Lucas 2.40-52 “E o menino crescia e se
fortalecia em espírito, cheio de sabedoria; e a graça de DEUS estava sobre ele.
41 - Ora, todos os anos, iam seus pais a Jerusalém, à Festa da Páscoa. 42 - E,
tendo ele já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa.
43 - E, regressando eles, terminados aqueles dias, ficou o menino JESUS em Jerusalém,
e não o souberam seus pais. 44 - Pensando, porém, eles que viria de companhia
pelo caminho, andaram caminho de um dia e procuravam-no entre os parentes e
conhecidos. 45 - E, como o não encontrassem, voltaram a Jerusalém em busca
dele. 46 - E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, assentado
no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. 47 - E todos os que o
ouviam admiravam a sua inteligência e respostas. 48 - E, quando o viram,
maravilharam-se, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que fizeste assim para
conosco? Eis que teu pai e eu, ansiosos, te procurávamos. 49 - E ele lhes
disse: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos
negócios de meu Pai? 50 - E eles não compreenderam as palavras que lhes dizia.
51 - E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe
guardava no coração todas essas coisas. 52 - E crescia JESUS em sabedoria, e em
estatura, e em graça para com DEUS e os homens.”
INTRODUÇÃO
Nesta lição teremos a oportunidade de
estudar uma das mais importantes doutrinas bíblicas a respeito da pessoa de
Cristo, denominada de Cristologia; veremos também o ensino bíblico da Sua dupla
natureza; pontuaremos algumas das heresias ditas durante a história da igreja,
a respeito da pessoa de Cristo; e por fim, ressaltaremos à luz das Escrituras,
porque Jesus é o homem perfeito.
I. A
DUPLA NATUREZA DE JESUS
A afirmação correta da plena divindade de
Jesus, bem como de sua plena humanidade, tem implicações soteriológicas
fundamentais. Jesus é 100% Deus e 100% homem. A doutrina da união “hipostática”
é definida pela existência de Cristo em duas naturezas, divina e humana, que
não se fundem nem se alteram; por outro lado, não se separam e nem se dividem,
compondo e estabelecendo uma só pessoa e uma só “subsistência” eternamente
(GRUDEM, 1999, p. 454). Em suma, isso quer dizer que Jesus é plenamente divino
e totalmente humano para todo o sempre, visto que, mesmo agora, na eternidade,
possui um corpo humano glorificado (At 1.11; Ap 5.6). Vejamos:
1.
Natureza divina de Jesus. O Novo Testamento deixa claro que Jesus é o “Filho de
Deus”. Isto foi atestado pelo próprio Pai: “E eis que uma voz dos céus dizia:
Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17 ver ainda Jo 3.17;
12.28). No monte da transfiguração houve igual declaração (Mt 17.5). Jesus
mesmo declarou ser o Filho de Deus (Jo 9.35-38); o anjo Gabriel disse a Maria:
“[...] o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35);
os apóstolos também asseveraram isso (At 3.13,26; 8.37; 9,20; Rm 1.4,9; 1ª Co
1.9; 2ª Co 1.19; Gl 2.20; 4.4; 2ª Pd 1.17; 1ª Jo 4.9; Ap 2.18). É bom destacar
que “Paulo usa o termo “Filho de Deus” tanto em relação a Jesus como aos
cristãos. Entretanto, traça uma distinção entre a filiação dos cristãos, que
tem origem na adoção, e a de Jesus, que se origina do fato de ele ser “o Filho
do Deus” (Rm 8.32)” (MACGRATH, 2010, p. 408).
A Bíblia nos mostra que Jesus tem todos os
atributos divinos:
·
Eternidade
(Mq 5.2; Is 9.6; Cl 1.17; Jo 1.1; Ap 1.11).
·
Onipotência
(Mt 28.18; Lc 4.35,36,41).
·
Onipresença
(Mt 18.20; 28.20; Ef 1.23).
·
Onisciência
(Jo 2.24; 4.16-19; 6.64; Mc 2.8; Lc 22.10.12; 5.4-6).
·
Imutabilidade
(Hb 1.12; 13.8).
Deve destacar-se ainda que Jesus tinha
também as prerrogativas divinas, tais como: poder para perdoar pecados (Mt 9.2;
Lc 7.48); receber adoração (Mt 8.2; 9.18; 15.25; Mc 5.6; 9.38; Ap 5.8;13); e, auto
existência (Jo 5.26).
2.
Natureza humana de Jesus. A expressão “Filho do Homem” é usada pelos escritores
dos evangelhos sinóticos 69 vezes aludindo a humanidade do Cristo (Mt 9.6;
12.8; Mc 8.31; Lc 9.56; 12.8). João introduz o evangelho dizendo que: “o Verbo
era Deus” (Jo 1.1-c), mas também que: “o Verbo se fez carne” (Jo 1.14-a). O
mesmo apóstolo diz que na ceia “recostara sobre o seu peito” (Jo 21.20); e, que
“ouviu”, “viu”, “contemplou”, e, “tocou” o Verbo da Vida (1ª Jo 1.1). Paulo,
por sua vez, declarou que Jesus: “sendo em forma de Deus [...] esvaziou-se a si
mesmo [...] fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2.6,7).
Os escritores do NT deixaram claro que
Jesus tinha todos os atributos físicos dos homens, a saber:
·
Ele
nasceu de uma mulher (Rm 1.3; Gl 4.4).
·
Cresceu
fisicamente (Lc 2.52).
·
Dormiu
(Mt 8.24).
·
Comeu
(Lc 24.43).
·
Sentiu
fome (Lc 4.2).
·
Sede
(Jo 4.7; 19.28).
·
Teve
cansaço físico (Jo 4.6).
·
Chorou
(Jo 11.35).
·
Sorriu
(Lc 10.21).
·
Foi
tentado (Mt 4.1; Lc 22.28; Hb 4.15).
Ao se fazer homem, Jesus tornou-se
tríplice, constituído de: corpo (Mt 26.12; Hb 10.5), alma (Is 53.11,12; Mt
26.38; Jo 12.27), e, espírito (Mt 27.50). Em suma, Cristo, desde sua
encarnação, é um ser humano completo. Em Cristo, Deus se fez homem e,
novamente, se assim não fosse, não poderia redimir a humanidade. Quem recebeu a
promessa de morte não foi o corpo de um ser humano, mas um homem completo, com
sua constituição material e imaterial. Logo, somente alguém que possuísse uma
natureza humana completa poderia sofrer a penalidade estipulada (MORRIS, 2007,
p. 83).
II.
FALSAS CONCEPÇÕES A RESPEITO DA DUPLA NATUREZA DE JESUS
Durante a história da igreja, diversas
heresias surgiram em relação a pessoa de Jesus. Umas negavam a natureza humana,
outras a natureza divina. Vejamos algumas:
1.
Gnosticismo.
Um grupo herético do 1º e 2º século, que já na época do apóstolo João, afirmavam
que não houve uma encarnação real de Cristo, pois pensavam que o corpo de Jesus
fosse apenas uma “semelhança”. Para eles, Jesus era, no máximo, uma teofania
(uma aparição de Deus em forma humana). Alegavam que o Verbo nunca se tornou
carne, realmente. Em oposição, João fez uma declaração simples, direta e
poderosa: “O Verbo se fez carne” (1ª Jo 4.2; ver 2ª Jo 7) (BEACON, 2006, p. 30).
2.
Arianismo.
Os arianos, ou seja, os que seguiam os ensinos de Ário, negavam a divindade de
Jesus afirmando entre outras coisas, que Ele teria sido o primeiro a ser criado
e por meio do qual, todas as demais coisas vieram a existir. Vale salientar que
o arianismo se perpetua até aos nossos dias, principalmente por meio de um
segmento religioso heterodoxo, que afirma que Jesus não é Deus, mas que é um
ser criado e menor que o Pai. Para apoiar tal afirmação, eles usam uma tradução
distorcida da Bíblia, onde as passagens que contém afirmações sobre a divindade
de Jesus, foram adulteradas. Por exemplo: em João 1.1 onde se lê: “e o Verbo
era Deus” (ARC), eles corromperam o texto traduzindo como: “e o Verbo era um
deus”. No entanto, a Bíblia deixa claro o ensino de que Jesus tem em si mesmo
plenamente as duas naturezas: divina e humana (Cl 1.19; 2.9).
III.
JESUS, O HOMEM PERFEITO
Jesus é incomparavelmente o homem mais
célebre que já existiu na face da terra. Nunca existiu e nem existirá, alguém
que possuiu um modelo tão completo de todas as virtudes, um tipo tão excelente
de caráter quanto Jesus. Vejamos alguns traços do seu perfeito caráter e
personalidade:
1.
Impecável.
Como homem Jesus se distinguiu dos demais, pois não conheceu pecado (Mt
1.18,20; Lc 1.35). Devido a sua impecabilidade, é chamado de: “[…] o Santo e o
Justo” (At 3.14; ver Jo 6.69; At 7.52; 22.14), expressão que o exalta como
modelo de caráter. Embora tenha vivido em “semelhança da carne” (Rm 8.3). Ele
jamais cometeu pecado (2ª Co 5.21; Hb 4.15). Diz ainda a Bíblia apesar de em
tudo ser tentado, permaneceu “sem pecado” (Hb 4.15-b). Ele era santo (Hb 7.26),
incontaminado e imaculado (1ª Pd 1.19; 2.22), Nele não havia pecado (1ª Jo
3.5); era justo em sentido absoluto (1ª Jo 3.7); tal qualidade foi reconhecida
e declarada até mesmo pelos demônios (Mc 1.24); tendo Jesus autoridade para
desafiar a todos, dizendo: “Quem dentre vós me convence de pecado? […]” (Jo
8.46). Tanto no Antigo quanto o Novo Testamento ensinam claramente a
impecabilidade do Messias (Jr 33.16; Is 53.6; 2ª Co 5.21; Hb 4.15; 7.26; 9.14;
1ª Pd 1.19). Ele nasceu sem pecado (Lc 1.26-35). Viveu de forma irrepreensível
durante toda a sua vida (Mt 27.19; Lc 23.47; Jo 18.38). Por isso, sendo
perfeito, tornou-se o sacrifício perfeito pelos pecados do mundo (Is 53.12; Hb
7.26-28).
2.
Submisso.
Uma outra virtude destacável do caráter de Jesus é a sua submissão. O Senhor
Jesus apesar da sua natureza Divina, como homem se matriculou na escola da
obediência, para nos deixar o exemplo: “Ainda que era Filho, aprendeu a
obediência, por aquilo que padeceu” (Hb 5.8).
Em vários momentos de sua vida tal atitude
pode ser evidenciada:
·
Em
sua encarnação (Fp 2.5-7).
·
Em
sua vida familiar obedecendo seus pais José e Maria (Lc 2.51).
·
Ao
ser batizado nas águas por João Batista (Mt 3.13-15).
·
Ao
fazer e ensinar a vontade de Deus o Pai (Jo 6.38; 8.28).
·
Em
não revidar as afrontas (1ª Pd 2.23).
·
Ao
entregar a sua vida pela humanidade (Mt 26.39; Fp 2.8).
3.
Humilde.
Jesus era humilde de coração (Mt 11.29), ele várias vezes lembrou aos seus
apóstolos que, mesmo sendo Mestre e Senhor, tinha se tornado servo (Mt
20.25-28; Lc 22.24-27); e, às vésperas de sua crucificação, Jesus deu o maior
exemplo de humildade ao lavar os pés dos seus discípulos, um papel destinado ao
escravo da casa (Jo 13.1-17). Podemos lembrar especialmente, a dolorosa série
de inesquecíveis humilhações que ele sofreu sem queixar-se, mesmo que as
tivesse sentido vivamente (Mt 26.55; Mc 14.48; Lc 22.52). A humildade de Jesus
também é expressa quando lhe faziam elogios, e ele atribuía toda a glória ao
Pai (Mt 19.16-17; Mc 10.17-18; Lc 18.18-19).
4.
Carismático.
Uma pessoa carismática é: “alguém que desperta carisma ou admiração dos demais,
encantador, simpático, cativante, sedutor, atrativo, querido, atraente,
atencioso, influente e agradável”. Em seu ministério Jesus revelou sua simpatia
e admiração ao dar atenção especial a várias classes de pessoas (Mc 10.13-16;
Jo 3.1-10; 4.7-30). Até mesmo os seus opositores se admiravam e testificavam do
seu comportamento e de suas palavras (Jo 7.32,45,46).
5.
Manso.
É uma virtude que se opõe à rudez (Mt 5.5), e o nosso Senhor Jesus Cristo
sempre foi manso e benigno (2ª Co 10.1; Mt 11.29). Quem é manso é pacificador
(Mt 5.9), e por isso, somos conclamados a seguir a paz e, na medida do
possível, ter paz com todos os homens (Rm 12.18; 1ª Co 7.15; Hb 12.14; 1ª Pd
3.11).
6.
Misericordioso.
É a compaixão pela necessidade alheia (Mt 5.7); Jesus foi misericordioso com os
homens em suas fraquezas e privações (Mc 5.19; Hb 2.17; Tg 5.11; 2ª Co 1.3 ver
Mt 15.22; 17.15). Lembremos, pois, que a misericórdia é um mandamento divino, e
que a Bíblia condena a indiferença para com os pobres (Lc 6.36; Mt 12.7).
Sejamos misericordiosos assim como Jesus nos ensinou na parábola do samaritano
(Lc 10.37).
7.
Coração puro.
Outro traço do caráter de Jesus é a pureza de coração (1ª Jo 3.3), e quando
olhamos para as Escrituras, vemos que o coração representa a personalidade (Mt
5.8), o centro das emoções humanas (Sl 15.2; 16.9; 51.10; Mc 7.21- 23). Ao
repreender os fariseus, o Senhor destaca como a pureza interior é necessária,
dizendo serem semelhantes aos “sepulcros caiados” (Mt 23.27). Em contraste com
a hipocrisia e malícia dos fariseus, Jesus revela a sua pureza de oração, no
perdão concedido a mulher apanhada no ato de adultério (Jo 8.3). O Senhor que
conhece os pensamentos (Fp 4.8) e as motivações das ações cotidianas (1ª Co
4.5), manifestou em seu santo e justo julgamento o pecado dos acusadores (Jo
8.7,9), revelando favor à mulher (Jo 8.10,11).
IV.
OS TRÊS OFÍCIOS DE CRISTO
Cristo, o título oficial dado a JESUS no
Novo Testamento, descreve JESUS como o ungido Salvador. A palavra vem do Grego Christos, que é a tradução do Hebraico
Messias (João 1.41). Ambos os termos são originários do significado do verbo
ungir com óleo sagrado, daí a expressão Ungido. Esses nomes dados a Jesus
expressam a ideia que Deus ungiu JESUS para salvar o seu povo. No Novo
Testamento, o título é usado em combinação com o seu nome de nascimento, Jesus
Cristo (Mt 1.1; Mc 1.1; Rm 1.4), Cristo Jesus (Rm 1.1; 1ª Co 1.1), com o artigo
(Rm 7.4), ou com outro título Senhor (Rm 16.18). É também usado como um nome
substituto ou título para Jesus, a única palavra a ser usada dessa maneira (Jo
20.31; Rm 15.3; Hb 3.6; 5.5; 1ª Pe 1.11, 19).
1. O
Profeta que havia de vir.
Textos específicos do AT citados no NT. Certos
trechos do AT são manifestamente profecias sobre Cristo, porque o NT os cita como
tais. Por exemplo, Mateus cita Is 7.14 para comprovar que o AT profetizava aí o
nascimento virginal de Cristo (Mt 1.23), e Mq 5.2 para comprovar que Jesus
devia nascer em Belém (Mt 2.6). Marcos observa aos seus leitores (Mc 1.2,3) que
a vinda de João Batista como precursor de Cristo fora profetizada tanto por
Isaías (Is 40.3), quanto por Malaquias (Ml 3.1). Zacarias predisse a entrada
triunfante de Jesus em Jerusalém no domingo que precede a Páscoa (Zc 9.9; cf.
Mt 21.1-5; Jo 12.14,15). A experiência de Davi, descrita no Sl 22.18, prenuncia
os soldados ao derredor da cruz, dividindo entre si as vestes de Jesus (Jo
19.23,24), e sua declaração no Sl 16.8-11 é interpretada como uma clara
predição da ressurreição de Jesus (At 2.25-32; 13.35- 37).
O livro de Hebreus afirma que
Melquisedeque (cf. Gn 14.18-20; Sl 110.4) é um tipo de Cristo, nosso eterno
Sumo Sacerdote. Muitos outros exemplos poderiam ser citados.
Alusões
a passagens do AT pelos escritores do NT.
Outra forma de revelação de Cristo no AT
consiste em passos do NT que, mesmo sem citação direta, referem-se a pessoas,
eventos, ou objetos do AT prefigurando profeticamente a Cristo. Por exemplo, no
primeiro de todos os textos proféticos da Bíblia (Gn 3.15), Deus promete que
enviará o descendente da mulher para ferir a cabeça da serpente. Certamente,
Paulo tinha em mente esse trecho quando declarou que Cristo nasceu de mulher
para redimir os que estavam debaixo da lei (Gl 4.4,5; cf. Rm 16.20). João,
igualmente, declara que o Filho de Deus veio “para desfazer as obras do diabo” (1ª
Jo 3.8). A referência de João Batista a JESUS como Cordeiro de Deus que tira o pecado
do mundo (Jo 1.29,36), recua a Lv 16 e Is 53.7. A referência de Paulo a Jesus como
“nossa páscoa” (1ª Co 5.7) revela que o sacrifício do cordeiro pascal
profetizava a morte de Cristo em nosso favor (Êx 12.1-14). O próprio JESUS
declarou que o ato de Moisés, ao levantar a serpente no deserto (Nm 21.4-9) era
uma profecia a respeito dEle, quando pendurado na cruz. E quando João diz que
JESUS, o Verbo de DEUS, participou da criação de todas as coisas (Jo 1.1-3),
não podemos deixar de pensar em Sl 33.6: “Pela palavra do SENHOR foram feitos
os céus” (cf. Hb 1.3,10-12). Essas são apenas algumas das alusões no NT a
passos do AT referentes a Cristo.
Quando JESUS fez referência ao cumprimento
da profecia de Isaías acerca do poder do Espírito Santo sobre Ele, usou também
a mesma passagem para sintetizar o conteúdo do seu ministério, a saber:
pregação, cura e libertação (Is 61.1,2; Lc 4.16-19).
1.1.
O Espírito Santo ungiu Jesus e o capacitou para a sua missão. Jesus era Deus
(Jo 1.1), mas Ele também era homem (1ª Tm 2.5). Como ser humano, Ele dependia
da ajuda e do poder do Espírito Santo para cumprir as suas responsabilidades diante
de DEUS (cf. Mt 12.28; Lc 4.1,14; Rm 8.11; Hb 9.14).
1.2.
Somente como homem ungido pelo Espírito, Jesus podia viver, servir e proclamar
o evangelho (At 10.38). Nisto, Ele é um exemplo perfeito para o cristão; cada
crente deve receber a plenitude do ESPÍRITO SANTO (At 1.8; 2.4).
2. O
Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque.
A intercessão de Cristo.
1.1.
Jesus um Homem de oração. Jesus, no seu ministério terreno, orava pelos
perdidos, os quais Ele viera buscar e salvar (Lc 19.10). Chorou, quebrantado,
por causa da indiferença da cidade de Jerusalém (Lc 19.41). Orava pelos seus
discípulos, tanto individualmente (Lc 22.32) como pelo grupo todo (Jo 17.6-26).
Orou até por seus inimigos, quando pendurado na cruz (Lc 23.34).
1.2.
Jesus nosso Advogado.
Um aspecto permanente do ministério atual de Cristo é o de interceder pelos crentes
diante do trono de Deus (Rm 8.34; Hb 7.25; 9.24; 7.25); João refere-se a JESUS
como “um Advogado para com o Pai” (1ª Jo 2.1). A intercessão de Cristo é
essencial à nossa salvação (cf. Is 53.12). Sem a sua graça, misericórdia e ajuda,
que recebemos mediante a sua intercessão, nós nos desviaríamos de DEUS e
voltaríamos à escravidão do pecado. Sumo sacerdote, segundo a ordem de
Melquisedeque, foi o Senhor Jesus, no sacrifício vicário do Gólgota, o
oficiante e a vítima ao oferecer-se, de uma vez por todas, para resgatar-nos de
nossos pecados (Hb 7.26-28).
3. O
Rei dos reis.
Após a sua ressurreição, e já prestes a
subir ao Pai, afirmou: “É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt 28.18).
Naquele momento, assumia JESUS o governo não somente do mundo, como de Israel e
da Igreja. Ele é o soberano dos reis da terra (Ap 1.5). É o rei de Israel e
cabeça da Igreja (Jo 1.49; Cl 1.18). Como herdeiro do trono de Davi, assumirá o
governo do mundo durante o Milênio, levando as nações remanescentes à plena
obediência (Is 11.1-10; Ap 19.16).
CRISTO
(Mt 1.1).
O termo CRISTO (gr. Christos) quer dizer ungido. É a forma grega do hebraico Messias (Dn
9.25,26).
- Desde o início do seu Evangelho, Mateus
afirma que Jesus é o Ungido de Deus, ungido com o Espírito Santo (cf. Is 61.1;
Lc 4.18; Jo 3.34; At 10.38).
- Foi ungido como Profeta, para trazer
conhecimento e verdade (Dt 18.15); como Sacerdote, para oferecer o supremo
sacrifício e expiar nossas culpas (Sl 110.4; Hb 10.10-14); e como Rei, para
governar, guiar e estabelecer o reino da justiça (Zc 9.9).
O
FILHO DE DAVI Mt 1.1
- Mateus comprova que JESUS foi um
descendente legal de Davi, levantando a genealogia de José, o qual era da casa
de Davi. Embora JESUS tenha sido concebido pelo Espírito Santo, contudo Ele foi
formalmente registrado como filho de José e, portanto, tornou-se legalmente um
descendente de Davi.
- A genealogia por Lucas (Lc 3.23) mostra
a linhagem de JESUS através dos ascendentes de Maria, sua mãe, que também era
da linhagem davídica. Lucas enfatiza que Ele procede da carne (filho) de Maria
e, portanto, um como nós (cf. Rm 1.3).
Assim, os escritores dos Evangelhos
declaram o direito legal e também físico de Jesus
Como enviado.
CONCLUSÃO
O caráter imaculado de Jesus Cristo tem
sido demonstrado por toda a Bíblia, mostrando sua aprovação por parte do Pai
(Mt 3.17), e confirmado pelos anjos (Mt 1.23) e até dos demônios (Mc 5.7).
Mesmo depois de mais de dois mil anos o nome de Jesus e sua vida impõem
respeito e tem sido fontes inspiradoras de milhões de vidas em toda terra e em
todos os tempos.
FONTE
DE PESQUISA
1. ALMEIDA, Trad. João Ferreira, Bíblia Sagrada BÍBLIA SHEDD.
2. ANDRADE, Claudionor correia. A RAÇA
HUMANA, Origem, Queda e Redenção. CPAD.
3. ANDRADE, Claudionor Correia de.
Dicionário de Profecia Bíblica. CPAD.
4. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua
Portuguesa. OBJETIVA.
5. GRUDEM. Wayne. Teologia Sistemática:
Atual e Exaustiva. Vida Nova.
6. HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico
Beacon. CPAD.
7. MCGRATH, Alister E. Teologia
sistemática, Histórica e Filosófica. SHEDD.
8. MORRIS, Leon L. O
evangelho de Lucas - introdução e comentário. Vida Nova.