TEOLOGIA EM FOCO

quinta-feira, 13 de junho de 2013

DOMINGO DIA DO SENHOR


Diz a Enciclopédia Encarta: Domingo, no Novo Testamento, é chamado “Dia do Senhor”. Em latim, dominica die, de onde deriva o seu nome nas línguas neolatinas, por exemplo: espanhol, domingo; italiano, domenica; e francês, dimanche; faladas por cerca de 400 milhões de pessoas”. “Dia do Senhor”, é uma expressão traduzida do original grego kuriake emera, de Apocalipse 1.9-10: “Eu João [...] fui arrebatado em espírito no Dia do Senhor [...]”. A palavra hebraica para o domingo é Yom Rishon, que significa “Dia Primeiro”.

A Enciclopédia Histórica Teológica da Igreja Cristã afirma: A frase “o dia do Senhor” (kuriake emera), ocorre uma só vez e isto se dá no último livro (Ap. 1.10) [...] Expressava a convicção de que o domingo era o dia da ressurreição, quando Cristo Jesus conquistou a morte, e se tornou o Senhor de todos (Ef 1.20-22). Não há nenhuma outra ocorrência da expressão de João em toda a Bíblia, nem sequer mesmo na Septuaginta. A expressão “O Dia do Senhor” (yom YHWH) em Joel 2.1, sempre foi vertida para o grego como emera kuriou. Vemos aqui duas razões tremendas: a primeira é a ressurreição de Cristo, que ocorreu, como sabemos, num domingo (Mt 28.1; Mc 16.2; Lc 24.1; Jo 20.1); em segundo lugar vemos distinção do dia senhorial do dia da parousia (arrebatamento – 1ª T. 2.19; 3.13; 4.15; 5.23), que também é chamado Dia do Senhor (At 2.20; 1ª Co 5.5; 2ª Pe 3.10; 1ª Ts 5.2). A palavra kuriakos é uma forma adjetivada da palavra kurios e significa exatamente “que diz respeito ao Senhor”, “pertencente ao Senhor” ou “senhorial”. A tradução mais literal de Apocalipse 1.10 seria: “eu fui arrebato em espírito no dia senhorial”. Como o adjetivo senhorial raramente é usado, partiu-se para o uso do seu sinônimo: dominical. Por quê? A palavra ‘senhor’ em latim é dominus. Daí vem o adjetivo dominical, correspondente ao substantivo “senhor” (por ex. Dom Pedro II = senhor Pedro II). Quando dizemos algo referente ao povo, não dizemos povoal, mas popular, que vem do latim populus. Por isso dominical significa referente ao Senhor. Domingo não é importado do paganismo, como saturdey; nem do judaísmo, como é o sábado. É o nome criado pelo apóstolo João para comemorar o dia da ressurreição de Cristo, consumando a libertação de toda a humanidade.

A palavra domingo é tradução literal da expressão criada por João e vertida para o latim como dominica die, por sua vez corretamente traduzida da Vulgata para as línguas neolatinas como domingo (português e espanhol), domenica (italiano) e dimanche (francês).

Para o cristão, o sábado judaico já não é obrigatório. As exigências cerimoniais foram canceladas na morte de Cristo (Cl 2.14; Rm 14.5-6; Gl 4.9-11). Alem disso, o sábado como dia fixo semanal de descanso foi parte do pacto entre Deus e Israel somente (Êx 31.13-17; Ez 20.12, 20).

Os cristãos observam o domingo como dia de repouso pessoal e adoração ao Senhor. É o dia que Jesus ressurgiu entre os mortos, sendo chamado no N.T. de “o Dia do Senhor”. Uma vez que o cristão não mais obrigado a observar o sábado judaico, ele tem fortes razões bíblicas para dedicar um dia, em sete, para seu repouso e adoração a Deus.

O princípio de um dia sagrado de repouso foi instituído antes da lei judaica:

“E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou” (Gn 2.3).

Isto indica que o propósito divino é que um dia, em sete, fosse uma fonte de benção para toda a humanidade e não apenas para a raça judaica.

[...] Os gloriosos acontecimentos do primeiro dia da semana fizeram com que o dia de descanso tomasse o lugar do sétimo. Enquanto no sábado do Antigo Testamento é comemorada a completa execução da extraordinária obra da criação, infelizmente corrompida pelo pecado, no “sábado cristão”, chamado no Novo Testamento de “Dia do Senhor”, é comemorada a consumação da obra de redenção, ainda maior que a da criação. Na lei o sábado era santo, na graça todos os dias são santos, sendo o primeiro dia separado para o Senhor.

Com a ressurreição de Jesus, proclamou-se a vitória dos filhos do primeiro Adão. Contudo, os evangélicos não estão obrigados a guardar o domingo da mesma maneira como os judeus guardavam o sábado, pois nenhuma recomendação nesse sentido existe no Novo Testamento.

Mas observância daquilo que já foi consumado por Cristo no Calvário é uma ofensa à graça divina. É contestar a gloriosa obra de redenção, concluída por Jesus, considerando ineficaz o sacrifício supremo do Filho de Deus [Abraão de Almeida. Revista Obreiro P. 30].

O propósito espiritual de um dia de descanso em sete é benéfico ao cristão. No A.T. esse dia era visto como uma cessação do labor e ao mesmo tempo um dia dedicado a Deus; um período para se conhecer melhor a Deus e adorá-lo; uma oportunidade para dedicar-se em casa e em público às coisas de Deus (Nm 28.9; Lv 24.8).

Assim como o sábado era sinal do conserto de Israel como povo de Deus (Êx 31.16-17), o dia de adoração do cristão (o domingo) é sinal de que este pertence a Cristo.

Jesus nunca ab-rogou o princípio de um dia de descanso para o homem. O que Ele reprovou foi o abuso dos líderes judaicos quanto à guarda do sábado (Mt 12.1-8; Lc 13.10-17; 14.1-6).

Nove dos dez mandamentos constam no Novo Testamento, exceto o sábado.

1. “Não terás outros deuses diante de mim” (Êx 20.3).
1. “…. vos convertais ao Deus vivo, que fez o céu, a terra, o mar e tudo o que há neles” (At 14.15).
2. “Não farás para ti imagem de escultura…” (Êx 20.4).
2. “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1ª Jô 5.21).
3. “Não tomarás o nome do SENHOR, teu Deus, em vão…” (Êx 20.7).
3. “…não jureis nem pelo céu, nem pela terra…” (Tg 5.12).
4. “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar” (Êx 20.8).
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5. “Honra teu pai e tua mãe….” (Êx 20.12).
5. “Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é justo” (Ef 6.1).
6. “Não matarás” (Êx 20.13).
6. “Não adulterarás…” (Rm 13.9).
7. “Não adulterarás” (Êx 20.14).
7. “…não matarás…” (Rm 13.9).
8. “Não furtarás” (Êx 20.15).
8. “…não furtarás…” (Rm 13.9).
9. “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo” (Êx 20.16).
9. “Não mintais uns aos outros…” (Cl 3.9).
10. “Não cobiçarás a casa do teu próximo” (Êx 20.17).
10. “…não cobiçarás…” (Rm 13.9).

 CONSTANTINO E O DOMINGO

Dizem os sabatistas, que o imperador romano, Constantino, trocou o sábado pelo domingo. Isso não é verdade. A palavra domingo, como já vimos caracteriza o “Dia do Senhor”.
Dentre as razões da substituição do sábado pelo domingo como dia semanal de repouso para a Igreja, destaca-se a seguinte:

1        Cristo ressuscitou no primeiro dia da semana (Mc 16.9).
2        O primeiro dia da semana foi o dia especial das manifestações de Cristo ressuscitado. Manifestou-se cinco vezes no primeiro domingo e outra vez no domingo seguinte (Lc 24.13, 33, 36; Jo 20.1; Jo 20.13, 19, 26).
3        O Espírito Santo foi derramado no dia de Pentecostes, um dia de domingo
(Lc 23.15, 16, 21; At 2.1-4).
4        Nos tempos do N.T., os cristãos dedicavam um dia especial, o primeiro dia da semana, para adorar a Deus e comemorar a ressurreição de Cristo (At 20.7; 1ª Co 16.2; Ap 1.10).
5        Os cristãos dos tempos apostólicos costumavam se reunir aos domingos para celebrar a Santa Ceia do Senhor, pregar, e separar suas ofertas para o Senhor.

Os cristãos da Igreja Primitiva decidiram naturalmente dedicar o domingo para adorar ao Senhor Jeová, por ter sido o dia da ressurreição de Jesus, fato sem a qual a nossa fé seria vã: (1ª Co 15.14).

“Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for” (1º Co 16.1-2).

O primeiro dia da semana foi o dia adotado pelos apóstolos como o “dia do Senhor”, que era o domingo.

No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo, que devia seguir viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso até à meia-noite” (At 20.7).

O domingo veio substituir o sábado como dia de culto em celebração da ressurreição.

Achei-me em espírito, no dia do Senhor, e ouvi, por detrás de mim, grande voz, como de trombeta” (Ap 1.10). Na época de ser escrito este Livro (95 d.C.), o domingo já tinha sido consagrado pela a igreja como dia especial de cultuar o Senhor Jesus Cristo.

“Tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos” (Cl 2.12).

O batismo simboliza a morte do velho homem (2ª Co 5.17; Gl 6.15), ou seja, quando fomos batizados, fomos também sepultados com Cristo, e no batismo também fomos ressuscitados com Ele por meio da fé. Se Jesus ressuscitou no primeiro dia da semana e este dia foi considerado como o “Dia do Senhor” pela igreja primitiva, e, também nós cristãos que recebemos este batismo, fomos ressuscitados com Ele na Sua morte. Então consideramos também este dia como o “Dia do Senhor”.

Assim esta prática foi tornada comum, sem decreto humano e sem imposição. Foi algo espontâneo. Constantino apenas confirmou uma prática antiga dos cristãos.

Nesse período da graça, não precisamos guardar o sábado de descanso, como os israelitas. A Igreja não está debaixo da lei mosaica (Rm 6.14; Lc 16.16; Gl 4.1ss). A Palavra de Deus afirma: “ninguém vos julgue [...] por causa dos [...] sábados, que são sombras das coisas futuras” (Cl 2.16,17). Isso não significa, evidentemente, que devemos desobedecer aos outros mandamentos.

Para os israelitas, não guardar o sábado significava quebrar a aliança mosaica (Is 56.4-6; Êx 31.15). Para nós, não cultuar a Deus no domingo — considerado “o Dia do Senhor” — ou em outro dia aprazível não denota quebra de pacto com o Senhor. No máximo, revela negligência, no caso do crente que deixa de ir ao culto por qualquer motivo (Ef 5.14-16).

Concluímos, então que, se o cristão quiser um dia entrar no eterno descanso com Deus, deve ser um cumpridor das doutrinas fundamentais da Palavra de Deus e não de uma lei cerimonial abolida por Cristo que não nos dá o direito de sermos salvos, mas somos salvos pela fé em Cristo Jesus. Amém!

Pr. Elias Ribas
Igreja Evangélica Assembléia de Deus

OS SABATISTAS NÃO CUMPREM A GUARDA DO SÁBADO


O conceito perpétuo, defendido pelos que guardam o sábado, inclui além do sábado: A festa da páscoa (Êx 32.14); As purificações (Êx 30.21); Os festivais sagrados (Lv 23.21); As festas dos tabernáculos (Lv 23.41); A circuncisão (Gn 17.12, 13). As festas da lua nova (Is 66.22 - 23).

Os sabatistas clássicos dos dias atuais julgam-nos pelo comer, pelo beber, por causa dos sábados (Cl 2.16), e não nos reconhecem como cristãos autênticos.

O Talmud foi além do que prescreveu Moisés em Levítico 11. Biblicamente, os judeus não são proibidos de comerem carne com leite, pois a ordem de Levítico é para não cozer o cabrito no leite de sua mãe (Êx 23.19; 34.26; Dt 14.21). Os sabatistas, no entanto, foram além do Talmud, incentivando o vegetarismo contrariando os ensinamentos de Deus ao povo de Israel: “Disse o SENHOR a Moisés e a Arão na terra do Egito.... 8 naquela noite, comerão a carne assada no fogo; com pães asmos e ervas amargas a comerão” (Êx 12.1, 8).

A páscoa no hb. Pesah, significa “passagem”. Festa com que os israelitas comemoraram a saída do Egito, e a passagem à libertação e à comunhão plena com Deus.

A ordem divina dada a Moisés, no entanto era para que cada família tomasse um cordeiro e comessem assado no fogo no dia determinado por Deus. Mas se comer carne hoje é pecado para alguns, então Deus não teria instruído o Seu povo a comer no dia da saída.

Ainda hoje os judeus ortodoxos não acendem lâmpada no dia de sábado, não põe em funcionamento um elevador aos sábados, pois consideram tais atos como a quebra do sétimo dia (Êx 35.3). Os elevadores dos edifícios em Israel são programados para tornar possível à chegada da pessoa ao andar desejado sem necessidade de apertar o botão. Todavia, os sabatistas não observam esses detalhes, demonstrando que nem mesmo eles cumprem a guarda do sábado.

1. Os israelitas quebraram a antiga aliança e a nova aliança já é citada no velho testamento:

“Eis que os dias vêm, diz o Criador, em que farei um pacto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá, 32 não conforme o pacto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, esse meu pacto que eles invalidaram, apesar de eu os haver desposado, diz o Criador. 33 Mas este é o pacto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o Criador: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Criador e eles serão o meu povo. 34 E não ensinarão mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Criador; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior, diz o Criador; pois lhes perdoarei a sua iniqüidade, e não me lembrarei mais dos seus pecados” (Jr 31 31-34)

2. Por que pô-las no seu interior e escrevê-las no seu coração? Paulo responde:
“O qual também nos capacitou para sermos ministros dum novo pacto, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica. Ora, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fixar os olhos no rosto de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual se estava desvanecendo, como não será de maior glória o ministério do espírito? (2ª Coríntios 3.6-8).

3. A Nova Aliança citada no Novo Testamento:
“Porque repreendendo-os, diz: Eis que virão dias, diz o Criador, em que estabelecerei com a casa de Israel e com a casa de Judá um novo pacto. Não segundo o pacto que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; pois não permaneceram naquele meu pacto, e eu para eles não atentei, diz o Criador. Ora, este é o pacto que farei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Criador; porei as minhas leis no seu entendimento, e em seu coração as escreverei; eu serei o seu Criador, e eles serão o meu povo; e não ensinará cada um ao seu concidadão, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao Criador; porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior. Porque serei misericordioso para com suas iniqüidades, e de seus pecados não me lembrarei mais. Dizendo: Quando Ele diz novo pacto, ele tornou antiquado o primeiro. E o que se torna antiquado e envelhece, perto está de desaparecer” (Hebreus 8.8-13).


“Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, abençoando-o, o partiu e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo. E tomando um cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos; pois isto é o meu sangue, o sangue do pacto, o qual é derramado por muitos para remissão dos pecados. Mas digo-vos que desde agora não mais beberei deste fruto da videira até aquele dia em que convosco o beba novo, no reino de meu Pai. E tendo cantado um hino, saíram para o Monte das Oliveiras” (Mt 26.26-30).

Pr. Elias Ribas

O SÁBADO NO NOVO TESTAMENTO



I. INTRODUÇÃO

A questão não é o sábado em si, mas o fato de que não estamos debaixo do Antigo Testamento (Hb 8.6-13). O que nos chama a atenção é que, ultimamente, estão surgindo novos cristãos que, entre outras coisas, ensinam a guarda da lei e do sábado como meio de salvação. Isso é retrocesso espiritual: é voltar às práticas antigas.

Nós cristãos evangélicos, preferimos ficar com Paulo e os demais apóstolos de Cristos, que julgavam a lei apenas uma sombra das coisas futuras (Hb 10.1), pois terminou a sua vigência com o advento d’Aquele a quem fora feita a promessa – Cristo, conforme (Gl 3.16-19).

Mas, não dúvida de que pela vinda do Senhor Jesus Cristo o que era aqui cerimonial foi abolido. Pois ele é a verdade, por cuja presença se desvanecem todas as figuras; o corpo, a cuja visão são deixadas para trás as sombras. Ele é, o verdadeiro cumprimento do sábado. Com ele, sepultados através do batismo, fomos enxertados na participação de sua morte, para que, participantes de Sua ressurreição, andemos em novidade de vida (Rm 6.4). Por isso, escreve o Apóstolo que o sábado tem sido uma sombra da realidade futura, e que o corpo, isto é, a sólida substância da verdade, que bem explicou naquela passagem, está em Cristo (Cl 2.17). Esta não consiste em apenas um dia, mas em todo o curso de nossa vida, até que, inteiramente mortos para nós mesmos, nos enchamos da vida de Deus. Portanto, que esteja longe dos cristãos a observância supersticiosa de dias.

A palavra profética já previa a chegada do Novo Concerto (Jr 31.31-33). E o fim do sábado. O Senhor Deus já havia falado através dos profetas a cessação do sistema sabático em si:

“Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para Mim abominação, e também as festas de lua nova, os sábados, e a convocação das congregações...” (Is 1.13).

Deus, aqui, está aborrecido não só com as festas móveis de Israel, mas também com os seus sábados (do sétimo dia). Dizer que este texto só se aplica as festas móveis é um absurdo hermenêutico, pois o texto fala de “convocação das congregações” e isto ocorria também, e principalmente, no sábado do sétimo dia (Lv 23.3).

Em Oséias 2.11 vemos o desgosto de Deus com o sábado judaico onde Ele afirma:

“Farei cessar todo o seu gozo, as suas Festas de Lua Nova, os seus sábados e todas as suas solenidades” (Os 2.11).

Nesta passagem o Senhor afirma que faria cessar os sábados e que isto inclui o sétimo dia e “todas as suas solenidades”, obviamente o sétimo dia era uma solenidade de Israel e evidentemente seria cessada por mando de Deus.

Os profetas pensaram semelhantemente, pois previam com grande antecedência, não apenas a cessação do sistema sabático em si, mas também e de um modo muito explicito, a cessação do próprio sábado semanal, o 4º mandamento do Decálogo (Lm 2.6), motivo por que nem o sistema nem o dia são transplantados para o Novo Testamento, por se tratar da lei cerimonial.

II. JESUS E A LEI.

Nenhum homem nascido de maneira natural, jamais pode guardar a lei e ser perfeito, sem pecado. Foi necessário que o Criador enviasse Seu filho (nascimento virginal, concepção pelo se Espírito, a semente da mulher) para realizar tal façanha. Somente Jesus o fez. Não abolimos a lei quando afiramos que não podemos ser salvos por meio dela. Apenas confirmamos que a salvação não pode ocorrer senão na perfeição de Jesus. Somente Ele foi totalmente obediente. Por não compreenderem esta verdade da Escritura, acusam todos os demais de serem antinomianos. A justiça de Jesus cobre todos os pecados, a Lei serve apenas para nos mostrar quão pecadores somos.

O Senhor Jesus Cristo, doutrinando sobre o cumprimento da lei, fez alusão ao comportamento dos escribas e fariseus, que procuravam ser legalistas, observando o aspecto formal da lei, mas não praticavam de verdade, no dia a dia, o que era mais importante para a vida espiritual. Por isso, o Senhor disse aos seus discípulos que a justiça deles deveria exceder à dos escribas e fariseus (Mt 5.20). Em seguida, o mestre demonstrou, no Sermão da Montanha, como ele entendia e ordenava aos seus seguidores:

* 6º mandamento: não matarás. Jesus disse: “Qualquer que se encolerizar, sem motivo, contra seu irmão, será réu de juízo. Qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do inferno” (Mt 5.22).

* 7º Mandamento: não adulterarás. Jesus disse: “Qualquer que atentar numa mulher para cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela (Mt 5.28).

Com esses exemplos, o Senhor Jesus mostrou que ele não é um legalista formal. Ele exige dos seus servos não apenas o cumprimento exterior, mas o cumprimento interior da lei.

O contraste entre o Antigo Testamento e Jesus é explicado por Romanos 8.2 que diz: “Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte”.

É possível alguém cumprir a lei sem guardar o sábado? A resposta a esta pergunta é dada quando estudamos a vida e o ministério terreno de Cristo.

O Novo Testamento ratifica o que está escrito no Antigo, que ninguém jamais foi capaz de cumprir a lei. A encarnação de Cristo é uma das mais evidentes provas da incapacidade do homem em cumprir a lei divina na sua plenitude, por isso ele mesmo disse:

“Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra” (Mt 5.17-18).

Cumprir no gr “plerosai”, quer dizer “completar. Jesus não veio revogar ou destruir nenhuma palavra que Deus ensinou aos fiéis do passado no A.T. Veio cumprir plenamente o propósito de Deus revelado no AT, dando à lei e aos profetas aquilo que faltava. O Espírito Santo para interpretá-lo e poder para pô-lo em prática, pela obra salvadora.

Não poucas passagens do Antigo Testamento mostram a irritação divina diante do legalismo frio e morto dos judeus, apresentado através dos sacrifícios e sucessivas cerimônias feitas com o propósito de satisfazer a letra da lei. Quanto mais tempo passava, mais imperfeito ficava o homem que buscava perfeição através da prática da lei. Porém, Jesus Cristo veio como enviado de Deus, para cumprir o que a lei e os profetas vaticinaram acerca d’Ele, o que fez coroando-a com o ato da sua morte na cruz.

Segundo a Bíblia diz Jesus Cristo:
1        Teve o seu nascimento prometido segundo a lei (Dt 18.15).
2        Nasceu sob a lei (Gl 4.4).
3        Foi circuncidado segundo a lei (Lc 2.21).
4        Foi apresentado no templo, segundo a lei (Lc 2.22).
5        Ofereceu sacrifício no templo, segundo a lei (Lc 2.24).
6        Foi odiado segundo a lei (Jo 15.25).
7        Foi morto segundo a lei (Jo 19.7).
8        Viveu, morreu e ressuscitou segundo a lei (Lc 24.44, 46).

III. JESUS É O NOSSO SÁBADO

O sábado em Jesus e na Nova Aliança não é relacionado ao legalismo. É relacionado com entrar no repouso e viver desfrutando da presença de Cristo, o Senhor do sábado. No contexto do sábado, Jesus que é o Senhor e Criador do sábado disse:

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma” (Mt 11.28-29).

Os judeus estavam sobrecarregados pelo fardo dos fariseus, as exigências da lei e as tradições judaicas para serem salvos. O generoso convite de Jesus destina: “a todos os que estais cansado, aflitos e oprimido”.

Jesus é o Senhor do sábado, Ele, portanto, oferece o verdadeiro descanso e o verdadeiro repouso. Quem vem a Jesus e torna-se Seu servo e faz a sua vontade, Ele o alivia de suas insuportáveis aflições e lhe dará descanso, paz, e seu Espírito Santo como guia. Deste modo podemos suportar as provações e inquietações da vida, com o auxílio e a graça de Deus.

Jesus chamou a todos para virem diante d’Ele encontrar e terem verdadeira libertação e descanso Nele, o Senhor do Sábado.
Em Deus repousamos: “Nós, porém, que cremos, entramos no descanso...” (Hb 4.3). Este repouso existe porque Deus repousa em nós através de Seu Filho Jesus Cristo. Viver no descanso do Senhor, é encontrar aceitação, paz, conforto e plenitude nos braços de amor do nosso amado Jesus, o Senhor e Criador do sábado. Este descanso é viver continuamente na presença do Senhor.

A plenitude do descanso em Cristo, é através do seu sangue, é o cessar do nosso esforço para realizar obras, ritos e dias que paguem o preço por nossos pecados. É depender do sangue de Jesus para cobrir a divida que o nosso pecado tem feito, e nos justificar diante de Deus. A Divida foi paga, fomos lavados, limpos, purificados e novamente aceitos diante de Deus (Efésios 2.8-9).

A obra para assegurar a nossa permanência diante de Deus foi terminada através da obediência de Cristo, e Sua obra na Cruz. Por causa disso, nós temos o verdadeiro descanso. Devemos descansar somente em sua obra, através da fé, confiar apenas nela como meio de justificação, redenção, salvação e aceitação.

[...] A mudança do descanso sabático do sétimo para o primeiro dia é o cumprimento do princípio moral do Sábado. O Sábado do sétimo dia comemorava a obra da criação divina (Êx 20.11) e a redenção (Dt 5.15). O Sábado do primeiro dia pode ser reputado como comemoração da nova obra da criação divina (2ª Co 5.17; Ef 2.10) e a redenção espiritual (Tt 2.14).

A ressurreição de Jesus assinalou o clímax de Sua obra redentora (Rm 4.25; 1ª Pe 1.3) e parece certo que os cristãos primitivos começaram reunindo-se no primeiro dia da semana em comemoração a esse grande acontecimento. Cristo chamou-se Senhor do Sábado (Mc 2.28) e o primeiro dia da semana ficou depois conhecido como Dia do Senhor (Ap 1.10). Desde então o Sábado do primeiro dia tem sido aceito pela vasta maioria dos cristão [Comentário da Bíblia Shedd. Pg. 260].

IV. JESUS E O SÁBADO

[...] Não encontramos nos ensinos de Jesus, nem direta nem indiretamente, um só mandamento para que a Igreja observasse o Decálogo, como aparece em Êxodo 20. O Novo Testamento cita os mandamentos de Moisés várias vezes, menos guardar o sábado, prova evidente que este dia não foi dado à Igreja. Mas, apesar de tudo, a atitude do Salvador em relação aos mandamentos mosaicos foi bem diferente da dos fariseus, embora Ele nada ensinasse abertamente sobre o fim dos sacrifícios, das circuncisões e das festas, durante o tempo de seu ministério terreno, Suas obras realizadas no sábado, ofuscaram o brilho do Antigo Testamento [Abraão de Almeida. Revista Obreiro P. 29].

1. Jesus coletou comida num sábado.

“Por aquele tempo, em dia de sábado, passou Jesus pelas searas. Ora, estando os seus discípulos com fome, entraram a colher espigas e a comer. Os fariseus, porém, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer em dia de sábado. Mas Jesus lhes disse: Não lestes o que fez Davi quando ele e seus companheiros tiveram fome? Como entrou na Casa de Deus, e comeram os pães da proposição, os quais não lhes era lícito comer, nem a ele nem aos que com ele estavam, mas exclusivamente aos sacerdotes? Ou não lestes na Lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? Pois eu vos digo: aqui está quem é maior que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero e não holocaustos, não teríeis condenado inocentes. Porque o Filho do Homem é senhor do sábado” (Mt 12.1-8).

Os discípulos de Jesus trabalharam no dia de sábado. Embora os fariseus acusem Jesus de violar o sábado, Ele, na realidade, apenas não observou a interpretação exagerada que eles davam a respeito. Jesus declara que a observância do sábado não deveria transformar-se num ritual mantido à custa das necessidades essenciais do homem.

A oposição crescente ao ministério de Jesus pelos líderes religiosos encontra sua expressão total na observância do sábado, a instituição mais sagrada entre os judeus. Jesus apóia a ação de seus discípulos através de seu apelo ao exemplo de Davi (1ª Sm 21.1-6), verificando que as regulamentações normais do sábado podem precisar render-se às necessidades humanas.

Quando os discípulos começaram a colher espigas e comê-las, num dia de sábado, Jesus apelou para o direito que o sacerdote tinha de violar o próprio sábado, defendendo assim os discípulos. E para mostrar autoridade sobre o sábado, nesse dia, ao curar um doente, mandou que este levantasse, tomasse sua cama e caminhasse (Mt 12.9-14).

Deste incidente aprendemos: que sempre existem pessoas dispostas a criticar as ações dos discípulos de Cristo; que os incidentes do V.T., podem ter valor para a nossa instrução na atualidade; que uma pessoa divina importa mais que uma ordenação cerimonial.

2. Cristo é o Senhor do sábado.

“Pois eu vos digo que está aqui quem é maior do que o templo...Porque o Filho do homem até do sábado é Senhor” (Mt 12.6-8).

O Senhor Jesus Cristo está afirmando diante dos judeus que ELE é o Todo Poderoso Legislador! E que, além disso, somente ELE pode ter autoridade acima de todos para agir como DEUS. E através da Sua afirmação de que ELE era maior que o templo e também possuía autoridade de dispensar os discípulos da observância do sabath judaico, pois somente DEUS pôde ordenar no passado a Lei e somente DEUS teve e tem autoridade para modificá-la.

É Cristo Quem está sendo exaltado no texto, em revelar-Se a Si mesmo, em definir-se como DEUS e Soberano Senhor. ELE mesmo é o ETERNO SENHOR que deu a Lei ao povo de Israel e, diversas vezes permitiu sua profanação (como no caso de David e dos sacerdotes que ELE mesmo menciona em Mateus 12.3-5).

O assunto central das Sagradas Escritura não é o homem, nem o atendimento divino de suas necessidades. O assunto central das Sagradas Escrituras é o Senhor Jesus Cristo. ELE é o Alfa e o Omega (Ap 1.8).

A Centralidade de Cristo é vista claramente:
A. Na Criação (Gn 1.1, Jo 1.1-3).
B. Na promessa da redenção (Gn 3.15).
C. No preparo da nação que receberá o Messias (Gn 12.1-3; Gn. 28.14; Zc 9.9; Gl 3.8).
D. Na plenitude dos tempos (Gl 4.4; Hb 1.1).
E. Na glória que a ELE e só a ELE é devida e a ELE será concedida (Is 45.23; Rm 8.29, 11.36, 14.11; Cl 1:15-18; Hb 1.6; Ap 1.5).

Todos aqueles que buscam retirar a centralidade de CRISTO da adoração que LHE é devida, de forma consciente ou não, cometem um erro grosseiro. Quem assim procede não somente comete idolatria, mas a si mesmo se constitui apóstata (desertor).

Israel institucionalizou de tal forma seus ritos, não compreendendo que o que foi estabelecido por DEUS eram sombras dos eventos futuros, que o ato se tornou mais importante que o fato, ou seja a ordem mais importante do que QUEM ordenou e estabeleceu a ordenação.

Os judeus entenderam e reivindicação do SENHOR JESUS. ELE se colocou diante dos Fariseus no lugar que só poderia ser ocupado pelo DEUS ETERNO, que Legislou no Velho Testamento sobre o povo de Israel.

Os judeus entenderam que o SENHOR JESUS se colocou em posição de adoração, de ser adorado como DEUS. O SENHOR JESUS não está reivindicando honra e glória para o sabath judaico (sábado hebdomadário)! O Senhor Jesus Cristo está reivindicando honra e glória para Si mesmo como DEUS Todo-poderoso em carne!

O SENHOR JESUS CRISTO então lhes ensina que mais vale adorar a DEUS do que a tradição. Os judeus deveriam abandonar sua tosca visão da própria religião. Eles haviam perdido o foco e o fio da meada. Não adoravam a DEUS, mas as suas próprias conclusões sobre as regras de conduta. Eram condutores cegos, sem discernimento, realizando rituais que não passavam de tradições humanas (Mt 15.3-6, 14; 23.16 e 24).

Sua religiosidade era humana, falsa, hipócrita, superficial e inútil. Essa religiosidade não pode salvar ninguém e é ledo engodo do diabo! Todos os que assim procedem cometem o mesmo erro, caem no mesmo buraco do sacrifício ritualístico como sendo mais importante que o alvo da adoração. Tornam-se idolatras do que observam, negando-se a adorarem somente AQUELE que é digno de adoração.

CRISTO é aqui exaltado. CRISTO é muito maior que Sua Lei e não é inferior a ela, pois foi ELE quem a criou.

Não é CRISTO quem aponta para a Lei, mas a Lei aponta para CRISTO, a necessidade que o homem (incapaz de guardar a Lei moral) tem de um Salvador que o substitua, seja perfeito por ele e no lugar dele. CRISTO é maior e mais importante que o Templo! Pois foi ELE quem ordenou o Templo.

ELE é maior e mais importante que a Lei, pois esta somente serve para demonstrar o pecado do homem e não para conceder-lhe a salvação (Rm 3.20). O ritual, a cerimônia, é sombra e não o motivo da salvação (Cl 2.16-17).

Os que negam que JESUS CRISTO tenha autoridade para abolir o sabath (como o fez no caso dos gentios convertidos da atual Dispensação) não O honram como DEUS e não o receberam como SENHOR, portanto não foram salvos por ELE, estando em trevas e em perdição de uma religião ritualística humana e carnal, crendo que podem se salvar por mérito próprio, mesmo que seja apenas pela guarda do sabath cerimonial judaico (embora a Lei tenha centenas de exigências às que desprezam abertamente, inclusive com relação ao próprio sabath).

Os sabatistas estão errados ao usarem este sofisma, pois pecam por não conseguirem honrar ao SENHOR mais do que o dia. ELES se tornam assim até mesmo piores que os próprios fariseus, pois não admitem nem que DEUS mesmo possa dispensar seu povo de suas ordenanças sabáticas. Seria este o DEUS da Bíblia? Seria o Jesus que pretendem adorar o DEUS Todo Poderoso, ou um outro Jesus?

O DEUS da Bíblia não está subordinado à Sua Lei, mas a Sua Lei é que está subordinada à ELE. Senão ELE não seria DEUS.

Em que sentido Cristo é o Senhor do sábado? (v. 8). Porque Ele o criou; porque Ele podia abolir o sétimo dia de obrigação legal para dar lugar ao primeiro dia, de guarda voluntária, caracterizado pelo gozo e culto que resultam da sua ressurreição. Outro sim, as palavras e ações de Jesus, aqui (vv. 6-10), ensinam-nos que o dia do Senhor deve ser uma oportunidade de buscar e ajudar os necessitados, no âmbito espiritual e no físico.

Maior que o sabath, é o CRIADOR e SENHOR do sabath, que tem todo poder e autoridade sobre suas ordenanças. Adorar ao sabath é idolatria e não pode salvar o homem (Não existe embasamento bíblico para a expressão idólatra “Feliz sábado!”, que é um mantra religioso de salvação pelas obras da instituição).

Maior que o sabath, é o CRIADOR e SENHOR do sabath, que tem todo poder e autoridade sobre suas ordenanças. Adorar ao sabath é idolatria e não pode salvar o homem (Não existe embasamento bíblico para a expressão idólatra “Feliz sábado!”, que é um mantra religioso de salvação pelas obras da instituição).

Adorar o SENHOR do sabath e recebê-lO como Único e Suficiente Salvador, arrependendo-se de seus pecados, rendendo-se a ELE é dom de DEUS e é a único meio pelo qual DEUS concede perdão e salvação a todo pecador arrependido, dando-lhe vida eterna (Jo 3.16; 10.27-28; Ef 2.8-9).

Não é o sabath aqui o assunto principal. Nunca foi! Pensar assim é cometer um erro grosseiro, idolatria.

O assunto principal aqui, como em toda a Bíblia, é o SENHOR JESUS CRISTO.

Portanto devemos olhar para CRISTO como Salvador ao invés do sabath,

“Ou não lestes na Lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa?” (Mt 12.5).

Perguntamos: “Os sacerdotes podiam matar no templo? Podiam roubar? Podiam adorar ídolos? E os sabatistas respondem que não.

Podiam violar o sábado e ficar sem culpa? Eles, os sabatistas, não têm respostas. E por quê? Porque Jesus ensinou que os sacerdotes violavam o sábado para atender às exigência dos sacrifícios: a) rachavam lenha; b) carregavam água; c) ascendiam o fogo. Coisas vedadas pela lei.

Ora, se o sábado fosse de natureza moral, poderia ficar subordinado aos sacrifícios e holocaustos, que eram preceitos rituais? Isso acontecia, naturalmente, porque sua natureza era inferior, cerimonial ou ritual, pois não é possível uma lei moral subordinada a uma lei cerimonial.

Porque se os sacrifícios foram abolidos (Jo 19.30; Mt 19.30; Hb 7.12-18), o sábado também, obviamente.

Mas, será que somos obrigado a descansar? A não fazer absolutamente nada? O povo de Israel acreditava que sim. Os fariseus, defensores da ordem moral e dos bons costumes, diziam:

Vocês não podem fazer nada no sábado. No máximo 50 passos serão dados no sábado! A água para o sábado deve ser buscada na 6ª feita. A alimentação para o sábado deve ser preparada um dia antes. E mais: Se alguém te pedir ajuda no sábado, você não poderá ajudar. - Será que é isso que Deus quis dizer no 3º mandamento.?

3. Jesus curou no sábado.

“Pelo motivo de que Moisés vos deu a circuncisão (se bem que ela não vem dele, mas dos patriarcas), no sábado circuncidais um homem. E, se o homem pode ser circuncidado em dia de sábado, para que a lei de Moisés não seja violada, por que vos indignais contra Mim, pelo fato de Eu ter curado, num sábado?” (Jo 7.22, 23).

Instruiu um homem curado a carregar a sua esteira no sábado:

“Então, lhe disse Jesus: Levanta-te, toma o teu leito e anda. Imediatamente, o homem se viu curado e, tomando o leito, pôs-se a andar. E aquele dia era sábado. Por isso, disseram os judeus ao que fora curado: Hoje é sábado, e não te é lícito carregar o leito. Ao que ele lhes respondeu: O mesmo que me curou me disse: Toma o teu leito e anda” (Jo 5.8-11).

“Levaram, pois aos fariseus o que dantes fora cego. E era sábado o dia em que Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos. Então os fariseus, por sua vez, lhe perguntaram como chegara a ver; ao que lhes respondeu: Aplicou lodo aos meus olhos, lavei-me e estou vendo. Por isso, alguns dos fariseus diziam: Esse homem não é de Deus, porque não guarda o sábado. Diziam outros: Como pode um homem pecador fazer tamanhos sinais? E houve dissensão entre eles. Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus” (Jo 9.13-16 e 18).

Mas quando no sábado, Jesus libertou a moça da sua enfermidade a qual havia sido debilitada por 18 anos, os mestres da sinagoga ficaram indignados:

“O chefe da sinagoga, indignado de ver que Jesus curava no sábado, disse a multidão: Seis dias há em que se deve trabalhar; vinde, pois, nesses dias para serdes curados e não no sábado. Disse-lhe, porém, o Senhor: Hipócritas, cada um de vós não desprende da manjedoura, no sábado, o seu boi ou seu jumento, para levá-lo a beber? Porque motivo não se devia livrar deste cativeiro, em dia de sábado, esta filha de Abraão, a quem Satanás trazia presa há dezoito anos?” (Lc 13.14-16).

Em Lucas 6.9, alguns judeus tentaram matar Jesus, porque Ele estava violando o sábado em sua maneira ortodoxa do Antigo Testamento.

Os observadores do sábado doam cestas básicas (louvável), mas se o pobre carente pedir ajuda para consertar o telhado, a maioria deles se esquiva. Não pode carregar uma telha, mas o ex-paralítico pôde carregar sua cama em Jerusalém (Jo 5.1-9)? Não era uma tarefa que podia ser evitada? Era necessário carregar a cama?

E se observarmos na Escritura, o ex-paralítico carregou sua cama no sábado, a mando de Jesus (Jo 5.1-9), o que era proibido (Jr 17.21). Carregar sua cama (ou materiais) se faz o bem ao próximo? Mas Jesus não disse que no sábado se faz o bem? Então será que Jesus se contradisse? Errou? Não! Talvez quem errou foi a interpretação dos guardadores do sábado. Tarefas, trabalhos honestos, atividades que não prejudique seu próximo (ou sem intenção de), fazem parte de fazer o bem. Trabalho honesto, nunca foi do mal, mas do bem. E falando em trabalho, Jesus quando questionado sobre o sábado, também disse: “meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17).

Jesus chamou seus afazeres do bem, de “trabalho”. Que cada um interprete como quiser, mas temos de admitir: se trabalhar não se enquadra em “fazer o bem”, ou, era outra coisa, por que Jesus nunca fez esse desmembramento, e ainda disse que trabalhava no sábado? Para fazer confusão? O Criador é de confusão (1ª Co 14.33).

Observe, nenhuma obra podia ser feita, sem exceções (Êx 20.8-11), um homem foi morto por carregar lenha (Nm.15.32-36), era proibido carregar materiais ou cargas (Jr 17.21), Os judeus não curavam no sábado seguindo à risca o mandamento (Lc 13.14). Então vem um “tal” de Jesus, realiza curas, diz que o bem pode ser feito, permite colher espigas (Lc 6.1) cura e manda um homem carregar carga (Jo 5.1-9). Parece que Jesus mudou (ou quebrou) certas coisas, não? Para mim ficou claro que o ministério da morte gravados em tábuas de pedra (2ª Co 3.7) era um fardo tão pesado que nem os antigos podiam suportar (At 15.10).

Os sabatistas usam o argumento da sra. White: dizendo que Jesus mandou o homem carregar a cama no sábado, para mostrar a cura que tinha feito (o desejado de todas as nações pg 206). Os judeus nem deram grande importância à cura do homem, eles estavam é furiosos e escandalizados pelo fato do homem carregar material no sábado, e Jesus tê-lo mandado fazer tal coisa.

Os guardadores de sábado tem conforto no sábado com trânsito seguro, luz, refrigeração, computador, ventiladores, ar-condicionado, alarmes, e etc, em casa e nas suas denominações, graças a uns “profanadores”.

Eles têm na “igreja”: som, luz, projetor, computador, ventiladores, porque tem gente trabalhando para fornecer energia. O gás trocado no condomínio (no sábado) onde guardadores de sábado moram, permite a esses que tenham sua cevada e comida quentes no sábado. E depois, aparecem uns sabatistas dizendo que não colocam o lixo na lixeira na sexta-feira, para não ser “cúmplice” da profanação de coleta dos lixeiros no sábado. Isso é não uma incoerência.

Os observadores do sábado pregam a guarda do sábado, mas ao mesmo tempo, usufruem do conforto proporcionado pelo trabalho de outros no sábado. (Ora, quem é contra pescaria... não deve comer peixe,... isso é hipocrisia). Cozinhar um ovo no sábado é “pecado...”, mas parece que desfrutar do resultado da “profanação” dos outros não é.

Por que os sabatistas não fazem como os judeus, que no sábado desligam até a energia elétrica? Ah, mas isso seria muito “radical”, sem conforto..., a “igreja” não ganharia muitos fieis.

Não dá para dormir no sábado sem ar condicionado nas noites muito quentes de verão, não é? Então, que operadores da Cia de força e luz profanem o sábado, ou, usemos a interpretação “elástica” dos guardadores do sábado e isso vira “fazer o bem” e tudo ok.

4. Jesus aboliu o sábado.

Apesar de Jesus ter cumprido toda lei, os fariseus condenaram-no pelos seus feitos no dia de sábado. A respeito dele diz em Jo 5.16-18:

“E os judeus perseguiram a Jesus, porque fazia estas coisas no sábado. Mas, Ele lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também. Por isso, pois, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”.

Observe que assim como os judeus era inadmissível Jesus ser Filho de Deus enquanto violava o sábado, para os sabatistas é impossível admitir que os evangélicos sejam filhos de Deus enquanto guardam o domingo em substituição ao sábado.

“O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado; de sorte que o Filho do Homem é senhor também do sábado” (Mc 2.27-28).

[...] Aqui, como o “Filho do Homem” é representante do homem, a favor de quem o sábado foi feito, Jesus defendeu os discípulos e os justificou contra a acusação de estarem quebrando o sábado. E, como “Senhor do sábado”, Ele tinha autoridade para dispor deste dia como bem quisesse.

Mas de maneira nenhuma Jesus justificaria os discípulos por furtar, matar etc., mesmo que fosse por necessidade. Jesus diferenciou o sábado dos outros mandamentos da lei, exatamente por ser de natureza puramente cerimonial. O texto de Marcos ensina que o sábado, ou dia do descanso, deve servir ao homem [Abraão de Almeida. Revista Obreiro P. 29].

O Senhorio de Cristo sobre o sábado abriu caminho para a Igreja primitiva abandonar a obrigação de guardar o sétimo (Rm 14.5; Gl 4.10). A principal lição deste trecho é mostrar que a lei do sábado não tem aplicação na igreja cristã; muito menos teria restrição sobre Cristo, o Senhor do sábado e Criador de tudo e de todos. Com estas palavras, Jesus defendia o princípio moral do quarto mandamento do Decálogo, condenando abertamente o cerimonialismo, e revela a Sua autoridade divina sobre o sábado, para cumpri-lo, aboli-lo ou mudá-lo.

Os fariseus colocavam o sábado judaico em plano superior a Deus, porque os três primeiros mandamentos da lei dizem respeito aos deveres do homem para com Deus e são morais, de natureza transcendental a todos os demais, os outros falam das relações do homem com seus semelhantes. Os três primeiros mandamentos prendem o homem ao dever de adorar exclusivamente a Deus, cujo nome não deve ser profanado nem igualado a outro nome de qualquer ser existente no universo, visto que Ele é o único Deus, o único ser que merece adoração e louvor. Porém os homens tornaram o sábado em ídolo, ao proclamá-lo superior aos deveres do homem para com Deus. Tais ensinos e revelações que introduzem ao povo estão totalmente fora da Palavra de Deus.

[....] Jesus não condenou o princípio de um dia de descanso para o homem. Ele apenas reprovou o absurdo dos líderes judaicos na guarda do sábado (Mt 12.1-8; Lc 13.10-17; 14.1-6). Ele ainda afirmou que o princípio da santificação de um dia de descanso semanal dado por Deus para o bem estar espiritual e físico do homem.
“E acrescentou: O sábado foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Mc 2.27). [Silas Daniel. Manual do Obreiro ano 27 –nº 29 – 2005. P.49].


Uma das provas da abolição por Cristo do dever da observância do sábado é a absoluta ausência desse dever no conteúdo do Novo Testamento. Enquanto encontramos os outros mandamentos do Decálogo citados direta ou indiretamente em muitos textos do N.T., como deveres morais inerentes à vida cristã, não deparamos ali uma vez sequer com a citação do quarto mandamento como dever do cidadão. Por que assim acontece? Cremos que Jesus não era estulto, e, havendo criado o mundo com diferentes sistemas de fusos horários, Ele sabia ser impossível à humanidade guardar o sábado semanal com rigor constante do mandamento de Levítico 23.32, a saber no mesmo horário, ao mesmo tempo.

Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau - SC