar (Mt 28.18; Ap 3.21). Se hoje tu aceitares a Cristo como teu salvador e Senhor terás como Ele como advogado, mas se o rejeitares será como um Juiz neste julgamento. 

2. Os fundamentos do juízo final. Se os falhos imperfeitos julgamento humanos têm os seus fundamentos, o que não diremos do julgamento final que será efetuado pelo justíssimo Deus.

A natureza justa e santa de Deus. Em sua primeira carta, João oferece-nos uma das mais belas definições essenciais do Todo Poderoso: “Deus é amor” (1ª Jo 4.8), contudo, não podemos esquecer que Deus possui uma natureza santa e justa. Todas as vezes que a Sua santidade é ferida, sua justiça reclama, de imediato, uma reparação. Por conseguinte, estes dois atributos de Deus: justiça e a santidade acham-se a fundamentar o Julgamento Final. Neste, todos os que porfiaram em menosprezar a santidade de Deus terão de haver perante a sua justiça (Rm 2.5-10). 

3. O propósito do juízo final. O propósito principal do Juízo Final será mostrar a Soberania de Deus e a glória do Senhor na revelação do destino final de cada pessoa. Até a data do Juízo Final, o destino de cada ser humano está oculto, no Juízo Final esse destino será revelado, conforme a fé que cada um teve ou não. Com a publicação dessas obras, a graça de Deus será magnificada na salvação do seu povo e Sua justiça exaltada na condenação de seus inimigos. O juízo final será um evento de publicação e execução (Mt 10.26; Rm 2.5, 6).

Será o dia mais cruel de todos os tempos. Tiago escreveu: “Porque o juízo é sem misericórdia...” (Tg 2.13a). 

4. Sua localização. “...fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles” (v. 11). Este trono não está na terra, como o julgamento das nações (Mt 25.31), mas este julgamento será realizado em algum lugar no espaço, pois lemos que da presença daquele que se assenta sobre o trono, “fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles” (Ap 20.11). E enquanto o Senhor estará julgando os ímpios, a terra estará sendo consumida pelo fogo (2ª Pe 3.7). Essa descrição bíblica culmina com a destruição dos Céus e da Terra. Para apagar todos os sinais do pecado haverá a destruição de todo o universo (Is 51.6; Is 34.4). 

5. Quem será julgado. “E vi os mortos grandes e pequeno, que estavam diante do trono” (v. 12).

Todos os que mortos, é uma linguagem expressiva que refere-se a toda raça humana grandes e pequeno. Ricos e pobres, donos de títulos ou cidadãos comuns, jovens ou velhos, sadios ou doentes, capacitados ou incapacitados, famosos, ou infames, todos os que morrem sem Cristo irão ficar diante de Deus no presente julgamento. Os homens neste mundo buscam poder, posição e fama, que são coisas efêmera, mas essas coisas nada significam diante de Deus. Pecadores são pecadores, e Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34).

Todos os mortos ímpios estarão diante do Supremos Juiz para serem revelados à luz. Nada escapará daquele quem os olhos como chama de fogo. “Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser revelado” (Lc 12.2). 

6. E a morte e o inferno entregaram os mortos que estavam neles. O apóstolo João diz que: “E deu o mar os mortos que nele havia; e a morte e o inferno deram os mortos que neles havia” (v. 13a). Os ímpios sairão de todas regiões onde foram sepultados, da terra, do oceano e suas almas saíram do inferno onde estavam presos e incorporaram em seus corpos terrenos para serem julgados. “Morte e inferno” são aqui representados como tendo domínio sobre os mortos, e agora entregando, aqueles que foram detidos a eles. 

III. NESTE JULGAMENTO HAVERÁ OS SEGUINTES LIVROS 

No Juízo Final, os mortos serão julgados de acordo com as coisas escritas nos livros, isto é, segundo as suas obras: “...e abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida. E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras” (v. 12).

Os livros que formarão a base do julgamento dos que serão presentes diante deste trono são a Palavra de Deus, o “outro livro” – o Livro de Vida, e “os livros” contendo as obras de todos os que estarão diante deste trono são:

Tudo que o homem fez durante sua vida terrena, quer sejam más, quer sejam boas (2ª Co 5.10), serão julgadas no juízo final. Nesse julgamento, Deus considerará os pensamentos, as palavras, e as obras de cada membro da raça de Adão. “Todas as coisas que os homens fazem as escondidas serão um dia revelado.” (Lc 12.2). 

1. O livro da vida. “....e abriu-se outro livro, que é o da vida”.

O termo “Livro da Vida” é mencionado sete vezes no Novo Testamento. Seis delas ocorrem no livro das revelações e apenas uma na Carta do apóstolo Paulo aos Filipenses. O apóstolo Paulo escreve que os nomes de seus cooperadores no ministério do Evangelho estão escritos no Livro da Vida (Fl 4.3). Na visão de João, ele vê o livro da vida e também outros livros. Porém, há uma diferença entre o livro da vida e os livros. O livro da vida onde estão escritos os nomes dos seguidores do Cordeiro (Fl 4.3; Ap 13.8; Ap 17.8). Enquanto que “os livros”, evidentemente, representam o registro das ações dos impenitentes (cf. Dn 7.10).

Nos registros judaicos quando alguém morria, o seu nome era riscado da lista que as autoridades guardavam, e que se supunha compreender somente os nomes dos vivos (Is 4.3; Ap 21.27; cf. Dicionário Bíblico Universal).

Aqueles que professam sua fé genuína em Cristo Jesus têm os seus nomes escritos no Livro da Vida. Jesus prometeu ao vencedor: “O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas, e de modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrário, confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos” (Ap 3.5). Ter o nome escrito no “Livro da Vida” é ter garantia a sua entrada na Nova Jerusalém (Dn 12.1; Ap 21.17). Se o nome de um homem não está escrito no Livro da Vida, os registros dos livros dos feitos o condenam, e ele é lançado no lago de fogo, ou seja, quem não tiver o nome escrito no livro da vida, já está condenado. 

2. O livro da consciência - O livro onde estão escritas as obras dos homens:

Romanos 2.14-16 “Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei, 15- os quais mostram a obra da lei escrita no seu coração, testificando juntamente a sua consciência e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os, 16- no dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.”

Os judeus incrédulos serão condenados pela própria lei, pois foram agraciados por Deus pela lei escrita em pedras de tabuas e depois registrada nos livros do Antigo Testamento. Como os gentios não possuíam à lei, isto é, não tiveram acesso à lei, mas os mesmos requisitos foram escritos em seus corações. Portanto, os impenitentes também serão julgados por sua própria consciência que, embora falha, não deixará de ser um dos fundamentos do Juízo Final. 

2.1. Os pensamentos. O apóstolo Paulo escreveu dizendo que quando o Senhor vier, “não somente trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, mas também manifestará os desígnios dos corações” (1ª Co 4.5; cf. Rm 2.16).

Os desígnios do coração Paulo se referem a lei de Deus na consciência dos homens. os corações, pois Ele conhece o mais profundo do coração dos homens. A consciência é a faculdade inata no ser humano capaz de discernir entre o bem e o mal.

O livro da consciência, contêm todas as obras e pensamentos de cada ímpio e transgressor da Palavra de Deus e que não tem o sangue de Cristo entre ele e o Juiz.

Entendemos que assim o julgamento será justo, pois não admite falsas acusações de outros, maquiagem dos fatos ou apelos emocionantes. A verdadeira relação das suas obras fielmente registrada para que a punição seja justa dos que não estão em Cristo.

Todas as pessoas serão julgadas, e todas receberão de Deus o que merecem ninguém se dará por inocente diante de Deus, porque cada um será julgado de acordo com os livros citados acima. 

2.2. As palavras. “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem.” (Ef 4.29).

A palavra grega traduzida por “torpe” significa literalmente “estragada; podre”. Paulo nos exorta a não falar nenhum tipo de palavra “estragada” saia da vossa boca. Jesus foi claro ao dizer que “de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia do juízo” (Mt 12.36). Toda palavra estragada e que desagrada ao Senhor ele terá que prestar conta. 

2.3. As obras do homem. “E os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo as suas obras.” (V. 12).

Será um julgamento de obras, e isso significa que todos os que serão julgados ante este Grande Trono Branco serão condenados, pois todos são pecadores (Rm 3.9-18) que não se converterão a Cristo Jesus na sua vida terrena.

A Salvação, não é pelas obras, mas é pela graça de Cristo, que morreu em nosso lugar (Ef 2.8-9). A obra (singular) do crente será julgada no Tribunal de Cristo (cf. 1ª Co 3.13-14), referindo-se a um exame do seu serviço prestado a Cristo, para que o crente receba recompensas ou as percas. Mas os pecadores darão conta de suas “obras” (plural), referindo-se a seus pensamentos e ações serem julgados pela santa lei de Deus. As “boas obras” de um homem não podem salvá-lo, pois elas não podem comprar o perdão de sem sequer um dos seus pecados. Além disso, até mesmo a retidão do homem ou as suas boas obras são como trapo de imundície, diante um Deus triplamente santo (Is 64.6).

Todas as ações dos homens serão trazidas à luz, no julgamento final. Portanto, aqueles que estão atrás de uma religião, mas com uma máscara serão repudiados por Cristo naquele dia. Muitos que acreditam que as tradições e os dogmas da sua religião irão livrar da condenação, estarão enganados. Muitos até parecem ser cristãos, e até fizeram o trabalho de Deus, mas serão repudiados pelo grande Juiz naquele dia. Jesus declara a um grupo de religioso dizendo: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em Teu nome expulsaremos demônios? E em Teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci: apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7.21-23).

Muitas pessoas fazem coisas boas tentando merecer o céu por conta do que realizam. Essas pessoas fizeram muitas coisas boas. Expulsaram demônios, profetizaram e fizeram muitas maravilhas. Mas o Senhor que conhece as intenções dos corações irá dizer: “Nunca vos conheci: apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade” 

3. A Bíblia Sagrada. João 12.47,48 “E, se alguém ouvir as minhas palavras e não crer, eu não o julgo, porque eu vim não para julgar o mundo, mas para salvar o mundo. Quem me rejeitar a mim e não receber as minhas palavras já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último Dia.” 

Jesus não veio para condenar o mundo, mas para salvar o mundo. Ele viria para condenar os culpados em um momento futuro, ou seja, no Juízo Final. . Por isso, ele nem sequer se pronunciou decisivamente sobre a condição daqueles que o rejeitaram, mas ainda lhes deu a oportunidade de serem salvos.

A Palavra de Deus também tem o poder de nos julgar. O autor aos Hebreus escreve que a poderosa Palavra de Deus julga “os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4.12). Noutras palavras: os que optam por desconsiderar a Palavra de Deus, acabarão por experimentá-la como palavra de condenação.

Estes livros serão abertos diante deste trono (Ec 12.14; Mt 12.36; Rm 2.16; Hb 4.13; Ap 20.12, “segundo as suas obras”), e nada ficará encoberto (Mt 10.26; Lc 8.17). 

IV. OBJETIVOS DO JUÍZO FINAL 

1. Mostrar que a justiça de Deus deve ser observada e acatada por todos, através de Sua Santa Palavra.

2. Punir os que rejeitaram a Cristo Jesus e sua tão grande Salvação. Os que aceitam a Cristo Jesus são automaticamente justificados pela fé diante de Deus. Todavia, aqueles que rejeitam a Sua justiça, hão de ser lançado no lago de fogo (Ap 20.15; Mt 25.41). Jamais entraremos nos céus fiados em nossas justiças, que aos olhos de Deus não passa de trapos de imundícias (Is 64.6).

3. Destruir finalmente a personificação de todo mal. Afirma Paulo aos irmãos de Corinto que iremos julgar os anjos que acompanharam o ungido querubim em sua estúpida rebeldia contra Deus (1ª Co 6.3). Aos tais reservou o Senhor o lago de fogo (Mt 25. 41). E, assim estará sendo destruída, de uma vez por todas a personificação do mal. Conforme já vimos o diabo e seus anjos serão julgados antes da instauração do Juízo Final e hão de ser lançado no eterno tormento.

Pr. Elias Ribas Dr. em Teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

segunda-feira, 27 de março de 2023

O MILÊNIO, O REINADO DE CRISTO



“Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos” (Ap 20.5-6). 

Em Apocalipse 11.15, o anjo toca trombeta anunciando ao mundo inteiro que o Milênio irá começar: “O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes, dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos” (Ap 11.15).

Com o fim da batalha do Armagedom, se iniciará um tempo sem igual na história. Cristo implantará Seu Reino sobre toda a Terra. Todas as nações, povos e línguas estarão sob o governo do Messias (Mt 1.22-23).

O milênio não é uma fantasia nem uma criação poética. É o reino de Deus que o Senhor Jesus Cristo, juntamente Sua Igreja, implantará neste mundo logo após a Grande Tribulação. 

I. O QUE É MILÊNIO 

O termo “milênio” não aparece na Bíblia, mas provém de duas palavras latinas: “Mille” que significa “mil”, e “annum” que significa “anos”. O período de mil anos é mencionado no capítulo 20 do livro do Apocalipse. O milênio de Cristo se dará após a segunda vinda de Cristo em glória, e antes da destruição do velho céu e da velha Terra. Os crentes em Cristo devem saber que o milênio é uma doutrina essencialmente bíblica e consistentemente teológica.

O Milênio preparará a Terra para o estabelecimento do reino eterno de Cristo, conforme as promessas das Sagradas Escrituras, será o esplendoroso reinado de Cristo na Terra por mil anos (Ap 5.10; 20.4-7; Is 65.20, 20, 25; Dn 2.35, 44; Lc 1.32, 33). Ocorrerá após a volta de Jesus, (Ap 20.1-7). Trata-se de um reino literal, cujo principal objetivo é a exaltação de Jesus não somente como Messias de Israel, mas como o Desejado de todas as nações (Ag 2.7).

O milênio pode ser considerado ainda a manifestação plena do Reino de Deus na Terra. E isto nada tem a ver com a doutrina de algumas seitas que, renegam as verdades bíblicas acerca do arrebatamento da Igreja, ensinam que este mundo haverá de melhorar, pouco a pouco, até transformar-se num paraíso. 

II. QUANDO SERÁ O MILÊNIO 

1. A última dispensação. O Milênio não é ainda o fim e nem a consumação de todas as coisas. O milênio será a última dispensação na história deste mundo. O milênio também pode ser considerado ainda a “Dispensação da Plenitude dos Tempos”, quando Jesus estabelecer o Seu reino.

Muitos teólogos afirmam que a Terra foi recriado em 6 dias, de acordo com o relato de Genesis 1, e no 7º dia descansou o Senhor Deus. Afirmam também que a Terra deve durar 6 mil anos, com um dia para cada ano e no 7º será o descanso, ou seja, mil anos de paz. Passados seis mil anos após a criação de toda criação da Terra, ocorreria a Segunda Vida de Cristo a Terra, que marcaria o termino de todos os Impérios Mundiais terrenos, dando início o reino de mil anos de Cristo com Seus santos nessa terra, isso entre a Sua segunda vinda e o julgamento final, ou seja, a Terra teria uma duração de 7 mil anos e seria destruída para a criação do novo céu e da nova terra (Ap 21). 

2. A Nova Aliança durante o milênio. A Nova Aliança é um conceito teológico que se relaciona com o reinado de mil anos de Cristo, o Milênio, de acordo com a Bíblia. Esta nova aliança não é o 'Novo Testamento, como muitos dizem, trata-se de uma aliança no milênio, Deus estabelece um novo coração para Israel, uma conversão genuína e autêntica.

A obra da Nova Aliança, a morte e ressurreição de Jesus para reconciliar os corações com Deus já foi realizada na cruz do Calvário. Entretanto, Israel por ter rejeitado o Messias, ainda está separado de Cristo, portanto ainda não vimos o cumprimento completo. Veja a profecia de Jeremias 31.33 diz: “Porque esta é a aliança que farei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Na mente lhes imprimirei as minhas leis, também no seu coração as inscreverei; eu serei o Deus deles, e eles serão o meu povo.” O profeta Ezequiel 36.28 dá mais detalhes: “Vocês habitarão na terra que eu dei aos seus pais. Vocês serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.” Isaías 59.20–21 “E virá um Redentor a Sião e aos que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor. 21 Quanto a mim, este é o meu concerto com eles, diz o Senhor: o meu Espírito, que está sobre ti, e as minhas palavras, que pus na tua boca, não se desviarão da tua boca, nem da boca da tua posteridade, nem da boca da posteridade da tua posteridade, diz o Senhor, desde agora e para todo o sempre.”

Hoje, Israel está separado de Deus por ter rejeitado a Cristo, mas naquele dia eles irão reconhecer Jesus como o Messias e se converterão ao Senhor. Assim, vemos que a nova aliança será plenamente operante, demonstrando em todo o mundo, e mui particularmente na Palestina suas bênçãos, resultando em que a maioria dos homens do mundo buscarão a Deus e aprenderão a Sua justiça. 

3. O milênio será após a Grande Tribulação. No evangelho segundo Mateus, Jesus apresentou a realidade da Grande Tribulação (Mt 24.21). No verso 28, Jesus retrata o que estará acontecendo na Sua vinda usando a ilustração dos abutres atraídos pela matança, referindo ao Armagedom (Ap 19.11-21). Prosseguindo no v. 29, dá a entender que a Sua vinda será logo depois da tribulação daqueles dias. No verso 30, Ele fala de Sua vinda visível: “Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.”

O milênio terá início no final da Grande Tribulação, quando Nosso Senhor Jesus Cristo, na companhia de todos os Seus santos (Igreja e Seus anjos), houver aniquilado o dragão (diabo), o falso profeta e a besta (Anticristo), (Ap 19.11-21). O milênio, por conseguinte, dar-se-á, logicamente, depois do arrebatamento da Igreja (1ª Ts 4.16-17).

Neste período, Satanás estará amarrado até que se completem os mil anos. Em seguida, importa que ele seja solto por um pouco de tempo, até que seja definitivamente lançado no lago de fogo (inferno) (Ap 20.2, 7, 10). 

4. O milênio será último reino na Terra. “Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e esse reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos e será estabelecido para sempre. Da maneira como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem mãos, e ela esmiuçou o ferro, o cobre, o barro, a prata e o ouro, o Deus grande fez saber ao rei o que há de ser depois disso; e certo é o sonho, e fiel à sua interpretação.” (Dn 2.44,45).

Nas visões que da parte de Deus lhe foram enviadas o profeta Daniel viu uma sucessão de quatro impérios mundiais, e também a queda de todos esses reinos.

Qual o significado de que a pedra seria “cortada sem auxílio de mão”? A pedra representa Cristo (Mt 16.18), ela foi “cortada sem auxílio de mão”, ou seja, sem auxílio humano, mas pelo próprio Deus (Dn 2.45; 7.13-14). Daniel viu que este último reino a ser estabelecido na Terra é o reino de Cristo quando Ele for revelado, vindo do céu, vingando-se do Anticristo, o qual será destruído juntamente com o falso profeta e ainda efetuará o julgamento das nações (2ª Ts 2.8).

Quando Cristo voltar a Terra, Ele trará juntamente consigo os santos, revestidos de corpos gloriosos, pessoas essas que morreram em Cristo desde o tempo de Abel (Ap 1.7; Jd 14.15). Estes estarão com Cristo na administração dos reinos e governo da Terra (Ap 11.15). Os judeus perderão grande parte da população durante a Grande Tribulação (Zc 13.8-9). Tendo Cristo como seu Messias e cabeça, Israel tornar-se-á nação líder do mundo e não mais cauda. Assim sendo, os habitantes da Terra durante o milênio consistirão de salvos em Cristo. Os santos ressuscitados, os judeus que abraçaram a fé em Jesus e as nações simpatizantes.

“Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos” (Ap 20.5-6).

Há uma ideia entre o povo de Deus que a ressurreição será em só momento. Mas na realidade não será assim. A ordem é a seguinte: A primeira ressurreição é inaugurada por Jesus Cristo, que é as primícias dos que dormem (1ª Co 15.20, Cl 1.18). Seguindo a sequência os que são de Cristo por ocasião da sua vinda (1ª Co 15.23; 1ª Ts 4.16-17), e sete anos depois os mártires da Grande Tribulação (Ap 6.9-11; 20.4). Portanto, a primeira ressurreição abrange da ressurreição de Cristo, até os mártires da Grande Tribulação. Esta “Bem-aventurança” é aplicada a “ressurreição dos justos”. O bem-estar e a felicidade dos justos advêm deste acontecimento. 

5. Quem estará na Terra durante o milênio. Haverá duas classes de pessoas: 1. Glorificados, isto é, a Igreja a noiva do Cordeiro. 2. Não glorificados. Os glorificados são os crentes do AT e NT e os não glorificados são os judeus sobreviventes da Grande Tribulação, gentios remanescentes das nações e os nascidos no Milênio.

Portanto, estarão na Terra, durante o milênio, os mártires da Grande Tribulação (Ap 20.4-6; 12.15), os judeus salvos pelo Senhor na Grande Tribulação (Mt 25.34), e os gentios que houverem sobrevivido à Grande Tribulação e ao Juízo das nações (Mt 25.31-41). A Igreja, estará, juntamente com Cristo, regendo o mundo. Afinal, dele receberemos está promessa (Ap 2.26-27; Ap 5.9-13). 

III. COMO SERÁ O MILÊNIO 

1. O mundo em geral no milênio. É evidente que multidões nascerão durante o Milênio (Zc 8.4-6; Is 65.20; Mq 4.1-4). Os mortais continuarão a viver na Terra e a ter filhos durante o Milênio. Todas as nações do mundo irão a Jerusalém buscar a Lei do Senhor (Is 2:2-4; Zc 14:16-19). Durante o Milênio o mundo se encherá do conhecimento do Senhor (Is 11.9). Será um período de verdadeira paz sobre a Terra (Ap 20.1-3). O Senhor Jesus governará toda Terra (Zc 14.9) e reinará de Jerusalém (Is 2.2-5). Nesta época haverá muita fertilidade no solo (Am 9.13-14) e não haverá desertos (Is 35.1-6). Os animais selvagens voltarão a ser dóceis (Is 11.6-9; 65.25) e as armas se converterão em implementos agrícolas (Is 2.4; Mq 4.3). Haverá longevidade para os seres humanos (Is 65.20) e aumentará o índice de natalidade (Zc 8.5; 10.8). No Milênio haverá abundância de saúde (Is 33.24; 35.5-6) e muita prosperidade (Is 65.21). Neste tempo haverá abundância de salvação (Is 33.6; Zc 9.16) e paz entre as nações (Mq 14.3). Durante o Milênio haverá grande derramamento do Espírito Santo (Is 44.3; Ez 39.29; Zc 12.10). O Egito será uma nação temente a Deus e unida com Israel (Is 19.21-25). 

2. A vida espiritual durante o milênio. Milênio será um reino não só de bênçãos espirituais, como também matérias, pois a glória do Senhor encherá a Terra (Sl 72) e o Espírito Santo será derramado sobre toda a carne.

Durante o Milênio haverá grande derramamento do Espírito Santo (Is 44.3; Ez 39.29; Zc 12.10). No dia do Pentecoste Pedro declarou aos judeus dizendo: “E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos.” (At 2.17).

No dia do Pentecoste o Espírito Santo foi derramado sobre todos os que estavam reunidos em oração em Jerusalém, note que Pedro continua dizendo que a promessa do Espírito Santo também seria “para a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar.” (At 2.39).

Aos vossos filhos refere-se aos Judeus, e a todos que estão longe refere-se aos gentios. Porém, o Espírito Santo é derramado hoje somente aos que creem no Senhor e Salvador Jesus Cristo. Porém, a profecia cumpriu-se em partes, mas no milênio ela será cumprida plenamente, isto é, todos os que estiverem no milênio com Cristo Jesus serão cheios do Espírito Santo.

O mundo em si não conhece o Espírito Santo. Mas, no Milênio será diferente, todos conhecerão o Senhor e haverá santidade ao Senhor e aí vai se cumprir o que Joel profetizou (Jl 2.28-29; Is 32.15; Êx 36.27 39.22; Zc 12.10; At 2.19-20). 

3. Como será a Terra no milênio. Isaías 43.20 “Os animais do campo me servirão, os dragões e os filhos do avestruz; porque porei águas no deserto e rios, no ermo, para dar de beber ao meu povo, ao meu eleito.” 

O capítulo 43 fala da restauração da Terra no reino milenial. Os desertos desaparecerão e haverá abundancia de águas e de árvores.

Na visão de Ezequiel 47.7-10, encontramos uma descrição detalhada do rio da vida que fluirá do templo durante o milênio. As águas que saiam do templo corriam para o mar morto, transformando a água salgada em água doce. Esta água representa a cura espiritual e física que fluirá para as nações durante o reinado de Cristo.

“... para o oriente”. Ou seja, para a Palestina, os vales da Galileia e do Jordão, até o Mar Morto e dali até o Golfo de Ácabá. 

4. O conhecimento do Senhor será universal. Tal qual hoje prevalece o mal entre muitas nações que jazem nas trevas da idolatria, naquele tempo a justiça prevalecerá e todas as nações conhecerão o nome de Jeová (Ml 1.11; Is 11.9). Durante o milênio, será estabelecido um padrão divino onde os moradores da Terra adorarão o ao Rei dos reis, o Senhor dos Exércitos. 

IV. CRISTO NO MILÊNIO 

1. O reinado de Cristo. Ao soar a 7ª trombeta, o governo da Terra ficará a cargo de Cristo: O Rei dos reis e Senhor. Portanto, no Milênio, Cristo Jesus estará presente na Terra em pessoa e se assentará sobre o trono de Davi (Is 2.1-5). Ele reinará sobre toda a Terra (Sl 72.6-11; Zc 14.9). Seu reino será caracterizado por duas coisas: paz universal (Sl 72.7; Is 2.4; Mq 4.3), e justiça universal (Is 11.4-5; Jr 23.5-6). O Reino de Cristo será Universal (Is 2.2-4; 11.10-12; Zc 8.22-23; Jr 3.17; Is 60.3 e 66.20). O Senhor Jesus reinará com cetro de ferro (Ap 19.15). Julgará as nações que não andarem conforme a Sua vontade (Zc 14.17-19).

O Reino de Cristo será estabelecido na Terra e tem como finalidade estabelecer a justiça, obediência, santidade, verdade, plenitude do Espírito Santo, cumprimento da Nova Aliança, derramamento do Espírito Santo sobre toda a carne, aprisionamento de Satanás, eliminação dos ímpios, fazer com que Israel veja o Senhor em Sião, conhecimento universal do Senhor e submissão dos gentios à Cristo. 

2. Mil anos de Paz. Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vô-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” (Jo 14.27).

Hoje os esforços humanos para promover a paz entre os homens são vãos. Porém chegará o dia em que o Príncipe da Paz estabelecerá a perfeita harmonia entre as nações. Não haverá mais necessidade de forças armadas, pois Cristo será o protetor de todas as nações.

Jesus promete uma paz que vem através de Sua morte e ressureição. No milênio os homens desfrutaram de uma perfeita paz, harmonia, pois será um tempo em que o Príncipe da paz terá domínio sobre os povos. Há passagens do Antigo Testamento que narram a respeito de um período de plena paz, sob o reinado do Messias na Terra (Zc 14.9). Este será um período de paz até mesmo para os animais da terra, pois o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; o bezerro, o leão e o animal cevado andarão juntos, o leão comerá palha como o boi (Is 11.6-9).

O reinado de do Messias comandará a paz mundial, quando judeus e gentios se unirão para adorar o Senhor. 

3. A forma de governo será teocrática. A Terra nesse tempo será regida nem por monarquia nem democracia, mas sim por teocracia (Dn 7.13-14), isto é, o próprio Deus regerá o mundo na pessoa de Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo (Lc 1.32-33).

Algumas passagens das Escrituras indicam que o rei Davi, de cuja linhagem veio Jesus, segundo a carne, tomará parte no governo de Israel já restaurado servindo como príncipe ou correagente (Jr 30.9; Ez 37.24, 25; Is 2.2). Cristo também disse a seus discípulos que se assentariam em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel (Mt 19.28). 

V. A IGREJA NO MILÊNIO 

“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos”. (Ap 20.6). 

Segundo o capítulo 20 do Apocalipse, o último livro da Bíblia, os santos viverão e reinarão com Cristo durante o Milênio.

Durante o Milênio, a Igreja estará com Cristo para reinar (Ap 5.9-10; 20.4-6) com Ele sobre as tribos de Israel (Mt 19.28). Paulo confirma essa missão da Igreja durante o Milênio: “se perseveramos, também com ele reinaremos” (2ª Tm 2.12). No Milênio os remidos em Cristo tomarão parte da adoração, esse será o momento no qual a oração “venha a nós o Teu Reino” (Mt. 4.17) será respondida. Nesta época a Igreja já estará glorificada, isto é, os santos crentes estarão revestidos dum corpo como o do Senhor Jesus (Fp 3.21), que se locomove sem obstáculos e barreiras (Lc 24.30-43; Jo 20.19-27). Em Mateus 17.1-6, vemos que Moisés e Elias não estavam sujeitos às limitações físicas, da mesma forma estará a Igreja no Milênio; aliás, não só no Milênio, mas, para toda a eternidade. Nenhum mortal poderá descrever a glória futura da Igreja do Senhor, nem mesmo as imaginações mais férteis; porque são coisas que: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1ª Co 2.9). 

VI. ISRAEL NO MILÊNIO 

1. O que acontecerá com Israel? A aliança de Deus com Davi estabelecia que a linhagem de Davi nunca morreria e que o herdeiro de Davi reinaria em Israel para sempre. Os estudiosos da Bíblia concordam que Jesus cumpriu essa aliança, mas na Sua volta em glória Israel se converterá a Cristo (Ez 36.16-38; Zc 12.10-13; Rm 11.25-26). Quando eles se arrependerem o Senhor Deus os purificará, irá restaurá-los espiritualmente e porá o seu Espírito dentro deles (Ez 36.25-27).

No Milênio, todas as 12 tribos serão reunidas sob um líder. Israel (Reino do Norte) e Judá (Reino do Sul) serão um reino novamente. Zacarias diz que o Messias purificará Seu povo, chamará Israel de “meu povo” e Israel responderá: “Yahweh é meu Deus”. Todos eles serão trazidos de volta sob a dinastia davídica como nos dias antigos. Davi voltará a governar um reino e uma nação, como se o reino dividido nunca tivesse existido. Israel como nação adorará seu Messias. 

2. A sede do governo de Cristo. A capital do mundo será Jerusalém, a desprezada cidade tantas vezes pisada pelos exércitos invasores (Is 2.2). Esta cidade será totalmente restaurada cumprindo-se a visão do salmista Davi que disse: “Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado na cidade de nosso Deus, Seu santo nome, belo e sobranceiro é a alegria de toda a terra, o monte Sião para todos os lados do norte a cidade do grande Rei. Nos palácios dela Deus se faz conhecer como alto refúgio” (Sl 48.1-3).

Jerusalém será a sede do governo messiânico como também o centro de adoração divina (Zc 14.16). Jerusalém se chamará beulá, que significa “meu prazer está nela”, e Beulá significa “Desposada”, esses nomes indicam que Deus renovou seu concerto com Jerusalém tudo nos mostra que Israel sempre foi à menina dos olhos de Deus e o centro geográfico do mundo. Jerusalém não será mais chamada Shemamá (Assolada), mas Beulá, (casada) (Is 62.4).

As nações do mundo não terão supremacia, exceto Israel que será a cabeça das nações, sendo Jerusalém a capital. 

3. O território de Israel. Sabemos que a terra prometida a Abraão em Gênesis 15.18-20 e Números 34.1-12., jamais foi totalmente ocupada por esta nação, nem mesmo durante os prósperos reinados de Davi e Salomão. A concessão original estende-se do rio Egito até o rio Eufrates. As referências de Dt 11.24 e Ez 47.18 mencionam o mar Ocidental (Mediterrâneo) e o mar Oriental, que possivelmente refere-se ao Oceano Índico. 

4. A Palestina nos dias do milênio. Já antes que Israel entrasse na terra de Canaã, Deus já havia chamado de terra de trigo e cevada, figueiras e romaneiras, terra de oliveiras, de azeite e mel (Dt 8.8).

Antes de os israelitas entrarem na terra prometida, Moisés explicou as consequências da obediência e da desobediência às leis de Deus. “E será que, se diligentemente obedecerdes a meus mandamentos que hoje vos ordeno, de amar ao Senhor vosso Deus, e de o servir de todo o vosso coração e de toda a vossa alma. Então darei a chuva da vossa terra a seu tempo, a temporã e a serôdia, para que recolhais o vosso grão, e o vosso mosto e o vosso azeite.” (Dt 11.13-14). 

Assim que Israel entrou na terra prometida esqueceu-se de Deus e de Seus mandamentos e a bênção lhe foi retirada, a qual resultou na retenção das chuvas e durante séculos esta terra permaneceu abandonada, sendo verdadeiramente arruinada. Hoje pelo restabelecimento de Israel, a Palestina e o emprego de métodos modernos e científicos de agricultura, a terra está novamente florescente. As águas do Jordão foram canalizadas em direção ao sul até o deserto de Negueb, esse ermo está agora transformando em producentes fazendas de toda espécie.

As chuvas temporã e serôdias, já voltaram a regar a terra, cremos que tudo isso que está acontecendo hoje é prenúncio das bênçãos que se evidenciarão ali durante os mil anos de paz sob o regime de Jesus Cristo (Is 35.1; Ez 36.8.11). 

5. A cidade milenar. De acordo com Ezequiel 48.1-35, a repartição do território de Israel entre as doze tribos, estender-se-á do Oeste ao Leste, a partir da tribo de Dã no norte e terminando com Gade no sul. Colocada entre as tribos de Judá e Benjamim, haverá uma área conhecida como região Santa, um território de extensão. É interessante notar que as tribos de Judá e Benjamim, que eram as mais leais a Davi no tempo da divisão do reino, agora achar-se-ão em lugar mais privilegiado quanto à proximidade da região Santa. 

6. O templo de Jerusalém. O templo em Jerusalém será reconstruído (Is 44.26-28). O templo que na época da Grande Tribulação fora reconstruído, com ajuda do Anticristo, segundo Apocalipse 11.2, ficará sendo um templo profanado pelos gentios, mas no mesmo livro do Apocalipse 11.13, dá a nos entender que nessa hora o templo profanado pelo Anticristo e pelos gentios, fora destruído pelo grande terremoto que matou 7 mil homens (Ap 11.13). 

7. O culto de adoração na época do milênio. O profeta Ezequiel teve uma visão extraordinária sobre a ordem dos acontecimentos, tanto civil como religioso durante o milênio. Essa visão traz uma descrição detalhada do próprio santuário dos sacerdotes e levitas e as instruções minuciosas para os sacerdotes e ao povo, quanto ao culto celebrado a Jeová (ver Ez 40.1-44).

Sofonias 3.9 e Isaías 45.13, afirmam que no Milênio a linguagem e a adoração serão puras. A pura adoração será possível por causa da maravilhosa presença de Deus (Ez 37.27.28). 

VII. O FIM DO MILÊNIO 

O fim do milênio marcará também o fim de todas as dispensações terrestres e o fim do tempo. 

1. Satanás será solto por pouco tempo. Ap 20.7-10 “E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão, 8 E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha. 9 E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; e de Deus desceu fogo, do céu, e os devorou. 10 E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.”

Mil anos se passam entre os vs.6 e 7. Então encerrando-se a dispensação de paz sobre a Terra, o inimigo de Deus, de Cristo e dos homens será solto do poço do abismo por um pouco de tempo. 

2. Qual a finalidade de Satanás ser solto final do milênio? Mais uma vez Satanás irá promover uma rebelião de ordem mundial, e irá enganar muitos cujo número será como areia do mar. Esta será a última rebelião de proporção mundial, conhecida como Gogue e Magogue.

Depois de tanto mal e sofrimento que Satanás já fez, porque soltá-lo? Se em todos os seres humanos foram tentados na sua vida terrena, no milênio Deus irá soltar Satanás de sua prisão para tentar e provar a fidelidade de cada habitante milenar; para mostrar que o homem apesar de toda prosperidade, abundância e paz, dará ouvido ao tentador e se levantar-se-ão contra o reinado de Cristo.

Satanás será solto para provar as pessoas que nasceram durante o milênio. Para mostrar a falta de sinceridade de alguns que estarão vivendo nesta época; porque mesmo depois de um Reino tão glorioso, multidões como a areia do mar, seguirão a Satanás na primeira oportunidade. Assim como Adão e Eva pecaram no ambiente perfeito do jardim do Éden, da mesma forma uma inumerável multidão rebelará contra Cristo apesar das bênçãos advindas do Seu reinado milenial. O juízo é tão rápido quanto à rebelião das nações dos quatro cantos da Terra. A sorte destes rebeldes e de Satanás está selada nas seguintes palavras: “Mas desceu fogo do céu, e os consumiu” (Ap 20.9-10). Jesus diz que “o príncipe deste mundo já está julgado.” Isto é, Satanás será lançado no lago de fogo e enxofre para todo o sempre, onde está a besta e o Falso Profeta (Ap 20.10). De lá, jamais escapará; nunca mais tentará ninguém nem fará oposição aos planos de Deus. Satanás terá como destino final o inferno (Mt 25.41), onde será atormentado eternamente (Ap 20.10).

O livro de Apocalipse mostra que o diabo, o mundo, o anticristo, o falso profeta e todos os ímpios perecerão, mas a igreja triunfará. 

VIII. O MILÊNIO TERMINARÁ QUANDO CRISTO ENTREGAR O REINO AO PAI 

“Depois, virá o fim, quando tiver entregado o Reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo império e toda potestade e força” (1ª Co 15.24).

O apóstolo Paulo explica que o fim virá quando Cristo entregar o reino a Deus Pai, depois de ter destruído todo domínio, toda autoridade e todo poder. O último inimigo a ser destruído é a morte. 

Deus havia dito a Noé que nunca mais destruiria a terra por água e essa promessa Deus tem cumprido à risca. Portanto, esta vez a destruição será pôr fogo como Pedro o revela em 2ª Pe 3.7.12.

Assim como os salvos da época antediluviana foram guardados dentro da arca, assim Deus guardará redimidos desta dispensação milênial enquanto a terra é renovada pôr fogo (Is 51.16).

Pr. Elias Ribas Dr. em Teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

O JULGAMENTO DOS ANJOS CAÍDOS

 


1ª Coríntios 6.3 “Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?” 

Tendo como base na teologia paulina, que vai haver um tribunal celestial onde os anjos serão julgados. É certo que, estes anjos que sentarão no banco dos réus, serão os anjos caídos, isto é, os demônios serão julgados por sua escolha em seguir a Satanás e virar as costas para Deus.

Originalmente todos os anjos foram criados perfeitos e sem pecado. Eles foram criados plenamente estabelecido pelo caráter de Deus que é absolutamente santo (Ap 15.3-4).

Os anjos caídos são basicamente criaturas que se rebelaram junto com Lúcifer contra Deus, desistiram de seguir o caminho virtuoso. Por isso, se tornaram anjos maus ou demônios.

A maioria dos teólogos afirmam que a queda dos anjos aconteceu antes da criação citada em Gn 1.2, entre os vs. 1e 2; que foi esta queda que fez a criação original tornar-se “sem forma e vazia” (Gn 1.1).

Segundo alguns eruditos a queda de Satanás e seus anjos tem como base bíblica nos profetas Ezequiel 28.12-17e Isaías 14.12-14. Destas passagens, podemos deduzir que Satanás era, no princípio, o querubim da guarda, o ungido, o sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura. Ele vivia no Éden, um jardim mineral. Ocupava uma posição sobre as demais criaturas celestiais. Ao criar os anjos Deus deixou o livre arbítrio, ou seja, tinham vontade própria, capacidade de pecar e a capacidade de não pecar. Lúcifer também tinha uma vontade com a qual ele podia escolher livremente.

Lúcifer, como Adão, tinha uma decisão a tomar. Ele poderia aceitar que Deus era Deus ou poderia decidir escolher que ele seria o deus para si mesmo.

A queda dos anjos foi lidera por Lúcifer, uma revolta deliberada contra o seu Criador. Embora apontado e designado para ser guarda do trono de Deus (conf. Ez 28), aspirou a posse de um trono para ele mesmo, e governar sobre “as estrelas de Deus”, isto é, os anjos (Jó 38.7; Jd 13; Ap 12.3-4).

Por causa da desobediência os anjos perderam sua santidade original e se tornaram corruptos na sua conduta (Mt 10.1; Ef 6.11-12; Ap 12.9), se tornaram ímpios e pecadores.

Os anjos foram levados a duvidar da bondade e amor de Deus, presumindo o “novo líder” superior, como aconteceu ao primeiro casal humano.

A ambição e o desejo de possuir aquilo que não era seu, levou Satanás a ruína. De qualquer forma foi o egoísmo, descontentamento com aquilo que ele tinha e o desejo ardente de conseguir tudo o qualquer outro tivesse. Sem dúvida a queda de Satanás foi também a queda dos outros. Por isso diz o apóstolo João no livro das revelações: “E a sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu e lançou-as sobre a terra...” (Ap 12.4).

A terça parte dos anjos foram seduzido por Lúcifer, tornando se rebeldes ao Criador. Porém o fim deles será de condenação. O apóstolo Pedro descreve o destino deles. O juízo de Deus sobre eles não tarda para destruí-los. “Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno, os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo! (2ª Pe 2.4). Sobre esse assunto, devíamos usar uma passagem similar de Judas 6 que diz: “E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão, e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia”.

Pedro e Judas tinham os mesmos anjos em vistas. Nem Pedro nem Judas falam da natureza do pecado dos anjos. Segundo Judas, os anjos não conservaram suas posições de autoridade, mas abandonaram sua própria morada. A queda dos anjos é descrita como abandono de suas funções nos céus, seu lar original. Como punição para este pecado, Deus os lançou no inferno. Inferno do hebraico Sheol, do grego hades, que significa: lugar de suplício, penas e açoites.

“Precipitando-os no inferno”. É uma única palavra em grego tartaroo, que ocorre somente aqui, e que significa “lançar dentro; manter cativo”.

Na mitologia grega, tartaroo, designava a área mais profunda do hades, reservado para a punição dos deuses desobedientes. Pedro usa essa expressão para designar a ideia de que os anjos caídos agora estão na prisão de trevas e morte, separados da divina fonte de vida.

No mundo antigo, os presos eram geralmente forçados a trabalhar e em muitos casos ficavam aguardando o julgamento em execução da pena já sentenciada contra eles (Lv 24.10-12; Nm 15.32-36). De acordo com Pedro, os anjos caídos estão encarcerados em trevas espirituais, no reino dos mortos esperando a execução de sua sentença. Eles já foram julgados. Embora uma parte dos demônios estão livre e ativos no mundo dos humanos (1ª Pe 5.8; Jd 9) sob o comando de seu líder Satanás.

O tempo quando os anjos serão julgados, nos parece que ocorrerá depois da volta em Cristo em Glória, depois do reino milenar de Cristo. Esse julgamento será para os anjos caídos. Satanás e algumas de suas hostes estão em liberdade para operarem os seus desígnios, dentro dos limites estabelecidos por Deus.

Satanás será primeiramente algemado no início do Milênio e então, no final de mil anos ele será solto por um pouco de tempo, e por fim será lançado no lago de fogo.

É claro que o Milênio não é o estado final. Os mil anos que Satanás passará no abismo não produzirão nenhuma mudança em seu caráter maligno. A Bíblia ensina que, terminado o Milênio, Satanás será solto de sua prisão por algum tempo (Ap 20.3, 7-10).

A Igreja fará parte desse julgamento. A Bíblia assegura que Deus é o juiz do mundo (Sl 96.13; At 17.31; Ap 20.11-15), até mesmo dos anjos maus (2ª Pe 2.4; Ap 12.9). Por que, então, Paulo afirma que os cristãos serão os juízes do mundo e dos anjos?

Na teologia paulina, ele nos ensina sobre o juízo arbitral da Igreja (6.1-6). Sabemos que por nós mesmos não temos qualquer condição de nos colocar na posição de juízes. Somos apenas os instrumentos mediante os quais Deus executa o Seu julgamento. Não competirá a nós tomar as decisões finais.

A Bíblia afirma quando Cristo voltar estaremos como Ele, ou seja, participaremos com Ele do grande julgamento, pois estaremos na posição de perdoados, de justificados. O que Paulo está dizendo, que em virtude do relacionamento com Cristo, os crentes julgaram o mundo e os anjos juntamente com Ele, isto é, Igreja está unida ao grande Juiz de toda terra por isso estaremos juntos nesse julgamento.

Depois deste julgamento (1ª Co 6.3), serão lançados no lago de fogo (Mt 25.41-46; Jd 6; 2ª Pe 2.4) e logo após o julgamento dos anjos caídos acontecera o juízo do Grande Trono Branco e da destruição do antigo céu e Terra.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

sábado, 11 de fevereiro de 2023

O JULGAMENTO DAS NAÇÕES

 


Mateus 25.31,32 “E, quando o Filho do Homem vier em sua glória, e todos os santos anjos, com ele, então, se assentará no trono da sua glória; 32- e todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas. 33- E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. 34- Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo; 35- porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; 36- estava nu,e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me. 37- Então, os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? 38- E, quando te vimos estrangeiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? 39- E, quando te vimos enfermo ou na prisão e fomos ver-te? 40- E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes. 41- Então, dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; 42- porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; 43- sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e estando enfermo e na prisão, não me visitastes. 44- Então, eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão e não te servimos? 45- Então, lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando o a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim. 46- E irão estes para o tormento eterno, mas os justos, para a vida eterna.” 

Após a vinda de Jesus em glória (Ap 19.11-21) e a derrota final do Anticristo e do Falso profeta no Armagedom (Ap 19.11-21), Satanás será preso por mil anos e lançado no abismo (Ap 20.1-3). Portanto, ao findar os sete anos da Grande Tribulação, ou seja, a última semana do profeta Daniel (9.25-27), dar-se-á o julgamento das nações, e sequenciado pelo Milênio. O alvo imediato desse julgamento será pôr fim à guerra de rebeldia instalada de ordem mundial, e trazer a ordem ao mundo (Ap 16.12-21; 19.11-21). Então assentar-se-á como Rei e Juiz, em glória e poder e todos os povos comparecerão perante Jesus.

Este julgamento será para todas as nações, ou seja, o restante dos povos que não morreram na Grande Tribulação. Esse julgamento, não é o julgamento do “Grande Trono Branco” o “O Juízo Final” de Apocalipse 19 e sim daqueles “ …que restaram de todas as nações que vieram contra Jerusalém …” (cf Zc 14.16), mas que, sem dúvida, incluirá também aquelas nações que durante séculos reconheceram Israel como nação do Senhor (Sl 122.6; Mt 25.40).

Mateus é um julgamento dos vivos; Apocalipse é um julgamento dos mortos. O julgamento de Mateus acontecerá antes do milênio e Apocalipse depois do milênio. O julgamento de Mateus será na terra, porém, Apocalipse será no espaço. Em Mateus Jesus fala de grupos, a saber: ovelhas, bodes e irmãos presentes. Apocalipse só os perdidos. Em Mateus, será um julgamento coletivo. Apocalipse será um julgamento individual. Em Mateus sem ressurreição exceto dos mártires da Grande Tribulação. Em Apocalipse após a segunda ressurreição.

Esse primeiro julgamento de Mateus 25.31-46 objetiva selecionar as nações que ingressarão no Milênio, ou seja, as que farão parte no reino milenar de Cristo. Vejam: “Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o REINO que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25.34). O segundo julgamento de apocalipse 20.11-15, será um julgamento para pôr fim toda a maldade do universo e estabelecer o estado eterno.

Neste julgamento, estarão os judeus e as nações da terra. Segundo Mateus 25.33, as nações serão separadas em dois grupos. As ovelhas e os bodes. E então o Senhor porá as ovelhas à sua direita (aqueles que apoiaram Israel na Grande Tribulação), mas os bodes à esquerda (os inimigos de Israel no governo do Anticristo). Jesus destruirá os bodes com Sua espada (Ap 19.19-21): “reis da terra e seus exércitos” são os bodes referidos em Mateus. Serão colocados pelo Senhor Jesus à sua esquerda, e lançados para o fogo eterno.

As “ovelhas” representam uma classe de nações e os “cabritos” representam outra classe. Os “irmãos” de Jesus (segundo a carne), na opinião de eruditos, são os judeus. A base do julgamento será então a maneira pela qual essas nações trataram Israel (Mt 10.6; Jo 1.11; Rm 9.5). O propósito é determinar quem entrará no Reino de Deus (Dn 7.9-14-22; Ap 11.15) e a dar aos mansos a terra como prometido (Sl 37.11; Mt 5.5). Este princípio de relações divinas com as nações foi estabelecido há muitos séculos passados, na ocasião do pacto com Abraão; “abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem” (Gn 12.1-3). Essa promessa refere-se não somente a Abraão. Como também à sua posteridade. 

O remanescente de Israel será salvo. Há uma promessa de Deus, que um remanescente de Israel seria preservado para salvação nos últimos dias pela graça maravilhosa de Deus. “E também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Deus para os tornar a enxertar. Porque, se tu foste cortado do natural zambujeiro e, contra a natureza, enxertado na boa oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão enxertados na sua própria oliveira! Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: De Sião virá o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades. E este será o meu concerto com eles, quando eu tirar os seus pecados.” (Romanos 11.23-27)

Segundo o novo comentário bíblico do Antigo Testamento a palavra remanescente significa sobrevivente, estes são aqueles que no momento do cerco do Anticristo foram salvos milagrosamente quando o Senhor Jesus vem em glória e Seus pés repousam sobre o monte das oliveiras e monte de abre no meio e os judeus escapam por esta fenda aberta.

Os judeus rejeitaram ao Senhor quando veio ao mundo como Messias (Jo 1.11-12). Porém, mediante a promessa feita, o Senhor resolveu salvar a Israel considerado o filho pródigo, que não quis participar da festa do Pai (Lc 15.25-32). Nesse dia Israel vai entrar para festa do Reino, porque reinará com o Senhor por mil anos na Terra.

Quando a plenitude dos gentios se cumprir, Deus voltará a tratar com Israel. A rejeição de Israel é parcial e temporária. Por isso que afirmamos que Israel continua sendo povo de Deus. O apóstolo prevê a salvação em massa dos judeus (11.26,27), quando o Messias voltar (Ap 1.7), algo também previsto pelos profetas do Antigo Testamento (Is 59.20; Zc 12.10).

Para o povo judeu será um grande e aguardado momento, quando o Senhor cumprirá Sua promessa de reino eterno, feita a Abraão, e confirmada a Davi. A promessa diz que nunca faltaria sucessor em seu trono.

O remanescente de Israel será então recolhido de entre as nações em toda terra e o reino milenial de Cristo terá início, em que Israel será “a cabeça” e não a “cauda” entre as nações. O resto das nações (as ovelhas), reconheceram a Deus e ao lado do povo israelita honrarão ao Senhor (Zc 14.16).

Naturalmente, conforme já notamos, a salvação do povo de Israel será uma prioridade máxima, uma vez que esse país já terá retornado no plano divino. O evento do retorno do Senhor resultará na volta do povo judeu ao Seu Deus, em tristeza e arrependimento.

A vinda gloriosa de Cristo resultará no estabelecimento de um reino mundial de retidão, chamado de milênio ou reino milenar (mil anos de justiça e paz sobre a terra). Este governo de Cristo será mundial e ainda antes do Juízo Final. Aqui também se cumpre o sonho dado a Nabucodonosor em sua íntegra, onde os pés de ferro e barro são esmiuçados, cumprindo-se espetacularmente mais uma profecia (Dn 2.44-45).

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC