TEOLOGIA EM FOCO

terça-feira, 14 de maio de 2019

O LUGAR SANTO



LEITURA BÍBLICA
Êxodo 25.23,30,31; 26.31-37; 30.1,6-8

25.23,30,31:
23 - Também farás uma mesa de madeira de cetim; o seu comprimento será de dois côvados, e a sua largura, de um côvado, e a sua altura, de um côvado e meio, 30 - E sobre a mesa porás o pão da proposição perante a minha face continuamente. 31 - Também farás um castiçal de ouro puro; de ouro batido se fará este castiçal; o seu pé, as suas canas, as suas copas, as suas maçãs e as suas flores serão do mesmo.

26.31-37:
31 - Depois, farás um véu de pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino torcido; com querubins de obra prima se fará. 32 - E o porás sobre quatro colunas de madeira de cetim cobertas de ouro, sobre quatro bases de prata; seus colchetes serão de ouro. 33 - Pendurarás o véu debaixo dos colchetes e meterás a arca do Testemunho ali dentro do véu; e este véu vos fará separação entre o santuário e o lugar santíssimo. 34 - E porás a coberta do propiciatório sobre a arca do Testemunho no lugar santíssimo, 35 - e a mesa porás fora do véu, e o castiçal, defronte da mesa, ao lado do tabernáculo, para o sul; e a mesa porás à banda do norte. 36 - Farás também para a porta da tenda uma coberta de pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino torcido, de obra de bordador, 37 - e farás para esta coberta cinco colunas de madeira de cetim, e as cobrirás de ouro; seus colchetes serão de ouro, e far-lhe-ás de fundição cinco bases de cobre.

30.1,6,7,8:
1 - E farás um altar para queimar o incenso; de madeira de cetim o farás. 6 - E o porás diante do véu que está diante da arca do Testemunho, diante do propiciatório que está sobre o Testemunho, onde me ajuntarei contigo. 7 - E Arão sobre ele queimará o incenso das especiarias; cada manhã, quando põe em ordem as lâmpadas, o queimará. 8 - E, acendendo Arão as lâmpadas à tarde, o queimará; este será incenso contínuo perante o SENHOR pelas vossas gerações.

INTRODUÇÃO
Nesta lição falaremos sobre a parte interior do tabernáculo ou da tenda, chamada de lugar santo; pontuaremos detalhadamente os utensílios pertencente a este lugar; e finalizaremos destacando que cada móvel pertencente ao lugar santo aponta para uma atribuição de Cristo Jesus.

I. INFORMAÇÕES SOBRE O LUGAR SANTO
Todo o tabernáculo junto com os seus utensílios eram sagrados. No entanto, no tabernáculo propriamente dito, havia um lugar chamado de “lugar santo” (Êx 26.33). Este espaço media cerca de cinco metros de largura e de altura e dez metros de comprimento (CONNER, 2015, p. 52).

1. A primeira parte do tabernáculo. Internamente a tenda, estava dividida em duas partes: lugar santo e lugar santíssimo. O escritor aos hebreus chama de “primeiro tabernáculo” e “segundo tabernáculo” (Hb 9.6,7).

2. Um lugar de acesso restrito aos sacerdotes. O acesso ao tabernáculo era cheio de restrições. O povo comum só podia entrar até o pátio. Somente os sacerdotes podiam entrar até o “lugar santo”; já no santíssimo só entrava o sumo sacerdote, uma vez por ano (Êx 30.10; Lv 16.34; Hb 9.7).

3. Um lugar com três utensílios importantes. No lugar santo haviam três móveis, a saber: o castiçal, a mesa com os pães e o altar de incenso, todos de ouro, embora somente o castiçal fosse completamente de ouro (Êx 30.27; 31.8).

II. O CANDELABRO E A SUA MANUTENÇÃO

1. Descrição. Em hebraico a palavra que indica o candeeiro, castiçal, candelabro ou simplesmente lâmpada que era usado no tabernáculo e posteriormente no templo de Jerusalém é “menorah” (Êx 25.31-40; 37.17-24; Zc 4.2-5,10-14).

Notemos algumas informações importantes sobre este utensílio:
1.1. Era totalmente de “ouro puro e batido” bem como os seus utensílios (Êx 25.31,36,39; 31.8; 37.24; 39.37).

1.2. Tinha sete hásteas com sete lâmpadas; uma localizada na coluna central, e três saindo de cada lado em braços separados (Êx 25.37; 37.17-22; Nm 8.2).

1.3. Seu peso era cerca de um talento (cerca de 40 a 50 kg), e segundo a tradição judaica media 1,5 metro de altura por 1,0 metro de largura de uma extremidade a outra.

1.4. Era formado de uma única peça de ouro, pelo que não havia partes separadas ou emendadas (Êx 25.31; 37.17).

A coluna ou talo central do candelabro era decorada com quatro cálices esculpidos em forma de flores de amendoeira, alternando-se entre botões e flores e cada uma das hastes laterais tinha três cálices, alternando-se da mesma forma entre botões e flores (Êx 25.31-36; 37.17-22); e, (e) uma das principais finalidades do candeeiro era trazer luminosidade na parte interior do Tabernáculo (Êx 27.20,21; Lv 24.1-4).

2. O castiçal e a sua manutenção. Arão e seus filhos deviam preparar as lâmpadas cada vez que oferecessem incenso no altar de ouro: “manhã e tarde” (Êx 30.7,8). Para que as lâmpadas permanecessem acesas era ordenado que trouxessem “azeite puro” (Êx 27.20; Lv 24.1,2). O sacerdote tinha duas tarefas diárias que não podiam ser esquecidas: manter aceso o fogo sobre o altar (Lv 6.12,13) e manter acesas as lâmpadas do candelabro dentro da tenda durante todo o dia, sendo assim, a luz não podia ser apagada em momento algum. A expressão “continuamente” aparece por três vezes (Lv 24.2-4). Era função do sacerdote: (a) aparar os pavios, retirando a parte queimada, e, (b) manter o suprimento de azeite (Êx 27.21; Lv 24.3; Nm 8.1-3). Arão usava cortadores de pavio e apagadores para cumprir suas funções sacerdotais (Êx 37.23,24) (HENRY, 2010, p. 427).

III. A MESA DOS PÃES E A SUA MANUTENÇÃO

1. Descrição. A mesa com os pães da proposição era feita de:
A. Madeira de acácia ou cetim.

B. Tinha dois côvados de comprimento (100 cm), um côvado de largura (50 cm) e, um côvado e meio de altura (75 cm), revestida ao redor com ouro puro e uma moldura de ouro em volta (Êx 37.10-12). Para a ministração na mesa da proposição, Deus estabeleceu a fabricação de alguns utensílios, que deveriam ficar sobre ela (Êx 25.29). Os pratos serviam para colocar os pães; as colheres eram cálices para colocar o incenso sobre os pães, identificando-o como sacrifício (Lv 24.7). As galhetas (tigelas) e as taças (copos), eram para armazenar e despejar o vinho (não alcoólico) em oferta de libação. Todos estes utensílios eram feitos de ouro puro (BEACON, 2010, p. 208). A parte superior da mesa descansava sobre uma armação, e em volta dela havia uma coroa ou moldura de ouro, projetando-se sobre a parte de cima para impedir que os objetos caíssem dela. Na mesa havia ainda, uma argola em cada esquina para permitir que ali fossem introduzidos os varais, a fim de transportar a mesa (Êx 25.23-28).

2. A mesa e a sua manutenção. Os coatitas eram responsáveis de assar os pães da proposição de “sábado em sábado”, bem como de transportá-los quando o tabernáculo mudava (Nm 4.7; 1Cr 9.32; 23.28,29). Cada pão era feito de farinha finíssima, ou seja, a farinha de trigo da melhor qualidade. Os sacerdotes comiam dele no Lugar Santo, quando era trocado no sábado (Lv 24.7-9).

IV. O ALTAR DO INCENSO E SUA MANUTENÇÃO

1. Descrição. Deus mostrou a Moisés que este altar deveria ser:
A. De madeira de acácia (Êx 30.1).

B. Com um formato “quadrado” ou “quadrangular” e precisas medidas que equivalem a “50 cm de comprimento, 50 cm de largura e 100 cm de altura” (Êx 30.2).

C Forrado de “ouro puro” completamente (Êx 30.3); (d) deveria ter “quatro pontas”, uma em cada canto (Êx 30.2); (e) duas argolas nos cantos, para receber os varais e ser transportado junto com o tabernáculo, quando necessário (Êx 30.4; 37.25-27); e, (f) uma moldura (coroa) desenhada a volta do altar e abaixo desta (Êx 30.3-b).

2. O altar do incenso e a sua manutenção. O altar de ouro foi construído para que unicamente nele se queimasse incenso ao Senhor (Êx 30.7,8). Neste, não poderia ser oferecido incenso estranho nem ofertas de sangue, nem libações (Êx 30.9). Somente uma vez no ano, o altar do incenso era purificado com sangue de um sacrifício oferecido no altar do holocausto (Êx 30.10). Os sacerdotes tinham acesso ao altar de ouro para oferecer incenso no tempo aprazado (Êx 30.7,8).

Era neste altar que Deus se encontrava particularmente com a pessoa que, dia a dia, oferecia o incenso (Êx 30.6-b).

V. OS MÓVEIS DO LUGAR SANTO APONTAM PARA CRISTO JESUS

1. O castiçal aponta Jesus como a luz do mundo. O castiçal no seu formato prefigura o Messias. Assim como o castiçal tinha sete braços (Êx 25.31-36); do Messias procederia o Espírito com Suas sete virtudes: “E repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do SENHOR” (Is 11.2). O castiçal também prefigura Cristo na sua função iluminadora. O profeta Isaías anunciou que a vinda do Messias traria luz ao mundo (Is 9.2; 60.1-2). Por ocasião do nascimento de Jesus, o evangelista Mateus afirmou que a profecia de Isaías se cumpriu: “O povo, que estava assentado em trevas, viu uma grande luz; e aos que estavam assentados na região e sombra da morte a luz raiou” (Mt 4.16). O apóstolo João afirmou o seguinte acerca de Jesus: “E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam” (Jo 1.5). O apóstolo ainda declara em João 3.19-20: “... a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz...”. O próprio Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8.12 ver 9.5).

2. A mesa dos pães aponta para Jesus como o pão vivo. Os pães da proposição também apontam tipologicamente para o Senhor Jesus Cristo.

2.1. Sua perfeição moral. Como o pão da proposição não tinha em sua composição o fermento (JOSEFO apud CHAMPLIN, 2001, p. 419), que em alguns textos bíblicos é um símbolo da corrupção moral (Mt 16.11; Mc 8.15; 1ª Co 5.6-8; Gl 5.9), serve como figura da pureza de Jesus (Lc 1.35; 2ª Co 5.21; Hb 4.15; 1ª Pd 1.18,19).

2.2. Seu sofrimento. Para a preparação do pão da proposição, foi usada da melhor farinha obtida de grãos inteiros do trigo. Para que esse trigo se tornasse adequado, ele tinha que ser triturado até se tornar pó finíssimo. O Senhor Jesus Cristo, como trigo, foi moído (Is 53.7,10), sendo Ele o nosso pão da vida (Jo 12.24). Não menos importante, para o pão servir de alimento precisava ser assado (Lv 24.5). Sendo também esse processo uma alusão ao intenso sofrimento do Filho de Deus no Calvário (Mt 3.11; Lc 3.16; Hb 9.14; 12.29).

2.3. Sua provisão. Jesus é o Pão da Vida (Jo 6.48), que se fez carne para morrer por nossos pecados (Jo 6.38,51), que sustenta os homens também no âmbito espiritual (1ª Pd 2.9; Ap 1.6). O pão da proposição prefigura “o grão de trigo” (Jo 12.24), que foi sujeitado ao fogo do julgamento divino em lugar dos homens (Jo 12.32,33). Cristo é o nosso pão espiritual, descido do céu (Jo 6.33,38,50,58), que provisionou a toda humanidade (Jo 3.16) através da fé em sua morte e ressurreição (Ef 2.8; 1ªPd 1.21), a vida eterna: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna” (Jo 6.47; ver 6.54-58).

3. O altar do incenso aponta para a intercessão de Jesus. Somente os sacerdotes estavam habilitados para a queima do incenso na presença do Senhor (Êx 30.7,8), pois eles eram mediadores entre Deus e o povo (Hb 5.1). Cristo, como nosso sacerdote eterno (Sl 110.4; Hb 6.20), que está a destra do Pai (Cl 3.1; Hb 1.3; 8.1; 10.12; 12.12), intercede por nós (Rm 8.34; Hb 7.25). É em seu nome que oramos e obtemos a resposta (Jo 14.13,14; 16.24). Por sua morte na cruz, fomos feitos sacerdotes (1ª Pd 2.9; Ap 1.6; 5.10), e com isso podemos comparecer a presença de Deus por meio da oração e sermos atendidos segundo a Sua vontade (1 Jo 5.14), em tempo oportuno (Hb 4.16).

CONCLUSÃO. Cristo é retratado no lugar santo por meio dos utensílios que nele estão: o castiçal aponta para Cristo como a luz do mundo; a mesa dos pães remete-nos a Cristo como o pão da vida; e, por fim, o altar do incenso fala-nos da contínua intercessão de Cristo pelos Seu povo.

FONTE DE PESQUISA

1. ALMEIDA, Abraão de. O Tabernáculo e a Igreja. CPAD, 2009.
2. BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, CPAD.
3. BÍBLIA SHEDD, EDIÇÃO VIDA NOVA.
3. CABRAL, Elienai. Lições Bíblicas do 2° trimestre de 2019 – CPAD.
4. GILBERTO, Antônio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
5. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
6. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

quarta-feira, 8 de maio de 2019

PERFIL DE UM LÍDER



Vinte e uma qualidades que um líder precisa desenvolver:


1. Caráter. Talento é um dom, mas caráter é uma escolha.
O que é Caráter:
Caráter é um conjunto de características e traços relativos à maneira de agir e de reagir de um indivíduo ou de um grupo. É um feitio moral. É a firmeza e coerência de atitudes.
O conjunto das qualidades e defeitos de uma pessoa é que vão determinar a sua conduta e a sua moralidade, o seu caráter. Os seus valores e firmeza moral definem a coerência das suas ações, do seu procedimento e comportamento.
Uma pessoa conhecida como “sem caráter” ou “mau caráter”, geralmente é qualificada como desonesta, pois não apresenta firmeza de princípios ou de moral. Por outro lado, uma pessoa “de caráter” é alguém com formação moral sólida e incontestável.
O caráter quando é forte, não se deixa levar por alguma proposta de uma via mais fácil para a realização de algo. Mesmo se naquele momento parece ser o melhor caminho a seguir, é o caráter que vai determinar a escolha do indivíduo.
“A caráter” é uma expressão que significa conforme a época e ao lugar, rigorosamente como a moda deve ser.
O caráter do cristão deve ser santo, irrepreensível, correto, perfeito, exemplar e aprovado.
O Senhor Deus nos chama, nos unge e nos prova. Não basta ser chamado e ungido, senão também que é preciso ser aprovado.
2ª Tm 2.15:Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”.
Aprovado significa admitido, habilitado, alguém que passou pela prova. Se aplica aos alunos que são aprovados nos estudos. Nesse caso, o aluno, para ser aprovado, tem que esforçar-se nos estudos, pesquisando muitas vezes, até altas horas da noite.
O obreiro também, ainda que chamado e ungido, tem que esforçar-se, dedicar-se de corpo e alma às coisas espirituais; não pode parar. Para manejar bem a Palavra, é preciso fazer exercícios. Se o obreiro é inteligente, Deus não aprova seu trabalho, e se Deus não aprovar, não adianta enfurecer-se, dar pulos ou saltar no púlpito.
O aluno, no final do ano, é aprovado ou reprovado. O obreiro também, ao final de sua carreira, será aprovado ou reprovado

2. Carisma. A primeira impressão pode ser o acordo.

3. Comprometimento. Distingue os empreendedores dos sonhadores.

4. Comunicação: ser capaz de compartilhar conhecimento e ideias.

5. Competência. Competência é o substantivo feminino com origem no termo em latim competere que significa uma aptidão para cumprir alguma tarefa ou função. Também é uma palavra usada como sinônimo de cultura, conhecimento e jurisdição.
Competência e habilidade são dois conceitos que estão relacionados. A habilidade é conseguir pôr em prática as teorias e conceitos mentais que foram adquiridos, enquanto a competência é mais ampla e consiste na junção e coordenação de conhecimentos, atitudes e habilidades.

6. Coragem. A coragem inspira o comprometimento dos seguidores.

7. Discernimento. Ponha um fim aos mistérios insolúveis.

9. Foco. Quanto mais preciso, mais perspicaz você será.

10. Generosidade. Não permita que o desejo de posse controle você.

11. Iniciativa. Não tenha medo de correr riscos.

12. Ouvir. Não ouça só palavra, mas também sentimentos e intenções.

13. Paixão. Aumenta a força em busca da realização.

14. Atitude Positiva. Sua atitude determina suas ações.

15. Solução de problemas. Não permita que os problemas sejam um problema.

16. Relacionamento. Se você se relacionar bem com as pessoas, elas se relacionarão bem com você.

17. Responsabilidade. Se você não tomar as rédeas, não conseguirá liderar o time.

18. Segurança. A competência nunca compensa a insegurança.

19. Autodisciplina. A primeira pessoa que você lidera é você mesmo.

20. Ser prestativo. Para estar na frente, coloque os outros em primeiro lugar.

21. Educabilidade. Para continuar a liderar, continue a aprender.

22. Visão. Você só toca aquilo que vê.

 DEZ LIÇÕES PARA DE UM VERDADEIRO UM LÍDER

 1. Seja receptivo a ideias. Isso torna mais simpático e mostra que a opinião dos outros importa para você.

2. Admita seus erros. É uma maneira eficiente de convencer os outros a mudar de comportamento e de mostrar que você é igual a eles.
3. Seja um bom ouvinte. Procure ouvir e analisar as ideias dos outros.

4. Elogie. É a melhor maneira de potencializar a capacidade das pessoas.

5. Prometa apenas o que possa cumprir. Não atender as expectativas diminui a confiança em você.

6. Memorize o nome das pessoas. Esquecer ou trocar o nome de uma pessoa sinaliza que ela não significa nada para você.

7. Seja alegre com as pessoas. Isso mostra que você é uma pessoa agradável

8. Não desabafe na igreja. Não controlar os impulsos causa má impressão em todo mundo.

9. Não critique ninguém na de outros. A pessoa se sentirá menosprezada e ficará magoada com você.

10. Respeite a opinião alheia. Nem sempre as pessoas pensam como você pensa, e isso não significa que estão necessariamente erradas.

Pr. Elias Ribas

terça-feira, 7 de maio de 2019

AS CORTINAS DO TABERNÁCULO


TEXTO ÁUREO
“Ora, tudo isso lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos.” (1ª Co 10.11).

Verdade Prática
Comparando as coisas simples do Tabernáculo com as celestiais, aprendemos as verdades que nos levam ao crescimento espiritual.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 26.1-14 “E o tabernáculo farás de dez cortinas de linho fino torcido, e pano azul, e púrpura, e carmesim; com querubins as farás de obra esmerada. 2 - O comprimento de uma cortina será de vinte e oito côvados, e a largura de uma cortina, de quatro côvados; todas estas cortinas serão de uma medida. 3 - Cinco cortinas se enlaçarão uma à outra; e as outras cinco cortinas se enlaçarão uma com a outra. 4 - E farás laçadas de pano azul na ponta de uma cortina, na extremidade, na juntura; assim também farás na ponta da extremidade da outra cortina, na segunda juntura. 5 - Cinquenta laçadas farás numa cortina e outras cinquenta laçadas farás na extremidade da cortina que está na segunda juntura; as laçadas estarão travadas uma com a outra. 6 - Farás também cinquenta colchetes de ouro e ajuntarás com estes colchetes as cortinas, uma com a outra, e será um tabernáculo. 7 - Farás também cortinas de pelos de cabras por tenda sobre o tabernáculo; de onze cortinas a farás. 8 - O comprimento de uma cortina será de trinta côvados, e a largura da mesma cortina, de quatro côvados; estas onze cortinas serão de uma medida. 9 - E ajuntarás cinco destas cortinas por si e as outras seis cortinas também por si: e dobrarás a sexta cortina diante da tenda. 10 - E farás cinquenta laçadas na borda de uma cortina, na extremidade, na juntura, e outras cinquenta laçadas na borda da outra cortina, na segunda juntura. 11 - Farás também cinquenta colchetes de cobre e meterás os colchetes nas laçadas; e, assim, ajuntarás a tenda para que seja uma. 12 - E o resto que sobejar das cortinas da tenda, a metade da cortina que sobejar, penderá sobre as costas do tabernáculo. 13 - E um côvado de um lado e outro côvado de outro, que sobejará no comprimento das cortinas da tenda, penderá de sobejo aos lados do tabernáculo de um e de outro lado, para cobri-lo. 14 - Farás também à tenda uma coberta de peles de carneiro tintas de vermelho e outra coberta de peles de texugo em cima.”

INTRODUÇÃO. As cortinas do Tabernáculo têm muito a dizer-nos acerca da maravilhosa obra redentora de Cristo. Pelas suas estruturas, simbologia e cores, veremos como esse utensílio importante do Tabernáculo se fez figura e estímulo para adentrarmos à presença de Deus de maneira confiante e ousada.

I. AS CORTINAS DO TABERNÁCULO

1. Definição. A expressão cortina é a tradução do termo hebraico: “yerŷah” que significa: “tecido, cortina, véu, suspenso, dependurado”. Essa palavra ocorre cerca cinquenta e três vezes (Êx 26.1-13; 36.8-17; Nm 4.25; 2º Sm 7.2; 1º Cr 17.1; Sl 104.2; Is 54.2; Jr 4.20; etc), sendo a maior parte dessas ocorrências em Êxodo. Além de apontar para as cortinas que cobriam o santuário, esta palavra passou a tornar-se sinônimo do próprio Tabernáculo por causa das suas muitas cortinas (2º Sm 7.2) (CHAMPLIN, 2004, p. 936). A tecelagem das cortinas era trabalho das mulheres (Êx 35.25,26).

2. Descrição. Na descrição dada por Deus a Moisés a respeito do Tabernáculo, a coberta do santuário também era rica em detalhes. Dentre as informações percebemos que eram quatro as cobertas do santuário, compostas por vários tipos de cortinas.

2.1. A primeira coberta - As cortinas de linho fino, retorcido.
Estas cortinas só eram visíveis ao sacerdote do Lugar Sato. Representam as glorias de Cristo na ressurreição e de seus santos. O linho fino retorcido fala de pureza e justiça. Eram cortinas interiores, colocadas debaixo dos pelos de cabras. Assim que as várias cortinas formaram “um Tabernáculo”.

A coberta interna do Tabernáculo, primeiramente era composta por dez cortinas com a mesma metragem cada uma, sendo o comprimento de 28 côvados (aproximadamente 14 metros) e a largura de 4 côvados (cerca de 2 metros) (Êx 26.1,2). Essas cortinas eram de linho fino torcido e colorido com as cores azul, púrpura e carmesim com desenhos de querubins tecidas no pano (Êx 26.1). Estas cortinas eram enlaçadas (costuradas) uma na outra em grupos de cinco (Êx 26.3), nessas haviam cinquenta laçadas (Êx 26.4). A juntura é a borda ou extremidade do tecido. As laçadas serviriam de encaixe (Êx 26.5), de forma que estas cortinas se prendiam uma na outra com cinquenta colchetes, ou ganchos, de ouro, formando uma cobertura grande cobrindo toda a tenda (Êx 26.6). Essas cortinas deveriam ser colocadas diretamente sobre a estrutura e compunham o teto visto de dentro do Santuário (Êx 26.1-6; 36.8-13).

2.2. A segunda coberta - Pelos de cabras.
Em cima da coberta de linho, havia a segunda coberta do Tabernáculo feita de peles de cabras (Êx 26.7). Esta coberta era feita de modo semelhante a primeira, exceto que:

A. Estas cortinas eram maiores, pois de comprimento eram 30 côvados (cerca de 15 metros), ou seja, cerca de 1 metro maior do comprimento da anterior.

B. Ao todo eram 11 peças (Êx 26.9), divididas em duas seções, uma formada com cinco cortinas e a outra com seis.

C. Eram unidas por cinquenta colchetes de cobre (Êx 26.11) e não de ouro. Juntas, estas cortinas formavam a segunda cobertura do santuário (Êx 26.12,13).

Estavam relacionadas comas coisas comemorativas da expiação. A oferta diária para expiação do pecado era uma cabra (Nm 28.15); e para o dia das expiações, a cabra era a vítima escolhida (veja Lv. 9.15; Lv. 16).

A cortina dupla colocada sobre a porte pode indicar que a única base para aproximarmos a Deus é o afastamento do pecado. Eram feitas de onze cortinas e colocadas por baixo das cortinas das peles de carneiro. Cobriu o Tabernáculo, descendo pelos lados até o chão. Cinco formavam uma peça para cobrir o Lugar Santíssimo. Ligados por colchetes (de cobre). Cinco formavam uma peça para cobrir o Lugar Santo e uma cobria a entrada com as cinco colunas.

2.3. A terceira coberta -Peles de carneiro tintos de vermelho.
Uma outra cobertura era colocada na tenda da congregação por orientação divina, e esta era feita de peles de carneiro tingidas de vermelho (Êx 26.14). Sendo de peles de carneiro traz a ideia de proteção, protegendo das intempéries do deserto. Sendo esta pele tingida, faz alusão a um antigo procedimento, que os hebreus devem ter aprendido com os egípcios (Gn 38.28; Êx 26.1). Para conseguirem a cor vermelha, o corante utilizado era extraído de plantas e de moluscos (CHAMPLIN, 2004, p. 906).

Era colocada por baixo da cortina de peles de animais marinhos. Esta é figura da consagração até a morte. O carneiro foi usado para o sacrifício, especialmente na consagração do sacerdócio (Lev.8). Simboliza substituição (Gn 22.13, 23). Como o cordeiro representa a Jesus manso e humilde, submisso até a morte, assim o carneiro fala do vigor e a força do Senhor. O carneiro substituiu Isaque no altar do monte Moriah. Tipo de Jesus (1ª Pe. 3.18; 1ª Cor. 15.3,4; Gl. 1.4; Rm. 5.8; Is. 53.6; Jo. 3.16). Substituto que morreu no lugar do pecador. A pele do carneiro nos lembra a separação da igreja de Deus.

2.4. A quarta coberta - Peles de animais marinhos.
A quarta e última coberta do Tabernáculo, era feita com peles de “texugo” (Êx 26.14), em hebraico: “tachash”, em algumas versões encontramos: “animais marinhos” (Êx 25.5; 26.14; 35.7,23; 36.19; 39.34 Nm 4.6,8,10-12,14,25; Ez 16.10) outras traduzem como: “golfinho”. Há intérpretes que pensam estar em foco o animal chamado de: “dugongo”, a única verdadeira espécie marinha que ainda existe até hoje nos mares da região e que antes era muito abundante no golfo de Ácaba. Um dugongo adulto chegava a ter três metros de comprimento, e suas dimensões torná-lo-iam apropriado para o propósito descrito (CHAMPLIN, 2004, p. 409). Mas ninguém pode ter certeza quanto à identificação do animal em questão. Podemos afirmar que esta quarta cobertura era mais impermeável, mantendo a chuva e o calor do lado de fora. O texto não diz qual era o tamanho da cortina, mas com certeza era grande o bastante para cobrir a área superior que ficava rente ao Tabernáculo propriamente dito (BEACON, 2010, p. 207).

Era a cortina exterior, e mais visível, sem forma ou medida específica. Era para proteger dos raios solares abrasadores e das tempestades do deserto. Não tinha parecer nem formosura, em nenhuma beleza exterior para atrair o olhar dos homens. Era de cor cinzenta. Um tipo de Jesus visto pelo mundo; sem forma, ou beleza e formosura (Is. 53.2,3). O Tabernáculo era todo glorioso por dentro, com tábuas revestidas de ouro e lindas cortinas, porém as mesmas só eram vistas pelo ungido sacerdote de Deus que estava dentro do Lugar Santo. Jesus também foi desprezado pelo povo, sendo para eles o “carpinteiro” e “nazareno”. Só quem o conheceu e o conhece pode desfrutar da beleza interior de Cristo.

II. AS CORES DAS CORTINAS DO TABERNÁCULO

1. O significado especial das cores.
As cores usadas na estrutura do Tabernáculo tinham um significado especial. Por meio delas, o povo de Israel perceberia o símbolo da manifestação da glória de Deus nos sacrifícios que fossem apresentados.
Havia uma ordem em que as cores eram mencionadas:
(1) azul.
(2) púrpura.
(3) carmesim.
(4) branco.

Essas cores estavam na porta de entrada que dava acesso ao lugar sagrado, onde, por meio do ministério do sacerdote, o pecador encontrava-se com Deus. Assim, toda vez que alguém entrava por essa porta, deparava-se com a simbologia das cores. Para nós, os discípulos de Cristo, essas cores apontavam para a obra de Cristo que envolve a remissão do passado, do presente e do futuro. É a obra completa da salvação.

2. A cor azul-celeste - Cristo o celestial, de natureza divina (Êx 27.16).
É uma cor que remete ao céu e indica a origem celestial de Cristo e sua divindade. Nosso Senhor era verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus. Ele veio do céu, mas fez-se homem na Terra (Jo 1.14). Depois da sua ressurreição e vitória contra a morte, Ele foi recebido no céu, reavendo aquela mesma glória de antes que o mundo existisse (Jo 17.5 cf. Fp 2.5-11; Ef 1.20-23). Por intermédio do Espírito Santo, nosso Senhor edifica e zela pela sua Igreja, a Noiva em que um dia brevemente buscará (Hb 12.24; Jo 17.9,20; Rm 8.34; 1ª Ts 4.16,17).

3. A cor púrpura - Cristo o Rei (Êx 27.16).
A púrpura era um tecido roxo obtido de moluscos que estão no fundo dos mares. É uma cor que remete à ideia de realeza e que aponta para o futuro. Em relação a Cristo, a cor é uma figura da realeza e divindade de Jesus (Ef 1.20,21), bem como a sua manifestação triunfal para implantar o Reino Milenial (Sl 110; Is 9.6; Lc 1.32). O nosso Deus jamais perdeu o controle da história!

4. A cor escarlate (carmesim) (Êx 27.16). Cristo o Sofredor. Sua morte. Esta cor foi obtida de um bichinho de cor escarlata. Foi esmagado para fornecer o corante.

O carmesim é uma cor de sangue, vermelho vivo. Se, por um lado, a cor projeta o vitupério do Calvário e o triunfo da obra salvífica de Cristo, por outro, ela aponta para a glória vindoura do reinado do “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Zc 14.9; 1ª Tm 6.14,15; Ap 19.11-16). Nosso Senhor sofreu, foi ferido e derramou seu sangue remidor como nos revela Apocalipse 19.13: “E estava vestido de uma veste salpicada de sangue, e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus”.

5. A cor branca do linho torcido - Cristo o Puro, Imaculado.
Em ponto anterior, tratamos dessa cor para falar da santidade de Cristo. Num sentido especial, o linho torcido é o tecido rústico e batido que lembra a humanidade de Jesus e seu sofrimento em nosso lugar. Lembra também o fato de que a morte de Cristo tornou-se o fundamento da justiça em nosso favor (1ª Pe 1.18,19; Ap 1.5).

III. O PAPEL DAS CORTINAS NO TABERNÁCULO

1. Decorar. O interior do Tabernáculo era decorado com a cortina de linho com suas cores variadas. Uma dignidade em especial era conferida a estas dez cortinas de linho fino torcido, por sua bordadura de “… querubins... de obra esmerada” (Êx 26.1; 36.8), no lugar do simples rendilhado das cortinas. A força do santuário é revelada em sua construção, e a sua formosura, em sua decoração: “Glória e majestade estão ante a sua face; força e formosura, no seu santuário” (Sl 96.6).

2. Cobrir. Estas coberturas eram colocadas em cima da estrutura do Santuário (Êx 26.15-29). O registro bíblico não detalha exatamente como isso era feito, de acordo com Beacon (2010, p. 210), é possível que houvesse bastões alongados, dispostos em cada ponta da cobertura com uma viga mestra de telhado no meio. A cortina era bastante grande para cobrir toda a armação do Tabernáculo, armadas sobre a estrutura de madeira (Êx 26.15-30), as cortinas formavam o Tabernáculo propriamente dito.

3. Proteger. Na ocasião da construção do Tabernáculo, os israelitas estavam no deserto uma região difícil de ser habitada, devido à alta temperatura durante o dia, e as noites eram impiedosamente gélidas; por essa razão, Deus amenizava o calor do dia com a nuvem e a coluna de fogo para aquecer durante a noite (Êx 13.21,22). Devido a essas condições climáticas uma cobertura especial era necessária para o santuário, algo que protegesse, preservasse e mantivesse uma temperatura agradável em seu interior.

IV. SIMBOLISMOS DAS CORTINAS DO TABERNÁCULO

O Tabernáculo com toda a sua mobília incluindo suas cobertas, tipificavam a pessoa de Cristo e seu ministério na Igreja. Todos os seus objetos, portanto, devem ser considerados como símbolos. Notemos alguns:

1. A cortina de linho colorida (divindade e a realeza de Cristo).
A cortina que se via de dentro do Tabernáculo era de linho fino de variadas cores: azul, púrpura e carmesim (Êx 26.1) e trabalhada com figuras de querubins (Êx 26.1-6; 38.18).

A beleza desta coberta interna, tipificava a glória celestial de Jesus, a cor “azul” apontando para o caráter divino de Cristo, figurado na cor do céu de onde Ele veio e para onde vai nos levar (1ª Co 15.47; Jo 14.1-3). “Púrpura” (roxo) é a cor da realeza e da majestade. Jesus Cristo é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores (1ª Tm 6.15; Ap 17.14). O roxo é resultado da mistura das cores azul e vermelha. Em Cristo encontramos a dupla natureza, humana e divina numa só pessoa. Ele é tanto Filho de Deus quanto Filho do Homem (Lc 1.30-33; Ap 19.11-16); isto o qualifica a ser o único mediador entre Deus e o homem, pois sendo Deus (Fp 2.6,7), Ele se fez carne (Jo 1.14; 1ª Tm 2.5).

2. A cortina de pelos de cabras (sacrifício de Cristo).
A cabra era um dos animais usados para sacrifícios no sistema levítico, basicamente em conexão com a oferta pelo pecado no dia da expiação e para a purificação do Santuário (Lv 5.6; 9.3; 16.5-11,20-26). As cortinas de pelos de cabras, portanto, representam como o Senhor Jesus Cristo se tornou nossa oferta pelo pecado, ou seja, seu sacrifício substitutivo, e como recebeu em nosso lugar o salário do pecado: a morte (Rm 6.23), pois apesar da sua impecabilidade (Jo 8.46), Cristo se fez pecado por nós: “Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2ª Co 5.21; ver Rm 8.3), morrendo em nosso lugar (Is 53.4,5; 1ª Co 15.3).

3. A cortina de peles carneiro tingida de vermelho (expiação de Cristo).
A cortina feita de peles de carneiro tintas de vermelho, representavam a obra redentora (expiatória) de Jesus. Esta cobertura simboliza a expiação, pois o vermelho, como sabemos, tipifica o sangue de Jesus derramado na cruz do Calvário e aponta para Ele como: “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). O pecado impede que nos aproximemos de Deus e desfrutemos de Sua comunhão (Is 59.2; Ef 2.12-17), de modo que a única forma para essa situação ser mudada, foi a morte de Cristo, uma vez que: “sem derramamento de sangue, não há remissão de pecados” (Hb 9.22). Por meio do Seu sangue derramado na cruz, o acesso à presença de Deus foi restaurado nos proporcionando comunhão com o Pai celestial (Ef 2.18,19; Hb 10.19,20). Essa coberta, portanto, simboliza o sacrifício do Senhor Jesus e Seu sangue derramado por nossos pecados. Ele é o nosso Redentor, o carneiro da consagração que se submeteu à vontade do Pai e trouxe-nos a aliança eterna de salvação (Hb 13.20), e por Seu sangue nos purifica de todo pecado (Is 1.18; 1Jo 1.7; 2.2).

4. A cortina de peles de texugo (humanidade de Cristo). A cortina de peles de texugo era colocada sobre as outras. Tinha uma cor escura e não era formosa à vista. Por serem rústicas, quem olhasse a tenda estando do lado de fora do Tabernáculo nada veria de especial a chamar-lhe a atenção. Além de parecidas com o deserto, cuja areia elas retinham eram simples e sem beleza aparente. Isto aponta para o aspecto humano de Jesus: “não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza vimos, para que o desejássemos” (Is 53.2). Os que olham a Cristo sem tê-lo antes conhecido comparam-no a vultos da história humana, quando não, a um líder religioso (Mt 16,13,14; Jo 1.46; 3.1,2; 4.9,11,19), mas, ao conhecê-lo verdadeiramente terão a certeza de que, apesar da sua humanidade (Gl 4.4), Ele é: o Cristo (Mt 16.16; Jo 4.28,29); o Filho de Deus (Jo 1.49); o Unigênito do Pai (Jo 1.14); em quem habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl 2.9); o Criador de todas as coisas (Cl 1.16); e, a personificação da glória divina (Hb 1.3). (ALMEIDA, 2009, pp. 21,22).

V. O CORTINADO DO PÁTIO DO TABERNÁCULO

1. A simbologia descritiva das cortinas do Tabernáculo.
Descrever a importância das cortinas do Tabernáculo e não considerar seu valor espiritual e tipológico significa ignorar o propósito integral do texto narrativo acerca do santuário. Ora, a precisão dos detalhes de cada peça e material usados para construir o Tabernáculo servia de ensino das verdades acerca das coisas espirituais. Por isso, a madeira, metais, tecidos e tintas especiais usadas no Pátio do Santuário remontam a uma tipologia singular com relação a pessoa e obra de Jesus, o Senhor e Redentor nosso.

2. O significado de separação.
O ambiente entre a cerca e o Tabernáculo era o pátio. Havia um cortinado branco de linho fino torcido que tinha por objetivo fazer a separação dos pecadores. Para adentrar ao Pátio, o pecador deveria levar a sua oferta pelo pecado. Assim, as cortinas faziam a separação entre o santo e o profano (Êx 38.9-13).

Nesse sentido, a imagem do cortinado de linho torcido simboliza a pureza de Deus num mundo de impurezas. É o símbolo da santidade e pureza de Jesus, pois, como homem, nosso Senhor não teve mácula, conforme Ele mesmo indagou de seus opositores: “Quem dentre vós me convence de pecado?” (Jo 8.46).

Aqui, há uma distinção importante que deve ser feita em relação à Antiga Aliança: na Nova Aliança, a Igreja de Cristo não se fecha dentro de uma “cerca”, mas está pronta para receber qualquer tipo de pecador, uma vez arrependido, que confessa o senhorio de Jesus Cristo em sua vida.

3. O significado de santidade. Santidade é a separação absoluta do pecado e dedicação exclusiva a Deus.
Por isso, as cortinas da cerca do Pátio e do Tabernáculo, bem como tudo dentro dele, revelam santidade. Não podemos jamais desconsiderar a seriedade do chamado para vivermos uma vida santa. Os tempos atuais nos desafiam a viver um estilo de vida na presença de Deus, manifestando a santidade e a pureza de Cristo Jesus. Ter a consciência da santidade bíblica significa ter a disposição para viver na contramão do mundo (1ª Jo 2.15).

Paulo escreve em 1ª Tessalonicenses 4.3: ‘Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação'. Assim, é da vontade de Deus que todas as almas sejam salvas de todos os pecados - os atuais e o original. Os pecados atuais são os que cometemos voluntariamente, ao passo que o pecado original é o que herdamos do primeiro Adão. Todo pecado é limpo pelo sangue de Jesus Cristo. Temos de morrer para o velho homem. ‘Sabendo isto: que o corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado' (Rm 6.6). Deus está chamando o seu povo à verdadeira santidade nestes dias. Agradecemos a Ele pela bendita luz que está nos dando. ‘De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor e preparado para toda boa obra' (2ª Tm 2.21). Ele quer dizer que temos de ser purgados da impureza e de todos os tipos de pecado. A santificação nos torna santos e destrói a linhagem do pecado, o amor ao pecado e a carnalidade. Ela nos purifica e tornamos mais brancos que a neve” (SEYMOUR. Devocional: O Avivamento da Rua Azusa. Série: Clássicos do Movimento Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2003, pp.123-22).

CONCLUSÃO. Em Cristo se cumpriram as cerimônias do tabernáculo: a manifestação da glória divina, a expiação, a reconciliação do homem com Deus e a presença de Deus entre seu povo redimido. As sombras e figuras já passaram, mas a realidade permanece na pessoa e obra de Jesus Cristo.

O autor da Epístola aos Hebreus exorta-nos a chegar com confiança ao trono da graça, pois assim alcançaríamos misericórdia e acharíamos graça para, num tempo oportuno, sermos auxiliados (4.16). Jesus, o Sumo Sacerdote perfeito, deu-nos esse privilégio para desfrutarmos da presença santa de Deus mediante a fé. Não tenhamos receio de adentrar a presença santa do Pai!

FONTE DE PESQUISA

1. ALMEIDA, Abraão de. O Tabernáculo e a Igreja. CPAD, 2009.
2. BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, CPAD.
3. BÍBLIA SHEDD, EDIÇÃO VIDA NOVA.
3. CABRAL, Elienai. Lições Bíblicas do 2° trimestre de 2019 – CPAD.
4. CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. 1 ed. vol.1. HAGNOS, 2004.
5. CONNER, Kevin J. Os segredos do Tabernáculo de Moisés. (Trad. Célia Chazanas). ATOS, 2004.
6. HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD, 2010.
7. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.


terça-feira, 30 de abril de 2019

A PIA DE BRONZE LUGAR DE PURIFICAÇÃO



TEXTO ÁUREO
“Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado.” (Jo 15.3)

Verdade Prática
A Pia de Bronze é o símbolo do processo da santificação que Cristo realiza em nós através de seu sangue e da Palavra de Deus.

LEITURA BÍBLICA

Êxodo 30.18-21 “Farás também uma pia de cobre com a sua base de cobre, para lavar; e a porás entre a tenda da congregação e o altar e deitarás água nela. 19 - E Arão e seus filhos nela lavarão as suas mãos e os seus pés. 20 - Quando entrarem na tenda da congregação, lavar-se-ão com água, para que não morram, ou quando se chegarem ao altar para ministrar, para acender a oferta queimada ao Senhor. 21 - Lavarão, pois, as mãos e os pés, para que não morram; e isto lhes será por estatuto perpétuo, a ele e à sua semente nas suas gerações.”

Êxodo 40.30-32 “Pôs também a pia entre a tenda da congregação e o altar e derramou água nela, para lavar. 31 - E Moisés, e Arão, e seus filhos, lavaram nela as mãos e os pés.
32 - Quando entravam na tenda da congregação e quando chegavam ao altar, lavaram-se, como o Senhor ordenara a Moisés.”

1 Coríntios 6.11 “E é o que alguns têm sido, mas haveis sido lavados, mas haveis sido santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus e pelo Espírito do nosso Deus.”

Efésios 5.26 “Para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, 27 - para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.”

INTRODUÇÃO.
O nosso presente estudo é sobre a Pia de Bronze. Continuamos a avançar no Tabernáculo. Assim, veremos o simbolismo da limpeza e da pureza que a Pia de Bronze apresenta; estudaremos os dois aspectos do rito de lavagem presentes na função dos sacerdotes; e, finalmente, seremos chamados à responsabilidade acerca da necessidade e urgência de vivermos uma vida santa e irrepreensível diante de Deus e dos homens.

Sobre a “pia de bronze” e veremos seu material, seu propósito, seu modelo e sua localização.
Pontuaremos algumas lições que aprendemos com ela; relacionaremos a tipologia da bacia de bronze, bem como a tipologia da água purificadora que os sacerdotes usavam.

I. INFORMAÇÕES SOBRE A PIA DE BRONZE

1. Material. A palavra hebraica “kiyor” significa: “bacia; pote ou tacho”. O dicionário bíblico apresenta para esta bacia a seguinte definição: “Um utensílio do Tabernáculo de Moisés para os sacerdotes se lavarem”. A pia foi feita com o bronze dos espelhos das mulheres que os entregaram como oferta ao Senhor (Êx 38.8). Nesta peça da mobília do tabernáculo não havia madeira; a bacia deveria ser de bronze maciço, ou seja, confeccionada totalmente de “cobre” (bronze) do hebraico “neroshet” (Êx 30.18-a). No pátio as colunas eram de bronze, os ganchos (colchetes) eram de bronze, as estacas eram de bronze, o altar de sacrifício era revestido de bronze e a pia, da mesma forma, era feita de bronze (CONNER, 2004, p. 127).

2. Propósito. A pia de bronze tinha uma dupla função que era de fornecer água para a limpeza dos sacerdotes através lavagem cerimonial (Êx 40.11-16), e servia também para relembrar a santidade de Deus quando o sacerdote olhasse para o reflexo do “espelho” e lê-se o que estava na lâmina em sua testa: “Santidade ao SENHOR” (Êx 28.36-38). A pia de bronze era um grande tacho ou lavatório com a água necessária para limpar as mãos e os pés dos sacerdotes antes e depois de ministrarem (Êx 30.18-21). As outras peças da mobília do tabernáculo eram usadas particularmente com referência a Deus, mas a bacia era usada especificamente para os homens representados pelos sacerdotes (CONNER, 2004, p. 127).

3. Modelo. A Bíblia não explica o seu formato, tamanho, ornamentação ou transporte. Não há medidas específicas registradas e a única coisa mencionada é que tinha uma base (Êx 31.9). Ela é descrita como um utensílio de bronze contendo água. A pia de bronze provavelmente formava um conjunto dividido em duas partes, pois as referências mencionam “uma pia de bronze com uma base de bronze” (Êx 30.18). A base do hebraico “ken” significa literalmente: “pedestal” ou “suporte” (Lv 8.11) (CONNER, 2004, p. 127).

4 Localização. A pia de bronze ficava localizada no átrio ou pátio do tabernáculo, entre a tenda da congregação e o altar do holocausto (Êx 30.18-b; Êx 40.7,30). Foi aspergida com sangue e ungida com azeite (Êx 40.11; Lv 8.10,11). Não temos nenhuma informação de como ela era transportada pelo deserto, seja por varas ou barras. Nas coberturas que deveriam ser usadas para proteger os objetos do tabernáculo não há nenhuma menção da bacia de bronze (Nm 4.1-15). Ela foi o último móvel colocado no lugar antes que se erguesse o átrio (Êx 40.1-8).

II. A PIA DE BRONZE: A IMPORTÂNCIA DA SANTIDADE

Na pia os sacerdotes lavavam suas mãos e pés antes de executarem seus deveres sacerdotais. Mãos limpas fala de trabalho honesto; pés limpos fala de um viver e um agir íntegros (Sl 24.4; Ef 5.26,27; Hb 10.22).

1. A pia de bronze e a água (Êx 30.18,19). Deus ordenou a Moisés que fizesse uma pia de bronze. O objetivo era que antes de entrar ou sair do Tabernáculo, Arão e seus filhos lavassem as mãos e os pés. O ofício de apresentar holocaustos ao Senhor era Santo. Não é possível apresentar-se diante de Deus de maneira a não reconhecer sua santidade e justiça. Oferecer um sacrifício a Deus é prestar-lhe um culto santo e reverente. Não podemos perder o senso de piedade e reverência diante de Deus. Por isso, nossos cultos, bem como nossas vidas, devem refletir a santidade de Deus (1ª Pe 1.15,16).

2. A necessidade de purificação diária. Os sacerdotes deveriam ter uma conduta pura e reta diante do Senhor. Se essas purificações não ocorressem, por ignorância ou negligência do sacerdote, o juízo cairia sobre ele (Êx 30.20). Até os animais oferecidos deveriam ser cerimonialmente lavados na água como o sacerdote (Lv 1.9). Somos sacerdotes junto ao Senhor, mas também somos o sacrifício. Devemos apresentar nossos corpos como sacrifício vivo, santo e aceitável a Deus (Rm 12.1,2; 1ª Pd 2.5-9; Ap 1.5,6; 5.9,10; At 15.9; 1ª Ts 4.7). Ficar apenas observando a água não nos tornará limpos. A água tem que ser usada para que nos tornemos limpos. Apenas ler a Palavra ou meditar sobre uma verdade dela não é suficiente. A verdade deve ser aplicada, vivenciada e praticada em nossas vidas diariamente para ter poder purificador.

Ao entrarem no Tabernáculo, os sacerdotes deveriam se lavar “para não morrer”. Fosse para ministrar, fosse para acender a oferta no altar, eles deveriam lavar-se antes. Há que se destacar a expressão “para não morrer”. O ato colocava em risco a vida dos sacerdotes. Apresentar-se diante de Deus sem atentar para a exigência da purificação poderia custar-lhes a vida. Hoje, nós, os obreiros de Cristo, devemos pautar nossas vidas na obra, exercitando-nos na piedade e na santidade. Somos santos porque fomos chamados por um Deus Santo. Somos chamados para ser um modelo de santidade. Não nos esqueçamos: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14).

3. Os sacerdotes e a santidade (Êx 30.20).
O versículo 21 traz-nos a ideia de um pacto perpétuo a respeito do rito de lavagem da purificação. Esse rito seria um estatuto perpétuo para os sacerdotes. Disso dependeria a vida deles. Viver a vida de maneira santa, separada, única e exclusivamente para Deus é a vocação de todo obreiro chamado para a sua obra. Santidade ao Senhor gera espiritualidade profunda. Santidade ao Senhor gera uma vida de compromisso com Deus. Santidade gera vida no altar de Deus!

4. A necessidade de purificação das mãos (o que fazemos). Mãos limpas representavam sua função diante do Senhor. Eles deveriam levantar mãos santas (Sl 24.3,4;1ª Tm 2.1,8; Tg 4.8 e Is 1.16). Os sacerdotes não podiam entrar no Santuário para exercer qualquer serviço diante do Senhor enquanto não tivessem passado pela bacia. Eles não podiam servir junto à mesa do Senhor, ou no altar do incenso ou no candelabro, pois todos se encontravam no Lugar Santo (Sl 119.9; 1ª Pd 1.22; Hb 10.22).

Além disso, não lhes era permitido ministrar no altar de bronze ou no pátio, a menos que primeiro se lavassem. Todos aqueles que transportavam os utensílios do Senhor deveriam estar limpos (Is 52.11). Tão séria era qualquer violação desta ordem divina que eles seriam mortos se não agissem desta forma (Êx 30.21). Quantas “mortes espirituais” acontecem hoje porque alguns falham ao se preparar para entrar no santuário, deixando de passar pela bacia, antes de entrar para adorar: “Por causa disso, há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que morrem” (1ª Co 11.30).

5. A necessidade de purificação dos pés (por onde andamos). Pés limpos indicavam o modo como os sacerdotes viviam na presença de Deus (Hb 12.13; Ef 4.1-3; Jo 13.1-8). Somos chamados para ser sacerdotes do Senhor em um a casa espiritual (1ª Pd 2.5). Mas precisamos estar certos de que estamos limpos para carregar os utensílios do Senhor, e precisamos continuamente da limpeza sacerdotal para poder servir em seu santuário (igreja) andando em santidade como Ele andou (1ª Pd 2.21; 1ª Jo 2.6).

III. A PIA DE BRONZE: LUGAR DE LIMPEZA E PUREZA

1. A Pia de Bronze (cobre) entre o Altar do Holocausto e o Tabernáculo. O termo hebraico para “pia” é kyyor, que significa “lugar de se lavar”. Era uma bacia redonda. É assim que a imagem da Pia de Bronze é geralmente apresentada nas ilustrações. Para entrar no santuário do Tabernáculo, após ministrar no Altar dos Holocaustos, o sacerdote lavava-se na Pia de Bronze com água limpíssima. Ora, o nosso pecado foi expiado por Cristo no Calvário, o que significa que toda a nossa sujeira foi limpa para a glória de Deus. Fomos "lavados" pelo "sangue remidor" de Jesus (1ª Co 6.11).

No dia a dia, encontramo-nos vulneráveis às imundícias das obras da carne. Entretanto, temos um recurso divino, que nos purifica e santifica, prefigurado pela Palavra de Deus (cf. 1 Jo 1.7,8,10). O sangue de Jesus quitou a nossa culpa, cuja natureza humana estava condenada a se curvar sempre diante das tentações e do pecado (Rm 3.24,25; Ef 1.7). Assim, a Palavra de Deus é o espelho que reflete a nossa nova natureza e as obras que devemos praticar com a ajuda do Espírito Santo.

2. A lavagem na Bacia de Bronze. A Pia era de bronze polido, fabricado com o espelho das mulheres (Êx 38.8). Assim, exposta à luz do sol, a partir da água limpíssima, toda impureza era revelada no interior da bacia. À semelhança dessa figura, a obra regeneradora do Espírito Santo nos torna completamente limpos das sujeiras do pecado (2ª Co 5. 17; Ef 5.26).

Outro ponto que devemos destacar é a consciência de pureza que os sacerdotes deveriam ter para estar na presença de Deus, pois quando se lavavam, as sujeiras desapareciam de seus corpos. Sabiam que, doutra forma, não poderiam celebrar no interior do Tabernáculo. Só a Palavra de Deus é eficaz para revelar o pecado do nosso coração, expô-lo e removê-lo. A imagem dessa bacia nos rememora à santidade de Deus e a necessidade de se buscar uma vida de retidão, tanto na área espiritual quanto na moral. Somos de Deus, ovelhas de seu rebanho.

3. A Pia de Bronze e o caráter de juízo. No Altar dos Holocaustos, o juízo sobre o pecador era aplicado na oferta do sacrifício, cobrindo o seu pecado. Nesse sentido, as águas da pia cumpriam uma função de limpeza dos sacerdotes que passaram por aquele processo. De igual modo, nosso Senhor tomou sobre si o juízo que merecíamos, morrendo vicariamente por nós (2ª Co 5.21; Gl 1.4). Nesse aspecto, à semelhança das águas purificadoras, a Palavra de Deus tem o poder de limpar e disciplinar nossa vida (Hb 4.12,13). Embora nossos pecados tenham sido expiados (Hb 10.17), ainda temos de nos chegar a Deus, continuamente, para sermos limpos de tudo o que desagrada-o: pensamentos, palavras e obras. Infelizmente, acidentes ocorrem no caminho da jornada cristã, e precisamos nos quebrantar na presença de Deus. Busquemos a santidade em Jesus Cristo.

IV. A TIPOLOGIA DA PIA
A lavagem com água era a forma provisória e repetitiva, providenciada pelo Senhor pela qual os sacerdotes eram submetidos a purificação ritual e assim pudessem ministrar em sua presença. Podemos afirmar que a pia de bronze é um símbolo da dupla atuação da Palavra de Deus.

1. A Palavra revela o pecado. A bacia foi feita com o espelho das mulheres e refletia o rosto do sacerdote (Êx 38.8). Se os sacerdotes entrassem no Lugar Santo sem passar pela bacia de bronze, eles seriam julgados por Deus ao entrar: “Quando entrarem na tenda da congregação, lavar-se-ão com água, para que não morram” (Êx 30.20-b). Esta relação entre o bronze dos espelhos das mulheres e o bronze da bacia é bastante significativa, pois a função do espelho é refletir a imagem colocada diante dele. A figura ou símbolo do espelho é usada por Tiago quando diz: “Aquele que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante a um homem que olha a sua face num espelho” (Tg 1.23). A Palavra de Deus é um espelho que nos permite enxergar de modo claro e verdadeiro como nós realmente somos, e como Deus nos vê. Mas, ela também nos dá uma visão do que podemos nos tornar através de Cristo. À medida que contemplamos a Palavra de Deus, percebemos nossa necessidade de limpeza. A Palavra revela toda a sujeira que precisa ser removida. Jó viu a si mesmo como realmente era e isso causou-lhe repugnância (Jó 42.5,6); Isaías percebeu quem ele realmente era diante do Senhor (Is 6.5); e, Pedro enxergou sua natureza pecadora diante de Jesus (Lc 5.8) (CONNER, 2004, pp. 129,130).

2. A Palavra purifica o pecado. A pia de bronze continha água que servia como agente purificador sendo uma clara alusão ao efeito da Palavra no ser humano (Ef 5.26). A função da bacia aponta para o ministério da Palavra de Deus em nossas vidas. O Espírito Santo, que é um Espírito de julgamento e de fogo, usa a Palavra de Deus para nos convencer do pecado, da justiça e do juízo (Is 4.4; Jo 16.6-12). Jesus Cristo, a Palavra que se tornou carne, recebeu autoridade para exercer juízo contra o pecado (Jo 5.27). A bacia representa este juízo sobre o pecado operando através da Palavra de Deus. Ela representa a purificação que vem quando a Palavra expõe áreas de nossas vidas que não estão em conformidade com os padrões de Deus. Isso fala da limpeza da água pela Palavra (Ef 5.26). A Palavra age como um espelho (Tg 1.23-25) para nos dar um verdadeiro reflexo do que somos diante de Deus, mas ao mesmo tempo é a água que reflete nossa imagem e nos torna limpos (Pv 27.19; Ef 5.26). Quando nos tornamos limpos pela Palavra, contemplamos como por um “espelho” a glória do Senhor (2ª Co 3.18) (CONNER, 2004, pp. 128).

V. A TIPOLOGIA DA ÁGUA
A entrada na presença de Deus exigia pureza moral e cerimonial. A provisão de um ritual de purificação pelo Senhor, consagrou Arão e seus descendentes ao serviço, mas não os livrou de seus pecados. Pelo contrário, a necessidade de se lavarem continuamente enfatizava sua impureza.

1. A água da purificação. No altar de bronze o homem recebia provisoriamente e parcialmente a justificação de seus pecados através do sacrifício do animal que prefigurava o sacrifício pleno de Jesus na cruz, e na bacia de bronze ele recebia a purificação através da lavagem com a água que isso também apontava tipologicamente para Cristo. O significado espiritual do sangue do animal e da água da pia de bronze pode ser visto no NT onde esses dois agentes de purificação (o sangue e a água) se encontram no sacrifício de Jesus: “Este é aquele que veio por meio de água e sangue, Jesus Cristo: não somente por água, mas por água e sangue” (1ª Jo 5.6). Quando Cristo morreu na cruz, e sangue e água fluíram de seu lado (Jo 19.34), Ele cumpriu e aboliu a necessidade do sangue do sacrifício e da água da lavagem. Tudo aquilo que o sangue de animais no altar do holocausto e as águas cerimoniais na pia de bronze representavam convergiu para o sacrifício perfeito e completo de Cristo. O sangue derramado é o antítipo de todo sangue de animal derramado sob a aliança mosaica. A água que fluiu do lado perfurado de Cristo cumpriu tudo que as lavagens cerimoniais da antiga aliança representavam (CONNER, 2004, p. 130).

2. A água na regeneração. Jesus nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo: “Aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3.5). A regeneração e a renovação correspondem ao novo nascimento (ou nascer do alto). Esta é a lavagem inicial, uma limpeza, uma purificação em relação à antiga maneira de viver (At 15.9; 1ª Ts 4.7; 2ª Co 5.17). É isso que nos transforma em novas criaturas. Paulo disse: “Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus” (1ª Co 6.11). Jesus falou que quem já se banhou está limpo (Jo 13.10). Tudo isso se refere à limpeza da regeneração que acontece na vida do crente.

“A regeneração é a ação decisiva e instantânea do Espírito Santo, mediante a qual Ele cria de novo a natureza interior. O substantivo grego (palingenesia) traduzido por ‘regeneração' aparece apenas duas no Novo Testamento. Mateus 19.28 emprega-o com referência aos tempos do fim. Somente em Tito 3.5 se refere à renovação espiritual do indivíduo. Embora o Antigo Testamento tenha em vista a nação de Israel, a Bíblia emprega várias figuras de linguagem para descrever o que acontece. O Senhor ‘tirará da sua carne o coração de pedra e lhes dará um coração de carne (Ez 11.9). Deus diz: ‘Espalharei água pura sobre vós, e ficareis purificados... E vos darei um coração novo e porei dentro de vós um espírito novo... E porei dentro de vós o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos' (Ez 36.25-27). Deus colocará a sua lei ‘no seu interior e a escreverá no seu coração' (Jr 31.33). Ele ‘circuncidará o teu coração... para amares ao Senhor' (Dt 30.6)” (HORTON, M. Horton (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.371).

3. A água na santificação. Moisés lavou inteiramente Arão e seus filhos na limpeza inicial e dali em diante os sacerdotes deveriam manter essa limpeza usando a bacia nas lavagens diárias de suas mãos e pés (Êx 29.4; 40.12). Jesus ministrou o batismo da regeneração, mas é nossa responsabilidade pessoal manter a limpeza diária de nossas mãos e pés (1ª Pd 1.22; 2ª Co 7.1; Ef 5.26; 1ª Co 6.11). Paulo nos exorta: “Purifiquemo-nos de tudo o que contamina o corpo e o espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus” (2ª Co 7.1). O escritor aos hebreus diz que devemos nos aproximar de Deus tendo: “os nossos corpos lavados com água pura” (Hb 10.20-22). A bacia deveria ser aspergida com sangue, ungida com azeite e conter a água para a purificação dos sacerdotes (Êx 40.11; Lv 8.10,11). Assim, a água purificadora da Palavra vem a nós através do sangue de Jesus e pelo Espírito que é o “azeite” de Deus em nós. Precisam os que nossos corações sejam aspergidos com sangue; ser lavados pela água da Palavra, e sermos ungido do santo azeite da unção do Espírito Santo.

VI. DOIS ASPECTOS DO RITO DE LAVAGEM DOS SACERDOTES

1. A lavagem completa. Essa lavagem era mais do que simplesmente lavar mãos e pés. Significava uma “obra regeneradora”, que implicava o primeiro passo para a consagração sacerdotal. Hoje, é inaceitável que um ministro queira servir na Casa de Deus sem ter passado pela obra da regeneração (Jo 13.10). É preciso que os obreiros do Senhor tenham experimentado uma “limpeza completa” da alma e da mente. É preciso nascer da Palavra e do Espírito (Jo 3.5,7; Jo 15.3; Tt 3.5; 1ª Pe 1.23).

2. A lavagem progressiva e constante. No dia a dia sacerdotal, a limpeza exigida para ministrar no Lugar Santo era apenas das mãos e dos pés (Êx 30.19). Mas, de acordo com a doutrina do Novo Testamento, o “lavar-se”, aqui, destaca o ato do Espírito que opera em nós a santificação (Ef 5.26; 2ª Co 7.1). Nesse sentido, a consagração dos sacerdotes dava-se nos termos do compromisso de uma vida santificada. Esse mesmo compromisso é que deve permear a vida do obreiro, que se acha vocacionado para realizar a obra do Senhor.

3. Recapitulando verdades importantes. À luz de tudo quanto temos estudado até aqui, devemos assimilar algumas lições apreendias até o presente momento:

3.1. Sobre o sangue de Jesus. O sangue de Jesus Cristo nos livrou da pena do pecado (Mt 20.28; 26.28; 1ª Pe 4.17).

3.2. Sobre a Palavra. A Palavra de Deus revela quem somos (Tg 1.22-24).

3.3. Sobre a limpeza espiritual. Uma vida irrepreensível é prioritária e absolutamente necessária (Jo 15.3).

CONCLUSÃO. Aprendemos nesta lição que a água fala de pureza e santificação, e é símbolo da ação purificadora da Palavra de Deus (Jo 15.3; 17.17; Ef 5.26,27) e do Espírito Santo (Tt 3.4-6; 1Co 6.11) em nossos corações (Hb 10.22; 1Pd 1.22,23). Pode simbolizar também a purificação pelo sangue de Jesus (1ª Jo 1.7), uma vez que o sacrifício de Cristo nos purifica de todo pecado.

FONTE DE PESQUISA
1. BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, CPAD.
2. BÍBLIA SHEDD, EDIÇÃO VIDA NOVA.
3. CABRAL, Elienai. Lições Bíblicas do 2° trimestre de 2019 – CPAD.
4.CONNER, Kevin J. Os segredos do Tabernáculo de Moisés. (Trad. Célia Chazanas). Atos, 2004.
5. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
6.HORTON, M. Horton (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.371).
7. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD