TEOLOGIA EM FOCO

quinta-feira, 13 de junho de 2013

PAULO E O SÁBADO


“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão” (Gl 5.1).

No ensino de Paulo aos Gálatas, os crentes estavam voltando à escravidão da qual haviam sido libertos (Gl 5.1). Estavam retornando aos “rudimentos da lei”. A palavra é usada pelo apóstolo Paulo para identificar os elementos da religião judaica como guarda de dias. E, que sempre encerrava um sentido cerimonial relativo ao culto judaico. E se Cristo aboliu esta lei, logicamente aboliu com ela também a guarda do sábado semanal; por ser Cristo superior ao sábado (Mc 2.27-28).

Paulo, referindo-se à lei, não faz qualquer distinção entre moral e cerimonial. Em Gl 5.4, ele diz que os que querem justificar-se pela lei estão separados de Cristo; que são malditos os que na permanecerem em todas as coisas da lei.

A questão não é o sábado o em si, mas o fato de não estarmos debaixo da lei e, sim, da graça (Gl 5.4) Quem se submete à prática de pelo menos um preceito da lei é obrigado cumpri-la toda (Gl 5.3). E se alguém tropeçar em um ponto da lei é culpado por todos os outros (Tg 2.7).

“Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo” (Cl 2.16-17).

As celebrações judaicas de descanso e cessação (sabath) eram anuais (festas), mensais (luas novas) e semanais (os sábados). Pôr-se debaixo desse julgo é ser dominado ao bel prazer dos judaizantes, inchados em compreensão não espirituais (carnais).

Por isso, quando os apóstolos se reúnem em Jerusalém para determinar se os gentios convertidos devem ou não se submeter à observância da circuncisão e das ordenanças do sabath e dos alimentos levíticos, chegam à conclusão que eles foram dispensados por DEUS, salvos pela Graça (At 15.1-31). Por isso o apóstolo Paulo, movido pelo Espírito Santo de DEUS, escreveu suas exortações aos irmãos da igreja local da Galácia, a Epístola aos Gálatas.

Paulo declara que o sábado semanal fazia parte das ordenanças da lei que foram cravadas na cruz, pois não passavam de sombras, indicando, assim, que o verdadeiro descanso encontra em Jesus (Mt 11.28-30).

Se nas passagens do Novo Testamento relacionadas acima onde se encontra o plural SÁBADOS ele quer dizer o sábado semanal, por que só em Colossenses, haveria de ser o tal sábado cerimonial das solenidades anuais?


“Porque, como os céus novos, e a terra nova, que hei de fazer, estarão diante de minha face, diz o Criador, assim há de estar a vossa posteridade e vosso nome. E será que desde uma lua nova até à outra, e desde um sábado até ao outro, vira toda a carne a adorar perante mim, diz o Criador” (Is 66.22-23).

O que o Senhor está dizendo? Que iremos à presença do Criador de sábado em sábado ou de um sábado ao outro.

Por que os sabatistas só pegam a segunda parte do verso e não o verso todo? Veja que o verso também fala dos que guardam as festas da lua nova. A expressão que o profeta está usando, não é que o fato de estar sendo mencionado o dia de sábado, está dando uma confirmação de que estaremos guardando este dia, pois se assim for, os que guardam as festas da lua nova estarão lá também e são pessoas que observam festas pagãs, para não dizer satânicas, certo? Mas a ênfase não está nos dias, veja que se está falando em um período de um sábado até o outro, ou seja, um ciclo interminável é mais ou menos assim: abriremos o restaurante de sábado a sábado. Assim o verso está nos dizendo que não haverá um dia sequer que não estaremos na presença do Criador. Se refletir-mos sem nenhum prendimento doutrinário, tenho a absoluta certeza que verás exatamente como deve, ou seja, é uma expressão de infinito, ininterrupto, sem fim.

O mês começava no ciclo da lua nova, a neomênia, oportunidade em que também se ofereciam holocaustos ao Senhor (“E nos princípios dos vossos meses...” – Lv 23.11) dois bezerros, um carneiro e sete cordeiros seguidos de oblação de manjares e libações de vinho (vv. 11-14). “...este é o holocausto da lua nova de cada mês, segundo os meses do ano” (v.14).

Aos sacrifícios litúrgicos dos sábados hebdomadários e dos primeiros dias (=lua nova) de cada mês, os israelitas deveriam acrescentar holocaustos concernentes às festas, a começar pela da páscoa, a primeira de cada ano, com a discriminação do ritualismo dos holocaustos de cada uma.

À base dessas Escrituras (Lv 23 e Nm 28-29) tem-se o calendário litúrgico com os ritos sacrificais: semana, mês e ano, designados, respectivamente, pelas palavras SÁBADOS, LUAS NOVAS E FESTAS”.

Quando Davi transmitiu a Salomão o trono real, dentre todas as suas recomendações, ao destacar os turnos e as funções dos levita, às ordens dos “filhos de Arão no ministério da casa do Senhor”, das quais também era a de “E para estarem cada manhã em pé para louvarem e celebrarem ao SENHOR; e semelhantemente à tarde; E para oferecerem os holocaustos do SENHOR, aos SÁBADOS, nas LUAS NOVAS, e nas SOLENIDADES (=FESTAS), segundo o seu número e costume, continuamente perante o SENHOR” (1º Cr 23.30-31).

Na circunstancia de solicitar a colaboração do rei de Tiro para a construção do Templo, Salomão pede-lhe: “E Salomão mandou dizer a Hirão, rei de Tiro: Como fizeste com Davi meu pai, mandando-lhe cedros, para edificar uma casa em que morasse, assim também faze comigo. Eis que estou para edificar uma casa ao nome do SENHOR meu Deus, para lhe consagrar, para queimar perante ele incenso aromático, e para a apresentação contínua do pão da proposição, para os holocaustos da manhã e da tarde, nos SÁBADOS e nas LUAS NOVAS, e nas FESTIVIDADES do SENHOR nosso Deus; o que é obrigação perpétua de Israel” (2º Cr 2.3-4).

Salientou-se o rei Ezequias como o restaurador do culto e das celebrações litúrgicas dos sacrifícios. “Também estabeleceu a parte da fazenda do rei para os holocaustos; para os holocaustos da manhã e da tarde, e para os holocaustos dos SÁBADOS, e das LUAS NOVAS, e das SOLENIDADES; como está escrito na lei do SENHOR” (2º Cr 31.3).

Tendo sido reedificado o templo após o exílio babilônico, coube a Neemias reconstruir os muros de Jerusalém, após a leitura pública da Lei, restabelecer outra vez o culto.

Também sobre nós pusemos preceitos, impondo-nos cada ano a terça parte de um siclo, para o ministério da casa do nosso Deus; Para os pães da proposição, para a contínua oferta de alimentos, e para o contínuo holocausto dos SÁBADOS, das LUAS NOVAS, para as FESTAS solenes, para as coisas sagradas, e para os sacrifícios pelo pecado, para expiação de Israel, e para toda a obra da casa do nosso Deus” (Ne 10.32-33).

Em todos esses textos, consoante as prescrições do livro de Números (28-29), sob a fórmula consagrada como num refrão: “SÁBADOS, LUAS NOVAS e FESTAS”, destaca-se a ordem natural e lógica dos holocaustos diários, semanais, mensais e anuais.

À luz dessas Escrituras seria ilógico e aberrante mesmo supor-se serem os SÁBADOS aludidos em Os 2.11 e em Cl 2.16 os tais sábados anuais, sinônimos de FESTAS.
Teríamos, a seguir-se esta aberração, a referência em todos aqueles textos dos sacrifícios diários, ANUAIS, mensais e, de novo, ANUAIS.

Seria uma enumeração desprovida de ordem e lógica porque dos holocaustos diários passar-se-ia aos anuais, omitindo-se os semanais e os mensais, e dos anuais votar-se-ia aos mensais para tornar novamente aos sacrifícios anuais.

Confundirem-se os SÁBADOS das perícopes de Os 2.11 e de Cl. 2.15 com as solenidades ou festas anuais é incorrer-se num pleonasmo sem sentido. Um pleonasmo e inconsequente com descabido sintoma de escandaloso sofisma. Com efeito, os dias de sacrifícios anuais, então, seriam apresentados, em Oséias e em Colossenses, duas vezes uma sob a palavra FESTA e outra sob o nome de SÁBADOS, incorrendo-se, em desacordo com Lv. 23.3, na omissão do dia dos sacrifícios semanais, o dia mais importante de todos.

Vamos, porém, ler outra vez as duas Escrituras:
Os 2.11: “E farei cessar todo o seu gozo, as suas FESTAS, as suas luas novas, e os seus SÁBADOS, e todas as suas festividades”.

Col. 2.16: “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de FESTA, ou da lua nova, ou dos SÁBADOS”.

Ora, se os sábados são as mesmas festas anuais, ou se os sábados estão incluídos nessas festas, por que destaca-los das festas?

E nem se alegue aqui no caso a equivalência superlativo, absolutamente impossível, dada a interposição da expressão: “as suas luas novas” e “da lua nova” entre as palavras FESTAS e SÁBADOS.

A conclusão é potentíssima:
O termo plural SÁBADOS corresponde aos sábados semanais, “sombras das coisas futuras”.
No próprio Velho Testamento fui achar o emprego desse plural. “Estas são as solenidades do SENHOR... Além dos SÁBADOS do SENHOR...” (Lv 23.37-38). Ainda a locução plural “MEUS SÁBADOS”, oito vezes repetida em Ezequiel (20.12, 13, 16, 20, 21; 22.8, 26; 23.38), “SÁBADOS” (Ez 45.17; 46.3) sempre se referem ao sábado hebdomadário como, de resto, todos os sabatistas admitem e defendem.

Se nas passagens do Novo Testamento relacionadas acima onde se encontra o plural SÁBADOS ele quer dizer o sábado semanal, por que só em Cl 2.16 haveria de ser o tal sábado cerimonial das solenidades anuais?

Faltaria sentido! E semelhante argumento sabático revela desespero de causa!

Tanto em Os 2.11 como em Cl 2.16 deparamo-nos com a fórmula: “DIAS DE FESTA, LUAS NOVAS E SÁBADOS”.

Essa fórmula se refere aos dias santificados ANUAIS, MENSAIS e SEMANAIS.

Se em Lv 23 se distinguem as datas do calendário das solenidades com suas características específicas, em Nm 28 e 29 se prescrevem os pormenores rituais dos sacrifícios.

Além do holocausto diário de dois cordeiros, um de manhã e outro à tarde (cf. vvs. 3-4), nos sábados hebdomadários, “além do holocausto contínuo”, sacrificavam-se dois outros cordeiros como oferendas de manjares e libações (vvs. 9-10). “Holocausto é de cada SÁBADO, além do holocausto contínuo, e a sua libação” (v. 10).

Em Oséias 2.11: “E farei cessar todo o seu gozo, as suas FESTAS, as suas LUAS NOVAS, e os seus SÁBADOS, e todas as suas festividades.”, é o anúncio da abolição, da supressão, da extinção, do fim de todo o cerimonialismo judaico, incluindo o SÁBADO SEMANAL por se este também do conjunto das disposições cerimoniais do pacto das obras.

Em Jesus Cristo cumpriu-se a promessa ao ser na cruz cravada a “cédula”: “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de FESTA, ou da LUA NOVA, ou dos SÁBADOS” (Cl 2.16).

O sábado cerimonial, ou anual, já está incluído na expressão “dias de festas”, que são as festas anuais, “lua nova”, mensais e “sábados”, festa semanal. No versículo seguinte o apóstolo diz: “Que são sobras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo” (Cl 2.17). Isto é: são figuras das coisas futuras, que se cumpriram em Jesus. Foi por isso que Jesus afirmou ser o Senhor do sábado (Mc 2.28). “...ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas” (Hb 8.6).

Sábado, aqui, refere-se o dia semanal da lei judaica, portanto, ninguém vos julgue por isto. O sentido moral é a necessidade de se descansar um dia por semana, valendo para esse fim, qualquer deles. Sobre esta questão escreveu Paulo aos Romanos dizendo:

“Um faz diferença entre dia e dia, outro julga igual todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente” (Rm 14.5).

Paulo era um cristão emancipado quanto legalismo. Ele tanto se adaptou com os crentes judeus, como os gentios. Mas nem todos compreendiam esta maneira de pensar por falta de instrução ou debilidade de fé. Ele explica um faz diferença de dias, mas o outro julga ser igual cada dia. Por quê? Porque para Deus não faz diferença se guardarmos um dia ou outro para o Senhor, pois todos os dias de nossa vida devem ser para o Ele. Porém, nós cristãos preferimos ficar com Paulo e com os demais apóstolos de Cristo, que julgavam a lei apenas uma sobra das coisas futuras, conforme Hb 10.1 que diz: “Ora, visto que a lei tem sombra dos bens vindouros, não a imagem real das coisas, nunca jamais pode tornar perfeitos os ofertantes, com os mesmos sacrifícios que, ano após ano, perpetuamente, eles oferecem”.

Você será sempre aceito do mesmo modo como era o judeu ao guardar o sábado semanal de acordo com a lei, pois na atualidade, Deus deve ser adorado em espírito e em verdade, portanto, é agradável em qualquer nação e lugar que assim o adore.


Não há evidência na Bíblia de que o mandamento do sábado é parte da lei moral e universal. É parte da lei cerimonial dada a Israel. Este sábado é um símbolo destinado a lembrar a Israel a vinda do Messias.

Pr. Elias Ribas

A EXTINÇÃO DO SÁBADO





O profeta Oséias capítulo 2.11, prediz a abolição de todas as solenidades, incluindo, é evidente o sábado do Senhor Lv 23.3, por ser também cerimonial como as demais festas:

“E farei cessar todo o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas, e os seus sábados, e todas as suas solenidades”.

O anúncio profético de Oséias se cumpriu em Jesus Cristo e, por isso, no Novo Testamento se encontra um texto afim, isto é, sobre o mesmo assunto, do texto do profeta.

Com efeito, Paulo Apóstolo aos crentes de Colossos recomenda cuidado para que não se tornem presas dos pregadores de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo.

“Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos DIAS DE FESTAS, ou da LUA NOVA, ou dos SÁBADOS, Que são SOMBRAS DAS COISAS FUTURAS, mas o corpo é de Cristo” (Cl 2.16-17).

Estas Escrituras, a de Oséias e a de Paulo, a primeira anunciando a futura abolição do sábado e a segundo o fato consumado da extinção dele, merecem, por serem de suma importância, exame detido e pormenorizado.

Nossa pesquisa, destituída de qualquer juízo temerário e preconcebido, e com propósito de submissão incondicional à Vontade Soberana de nosso Deus.

Parte integrante do regime de sombras e das figuras do Velho Testamento, o sábado estava fadado a ser abolido com o aparecimento da Realidade em Jesus Cristo, porquanto a Nova Aliança em Jesus Cristo ultrapassa a Antiga Lei.

No contexto da vigência da Lei os judeus viviam debaixo da sombra dos bens futuros (cf. Hb 10.1). Ao consumar no calvário a obra objetiva da Redenção, Jesus Cristo, Luz do mundo, extinguiu todas as sombras e n’Ele se consumaram todas as figuras.

Extintas as sombras e consumadas as figuras, o sábado também caducou porque das sombras e das figuras faziam parte.

1.      Na Escritura de Oséias leio “SEUS SÁBADOS”.

Em outras passagens encontro o Senhor aludindo a esse dia da semana com o pronome possessivo na primeira pessoa: “MEUS sábados” (cf. Ex 31.13; Ez 20.12, 13, 16, 20, 21; 22.8, 26. 23.28). “MEUS sábados”, disse Deus, por serem eles “DO SENHOR” (cf. Lv 23.3; Dt 5.14).

O profeta Oséias, contudo, diz: “SEUS sábados”.
O pronome possessivo, embora em ambos os casos esteja no plural, encontra-se em diferentes pessoas. Por quê?

Será que ao dizer “MEUS sábados” Deus aludia ao sábado semanal e ao dizer Os 2.11 “SEUS sábados” se referia às festas anuais?

Estudando o hebraico o pronome MEUS e SEUS naquelas locuções não invalida a profecia de Os 2.11 quanto à abolição do sábado semanal.

Se o sábado é o SINAL de uma aliança, ou pacto entre Deus e o povo israelita atribui-se-lhe, logicamente, o aspecto de bilateralidade. Concerto ou aliança é um contrato. E todo o contrato é bilateral, isto é, exige o cumprimento de condições para ambas as partes concertantes ou contratantes e concede regalias a ambas também. Então a Aliança ou Concerto pertence a Deus e a Israel. É de Deus e do povo.

Quando alguém aluga uma casa faz com o locador (proprietário) um contrato (uma aliança) verbal ou escrito.

Nessa aliança há obrigações e direitos para as duas partes contratantes: o locador e o locatário.
O imóvel, de direito, continua propriedade do locador, mas, na vigência da locação, o inquilino considera a casa como sua, também de direito. Então, o proprietário, quando conversa com o seu inquilino ou com outra pessoa acerca daquele imóvel, pode dizer: MINHA casa e SUA casa.

Circunstância semelhante ocorre com o sábado hebdomadário, o “SINAL” entre Deus e o povo Israel. Era do Senhor e era dos judeus.

Em Lv 23 encontro o sábado semanal incluído entre as solenidades do Senhor: “estas são as MINHAS solenidades” (v. 2):

Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: As solenidades do SENHOR, que convocareis, serão santas convocações; estas são as minhas solenidades:” (v 2.)
O Sábado (v.3),
A páscoa (vv. 4-8),
As primícias (vv. 9-22),
A dos tabernáculos (vv. 24, 34-36, 39-43),
O dia da expiação (vv. 27-32).
E as festas anuais (vv. 4 ss).

Estas solenidades todas, inclusive o sábado semanal, nos vv. 4 e 37 são chamadas de “solenidades do Senhor”.

No v. 2 Deus designa todas as solenidades: o sábado semanal e as festas anuais com o pronome possessivo na primeira pessoa “MINHAS solenidades”.

Os sábados pré-figurativos (as festas anuais) foram também cognominadas por Deus de propriedade d’Ele, valendo-se da primeira pessoa no possessivo.

Se as festas anuais são prefigurativas e, portanto, cerimoniais, o sábado semanal também o é. Por conseguinte também ele é cerimonial e sujeito à caducidade, à abolição como sombra dentre as outras sombras ritualísticas judaicas.

Se o sábado semanal é uma prescrição moral da Lei e, por isso, não pode ser extinto, por ser em vários lugares das Escrituras chamado por Deus de “MEUS sábados”, teremos que admitir situação semelhante para os sábados SOLENES, o ano sabático e o ano jubileu.

Naquele tempo havia o sábado septenário e o sábado jubileu. Depois de seis anos consecutivos de trabalho o sétimo era de repouso total. E também depois de 49 anos de trabalho o quinquagésimo era de descanso completo.

Deveriam ser estes dois sábados (o septenário e o do jubileu) também prescrição moral porque também eram do Senhor, O sábado septenário era “um sábado do Senhor” (Lv. 25.2 e 4). O sábado cinquentenário também era do Senhor porque a Ele santificado (cf. Lv. 25: 10 e 12).

Nesse caso, deveríamos guardar para sermos coerente o sábado septenário e o sábado cinquentenário. Se o sábado hebdomadário [derivado do grego hebdómada = semana], por haver sido chamado por Deus de “MEUS sábados” é uma disposição moral da Lei eterna, o septenário e o cinquentenário de semelhante maneira o são.

Ora, os próprios respeitadores do sábado semanal admitem que o septenário e o cinquentenário foram abolidos. Portanto, a coerência nos leva a aceitar a extinção também do sábado hebdomadário.

No capítulo 26 de Levítico deparo as expressões alusivas ao sábado em três pessoas diferentes: primeira do singular, terceira e primeira do plural: “MEUS sábados” (v. 2); “SEUS sábados” (vv. 34 e 43) e “VOSSOS sábados” (v. 35).

Lendo os Evangelhos encontro Jesus a usar esta expressão: “MEU Pai e VOSSO Pai; MEU Deus e VOSSO Deus” (Jo 20.17).

Se os sábados chamados por Deus de “MEUS sábados” e os chamados por Os. 2.11 e Lv 26.34, 43 de “SEUS sábados” e “VOSSOS sábados” de Lv 26.35 são diferentes, isto é, essas locuções não designam o mesmo sábado semanal, aquele PAI mencionado por Jesus como “MEU Pai” é diferente do PAI também mencionado por Jesus com a locução de: “VOSSO Pai”.

Só porque mudou a pessoa do pronome possessivo, também mudou o PAI? Claro que não!

Quanto ao Templo encontro da mesma forma o emprego do pronome possessivo em diferentes pessoas. Em Is 56.7 Deus chama de “MINHA casa” e Jesus de: “VOSSA casa” (Mt 23.38). São, porventura, templos diferentes? Um de Deus e o outro dos judeus?

Igual circunstância ocorre com os sacrifícios. Em Nm 28.3, 6 encontro a menção de sacrifícios ofertas ao Senhor. Em Lv 10.13 encontro: “ofertas queimadas do Senhor“. Esses sacrifícios, essas ofertas, esses holocaustos, do Senhor, em Dt 12.6 são chamados de: “VOSSOS sacrifícios“. Em Is 42.23-24 são designados por “TEUS sacrifícios”.

Deixam de ser os mesmos sacrifícios, as mesmas ofertas, os mesmos holocaustos?

Em Lv 23.2 eu me deparo com a referência: “as MINHAS solenidades“ e em Is 1.14: “as VOSSAS solenidades“. Por acaso não são idênticas às solenidades?

A mudança de pessoa no pronome em todos esses exemplos não alterou em nada a unicidade do objeto. O Pai, o Templo, os sacrifícios e as solenidades são sempre os mesmos. Haveria de ocorrer mudança só no sábado?

Portanto, é evidente serem os mesmos os sábados mencionados por Os 2.11 com a locução “SEUS sábados” e por Ezequiel 20.12,13 com “MEUS sábados”. Neste caso, como nos outros aludidos, a alteração das pessoas do pronome possessivo não muda o objeto do assunto.

2. Alegar-se serem os sábados mencionados por Oséias e por Paulo nos textos em exame simplesmente alusivos às festas anuais, sem nada a ver com o sábado da semana é querer fechar os olhos à realidade da Revelação Divina.

Algumas considerações sensatas nos levarão à certeza de que aqueles sábados aludidos por Oséias e pelo Apóstolo são os sábados do descanso do sétimo dia e não os sábados, sinônimos das festas anuais.

A. No calendário israelita encontram-se varias festas anuais: a da páscoa em conjunto com a dos asmos, a das semanas ou das colheitas ou de pentecostes, a dos tabernáculos (as três maiores e mais solenes), a do dia da expiação (Yom Kippur), a da dedicação ou das luzes e a festa do Purim.

Essas festas duravam dias seguidos e é lógico que se incluía no seu decorrer o sábado semanal (cf. Lv 23.11, 15, 16). Cognominá-las de sábados anuais por esse motivo não tem sentido.

Ocorre, todavia, por parte dos guardadores do sábado o recurso a algumas versões portuguesas da Bíblia baseadas da Vulgata de Jerônimo que transliterou para o latim o SHABATH hebraico. Essas versões como a dos clérigos romanistas, a de Matos Soares e a de Figueiredo, em lugar de repouso, que seria a tradução certa de SHABATH, puseram sábado.

Figueiredo em Lv 23.24 onde se refere à festa de pentecostes, seguindo a Vulgata, simplesmente transliterou o SHABATH hebraico: “O sétimo mês, o primeiro dia do mês será para vós um SÁBADO e uma recordação”.

João Ferreira de Almeida, contudo, traz a versão correta “Fala aos filhos de Israel, dizendo: No mês sétimo, ao primeiro do mês, tereis DESCANSO, memorial com sonido de trombetas, santa convocação”.

Ainda, Lv 23.39 alude à festa dos tabernáculos e a simples transliteração de SHABATH serve de deturpação das Escrituras de Oséias e de Paulo: “...no dia quinze do sétimo mês...celebrareis as festas do Senhor...o primeiro e o oitavo dia vos será sábado”, é a tradução-transliteração do romanismo, sempre interessado em ocultar e, pior, deturpar a Revelação Divina.

Almeida foi coerente com a tradução: “no primeiro dia haverá DESCANSO, e no oitavo dia haverá DESCANSO.”, embora esse dia oitavo pudesse cair em qualquer dia da semana, não coincidindo assim com o sábado semanal.

Quanto ao dia anual da expiação procedem de igual maneira os interessados na sustentação do sábado semanal a ser observado como prescrição moral.

Do v. 32 de Lv 23, em Almeida a tradução é: ”Sábado de descanso vos será;”, sendo contudo esse dia o décimo do sétimo mês (v. 27).

Nada crucial seria se ele houvesse traduzido de verdade “descanso de descanso”, é uma força de expressão literária a repetição de um mesmo nome ou de uma forma abstrata em lugar de nome concreto, equivalente ao superlativo com na expressão bíblica “vaidade das vaidades”. “Descanso de descanso” significa repouso completo, absoluto, superlativo.

SHABATH SHABATON (=sábado do sábado, sábado do descanso, sábado sabático) de Êx 31.15; 35.2; Lv 16.31 significa absoluto repouso, descanso superlativo. É essa locução encontrada ainda em Lv 23 nos seguintes versículos: 3 (alusivo ao sábado semanal) e 32 (ao dia da expiação).

O recurso de transliteração de SHABATH, portanto, invalida a ambição de se considerarem sábados anuais as festas do calendário litúrgico israelita.

3. A palavra “SÁBADOS”, no plural, dos textos do profeta Oséias e do Apóstolo Paulo designa mesmo o sétimo dia da semana, que era cerimonial com já verificamos à luz das razões alinhadas.

Esses SÁBADOS de modo algum significam “sábados anuais” ou festas anuais, pelo fato de se encontrarem no plural.

E chegamos a esta conclusão mediante o argumento “ad hominem”, isto é, o argumento usado pelo próprio adversário.

Se a festa da páscoa é chamada de sábado anual, se a festa de pentecostes é chamada de sábado anual, se a festa dos tabernáculos é chamada de sábado anual, se a festa da expiação é chamada de sábado anual, esses sábados, sábados festivais anuais, são chamados de “FESTAS”, como, de resto, querem os próprios interessados na permanência do sábado semanal.

Então, à luz das próprias Escrituras são chamados “FESTAS”. Voltemos ao capítulo 23 de levítico, onde encontramos a confirmação de nossa assertiva.

Quanto á páscoa, no v. 6, diz: “E aos quinze dias deste mês é a FESTA dos pães ásmos do SENHOR...”.

Quanto à dos tabernáculos no v.34: “...Aos quinze dias deste mês sétimo será a FESTA dos tabernáculos ao SENHOR por sete dia”.

Nos vv. 2 e 37 todas as FESTAS antes mencionadas (páscoa, pentecostes, etc.) são chamadas “SOLENIDADES DO SENHOR”. “Estas são as solenidades do SENHOR, que apregoareis para santas convocações, para oferecer ao SENHOR oferta queimada, holocausto e oferta de alimentos, sacrifício e libações, cada qual em seu dia próprio” (v. 37).

Todo o ritualismo sublinha o aspecto das SOLENIDADES, sinônimo de FESTAS.

Aliás, os defensores do sábado semanal como disposição moral da Lei em caráter permanente, dizem que, sem se confundirem com os sábados semanais, os sábados festivais anuais estão incluídos nas “FESTAS” que os abrangem a todos.

Assim procedem para fugir do ensino de Oséias e de Paulo quanto à cessação do sábado semanal como prescrição moral, alegando que os sábados aludidos por esses escritores são as “festas” anuais dos israelitas, portanto, são os sábados cerimoniais.

Autor: Dr. Aníbal Pereira dos Reis. A GUARDA DO SÁBADO. Capítulo 6/24. Edições “Caminho de Damasco”. São Paulo, 1977.

SISTEMA SABÁTICO




I.  INTRODUÇÃO

Ao estudar o assunto de acordo com o Pentateuco e os profetas observa-se que o sábado era um sistema composto de várias facetas conforme Levítico 23.32: “Duma tarde a outra celebrais o vosso sábado”. Examinaremos a guarda deste mandamento à luz da evidência lógica e racional em duplo aspecto:

O sábado pode ser considerado preceito cerimonial também. Leviticos 23.2 e 3 informa que o sábado do sétimo dia é uma “solenidade”, considerada como “santa convocação” entre as festas fixas do SENHOR, no mesmo nível dos outros preceitos também cerimoniais, mas que os sabatistas não observam.

Diz o texto: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: As solenidades do SENHOR, que convocareis, serão santas convocações; estas são as minhas solenidades: Seis dias trabalho se fará, mas o sétimo dia será o sábado do descanso, santa convocação; nenhum trabalho fareis; sábado do SENHOR é em todas as vossas habitações.

O que é mais importante na Lei: Guardar o sábado ou ser santo por que Deus é Santo? (Lv 19.2).
Antes que torçam o sentido da pergunta acima, a “santidade” advém porque Deus é santo, não porque eu guardo o sábado e isto me tornaria santo. A parte mais importante da lei, no entanto, não é o decálogo, ao qual os sabatistas chamam lei moral.

Nenhum dos dois mandamentos de Mateus 22.35-40 proferidos por Jesus se acha no decálogo.
O primeiro está em Deuteronômio 6.5 e o segundo, em Levítico 19.18.
Jesus afirmou que toda a lei dependia desses dois mandamentos!
Não há outro mandamento maior do que estes (Marcos 12.31).

1.  Aspecto cerimonial.
Lei cerimonial é aquela que impõe e disciplina as cerimônias e rituais do culto judaico, como a circuncisão, a páscoa, o pentecoste, as primícias, as luas novas e o sábado de descanso.

Os sabatistas afirmam que a lei que Cristo aboliu e cravou na cruz, deixou de existir ou perdeu seu valor, foi a lei por eles denominada “cerimonial”, inclusa entre as leis constantes de Levítico, o manual de santidade do ritual judaico. Esse livro que regulamenta todo o cerimonialismo do culto judaico dos tempos da vigência da lei.

A celebração do sábado semanal deve ser efetuada duma tarde até a outra tarde, os judeus começam a celebrar o sábado às 18 horas da sexta-feira e encerram a celebração às 18 horas de sábado, e este ritual é obedecido até hoje pelos sabatistas. Não podemos condená-los porque estão dentro do figurino judaico conforme Levítico 23.32.

2.    Aspecto temporal.

À respeito do início e encerramento da celebração do sábado semanal observamos o seguinte:
Todo o território do reino de Israel na época das doze tribos sob o governo de Davi, era de apenas 29.250 Km².

A guarda do sábado semanal era de fato aplicável e lógica a Israel porque além de ser um sinal eterno entre Israel e Deus (Êx 31.16-17), era cem por cento aplicável à sua vida nacional de acordo com o mandamento regulamentador de Levítico 23.32, devido a esse pequeno território ter apenas um fuso horário.

Mas hoje, à semelhança do Brasil, em que, legalmente, há três fusos horários, embora, a rigor, haja mais que isso como é possível, observar a guarda do sábado semanal de acordo com Levítico 23.32, a saber, das 18 horas de sexta-feira às 18 horas de sábado, para que todos a celebram ao mesmo tempo.

II. AS FESTAS SOLENES DO SENHOR

Ao estudar o assunto de acordo com o Pentateuco e os profetas, observa-se, que o sábado era um sistema composto de várias facetas e não apenas um dia de 24 horas, e que encerrava um o cerimonial relativo ao culto hebraico.

Cada um respeitará a sua mãe e o seu pai e guardará os meus sábados. Eu sou o SENHOR, vosso Deus” (Levítico 19.3).

“Tu, pois, falarás aos filhos de Israel e lhes dirás: Certamente, guardareis os meus sábados; pois é sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para que saibais que eu sou o SENHOR, que vos santifica (Êxodo 31.13).

“Guardareis os meus sábados e reverenciareis o meu santuário. Eu sou o SENHOR” (Levítico 19.30).

“Porque assim diz o SENHOR: Aos eunucos que guardam os meus sábados, escolhem aquilo que me agrada e abraçam a minha aliança, Isaías” (56.4).

“Cada um respeitará a sua mãe e pai e guardará os meus sábados” (Lv 19.3, 31). “Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: As festas fixas do SENHOR, que proclamareis, serão santas convocações; são estas as minhas festas” (Lv 23.2).

Ao observarmos os cuidados de Deus com Israel, notamos que essas solenidades se encontram discriminadas em Levítico capítulo 23 e 25.

Aqui temos a realidade do sistema sabático, que consiste do pleno sinal entre Deus e Israel (Êx 31.18), pois, segundo a lei, tal sinal não consistia apenas do sétimo dia da semana como acima estudado e sim de vários outros sábados que figuravam como elos duma corrente, com seu fechamento conclusivo, e como tais são referidos no plural, nada menos de 17 vezes na lei e nos profetas. Devemos notar que estão no plural “Os Meus sábados”.

Dias como Yom Kippur e Rosh HaShanna são um shabat no qual Deus ordena que o povo israelita cesse de todo o trabalho e se reúna para esperar Nele e adorá-lo. Até mesmo os primeiros dias da semana da Páscoa e Tabernáculo são os sábados cerimoniais. As festas do Shabat é a convocação santa mais falada no Velho Testamento. Até os dias de hoje, os judeus consideram o Yom Kippur, o dia mais santo do ano para o povo judeu, o shabat de todos os shabats.

1.      O Sábado com sentido cerimonial.

São vários os tipos de sábados legais no sistema mosaico, e estão vinculados ao sistema cerimonial do culto judaico; era sempre um dia especial destinado ao repouso do povo ou da terra, para que se dedicassem plenamente ao culto do sistema sacrificial judaico. Todo o sistema sabático, e não apenas o sétimo dia da semana, constituía um sinal entre Deus e Israel, porque não fora outorgado senão unicamente ao povo descendente de Abraão (Gn 17.9-14) e de todas as promessas feitas por Deus a ele (Êx 12.43-48; 31.12-18).

O sábado era um sinal, como o foi a circuncisão, entre Deus e os filhos de Israel, assim como o arco era um sinal do pacto com Noé. Vejam a similitude que há nessas ordenanças:

Arco: “Este é o sinal da aliança que ponho entre mim e vós, e entre toda a alma vivente, que está convosco, por gerações eternas... será por sinal entre mim e a terra” (Gn 9.12-13).

Circuncisão: “Esta é a minha aliança, que guardareis entre mim e vós, e a tua descendência depois de ti... e circundareis a carne do vosso prepúcio, e isto será por sinal da aliança entre mim e vós. E o homem incircunciso... será extirpado do seu povo” (Gn 17.10, 11, 13).

Sábado: “Tu, pois, fala aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis meus sábados, porquanto isso é um sinal entre mim e vós nas vossas gerações, para que saibais que eu sou o Senhor, que vos santifica. Portanto, guardareis o sábado... aquele que o profanar, certamente morrerá” (Êx 31.13-14).

A instituição do sábado está associada à lembrança da libertação da escravidão egípcia (Dt 5.15; Ez 20.10-20).

Com essas características, guardar o sábado seria até um mandamento inferior porque, infringindo qualquer um dos outros, a consciência do infrator ficava ferida, devido ao valor moral que todos encerram em si. Enquanto, que, infringindo a guarda do sábado (o 4º mandamento), perturbava apenas a mente do judeu que estava sujeito à sua observância, por constar esse preceito do concerto mosaico que lhe fora imposto. Se o leitor consciente quer fazer uma experiência pessoal daquilo que afirmamos, tente adorar um ídolo, profanar o nome de Deus, adulterar, ou jurar falso, caluniar, roubar, matar, insurgir-se contra seu pai e sua mãe e verá como lhe sobrevirão de imediato sérios problemas de consciência, que perdurarão até que você, arrependido, repare o erro que cometeu, confesse o pecado a Deus, e abandone a prática má. Só então receberá o perdão de Deus (Pv 28.13). Mas se você não guardar o sábado nem qualquer outro reservado para o repouso, quando muito, depois de passar algum tempo, sentirá cansaço físico e indisposição orgânica; nunca, porém, a consciência a condenará, porque ela jamais ficará ferida por você não guardar o sétimo dia. No entanto, você poderá repor-se fisicamente qualquer dia da semana, sem nenhum prejuízo de consciência, porque para tal repouso qualquer dia serve, bem como para adoração a Deus. Você será sempre aceito do mesmo modo como era o judeu ao guardar o sábado semanal de acordo com a lei, pois na atualidade, Deus quer e deve ser adorado em espírito e em verdade. Portanto, lhe é agradável aquele que em qualquer nação e lugar assim o adore (Jo 4.23-24).

Deus estabeleceu exatamente 7 Festas para serem comemoradas anualmente por Israel: 3 no primeiro mês (= Páscoa, Pães Asmos e Primícias); 3 no 7.º mês (=Trombetas, Dia da Expiação e Tabernáculos) e uma no meio (= Pentecostes).

A.    O SÁBADO DO SENHOR

Em Lv 23 encontro o sábado semanal incluído entre as solenidades do Senhor: “estas são as MINHAS solenidades” (v. 2).

“Seis dias trabalhareis, mas o sétimo será o sábado do descanso solene, santa convocação; nenhuma obra fareis; é sábado do SENHOR em todas as vossas moradas” (Lv 23.3).

A cada 7.º dia, os judeus guardavam um dia de descanso o Sábado. O Sábado que é a plenitude da semana de trabalho que o homem israelita fazia de sol a sol; esse descanso servia para repousar e dar ao corpo a oportunidade de se refazer do cansaço, e era usado com dupla finalidade:
a) Para o repouso semanal físico.
b) Para a celebração do complexo sistema sacrificial judaico.

Ao contrário do judeu, que tem o dever contratual de guardar o sétimo dia da semana, os gentios, podem guardar qualquer dia da semana com o mesmo proveito!

É notável a inclusão do sábado semanal (v. 3) entre as solenidades cerimoniais. Solenidades sombras e figuras da Verdadeira Realidade. E entre as sombras e figuras, já na instituição das solenidades, o sábado é incluído como pré-figurativo.

Estas solenidades todas, inclusive o sábado semanal, nos vv. 3 e 37 são chamadas de “solenidades do Senhor”.

No v. 2 Deus designa todas as solenidades: o sábado semanal e as festas anuais com o pronome possessivo na primeira pessoa “MINHAS solenidades”.

Os sábados pré-figurativos (as festas anuais) foram também cognominadas por Deus de propriedade d’Ele, valendo-se da primeira pessoa no possessivo.

Se as festas anuais são pré-figurativas e, portanto, cerimoniais, o sábado semanal também o é. Por conseguinte também ele é cerimonial e sujeito à caducidade, à abolição como sombra dentre as outras sombras ritualística judaica.

A guarda do sábado era o quarto mandamento do decálogo. Das festas solenes que constituía, o sábado era mencionado em primeiro lugar para as festas mensais e anuais, servindo assim de introdução à enumeração das festas em geral. O sétimo dia ocupava o primeiro lugar entre estas ordenanças de Deus.

B.     O SÁBADO PASCAL SEGUIDO À FESTA DOS PÃES ASMOS

“São estas as festas do Senhor, as santas convocações, que proclameis no seu tempo determinado. No mês primeiro, aos catorze do mês, no crepúsculo da tarde, é páscoa do Senhor.” (Lv 23.4-5).

Este sábado era o primeiro da série e consistia do cerimonial descrito em Êxodo 12, que era uma ordenança permanente para Israel, enquanto se mantivesse sob o regime da lei. A Páscoa era celebrada no dia 14 do mês Nisã.

A festa do sábado pascal durava sete dias. Os hebreus cultuavam o Senhor e ofereciam ofertas queimadas, e ao sétimo dia haveria a santa convocação para todos os israelitas.

Ao cumprir o ritual estabelecido por Deus, na lei dos sábados, apenas o dia de repouso e não cumprir a lei sabatina, que diz serem sete dias, falha no comprimento da lei do Senhor.

Mas, nada temos a ver com o sábado-pascal, atualmente celebrados também pelos católicos romanos, quando comem apenas cereais, ao invés de celebrarem com carne de cordeiro assado, como determina a lei, evidenciando, com isso, a falsidade do sistema adotado; mas alguns fariseus dos dias atuais fazem pior; esquecem voluntariamente a determinação da lei sobre o sábado-pascal, limitando-se falsamente ao sábado semanal.

As duas primeiras festas (= Páscoa junto com os Pães Asmos) duravam 7 dias e a última (= dos Tabernáculos), também durava 7 dias.

E aos quinze dias deste mês é festa dos pães asmos do Senhor: sete dias comemorareis pães asmos. No sétimo dia tereis santa convocação; nenhuma obra servil fareis. Mas sete dias oferecereis oferta queimada ao Senhor; ao sétimo dia, haverá santa convocação” (Lv 23.6-8).

Esta festa guardava-se separada da Páscoa, apesar de estas festas terem intima conexão uma com a outra. A festa dos pães asmos era comemorada no dia 15 do mês Nisã, e continuava durante sete dias. Juntas formavam uma festividade dupla. Nos dias de Jesus, as festas da páscoa e dos pães Asmos já eram comemoradas como uma só (Mc 14.1, 12; Lc 22.1).

C.    O SÁBADO DAS PRIMÍCIAS

“Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando entrares na terra, que vos dou, e segares a sua messe, então, trareis um molho das primícias da vossa messe ao sacerdote; Este moverá o molho perante o Senhor, para que sejais aceitos. No dia imediato ao sábado, o sacerdote o moverá. No dia em que moverdes o molho oferecereis um cordeiro sem defeito, de um ano, em holocausto ao Senhor” (Lv 23.10-12).

Os israelitas sempre que faziam à colheita traziam um molho para ofertar ao Senhor, no dia de sábado, e no dia seguinte ou imediato como diz o verso doze, traziam um cordeiro sem defeito para oferecer ao Senhor Deus. Que acontece a quem cumpre parte das cerimônias guardando apenas o sábado? O apóstolo São Tiago 2.10 diz em sua carta: “Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos”.

D.    O SÁBADO DO PENTECOSTES

7 semanas após a festa da Páscoa, havia a festa de Pentecostes (= ou festa das semanas), e mais um descanso. A palavra “Pentecostes” significa “QUINQUAGÉSIMO”, ou 50.º.

Pentecoste, que é a palavra grega usada no N.T., e que significa justamente “cinqüenta dias”, ou seja, sete semanas após a festa da páscoa e das primícias, era o dia do oferecimento dos molhos das primícias dos frutos da colheita israelita. Este sábado festivo era aquele que caía, pelo calendário judaico, sete semanas depois da comemoração do sábado-pascal (Levítico 23.15-25).

E.     O SÁBADO DA EXPIAÇÃO - A FESTA DOS TABERNÁCULOS - Lv 23.27-44.

Expiação:
“Mas, aos dez deste mês sétimo, será o dia da expiação; tereis santa convocação e afligireis a vossa alma; trareis oferta queimada ao Senhor. Toda alma que, nesse dia, se não afligir será eliminada do seu povo. Sábado de descanso solene vos será; então, afligireis a vossa alma; aos nove do mês, de uma tarde a outra, celebrareis o vosso sábado” (Lv 23.27-32).

Aqui há um resumo da descrição do Dia da Expiação, que agora completava a lista de festas de “descanso solene” (v. 3, cf 16.1-10). A festa da Expiação e a festa dos Tabernáculos também eram comemoradas juntas.

Consistia do dia da expiação nacional judaica, celebrado no décimo dia do sétimo mês do ano. “Aos dez dias deste mês sétimo é o dia da expiação”.

O Dia Expiação era mais propriamente um dia de jejum do que uma festa e assim é chamado no Novo Testamento (At 27.9).

Muito do simbolismo do Dia da Expiação é aplicado a Cristo pela epístola aos Hebreus. Muitas das funções do sacerdócio de Jesus são descritas nos termos do ritual do Antigo Testamento.

Tabernáculo:
“Fala aos filhos de Israel, dizendo: Aos quinze dias deste mês sétimo, será a Festa dos Tabernáculos ao Senhor, por sete dias. Sete dias oferecereis ofertas queimadas ao Senhor; ao dia oitavo, tereis santa convocação e oferecereis ofertas queimadas ao Senhor; é reunião solene, nenhuma obra servil fareis. Fala aos filhos de Israel, dizendo: Aos quinze dias deste mês sétimo, será a Festa dos Tabernáculos ao SENHOR, por sete dias. Ao primeiro dia, haverá santa convocação; nenhuma obra servil fareis. Sete dias oferecereis ofertas queimadas ao SENHOR; ao dia oitavo, tereis santa convocação e oferecereis” (Lv 23.34, 36).

Nos tempos do AT, DEUS ordenou que, cada sétimo ano, na festa dos Tabernáculos, todos os israelitas se reunissem para a leitura pública da lei de Moisés (Dt 31.9-13). O exemplo mais patente desse elemento do culto no AT, surgiu no tempo de Esdras e Neemias (8.1-12). A leitura das Escrituras passou a ser uma parte regular do culto da sinagoga no sábado (ver Lc 4.16-19; At 13.15). Semelhantemente, quando os crentes do NT reuniam-se para o culto, também ouviam a leitura da Palavra de DEUS (1ª Tm 4.13; cf. Cl 4.16; 1ª Ts 5.27) juntamente com ensinamento, pregação e exortação baseados nela (1ª Tm 4.13; 2ª Tm 4.2; cf. At 19.8-10; 20.7).

Comemorava a jornada dos israelitas pelo deserto depois da saída do Egito. Exigia-se que os israelitas viessem por sete dias em cabanas a festa das colheitas, uma vez que vinham no final da sega.

Na Festa dos Tabernáculos os judeus se reuniam no sétimo mês para participar desta festa, pois eram sete dias de oferendas ao Senhor, sem fazer trabalho algum. A Festa dos Tabernáculos era um estatuto perpétuo, conforme v. 41, que diz: “Celebrareis esta festa ao Senhor, por sete dias cada ano; é estatuto perpétuo pelas vossas gerações; no mês sétimo, a celebrareis”.

O que chama atenção, é que o Senhor Deus outorgou para os hebreus, um estatuto perpétuo; e os observadores do sábado devem também seguir este mandamento, que também é perpétuo!

Observe o que diz o versículo 38: “Além dos sábados do Senhor” O Senhor Deus está falando no plural além “dos sábados”; isto mostra que havia mais de um sábado. Mas, guardar só o sábado do descanso e esquecer-se dos outros, estamos pecando perante o Senhor? Note que no verso 29 o Senhor diz; “... que a alma que não afligir, ou seja, que não fizer conforme seu mandamento será eliminado. E no versículo 30 diz: “a esse destruirei do meio do Meu povo”.

Se alguém guarda apenas o sábado de descanso, pois também deve guardar todo o cerimonial sabático ou estará pecando contra a “lei judaica”. E se este pecar diz o Senhor: “a esse destruirei”.

F.     O SÁBADO ANUAL

“Seis anos semearás o teu campo, e seis anos podarás a tua vinha, e colherás os teus seus frutos. Porém, no sétimo ano, haverá sábado de descanso solene para a terra, um sábado ao Senhor; não semearás o teu campo, nem podarás a tua vinha” (Lv 25.1-7).

A cada 7 anos, havia o ano sabático, quando a terra ficava de descanso. Nenhuma semeadura, nem colheita ou poda de vinhedos. Deus prometia dar bastante no 6.º ano, que sobrava para o 7.º, e todos descansavam durante um ano.

Este sábado tinha, além do descanso físico e das funções religiosas, também a prática do descanso dado a Terra. Todo o agricultor que é cumpridor do sábado deve cumprir também esta lei, se não fizer assim estará infringindo a lei do Senhor, ou seja, segundo seus ensinamentos, estará pecando contra o Senhor.

G.    POR FIM HAVIA O ANO SABÁTICO DO JUBILEU LV 25.8-13.

A cada 49 anos (7 x 7), havia o ano do Jubileu, após o 7.º ano sabático. Isto significava dois anos seguidos de descanso.

Pois, também fazia parte das festas solenes dos judeus. Com este ano, culminava o sistema sabático legal, pois nele, além das comemorações litúrgicas segundo a lei, também havia outras coisas notáveis.

1        O escravo era alforriado (Lv 25.25).
2        O antigo dono voltava possuir a propriedade que vendera e não pudera resgatar (Lv 25.13-18).
3        A terra tinha mais um repouso (Lv 25.19-22).
4        A nação como um todo também repousava (Lv 25.8-34).

III. O NÚMERO DO SÁBADO ENVOLVIA, COMO SISTEMA, TODA A VIDA RELIGIOSA E SOCIAL DO POVO JUDEU

1        Na consagração sacerdotal, o sangue era aspergido sete vezes (Lv 8.10-11).

2        O sacerdote consagrado era obrigado a permanecer sete dias completos no santuário (Lv 8.33-35).

3        A mulher que dava à luz a um filho ficava sete dias separada (Lv 12).

4        O judeu suspeito de lepra era encerrado pelo sacerdote sete dias (Lv 13.4, 21, 31, 33, 34).

5        Para a purificação da lepra era necessário a aspersão de água lustral sete vezes, e, depois, o ex-leproso ainda ficava sete dias fora da própria tenda (Lv 14.5-9).

6        A purificação do sumo sacerdote implicava na aspersão do sangue sete vezes diante do propiciatório (Lv 16.1-14), etc.

7        Nas duas primeiras festas eram sacrificados 14 cordeiros (7 + 7) diariamente; no Pentecostes 7 cordeiros eram sacrificados; na 7.ª festa (= dos Tabernáculos), eram sacrificados 98 cordeiros (7 + 7 x 7), 70 novilhos (10 x 7), 14 carneiros (7 + 7) e 7 bodes. Observe que tudo segue o padrão 7.

De todas as festas, a dos Tabernáculos mais se destacava, pelo fato de ser a festa do descanso sabático. Observem bem: Essa festa era a 7.ª, durava 7 dias e acontecia no 7.º mês. Nos próximos capítulos estudaremos detalhadamente a profecia oculta nessas 7 festas.


Esses exemplos são mais que suficientes para evidenciar serem os sabatistas os maiores transgressores da lei, em todos os tempos, desde que existem, pois se dizem guardadores do Decálogo e, especialmente, o 4º mandamento, ou seja, do sétimo dia da semana, mas desprezam todo o sistema sabático legal que foi dado como sinal eterno entre Deus e Israel, sendo, portanto, obrigatório a todo aquele que se submete à guarda da lei, inclusive, assim, aos sabatistas. Dizendo-se guardadores da lei e do sábado, por considerá-lo o sinal entre Deus e Israel, e desprezando nada menos de noventa e nove por cento do sistema sabático a que Israel, por dever, se submete ainda hoje, os sabatistas se tornaram perturbadores do Evangelho de Cristo e da graça já caíram (Gl 1.6).

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC