LEITURA
BÍBLICA
Êxodo 25.23,30,31; 26.31-37; 30.1,6-8
25.23,30,31:
23 - Também farás uma mesa de madeira de
cetim; o seu comprimento será de dois côvados, e a sua largura, de um côvado, e
a sua altura, de um côvado e meio, 30 - E sobre a mesa porás o pão da
proposição perante a minha face continuamente. 31 - Também farás um castiçal de
ouro puro; de ouro batido se fará este castiçal; o seu pé, as suas canas, as
suas copas, as suas maçãs e as suas flores serão do mesmo.
26.31-37:
31 - Depois, farás um véu de pano azul, e
púrpura, e carmesim, e linho fino torcido; com querubins de obra prima se fará.
32 - E o porás sobre quatro colunas de madeira de cetim cobertas de ouro, sobre
quatro bases de prata; seus colchetes serão de ouro. 33 - Pendurarás o véu
debaixo dos colchetes e meterás a arca do Testemunho ali dentro do véu; e este
véu vos fará separação entre o santuário e o lugar santíssimo. 34 - E porás a
coberta do propiciatório sobre a arca do Testemunho no lugar santíssimo, 35 - e
a mesa porás fora do véu, e o castiçal, defronte da mesa, ao lado do
tabernáculo, para o sul; e a mesa porás à banda do norte. 36 - Farás também
para a porta da tenda uma coberta de pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho
fino torcido, de obra de bordador, 37 - e farás para esta coberta cinco colunas
de madeira de cetim, e as cobrirás de ouro; seus colchetes serão de ouro, e
far-lhe-ás de fundição cinco bases de cobre.
30.1,6,7,8:
1 - E farás um altar para queimar o
incenso; de madeira de cetim o farás. 6 - E o porás diante do véu que está
diante da arca do Testemunho, diante do propiciatório que está sobre o
Testemunho, onde me ajuntarei contigo. 7 - E Arão sobre ele queimará o incenso
das especiarias; cada manhã, quando põe em ordem as lâmpadas, o queimará. 8 -
E, acendendo Arão as lâmpadas à tarde, o queimará; este será incenso contínuo
perante o SENHOR pelas vossas gerações.
INTRODUÇÃO
Nesta lição falaremos sobre a parte interior
do tabernáculo ou da tenda, chamada de lugar santo; pontuaremos detalhadamente
os utensílios pertencente a este lugar; e finalizaremos destacando que cada
móvel pertencente ao lugar santo aponta para uma atribuição de Cristo Jesus.
I.
INFORMAÇÕES SOBRE O LUGAR SANTO
Todo o tabernáculo junto com os seus
utensílios eram sagrados. No entanto, no tabernáculo propriamente dito, havia
um lugar chamado de “lugar santo” (Êx 26.33). Este espaço media cerca de cinco
metros de largura e de altura e dez metros de comprimento (CONNER, 2015, p.
52).
1. A
primeira parte do tabernáculo. Internamente a tenda, estava dividida em
duas partes: lugar santo e lugar santíssimo. O escritor aos hebreus chama de
“primeiro tabernáculo” e “segundo tabernáculo” (Hb 9.6,7).
2.
Um lugar de acesso restrito aos sacerdotes. O acesso ao tabernáculo era cheio
de restrições. O povo comum só podia entrar até o pátio. Somente os sacerdotes
podiam entrar até o “lugar santo”; já no santíssimo só entrava o sumo
sacerdote, uma vez por ano (Êx 30.10; Lv 16.34; Hb 9.7).
3.
Um lugar com três utensílios importantes. No lugar santo haviam três móveis,
a saber: o castiçal, a mesa com os pães e o altar de incenso, todos de ouro,
embora somente o castiçal fosse completamente de ouro (Êx 30.27; 31.8).
II.
O CANDELABRO E A SUA MANUTENÇÃO
1.
Descrição.
Em hebraico a palavra que indica o candeeiro, castiçal, candelabro ou
simplesmente lâmpada que era usado no tabernáculo e posteriormente no templo de
Jerusalém é “menorah” (Êx 25.31-40;
37.17-24; Zc 4.2-5,10-14).
Notemos algumas informações importantes
sobre este utensílio:
1.1. Era totalmente de “ouro puro e
batido” bem como os seus utensílios (Êx 25.31,36,39; 31.8; 37.24; 39.37).
1.2. Tinha sete hásteas com sete lâmpadas;
uma localizada na coluna central, e três saindo de cada lado em braços separados
(Êx 25.37; 37.17-22; Nm 8.2).
1.3. Seu peso era cerca de um talento (cerca
de 40 a 50 kg), e segundo a tradição judaica media 1,5 metro de altura por 1,0
metro de largura de uma extremidade a outra.
1.4. Era formado de uma única peça de
ouro, pelo que não havia partes separadas ou emendadas (Êx 25.31; 37.17).
A coluna ou talo central do candelabro era
decorada com quatro cálices esculpidos em forma de flores de amendoeira, alternando-se
entre botões e flores e cada uma das hastes laterais tinha três cálices,
alternando-se da mesma forma entre botões e flores (Êx 25.31-36; 37.17-22); e,
(e) uma das principais finalidades do candeeiro era trazer luminosidade na
parte interior do Tabernáculo (Êx 27.20,21; Lv 24.1-4).
2. O
castiçal e a sua manutenção. Arão e seus filhos deviam preparar as
lâmpadas cada vez que oferecessem incenso no altar de ouro: “manhã e tarde” (Êx
30.7,8). Para que as lâmpadas permanecessem acesas era ordenado que trouxessem “azeite
puro” (Êx 27.20; Lv 24.1,2). O sacerdote tinha duas tarefas diárias que não
podiam ser esquecidas: manter aceso o fogo sobre o altar (Lv 6.12,13) e manter
acesas as lâmpadas do candelabro dentro da tenda durante todo o dia, sendo
assim, a luz não podia ser apagada em momento algum. A expressão
“continuamente” aparece por três vezes (Lv 24.2-4). Era função do sacerdote:
(a) aparar os pavios, retirando a parte queimada, e, (b) manter o suprimento de
azeite (Êx 27.21; Lv 24.3; Nm 8.1-3). Arão usava cortadores de pavio e
apagadores para cumprir suas funções sacerdotais (Êx 37.23,24) (HENRY, 2010, p.
427).
III.
A MESA DOS PÃES E A SUA MANUTENÇÃO
1.
Descrição.
A mesa com os pães da proposição era feita de:
A. Madeira de acácia ou cetim.
B. Tinha dois côvados de comprimento (100
cm), um côvado de largura (50 cm) e, um côvado e meio de altura (75 cm),
revestida ao redor com ouro puro e uma moldura de ouro em volta (Êx 37.10-12).
Para a ministração na mesa da proposição, Deus estabeleceu a fabricação de
alguns utensílios, que deveriam ficar sobre ela (Êx 25.29). Os pratos serviam
para colocar os pães; as colheres eram cálices para colocar o incenso sobre os
pães, identificando-o como sacrifício (Lv 24.7). As galhetas (tigelas) e as
taças (copos), eram para armazenar e despejar o vinho (não alcoólico) em oferta
de libação. Todos estes utensílios eram feitos de ouro puro (BEACON, 2010, p.
208). A parte superior da mesa descansava sobre uma armação, e em volta dela
havia uma coroa ou moldura de ouro, projetando-se sobre a parte de cima para
impedir que os objetos caíssem dela. Na mesa havia ainda, uma argola em cada
esquina para permitir que ali fossem introduzidos os varais, a fim de
transportar a mesa (Êx 25.23-28).
2. A
mesa e a sua manutenção. Os coatitas eram responsáveis de assar os pães da
proposição de “sábado em sábado”, bem como de transportá-los quando o
tabernáculo mudava (Nm 4.7; 1Cr 9.32; 23.28,29). Cada pão era feito de farinha finíssima,
ou seja, a farinha de trigo da melhor qualidade. Os sacerdotes comiam dele no
Lugar Santo, quando era trocado no sábado (Lv 24.7-9).
IV.
O ALTAR DO INCENSO E SUA MANUTENÇÃO
1.
Descrição.
Deus mostrou a Moisés que este altar deveria ser:
A. De madeira de acácia (Êx 30.1).
B. Com um formato “quadrado” ou “quadrangular”
e precisas medidas que equivalem a “50 cm de comprimento, 50 cm de largura e
100 cm de altura” (Êx 30.2).
C Forrado de “ouro puro” completamente (Êx
30.3); (d) deveria ter “quatro pontas”, uma em cada canto (Êx 30.2); (e) duas
argolas nos cantos, para receber os varais e ser transportado junto com o
tabernáculo, quando necessário (Êx 30.4; 37.25-27); e, (f) uma moldura (coroa)
desenhada a volta do altar e abaixo desta (Êx 30.3-b).
2. O
altar do incenso e a sua manutenção. O altar de ouro foi construído para que
unicamente nele se queimasse incenso ao Senhor (Êx 30.7,8). Neste, não poderia
ser oferecido incenso estranho nem ofertas de sangue, nem libações (Êx 30.9).
Somente uma vez no ano, o altar do incenso era purificado com sangue de um sacrifício
oferecido no altar do holocausto (Êx 30.10). Os sacerdotes tinham acesso ao
altar de ouro para oferecer incenso no tempo aprazado (Êx 30.7,8).
Era neste altar que Deus se encontrava
particularmente com a pessoa que, dia a dia, oferecia o incenso (Êx 30.6-b).
V.
OS MÓVEIS DO LUGAR SANTO APONTAM PARA CRISTO JESUS
1. O
castiçal aponta Jesus como a luz do mundo. O castiçal no seu formato
prefigura o Messias. Assim como o castiçal tinha sete braços (Êx 25.31-36); do
Messias procederia o Espírito com Suas sete virtudes: “E repousará sobre ele o Espírito
do SENHOR, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e
de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do SENHOR” (Is 11.2). O
castiçal também prefigura Cristo na sua função iluminadora. O profeta Isaías
anunciou que a vinda do Messias traria luz ao mundo (Is 9.2; 60.1-2). Por
ocasião do nascimento de Jesus, o evangelista Mateus afirmou que a profecia de
Isaías se cumpriu: “O povo, que estava assentado em trevas, viu uma grande luz;
e aos que estavam assentados na região e sombra da morte a luz raiou” (Mt
4.16). O apóstolo João afirmou o seguinte acerca de Jesus: “E a luz resplandece
nas trevas, e as trevas não a compreenderam” (Jo 1.5). O apóstolo ainda declara
em João 3.19-20: “... a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do
que a luz...”. O próprio Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8.12 ver
9.5).
2. A
mesa dos pães aponta para Jesus como o pão vivo. Os pães da
proposição também apontam tipologicamente para o Senhor Jesus Cristo.
2.1.
Sua perfeição moral.
Como o pão da proposição não tinha em sua composição o fermento (JOSEFO apud CHAMPLIN,
2001, p. 419), que em alguns textos bíblicos é um símbolo da corrupção moral
(Mt 16.11; Mc 8.15; 1ª Co 5.6-8; Gl 5.9), serve como figura da pureza de Jesus
(Lc 1.35; 2ª Co 5.21; Hb 4.15; 1ª Pd 1.18,19).
2.2.
Seu sofrimento.
Para a preparação do pão da proposição, foi usada da melhor farinha obtida de
grãos inteiros do trigo. Para que esse trigo se tornasse adequado, ele tinha
que ser triturado até se tornar pó finíssimo. O Senhor Jesus Cristo, como
trigo, foi moído (Is 53.7,10), sendo Ele o nosso pão da vida (Jo 12.24). Não
menos importante, para o pão servir de alimento precisava ser assado (Lv 24.5).
Sendo também esse processo uma alusão ao intenso sofrimento do Filho de Deus no
Calvário (Mt 3.11; Lc 3.16; Hb 9.14; 12.29).
2.3.
Sua provisão.
Jesus é o Pão da Vida (Jo 6.48), que se fez carne para morrer por nossos
pecados (Jo 6.38,51), que sustenta os homens também no âmbito espiritual (1ª Pd
2.9; Ap 1.6). O pão da proposição prefigura “o grão de trigo” (Jo 12.24), que
foi sujeitado ao fogo do julgamento divino em lugar dos homens (Jo 12.32,33).
Cristo é o nosso pão espiritual, descido do céu (Jo 6.33,38,50,58), que
provisionou a toda humanidade (Jo 3.16) através da fé em sua morte e
ressurreição (Ef 2.8; 1ªPd 1.21), a vida eterna: “Na verdade, na verdade vos
digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna” (Jo 6.47; ver 6.54-58).
3. O
altar do incenso aponta para a intercessão de Jesus. Somente os
sacerdotes estavam habilitados para a queima do incenso na presença do Senhor
(Êx 30.7,8), pois eles eram mediadores entre Deus e o povo (Hb 5.1). Cristo,
como nosso sacerdote eterno (Sl 110.4; Hb 6.20), que está a destra do Pai (Cl
3.1; Hb 1.3; 8.1; 10.12; 12.12), intercede por nós (Rm 8.34; Hb 7.25). É em seu
nome que oramos e obtemos a resposta (Jo 14.13,14; 16.24). Por sua morte na
cruz, fomos feitos sacerdotes (1ª Pd 2.9; Ap 1.6; 5.10), e com isso podemos
comparecer a presença de Deus por meio da oração e sermos atendidos segundo a
Sua vontade (1 Jo 5.14), em tempo oportuno (Hb 4.16).
CONCLUSÃO. Cristo é
retratado no lugar santo por meio dos utensílios que nele estão: o castiçal
aponta para Cristo como a luz do mundo; a mesa dos pães remete-nos a Cristo
como o pão da vida; e, por fim, o altar do incenso fala-nos da contínua intercessão
de Cristo pelos Seu povo.
FONTE
DE PESQUISA
1. ALMEIDA, Abraão de. O Tabernáculo e a
Igreja. CPAD, 2009.
2. BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, CPAD.
3. BÍBLIA SHEDD, EDIÇÃO VIDA NOVA.
3.
CABRAL, Elienai. Lições Bíblicas do 2° trimestre
de 2019 – CPAD.
4. GILBERTO, Antônio, et al. Teologia
Sistemática Pentecostal. CPAD.
5. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua
Portuguesa. OBJETIVA.
6. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo
Pentecostal. CPAD.