TEOLOGIA EM FOCO

terça-feira, 4 de agosto de 2020

NEEMIAS RECONSTRÓI OS MUROS DE JERUSALÉM


LEITURA BÍBLICA

Neemias 1.1-4 “As palavras de Neemias, filho de Hacalias. E sucedeu no mês de quisleu, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a fortaleza, 2 - que veio Hanani, um de meus irmãos, ele e alguns de Judá; e perguntei-lhes pelos judeus que escaparam e que restaram do cativeiro e acerca de Jerusalém. 3 - E disseram-me: Os restantes, que não foram levados para o cativeiro, lá na província estão em grande miséria e desprezo, e o muro de Jerusalém, fendido, e as suas portas, queimadas a fogo. 4 - E sucedeu que, ouvindo eu essas palavras, assentei-me, e chorei, e lamentei por alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus.”

Neemias 2.1-9 “Sucedeu, pois, no mês de nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, que estava posto vinho diante dele, e eu tomei o vinho e o dei ao rei; porém nunca, antes, estivera triste diante dele. 2 - E o rei me disse: Por que está triste o teu rosto, pois não estás doente? Não é isso senão tristeza de coração. Então, temi muito em grande maneira, 3 - e disse ao rei: Viva o rei para sempre! Como não estaria triste o meu rosto, estando a cidade, o lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e tendo sido consumidas as suas portas a fogo? 4 - E o rei me disse: Que me pedes agora? Então, orei ao Deus dos céus 5 - E disse ao rei: Se é do agrado do rei, e se o teu servo é aceito em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a edifique. 6 - Então, o rei me disse, estando a rainha assentada junto a ele: Quanto durará a tua viagem, e quando voltarás? E aprouve ao rei enviar-me, apontando-lhe eu um certo tempo.  7 - Disse mais ao rei: Se ao rei parece bem, deem-se-me cartas para os governadores dalém do rio, para que me deem passagem até que chegue a Judá; 8 - como também uma carta para Asafe, guarda do jardim do rei, para que me dê madeira para cobrir as portas do paço da casa, e para o muro da cidade, e para a casa em que eu houver de entrar. E o rei, mas deu, segundo a boa mão de Deus sobre mim. Deus sobre mim. 9 - Então vim aos governadores dalém do rio, e dei-lhes as cartas do rei. E o rei tinha enviado comigo chefes do exército e cavaleiros.”

INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos como os muros de Jerusalém foram levantados, e como Deus levantou o homem certo para executar esta obra. A obra era de Deus, o qual, como dono da obra, providenciou tudo que era necessário para a sua realização, desde a autorização do rei para o envio de Neemias, até os recursos para custear a construção.
- A reconstrução do templo de Jerusalém é resultado de um avivamento espiritual.

I. DEUS RESPONDE ÀS ORAÇÕES DE NEEMIAS

1. Deus envia emissário a Neemias. Deus enviou emissário para informar Neemias acerca da situação reinante em Jerusalém. Esta pessoa foi Hanani, irmão de Neemias (Ne 1.2). Hanani contou como os judeus, que haviam retornado a Judá após o cativeiro, estavam em grande miséria. Muros fendidos, e portas queimadas a fogo, eram símbolo de miséria e de desprezo, e faziam dos moradores da cidade vítimas fáceis de assaltantes (Ne 1.3).

2. Neemias, angustiado, jejua e ora. Deus despertou em Neemias uma profunda angústia pela situação de seu povo, que morava em Judá. Neemias começou a jejuar e a orar. A oração inicial de Neemias está registrada em Neemias 1.5-11. Iniciou seu período de oração no mês de quisleu (dezembro), e Deus, que ouve as orações, fez a resposta chegar no mês de nisā (março) (Ne 2.1).

3. Deus responde às orações de Neemias. Como resposta às orações de Neemias, Deus despertou o rei para assumir a responsabilidade do empreendimento. Neemias era copeiro do rei. Certo dia ele apresentou-se diante do rei com semblante triste. Interrogado acerca do motivo de sua tristeza, Neemias relatou a situação da cidade de Jerusalém e de seu povo que ali vivia (Ne 2.2-3). Por inspiração de Deus, o rei perguntou a Neemias: “Que me pedes agora?” (Ne 2.4). Neemias orou ao Deus do céu para que pudesse responder ao rei dentro da direção de Deus. Em um momento, Neemias teve sua chamada para ir a Jerusalém confirmada, e respondeu ao rei: “Peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a edifique” (Ne 2.5).

4. Deus despertou o rei a atender o pedido de Neemias. Neemias recebeu carta do rei dirigida aos governadores da região e ainda uma carta com ordem para que o necessário para a construção fosse dado a Neemias. Tudo segundo a boa mão de Deus sobre Neemias (Ne 2.8). Deus é verdadeiramente o Deus daquilo que é impossível aos homens.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO

“Deus trabalha por intermédio de seu povo para realizar até mesmo tarefas consideradas humanamente impossíveis. Ele costuma moldar as pessoas com características de personalidade, experiências e treinamento de modo a prepará-las para o seu ministério, e essas pessoas não costumam sequer ter ideia do que Deus tem reservado para elas. Deus preparou e posicionou Neemias para realizar uma dessas tarefas ‘impossíveis’ da Bíblia. Neemias era um homem comum em uma posição especial. Ele estava seguro na condição de bem-sucedido copeiro do rei Artaxerxes, da Pérsia. Neemias possuía pouco poder, mas grande influência.

Setenta anos antes, Zorobabel havia planejado a reconstrução do Templo de Deus. Treze anos haviam se passado desde o retorno de Esdras a Jerusalém, que havia ajudado o povo em suas necessidades espirituais. Agora Neemias era necessário.

Do início ao fim Neemias orou pedindo a ajuda de Deus. Ele nunca hesitou em pedir que Deus se lembrasse dele, encerrando sua autobiografia com as seguintes palavras: ‘Lembra-te de mim, Deus meu, para o bem’. Durante a ‘impossível’ tarefa, Neemias demonstrou uma capacidade de liderança incomum. Os muros ao redor de Jerusalém foram reconstruídos em tempo recorde, a despeito da resistência e da oposição dos inimigos. Até mesmo os inimigos de Israel admitiram, de má vontade e com temor, que Deus estava com esses construtores. Não apenas isto, mas Deus trabalhou através de Neemias para realizar um despertamento espiritual entre o povo judeu.

Talvez você não tenha as habilidades específicas de Neemias ou até mesmo pense que está em uma posição onde nada pode fazer para Deus; mas existem duas formas através das quais você pode ser útil ao Senhor. Primeiro, seja uma pessoa que fala com Deus. Permita que Ele entre em sua vida e compartilhe-a com Ele — suas preocupações, seus sentimentos e seus sonhos. Segundo, seja uma pessoa que anda com Deus. Coloque em prática aquilo que você aprende nas Escrituras Sagradas. Deus pode ter uma missão ‘impossível’ para realizar através de sua vida” [Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 670].

II. NEEMIAS CHEGA A JERUSALÉM (Ne 2.7-11).

1. Neemias faz levantamento da real situação dos muros. Saiu à noite na companhia de poucos homens, sem dizer a ninguém qual era seu objetivo em Jerusalém (Ne 2.12-16).

2. Neemias declara sua intenção de reedificar os muros. Tendo-se inteirado da verdadeira situação dos muros de Jerusalém, Neemias convocou os judeus, os nobres, os magistrados e todos os que faziam a obra, a juntos reedificarem os muros, para que não mais estivessem em opróbrio, declarando-lhes como a mão de Deus lhe fora favorável, como também as palavras do rei. Então disseram todos: “Levantemo-nos, e edifiquemos. E esforçaram as suas mãos para o bem” (Ne 2.17-18).
Com a bênção de Deus e a permissão do rei, Neemias chegou até a cidade de Jerusalém.

SUBSÍDIO BÍBLICO

“Embora Neemias tivesse chegado como governador, com plena autoridade do Império Persa, não fez nada durante três dias e nem contou a ninguém os planos que Deus lhe confiara.

Sem dúvida, ele estava esperando em Deus, ao invés de precipitar-se, confiando na sua própria capacidade. Passou, então a fazer uma inspeção cautelosa e cuidadosa nos danos causados nos muros pelos samaritanos e, por certo, calcular as despesas. É muito importante observar que, em vez de criticar os judeus pelos seus problemas e tristezas, ele queria ver esses problemas como eles viam. Daí, ele nada fala, enquanto não compreendesse a situação segundo a sua perspectiva, sentindo o que eles sentiam” [Bíblia de Estudo Pentecostal. 1ª. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.731].

III. NEEMIAS INICIA O LEVANTAMENTO DOS MUROS

1. O plano de Neemias. Ver capítulo 3. Neemias dividiu a tarefa de construção em partes, tendo cada parte uma porta. Simultaneamente, lado a lado, haveria pessoas encarregadas de levantar o muro ao longo de toda a sua extensão, muitas delas edificando o pedaço do muro que ficava em frente à sua própria casa. Havia também grupos encarregados de levar entulho, trazer material, etc. O coração do povo se inclinou a trabalhar (Ne 4.6). E logo já era possível notar que os muros cresciam e as roturas começavam a ser tapadas (Ne 4.7).

2. A tática de Neemias. A tática de Neemias de engajar todos os judeus na obra de edificação do muro é um exemplo muito importante a ser seguido pelas igrejas em seu trabalho de evangelização. Neemias tinha um plano que aproveitava todos os que quisessem trabalhar, designando a cada um à sua função. Assim também o pastor da igreja deve, na direção do Espírito Santo, orientar os crentes a entregarem-se a Deus para realizarem a obra do Senhor. Trabalhar para o Senhor enche o coração dos crentes de grande alegria.

3. A união dos judeus ficou ameaçada. Apesar da boa organização, a união necessária para a realização daquela grande obra estava ameaçada. Surgiu um problema entre os pobres e os ricos. Neemias tomou conhecimento do problema e sabiamente o resolveu, e a obra prosseguiu. Este tópico será retomado na lição número 8.

Neemias, cheio de fé e coragem inicia o levantamento dos muros.

SUBSÍDIO BÍBLICO

“Neemias convocou uma assembleia com os líderes judeus. Ele lhes contou como Deus o tinha convocado para realizar essa missão, e como o Senhor tinha agido sobre o rei para que o ajudasse, não apenas ao dar-lhes a autoridade como governador, mas também ao tornar disponíveis a ele os materiais necessários para realizar o trabalho. Este fervoroso apelo recebeu uma resposta rápida. Impressionados com o zelo de Neemias, os líderes judeus responderam imediatamente. Levantemo-nos e edifiquemos. Assim, foi preparado o cenário para um notável feito a ser realizado” [Comentário Bíblico Beacon. Vol. 2. Rio de Janeiro: CPAD, 2014, pp. 514-15].

IV. O LEVANTAMENTO DOS MUROS PROVOCOU GRANDE OPOSIÇÃO

1. O início da obra. Iniciada a edificação dos muros, Sambalate e Tobias indignaram-se grandemente, e usaram várias estratégias para fazerem parar a obra. Todavia, Neemias e seus liderados, ajudados pelo Senhor, conseguiram vencer todos os obstáculos que se levantaram, e trabalharam sem cessar até à conclusão do muro. As diferentes formas de ataque dos inimigos dos judeus, e como Neemias conseguiu vencê-los, será assunto da Lição 9 deste trimestre.

2. O muro foi concluído (Ne 6.15). Esta vitória teve grande repercussão. Até os inimigos tiveram de reconhecer que “O NOSSO DEUS FIZERA ESTA OBRA” (Ne 6.16).

Os inimigos se levantaram para impedir a construção dos muros.

SUBSÍDIO BÍBLICO

“Os inimigos do pequeno remanescente dos judeus opunham-se à reconstrução dos muros de Jerusalém. Neemias e o povo foram alvos de zombaria, de ameaça de uso da força, de desânimo de medo. O capítulo três do livro de Neemias revela como se pode vencer a oposição à obra de Deus.

(1) A zombaria foi vencida pela oração e determinação.

(2) A ameaça da força foi vencida pela oração e apropriadas medidas de segurança.

(3) O desânimo e o medo foram vencidos pela fé dos dirigentes piedosos, pelo seu incentivo” (Bíblia de Estudo Pentecostal. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p.733).

V. O MURO FOI SOLENEMENTE INAUGURADO

1. Inauguração do templo. Para a dedicação dos muros foram convocados todos os levitas, a fim de dedicarem os muros com alegria, com louvores, com canto, com saltério, com alaúdes e com harpas (Ne 12.27). Purificaram-se os sacerdotes e os levitas, e logo purificaram todo o povo, e as portas, e o muro (Ne 12.30).

2. O louvor e Adoração. O ato de dedicação incluiu duas procissões ao longo dos muros, as quais pararam diante da Casa de Deus, onde houve sacrifícios (Ne 12.30,38,40). A alegria de Jerusalém era tão grande, que o som da festa podia ser ouvido de longe (Ne 12.43).

3. Os inimigos se levantaram para impedir a construção dos muros.
“Os inimigos do pequeno remanescente dos judeus opunham-se à reconstrução dos muros de Jerusalém. Neemias e o povo foram alvos de zombaria, de ameaça de uso da força, de desânimo de medo. O capítulo três do livro de Neemias revela como se pode vencer a oposição à obra de Deus.
(1) A zombaria foi vencida pela oração e determinação.
(2) A ameaça da força foi vencida pela oração e apropriadas medidas de segurança.
(3) O desânimo e o medo foram vencidos pela fé dos dirigentes piedosos, pelo seu incentivo” [Bíblia de Estudo Pentecostal. 1ª. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1995, p. 733].

VI. OS MUROS TRAZEM ENSINO SIMBÓLICO IMPORTANTE

1. A Bíblia fala da salvação como um muro. “Aos teus muros chamarás salvação, e às tuas portas louvor” (Is 60.18). E ainda, “Uma forte cidade temos, a quem Deus pôs a salvação por muro e ante muros” (Is 26.1).

2. A salvação traz o avivamento. O muro da salvação fala da divina proteção que beneficia aqueles que se abrigam dentro dele. Observamos que o levantamento dos muros foi resultado de um despertamento. O crente despertado sente uma imperiosa necessidade de conservar-se dentro dos muros de salvação, onde ele é protegido pela excelente grandeza do poder de Deus. E pode dizer como Paulo: “Eu sei em quem tenho crido, e estou certo que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia” (2ª Tm 1.12).

3. O muro da salvação é uma permanente linha divisória entre o reino de Deus e o reino deste mundo. Fronteiras deste mundo foram muitas vezes alteradas, porém a fronteira entre o reino da Luz e o reino das Trevas continua inalterada. A Bíblia diz: “Eu, o Senhor, não mudo” (Ml 3.6). O reino de Deus e o reino deste mundo são inteiramente irreconciliáveis. “Que comunhão tem a luz com as trevas?” (2ª Co 6.14). “Ninguém pode servir […] a Deus e a Mamom” (Mt 6.24).

O fato de o muro da salvação ser uma divisa entre o reino de Deus e o mundo, não significa que há uma “proibição” pela qual o crente não tem “direito” de fazer o que quer. O crente é livre! Todavia, a mesma linha divisória representada pelo muro da salvação, passa também DENTRO DO NOSSO CORAÇÃO! Por isso Paulo escreveu: “A não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo” (Gl 6.14). E podemos, assim, fazer nossas as palavras de Paulo: “O que para mim era ganho, reputei-o perda por Cristo!” (Fp 3.7). Finalmente, a salvação transforma o crente de tal forma que ele começa a querer aquilo que o Senhor quer, e passa a orar: “Seja feita a TUA vontade” (Mt 6.10). O segredo de uma vida cheia do Espírito Santo é: “Quem crer em mim COMO DIZ A ESCRITURA, rios de água viva correrão do seu ventre” (Jo 7.38).

CONCLUSÃO
- O resultado da conclusão da obra foi muito maior do que poderiam imaginar Neemias e o povo judeu. Ao saberem todos os gentios que a obra fora concluída em prazo tão exíguo, abateram-se em seus próprios olhos, porque reconheceram que Deus fizera aquela obra (Ne 6.16).

- Sem ir ao vale do Ono, sem temer pela sua própria vida, sem se distrair com as diversas artimanhas do inimigo, Neemias concluiu a obra e a conclusão da obra, a realização da vontade do Senhor trouxe a paz que se prometia na descida ao vale do Ono e, mais do que isto, trouxe a glorificação do nome do Senhor, pois foram os gentios que reconheceram que a obra se fez por Deus e não pelos judeus nem tampouco por Neemias.

- É isto que temos de entender enquanto estamos sobre a face da Terra fazendo a obra do Senhor. Não podemos titubear, nem deixar nos enganar pelo inimigo de nossas almas, que sempre está a se opor ao que fazemos para Deus. Temos de prosseguir realizando aquilo que Deus nos mandou, sem vacilação, numa constante vigilância, com amor e dedicação, em oração e meditação nas Escrituras. Quando a obra se concluir, os homens saberão que foi Deus quem o fez e o glorificarão por causa de nossas boas obras.

- Muitos, no entanto, não compreendem esta situação e se embaraçam com as coisas desta vida, inquietam-se com os movimentos do inimigo e deixam de fazer a obra de Deus que, desta maneira, não é concluída.

- Deus é quem faz a obra, Ele é que será glorificado, mas depende de nossas mãos para que ela se realize. Sem que nos disponhamos a realizar a obra, ela não se fará e o nome do Senhor não será glorificado.

- Muitos, ainda, diante da pressão externa, atemorizam-se e fogem, deixando de fazer a obra. Nestes casos, também, a obra não será feita e o resultado é que o nome do Senhor também não é glorificado.
- Outros, por fim, no meio da obra, dela se desviam, passam a trabalhar contra ela, por amor do dinheiro e seduzidos pelas ofertas apresentadas pelos inimigos. Estes, além de não poderem impedir a obra de ser realizada, em vão buscarão uma glória própria, pois a obra de Deus somente permite a glorificação do Senhor.

- Todos têm se unido contra Deus e o Seu Cristo (Sl 2.1-3) e parece mesmo que não há mais condições para que a Igreja, que é o corpo de Cristo, possa subsistir. No entanto, diz-nos o texto sagrado, que “Aquele que habita nos céus Se rirá; o Senhor zombará deles. Então lhes falará na Sua ira, e no Seu furor os confundirá” (Sl 2.4,5). Estamos, ainda, no tempo da graça, não é momento ainda da manifestação da ira divina, que somente se iniciará com o arrebatamento da Igreja.

- Assim, o que nos resta a fazer? O salmista mesmo responde: “Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra. Servi ao Senhor com temor, e alegrai-vos com tremor. Beijai o Filho, para que Se não ire, e pereçais no caminho, quando em breve se inflamar a Sua ira; bem-aventurados todos aqueles que n’Ele confiam” (Sl 2.10-12).

- Diante desta grande “conspiração” do inimigo contra nós, os que estamos a edificar, com o Senhor Jesus, a Sua Igreja, sejamos prudentes e aprendamos com o Senhor Jesus. Sirvamos a Ele e O adoremos, cumprindo a Sua vontade e, assim como Neemias e os judeus concluíram a obra da reedificação de Jerusalém, também concluiremos as nossas tarefas e alcançaremos a bem-aventurança eterna por termos confiado no Senhor. Amém!


BERGSTÉN Eurico. Neemias reconstrói os muros de Jerusalém. Lições Bíblicas do 3° trimestre de 2020 - CPAD.

COMO VENCER EM TEMPO DE CRISE



2º Crônicas 7.12-16 “E o Senhor apareceu de noite a Salomão, e disse-lhe: Ouvi a tua oração, e escolhi para mim este lugar para casa de sacrifício. 13 - Se eu fechar os céus, e não houver chuva; ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra; ou se enviar a peste entre o meu povo; 14 - E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. 15 - Agora estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração deste lugar. 16 - Porque agora escolhi e santifiquei esta casa, para que o meu nome esteja nela perpetuamente; e nela estarão fixos os meus olhos e o meu coração todos os dias. Deus está falando do seu povo, um povo que o conhece e que sabe o Seu nome, Ele não está falando de um povo que o chama “o cara lá de cima, o homem lá de cima ou aqueles que o chama de João, Maria, Aparecida, Pedro, Paulo, Jeremias ou outro qualquer”.

ESBOÇO DE 2º Crônicas 7
1. Deus dá testemunho da oração de Salomão (vs. 1-3).
2. Sacrifícios de Salomão (vs. 4-11).
3. Deus aparece para Salomão (vs. 12-22).

INTRODUÇÃO
- Deus aparece a Salomão pela segunda vez (11, 22). Depois desta ocasião de revivificação espiritual, durantes as vigílias da noite, Deus aparece outra vez a Salomão e faz-lhe promessas, mas condicionais.

- A visão segue a obediência; os que agradam a Deus o verão e ouvirão. A manifestação teve três propósitos:
1. Asseverar a Salomão que sua oração fora ouvida.
2. Assegurar que, se ele e o povo fossem fiéis. Deus seria protetor.
3. Declarar que, no caso de ser infiel, haveria a devida correção.
Na visão em que Salomão teve, Deus lhe advertiu, solenemente, que se o povo israelitas O rejeitasse e fosse após a outros deuses, Ele removeria os israelita da sua terra (2º Cr 7.19-22).

- Este grande versículo, o mais conhecido de todo o fino das Crônicas, expressa mais do que qualquer outra passagem das Escrituras, as exigências divinas para uma bênção nacional, quer na terra de Salomão, na de Esdras, ou em nossa própria. Aqueles que creem devem abandonar seus pecados, abandonar a vida que se centraliza no ego e submeter-se à Palavra e vontade de Deus. Então, e somente então, os céus enviarão o reavivamento.

- Deus está falando de um povo que o chama Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, um povo que o chama de o Criador, o Provedor, o Todo Poderoso, o Grande Eu Sou, o único Senhor, o Senhor dos senhores, o Rei dos reis, o povo que o chama de Papai. Ele está falando para o Seu povo, povo este que tem o privilégio de ser um povo escolhido e separado por Ele, um povo que tem a missão de anunciar as grandezas daquele que o chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz (1ª Pd 2.9), e este povo no NT, é a igreja de nosso Senhor Jesus Cristo o qual foi comprada com Seu sangue.

- Este povo no Brasil é um povo grande, só que o Brasil é um país ferido, ferido pela violência, pela tragédia, pelas drogas, ferido pela pedofilia, pela prostituição, ferido pela corrupção, pelo materialismo, ferido pelo preconceito, pela fome, pela miséria, pelas epidemias, ferido pela feitiçaria, pela idolatria, ferido pela incredulidade (Jr 23.10).

I. O SIGNIFICADO CRISE

1. Origem da palavra crise. V. 3 “Se eu fechar os céus, e não houver chuva; ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra; ou se enviar a peste entre o meu povo.”

- Se o povo fosse infiel ao Senhor Deus, Ele enviaria o castigo (fecharia as torneiras do céus, o gafanhoto para destruir agricultura e a peste para destruir o povo. Ou seja o povo entraria em uma grande crise.

- A palavra crise vem do grego κρίσις que significa primeiramente “decisão, determinação, julgamento”, mas poderíamos pensar crise como “separação, passagem estreita, afastamento”. “A palavra crise é da mesma origem a palavra “crivo” que separa o duto de água em jatos menores. O crivo separa. Na peneira estão os bons e os que não devem continuar. Ao peneirar é feita a separação. Quem é bom fica, quem não deve ficar é lançado fora. Assim é a crise que estamos vivendo. Ficará quem for bom”.

- A palavra grega krísis era usada pelos médicos antigos com um sentido particular. Quando o doente, depois de medicado, entrava em crise, era sinal de que haveria um desfecho: a cura ou a morte. Crise significa separação, decisão, definição.

- O substantivo crise vem latim crisis, “momento de decisão, de mudança súbita, crise usado especialmente acepção medicina.

- “Crise” é realmente um momento de mudança. Pode não saber bem, pode custar, mas é sempre necessária para haver um reajustamento, neste caso social. As coisas têm de mudar... Se não mudam, há uma crise. Até a terra tem de se ajustar, daí os sismos.

- Crise é um ponto de partida... De fazer algo, seguir nova direção. Do grego krísiseōs, “ação ou faculdade de distinguir, decisão”, por extensão, “momento decisivo, difícil”, derivação do verbo grego krínō, “separar, decidir, julgar”.

II. ALIANÇA DE DEUS COM SALOMÃO

1. Deus aparece a Salomão. Este é um dos versículos mais conhecidos da Escritura Sagrada, foi dito pelo próprio Deus a Salomão quando este acabou de construir o templo de Jerusalém.

- A construção do templo era um sonho de Davi e que Deus não permitiu construir, dando a seu filho Salomão este privilégio e responsabilidade.

2ª Cr 7.11-12: “Assim, Salomão acabou a Casa do SENHOR e a casa do rei; tudo quanto Salomão intentou fazer na Casa do SENHOR e na sua casa, prosperamente o efetuou. 12 - De noite, apareceu o SENHOR a Salomão e lhe disse: Ouvi a tua oração e escolhi para mim este lugar para casa do sacrifício.”

- Agora observe que este versículo tão famoso da Bíblia vem amarrado com uma advertência:
7.13 “Se eu cerrar os céus de modo que não haja chuva, ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra, ou se enviar a peste entre o meu povo.”

- O templo era uma bênção e um marco na história da vida de Israel como nação importante e fiel a Deus, no entanto, jamais seria garantia de tratamentos privilegiados da parte de Deus.

- Toda garantia estaria vinculada à obediência aos mandamentos e mandatos de Deus. Os vários pedidos mencionados na oração de Salomão – 6.14-42 – encontram suas respostas aqui em 2ª Crônicas 7.13-15, especialmente àqueles relevantes para o público pós-exílio do cronista.

2. A aliança do Senhor com Salomão. - Essa era a segunda vez que Deus tinha se manifestado para Salomão. Deus deu, uma resposta à oração de Salomão prometendo bênçãos pela obediência, mas também advertiu acerca das calamidades decorrentes da desobediência.

- Esses dois temas se referiam diretamente aos primeiros leitores que haviam sofrido as consequências da transgressão ostensiva da aliança por Israel.

- Era preciso que mantivessem suas esperanças voltadas para a fidelidade do seu Deus que havia santificado o templo por meio de sua presença.

- É verdade que o governo dos descendentes de Davi sobre Israel dependia de sua fidelidade à Torá (2.2-4; 8.25). No entanto, mesmo que os filhos de Davi fossem exilados, sua dinastia não seria rejeitada (2ª Sm 7.14-17).

- No verso 14, há uma promessa especial de Deus de forma condicional, muito utilizada por todos os que atualmente fazem grandes campanhas de orações, principalmente para terem suas regiões – vilarejos, cidades, estados, países – conquistadas para Deus.

- Naquela situação, em especial, Deus prometeu que a nação receberia alívio das dificuldades causadas pelo pecado se o povo se voltasse para ele numa atitude de humildade e oração.

Dentro desse parâmetro geral, Deus manteve a prerrogativa de abençoar a quem lhe aprouvesse. Essa promessa divina se aplicava diretamente à situação pós-exílio.

- O alívio das privações enfrentadas pela comunidade restaurada viria somente se os exilados que haviam regressado cumprissem essas condições.

- Vários dos acontecimentos ocorridos no reino dividido e reunificado trazem à memória os princípios dessa passagem (12.6-7,12; 13.14; 14.8-15; 18.31; 20.12,15; 30.18-20; 32.20; 33.12-13).

3. Deus é amor, mas também é justiça. Ele tem o direito de abençoar e também de retirar a sua benção. Se o povo se desviasse do caminho do Senhor ele iria cerrar os céus, enviar os gafanhotos e as pestes. Podemos lembrar do coração duro de Faraó que só foi amolecido quando as consequências (pragas) atingiram sua cidade, seu povo e especialmente sua família.

- Deus aqui vai ensinar a Salomão o que eles devem fazer para se reconciliarem quando as consequências do pecado começarem a atingir a nação de Israel.

III. QUEM SOMOS

1. E se o meu povo, que se chama pelo meu nome. Em primeiro lugar Deus diz para quem é a promessa do versículo, ou seja, o povo de Deus. Você deve ser chamado de povo de Deus, por direito.

- No Antigo Testamento, em virtude da eleição divina (Dt 7.6ss; Is 48.12) e da aliança (Êx 24.1-11), Israel se compreende como Povo de Deus (Dt 29.12; Jr 7.23), povo santo, povo consagrado a Deus (Dt 7.6; 14.2; Êx 19.6), sua propriedade (Êx 19.5), seu filho (Êx 4.22), sua esposa (Os 2.4; Jr 2.2), reino de sacerdotes (Êx 19.6), povo mediador e testemunho para os outros povos (Is 44.8; Gn 12.3). Israel é o Povo; os outros povos são nações estrangeiras. Na sua história, Israel vive a expectativa de uma nova aliança (Jr 31.31; Ez 37.26) e dessa nova aliança nascerá um novo povo (Is 2.2; Jr 4.2) e sobre este povo Deus infundirá o seu espírito (Ez 36.27).

- A nova aliança, prometida e esperada pelo povo de Israel, se realiza no sangue de Cristo (1ª Co 11.25). Os fiéis a Cristo, regenerados pela Palavra de Deus viva e eterna (1ª Pd 1.23), não da carne, mas da água e do Espírito (Jo 3.5-6).

- O povo de Deus é “a raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido por Deus, para proclamar as obras maravilhosas daquele que chamou das trevas para a sua luz maravilhosa” (1ª Pd 2.9).

João 1.12 “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome.”

- Somos o povo de Deus e carregamos o poderoso nome do Senhor Jesus. O nosso Deus é Aquele que tem poder em seu nome (Atos 4.12).

- A Igreja precisa conhecer a si mesma. Cada cristão deve saber qual o seu papel no Reino de Deus e exercer sua missão de sal da terra e luz do mundo.

IV. DESOBEDIÊNCIA, A CAUSA DA MALDIÇÃO

“Se eu fechar os céus, e não houver chuva; ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra; ou se enviar a peste entre o meu povo.”

- No Antigo Testamento existem muitas promessas para Israel como também existem muitas advertências, as quais não podem ser desprezadas pela igreja, pois são princípios universais (Dt 27 e 28), mesmo que tenham sido direcionadas exclusivamente aos israelitas. Tanto a bênção quanto a maldição sempre fizeram parte daquela nação.

- Quando Israel firmou a aliança com Deus logo ficou ciente das condições que garantiriam a autenticidade deste acordo. As bênçãos estavam condicionadas a observância a voz do Senhor (Êx 15.26; 19.5; Lv 26.14-39; Dt 28.1), mas também dependeriam do correto relacionamento com Deus.

- No livro de Levítico 26.1-46, o Senhor Deus trata da bênção para a obediência e maldição para a desobediência, quando faz a aliança com Israel no Sinai. As bênçãos eram demonstradas em uma lista, seguidas de outra lista de punições que condenavam a rebeldia e a desobediência de Israel. A lista das maldições era tipicamente longa, seguindo o padrão adotado na época. Nessa aliança, Yhwh e Seu povo tinham feito votos de felicidade e de lealdade, um para com o outro.

- O castigo seria para o bem do Seu povo, porque produziria o resultado almejado: o verdadeiro arrependimento e a consequente volta às bençãos a Yhwh.

1. Consequências da desobediência de Israel (Dt 28).
1.1. A obediência resulta em maravilhosas bênçãos.
• Chuvas e colheitas fartas (vs. 1-5).
• Paz (vs. 6-10).
• Presença de Deus (vs. 11-13).

1.2. A desobediência resulta em desastrosas maldições.
• Doenças, escassez e fracassos (vs. 14-17).
• Seca e colheitas magras (vs. 18-20).
• Presença de predadores (vs. 21-22).
• Sufoco pela pilhagem de pessoas cruéis (vs. 23-26).
• Despejo ou deportação (vs. 27-39).

- Deuteronômio vinte e oito, fala sobre as bênçãos de ser obediente, esta palavra foi proferida ao povo de Israel. Se o povo obedecesse a Deus seriam exaltados entre as nações e a benção de Deus acompanharia todas as áreas da vida daquele povo.

- Em Deuteronômio 28 encontramos quatorze versículos que apresentam as promessas de bênçãos e cinquenta e quatro alertam quanto a maldição pela desobediência (Dt 28.1-68).

• 1º grupo: Escassez, esterilidade, perdas, seca, derrota nas batalhas, opressão, escárnio, loucura, medo, adversidade, calamidade, vulnerabilidade, céu de bronze (fim das bênçãos espirituais), terra de ferro (fim das bênçãos materiais) e cegueira espiritual (15-31).

• 2º grupo: Cativeiro em terras estranhas (32-37). Seriam levados todos, inclusive o rei posto sobre eles (Jr 52.9-34; 1º Sm 8.5).

• 3º grupo: Colheitas amaldiçoadas, minguadas e escassas, problemas econômicos da nação, inversão de senhorio, a cabeça viraria cauda (38-46).

• 4º grupo: Invasões estrangeiras, horrores nunca visto entre eles, fome, canibalismo (Is 9.20; Jr 19.9; Lm 4.10) e falta de tudo. Não serviram a Deus na abundancia então serviriam ao inimigo (47-57).

• 5º grupo: Pragas, enfermidades graves e duradouras, dispersão, redução do povo, insegurança e servidão novamente no Egito, ou pelo menos os que tivessem ainda forças para serem escravos (58-68).

2. Esperança para Israel (Lv 26.40-46).
2.1. Se confessasse seus próprios pecados (v. 40).
2.2. As iniquidades de seus pais (v. 40).

- Esta é uma promessa do Senhor de não abandonar Israel para sempre. O objetivo de Deus ao lançar sobre Seu povo todos esses desastres não era destruir Israel, mas levá-lo ao arrependimento e recolocá-lo na terra.

3. Hoje nós podemos ver a triste situação do Brasil e do mundo.
- Temos ouvido falar acerca da pobreza crescente, da exploração aviltante, das desigualdades sociais, das mortes encomendadas, das guerras sanguinárias, das catástrofes ecológicas e da miséria no mundo. O ser humano está cada vez mais corrompido e menos compassivo. Parece que, a cada dia, os reflexos da glória de Deus no homem têm se tornado menos perceptíveis: ele está menos parecido com Deus. A sociedade está, instante após instante, mais deformada. Muitos projetos, propostas de melhoras e planos de emergência têm sido apresentados, mas nenhum sinal de restauração – isso, porque apenas a Igreja pode trazer restauração ao mundo. Existe um clamor! Até mesmo “… a natureza criada aguarda com ardente expectativa a revelação dos filhos de Deus” (Rm 8.19).

- Os olhos de todo o universo estão colocados na Igreja, e o mundo aguarda uma solução. A Igreja precisa ocupar a posição que o próprio Deus lhe deu. É tempo da Igreja se humilhar, orar, buscar a face de Deus e se converter dos maus caminhos. É tempo de cada membro da Igreja se vestir de pano de saco e cinza, rasgar o seu coração e apregoar um santo jejum em favor de cada nação. É tempo da Igreja brasileira acordar do seu mórbido sono, deixar de lado as desavenças, arrepender-se da sua inatividade e suplicar a graça de Deus com orações e jejuns. É tempo de acordar!

4. O caminho da benção. O Senhor Deus houve as petições, quando chamamos pelo seu nome, porque sabemos que no nome d’Ele há poder. E não existe outro nome em que podemos chamar se não ao Senhor Deus por Jesus Cristo através da pessoa bendita do Espírito Santo.

- Deus tem firmes propósitos de bênçãos para a sua vida, sempre. Mas existem alguns caminhos que o povo de Deus tem que trilhar para ser abençoado por Deus, e um desses caminhos está citado em 2º Crônicas 7.14.

- Em primeiro lugar você deve se lembrar que Deus jamais abençoará um pecador, pois o pecado destitui o homem da presença de Deus e da sua glória. Romanos 3.23 “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.”

- Então para você ser abençoado por Deus, você deve estar no centro da vontade dele, não praticante de pecados.

- Você deve ser fiel a Jesus e, portanto, ser chamado de filho de Deus ou povo de Deus, pois Deus tem promessas de bênçãos para os fiéis e promessas de maldições para os infiéis.

2. Porém, a benção é condicional; logo então temos que: Nos humilhar, orar, buscar à face do Senhor, se desviar dos maus caminhos.

V. QUATRO ATITUDES QUE DEVEM ESTAR NA MENTE DOS CRENTES, EM TODO TEMPO

1. Se humilhar. A palavra humilhar significa tornar-se humilde, e uma pessoa humilde nela há humildade.

- A palavra que originou “humildade” foi a grega HUMUS, que significa “terra”. Este mesmo vocábulo da antiga Grécia também deu origem as palavras “homem” e “humanidade”. ... “Humilde“, obviamente tem a mesma origem em HUMUS, e vem do grego HUMILIS, que significava literalmente “aquele/aquilo que fica no chão”.

- Humildade vem do latim humilitas, e é a virtude que consiste em conhecer as suas próprias limitações e fraquezas e agir de acordo com essa consciência.

Humildade significa:
1º Virtude que nos dá o sentimento da nossa fraqueza.

2º Ausência de vaidade.
b) Simples, simplicidade: forma natural de viver, falar, agir.
c) Despretensioso, sem pretensões.

3º Submissão:
a) Ato ou efeito de submeter-se a uma autoridade, à uma lei.
b) Aceitação de um estado de dependência.

- A humildade é uma característica ou qualidade que possui uma pessoa que age com simplicidade, sem arrogância, soberba ou prepotência em suas atitudes ou palavras.

- A humildade é uma virtude, o que quer dizer que é algo positivo. Uma pessoa humilde reconhece suas limitações, não usa de falsa modéstia para receber elogios, não se deixa levar pelo orgulho e não acredita ser mais importante que o restante.

- Israel estava vivendo agora um tempo de grande prosperidade com o reinado de Davi e Salomão. O reinado de Salomão seria o mais próspero de toda história. O avanço da agricultura, a expansão bélica, o acúmulo de riquezas.

- Deus já havia alertado o povo quando saíram do Egito, para que eles não se esquecessem de Deus:

Dt 6.10 “Havendo-te, pois, o SENHOR, teu Deus, introduzido na terra que, sob juramento, prometeu a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó, te daria, grandes e boas cidades, que tu não edificaste; 11 - e casas cheias de tudo o que é bom, casas que não encheste; e poços abertos, que não abriste; vinhais e olivais, que não plantaste; e, quando comeres e te fartares, 12 - guarda-te, para que não esqueças o SENHOR, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão. 13 - O SENHOR, teu Deus, temerás, a ele servirás, e, pelo seu nome, jurarás. (Dt 6.10-13).

- Qual é o cuidado de Deus aqui? É que eles não se esquecessem da fonte das bênçãos. Que eles não se esquecessem de manter a dependência de Deus.

Tg 4.10 “Humilhai-vos perante o Senhor, e Ele vos exaltará”.
- A soberba é a porta de entrada da ruína. Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.

Sl 51.17: “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus”.

- Davi disse isso depois que reconheceu seu pecado de adultério. O salmo 51 foi escrito neste momento.

- Davi era rei, rico, poderoso, famoso, teria dinheiro para oferecer sacrifícios, holocaustos, mas tem consciência que o que Deus quer é seu arrependimento. O sacrifício que Deus quer é o coração quebrantado:

Sl 51.16: “Pois não te comprazes em sacrifícios; do contrário, eu tos daria; e não te agradas de holocaustos.”

Sl 51.17: “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus.”

O Senhor Deus nos deu o maior exemplo de humilhação.

Isaias 7.14 “Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel (Deus conosco).”

Joao 1.14 “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.”

- O Senhor Deus se despiu de sua glória, e veio habitar em nós, humilhou-se a si mesmo, nos dando o exemplo de que é necessário nos esvaziarmos do nosso “eu” e nos vestirmos de Deus, para verdadeiramente sermos vencedores.

Filipenses 2.5-11 “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, 6 - Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, 7 -Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; 8 - E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. 9 - Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; 10 - Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, 11 - E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.”

Mateus 8.20 Jesus serviu humildemente seus discípulos por estabelecer o modelo para eles.

João 13.14-16 “Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. 15 - Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. 16 - Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou.”

Mateus 23.12 “E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado.”

A falta de humildade é um pecado para os seguidores da doutrina cristã, sendo esta essencial para a construção de uma "vida santa" e isenta de outros pecados.

2. Orar. O verbo orar no hebraico (pãlal), traz o sentido de: “orar, interferir, mediar, julgar”. Esta palavra ocorre 84 vezes no Antigo Testamento hebraico. No Novo Testamento Grego encontramos o verbo (euchomai), “orara a Deus”, é usado com este significado em (2ª Co 13.7) “rogo”; (2ª Co 13.9) “desejamos”; (Tg 5.16; 3ª Jo 2).

2.1. O que é orar? Orar é conversar com Deus. É contar para Ele tudo que sentimos, tudo que pensamos, o que acontece durante o dia e também pedir a sua ajuda quando precisamos, porque Ele se importa com o que acontece conosco.
Orar significa dizer ou fazer súplicas.

2.2. Oração é:
A. Suplicar.
B. Pedir com humildade.
C. Rogar, rogatória. Solicitação feita a juiz ou tribunal de outro país para que determine o cumprimento de certos atos que fogem à jurisdição de quem solicita.

D. Súplice. A palavra súplice é derivada de suplicar e significa: prostrar-se pedindo.

- Todos nós estamos convencidos dos benefícios da oração. Mas porque oramos tão pouco? É verdade que existem crentes que passam dias sem orar, ou só oram e leem suas Bíblias no culto de domingo.

2.3. Quando podemos falar com Deus? Podemos, a qualquer hora, falar com Deus, pois Ele está sempre pronto e ansioso para nos ouvir e ser nosso melhor amigo! (1ª Ts 5.17 Lc 18.7,8).

2.4. Mas é possível ser um crente fiel, e dispensar a prática da oração? É claro que não!
- Jesus (O verbo que se fez carne e habitou entre nós), tinha uma vida de oração, nos deixando o exemplo que neste mundo que vivemos precisamos seguir seu exemplo:

Mateus 14.23 “Tendo-as despedido, subiu ao monte para orar à parte. Ao anoitecer, estava ali sozinho.”

Mateus 26.36 “Então foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse aos discípulos: Sentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar.”

Mateus 26.44 “Deixando-os novamente, foi orar terceira vez, repetindo as mesmas palavras.”

- No Getsêmane, Jesus fez claramente esta advertência aos discípulos: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito na verdade está pronto, mas a carne é fraca” (Marcos 14.38).

- Orar não pode ser visto como ato de penitência para meramente subjugar a carne. Em nenhum momento a Bíblia traz esta ênfase. Oração não é castigo (assim como a leitura das Escrituras), ideia que alguns pais equivocadamente passam para os filhos, quando os ordena a orar como disciplina por alguma desobediência. Eles acabam criando uma verdadeira repulsa à vida de oração, desconhecendo o verdadeiro valor que ela representa para as suas vidas, por terem aprendido pela prática a reconhecê-la apenas como meio de castigo pessoal. Ao contrário, se aprenderem que orar é ato que eleva o espírito e brota de maneira espontânea do coração consciente de sua indispensabilidade, como ensina a Bíblia, saberão cultivar a oração como exercício de profunda amizade com Deus que resulta em crescimento espiritual.

Cl 1.9: “Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual. De igual modo, o mesmo acontecerá conosco.”

A oração é o nosso meio de defesa face às tentações, seja para evitá-las, seja para vencê-las.

3. Buscar a Face do Senhor.
- O versículo diz: “orar e me buscar”. O que significa buscar a face de Deus? É desejar conhecê-lo mais a cada dia. É reconhecer a Deus como a melhor companhia, é saciar-se da presença Dele.

Salmo 105.4 “Buscai o Senhor, e a sua força; buscai a sua face continuamente”.

Buscar significa:
1. Descobrir. Tirar cobertura que ocultava.
2. Encontrar: se deparar com alguém ou algo.
3. Conhecer.
4. Ter conhecimento de algo ou alguém.
5. Saber muito bem sobre algo ou alguém.

3.1. Buscando o Senhor significa buscar sua presença. “Presença” é uma tradução comum da palavra hebraica “face”. Literalmente, nós devemos buscar sua “face”. Mas esta é a maneira hebraica de se ter acesso a Deus. Para estar diante de sua face é estar na sua presença.

- E, segundo, sim, ele está sempre presente com seus filhos no sentido da sua promessa da aliança a sempre estar do nosso lado e trabalhar por nós e transformar tudo para o nosso bem. “Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.20).

3.2. Mas há um sentido em que a presença de Deus não está conosco sempre. Por esta razão, a Bíblia repetidamente nos convoca a “buscar o Senhor … buscai a sua presença continuamente”. A manifestação de Deus, consciente, presença confiável não é a nossa experiência constante. Há épocas em que nos tornamos negligentes ao Senhor e nem sequer pensamos nele e não colocamos a confiança nele e nós o encontramos “imanifestado”, isto é, despercebido como grande e belo e valioso pelos olhos dos nossos corações.

Seu rosto - o brilho de seu caráter pessoal está escondido atrás da cortina de nossos desejos carnais. Esta condição está sempre pronta para nos alcançar. É por isso que nos é dito para “buscar a sua presença continuamente.” Deus chama-nos a desfrutar da consciência continua de sua suprema grandiosidade e beleza e valor.

Isto acontece através da “busca”. Busca contínua. Mas o que isso significa na prática? Tanto o Antigo e Novo Testamento diz que é um “ajuste da mente e do coração” em Deus. É a fixação consciente ou foco de atenção da nossa mente e a afeição do nosso coração em Deus.

1º Cr 22.19: “Disponde, pois, agora o vosso coração e vossa alma para buscardes ao Senhor vosso Deus.”

Cl 3.1-2: “Portanto, se já, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que que são da terra.

4. Se Desviar (converter) dos maus caminho. “...e se converter dos seus maus caminhos...”.

4.1. O que é converter dos seus maus caminhos?
Desviar (converter) vem a ser:
- Mudar de direção, mudar de destino.
- Afastar-se de lugar onde se encontrava.
- Conversão é transformação, alteração de sentido ou direção - mudança de rumo.
- Converter-se pela ótica bíblica é abandonar práticas que não agradam a Deus.

Perceba que este texto é voltado para o povo de Deus. Este versículo não está direcionado para um ateu.

- Mas Deus na sua misericórdia, está pronto a perdoar o homem pecador, e isto porque Ele é piedoso e misericordioso, tardio em irar-se e de grande benignidade. O homem, portanto, tem a possibilidade de escapar ao juízo e à condenação divina. Mas para que o homem pecador possa obter o perdão dos seus pecados, ele deve arrepender-se e converter-se conforme está escrito:

Atos 3.19 “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados”.
Is 55.7 “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele, torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar”.

- Arrepender-se significa sentir desgosto e dor pelo mal feito e converter-se significa abandonar os maus caminhos e encaminhar-se para o caminho santo e justo, ou melhor, pôr-se a servir o Deus vivo e verdadeiro com uma vida cheia de frutos de justiça. Quando os Ninivitas creram em Jonas que anunciava o iminente juízo de Deus sobre eles por causa das suas iniquidades, eles se converteram do seu mau caminho e de facto Deus ao ver isso “se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria, e não o fez” (Jonas 3.10). Como se pode ver Deus teve piedade dessas almas porque viu que se arrependeram e se converteram das suas iniquidades.

- É bom precisar, porém, que esta conversão a Deus implica passar a crer em Jesus Cristo. O que significa isto? Isto é, o que significa crer em Jesus Cristo? Significa que o pecador quando se arrepende e decide converter-se a Deus, para obter a remissão dos seus pecados, deve crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus, morto na cruz pelos nossos pecados e ressuscitado dentre os mortos ao terceiro dia para a nossa justificação (cf. Rm 4.25).

- Ele deve fazer seus estes factos, aceitá-los por fé, ainda que não tenha sido testemunha ocular deles tendo acontecido muitos séculos atrás. Estes factos são perfeitamente verazes, a Escritura fala deles, e a Escritura é digna de ser crida, seja qual for a coisa que diga, porque é inspirada pelo Deus que não pode mentir. De Jesus Cristo “todos os profetas dão testemunho de que todo o que nele crê receberá a remissão dos pecados pelo seu nome” (Atos 10.43).

É somente mediante a fé em Cristo que se pode obter a remissão dos pecados. As boas obras, não importa de que gênero elas sejam, quantas sejam, e qual seja a religião a prescrevê-las, não podem de nenhuma maneira fazer obter ao homem a remissão dos seus pecados. Se pudessem fazer isto, Cristo teria morrido inutilmente, ou seja, o seu sacrifício não teria servido para nada.

A remissão dos pecados é uma experiência maravilhosa que todos aqueles que se converteram a Deus mediante Cristo Jesus, experimentaram exatamente no preciso momento em que se arrependeram e se converteram. É uma experiência que marca a vida, que permanece indelével na memória, e que o homem ou a mulher que a experimentou se sente na obrigação de contar aos outros para que outros possam experimentá-la pela graça de Deus.

4.2. Não podemos andar de qualquer maneira.

4.3. Ele quer que andemos na Sua presença.
- E se desviar: tomar um desvio; deixar a estrada em que está; converter-se; dar meia-volta.

- Desviar-se de quê?
A) Dos maus caminhos.
B) Do mau comportamento.
C) Péssimo padrão de vida.
D) Conduta ruim.
E) Deixar o pecado.
F) Deixar a vida de compromisso com o mundo.

- Se desviar – Deus não obriga, não coage, não força.

4.4. Nós precisamos romper com o pecado e voltar-nos a Deus. Confessemos o pecado. Endireitemos nossa vida. Precisamos responder ao Senhor com as palavras do Salmo 139:23 e 24.

- Isso significa que o povo de Deus muitas vezes se extravia do caminho, e precisa voltar. Hoje pouco se ouve falar de arrependimento. Há uma tendência de a igreja moderna esquecer o arrependimento. Hoje temos o evangelho da prosperidade, da autoajuda.

- Hoje vemos florescer um falso evangelho, o evangelho da prosperidade, e não o evangelho da cruz. Esse evangelho promete conforto, e não sacrifício; sucesso, e não renúncia; riquezas na terra, e não bem-aventurança no céu. Esse evangelho coloca o ser humano no centro, em vez de Deus. E antropocêntrico, e não teocêntrico. Nesse evangelho é Deus quem está a serviço do homem, e não o homem a serviço de Deus. Nesse evangelho é a vontade do homem que deve ser feita no céu, e não a vontade de Deus que deve ser feita na terra.

João Batista disse: “Arrependam-se”. Jesus diz a mesma coisa depois. A igreja que leva a Palavra de Deus a sério, ela sempre pregou a mensagem e arrependimento.

4.5. Buscar o Meu rosto, minha presença.
a) Comunhão diária com Deus.
b) Colocar a Deus em primeiro lugar.
c) Sobre todas as coisas.
d) Depender absolutamente d’Ele.

O Senhor Deus conhece os que se desviam dos caminhos tortuosos.
Jó 1.8 “Disse o Senhor a Satanás: Notaste porventura o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal?”

Jó 2.3 “Disse o Senhor a Satanás: Notaste porventura o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal? Ele ainda retém a sua integridade, embora me incitasses contra ele, para o consumir sem causa.”

- Jó foi um homem vitorioso em Deus e tinha o nome comentado no céu, por se desviar dos maus caminhos aqui na terra.

Nós também poderemos desfrutar da mesma benção que Jó desfrutou, se procurarmos seguir este exemplo de Jó na presença de Deus.

VI. AS RESPOSTAS DIVINAS ÀS ATITUDES DO POVO

1. Então eu Ouvirei dos Céus.
Deus ouve quando falamos com Ele.

Ouvir significa:
3.1. Escutar ou estar atento para ouvir.

3.2. Prestar atenção para ouvir alguma coisa.

João 9.31 “Sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém for temente a Deus, e fizer a sua vontade, a esse ele ouve.”

- A melhor coisa que existe é podermos abrir o coração para alguém e lhe falar o que estamos sentindo, sejam alegrias, sejam tristezas, etc. O Senhor Deus está sempre aberto a ouvir quem é temente a Ele.

2. Perdoarei os seus pecados. Possuímos uma natureza pecaminosa infelizmente, e quando passamos da lei da inocência (criança, pré-adolescente, adolescente) para a lei da consciência (adolescentes, jovem, adulto), nos deparamos com este conhecimento. E o único que pode perdoar e nos livrar dos nossos pecados é Jesus Cristo.

Romanos 3.23 “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.”

Romanos 5.12 “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram.”

Romanos 8.1-2 “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. 2 Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.”

3. E Sararei a sua terra. Sarar: Significa curar: restituir a saúde de quem estava doente física ou espiritualmente.

- O Senhor Deus nunca nos deixará a nossa própria sorte, se procurarmos sempre buscar a ele, e termos uma vida de renúncia, e colocarmos a nossa Fé em prática sempre.

Hebreus 11.1 “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem”. 2 - “Porque por ela os antigos alcançaram bom testemunho”. 3 - “Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê”.

CONCLUSÃO.
- Para que a bênçãos do Pai cheguem até nós, é necessário nos humilhar, orar sem cessar e com fé, buscar Sua face com temor, se arrepender e se converter de todos os nossos pecador, para que as misericórdias do Senhor nos alcance.

- Quando o povo de Deus entender que não é pela nossa força humana, pelo nosso conhecimento, pela placa ou nome das denominações, ou pelo nome de um pregador famoso.

- Que a história deste país vai mudar, mas só vai mudar quando entendermos que sem Jesus não somos nada, sem a Palavra de Deus nós nada somos, sem Deus nós não somos nada, sem o Senhor não podemos fazer nada (Sl 33.12-18; Jr 17.5-8).

1. Este é o preço do reavivamento e da reforma.
a) “Se meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a Minha face, e se converter dos seus maus caminhos...” – Este é o preço exigido por Deus.

b) “...Então, Eu ouvirei dos Céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua Terra” – é a bênção consequente.

2. Deus está hoje esperando que estejamos dispostos a pagar o preço para que Ele possa derramar as copiosas chuvas de um reavivamento. Um dos últimos que a humanidade experimentará antes da volta de Cristo.

3. Está você disposto a pagar o preço? Estamos nós dispostos a pagar o preço? Que ouçamos a voz do Espírito Santo falando ao nosso coração. Amém!

Pr. Elias Ribas - Dr. em teologia
Assembléia de Deus
Blumenau SC

quinta-feira, 30 de julho de 2020

EPÍSTOLA DE TIAGO




Tiago 1.1. “Tiago, servo de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que andam dispersas, saúde.” 

Considerações Preliminares: Tiago é classificada como “epístola universal” porque foi originalmente escrita para uma comunidade maior que uma igreja local. A saudação: “Às doze tribos que andam dispersas” (1.1), juntamente com outras referências (2.19,21), indicam que a epístola foi escrita inicialmente a cristãos judeus que viviam fora da Palestina. É possível que os destinatários fossem os primeiros convertidos em Jerusalém, que, após a morte de Estêvão, foram dispersos pela perseguição (At 8.1) até a Fenícia, Chipre, Antioquia da Síria e além (At 11.19).

Palavra Chave
Fé: Confiança absoluta em alguém. A primeira das três virtudes teologais: fé, esperança e amor.

INTRODUÇÃO
A carta de Tiago é um dos livros mais atuais e necessários para a igreja contemporânea. Tiago é comparado ao Sermão do Monte. Ele tem princípios práticos. Ele tange os grandes temas da vida cristã de forma clara, direta e rica. Tiago está preocupado com a prática do Cristianismo.

Para ele não basta ter um credo, fazer uma profissão de fé ortodoxa; é preciso viver de forma digna de Deus.

O estudo deste livro desafiará você a fazer um balanço de sua vida, um diagnóstico de sua experiência cristã. É impossível colocar-se diante do espelho deste livro sem identificar a necessidade de sermos corrigidos por Deus.

O apóstolo Tiago dá início a sua carta com as mesmas considerações de Paulo. Eles se consideravam servo de Deus e do Senhor Jesus.

A apresentação de Tiago é sucinta, isto porque ele não enfrentava os mesmos problemas que o apóstolo Paulo, Paulo tinha o seu apostolado contestado por grupos judaizantes.

Os destinatários da carta são identificados como sendo as doze tribos da dispersão. O apóstolo Pedro também nomeia os destinatários de sua carta de forma semelhante.

Tal nomeação não se refere ao povo de Israel, antes aos cristãos, sejam eles judeus ou gentios que estavam ‘dispersos’ pelo mundo de então.

Quando Tiago identifica os destinatários como sendo os cristãos, isto nos dá um parâmetro quanto à interpretação: mesmo utilizando uma linguagem própria aos evangelistas, ele escreve a pessoas que já eram crentes e que conheciam o evangelho.

I. AUTORIA, LOCAL, DATA E DESTINATÁRIOS (Tg 1.1)

1. Autoria. Em primeiro lugar, é preciso destacar o fato de que há, em o Novo Testamento, a menção de quatro pessoas com o nome de Tiago:
1. Tiago, pai de Judas, não o Iscariotes, (Lc 6.16);
2. Tiago, filho de Zebedeu e irmão de João (Mt 4.21; 10.2; Mc 1.19, 10.35; Lc 5.10; 6.14; At. 1.13; 12.2);
3. Tiago, filho de Alfeu, um dos doze discípulos (Mt 10.3; Mc 3.18; 15.40; Lc 6.15; At 1.13);
4. Tiago, o autor da epístola, que era filho de José e Maria e meio-irmão do nosso Senhor (Mt 1.18,20).

Após firmar os passos na fé e testemunhar a ressurreição do Filho de Deus, o irmão do Senhor liderou a Igreja em Jerusalém (At 15.13-21) e, mais tarde, foi considerado apóstolo (Gl 1.19). Pela riqueza doutrinária da carta, o autor não poderia ser outro Tiago, senão, o irmão do Senhor e líder da Igreja em Jerusalém.

2. Local e data. Embora a maioria dos biblistas veja a Palestina, e mais especificamente Jerusalém, como local mais indicado de produção da epístola, tal informação é desconhecida. Sobre a data, tratando-se do período antigo da era cristã, sempre será aproximada. Por essa razão, a Bíblia de Estudo Pentecostal data a produção da carta de Tiago entre os anos 45 a 49 d.C., aproximadamente.

3. Destinatário. “Às doze tribos que andam dispersas” (Tg 1.1). Há muito a estrutura política de Israel perdera a configuração de divisão em tribos. Assim, em o Novo Testamento, a expressão “doze tribos” é um recurso linguístico que faz alusão, de forma figurativa, à nação inteira de Israel (Mt 19.28; At 26.7; Ap 21.12). Todavia, ao usar a fórmula “doze tribos”, na verdade, Tiago refere-se aos cristãos dispersos na Palestina e variadas igrejas estabelecidas em outras regiões, isto é, todo o povo de Deus espalhado pelo mundo.

O autor da epístola é Tiago, o meio-irmão de Jesus. A carta foi escrita provavelmente em Jerusalém, entre os anos 45 e 49 d.C. e dirigida aos cristãos dispersos da Palestina bem como as igrejas de outras regiões.

II. O PROPÓSITO DA EPÍSTOLA DE TIAGO

1. Orientar. Em um tempo marcado pela falsa espiritualidade e egoísmo, as orientações de Tiago são relevantes e pertinentes. Isso porque a Escritura nos revela o serviço a Deus como a prática concreta de atitudes e comunhão: guardar-se do sistema mundano (engano, falsidade, egoísmo, etc.) e amar o próximo. Assim, através de orientações práticas, Tiago almeja fortalecer e consolar os cristãos, exortando-os acerca da profundidade da verdadeira, pura e imaculada religião para com Deus a qual é: a) visitar os órfãos e as viúvas nas tribulações; b) não fazer acepção de pessoas e c) guardar-se da corrupção do mundo (Tg 1.27).

2. Consolar. Numa cultura onde não se dobrar a César, honrando-o como divindade, significava rebelião à autoridade maior, os crentes antigos foram impiedosamente perseguidos, humilhados e mortos. Entretanto, a despeito de perder emprego, pais, filhos e sofrer martírios em praças públicas, eles se mantiveram fiéis ao Senhor. Por isso, a epístola é, ainda hoje, um bálsamo para as igrejas e crentes perseguidos espalhados pelo mundo (Tg 1.17,18; 5.7-11).

3. Fortalecer. Além das perseguições cruéis, os crentes eram explorados pelos ricos e defraudados e afligidos pelos patrões (Tg 5.4). Apesar de a Palavra de Deus condenar com veemência essa prática mundana, infelizmente, ela ainda é muito atual (Ml 3.5; Mc 10.19; 1ª Ts 4.6). A Epístola de Tiago não foge à tradição profética de condenar tais abusos, pois, além de expor o juízo divino contra os exploradores, o meio-irmão do Senhor exorta os santos a não desanimarem na fé, pois há um Deus que contempla as más atitudes do injusto e certamente cobrará muito caro por isso. A queda de quem explora o trabalhador não tardará (Tg 5.1-3).

III. ATUALIDADE DA EPÍSTOLA

1. Num tempo de superficialidade espiritual. Outro propósito da epístola é levar o leitor a um relacionamento mais íntimo com Deus e com o próximo. A carta traz diversas citações do Sermão do Monte como prova de que o autor está em plena concordância com o ensino de Jesus Cristo. Tiago chama a atenção para a verdade de que se as orientações de Jesus não forem praticadas, o leitor estará fora da boa, perfeita e agradável vontade de Deus. Portanto, a Igreja do Senhor não pode abandonar os conselhos divinos para desenvolver uma espiritualidade sadia e profunda.

2. Num tempo de confusão entre “salvação pela fé” ou “salvação pelas obras”. O leitor desavisado pode pensar que a Epístola de Tiago contradiz o apóstolo Paulo quanto à doutrina da salvação mediante a fé. Nos tempos apostólicos, falsos mestres torceram a doutrina da salvação pela graça proclamada pelo apóstolo dos gentios (2ª Pe 3.14-16 cf. Rm 5.20—6.4). Entretanto, a Epístola de Tiago evidencia que não se pode fazer separação entre a fé e as obras. Apesar de as obras não garantirem a salvação, a sua manifestação dá testemunho da experiência salvífica do crente (Ef 2.10; cf. Tg 2.24).

3. Uma fé posta em prática. Muitos dizem ser discípulos de Cristo, mas estão distantes das virtudes bíblicas. Estes não evidenciam sua fé por intermédio de suas atitudes. Os pseudodiscípulos visam os seus interesses particulares e não a glória de Deus. Precisamos urgentemente priorizar o Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6.33). Tiago nos ensina, assim como João Batista (Lc 3.8-14), que precisamos produzir frutos dignos de arrependimento.

Num tempo de superficialidade espiritual e de confusão entre “salvação pela fé” e “salvação pelas obras”, a epístola de Tiago é uma mensagem atual sobre a fé posta em prática.

CONCLUSÃO
Ao ler a Epístola Universal de Tiago chegamos à conclusão de que o Evangelho não admite uma vida cristã acompanhada de um discurso desassociado da prática. A nossa fé deve ser confirmada através das obras. Caro professor, de maneira profunda, estude esta epístola, pois, temos um grande desafio: convencer os nossos alunos de que vale a pena levar estes ensinamentos até as últimas consequências.

Pr. Elias Ribas
Igreja Ev. Assembleia de Deus
Blumenau SC