TEOLOGIA EM FOCO

quinta-feira, 19 de março de 2020

JESUS, O HOMEM PERFEITO


LEITURA BÍBLICA
Lucas 2.40-52 “E o menino crescia e se fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de DEUS estava sobre ele. 41 - Ora, todos os anos, iam seus pais a Jerusalém, à Festa da Páscoa. 42 - E, tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa. 43 - E, regressando eles, terminados aqueles dias, ficou o menino JESUS em Jerusalém, e não o souberam seus pais. 44 - Pensando, porém, eles que viria de companhia pelo caminho, andaram caminho de um dia e procuravam-no entre os parentes e conhecidos. 45 - E, como o não encontrassem, voltaram a Jerusalém em busca dele. 46 - E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. 47 - E todos os que o ouviam admiravam a sua inteligência e respostas. 48 - E, quando o viram, maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu, ansiosos, te procurávamos. 49 - E ele lhes disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai? 50 - E eles não compreenderam as palavras que lhes dizia. 51 - E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava no coração todas essas coisas. 52 - E crescia JESUS em sabedoria, e em estatura, e em graça para com DEUS e os homens.”

INTRODUÇÃO
Nesta lição teremos a oportunidade de estudar uma das mais importantes doutrinas bíblicas a respeito da pessoa de Cristo, denominada de Cristologia; veremos também o ensino bíblico da Sua dupla natureza; pontuaremos algumas das heresias ditas durante a história da igreja, a respeito da pessoa de Cristo; e por fim, ressaltaremos à luz das Escrituras, porque Jesus é o homem perfeito.

I. A DUPLA NATUREZA DE JESUS

A afirmação correta da plena divindade de Jesus, bem como de sua plena humanidade, tem implicações soteriológicas fundamentais. Jesus é 100% Deus e 100% homem. A doutrina da união “hipostática” é definida pela existência de Cristo em duas naturezas, divina e humana, que não se fundem nem se alteram; por outro lado, não se separam e nem se dividem, compondo e estabelecendo uma só pessoa e uma só “subsistência” eternamente (GRUDEM, 1999, p. 454). Em suma, isso quer dizer que Jesus é plenamente divino e totalmente humano para todo o sempre, visto que, mesmo agora, na eternidade, possui um corpo humano glorificado (At 1.11; Ap 5.6). Vejamos:

1. Natureza divina de Jesus. O Novo Testamento deixa claro que Jesus é o “Filho de Deus”. Isto foi atestado pelo próprio Pai: “E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17 ver ainda Jo 3.17; 12.28). No monte da transfiguração houve igual declaração (Mt 17.5). Jesus mesmo declarou ser o Filho de Deus (Jo 9.35-38); o anjo Gabriel disse a Maria: “[...] o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35); os apóstolos também asseveraram isso (At 3.13,26; 8.37; 9,20; Rm 1.4,9; 1ª Co 1.9; 2ª Co 1.19; Gl 2.20; 4.4; 2ª Pd 1.17; 1ª Jo 4.9; Ap 2.18). É bom destacar que “Paulo usa o termo “Filho de Deus” tanto em relação a Jesus como aos cristãos. Entretanto, traça uma distinção entre a filiação dos cristãos, que tem origem na adoção, e a de Jesus, que se origina do fato de ele ser “o Filho do Deus” (Rm 8.32)” (MACGRATH, 2010, p. 408).

A Bíblia nos mostra que Jesus tem todos os atributos divinos:
·         Eternidade (Mq 5.2; Is 9.6; Cl 1.17; Jo 1.1; Ap 1.11).
·         Onipotência (Mt 28.18; Lc 4.35,36,41).
·         Onipresença (Mt 18.20; 28.20; Ef 1.23).
·         Onisciência (Jo 2.24; 4.16-19; 6.64; Mc 2.8; Lc 22.10.12; 5.4-6).
·         Imutabilidade (Hb 1.12; 13.8).

Deve destacar-se ainda que Jesus tinha também as prerrogativas divinas, tais como: poder para perdoar pecados (Mt 9.2; Lc 7.48); receber adoração (Mt 8.2; 9.18; 15.25; Mc 5.6; 9.38; Ap 5.8;13); e, auto existência (Jo 5.26).

2. Natureza humana de Jesus. A expressão “Filho do Homem” é usada pelos escritores dos evangelhos sinóticos 69 vezes aludindo a humanidade do Cristo (Mt 9.6; 12.8; Mc 8.31; Lc 9.56; 12.8). João introduz o evangelho dizendo que: “o Verbo era Deus” (Jo 1.1-c), mas também que: “o Verbo se fez carne” (Jo 1.14-a). O mesmo apóstolo diz que na ceia “recostara sobre o seu peito” (Jo 21.20); e, que “ouviu”, “viu”, “contemplou”, e, “tocou” o Verbo da Vida (1ª Jo 1.1). Paulo, por sua vez, declarou que Jesus: “sendo em forma de Deus [...] esvaziou-se a si mesmo [...] fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2.6,7).

Os escritores do NT deixaram claro que Jesus tinha todos os atributos físicos dos homens, a saber:
·         Ele nasceu de uma mulher (Rm 1.3; Gl 4.4).
·         Cresceu fisicamente (Lc 2.52).
·         Dormiu (Mt 8.24).
·         Comeu (Lc 24.43).
·         Sentiu fome (Lc 4.2).
·         Sede (Jo 4.7; 19.28).
·         Teve cansaço físico (Jo 4.6).
·         Chorou (Jo 11.35).
·         Sorriu (Lc 10.21).
·         Foi tentado (Mt 4.1; Lc 22.28; Hb 4.15).

Ao se fazer homem, Jesus tornou-se tríplice, constituído de: corpo (Mt 26.12; Hb 10.5), alma (Is 53.11,12; Mt 26.38; Jo 12.27), e, espírito (Mt 27.50). Em suma, Cristo, desde sua encarnação, é um ser humano completo. Em Cristo, Deus se fez homem e, novamente, se assim não fosse, não poderia redimir a humanidade. Quem recebeu a promessa de morte não foi o corpo de um ser humano, mas um homem completo, com sua constituição material e imaterial. Logo, somente alguém que possuísse uma natureza humana completa poderia sofrer a penalidade estipulada (MORRIS, 2007, p. 83).

II. FALSAS CONCEPÇÕES A RESPEITO DA DUPLA NATUREZA DE JESUS

Durante a história da igreja, diversas heresias surgiram em relação a pessoa de Jesus. Umas negavam a natureza humana, outras a natureza divina. Vejamos algumas:

1. Gnosticismo. Um grupo herético do 1º e 2º século, que já na época do apóstolo João, afirmavam que não houve uma encarnação real de Cristo, pois pensavam que o corpo de Jesus fosse apenas uma “semelhança”. Para eles, Jesus era, no máximo, uma teofania (uma aparição de Deus em forma humana). Alegavam que o Verbo nunca se tornou carne, realmente. Em oposição, João fez uma declaração simples, direta e poderosa: “O Verbo se fez carne” (1ª Jo 4.2; ver 2ª Jo 7) (BEACON, 2006, p. 30).

2. Arianismo. Os arianos, ou seja, os que seguiam os ensinos de Ário, negavam a divindade de Jesus afirmando entre outras coisas, que Ele teria sido o primeiro a ser criado e por meio do qual, todas as demais coisas vieram a existir. Vale salientar que o arianismo se perpetua até aos nossos dias, principalmente por meio de um segmento religioso heterodoxo, que afirma que Jesus não é Deus, mas que é um ser criado e menor que o Pai. Para apoiar tal afirmação, eles usam uma tradução distorcida da Bíblia, onde as passagens que contém afirmações sobre a divindade de Jesus, foram adulteradas. Por exemplo: em João 1.1 onde se lê: “e o Verbo era Deus” (ARC), eles corromperam o texto traduzindo como: “e o Verbo era um deus”. No entanto, a Bíblia deixa claro o ensino de que Jesus tem em si mesmo plenamente as duas naturezas: divina e humana (Cl 1.19; 2.9).

III. JESUS, O HOMEM PERFEITO

Jesus é incomparavelmente o homem mais célebre que já existiu na face da terra. Nunca existiu e nem existirá, alguém que possuiu um modelo tão completo de todas as virtudes, um tipo tão excelente de caráter quanto Jesus. Vejamos alguns traços do seu perfeito caráter e personalidade:

1. Impecável. Como homem Jesus se distinguiu dos demais, pois não conheceu pecado (Mt 1.18,20; Lc 1.35). Devido a sua impecabilidade, é chamado de: “[…] o Santo e o Justo” (At 3.14; ver Jo 6.69; At 7.52; 22.14), expressão que o exalta como modelo de caráter. Embora tenha vivido em “semelhança da carne” (Rm 8.3). Ele jamais cometeu pecado (2ª Co 5.21; Hb 4.15). Diz ainda a Bíblia apesar de em tudo ser tentado, permaneceu “sem pecado” (Hb 4.15-b). Ele era santo (Hb 7.26), incontaminado e imaculado (1ª Pd 1.19; 2.22), Nele não havia pecado (1ª Jo 3.5); era justo em sentido absoluto (1ª Jo 3.7); tal qualidade foi reconhecida e declarada até mesmo pelos demônios (Mc 1.24); tendo Jesus autoridade para desafiar a todos, dizendo: “Quem dentre vós me convence de pecado? […]” (Jo 8.46). Tanto no Antigo quanto o Novo Testamento ensinam claramente a impecabilidade do Messias (Jr 33.16; Is 53.6; 2ª Co 5.21; Hb 4.15; 7.26; 9.14; 1ª Pd 1.19). Ele nasceu sem pecado (Lc 1.26-35). Viveu de forma irrepreensível durante toda a sua vida (Mt 27.19; Lc 23.47; Jo 18.38). Por isso, sendo perfeito, tornou-se o sacrifício perfeito pelos pecados do mundo (Is 53.12; Hb 7.26-28).

2. Submisso. Uma outra virtude destacável do caráter de Jesus é a sua submissão. O Senhor Jesus apesar da sua natureza Divina, como homem se matriculou na escola da obediência, para nos deixar o exemplo: “Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu” (Hb 5.8).
Em vários momentos de sua vida tal atitude pode ser evidenciada:
·         Em sua encarnação (Fp 2.5-7).
·         Em sua vida familiar obedecendo seus pais José e Maria (Lc 2.51).
·         Ao ser batizado nas águas por João Batista (Mt 3.13-15).
·         Ao fazer e ensinar a vontade de Deus o Pai (Jo 6.38; 8.28).
·         Em não revidar as afrontas (1ª Pd 2.23).
·         Ao entregar a sua vida pela humanidade (Mt 26.39; Fp 2.8).

3. Humilde. Jesus era humilde de coração (Mt 11.29), ele várias vezes lembrou aos seus apóstolos que, mesmo sendo Mestre e Senhor, tinha se tornado servo (Mt 20.25-28; Lc 22.24-27); e, às vésperas de sua crucificação, Jesus deu o maior exemplo de humildade ao lavar os pés dos seus discípulos, um papel destinado ao escravo da casa (Jo 13.1-17). Podemos lembrar especialmente, a dolorosa série de inesquecíveis humilhações que ele sofreu sem queixar-se, mesmo que as tivesse sentido vivamente (Mt 26.55; Mc 14.48; Lc 22.52). A humildade de Jesus também é expressa quando lhe faziam elogios, e ele atribuía toda a glória ao Pai (Mt 19.16-17; Mc 10.17-18; Lc 18.18-19).

4. Carismático. Uma pessoa carismática é: “alguém que desperta carisma ou admiração dos demais, encantador, simpático, cativante, sedutor, atrativo, querido, atraente, atencioso, influente e agradável”. Em seu ministério Jesus revelou sua simpatia e admiração ao dar atenção especial a várias classes de pessoas (Mc 10.13-16; Jo 3.1-10; 4.7-30). Até mesmo os seus opositores se admiravam e testificavam do seu comportamento e de suas palavras (Jo 7.32,45,46).

5. Manso. É uma virtude que se opõe à rudez (Mt 5.5), e o nosso Senhor Jesus Cristo sempre foi manso e benigno (2ª Co 10.1; Mt 11.29). Quem é manso é pacificador (Mt 5.9), e por isso, somos conclamados a seguir a paz e, na medida do possível, ter paz com todos os homens (Rm 12.18; 1ª Co 7.15; Hb 12.14; 1ª Pd 3.11).

6. Misericordioso. É a compaixão pela necessidade alheia (Mt 5.7); Jesus foi misericordioso com os homens em suas fraquezas e privações (Mc 5.19; Hb 2.17; Tg 5.11; 2ª Co 1.3 ver Mt 15.22; 17.15). Lembremos, pois, que a misericórdia é um mandamento divino, e que a Bíblia condena a indiferença para com os pobres (Lc 6.36; Mt 12.7). Sejamos misericordiosos assim como Jesus nos ensinou na parábola do samaritano (Lc 10.37).

7. Coração puro. Outro traço do caráter de Jesus é a pureza de coração (1ª Jo 3.3), e quando olhamos para as Escrituras, vemos que o coração representa a personalidade (Mt 5.8), o centro das emoções humanas (Sl 15.2; 16.9; 51.10; Mc 7.21- 23). Ao repreender os fariseus, o Senhor destaca como a pureza interior é necessária, dizendo serem semelhantes aos “sepulcros caiados” (Mt 23.27). Em contraste com a hipocrisia e malícia dos fariseus, Jesus revela a sua pureza de oração, no perdão concedido a mulher apanhada no ato de adultério (Jo 8.3). O Senhor que conhece os pensamentos (Fp 4.8) e as motivações das ações cotidianas (1ª Co 4.5), manifestou em seu santo e justo julgamento o pecado dos acusadores (Jo 8.7,9), revelando favor à mulher (Jo 8.10,11).

IV. OS TRÊS OFÍCIOS DE CRISTO

Cristo, o título oficial dado a JESUS no Novo Testamento, descreve JESUS como o ungido Salvador. A palavra vem do Grego Christos, que é a tradução do Hebraico Messias (João 1.41). Ambos os termos são originários do significado do verbo ungir com óleo sagrado, daí a expressão Ungido. Esses nomes dados a Jesus expressam a ideia que Deus ungiu JESUS para salvar o seu povo. No Novo Testamento, o título é usado em combinação com o seu nome de nascimento, Jesus Cristo (Mt 1.1; Mc 1.1; Rm 1.4), Cristo Jesus (Rm 1.1; 1ª Co 1.1), com o artigo (Rm 7.4), ou com outro título Senhor (Rm 16.18). É também usado como um nome substituto ou título para Jesus, a única palavra a ser usada dessa maneira (Jo 20.31; Rm 15.3; Hb 3.6; 5.5; 1ª Pe 1.11, 19).

1. O Profeta que havia de vir.
Textos específicos do AT citados no NT. Certos trechos do AT são manifestamente profecias sobre Cristo, porque o NT os cita como tais. Por exemplo, Mateus cita Is 7.14 para comprovar que o AT profetizava aí o nascimento virginal de Cristo (Mt 1.23), e Mq 5.2 para comprovar que Jesus devia nascer em Belém (Mt 2.6). Marcos observa aos seus leitores (Mc 1.2,3) que a vinda de João Batista como precursor de Cristo fora profetizada tanto por Isaías (Is 40.3), quanto por Malaquias (Ml 3.1). Zacarias predisse a entrada triunfante de Jesus em Jerusalém no domingo que precede a Páscoa (Zc 9.9; cf. Mt 21.1-5; Jo 12.14,15). A experiência de Davi, descrita no Sl 22.18, prenuncia os soldados ao derredor da cruz, dividindo entre si as vestes de Jesus (Jo 19.23,24), e sua declaração no Sl 16.8-11 é interpretada como uma clara predição da ressurreição de Jesus (At 2.25-32; 13.35- 37).

O livro de Hebreus afirma que Melquisedeque (cf. Gn 14.18-20; Sl 110.4) é um tipo de Cristo, nosso eterno Sumo Sacerdote. Muitos outros exemplos poderiam ser citados.

Alusões a passagens do AT pelos escritores do NT.
Outra forma de revelação de Cristo no AT consiste em passos do NT que, mesmo sem citação direta, referem-se a pessoas, eventos, ou objetos do AT prefigurando profeticamente a Cristo. Por exemplo, no primeiro de todos os textos proféticos da Bíblia (Gn 3.15), Deus promete que enviará o descendente da mulher para ferir a cabeça da serpente. Certamente, Paulo tinha em mente esse trecho quando declarou que Cristo nasceu de mulher para redimir os que estavam debaixo da lei (Gl 4.4,5; cf. Rm 16.20). João, igualmente, declara que o Filho de Deus veio “para desfazer as obras do diabo” (1ª Jo 3.8). A referência de João Batista a JESUS como Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29,36), recua a Lv 16 e Is 53.7. A referência de Paulo a Jesus como “nossa páscoa” (1ª Co 5.7) revela que o sacrifício do cordeiro pascal profetizava a morte de Cristo em nosso favor (Êx 12.1-14). O próprio JESUS declarou que o ato de Moisés, ao levantar a serpente no deserto (Nm 21.4-9) era uma profecia a respeito dEle, quando pendurado na cruz. E quando João diz que JESUS, o Verbo de DEUS, participou da criação de todas as coisas (Jo 1.1-3), não podemos deixar de pensar em Sl 33.6: “Pela palavra do SENHOR foram feitos os céus” (cf. Hb 1.3,10-12). Essas são apenas algumas das alusões no NT a passos do AT referentes a Cristo.

Quando JESUS fez referência ao cumprimento da profecia de Isaías acerca do poder do Espírito Santo sobre Ele, usou também a mesma passagem para sintetizar o conteúdo do seu ministério, a saber: pregação, cura e libertação (Is 61.1,2; Lc 4.16-19).

1.1. O Espírito Santo ungiu Jesus e o capacitou para a sua missão. Jesus era Deus (Jo 1.1), mas Ele também era homem (1ª Tm 2.5). Como ser humano, Ele dependia da ajuda e do poder do Espírito Santo para cumprir as suas responsabilidades diante de DEUS (cf. Mt 12.28; Lc 4.1,14; Rm 8.11; Hb 9.14).

1.2. Somente como homem ungido pelo Espírito, Jesus podia viver, servir e proclamar o evangelho (At 10.38). Nisto, Ele é um exemplo perfeito para o cristão; cada crente deve receber a plenitude do ESPÍRITO SANTO (At 1.8; 2.4).

2. O Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque.
A intercessão de Cristo.
1.1. Jesus um Homem de oração. Jesus, no seu ministério terreno, orava pelos perdidos, os quais Ele viera buscar e salvar (Lc 19.10). Chorou, quebrantado, por causa da indiferença da cidade de Jerusalém (Lc 19.41). Orava pelos seus discípulos, tanto individualmente (Lc 22.32) como pelo grupo todo (Jo 17.6-26). Orou até por seus inimigos, quando pendurado na cruz (Lc 23.34).

1.2. Jesus nosso Advogado. Um aspecto permanente do ministério atual de Cristo é o de interceder pelos crentes diante do trono de Deus (Rm 8.34; Hb 7.25; 9.24; 7.25); João refere-se a JESUS como “um Advogado para com o Pai” (1ª Jo 2.1). A intercessão de Cristo é essencial à nossa salvação (cf. Is 53.12). Sem a sua graça, misericórdia e ajuda, que recebemos mediante a sua intercessão, nós nos desviaríamos de DEUS e voltaríamos à escravidão do pecado. Sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, foi o Senhor Jesus, no sacrifício vicário do Gólgota, o oficiante e a vítima ao oferecer-se, de uma vez por todas, para resgatar-nos de nossos pecados (Hb 7.26-28).

3. O Rei dos reis.
Após a sua ressurreição, e já prestes a subir ao Pai, afirmou: “É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt 28.18). Naquele momento, assumia JESUS o governo não somente do mundo, como de Israel e da Igreja. Ele é o soberano dos reis da terra (Ap 1.5). É o rei de Israel e cabeça da Igreja (Jo 1.49; Cl 1.18). Como herdeiro do trono de Davi, assumirá o governo do mundo durante o Milênio, levando as nações remanescentes à plena obediência (Is 11.1-10; Ap 19.16).

CRISTO (Mt 1.1).
O termo CRISTO (gr. Christos) quer dizer ungido. É a forma grega do hebraico Messias (Dn 9.25,26).

- Desde o início do seu Evangelho, Mateus afirma que Jesus é o Ungido de Deus, ungido com o Espírito Santo (cf. Is 61.1; Lc 4.18; Jo 3.34; At 10.38).

- Foi ungido como Profeta, para trazer conhecimento e verdade (Dt 18.15); como Sacerdote, para oferecer o supremo sacrifício e expiar nossas culpas (Sl 110.4; Hb 10.10-14); e como Rei, para governar, guiar e estabelecer o reino da justiça (Zc 9.9).

O FILHO DE DAVI Mt 1.1
- Mateus comprova que JESUS foi um descendente legal de Davi, levantando a genealogia de José, o qual era da casa de Davi. Embora JESUS tenha sido concebido pelo Espírito Santo, contudo Ele foi formalmente registrado como filho de José e, portanto, tornou-se legalmente um descendente de Davi.

- A genealogia por Lucas (Lc 3.23) mostra a linhagem de JESUS através dos ascendentes de Maria, sua mãe, que também era da linhagem davídica. Lucas enfatiza que Ele procede da carne (filho) de Maria e, portanto, um como nós (cf. Rm 1.3).

Assim, os escritores dos Evangelhos declaram o direito legal e também físico de Jesus

Como enviado.

CONCLUSÃO
O caráter imaculado de Jesus Cristo tem sido demonstrado por toda a Bíblia, mostrando sua aprovação por parte do Pai (Mt 3.17), e confirmado pelos anjos (Mt 1.23) e até dos demônios (Mc 5.7). Mesmo depois de mais de dois mil anos o nome de Jesus e sua vida impõem respeito e tem sido fontes inspiradoras de milhões de vidas em toda terra e em todos os tempos.

FONTE DE PESQUISA
1. ALMEIDA, Trad. João Ferreira, Bíblia Sagrada BÍBLIA SHEDD.
2. ANDRADE, Claudionor correia. A RAÇA HUMANA, Origem, Queda e Redenção. CPAD.
3. ANDRADE, Claudionor Correia de. Dicionário de Profecia Bíblica. CPAD.
4. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
5. GRUDEM. Wayne. Teologia Sistemática: Atual e Exaustiva. Vida Nova.
6. HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
7. MCGRATH, Alister E. Teologia sistemática, Histórica e Filosófica. SHEDD.
8. MORRIS, Leon L. O evangelho de Lucas - introdução e comentário. Vida Nova.

quarta-feira, 18 de março de 2020

O HOMEM DO PECADO


LEITURA BÍBLICA
2ª Ts 2.1-15 “Ora, irmãos, rogamo-vos, pela vinda de nosso Senhor JESUS CRISTO e pela nossa reunião com ele, 2 - que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o Dia de CRISTO estivesse já perto. 3 - Ninguém, de maneira alguma, vos engane, porque não será assim sem que antes venha a apostasia e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição, 4 - o qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama DEUS ou se adora; de sorte que se assentará, como DEUS, no templo de DEUS, querendo parecer DEUS. 5 - Não vos lembrais de que estas coisas vos dizia quando ainda estava convosco? 6 - E, agora, vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. 7 - Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que, agora, resiste até que do meio seja tirado; 8 - e, então, será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda; 9 - a esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira, 10 - e com todo engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem. 11 - E, por isso, DEUS lhes enviará a operação do erro, para que creiam a mentira, 12 - para que sejam julgados todos os que não creram a verdade; antes, tiveram prazer na iniquidade. 13 - Mas devemos sempre dar graças a DEUS, por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter DEUS elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do ESPÍRITO e fé da verdade, 14 - para o que, pelo nosso evangelho, vos chamou, para alcançardes a glória de nosso Senhor JESUS CRISTO. 15 - Então, irmãos, estai firmes e retende as tradições que vos foram ensinadas, seja por palavra, seja por epístola nossa.”

INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos a definição do termo “anticristo”; traremos algumas informações sobre a pessoa do anticristo; pontuaremos a sua atuação no mundo; e por fim; mencionaremos alguns aspectos do “espírito” do anticristo.

I. DEFINIÇÃO DA PALAVRA ANTICRISTO

1. Conceito do termo anticristo. O nome “anticristo” vem da expressão grega “antichristos” significando: “contra Cristo” formados pelos termos “anti” que significa “contra” e “christos”, que significa “ungido”. Será o opositor de Cristo e o maior representante de Satanás, no futuro. Também chamado de: “a besta que emerge do mar” (Ap 13.1). Será um homem comum, nascido de mulher; mas, revestido de um “poder satânico”, que terá uma capacidade demoníaca extraordinária (2ª Ts 2.9; Ap 13.2,4), de modo que exercerá uma poderosa influência sobre a humanidade com seus discursos (Ap 13.5). Ele será um homem personificando o diabo, porém, apresentando-se como se fosse Deus (Dn 11.36).
Sua sabedoria e capacidade serão sobrenaturais, pois, além da ação diabólica em seu apoio, outros fatores contribuirão para a implantação de seu governo, tais como: poder político (Dn 7.8,25) e comercial (Dn 8.25; Ap 13.16,17). Ele será uma pessoa influente que atrairá até mesmo os judeus (Dn 9.20-27; Mt 24.22-27). Promoverá a mentira (2ª Ts 2.11-13); o pecado (2ª Ts 2.3); o culto a Satanás (Dn 11.45; 2 Ts 2.4); e, uma economia única no mundo (Ap 13.16-18).

II. A PESSOA DO ANTICRISTO

1. A identidade do anticristo. O anticristo será a mais completa personificação de Satanás e o seu mais autorizado representante. É o ditador que assumirá o comando do mundo após o arrebatamento da Igreja. Ele será uma personificação do mal, um líder mundial de habilidades e capacidades desconhecidas até o dia de hoje, possuirá um carisma irresistível e uma oratória extremamente persuasiva. A Bíblia dá vários outros adjetivos a este personagem:
·         O pequeno chifre (Dn 7.8).
·         Príncipe que havia de vir (Dn 9.26).
·         Homem vil (Dn 11.21).
·          O rei que fará segundo a sua vontade (Dn 11.36).
·         Homem da iniquidade (2ª Ts 2.3).
·         Filho da perdição (2ª Ts 2.3).
·         Iníquo (2ª Ts 2.8).
·         Anticristo (1ª Jo 2.18).
·         Abominável da desolação (Mt 24.15).
·         Assolador (Dn 9.27).
·         Besta (Ap 13.1,2,18; 19.20).
·         O pastor inútil (Zacarias 11:17),

2. As estratégias do anticristo. De acordo com as Escrituras, no início, o anticristo fará um pacto com Israel, restaurando a antiga prática de sacrifícios no Templo em Jerusalém (Dn 9.20-27). Todavia, na metade deste período, ele quebrará este acordo, tornar-se-á um governante mundial, declarar-se-á Deus, proibirá a adoração ao Senhor e perseguirá terrivelmente aqueles que desejarem ser fiéis a Cristo (2ª Ts 2.4). Conforme as profecias bíblicas, o filho da perdição realizará, por intermédio satânico, “poder, sinais e prodígios de mentira” (2ª Ts 2.7-10). Este período é chamado de Grande Tribulação (Ap 7.14), um tempo de grande perseguição e oposição a tudo o que se chama Deus (Ap 12.17; 13.15).

3. O tempo do governo do anticristo. O governo do anticristo será de sete anos dividido em dois momentos. Primeiro ele reinará por um período de “quarenta e dois meses, ou três anos e meio, ou ainda mil duzentos e sessenta dias” (Ap 13.5). Nesse período de falsa paz, os homens, inclusive Israel, hão de pensar que ele é, de fato, o Messias prometido. Findo esse tempo, ele romperá o acordo que firmara com Israel, e passará a persegui-lo por outro período de “quarenta e dois meses, ou três anos e meio” (Dn 9.27; 1ª Ts 5.3).

4. O julgamento e o fim do anticristo. Apesar dos seus feitos e poder, o anticristo já possui um fim pré-determinado na Bíblia (2ª Ts 2.8). Sua atividade se encerrará na Batalha do Armagedon quando o Senhor Jesus vier com a sua Igreja.

Naquela ocasião, o Rei dos reis e Senhor dos senhores destruirá o anticristo, seus exércitos e todos os que o seguirem (Mt 24.30; Ap 19.19-21).

III. O ANTICRISTO E SUA ATUAÇÃO NO MUNDO

1. O espírito do anticristo. Ao falar sobre o anticristo e os “anticristos”, o apóstolo João não estava se referindo unicamente a um assunto escatológico, ele estava também advertindo seus leitores a respeito de um espírito que já ameaçava a igreja naquele período e que ainda está em plena atuação. Um espírito que nega a divindade e o senhorio de Cristo (1ª Jo 4.3). João deixa claro que já é a última hora, ou seja, a vinda de Cristo se dará em breve (1ª Jo 4.18). Muitos são os sinais de que a volta de Jesus poderá ocorrer a qualquer momento. Um dos sinais é a operação do anticristo. De acordo com João, o espírito dele já está no mundo (1ª Jo 4.3), e exercerá domínio sobre todas as nações. Daniel fala a respeito do governo do anticristo, mostrando que este será de grande influência (Dn 11.36).

2. A plataforma do anticristo. Atualmente observamos o fortalecimento das grandes organizações geopolíticas e a unificação dos blocos econômicos através do globalismo. Na verdade, trata-se de uma preparação para um único governo mundial, pois, de acordo com a Palavra de Deus, o Anticristo assumirá grande poder político (Dn 7.8), comercial e religioso (Dn 8.25; Ap 13.16,17). Segundo as Escrituras, ele terá o controle da economia mundial (Ap 13.16,17).

3. A aparição do anticristo. Alguns pregadores e escritores, diante de grandes acontecimentos históricos e personalidades importantes, acabam afirmando que determinado líder político, ou religioso, é o anticristo; que tal evento marcou ou marcará a sua chegada e muitas outras colocações de natureza duvidosa. Tenhamos cuidado com tais especulações, pois, apesar de seu nascimento ocorrer antes do arrebatamento da Igreja - tendo alguns sinais precedentes indicados (2ª Ts 2.1-12), sua manifestação pública como tal só ocorrerá após Jesus retirar o seu povo da Terra através do arrebatamento da Igreja, e ele só se revelará demonstrando toda sua oposição ao Senhor Deus, na metade da Grande Tribulação (Dn 9.27).

4. A artimanha do anticristo. O Anticristo fará muitos sinais e prodígios, ou seja, obras sobrenaturais para que suas mentiras sejam confirmadas: “A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios de mentira” (2ª Ts 2.9). Ele usará destes sinais mentirosos para se impor e atrair seguidores. Porém, só conseguirá enganar aqueles que rejeitaram crer na verdade de Deus (2ª Ts 2.10-12). A Bíblia descreve o anticristo como dono de uma grande habilidade:
·         Intelectualmente (Dn 7.20).
·         Politicamente (Dn 11.21).
·         Militarmente (Dn 8.24).
·         Oratoriamente (Dn 7.20).
·         Comercialmente (Dn 8.25).
·         Administrativamente (Ap 13.1-2).
·         Religiosamente (2ª Ts 2.4).

5. A habilidade do anticristo. A Besta ou anticristo será uma personagem de uma habilidade e capacidade desconhecidas até hoje. Sua sabedoria e capacidade serão sobrenaturais, quando consideramos seus atos à luz do relato bíblico. Além da ação diabólica direta, outros fatores contribuirão decisivamente para a implantação do governo do anticristo, como poderio bélico, alta tecnologia e poder econômico. Influenciará decisivamente as massas com seus discursos inflamados (Ap 13.5).

A Bíblia diz que toda a terra se maravilhará após a Besta (Ap 13.3). Alguns aspectos do seu futuro governo, segundo a Bíblia:
·         Não será admirado no início (Dn 11.21).
·         Virá na era que existir vários anticristos (1ª Jo 2.18).
·         Mentirá e negará que Jesus é o Messias (2ª Jo 1.7).
·         Adorará um deus estranho (Dn 11.39).
·         Honrará um deus militar com fortunas (Dn 11.38).
·         Controlará a economia mundial (Ap 13.7,16-17; 17.12-13).
·         Fará um acordo de paz com Israel por 7 anos, mas, quebrará o acordo após 3 anos e meio e iniciará a Grande Tribulação propriamente dita (Dn 9.27).

IV. CARACTERÍSTICAS DO “ESPÍRITO” DO ANTICRISTO

Diferentemente do anticristo que virá, muitos “anticristos” já se manifestam (2ª Jo 1.7). Além destes, existem ainda os falsos profetas, homens enganadores que se fazem de cristãos para, se possível, enganar a Igreja (2ª Pd 2.1; 1ª Jo 4.1). Este fato atesta a advertência do apóstolo João quanto à realidade de que o “espírito do anticristo” (1ª Jo 4.3) já está atuante e em plena operação. João apresenta algumas características destes anticristos, as quais merecem ser estudadas. Notemos algumas:

1. Estavam entre nós. Estes falsos mestres se haviam infiltrado na comunidade cristã com o fim de mesclar-se entre os irmãos para perverter a doutrina dos apóstolos. Pareciam cristãos, mas não o eram de fato. Abandonaram a igreja talvez por terem falhado em seus propósitos de desviar o povo. Esta foi a prova que desmascarou sua real intenção. Ainda hoje há muitos que se dizem cristãos, mas na verdade não o são. Misturados no meio do povo de Deus, são verdadeiros lobos em peles de ovelha. A Bíblia nos adverte várias vezes contra estas pessoas (Mt 24.24; 1ª Tm 4.1,2; 2ª Pd 2.1; Jd 1-19). Cabe a nós apercebermo-nos da existência destes falsos mestres em nosso meio.

2. Negavam a sã e principal doutrina cristã. Os falsos mestres da época não admitiam que Cristo tivesse vindo em carne, negando assim o próprio Deus, já que Ele mesmo deu testemunho de Jesus (1ª Jo 5.9; Jo 5.32-38; 8.18). O Filho de Deus é a mensagem central de toda a Bíblia; o apóstolo Paulo nos ensina que, em Cristo, todas as coisas serão congregadas (Ef 1.10) e que ao nome dEle todo joelho se dobrará, e toda língua confessará que Ele é Senhor (Fp 2.10,11). Qualquer ensinamento que negue isso é maldito (1ª Co 16.22; Gl 1.8,9). Assim, esses falsos mestres negavam a Cristo, a sã doutrina e a própria fé.

3. Enganavam os fiéis. A intenção dos falsos cristos e falsos profetas é enganar (Mt 24.24; 1ª Tm 4.1,2). E só não conseguiram seu intento entre os leitores de João porque estes tinham o Espírito de Deus (1ª Jo 2.20) e sabiam a verdade (1ª Jo 2.21). Jesus, quando falou a respeito do Espírito que enviaria, disse que Ele nos guiaria em toda a verdade (Jo 16.13), pois é chamado de “Espírito da verdade”.

V. A MISSÃO DO HOMEM DO PECADO

Satanás tenta imitar tudo de DEUS, até mesmo a trindade.

A Trindade Satânica.
Durante a grande tribulação o mundo estará sob o domínio, da trindade satânica:
1. Dragão, (Satanás - será o anti-pai).
2. Anticristo, (será o anti-filho).
3. E o Falso Profeta, (será o anti-espirito).

1. O Dragão, (Satanás ou Diabo).
a) Satanás e seus anjos que se encontram nos lugares celestiais serão lançados à terra, com grande ira, porque sabem, que já tem pouco tempo no período da Grande Tribulação, para perseguir os homens, principalmente os judeus.
b) Serão desalojados dos lugares celestiais (Ef 6.12).
c) Será precipitado na terra,(Ap 12.9).
d) Anjos malignos o acompanhará (Ap 12.9).
e) Virá com grande ira, porque, sua permanência é por pouco tempo (Ap 12.12).

2. O Anticristo.
a) Será um homem normal.
b) Será revestido de poderes malignos para execução das suas obras nefastas, nunca vistas.
c) Será satânicamente usado para fazer sinais maravilhosos (2ª Ts 2.9; Ap 13.3).
d) Será um ditador (Ap 13.16-17).
e) Usará a religião para atingir seus objetivos (2ª Ts 2.4; Ap 13.8-12).
f) Promoverá feroz perseguição, aos que não se submeterem (Ap 13.7).

O anticristo terá um auto grau de capacidade.
(a) Na área religiosa, e Política (Ap 13.8, 2ª Tm 2.4).
b) Na área comercial (Ap 13.16-17, Dn11).
c) Na área militar (Ap 6.2; 19.19).
d) Na área intelectual (Ap 13.24; Dn 8.23).
e) Na área política (Ap 17.11,13 ,17).
f) Impressionará com a sua oratória (Dn 11.36).

O Anticristo e algumas de suas atividades.
(a) Fazer a vontade de Satanás
b) Promover a expansão da apostasia e da impiedade; c) Opor-se a DEUS.
d) Controlar os exércitos e lavá-los ao Armagedom.
e) Reinará por sete anos.

3. O Falso Profeta.
a) Será semelhante a qualquer outro homem (Ap 13.11).
b) Sua principal missão, será projetar o anticristo (Ap 13.13).
c) Tornará compulsório o sinal da besta (Ap 13.16-17; 14.9).
d) Será revestido de poderes satânicos (Ap 13.12).
e) Esconde na aparência , sua verdadeira identidade (Ap 13.1).
f) Induzirá os homens a adorar o Anticristo e operará grandes milagres.

COMPARATIVO ENTRE JESUS E O ANTICRISTO



CONCLUSÃO
O espírito do anticristo já está no mundo, usando homens enganadores na realização de falsos milagres e manifestações, tentando iludir os homens. Nenhum falso mestre terá êxito em desviar pessoas que conhecem a verdade (Sl 119.105). Pois estes cristãos, alicerçados na Palavra, farão como os crentes em Bereia, que examinavam as Escrituras para confirmar se a pregação de Paulo e Silas era biblicamente confiável (At 17.11).

FONTE DE PESQUISA
1. ALMEIDA, Trad. João Ferreira, Bíblia Sagrada BÍBLIA SHEDD.
2. ANDRADE, Claudionor correia. A RAÇA HUMANA, Origem, Queda e Redenção. CPAD.
3. ANDRADE, Claudionor Correia de. Dicionário de Profecia Bíblica. CPAD.
4. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
5. LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de profecia Bíblica. CPAD.
6. RENOVATO, Elinaldo. O Final de Todas as Coisas. CPAD.
7. GILBERTO, Antonio. Daniel & Apocalipse. CPAD.
8. O Calendário da Profecia. CPAD.
9. OLSON, Nels Laurence. O plano divino através dos séculos. CPAD.
10. SILVA, Severino Pedro da. Daniel versículo por versículo. CPAD.
11. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
12. WALVOORD, John F. Todas as Profecias da Bíblia. VIDA.

terça-feira, 3 de março de 2020

SÓ O EVANGELHO MUDA A CULTURA HUMANA



LEITURA BÍBLICA
1ª Tessalonicenses 1.1-10 “Paulo, e Silvano, e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus, o Pai, e no Senhor Jesus Cristo: graça e paz tenhais de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. 2 - Sempre damos graças a Deus por vós todos, fazendo menção de vós em nossas orações, 3 - lembrando-nos, sem cessar, da obra da vossa fé, do trabalho do amor e da paciência da esperança em nosso Senhor Jesus Cristo, diante de nosso Deus e Pai, 4- sabendo, amados irmãos, que a vossa eleição é de Deus; 5 - porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espirito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós. 6 - E vós fostes feitos nossos imitadores e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo, 7 - de maneira que fostes exemplo para todos os fiéis na Macedonia e Acaia. 8 - Porque por vós soou a palavra do Senhor, não somente na Macedonia e Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou, de tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa alguma; 9 - porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir ao Deus vivo e verdadeiro 10 - e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.”

INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, estudaremos a cultura humana através do prisma da Bíblia Sagrada. Nosso intento é mostrar que nenhuma cultura pode ser tida como neutra, ou inofensiva, porque todas elas acham-se contaminadas pelo pecado de Adão.

Em seguida, veremos que a cultura humana tornou-se o abrigo natural do homicídio, do sexo depravado, da usura e da rebelião contra Deus. Mas a boa notícia é que o Evangelho de Cristo pode transformar qualquer cultura.

Quanto a nós, Igreja de Cristo, não nos conformemos com este mundo que jaz no Maligno, como fez Israel e Judã. Por aceitar todas as impurezas das culturas vizinhas e longínquas, ambos os reinos foram destruídos. Mantenhamos nossas propriedades como povo de Deus. Os irmãos de Tessalônica são um exemplo para todos nós por terem colocado em prática a sua fé no Senhor, testemunhando de Cristo em diversos lugares.

I. O QUE É A CULTURA

De acordo com a Bíblia Sagrada, o ser humano foi criado para fazer e produzir cultura, a partir da criação divina. Neste tópico, veremos, ainda, a cultura dos gentios e a cultura do povo de Deus.

No princípio, a cultura tinha a ver apenas com o cultivo da terra, visando a produção de alimentos (Gn 4.2). Depois, passou a ser considerada como a soma de todas as realizações humanas: espirituais, intelectuais, materiais etc. Semelhante tarefa foi considerada enfadonha por Salomão (Ec 1.1-13).

1. Definição de cultura. A palavra “cultura” significa: “o conjunto de comportamentos e ideias característicos de um povo, que se transmite de uma geração a outra e que resulta da socialização e aculturação verificadas no decorrer de sua história (BURNS, 1995, p. 15). Segundo o dicionarista Houaiss (2001, p. 888) cultura é: “conjunto de padrões de comportamento, crenças, conhecimentos e costumes que distinguem um grupo social; forma ou etapa evolutiva das tradições e valores intelectuais, morais, espirituais de um lugar ou período específico”. Portanto, podemos dizer que, fazem parte da cultura de um povo as seguintes atividades e manifestações: música, teatro, rituais religiosos, língua falada e escrita, mitos, hábitos alimentares, danças, arquitetura, invenções, pensamentos, formas de organização social, etc. A cultura resume todos os costumes ligados à família, à nacionalidade, ao trabalho e ao modo do ser humano encarar a vida.

A cultura pode ser definida também pela maneira como uma nação encara as demandas e reivindicações divinas (Lv 20.23).

2. A cultura dos gentios. Por haverem perdido o verdadeiro conhecimento de Deus, que lhes havia transmitido o patriarca Noé, logo após o Dilúvio, os seres humanos passaram a adorar a criatura em lugar do Criador (Rm 1.18-25). E, a partir daí, puseram-se a imaginar coisas vãs e soberbas (Gn 11. 6; Sl 2.1).

Hoje, a antropologia cultural vê, como meros fenômenos sociológicos e culturais, a prostituição, o homicídio, a corrupção e até mesmo o infanticídio (2º Rs 23. 7; Lv 20.1-5; Ed 9-11).

3. A cultura do povo de Deus. A visão do povo de Deus, quanto à cultura, tem como fundamento a Bíblia Sagrada, a inspirada, inerrante e completa Palavra de Deus (2º Tm 3.16,17). Por essa razão, tudo quanto fazemos tem como base esta proposição: a Terra é do Senhor (Sl 24.1). Haja vista os filhos de Israel. Eles consagravam ao Senhor até mesmo suas colheitas (Lv 23.10).

Portanto, tudo quanto fizermos tem de ser aferido por este mandamento apostólico: "Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para a glória de Deus" (1º Co 10.31).

II. A CULTURA PÓS O PECADO ORIGINAL

A homem foi posto no Éden, para lavrar a terra e fazer cultura, a partir da criação divina (Gn 1.26; 2.5). Mas, devido ao pecado, toda a cultura humana pôs-se contra Deus.

1. A cultura original. Se a Terra é do Senhor, todos deveriam saber que, neste mundo, não passamos de servos de Deus (Sl 24.1). Logo, tudo quanto produzimos deveria ser um reflexo da glória do Criador.

Se não tivéssemos caído em pecado, nossa cultura seria uma extensão da divina. Mas, por causa da Queda, a humanidade passou a trabalhar contra Deus (Ec 7.29).

2. A cultura do homicídio. Como resultado da apostasia de Adão, o homicídio é rapidamente incorporado à cultura humana. Haja vista que Lameque, para celebrar a morte de dois homens, escreveu um poema (Gn 4.23).

Os heróis daquele tempo eram os vilões que se davam à opressão e à matança (Gn 6.4,11). Hoje, vemos aqueles dias replicarem-se em todos os segmentos sociais; a cultura da morte não mudou.
O que dizer do aborto, da eutanásia e da cruel indiferença ao próximo?

3. A cultura do erotismo. O erotismo também impregnou rapidamente a cultura humana; o casamento foi logo banalizado (Mt 24.37-39). A fraqueza moral, iniciada pelo homicida Lameque, fez-se cultura (Gn 4.23). A promiscuidade precisou apenas de um exemplo, a fim de espalhar-se. Que Deus tenha misericórdia de nossa geração.

4. A cultura do consumo desenfreado. A cultura do mundo pré-diluviano, quanto ao consumo desenfreado, em nada diferia da nossa. Naquele tempo, as pessoas, já tomadas pela apostasia, não faziam outra coisa senão comer e beber (Mt 24.37,38). Hoje, gasta-se exageradamente naquilo que não satisfaz; é o consumo pelo consumo (Is 55.2). Eis o resultado de toda essa gastança: famílias endividadas e muita gente à beira da miséria. Sejamos próvidos e não pródigos.

III. CARACTERÍSTICAS DA CULTURA HUMANA MARCADA PELO PECADO

1. Relativista. Relativismo é o ensino que faz a verdade depender do indivíduo ou do grupo, do tempo ou do lugar. Ou seja, aquilo que é visto como correto para um, pode ser visto como errado para outro (Jz 21.25; Is 5.20). A Palavra de Deus no entanto, como “regra de fé e prática” do cristão, não admite posições relativistas, no que concerne a moral ou a ética. Nela encontramos princípios divinos que direcionam e guiam a vida do cristão, independente de sua cultura, status ou época (Sl 119.9,11,105; Jo 17.17; 1ª Co 6.12; 10.23). Numa sociedade corrompida e perversa (Fp 2.15) em que o “mundo jaz no maligno” (1º Jo 5.19), não é de se estranhar que a humanidade viva no seu dia-a-dia, “uma inversão dos valores e dos padrões morais” (Is 5.20).

2. Materialista. A cultura humana tem sido marcada pelo materialismo, onde se tira totalmente a ideia do espiritual, tudo se limita ao físico, ao terreno, ao transitório (1ª Tm 6.7; Jó 1.21). Cultura que se valoriza, pelo que se tem, em detrimento da vida espiritual e da vindoura (Lc 12.20,21). Paulo se contrapõem a esse pensamento ao dizer: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1ª Co 15.19). A cultura cristã embora não anule a realidade física da existência com suas necessidades mais pessoais (Mt 6.31-33), enfatiza a realidade espiritual como sendo o ideal de quem passou pelo novo nascimento (Mt 6.19,20; Cl 3.1-3). Devemos fazer a diferença em nossa cultura como nos ensina a Bíblia (Fp 1.27 ver ainda Rm 12.2; 1ª Co 10.32), seguindo o exemplo dos nossos pais: “Segundo a tradição que de nós recebeu” (2Ts 3.6).

3. Antropocêntrica. O antropocentrismo tem sido outra marca da cultura atual marcada pelo pecado. É uma Ideologia ou doutrina, de acordo com a qual o ser humano é o centro de tudo, sendo ele rodeado por todas as outras coisas; dentro dessa perspectiva tudo converge para o homem (Dn 4.30; Lc 12.17-19). Esta ideia, porém, choca-se frontalmente com o teocentrismo ensinado nas Escrituras, ou seja, Deus é o centro de todas as coisas: “Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!” (Rm 11.36).

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
“Cultura Popular e Igreja”
George Lucas, diretor do filme Guerras nas Estrelas e, por conseguinte, moderno fabricante de mitos, declara que o cinema e a televisão suplantaram a igreja como grandes comunicadores de valores e crenças. [...] A possibilidade de que a mídia substitua o papel historicamente vital desempenhado pela igreja na formação dos valores de uma comunidade é desconcertante, mas compreensível. Para muitos, o cinema se tornou uma igreja virtual. Mesmo dentro de nossa casa, verificamos que as devoções familiares são suplantadas pelos deuses eletrônicos. A televisão pode funcionar como santuário privado ao deus das imagens - um deus do lar grego ou olímpico da ESPN, um Buda pessoal da Televisão Pública ou um deus dionísio da TV a cabo. Cada um oferece sua própria visão da vida boa.

E frequentemente jazemos prostrados diante de nosso deus, ficando preguiçosos e indolentes" (PALMER, Michael (Ed.). Panorama do Pensamento Cristão. Rio de Janeiro: editora CPAD, p.394).

IV. A CULTURA HUMANA À LUZ DAS ESCRITURAS

1. Quando a cultura contradiz as Escrituras, deve ser rejeitada e combatida. Podemos ver no AT que os costumes dos povos deveriam ser rejeitados pelos israelitas porque estavam ligados a uma religião idólatra e cruel (Lv 18.24-29). Estes costumes incluíam práticas que abrangiam as diversas áreas da vida como a família, a vestimenta, a religião, a arquitetura, direito, etc. (Dt 2.5). Em certas situações toda a cultura de um povo deveria ser completamente destruída (Dt 25.17-19; 1ª Sm 15.2-3). Os filhos de Israel deveriam cumprir o mandamento de não cortar o cabelo em redondo, nem danificar as extremidades da barba (Lv 19.27). É provável que aquele costume cultural identificasse a pessoa com o paganismo e por isso deveria ser rejeitado (Rm 12.2). É a Igreja que influencia os padrões de vida e costumes do mundo, porque ela é “o sal da terra” e “a luz do mundo” (Mt 5.13,14). O povo de Deus é um povo diferente no mundo, no sentido espiritual, moral e social (1ª Co 10.32). A Igreja é um grupo social, dentro de um contexto maior, chamado sociedade, repleto de padrões culturais antibíblicos, onde quer que a Igreja se encontre e por isso precisa fazer a diferença (1Co 6.20; Tt 2.10).

2. O que da cultura não contradiz as Escrituras, deve ser utilizada com sabedoria. Apesar da cultura estar contaminada pelo pecado, ela pode ser uma fonte da verdade, se não vier a contradizer os princípios bíblicos. Daniel e seus amigos na corte babilônica é um grande exemplo. Eles foram dotados por Deus com o conhecimento e inteligência em toda literatura e sabedoria (Dn 1.17-21). Isto quer dizer que ele tinha conteúdo cultural e sabia usar aquele conhecimento com equilíbrio e sabedoria. Apesar deste conhecimento Daniel e seus companheiros não permitiram que, no que a cultura babilônica feria os princípios divinos comprometessem sua fé (Dn 1.8). Quando o costume cultural está de acordo com a verdade bíblica, ele deve ser preservado e seguido; porém, quando contraria os princípios estabelecidos na Palavra de Deus, deve ser rejeitado e combatido pela Igreja de Cristo (At 5.29; Fp 4.8). Logo, a cultura até certo ponto não é nociva, desde que não venha a ferir os princípios da Palavra de Deus. Quando uma respectiva nação praticava um costume fora da vontade de Deus, a Bíblia é bem clara: “E não andeis nos costumes das nações que eu expulso de diante de vós, porque fizeram todas estas coisas; portanto fui enfadado deles” (Lv 20.23 ver ainda Dt 22.5).

V. COMO O CRISTÃO DEVE SE RELACIONAR COM A CULTURA

1. O exemplo do apóstolo Paulo. Ele também foi um cristão que entrou em contato com a cultura do seu tempo, mas não deixou se corromper por nenhuma prática cultural. Seus escritos revelam conhecimentos razoáveis em variadas áreas da cultura (At 17.15-34). Paulo podia levar os princípios eternos da revelação especial que ele recebia a sua prática? Sim! Porque conhecia bem os costumes judaicos em que ele fora criado, bem como os costumes dos povos que ele estava evangelizando (1ª Co 11.1-16). Apesar deste conhecimento cultural, o apóstolo Paulo não negociava com a cultura de sua época se esta prejudicasse a Palavra que ele pregava. Para Paulo, o meio de salvação dos perdidos era a pregação do evangelho. Ele rejeitou a retórica dos gregos para que a fé daqueles irmãos não repousasse sobre a sabedoria humana, mas sobre o poder de Deus (1ª Co 2.1-5).

2. Jesus Cristo, o mais sublime de todos os exemplos. O Senhor Jesus é o maior e melhor exemplo de alguém que não deixou ser influenciado pela cultura prevalecente de seus dias. Ele veio ao mundo como homem (Jo 1.14; Fp 2.5-11), foi circuncidado e apresentado no templo (Lc 2.21-38), participou das festas judaicas (Lc 2.39-43), demonstrando estar em contato com sua cultura. Porém, não se rendeu a ela para ir de encontro aos princípios da Palavra de Deus (Mc 7.1-16). Os cristãos devem ser agentes transformadores da sociedade. Nossa responsabilidade de transmitir e viver adequadamente o evangelho em qualquer cultura é bíblica. Escrevendo aos coríntios o apóstolo Paulo diz: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1ª Co 10.31). Significa dizer que tudo o que fazemos na vida, até as coisas mais instintivas, como o comer e o beber, deve ser feito com a plena conscientização da glorificação a Deus. Não podemos, portanto, simplesmente aceitar uma cultura como ela é sem ter a visão clara do que ela tem contrário à Palavra de Deus.

VI. O EVANGELHO INFLUENCIANDO A CULTURA HUMANA

Agora, precisamos responder a esta pergunta: “É possível transformar uma cultura dominada pela iniquidade?”.

1. Jesus nasceu num contexto cultural. Nenhum homem é capaz de viver à parte de uma cultura; somos seres culturais. Aliás, o próprio Filho de Deus, quando de sua encarnação, foi acolhido numa sociedade dominada por três grandes culturas - a judaica, a grega e a romana (Jo 19.20). Todavia, a sua mensagem transformou milhões de pessoas oriundas de todas as culturas do mundo, conduzindo-as a viver num só corpo (Rm 10.12).

2. O Evangelho transforma a cultura. Conquanto não nos seja possível converter toda uma sociedade, podemos influenciá-la com a mensagem do Evangelho. Haja vista o que aconteceu em Éfeso, durante a terceira viagem missionária de Paulo, quando praticantes de artes mágicas queimaram seus livros em público (At 19.19).

Se quisermos, de fato, transformar o nosso país, devemos evangelizá-lo de acordo com o modelo de Atos dos Apóstolos (At 1.8).

3 A igreja e a pregação do Evangelho. Uma das principais atribuições da igreja é a de influenciar a cultura e a sociedade onde ela está inserida (Mt 5.13-16; Mc 9.49; Lc 14.34-35; Mc 4.21; Lc 8.16; 1ª Pd 2.12). E como ela pode fazer isto? Priorizando os princípios da Palavra de Deus, independente do modelo cultural da sociedade. Na prática, significa combater o pecado, mesmo que este seja visto como uma questão cultural. É ensinar sobre a fidelidade conjugal (Hb 13.4), mesmo quando a infidelidade já se tornou comum; combater a mentira e o engano (Ef 4.25; Rm 12.17), ainda que sejam vistas como coisas normais ou naturais; pregar contra o paganismo e a idolatria (Rm 2.22; 1ª Jo 5.21), mesmo quando ela é vista como mera religiosidade, etc. Recebemos do Senhor Jesus uma responsabilidade para produzir uma cultura debaixo do Senhorio de Cristo (2ª Co 10.4,5), ou seja, promover a cosmovisão cristã em um mundo pluralista (Rm 12.1,2), onde as culturas estão afetadas em suas estruturas e práticas do pecado, necessitando assim, que a Igreja exerça sua função profética (1ª Pd 2.9,10), mostrando o caminho que Deus planejou para vivermos como seres humanos, julgando nossas vidas por essas normas.

4. O evangelho na cidade de Éfeso. Esta era a capital da província romana da Ásia. A cultura era extremamente influenciada pelo paganismo e hedonismo (busca desenfreada pelo prazer) ali estava o foco de adoração da deusa da fertilidade, Ártemis ou Diana (At 19.27) que possuía um templo (At 19.28) que foi considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo. Historiadores calculam que a população da cidade de Éfeso no primeiro século era cerca de 250 a 500 mil habitantes. Paulo na unção do Espírito Santo (At 19.11,12), começou a pregar nesta cidade e o impacto do evangelismo foi tão grande que agitou a cidade, provocando muitas conversões até mesmo de pessoas ligadas ao ocultismo (At 19.18); de modo que Lucas relata: “assim a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia” (At 19.19). Durante o tempo que ali passou, Deus operou poderosamente através do apóstolo (At 19.11), em Éfeso houve várias conversões (At 19.18,19), batismo no Espírito Santo (At 19.6,7), curas divinas e expulsão de demônios (At 19.12), e a propagação do evangelho (At 19.10,20,26), resultando no temor a Deus e a glorificação do nome do Senhor Jesus (At 19.17).

3. O evangelho na cidade de Corinto. Os crentes de Corinto, um exemplo da influência do Evangelho. Corinto era uma das cidades mais promiscuas no período do Novo Testamento. Não obstante, Paulo, ao levar-lhe o Evangelho, resgatou preciosas almas aprisionadas a um contexto moralmente doentio (1ª Co 6.9-11).

Apesar de seus graves problemas, a igreja coríntia detinha todos os dons espirituais (1ª Co 1.7). O mais importante, porém, é que os seus membros, dantes escravizados por Satanás, eram agora chamados de santos em Jesus Cristo (1ª Co 1.1,2).

O apóstolo Paulo escrevendo aos coríntios deixou muito claro que a cultura não está acima das Escrituras (1ª Co 10.12,23,31). Tudo o que o crente fizer deve objetivar a glória de Deus, pois para isto é que fomos criados (Ef 1.12). A Bíblia adverte-nos: “Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas [...]” (Cl 2.8). Um dos maiores desafios da igreja nestes últimos dias é lutar contra os enganos e os ardis do Inimigo na nossa cultura. Os costumes e cultura nunca têm o peso de doutrina, porém, a doutrina bíblica é que gera os bons costumes nas culturas (Dt 7.6). Paulo ensinou que há coisas que em si mesmas não são pecado, mas são moldadoras, dominadoras, controladoras e por isso, devem ser evitadas: “Nem todas as coisas me convêm” (1ª Co 6.12a), por este motivo a recomendação bíblica: “Não me deixarei dominar por nenhuma” (1ª Co 6.12b). Há coisas que em si mesmas não são pecado, mas são embaraçosas (Hb 12.1). Há coisas que em si mesmas não são pecado, mas dão a aparência de pecado (1ª Ts 5.2). Nossos usos e costumes não devem provocar escândalos (1ª Pd 3.3-5).

CONCLUSÃO

Vimos que cultura é a atividade humana que intenciona o uso, o prazer e o desenvolvimento da raça humana. A Bíblia nos fala a respeito da cultura. Ela diz que, quando a cultura contradiz a verdade revelada, ela deve ser combatida; ensina também que, quando um costume cultural está de acordo com os princípios eternos, ele deve ser seguido. E, acima de tudo ela relata diversos exemplos de pessoas que, mesmo estando inseridas em diversas culturas, elas permaneceram fiéis a Deus.

A cultura atual em nada difere da pré-diluviana. No entanto, podemos influenciá-la através da pregação do Evangelho de Cristo. Se levarmos a sério a promessa de Atos 1.8, viremos não apenas a influenciá-la, mas igualmente transformá-la. Afinal, somos o sal da terra e a luz do mundo. Somente a Igreja de Cristo reúne essas propriedades tão raras para abalar as estruturas deste mundo que jaz no Maligno.

Sejamos santos. Evangelizemos e façamos missões! É a ordem de Cristo. Nós podemos transformar a cultura da sociedade atual, como fez o apóstolo Paulo em Tessalônica.

FONTE DE PESQUISA

1. ALMEIDA, Trad. João Ferreira, Bíblia Sagrada BÍBLIA SHEDD.
2. ANDRADE, Claudionor correia. A RAÇA HUMANA, Origem, Queda e Redenção. CPAD.
3. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
4. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
5. BURNS, Bárbara, Costumes e Culturas: uma introdução à Antropologia Missionária. VIDA NOVA.