I. INTRODUÇÃO
A questão não é o sábado
em si, mas o fato de que não estamos debaixo do Antigo Testamento (Hb 8.6-13).
O que nos chama a atenção é que, ultimamente, estão surgindo novos cristãos
que, entre outras coisas, ensinam a guarda da lei e do sábado como meio de
salvação. Isso é retrocesso espiritual: é voltar às práticas antigas.
Nós cristãos evangélicos,
preferimos ficar com Paulo e os demais apóstolos de Cristos, que julgavam a lei
apenas uma sombra das coisas futuras (Hb 10.1), pois terminou a sua vigência
com o advento d’Aquele a quem fora feita a promessa – Cristo, conforme (Gl
3.16-19).
Mas, não há dúvida de que pela vinda do Senhor Jesus Cristo o que era aqui cerimonial foi abolido. Pois ele é a verdade,
por cuja presença
se desvanecem todas as figuras; o corpo, a cuja visão
são deixadas para trás as sombras. Ele é, o verdadeiro cumprimento do sábado.
Com ele, sepultados através do batismo,
fomos enxertados na participação de sua morte, para que, participantes de Sua ressurreição, andemos
em novidade de vida (Rm 6.4). Por isso, escreve
o Apóstolo que o sábado tem sido uma sombra da realidade
futura, e que o corpo, isto é, a sólida
substância da verdade, que bem explicou naquela passagem, está em Cristo (Cl 2.17). Esta não consiste em apenas um dia, mas em todo o curso de nossa vida,
até que, inteiramente mortos para nós mesmos,
nos enchamos da vida de Deus.
Portanto, que esteja longe dos cristãos a observância supersticiosa de dias.
A palavra profética já
previa a chegada do Novo Concerto (Jr 31.31-33). E o fim do sábado. O Senhor
Deus já havia falado através dos profetas a cessação do sistema sabático em si:
“Não continueis a trazer
ofertas vãs; o incenso é para Mim abominação, e também as festas de lua nova,
os sábados, e a convocação das congregações...” (Is 1.13).
Deus, aqui, está
aborrecido não só com as festas móveis de Israel, mas também com os seus
sábados (do sétimo dia). Dizer que este texto só se aplica as festas móveis é
um absurdo hermenêutico, pois o texto fala de “convocação das congregações” e
isto ocorria também, e principalmente, no sábado do sétimo dia (Lv 23.3).
Em Oséias 2.11 vemos o
desgosto de Deus com o sábado judaico onde Ele afirma:
“Farei cessar todo o seu
gozo, as suas Festas de Lua Nova, os seus sábados e todas as suas
solenidades” (Os 2.11).
Nesta passagem o Senhor
afirma que faria cessar os sábados e que isto inclui o sétimo dia e “todas as
suas solenidades”, obviamente o sétimo dia era uma solenidade de Israel e
evidentemente seria cessada por mando de Deus.
Os profetas pensaram
semelhantemente, pois previam com grande antecedência, não apenas a cessação do
sistema sabático em si, mas também e de um modo muito explicito, a cessação do
próprio sábado semanal, o 4º mandamento do Decálogo (Lm 2.6), motivo por que
nem o sistema nem o dia são transplantados para o Novo Testamento, por se
tratar da lei cerimonial.
II. JESUS E A LEI.
Nenhum homem nascido de
maneira natural, jamais pode guardar a lei e ser perfeito, sem pecado. Foi
necessário que o Criador enviasse Seu filho (nascimento virginal, concepção
pelo se Espírito, a semente da mulher) para realizar tal façanha. Somente Jesus
o fez. Não abolimos a lei quando afiramos que não podemos ser salvos por meio
dela. Apenas confirmamos que a salvação não pode ocorrer senão na perfeição de Jesus.
Somente Ele foi totalmente obediente. Por não compreenderem esta verdade da
Escritura, acusam todos os demais de serem antinomianos. A justiça de Jesus
cobre todos os pecados, a Lei serve apenas para nos mostrar quão pecadores
somos.
O Senhor Jesus Cristo,
doutrinando sobre o cumprimento da lei, fez alusão ao comportamento dos
escribas e fariseus, que procuravam ser legalistas, observando o aspecto formal
da lei, mas não praticavam de verdade, no dia a dia, o que era mais importante
para a vida espiritual. Por isso, o Senhor disse aos seus discípulos que a
justiça deles deveria exceder à dos escribas e fariseus (Mt 5.20). Em seguida,
o mestre demonstrou, no Sermão da Montanha, como ele entendia e ordenava aos
seus seguidores:
* 6º mandamento: não
matarás. Jesus disse: “Qualquer que se encolerizar, sem motivo, contra seu
irmão, será réu de juízo. Qualquer que lhe disser: Louco, será réu do fogo do
inferno” (Mt 5.22).
* 7º Mandamento: não
adulterarás. Jesus disse: “Qualquer que atentar numa mulher para cobiçar, já em
seu coração cometeu adultério com ela (Mt 5.28).
Com esses exemplos, o
Senhor Jesus mostrou que ele não é um legalista formal. Ele exige dos seus
servos não apenas o cumprimento exterior, mas o cumprimento interior da lei.
O contraste entre o Antigo
Testamento e Jesus é explicado por Romanos 8.2 que diz: “Porque a lei do
Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte”.
É possível alguém cumprir
a lei sem guardar o sábado? A resposta a esta pergunta é dada quando estudamos
a vida e o ministério terreno de Cristo.
O Novo Testamento ratifica
o que está escrito no Antigo, que ninguém jamais foi capaz de cumprir a lei. A
encarnação de Cristo é uma das mais evidentes provas da incapacidade do homem
em cumprir a lei divina na sua plenitude, por isso ele mesmo disse:
“Não penseis que vim
revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir. Porque em
verdade vos digo: até que o céu e a terra passem, nem um i ou um til jamais
passará da Lei, até que tudo se cumpra” (Mt 5.17-18).
Cumprir no gr “plerosai”,
quer dizer “completar. Jesus não veio revogar ou destruir nenhuma palavra que
Deus ensinou aos fiéis do passado no A.T. Veio cumprir plenamente o propósito
de Deus revelado no AT, dando à lei e aos profetas aquilo que faltava. O
Espírito Santo para interpretá-lo e poder para pô-lo em prática, pela obra
salvadora.
Não poucas passagens do
Antigo Testamento mostram a irritação divina diante do legalismo frio e morto
dos judeus, apresentado através dos sacrifícios e sucessivas cerimônias feitas
com o propósito de satisfazer a letra da lei. Quanto mais tempo passava, mais
imperfeito ficava o homem que buscava perfeição através da prática da lei.
Porém, Jesus Cristo veio como enviado de Deus, para cumprir o que a lei e os
profetas vaticinaram acerca d’Ele, o que fez coroando-a com o ato da sua morte
na cruz.
Segundo a Bíblia diz Jesus
Cristo:
1
Teve o seu nascimento prometido segundo a lei (Dt
18.15).
2
Nasceu sob a lei (Gl 4.4).
3
Foi circuncidado segundo a lei (Lc 2.21).
4
Foi apresentado no templo, segundo a lei (Lc 2.22).
5
Ofereceu sacrifício no templo, segundo a lei (Lc 2.24).
6
Foi odiado segundo a lei (Jo 15.25).
7
Foi morto segundo a lei (Jo 19.7).
8
Viveu, morreu e ressuscitou segundo a lei (Lc 24.44, 46).
III. JESUS É O NOSSO SÁBADO
O sábado em Jesus e na
Nova Aliança não é relacionado ao legalismo. É relacionado com entrar no
repouso e viver desfrutando da presença de Cristo, o Senhor do sábado. No
contexto do sábado, Jesus que é o Senhor e Criador do sábado disse:
“Vinde a mim, todos os que
estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu
jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis
descanso para a vossa alma. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim,
porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma”
(Mt 11.28-29).
Os judeus estavam
sobrecarregados pelo fardo dos fariseus, as exigências da lei e as tradições
judaicas para serem salvos. O generoso convite de Jesus destina: “a todos os
que estais cansado, aflitos e oprimido”.
Jesus é o Senhor do
sábado, Ele, portanto, oferece o verdadeiro descanso e o verdadeiro repouso.
Quem vem a Jesus e torna-se Seu servo e faz a sua vontade, Ele o alivia de suas
insuportáveis aflições e lhe dará descanso, paz, e seu Espírito Santo como
guia. Deste modo podemos suportar as provações e inquietações da vida, com o
auxílio e a graça de Deus.
Jesus chamou a todos para
virem diante d’Ele encontrar e terem verdadeira libertação e descanso Nele, o
Senhor do Sábado.
Em Deus repousamos: “Nós,
porém, que cremos, entramos no descanso...” (Hb 4.3). Este repouso existe
porque Deus repousa em nós através de Seu Filho Jesus Cristo. Viver no descanso
do Senhor, é encontrar aceitação, paz, conforto e plenitude nos braços de amor
do nosso amado Jesus, o Senhor e Criador do sábado. Este descanso é viver
continuamente na presença do Senhor.
A plenitude do descanso em
Cristo, é através do seu sangue, é o cessar do nosso esforço para realizar
obras, ritos e dias que paguem o preço por nossos pecados. É depender do sangue
de Jesus para cobrir a divida que o nosso pecado tem feito, e nos justificar
diante de Deus. A Divida foi paga, fomos lavados, limpos, purificados e
novamente aceitos diante de Deus (Efésios 2.8-9).
A obra para assegurar a
nossa permanência diante de Deus foi terminada através da obediência de Cristo,
e Sua obra na Cruz. Por causa disso, nós temos o verdadeiro descanso. Devemos
descansar somente em sua obra, através da fé, confiar apenas nela como meio de
justificação, redenção, salvação e aceitação.
[...] A mudança do
descanso sabático do sétimo para o primeiro dia é o cumprimento do princípio
moral do Sábado. O Sábado do sétimo dia comemorava a obra da criação divina (Êx
20.11) e a redenção (Dt 5.15). O Sábado do primeiro dia pode ser reputado como
comemoração da nova obra da criação divina (2ª Co 5.17; Ef 2.10) e a redenção
espiritual (Tt 2.14).
A ressurreição de Jesus
assinalou o clímax de Sua obra redentora (Rm 4.25; 1ª Pe 1.3) e parece certo
que os cristãos primitivos começaram reunindo-se no primeiro dia da semana em
comemoração a esse grande acontecimento. Cristo chamou-se Senhor do Sábado (Mc
2.28) e o primeiro dia da semana ficou depois conhecido como Dia do Senhor (Ap
1.10). Desde então o Sábado do primeiro dia tem sido aceito pela vasta maioria
dos cristão [Comentário da Bíblia Shedd. Pg. 260].
IV. JESUS E O SÁBADO
[...] Não encontramos nos
ensinos de Jesus, nem direta nem indiretamente, um só mandamento para que a
Igreja observasse o Decálogo, como aparece em Êxodo 20. O Novo Testamento cita
os mandamentos de Moisés várias vezes, menos guardar o sábado, prova evidente
que este dia não foi dado à Igreja. Mas, apesar de tudo, a atitude do Salvador
em relação aos mandamentos mosaicos foi bem diferente da dos fariseus, embora
Ele nada ensinasse abertamente sobre o fim dos sacrifícios, das circuncisões e
das festas, durante o tempo de seu ministério terreno, Suas obras realizadas no
sábado, ofuscaram o brilho do Antigo Testamento [Abraão de Almeida. Revista
Obreiro P. 29].
1. Jesus coletou comida num sábado.
“Por aquele tempo, em dia
de sábado, passou Jesus pelas searas. Ora, estando os seus discípulos com fome,
entraram a colher espigas e a comer. Os fariseus, porém, vendo isso, disseram-lhe:
Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer em dia de sábado. Mas
Jesus lhes disse: Não lestes o que fez Davi quando ele e seus companheiros
tiveram fome? Como entrou na Casa de Deus, e comeram os pães da proposição, os
quais não lhes era lícito comer, nem a ele nem aos que com ele estavam, mas
exclusivamente aos sacerdotes? Ou não lestes na Lei que, aos sábados, os
sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? Pois eu vos digo: aqui
está quem é maior que o templo. Mas, se vós soubésseis o que significa:
Misericórdia quero e não holocaustos, não teríeis condenado inocentes. Porque o
Filho do Homem é senhor do sábado” (Mt 12.1-8).
Os discípulos de Jesus
trabalharam no dia de sábado. Embora os fariseus acusem Jesus de violar o
sábado, Ele, na realidade, apenas não observou a interpretação exagerada que
eles davam a respeito. Jesus declara que a observância do sábado não deveria
transformar-se num ritual mantido à custa das necessidades essenciais do homem.
A oposição crescente ao
ministério de Jesus pelos líderes religiosos encontra sua expressão total na
observância do sábado, a instituição mais sagrada entre os judeus. Jesus apóia
a ação de seus discípulos através de seu apelo ao exemplo de Davi (1ª Sm
21.1-6), verificando que as regulamentações normais do sábado podem precisar
render-se às necessidades humanas.
Quando os discípulos
começaram a colher espigas e comê-las, num dia de sábado, Jesus apelou para o
direito que o sacerdote tinha de violar o próprio sábado, defendendo assim os
discípulos. E para mostrar autoridade sobre o sábado, nesse dia, ao curar um
doente, mandou que este levantasse, tomasse sua cama e caminhasse (Mt 12.9-14).
Deste incidente
aprendemos: que sempre existem pessoas dispostas a criticar as ações dos
discípulos de Cristo; que os incidentes do V.T., podem ter valor para a nossa
instrução na atualidade; que uma pessoa divina importa mais que uma ordenação
cerimonial.
2. Cristo é o Senhor do sábado.
“Pois eu vos
digo que está aqui quem é maior do que o templo...Porque o Filho do homem até
do sábado é Senhor” (Mt 12.6-8).
O Senhor Jesus Cristo está
afirmando diante dos judeus que ELE é o Todo Poderoso Legislador! E que, além
disso, somente ELE pode ter autoridade acima de todos para agir como DEUS. E através
da Sua afirmação de que ELE era maior que o templo e também possuía autoridade
de dispensar os discípulos da observância do sabath judaico, pois
somente DEUS pôde ordenar no passado a Lei e somente DEUS teve e tem autoridade
para modificá-la.
É Cristo Quem está sendo
exaltado no texto, em revelar-Se a Si mesmo, em definir-se como DEUS e Soberano
Senhor. ELE mesmo é o ETERNO SENHOR que deu a Lei ao povo de Israel e, diversas
vezes permitiu sua profanação (como no caso de David e dos sacerdotes que ELE
mesmo menciona em Mateus 12.3-5).
O assunto
central das Sagradas Escritura não é o homem, nem o atendimento divino de suas
necessidades. O assunto central das Sagradas Escrituras é o Senhor Jesus
Cristo. ELE é o Alfa e o Omega (Ap 1.8).
A Centralidade
de Cristo é vista claramente:
A. Na Criação
(Gn 1.1, Jo 1.1-3).
B. Na promessa
da redenção (Gn 3.15).
C. No preparo
da nação que receberá o Messias (Gn 12.1-3; Gn. 28.14; Zc 9.9; Gl 3.8).
D. Na
plenitude dos tempos (Gl 4.4; Hb 1.1).
E. Na glória
que a ELE e só a ELE é devida e a ELE será concedida (Is 45.23; Rm 8.29, 11.36,
14.11; Cl 1:15-18; Hb 1.6; Ap 1.5).
Todos aqueles
que buscam retirar a centralidade de CRISTO da adoração que LHE é devida, de
forma consciente ou não, cometem um erro grosseiro. Quem assim procede não
somente comete idolatria, mas a si mesmo se constitui apóstata (desertor).
Israel
institucionalizou de tal forma seus ritos, não compreendendo que o que foi
estabelecido por DEUS eram sombras dos eventos futuros, que o ato se tornou
mais importante que o fato, ou seja a ordem mais importante do que QUEM ordenou
e estabeleceu a ordenação.
Os judeus
entenderam e reivindicação do SENHOR JESUS. ELE se colocou diante dos Fariseus
no lugar que só poderia ser ocupado pelo DEUS ETERNO, que Legislou no Velho
Testamento sobre o povo de Israel.
Os judeus
entenderam que o SENHOR JESUS se colocou em posição de adoração, de ser adorado
como DEUS. O SENHOR JESUS não está reivindicando honra e glória para o sabath
judaico (sábado hebdomadário)! O Senhor Jesus Cristo está reivindicando
honra e glória para Si mesmo como DEUS Todo-poderoso em carne!
O SENHOR JESUS
CRISTO então lhes ensina que mais vale adorar a DEUS do que a tradição. Os
judeus deveriam abandonar sua tosca visão da própria religião. Eles haviam perdido
o foco e o fio da meada. Não adoravam a DEUS, mas as suas próprias conclusões
sobre as regras de conduta. Eram condutores cegos, sem discernimento,
realizando rituais que não passavam de tradições humanas (Mt 15.3-6, 14; 23.16
e 24).
Sua
religiosidade era humana, falsa, hipócrita, superficial e inútil. Essa
religiosidade não pode salvar ninguém e é ledo engodo do diabo! Todos os que
assim procedem cometem o mesmo erro, caem no mesmo buraco do sacrifício
ritualístico como sendo mais importante que o alvo da adoração. Tornam-se
idolatras do que observam, negando-se a adorarem somente AQUELE que é digno de
adoração.
CRISTO é aqui
exaltado. CRISTO é muito maior que Sua Lei e não é inferior a ela, pois foi ELE
quem a criou.
Não é CRISTO
quem aponta para a Lei, mas a Lei aponta para CRISTO, a necessidade que o homem
(incapaz de guardar a Lei moral) tem de um Salvador que o substitua, seja
perfeito por ele e no lugar dele. CRISTO é maior e mais importante que o
Templo! Pois foi ELE quem ordenou o Templo.
ELE é maior e
mais importante que a Lei, pois esta somente serve para demonstrar o pecado do
homem e não para conceder-lhe a salvação (Rm 3.20). O ritual, a cerimônia, é
sombra e não o motivo da salvação (Cl 2.16-17).
Os que negam
que JESUS CRISTO tenha autoridade para abolir o sabath (como o fez no
caso dos gentios convertidos da atual Dispensação) não O honram como DEUS e não
o receberam como SENHOR, portanto não foram salvos por ELE, estando em trevas e
em perdição de uma religião ritualística humana e carnal, crendo que podem se
salvar por mérito próprio, mesmo que seja apenas pela guarda do sabath
cerimonial judaico (embora a Lei tenha centenas de exigências às que desprezam
abertamente, inclusive com relação ao próprio sabath).
Os sabatistas
estão errados ao usarem este sofisma, pois pecam por não conseguirem honrar ao
SENHOR mais do que o dia. ELES se tornam assim até mesmo piores que os próprios
fariseus, pois não admitem nem que DEUS mesmo possa dispensar seu povo de suas
ordenanças sabáticas. Seria este o DEUS da Bíblia? Seria o Jesus que pretendem
adorar o DEUS Todo Poderoso, ou um outro Jesus?
O DEUS da
Bíblia não está subordinado à Sua Lei, mas a Sua Lei é que está subordinada à
ELE. Senão ELE não seria DEUS.
Em que sentido Cristo é o Senhor do sábado? (v. 8). Porque Ele o
criou; porque Ele podia abolir o sétimo dia de obrigação legal para dar lugar
ao primeiro dia, de guarda voluntária, caracterizado pelo gozo e culto que
resultam da sua ressurreição. Outro sim, as palavras e ações de Jesus, aqui
(vv. 6-10), ensinam-nos que o dia do Senhor deve ser uma oportunidade de buscar
e ajudar os necessitados, no âmbito espiritual e no físico.
Maior que o sabath,
é o CRIADOR e SENHOR do sabath, que tem todo poder e autoridade sobre
suas ordenanças. Adorar ao sabath é idolatria e não pode salvar o homem
(Não existe embasamento bíblico para a expressão idólatra “Feliz sábado!”, que
é um mantra religioso de salvação pelas obras da instituição).
Maior que o sabath,
é o CRIADOR e SENHOR do sabath, que tem todo poder e autoridade sobre
suas ordenanças. Adorar ao sabath é idolatria e não pode salvar o homem
(Não existe embasamento bíblico para a expressão idólatra “Feliz sábado!”, que
é um mantra religioso de salvação pelas obras da instituição).
Adorar o SENHOR do sabath
e recebê-lO como Único e Suficiente Salvador, arrependendo-se de seus pecados,
rendendo-se a ELE é dom de DEUS e é a único meio pelo qual DEUS concede perdão
e salvação a todo pecador arrependido, dando-lhe vida eterna (Jo 3.16;
10.27-28; Ef 2.8-9).
Não é o sabath aqui
o assunto principal. Nunca foi! Pensar assim é cometer um erro grosseiro,
idolatria.
O assunto principal aqui,
como em toda a Bíblia, é o SENHOR JESUS CRISTO.
Portanto devemos olhar
para CRISTO como Salvador ao invés do sabath,
“Ou não lestes na Lei que,
aos sábados, os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa?” (Mt
12.5).
Perguntamos: “Os
sacerdotes podiam matar no templo? Podiam roubar? Podiam adorar ídolos? E os sabatistas
respondem que não.
Podiam violar o sábado e
ficar sem culpa? Eles, os sabatistas, não têm respostas. E por quê? Porque
Jesus ensinou que os sacerdotes violavam o sábado para atender às exigência dos
sacrifícios: a) rachavam lenha; b) carregavam água; c) ascendiam o fogo. Coisas
vedadas pela lei.
Ora, se o sábado fosse de
natureza moral, poderia ficar subordinado aos sacrifícios e holocaustos, que
eram preceitos rituais? Isso acontecia, naturalmente, porque sua natureza era
inferior, cerimonial ou ritual, pois não é possível uma lei moral subordinada a
uma lei cerimonial.
Porque se os sacrifícios
foram abolidos (Jo 19.30; Mt 19.30; Hb 7.12-18), o sábado também, obviamente.
Mas, será que somos obrigado a descansar? A não fazer absolutamente
nada? O povo de Israel acreditava que sim. Os fariseus, defensores da ordem
moral e dos bons costumes, diziam:
Vocês não podem fazer nada no sábado. No máximo 50 passos serão dados
no sábado! A água para o sábado deve ser buscada na 6ª feita. A alimentação
para o sábado deve ser preparada um dia antes. E mais: Se alguém te pedir ajuda no sábado, você não
poderá ajudar. - Será que é isso que Deus quis dizer no 3º mandamento.?
3. Jesus curou no
sábado.
“Pelo motivo de que Moisés
vos deu a circuncisão (se bem que ela não vem dele, mas dos patriarcas), no
sábado circuncidais um homem. E, se o homem pode ser circuncidado em dia de
sábado, para que a lei de Moisés não seja violada, por que vos indignais contra
Mim, pelo fato de Eu ter curado, num sábado?” (Jo 7.22, 23).
Instruiu um homem curado a
carregar a sua esteira no sábado:
“Então, lhe disse Jesus:
Levanta-te, toma o teu leito e anda. Imediatamente, o homem se viu curado e,
tomando o leito, pôs-se a andar. E aquele dia era sábado. Por isso, disseram os
judeus ao que fora curado: Hoje é sábado, e não te é lícito carregar o leito.
Ao que ele lhes respondeu: O mesmo que me curou me disse: Toma o teu leito e
anda” (Jo 5.8-11).
“Levaram, pois aos
fariseus o que dantes fora cego. E era sábado o dia em que Jesus fez o lodo e
lhe abriu os olhos. Então os fariseus, por sua vez, lhe perguntaram como
chegara a ver; ao que lhes respondeu: Aplicou lodo aos meus olhos, lavei-me e
estou vendo. Por isso, alguns dos fariseus diziam: Esse homem não é de Deus,
porque não guarda o sábado. Diziam outros: Como pode um homem pecador fazer
tamanhos sinais? E houve dissensão entre eles. Por isso, pois, os judeus ainda
mais procuravam matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também dizia
que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus” (Jo 9.13-16 e 18).
Mas quando no sábado,
Jesus libertou a moça da sua enfermidade a qual havia sido debilitada por 18
anos, os mestres da sinagoga ficaram indignados:
“O chefe da sinagoga,
indignado de ver que Jesus curava no sábado, disse a multidão: Seis dias há em
que se deve trabalhar; vinde, pois, nesses dias para serdes curados e não no
sábado. Disse-lhe, porém, o Senhor: Hipócritas, cada um de vós não desprende da
manjedoura, no sábado, o seu boi ou seu jumento, para levá-lo a beber? Porque
motivo não se devia livrar deste cativeiro, em dia de sábado, esta filha de
Abraão, a quem Satanás trazia presa há dezoito anos?” (Lc 13.14-16).
Em Lucas 6.9, alguns
judeus tentaram matar Jesus, porque Ele estava violando o sábado em sua maneira
ortodoxa do Antigo Testamento.
Os observadores do sábado
doam cestas básicas (louvável), mas se o pobre carente pedir ajuda para
consertar o telhado, a maioria deles se esquiva. Não pode carregar uma telha,
mas o ex-paralítico pôde carregar sua cama em Jerusalém (Jo 5.1-9)? Não era uma
tarefa que podia ser evitada? Era necessário carregar a cama?
E se observarmos na
Escritura, o ex-paralítico carregou sua cama no sábado, a mando de Jesus (Jo
5.1-9), o que era proibido (Jr 17.21). Carregar sua cama (ou materiais) se faz
o bem ao próximo? Mas Jesus não disse que no sábado se faz o bem? Então será
que Jesus se contradisse? Errou? Não! Talvez quem errou foi a interpretação dos
guardadores do sábado. Tarefas, trabalhos honestos, atividades que não
prejudique seu próximo (ou sem intenção de), fazem parte de fazer o bem. Trabalho honesto, nunca foi do mal,
mas do bem. E falando em trabalho, Jesus quando questionado sobre o sábado,
também disse: “meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (Jo 5.17).
Jesus chamou seus afazeres
do bem, de “trabalho”. Que cada um interprete como quiser, mas temos de
admitir: se trabalhar não se enquadra em “fazer o bem”, ou, era outra coisa,
por que Jesus nunca fez esse desmembramento, e ainda disse que trabalhava no sábado? Para fazer
confusão? O Criador é de confusão (1ª Co 14.33).
Observe, nenhuma obra
podia ser feita, sem exceções (Êx 20.8-11), um homem foi morto por carregar
lenha (Nm.15.32-36), era proibido carregar materiais ou cargas (Jr 17.21), Os
judeus não curavam no sábado seguindo à risca o mandamento (Lc 13.14). Então
vem um “tal” de Jesus, realiza curas, diz que o bem pode ser feito, permite
colher espigas (Lc 6.1) cura e manda um
homem carregar carga (Jo 5.1-9). Parece que Jesus mudou (ou quebrou)
certas coisas, não? Para mim ficou claro que o ministério da morte gravados em
tábuas de pedra (2ª Co 3.7) era um fardo tão pesado que nem os antigos podiam
suportar (At 15.10).
Os sabatistas usam o
argumento da sra. White: dizendo que Jesus mandou o homem carregar a cama no
sábado, para mostrar a cura que tinha feito (o desejado de todas as nações pg
206). Os judeus nem deram grande importância à cura do homem, eles estavam é
furiosos e escandalizados pelo fato do homem carregar material no sábado, e
Jesus tê-lo mandado fazer tal coisa.
Os guardadores de sábado tem conforto no sábado com trânsito seguro,
luz, refrigeração, computador, ventiladores, ar-condicionado, alarmes, e etc,
em casa e nas suas denominações, graças a uns “profanadores”.
Eles têm na “igreja”: som, luz, projetor, computador, ventiladores,
porque tem gente trabalhando para fornecer energia. O gás trocado no condomínio
(no sábado) onde guardadores de sábado moram, permite a esses que tenham sua
cevada e comida quentes no sábado. E depois, aparecem uns sabatistas dizendo
que não colocam o lixo na lixeira na sexta-feira, para não ser “cúmplice” da
profanação de coleta dos lixeiros no sábado. Isso é não uma incoerência.
Os observadores do sábado
pregam a guarda do sábado, mas ao mesmo tempo, usufruem do conforto
proporcionado pelo trabalho de outros no sábado. (Ora, quem é contra
pescaria... não deve comer peixe,... isso é hipocrisia). Cozinhar um ovo no
sábado é “pecado...”, mas parece que desfrutar do resultado da “profanação” dos
outros não é.
Por que os sabatistas não fazem como os judeus, que no sábado desligam
até a energia elétrica? Ah, mas isso seria muito “radical”, sem conforto..., a
“igreja” não ganharia muitos fieis.
Não dá para dormir no sábado sem ar condicionado nas noites muito
quentes de verão, não é? Então, que operadores da Cia de força e luz
profanem o sábado, ou, usemos a interpretação “elástica” dos guardadores do sábado
e isso vira “fazer o bem” e tudo ok.
4. Jesus aboliu o
sábado.
Apesar de Jesus ter
cumprido toda lei, os fariseus condenaram-no pelos seus feitos no dia de
sábado. A respeito dele diz em Jo 5.16-18:
“E os judeus perseguiram a
Jesus, porque fazia estas coisas no sábado. Mas, Ele lhes disse: Meu Pai
trabalha até agora, e Eu trabalho também. Por isso, pois, os judeus ainda mais
procuravam matá-lo, porque não somente violava o sábado, mas também dizia que
Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus”.
Observe que assim como os
judeus era inadmissível Jesus ser Filho de Deus enquanto violava o sábado, para
os sabatistas é impossível admitir que os evangélicos sejam filhos de Deus
enquanto guardam o domingo em substituição ao sábado.
“O sábado foi estabelecido
por causa do homem, e não o homem por causa do sábado; de sorte que o Filho do
Homem é senhor também do sábado” (Mc 2.27-28).
[...] Aqui, como o “Filho
do Homem” é representante do homem, a favor de quem o sábado foi feito, Jesus
defendeu os discípulos e os justificou contra a acusação de estarem quebrando o
sábado. E, como “Senhor do sábado”, Ele tinha autoridade para dispor deste dia
como bem quisesse.
Mas de maneira nenhuma
Jesus justificaria os discípulos por furtar, matar etc., mesmo que fosse por
necessidade. Jesus diferenciou o sábado dos outros mandamentos da lei,
exatamente por ser de natureza puramente cerimonial. O texto de Marcos ensina
que o sábado, ou dia do descanso, deve servir ao homem [Abraão de Almeida.
Revista Obreiro P. 29].
O Senhorio de Cristo sobre
o sábado abriu caminho para a Igreja primitiva abandonar a obrigação de guardar
o sétimo (Rm 14.5; Gl 4.10). A principal lição deste trecho é mostrar que a lei
do sábado não tem aplicação na igreja cristã; muito menos teria restrição sobre
Cristo, o Senhor do sábado e Criador de tudo e de todos. Com estas palavras,
Jesus defendia o princípio moral do quarto mandamento do Decálogo, condenando
abertamente o cerimonialismo, e revela a Sua autoridade divina sobre o sábado,
para cumpri-lo, aboli-lo ou mudá-lo.
Os fariseus colocavam o
sábado judaico em plano superior a Deus, porque os três primeiros mandamentos
da lei dizem respeito aos deveres do homem para com Deus e são morais, de
natureza transcendental a todos os demais, os outros falam das relações do
homem com seus semelhantes. Os três primeiros mandamentos prendem o homem ao
dever de adorar exclusivamente a Deus, cujo nome não deve ser profanado nem
igualado a outro nome de qualquer ser existente no universo, visto que Ele é o
único Deus, o único ser que merece adoração e louvor. Porém os homens tornaram
o sábado em ídolo, ao proclamá-lo superior aos deveres do homem para com Deus.
Tais ensinos e revelações que introduzem ao povo estão totalmente fora da
Palavra de Deus.
[....] Jesus não condenou
o princípio de um dia de descanso para o homem. Ele apenas reprovou o absurdo
dos líderes judaicos na guarda do sábado (Mt 12.1-8; Lc 13.10-17; 14.1-6). Ele
ainda afirmou que o princípio da santificação de um dia de descanso semanal
dado por Deus para o bem estar espiritual e físico do homem.
“E acrescentou: O sábado
foi estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Mc
2.27). [Silas Daniel. Manual do Obreiro ano 27 –nº 29 – 2005. P.49].
Uma das provas da abolição
por Cristo do dever da observância do sábado é a absoluta ausência desse dever
no conteúdo do Novo Testamento. Enquanto encontramos os outros mandamentos do
Decálogo citados direta ou indiretamente em muitos textos do N.T., como deveres
morais inerentes à vida cristã, não deparamos ali uma vez sequer com a citação
do quarto mandamento como dever do cidadão. Por que assim acontece? Cremos que
Jesus não era estulto, e, havendo criado o mundo com diferentes sistemas de
fusos horários, Ele sabia ser impossível à humanidade guardar o sábado semanal
com rigor constante do mandamento de Levítico 23.32, a saber no mesmo horário,
ao mesmo tempo.
Pr. Elias Ribas
Assembleia de Deus
Blumenau - SC