TEOLOGIA EM FOCO

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

JESUS BEBEU VINHO ALCOÓLICO?



VINHO: FERMENTADO OU NÃO FERMENTADO?

 "Porque veio João Batista, que não comia pão nem bebia vinho, e dizeis: Tem demônio" (Lc 7.33,34).

Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizeis: Eis aí um homem comilão e bebedor de vinho, amigo dos publicanos e dos pecadores.

Segue-se um exame da palavra bíblica mais comumente usada para vinho. A palavra grega para "vinho", em Lc 7.33, é oinos. Oinos pode referir-se a dois tipos bem diferentes de suco de uva:

(1) suco não fermentado, e (2) vinho fermentado ou embriagante. Esta definição apóia-se nos dados abaixo.(1) A palavra grega oinos era usada pelos autores seculares e religiosos, antes da era cristã e nos tempos da igreja primitiva, em referência ao suco fresco da uva (ver Aristóteles, Meteorológica, 387.b.9-13).

(a) Anacreontes (c. de 500 a.C.) escreve: "Esprema a uva, deixe sair o vinho [oinos]" (Ode 5).

(b) Nicandro (século II a.C.) escreve a respeito de espremer uvas e chama de oinos o suco dai produzido (Geórgica, fragmento 86).

(c) Papias (60-130 d.C.), um dos pais da igreja primitiva, menciona que quando as uvas são espremidas produzem "jarros de vinho [oinos]" (citado por Ireneu, Contra as Heresias, 5.33.3 - 4).

(d) Uma carta em grego escrita em papiro (P. Oxy.729; 137 d.C.), fala de "vinho [oinos] fresco, do tanque de espremer" (ver Moulton e Milligan, The Vocabulary of the Greek Testament, p. 10).

(e) Ateneu (200 d.C.) fala de um "vinho [oinos] doce", que "não deixa pesada a cabeça" (Ateneu, Banquete, 1.54).

Noutro lugar, escreve a respeito de um homem que colhia uvas "acima e abaixo, pegando vinho [oinos] no campo"(1.54).

Para considerações mais pormenorizadas sobre o uso de oinos pelos escritores antigos, ver Robert P. Teachout: "0 Emprego da palavra 'Vinho' no Antigo Testamento". (Dissertação de Th.D. no Seminário Teológico de Dallas,1979).

(2) Os eruditos judeus que traduziram o AT do hebraico para o grego c. de 200 a.C. empregaram a palavra oinos para traduzir varias palavras hebraicas que significam vinho.

Noutras palavras, os escritores do NT entendiam que oinos pode referir-se ao suco de uva, com ou sem fermentação.
(3) Quanto a literatura grega secular e religiosa, um exame de trechos do NT também revela que oinos pode significar vinho fermentado, ou não fermentado.

Em Ef 5.18, o mandamento: "não vos embriagueis com vinho [oinos]" refere-se ao vinho alcoólico.

Por outro lado, em Ap 19.15 Cristo é descrito pisando o lagar.
0 texto grego diz: "Ele pisa o lagar do vinho [oinos]" ; o oinos que sai do lagar é suco de uva (ver Is 16.10 nota; Jr 48.32,33 nota).
Em Ap 6.6, oinos refere-se as uvas da videira como uma safra que não deve ser destruída.

Logo, para os crentes dos tempos do NT, "vinho" (oinos) era uma palavra genérica que podia ser usada para duas bebidas distintivamente diferentes, extraídas da uva: o vinho fermentado e o não fermentado.

(4) Finalmente, os escritores romanos antigos explicam com detalhes vários processos usados para tratar o suco de uva recém-espremido, especialmente as maneiras de evitar sua fermentação.

(a) Columela (Da Agricultura, 12.29), sabendo que o suco de uva não fermenta quando mantido frio (abaixo de 10 graus C.) e livre de oxigênio, escreve da seguinte maneira:

"Para que o suco de uva sempre permaneça tão doce como quando produzido, siga estas instruções:

Depois de aplicar a prensa as uvas, separe o mosto mais novo [i.e., suco fresco], coloque-o num vasilhame (amphora) novo, tampe-o bem e revista-o muito cuidadosamente com piche para não deixar a mínima gota de água entrar; em seguida, mergulhe-o numa cisterna ou tanque de água fria, e não deixe nenhuma parte da ânfora ficar acima da superfície.

Tire a ânfora depois de quarenta dias. 0 suco permanecera doce durante um ano" (ver também Columela: Agricultura e Arvores; Catão: Da Agricultura).

0 escritor romano Plinio (século I d.C.) escreve: "Tão logo tiram o mosto [suco de uva] do lagar, colocam-no em tonéis, deixam estes submersos na água até passar a primeira metade do inverno, quando o tempo frio se instala" (Plínio, Historia Natural, 14.11.83).

Este método deve ter funcionado bem na terra de Israel (ver Dt 8.7; 11.11,12; SI 65.9-13).

(b) Outro método de impedir a fermentação das uvas é ferve-las e fazer um xarope (para mais detalhes, ver a parte 2 deste estudo.

Historiadores antigos chamavam esse produto de "vinho" (oinos).

0 Conego Farrar (Smith 's Bible Dictionary, p. 747) declara que "os vinhos assemelhavam-se mais a xarope; muitos deles não eram embriagantes".

Ainda, 0 Novo Dicionário da Bíblia (p. 1665), observa que "sempre havia meios de conservar doce o vinho durante o ano inteiro".

O USO DO VINHO NA CEIA DO SENHOR.

Jesus usou uma bebida fermentada ou não fermentada de uvas, ao instituir a Ceia do Senhor (Mt 26.26-29; Mc 14.22-25; Lc 22.17-20; 1 Co 11.23-26)?

Os dados abaixo levam a conclusão de que Jesus e seus discípulos beberam no dito ato suco de uva não fermentado.

(1) Nem Lucas nem qualquer outro escritor bíblico emprega a palavra "vinho" (gr. oinos) no tocante a Ceia do Senhor.

Os escritores dos três primeiros Evangelhos empregam a expressão "fruto da vide" (Mt 26.29; Mc 14.25; Lc 22.18).
0 vinho não fermentado é o único "fruto da vide" verdadeiramente natural, contendo aproximadamente 20% de açúcar e nenhum álcool.

A fermentação destrói boa parte do açúcar e altera aquilo que a videira produz.

O vinho fermentado não é produzido pela videira.

(2) Jesus instituiu a Ceia do Senhor quando Ele e seus discípulos estavam celebrando a Páscoa.

A lei da Páscoa em Ex 12.14-20 proibia, durante a semana daquele evento, a presença de seor (Ex 12.15), palavra hebraica para fermento ou qualquer agente fermentador.

Seor, no mundo antigo, era freqüentemente obtido da espuma espessa da superfície do vinho quando em fermentação.
Além disso, todo o hametz (i.e., qualquer coisa fermentada) era proibido (Ex 12.19; 13.7).

Deus dera essas leis porque a fermentação simbolizava a corrupção e o pecado (cf. Mt 16.6,12; 1 Co S.7,8).

Jesus, o Filho de Deus, cumpriu a lei em todas as suas exigências (Mt 5.17).

Logo, teria cumprido a lei de Deus para a Páscoa, e não teria usado vinho fermentado.

(3) Um intenso debate perpassa os séculos entre os rabinos e estudiosos judaicos sobre a proibição ou não dos derivados fermentados da videira durante a Páscoa.

Aqueles que sustentam urna interpretação mais rigorosa e literal das Escrituras hebraicas, especialmente Ex 13.7, declaram que nenhum vinho fermentado devia ser usado nessa ocasião.

(4) Certos documentos judaicos afirmam que o uso do vinho não fermentado na Páscoa era comum nos tempos do NT.

Por exemplo: "Segundo os Evangelhos Sinóticos, parece que no entardecer da quinta-feira da última semana de vida aqui, Jesus entrou com seus discípulos em Jerusalém, para com eles comer a Páscoa na cidade santa; neste caso, o pão e o vinho do culto de Santa Ceia instituído naquela ocasião por Ele, como memorial, seria o pão asmo e o vinho não fermentado do culto Seder" (ver "Jesus". The Jewish Encyclopedia, edição de 1904. V.165).

(5) No AT, bebidas fermentadas nunca deviam ser usadas na casa de Deus, e um sacerdote não podia chegar-se a Deus em adoração se tomasse bebida embriagante (Lv 10.9 nota).

Jesus Cristo foi o Sumo Sacerdote de Deus do novo concerto, e chegou-se a Deus em favor do seu povo (Hb 3.1; 5.1-10).

(6) 0 valor de um símbolo se determina pela sua capacidade de conceituar a realidade espiritual.

Logo, assim como o pão representava o corpo puro de Cristo e tinha que ser pão asmo (i.e., sem a corrupção da fermentação), o fruto da vide, representando o sangue incorruptível de Cristo, seria melhor representado por suco de uva não fermentado (cf. 1 Pe 1.18,19).

Uma vez que as Escrituras declaram explicitamente que o corpo e sangue de Cristo não experimentaram corrupção (Sl 16.10; At 2.27; 13.37), esses dois elementos são corretamente simbolizados por aquilo que não é corrompido nem fermentado.
(7) Paulo determinou que os coríntios tirassem dentre eles o fermento espiritual, i.e., o agente fermentador "da maldade e da malícia", porque Cristo é a nossa Páscoa (1 Co 5.6-E).

Seria contraditório usar na Ceia do Senhor um símbolo da maldade.

i.e., algo contendo levedura ou fermento, se considerarmos os objetivos dessa ordenança do Senhor.

Bem como as exigências bíblicas para dela participarmos.
Jo 2.11: "Jesus principiou assim os seus sinais em Cana da Galiléia e manifestou a sua glória, e os seus discípulos creram nele".

O VINHO: MISTURADO OU INTEGRAL?



Os dados históricos sobre o preparo e uso do vinho pelos judeus e por outras nações no mundo bíblico mostram que o vinho era:

(a) freqüentemente não fermentado;

(b) em geral misturado com água.

0 capítulo anterior, aborda um dos processos usados para manter o suco da uva fresco em estado doce e sem fermentação.

0 presente estudo menciona dois outros processos de preparação da uva para posteriormente ser misturada com água.(1) Um dos métodos era desidratar as uvas, borrifa-las com azeite para mante-las úmidas e guardá-las em jarras de cerâmica (Enciclopédia Bíblica Ilustrada de Zondervan, V. 882; ver também Columella, Sobre a Agricultura 12.44.1-8).

Em qualquer ocasião, podia-se fazer uma bebida muito doce de uvas assim conservadas.

Punha-se-lhes água e deixava-as de molho ou na fervura.
Polibio afirmou que as mulheres romanas podiam beber desse tipo de refresco de uva, mas que eram proibidas de beber vinho fermentado (ver Polibio, Fragmentos, 6.4; cf. Plínio, História Natural, 14.11.81).

(2) Outro método era ferver suco de uva fresco até se tornar em pasta ou xarope grosso (mel de uvas); este processo deixava-o em condições de ser armazenado, ficando isento de qualquer propriedade inebriante por causa da alta concentração de açúcar, e conservava a sua doçura (ver Colurnella, Sobre a Agricultura, 12.19.1-6; 20.1-8; Plínio, Historia Natural, 14.11.80).
Essa pasta ficava armazenada em jarras grandes ou odres.

Podia ser usada como geléia para passar no pão, ou dissolvida em água para voltar ao estado de suco de uva (Enciclopédia Bíblica Ilustrada, de Zondervan, V. 882-884).

É provável que a uva fosse muito cultivada para produção de açúcar.

0 suco extraído no lagar era engrossado pela fervura até tornar-se em liquido conhecido como "mel de uvas" (Enciclopédia Geral Internacional da Bíblia, V. 3050).

Referencias ao mel na Bíblia freqüentemente indicam o mel de uva (chamado debash pelos judeus), em vez do mel de abelha.



(3) A água, portanto, pode ser adicionada a uvas desidratadas, ao xarope de uvas e ao vinho fermentado.

Autores gregos e romanos citavam varias proporções de mistura adotadas.

Homero (Odisséia, IX 208ss.) menciona uma proporção de vinte partes de água para uma parte de vinho.

Plutarco (Symposiacas, III.ix) declara: "Chamamos vinho diluído, embora o maior componente seja a água".

Plínio (Historia Natural, XIV.6.54) menciona uma proporção de oito partes de água para uma de vinho.

(4) Entre os judeus dos tempos bíblicos, os costumes sociais e religiosos não permitiam o uso de vinho puro, fermentado ou não.

0 Talmude (uma obra judaica que trata das tradições do judaísmo entre 200 a.C. e 200 d.C.) fala, em vários trechos, da mistura de água com vinho (e.g., Shabbath 77; Pesahim 1086).
Certos rabinos insistiam que, se o vinho fermentado não fosse misturado com três partes de água, não podia ser abençoado e contaminaria quem o bebesse.

Outros rabinos exigiam dez partes de água no vinho fermentado para poder ser consumido.

(5) Um texto interessante temos no livro de Apocalipse, quando um anjo, falando do "vinho da ira de Deus", declara que ele será "não misturado", i.e., totalmente puro (Ap 14.10).


Foi assim expresso porque os leitores da época entendiam que as bebidas derivadas de uvas eram misturadas com água (ver Jo 2.3 notas).

Em resumo, o tipo de vinho usado pelos judeus nos dias da Bíblia não era idêntico ao de hoje.

Tratava-se de:
(a) suco de uva recém-espremido;
(b) suco de uva assim conservado;
(c) suco obtido de uva tipo passas;
(d) vinho de uva feito do seu xarope, misturado com água; e
(e) vinho velho, fermentado ou não, diluído em água, numa proporção de até 20 para 1.

Se o vinho fermentado fosse servido não diluído, isso era considerado indelicadeza, contaminação e não podia ser abençoado pelos rabinos.

A luz desses fatos, é ilícita a pratica corrente de ingestão de bebidas alcoólicas com base no uso do "vinho" pelos judeus dos tempos bíblicos.

Além disso, os cristãos dos dias bíblicos eram mais cautelosos do que os judeus quanto ao uso do vinho (ver Rm 14.21 nota; 1 Ts 5.6 nota; 1 Tm 3.3 nota; Tt 2.2 nota).


GLÓRIA DE JESUS MANIFESTA ATRAVÉS DO VINHO.



Em João 2, vemos que Jesus transformou água em "vinho" nas bodas de Caná.

Que tipo de vinho era esse? Conforme já vimos, podia ser fermentado ou não, concentrado ou diluído.

A resposta deve ser determinada pelos fatos contextuais e pela probabilidade moral.

A posição desta Bíblia e Estudo é que Jesus fez vinho (oinos) suco de uva integral e sem fermentação.

Os dados que se seguem apresentam fortes razoes para rejeição da opinião de que Jesus fez vinho embriagante.

(1) 0 objetivo primordial desse milagre foi manifestar a sua gloria (2.11), de modo a despertar fé pessoal e a confiança em Jesus como o Filho de Deus, santo e justo, que veio salvar o seu povo do pecado (2.11; cf. Mt 1.21).

Sugerir que Cristo manifestou a sua divindade como o Filho Unigênito do Pai (1.14), mediante a criação milagrosa de inúmeros litros de vinho embriagante para uma festa de bebedeiras (2.10 nota; onde subentende-se que os convidados já tinham bebido muito), e que tal milagre era extremamente importante para sua missão messiânica, requer um grau de desrespeito, e poucos se atreveriam a tanto.

Será, porém, um este munho da honra de Deus, e da honra e glória de Cristo, crer que Ele criou sobrenaturalmente o mesmo suco de uva que Deus produz anualmente através da ordem natural criada (ver 2.3 nota).

Portanto, esse milagre destaca a soberania de Deus no mundo natural, tornando-se um símbolo de Cristo para transformar espiritualmente pecadores em filhos de Deus (3.1-15).

Devido a esse milagre, vemos a glória de Cristo "como a glória do Unigênito do Pai" (1.14; cf. 2.11).

(2) Contraria a revelação bíblica quanto a perfeita obediência de Cristo a seu Pai celestial (cf. 4.34; Fp 2.8,9) supor que Ele desobedeceu ao mandamento moral do Pai: "Não olhes para o vinho, quando se mostra vermelho... e se escoa suavemente", i.e., quando é fermentado (Pv 23.31).

Cristo por certo sancionou os textos bíblicos que condenam o vinho embriagante como escarnecedor e alvoroçador (Pv 20.1), bem como as palavras de Hc 2.15: "Ai daquele que da de beber ao seu companheiro!... e o embebedas" (cf. Lv 10.8-11; Pv 31.4-7; Is 25.7; Rm 14.21).

(3) Note, ainda, o seguinte testemunho da medicina moderna.


(a) Os maiores médicos especialistas atuais em defeitos congênitos citam evidencias comprovadas de que o consumo moderado de álcool danifica o sistema reprodutivo das mulheres jovens, provocando abortos e nascimentos de bebes com defeitos mentais e físicos incuráveis.

Autoridades mundialmente conhecidas em embriologia precoce afirmam que as mulheres que bebem até mesmo quantidades moderadas de álcool, próximo ao tempo da concepção (c. 48 horas), podem lesar os cromossomos de um óvulo em fase de liberação, e dai causar sérios distúrbios no desenvolvimento mental e físico do bebê.

(b)Seria teologicamente absurdo afirmar que Jesus haja servido bebidas alcoólicas, contribuindo para o seu uso.

Afirmar que Ele não sabia dos terríveis efeitos em potencial que as bebidas inebriantes tem sobre os nascituros é questionar sua divindade, sabedoria e discernimento entre o bem e o mal.

Afirmar que Ele sabia dos danos em potencial e dos resultados deformadores do álcool, e que, mesmo assim, promoveu e fomentou seu uso, é lançar duvidas sobre a sua bondade, compaixão e seu amor.

A única conclusão racional, bíblica e teológica acertada é que o vinho que Cristo fez nas bodas, a fim de manifestar a sua glória, foi o suco puro e doce de uva, e não fermentado.



Todas as citações bíblicas são da ACF (Almeida Corrigida Fiel, da SBTB). As ACF e ARC (ARC idealmente até 1894, no máximo até a edição IBB-1948, não a SBB-1995) são as únicas Bíblias impressas que o crente deve usar, pois são boas herdeiras da Bíblia da Reforma (Almeida 1681/1753), fielmente traduzida somente da Palavra de Deus infalivelmente preservada (e finalmente impressa, na Reforma, como o Textus Receptus).
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terça-feira, 17 de setembro de 2013

A CONTRADITÓRIA IGREJA MESSIÂNICA

 

Em termos bíblicos, a Igreja Messiânica nada tem a ver com a Igreja do Novo Testamento, nem com o seu Messias e Salvador, o Senhor Jesus Cristo. O título dessa igreja já é contraditória em si.  Ela não é igreja porque não tem Cristo como sua cabeça, e não é messiânica porque não tem o Messias de Deus como seu Salvador e Rei. Os messiânicos afirmam que como igreja, conseguirão mudar os rumos da humanidade levando o nosso planeta a ser o verdadeiro “Paraíso Celestial”.



I.     HISTÓRIA E OBJETIVOS

A Igreja Messiânica é de origem japonesa. O seu fundador Mokiti Okada, hoje chamado por seus adeptos MEISHU-SAMA (Senhor da Luz). Ele iniciou-se no Budismo, e daí partiu para a fundação dessa igreja que adota princípios budistas e também um pequeno percentual de princípios cristãos ou parecidos.

Com sua sede geral na cidade de Atami, no Japão, A Igreja Messiânica Mundial começou a se espalhar pelo mundo. A sua liderança tem sido sustentada pela família Okada, sucedendo-se diretamente: pai, mãe e atualmente a terceira filha do casal, conhecida e adorada por seus adeptos como KYOSHUSAMÁ (Mestre que ensina a Luz).

Apesar dessa religião ter começado na década de 1930, somente em 1947 foi autorizada a funcionar pelas autoridades japonesas.  Seu objetivo é estabelecer o paraíso aqui na terra. No Brasil, seu início teve lugar em 1955, sendo oficializada dez anos depois.

Reuniões e ingresso na seita. Não há praticamente exigências para a admissão a não ser algumas aulas de orientação dadas pelos líderes. Os interessados, bem como os já adeptos, não precisam mudar seus hábitos, costumes, vícios, modo de vida, nem religião. É o tipo de igreja que agrada a todo mundo, algo totalmente divorciado do próprio significado do termo igreja (ekklesia: povo separado; à parte).

A Igreja Messiânica cultua as almas dos ancestrais em reuniões especiais para isso; cultua o próprio fundador, também em reuniões para isso destinadas. (Ver o repúdio divino a essas coisas em Mt 22.32; 4.4; At 10.25-26; Ap 22.8-9).

II.   CRENÇAS E DOUTRINAS ANTE A BÍBLIA

Meishu-sama.
O cognome de Mokiti Okada. Em verdade, este é o verdadeiro “Deus” dos messiânicos. Usam o nome de Deus apenas para angariar a simpatia ocidental. Não conseguem desfazer o binômio DEUS-MEISHU-SAMA.

Deus. Na Igreja Messiânica o nome de Deus é sempre associado ao do fundador dessa seita, conhecido pelo nome religioso de Meishu-Sama, que significa Senhor da Luz. Eles esposam uma forma de deísmo, em que confessam que Deus criou todas as coisas, mas que é sempre preciso um Brahma para os hindus, um Cristo para os cristãos, um Maomé para os árabes e um Meishu-Sama para os messiânicos.

A noção que eles têm de Deus é o de “energia fluida”, um termo ocultista das religiões orientais associadas ao Espiritismo. Essa energia penetra nas pessoas e as leva ao melhoramento gradual, dependendo da qualidade dessa energia. 

Não é isso que Deus revelou nas Sagradas Escrituras. Deus, de fato habita nas pessoas que a Ele pertencem, espírito, alma e corpo, mediante a salvação recebida e conservada em Cristo nosso Salvador (Jo 14.23; 1ª Co 6.19; Jo 14.17).

Jesus. Como já foi dito, essa igreja é chamada messiânica, mas não conhece o Messias de Deus, o Senhor Jesus Cristo, nem ao menos o menciona. Essa Igreja é suficiente em si mesma para transformar a humanidade sem Jesus, inclusive estabelecer aqui o “Paraíso de Deus”. Ver o que a Bíblia diz de Jesus em 1ª Jo 5.22,23; Jo 15.5; 5.23; 14.6; 3.35; Sl 2.12; Fp 2.9-11.

A Igreja Messiânica está em pior situação diante de Deus do que a Laodicéia, que antes conhecera Jesus, agora estava morna e Jesus estava fora (Ap 3.16, 20). Os messiânicos nunca tiveram Jesus em sua igreja. Eles endeusam mesmo é o seu fundador e mentor espiritual, hoje falecido (Meish-Sama) e sucedido por uma filha.

A purificação pela “luz divina”.
Esta doutrina prega que todo sofrimento, que seja mental, físico ou espiritual, tem uma causa espiritual. Deus é a causa de todas as coisas, permite então as dificuldades e sofrimentos para que o indivíduo possa livrar-se de seus pecados. Assim, um verdadeiro messiânico jamais deverá queixar-se de sua sorte, pois ela é uma oportunidade para sua purificação espiritual (Sl 119.9; 1ª Jo 1.7; 3.3).

É aqui que os messiânicos angariam muitos simpatizantes e adeptos. Trata-se de um ritual, sem qualquer base em doutrina bíblica, em que a “luz divina” penetra as pessoas e produz sua cura interior, libertando-as de ansiedade, nervosismo, tensão, confusão mental, sentimento de culpa, angústia, mágoas e aflições causadas por sofrimentos recebidos, e também herdados pelos seus antepassados durante uma das reencarnações anteriores que a pessoa teve. É, portanto uma religião disfarçadamente vinculada ao Espiritismo.

A essa cerimônia eles chamam jorei. Colocam a palma da mão sobre as pessoas, crendo que com este ato estão liberando energia divina sobre elas. Essa energia afasta todo mal dessas pessoas, ficando então “purificadas”.

Com o rito do jorei as pessoas são curadas. A “luz divina” que pode curar a pessoa integralmente vem de Deus através de Meishu-Suma. As publicações dessa igreja divulgam essas curas para motivarem outros a buscá-las, mas nenhuma glória é tributada a Deus.

A. Trata-se aí da falsa luz que Jesus falou em Mt 6.23, “luz que são trevas”. “O próprio Satanás se transfigura em anjo de luz” (2ª Co 11.14). Como um anjo para abençoar e uma luz para guiar, porém, tudo falso! A verdadeira luz é o Cristo da Bíblia: Jo 1.9; 8.12. Uma das primeiras coisas que o Senhor fez na criação foi separa a luz das trevas (Gn 1.4), e, Jesus como a luz do mundo, nele não há trevas nenhuma (1ª Jo 1.6). Não é o caso dos messiânicos, que falam em “luz divina” e caminha nas trevas.

B. Quanto à purificação Só o sangue de eficaz de Jesus nos purifica do pecado e de todo outro mal (Hb 9.14; 1ª Jo 1.7,9; Ap 1.5; 22.14). Nem “luz divina”, nem igreja, homens, medalha milagrosa, imposição de mãos, palavras místicas, orações, podem nos purificar do pecado, (ver Jó 14.4; Jr 2.22).

C. Quanto às curas dos messiânicos. Milagres não são provas bíblicas de que alguém anda na verdade; provas são frutos. Jesus não disse: Pelos milagres conhecereis, mas, “pelos frutos” (Mt 7.16). Satanás também opera milagres, limitados ao seu poder, para promover-se e enganar (Êx 7.22,23; 24.24; 2ª Ts 3.9; Ap 13.13,14). É pela pregação da palavra que o povo se salva; não por milagres.

Ohikari.
É uma espécie de amuleto, antigamente em forma de um saquinho de pano, hoje na forma de uma medalha dourada, que a pessoa leva junto ao peito, pendurada por um cordão de ouro ou mesmo um barbante. Entende-se que aquela medalha (ou saquinho de pano) é o sagrado ponto focal através do qual se canaliza a luz de Deus e Meishu-Sama, seu fundador. A verdadeira luz é manifestada através da obra de Jesus Cristo.

Refutação.Vejamos o que Jesus diz: Eu vim como luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. (João 12.46).

“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida” (João 8.12).

“É proibido proibir”. Este é o lema dos messiânicos.
O lema do messianismo equivale à falsa liberdade, que termina em escravidão, como vemos em 2ª Pe 2.19.

Arão por pouco tempo adotou o sistema “messiânico” de liberdade sem lei e veio o colapso moral do povo de Israel, conforme lemos em Êx 32.7, 19, 28. No juízo que se seguiu, morreram uns 3.000 homens. Mas o v. 25 nos dá a chave dessa derrota: “O povo estava desenfreado, pois Arão o deixou à solta” (versão Almeida Atualizada).

Quem quiser andar com Deus e pertencer ao seu povo, precisa entender de uma vez por todas que não é apenas a porta de entrada da salvação que é estreita; o caminho da salvação a ser seguido é também estreito (Mt 7.14).

O paraíso terreno dos messiânicos.

O messianismo apregoa que uma nova ordem universal está para começar. Será uma era de felicidade, com paz, saúde e igualdade de condições para todos. A Igreja Messiânica é portadora dessa revelação. Nessa era de delícias a natureza atingirá o seu devido esplendor, e, as artes também, como expressão do bom e do belo.

Não haverá orgulho, cobiça, intrigas, tristezas, nem injustiça. É pura fantasia deles.
Trata-se aqui de algo parecido com o reino milenial de Cristo sobre a terra, de que nos fala a Bíblia, preparando o mundo para o reino eterno de Deus, quando então haverá novos céus e nova terra 1ª Co 15.28-29; Ap 21.2; 2ª Pe 3.13. Este paraíso dos messiânicos é mais uma deslavada mentira de Satanás. (Ver Jo 3.27).

Seguir de fato a Cristo significa renunciar a tudo mais que contrarie sua vontade (Lc 5.1; 18.28; Fp 3.7). Quem de fato está seguindo a Cristo não vive na prática de pecado conhecido (1ª Jo 3.9).

O pior dos enganos em que vivem os messiânicos, mesmo sendo cidadãos exemplares, benfeitores, sinceros e honestos, é crer que pela purificação do jorei alcançam a perfeição e a salvação, e não através da redenção pelo precioso sangue de Jesus.

O Espírito Santo.
Os messiânicos desconhecem o Espírito Santo. Aliás, todos os valores cristãos e bíblicos não constam da fé messiânica. Como já dissemos, a Igreja Messiânica Mundial nada tem a ver, sob qualquer aspecto, com a revelação de Deus, a Bíblia Sagrada (1ª Jo 5.6b).

O grande e rápido desenvolvimento dos messiânicos deve-se ao facilismo que pregam e, sobretudo, à falta de exigências para que os adeptos mudem ou deixem seus costumes, vícios e a própria religião. Pregam uma religião onde só se recebe e a única coisa que realmente deve ser dada são as ofertas voluntárias.

Este é o tipo de religião que agrada, porém choca-se literalmente com as palavras de Jesus: “E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por causa do meu nome, receberá a vida eterna” (Mt 19.29). 

FONTE DE PESQUISA 

1.      BÍBLIA EXPLICADA, S.E.McNair, 4ª Edição, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
2.      BÍBLIA PENTECOSTAL, Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida, Edição 1995, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
3.      BÍBLIA SHEDD, Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil – 2ª Edição, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri, SP.
4.      BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida, 1995, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri, SP.
5.      CLAUDIONOR CORRÊA DE ANDRADE, Dicionário Teológico, p. 286, 8ª Edição, Ed. CPAD, Rio de janeiro, RJ.
7.      DELVACYR BASTOS, seitas e heresias, Escola Teológica Filadélfia, Cascavel PR, Email - prdelvacyr@hotmail.com.
8.      ELIENAL CABRAL, lições bíblicas, 1º trimestre 2007, Ed. CPAD, Rio de Janeiro RJ.
9.      ELINALDO RENOVATO DE LIMA, lições bíblicas, 3º trimestre 2004, Ed. CPAD, Rio de Janeiro RJ.
10.  ELINALDO RENOVATO DE LIMA, lições bíblicas, 4º trimestre 1991, Ed. CPAD, Rio de Janeiro RJ.
11.  ELIEZER LIRA, lições bíblicas, 1º trimestre de 2006, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
12.  EZEQUIAS SOARES SILVA, lições bíblicas, 2º trimestre de 1997, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
13.   EZEQUIAS SOARES, lições bíblicas, 2ª trimestre de 2006, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
14.  JOSÉ ELIAS CROCE, Lições bíblicas, 1º trimestre 2000, Ed. Betel.
15.  JOHN LANDERS, Religiões mundiais, Juerp, Rio de Janeiro, 3ª Edição, 1994.
16.  RAIMUNDO OLIVEIRA, Heresiologia – 2ª Edição – EETAD, São Paulo SP.
17.  RAIMUNDO OLIVEIRA, Lições Bíblicas, 1º Trimestre de 1986, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
18.  RELIGIÕES MUNDIAIS, Seminário Teológico AMID, Cascavel, PR - e-mail: se.amid@hotmail.com
19.  SEITAS E HERESIAS, Escola de educação teológica Elohim, São Paulo, SP.
20.  SÉRIE APOLOGÉTICA, ICP, Volomes I ao VI, Instituto Cristã de Pesquisa, Site, www.icp.com.br
21.  SEITAS E HERESIAS, SEAMID, Cascavel – PR, se.amid@hotmail.com

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

SEICHO-NO-IE

  
O movimento Seicho-No-Ie é uma mistura de Xintoísmo, Budismo e Cristianismo. Afirma ser a harmonia de todas “as coisas do universo e a reunião de todas as religiões”.

Ensinam que Cristo na Judéia, Buda na Índia e o Xintoísmo no Japão (que venera miríades de deuses) são manifestações do Deus absoluto AMENOMINAKANUSHI, e que todas as religiões têm como base fundamental uma verdade única, a de que todos os homens são filhos de Deus.

Concluem que a missão da Seicho-No-Ie é transmitir essa verdade única iluminando e vivificando todas as religiões e completando os ensinamentos de Cristo e de Buda que não haviam sido ainda suficientemente esclarecidos.

O emblema da Seicho-No-Ie é constituído de três partes: Uma parte externa com raios, é o sol, símbolo do Xintoísmo; parte branca, parecida com a cruz suástica, é a lua, símbolo do Budismo; a parte interna em forma de cruz, com as pontas picadas, também, símbolo do cristianismo, sendo que os três astros representados, Sol, Lua e Estrela, são símbolos do universo.

Seu próprio símbolo traduz a sua pretensa finalidade: Harmonizar todas as coisas do universo e reunir todas as religiões.

I.     HISTÓRICO

Após ter escrito o livro Crítica a Deus, tendo Judas como herói, MASAHARU TANIGUCHI, nascido em Kobe, no Japão, afirmou ter recebido a “revelação” e começou a escrever a revista Seicho-No-Ie (Lar do Progredir Infinito), que com o seu primeiro número publicado em 1930, deu início ao movimento Seicho-No-Ie, afirmando ser “O Movimento de Iluminação da Humanidade”.

Em 1932, Taniguchi publicou o livro A Verdade da Vida, obra que contém a filosofia do movimento, hoje com mais de 12 milhões de exemplares vendidos. Taniguchi publicou mais de 300 livros, todos tendo as curas milagrosas como principal ensinamento.

Em 1963, começou o movimento em diversos países, inclusive no Brasil, depois de uma visita de Taniguchi, adotando o nome de Igreja Seicho-No-Ie do Brasil. Embora em São Paulo o movimento seja bem mais forte, essa falsa igreja está espalhada por quase todos os estados da Federação, tendo feito adeptos principalmente entre aquelas pessoas que vivem atrás de curas.

Esta seita, como as suas “irmãs” tem a crendice na base da compensação no campo material: saúde, dinheiro e bem-estar. quando invocam o lado espiritual da vida, o fazem com a finalidade de trazer benefícios materiais, onde o corpo é o mais importante. Têm uma revista mensal chamada Acendedor, que se apresenta como sendo a revista que traz felicidade.

II.   DOUTRINAS

Deus. Amenominakanushi é o deus absoluto. As demais religiões o conhecem por diversos nomes, mas na realidade todas as crenças e todos os deuses levam a ele (Is 44.8; 45.22; Jo 4.24; 1ª Co 14.33).

Salvação. Ser verdadeiramente salvo é compreender porque a doença de cura; porque é possível ter uma vida financeira confortável e porque se pode estabelecer a harmonia no lar. Vê-se claramente o conceito materialista que têm da vida e particularmente da salvação (Jo 4.42; Ef 5.23; Mc 5.34; Ef 2.5,8; 1ª Tm 2.4).

Karma. Creem semelhante aos espíritas. Aliás, a Seicho-No-Ie é um armazém onde se encontra de tudo, ao gosto do freguês. Têm doutrinas espíritas, evangélicas (muito poucas), católicas, budistas, xintoístas, etc.

Dentre os “testemunhos” que publicam em sua revista, encontramos um de uma jovem que sofria de perturbações e ficou curada depois de ler uma prece da Seicho-No-Ie para o espírito de sua avó.

Céu. O Reino dos Céus, segundo ensinam, se faz aqui na terra mesmo. O homem pode viver um “reino do céu” desde que compreenda que não existem doenças, males, dores, etc (Jo 1.51;3.3; Hb 1.10; Ap 21.1).

Pecado. Como as doenças, os males e a morte, não existe. Essas coisas são ilusões da mente; não são existências reais porque Deus não os criou (Jo 1.29; Rm 5.13; 1ª Co 15.17; Jo 9.3-10).

Perfeição. Dizem que o homem é perfeito. “A mente em ilusão cria, pela imaginação, um estado completamente diferente do estado perfeito e harmonioso do JISSO” (Sl 119-96; Hb 6.1; Jo 9.31).

Jisso. É a realidade perfeita criada por Deus, a verdadeira existência, a natureza verdadeira do ser, ou o aspecto verdadeiro e perfeito do homem. O Jisso não se revela aos nossos sentidos. Dessa forma ensinam que o homem é perfeito, basta que compreenda seu estado.

Shinsokan.É uma oração, uma prece meditativa, uma prática espiritual, através da qual nós nos identificamos e nos tornamos um com Deus (com a perfeição, com o Jisso), fitamos a perfeição (Jisso) do verdadeiro EU, aprofundamos a convicção: “sou filho de Deus” e também purificamos o nosso ser, eliminando todos os pensamentos e sentimentos irregulares, tais como ódio, tristeza, ciúme, mágoa, cobiça, complexos, etc, que estão acumulados no nosso subconsciente. Conseqüentemente aparecem a saúde e a felicidade.

Caracteriza-se aí, perfeitamente, o pensamento estóico, onde se crê que o homem pode tornar-se insensível aos males físicos pela obediência irrestrita às leis do universo. Veja a incoerência: “purificamos o nosso ser eliminando todos os pensamentos e sentimentos irregulares...” Agora veja o que a Bíblia diz em 1ª João 1.7b, 9.

Reencarnação. A morte não significa o fim do homem verdadeiro. Significa que a alma do homem, sabendo que o corpo material que neste mundo lhe servia como veículo e instrumento já chegou ao seu limite de uso e não pode mais ser consertado, abandona-o e parte, a fim de mudar para um outro instrumento”. Veja o que diz a Palavra de Deus em Hebreus 9.27.



Orações. Têm orações para tudo. São preces, escritas na maioria pelo mestre Taniguchi. Há preces para encontrar o futuro cônjuge, para curar doenças, para resolver problemas, etc. Dessa maneira, o valor está na prece em si, e não na pessoa para quem ela é dirigida. Normalmente dirigem suas orações a Deus, que não é o do Bíblia, pois o espírito com que elas são feitas não se coaduna com o pensamento bíblico (Lc 11.1; Jo 14.13; 15.16; Rm 8.26).

A lei da causa e efeito. Dizem que as dores, os males e os sofrimentos, ou são projeções da mente ou têm uma causa primária. No primeiro caso basta livrar-se dos maus pensamentos ou da ilusão, e as dores, males ou sofrimentos desaparecem. No segundo caso, um obreiro da Seicho-No-Ie, iluminado, poderá ajudar a descobrir a causa e assim essas coisas serão eliminadas. Um exemplo que contam em uma das suas revistas é o de uma mulher que sofria desde criança de dores no ouvido. Médicos, igrejas e remédios não a conseguiram curar; indo a uma reunião da Seicho-No-Ie, lhe foi dito que ela, em algum tempo teria ouvido o conselho de alguém mais experiente e não o aceitou. A mulher lembrou-se de que uma tia falecida lhe tinha dado um conselho para que não namorasse um rapaz e ela não aceitou. Daí, a solução foi simples: Foi aconselhada a ler alguns textos sagrados da Seicho-No-Ie para o espírito dessa tia, o que a mulher fez durante alguns dias, ficando então curada.

A mente é a força criadora. “Há um poder infinito na mente que tanto pode criar (imaginar) as coisas negativas, quanto às positivas”. Acreditam na existência de dois egos ou “eus”, um positivo e um negativo, sendo que o eu positivo deve lutar para superar o negativo. O positivo, no caso, é o verdadeiro aspecto do Jisso, enquanto que o negativo é criado pela ilusão da mente.

O mestre. Taniguchi é sempre citado como O MESTRE. Suas palavras são infalíveis e “iluminadas”. Tudo o que escreve torna-se doutrina da seita. Taniguchi diz ser a “trombeta”, caseado em Mateus 24.27-31 e que os que se reúnem ouvindo o clangor dessa trombeta, são os anjos dos céus que têm a missão de reunir os escolhidos que estão espalhados pelos quatro cantos do mundo.

Missão sagrada. É o ato de assinar do próprio punho o seu nome em um livro que chamam Registro Espiritual, comprometendo-se a contribuir financeiramente para com o Movimento de Iluminação da Humanidade. Este livro, é enviado ao Japão e é depositado na Arca Sagrada para receber diariamente as vibrações da luz das orações Shinsokan e Kanro. No Hoou na Igreja Matriz do Japão.

É prometido àqueles que se tornam membros da “missão” as benéficas orações da Igreja matriz, graças, saúde, harmonia no lar e prosperidade.

Acendedor. É a revista da Seicho-No-Ie. Dizem ser a revista que traz a felicidade ou ainda, a Luz do Amor, Sabedoria e Prosperidade. Nela, Taniguchi e seus “apóstolos” transmitem uma mensagem para cada dia do mês, onde disseminam a sua falsa doutrina.

Como as Testemunhas de Jeová, fazem campanhas especiais para que tal literatura alcance o maior número possível de pessoas, levando-as aos lares, vendendo-as em bancas de jornais, livrarias, etc. Dendoin, ou “divulgadora” é a pessoa que se torna vendedora dessa revista.


A Paz Mundial, a pregação de milagres, a felicidade e o paraíso terrestre são preocupações máximas de seus adeptos. Como já afirmamos, têm de tudo por lá, é um verdadeiro supermercado preparado para atender a todos. Queimam incenso, cultuam aos antepassados, citam passagens bíblicas e creem no Nirvana, como os budistas. Um verdadeiro festival de heresias e doutrinas diabólicas.

Pr. Elias Ribas

FONTE DE PESQUISA 

1.      AIRTON EVANGELISTA DA COSTA. O Espiritismo e o Espírito Santo. Disponível: http://www.palavradaverdade.com/print2.php?codigo=2295 – Acesso DIA 10/01/2011.
2.      BÍBLIA EXPLICADA, S.E.McNair, 4ª Edição, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
3.      BÍBLIA PENTECOSTAL, Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida, Edição 1995, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
4.      BÍBLIA SHEDD, Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil – 2ª Edição, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri, SP.
5.      BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida, 1995, Sociedade Bíblica do Brasil, Barueri, SP.
6.      CLAUDIONOR CORRÊA DE ANDRADE, Dicionário Teológico, p. 286, 8ª Edição, Ed. CPAD, Rio de janeiro, RJ.
8.      DELVACYR BASTOS, seitas e heresias, Escola Teológica Filadélfia, Cascavel PR, Email - prdelvacyr@hotmail.com.
9.      ELIENAL CABRAL, lições bíblicas, 1º trimestre 2007, Ed. CPAD, Rio de Janeiro RJ.
10.  ELINALDO RENOVATO DE LIMA, lições bíblicas, 3º trimestre 2004, Ed. CPAD, Rio de Janeiro RJ.
11.  ELINALDO RENOVATO DE LIMA, lições bíblicas, 4º trimestre 1991, Ed. CPAD, Rio de Janeiro RJ.
12.  ELIEZER LIRA, lições bíblicas, 1º trimestre de 2006, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
13.  EZEQUIAS SOARES SILVA, lições bíblicas, 2º trimestre de 1997, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
14.   EZEQUIAS SOARES, lições bíblicas, 2ª trimestre de 2006, CPAD, Rio de Janeiro RJ.
15.  FRANCISCO DA SILVEIRA BUENO, Dicionário Escolar da Língua Portuguesa, 11 ª Edição, FAE, Rio de Janeiro RJ.
16.  JOSÉ ELIAS CROCE, Lições bíblicas, 1º trimestre 2000, Ed. Betel.
17.  JOHN LANDERS, Religiões mundiais, Juerp, Rio de Janeiro, 3ª Edição, 1994.
18.  PAULO MIGLIACCI ME, Cientista propõe fim do “culto a Darwin”, Seite -E:\EVOLUÇÃO.mht – acesso dia 22/02/2009.
19.  RAIMUNDO OLIVEIRA, Heresiologia – 2ª Edição – EETAD, São Paulo SP.
20.  RAIMUNDO OLIVEIRA, Lições Bíblicas, 1º Trimestre de 1986, Ed. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.
21.  RAIMUNDO DE OLIVEIRA. Seitas e Heresias: Um Sinal do Fim dos Tempos. Rio de Janeiro: CPAD, 2002. Disponível: http://desmascarandoseitas.blogspot.com/2008_12_01_archive.html - acesso dia 10/01/2011. 
22.  RELIGIÕES MUNDIAIS, Seminário Teológico AMID, Cascavel, PR - e-mail: se.amid@hotmail.com
23.  SEITAS E HERESIAS, Escola de educação teológica Elohim, São Paulo, SP.
24.  SÉRIE APOLOGÉTICA, ICP, Volomes I ao VI, Instituto Cristã de Pesquisa, Site, www.icp.com.br
25.  SEITAS E HERESIAS, SEAMID, Cascavel – PR, se.amid@hotmail.com