TEOLOGIA EM FOCO

sexta-feira, 24 de abril de 2020

COMO SER VENCEDOR EM TEMPO DE CRISE




2º Crônicas 7.12-16 “E o Senhor apareceu de noite a Salomão, e disse-lhe: Ouvi a tua oração, e escolhi para mim este lugar para casa de sacrifício. 13 - Se eu fechar os céus, e não houver chuva; ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra; ou se enviar a peste entre o meu povo; 14 - E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. 15 - Agora estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos à oração deste lugar. 16 - Porque agora escolhi e santifiquei esta casa, para que o meu nome esteja nela perpetuamente; e nela estarão fixos os meus olhos e o meu coração todos os dias. Deus está falando do seu povo, um povo que o conhece e que sabe o Seu nome, Ele não está falando de um povo que o chama “o cara lá de cima, o homem lá de cima ou aqueles que o chama de João, Maria, Aparecida, Pedro, Paulo, Jeremias ou outro qualquer”.

ESBOÇO DE 2º Crônicas 7
1. Deus dá testemunho da oração de Salomão (vs. 1-3).
2. Sacrifícios de Salomão (vs. 4-11).
3. Deus aparece para Salomão (vs. 12-22).

INTRODUÇÃO.
- Deus está falando de um povo que o chama de Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, um povo que o chama de o Criador, o Provedor, o Todo Poderoso, o Grande Eu Sou, o único Senhor, o Senhor dos senhores, o Rei dos reis, o povo que o chama de Papai. Ele está falando para o seu povo, povo este que tem o privilégio de ser um povo escolhido e separado por Ele, um povo que tem a missão de anunciar as grandezas daquele que o chamou das trevas para a sua maravilhosa luz (1ª Pd 2.9).

- Este grande versículo, o mais conhecido de todo o fino das Crônicas, expressa mais do que qualquer outra passagem das Escrituras, as exigências divinas para uma bênção nacional, quer na terra de Salomão, na de Esdras, ou em nossa própria. Aqueles que creem devem abandonar seus pecados, abandonar a vida que se centraliza no ego e submeter-se à Palavra e vontade de Deus. Então, e somente então, os céus enviarão o reavivamento.

- Este povo no Brasil é um povo grande, só que o Brasil é um país ferido, ferido pela violência, pela tragédia, pelas drogas, ferido pela pedofilia, pela prostituição, ferido pela corrupção, pelo materialismo, ferido pelo preconceito, pela fome, pela miséria, pelas epidemias, ferido pela feitiçaria, pela idolatria, ferido pela incredulidade (Jr 23.10).

I. O SIGNIFICADO CRISE

1. Origem da palavra crise.
A palavra grega krísis era usada pelos médicos antigos com um sentido particular. Quando o doente, depois de medicado, entrava em crise, era sinal de que haveria um desfecho: a cura ou a morte. Crise significa separação, decisão, definição.

O substantivo crise vem latim crisis, “momento de decisão, de mudança súbita, crise usado especialmente acepção medicina.

A palavra crise vem do grego κρίσις que significa primeiramente “decisão, determinação, julgamento”, mas poderíamos pensar crise como “separação, passagem estreita, afastamento”. “A palavra crise é da mesma origem a palavra “crivo” que separa o duto de água em jatos menores. O crivo separa. Na peneira estão os bons e os que não devem continuar. Ao peneirar é feita a separação. Quem é bom fica, quem não deve ficar é lançado fora. Assim é a crise que estamos vivendo. Ficará quem for bom”.

“Crise” é realmente um momento de mudança. Pode não saber bem, pode custar, mas é sempre necessária para haver um reajustamento, neste caso social. As coisas têm de mudar... Se não mudam, há uma crise. Até a terra tem de se ajustar, daí os sismos.
Crise é um ponto de partida... De fazer algo, seguir nova direção.

Do grego krísiseōs, “ação ou faculdade de distinguir, decisão”, por extensão, “momento decisivo, difícil”, derivação do verbo grego krínō, “separar, decidir, julgar”.

II. ALIANÇA DE DEUS COM SALOMÃO

1. Deus aparece a Salomão.
- Este é um dos versículos mais conhecidos da Escritura Sagrada, foi dito pelo próprio Deus a Salomão quando este acabou de construir o templo de Jerusalém.

- A construção do templo era um sonho de Davi e que Deus não permitiu construir, dando a seu filho Salomão este privilégio e responsabilidade.

2ª Cr 7.11-12: “Assim, Salomão acabou a Casa do SENHOR e a casa do rei; tudo quanto Salomão intentou fazer na Casa do SENHOR e na sua casa, prosperamente o efetuou. 12 - De noite, apareceu o SENHOR a Salomão e lhe disse: Ouvi a tua oração e escolhi para mim este lugar para casa do sacrifício.”

- Agora observe que este versículo tão famoso da Bíblia vem amarrado com uma advertência:

1ª Cr 7.13 “Se eu cerrar os céus de modo que não haja chuva, ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra, ou se enviar a peste entre o meu povo;”

- O templo era uma bênção e um marco na história da vida de Israel como nação importante e fiel a Deus, no entanto, jamais seria garantia de tratamentos privilegiados da parte de Deus.

Toda garantia estaria vinculada à obediência aos mandamentos e mandatos de Deus.

Os vários pedidos mencionados na oração de Salomão – 6.14-42 – encontram suas respostas aqui em 2ª Crônicas 7.13-15, especialmente àqueles relevantes para o público pós-exílio do cronista.

2. A aliança de Deus com Salomão.
- Essa era a segunda vez que Deus tinha se manifestado para Salomão. Deus deu, uma resposta à oração de Salomão prometendo bênçãos pela obediência, mas também advertiu acerca das calamidades decorrentes da desobediência.

- Esses dois temas se referiam diretamente aos primeiros leitores que haviam sofrido as consequências da transgressão ostensiva da aliança por Israel.

- Era preciso que mantivessem suas esperanças voltadas para a fidelidade do seu Deus que havia santificado o templo por meio de sua presença.

É verdade que o governo dos descendentes de Davi sobre Israel dependia de sua fidelidade à Torá (2.2-4; 8.25). No entanto, mesmo que os filhos de Davi fossem exilados, sua dinastia não seria rejeitada (2ª Sm 7.14-17).

- No verso 14, há uma promessa especial de Deus de forma condicional, muito utilizada por todos os que atualmente fazem grandes campanhas de orações, principalmente para terem suas regiões – vilarejos, cidades, estados, países – conquistadas para Deus.

- Naquela situação, em especial, Deus prometeu que a nação receberia alívio das dificuldades causadas pelo pecado se o povo se voltasse para ele numa atitude de humildade e oração.

Dentro desse parâmetro geral, Deus manteve a prerrogativa de abençoar a quem lhe aprouvesse. Essa promessa divina se aplicava diretamente à situação pós-exílio.

- O alívio das privações enfrentadas pela comunidade restaurada viria somente se os exilados que haviam regressado cumprissem essas condições.

- Vários dos acontecimentos ocorridos no reino dividido e reunificado trazem à memória os princípios dessa passagem (12.6-7,12; 13.14; 14.8-15; 18.31; 20.12,15; 30.18-20; 32.20; 33.12-13).

3. Deus é amor, mas também é justiça.
- Ele tem o direito de abençoar e também de retirar a sua benção. Se o povo se desviasse do caminho do Senhor ele iria cerrar os céus, enviar os gafanhotos e as pestes. Podemos lembrar do coração duro de Faraó que só foi amolecido quando as consequências (pragas) atingiram sua cidade, seu povo e especialmente sua família.

- Deus aqui vai ensinar a Salomão o que eles devem fazer para se reconciliarem quando as consequências do pecado começarem a atingir a nação de Israel.

III. QUEM SOMOS

1. E se o meu povo, que se chama pelo meu nome.
- Em primeiro lugar Deus diz para quem é a promessa do versículo, ou seja, o povo de Deus. Você deve ser chamado de povo de Deus, por direito.

- No Antigo Testamento, em virtude da eleição divina (Dt 7.6ss; Is 48.12) e da aliança (Êx 24.1-11), Israel se compreende como Povo de Deus (Dt 29.12; Jr 7.23), povo santo, povo consagrado a Deus (Dt 7.6; 14.2; Êx 19.6), sua propriedade (Êx 19.5), seu filho (Êx 4.22), sua esposa (Os 2.4; Jr 2.2), reino de sacerdotes (Êx 19.6), povo mediador e testemunho para os outros povos (Is 44.8; Gn 12.3). Israel é o Povo; os outros povos são nações estrangeiras. Na sua história, Israel vive a expectativa de uma nova aliança (Jr 31.31; Ez 37.26) e dessa nova aliança nascerá um novo povo (Is 2.2; Jr 4.2) e sobre este povo Deus infundirá o seu espírito (Ez 36.27).

- A nova aliança, prometida e esperada pelo povo de Israel, se realiza no sangue de Cristo (1ª Co 11.25). Os fiéis a Cristo, regenerados pela Palavra de Deus viva e eterna (1ª Pd 1.23), não da carne, mas da água e do Espírito (Jo 3.5-6).

- O povo de Deus é “a raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo adquirido por Deus, para proclamar as obras maravilhosas daquele que chamou das trevas para a sua luz maravilhosa” (1ª Pd 2.9).

João 1.12 “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome.”

Somos o povo de Deus e carregamos o poderoso nome do Senhor Jesus. O nosso Deus é Aquele que tem poder em seu nome (Atos 4.12).

A Igreja precisa conhecer a si mesma. Cada cristão deve saber qual o seu papel no Reino de Deus e exercer sua missão de sal da terra e luz do mundo.

IV. DESOBEDIÊNCIA, A CAUSA DA MALDIÇÃO

“Se eu fechar os céus, e não houver chuva; ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra; ou se enviar a peste entre o meu povo.”

- No Antigo Testamento existem muitas promessas para Israel como também existem muitas advertências, as quais não podem ser desprezadas pela igreja, pois são princípios universais (Dt 27 e 28), mesmo que tenham sido direcionadas exclusivamente aos israelitas. Tanto a bênção quanto a maldição sempre fizeram parte daquela nação.

- Quando Israel firmou a aliança com Deus logo ficou ciente das condições que garantiriam a autenticidade deste acordo. As bênçãos estavam condicionadas a observância a voz do Senhor (Êx 15.26; 19.5; Lv 26.14-39; Dt 28.1), mas também dependeriam do correto relacionamento com Deus.
- No livro de Levítico 26.1-46, o Senhor Deus trata da bênção para a obediência e maldição para a desobediência, quando faz a aliança com Israel no Sinai. As bênçãos eram demonstradas em uma lista, seguidas de outra lista de punições que condenavam a rebeldia e a desobediência de Israel. A lista das maldições era tipicamente longa, seguindo o padrão adotado na época. Nessa aliança, Yhwh e Seu povo tinham feito votos de felicidade e de lealdade, um para com o outro.

- O castigo seria para o bem do Seu povo, porque produziria o resultado almejado: o verdadeiro arrependimento e a consequente volta às benções a Yhwh.

1. Consequências da desobediência de Israel (Dt 28).
1.1. A obediência resulta em maravilhosas bênçãos.
• Chuvas e colheitas fartas (vs. 1-5).
• Paz (vs. 6-10).
• Presença de Deus (vs. 11-13).

1.2. A desobediência resulta em desastrosas maldições.
• Doenças, escassez e fracassos (vs. 14-17).
• Seca e colheitas magras (vs. 18-20).
• Presença de predadores (vs. 21-22).
• Sufoco pela pilhagem de pessoas cruéis (vs. 23-26).
• Despejo ou deportação (vs. 27-39).
- Deuteronômio vinte e oito, fala sobre as bênçãos de ser obediente, esta palavra foi proferida ao povo de Israel. Se o povo obedecesse a Deus seriam exaltados entre as nações e a benção de Deus acompanharia todas as áreas da vida daquele povo.
Em Deuteronômio 28 encontramos quatorze versículos que apresentam as promessas de bênçãos e cinquenta e quatro alertam quanto a maldição pela desobediência (Dt 28.1-68).

• 1º grupo: Escassez, esterilidade, perdas, seca, derrota nas batalhas, opressão, escárnio, loucura, medo, adversidade, calamidade, vulnerabilidade, céu de bronze (fim das bênçãos espirituais), terra de ferro (fim das bênçãos materiais) e cegueira espiritual (15-31).

• 2º grupo: Cativeiro em terras estranhas (32-37). Seriam levados todos, inclusive o rei posto sobre eles (Jr 52.9-34; 1º Sm 8.5).

• 3º grupo: Colheitas amaldiçoadas, minguadas e escassas, problemas econômicos da nação, inversão de senhorio, a cabeça viraria cauda (38-46).

• 4º grupo: Invasões estrangeiras, horrores nunca visto entre eles, fome, canibalismo (Is 9.20; Jr 19.9; Lm 4.10) e falta de tudo. Não serviram a Deus na abundancia então serviriam ao inimigo (47-57).

• 5º grupo: Pragas, enfermidades graves e duradouras, dispersão, redução do povo, insegurança e servidão novamente no Egito, ou pelo menos os que tivessem ainda forças para serem escravos (58-68).

2. Esperança para Israel (Lv 26.40-46).
2.1. Se confessasse seus próprios pecados (v. 40).
2.2. As iniquidades de seus pais (v. 40).
- Esta é uma promessa do Senhor de não abandonar Israel para sempre. O objetivo de Deus ao lançar sobre Seu povo todos esses desastres não era destruir Israel, mas levá-lo ao arrependimento e recolocá-lo na terra.

3. Hoje nós podemos ver a triste situação do Brasil e do mundo.
- Temos ouvido falar acerca da pobreza crescente, da exploração aviltante, das desigualdades sociais, das mortes encomendadas, das guerras sanguinárias, das catástrofes ecológicas e da miséria no mundo. O ser humano está cada vez mais corrompido e menos compassivo. Parece que, a cada dia, os reflexos da glória de Deus no homem têm se tornado menos perceptíveis: ele está menos parecido com Deus. A sociedade está, instante após instante, mais deformada. Muitos projetos, propostas de melhoras e planos de emergência têm sido apresentados, mas nenhum sinal de restauração – isso, porque apenas a Igreja pode trazer restauração ao mundo. Existe um clamor! Até mesmo “… a natureza criada aguarda com ardente expectativa a revelação dos filhos de Deus” (Rm 8.19).

- Os olhos de todo o universo estão colocados na Igreja, e o mundo aguarda uma solução. A Igreja precisa ocupar a posição que o próprio Deus lhe deu. É tempo da Igreja se humilhar, orar, buscar a face de Deus e se converter dos maus caminhos. É tempo de cada membro da Igreja se vestir de pano de saco e cinza, rasgar o seu coração e apregoar um santo jejum em favor de cada nação. É tempo da Igreja brasileira acordar do seu mórbido sono, deixar de lado as desavenças, arrepender-se da sua inatividade e suplicar a graça de Deus com orações e jejuns. É tempo de acordar!

4. O caminho da benção.
- O Senhor Deus houve as petições, quando chamamos pelo seu nome, porque sabemos que no nome d’Ele há poder. E não existe outro nome em que podemos chamar se não ao Senhor Deus por Jesus Cristo através da pessoa bendita do Espírito Santo.

- Deus tem firmes propósitos de bênçãos para a sua vida, sempre. Mas existem alguns caminhos que o povo de Deus tem que trilhar para ser abençoado por Deus, e um desses caminhos está citado em 2º Crônicas 7.14.

- Em primeiro lugar você deve se lembrar que Deus jamais abençoará um pecador, pois o pecado destitui o homem da presença de Deus e da sua glória.
Romanos 3.23 “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.”

- Então para você ser abençoado por Deus, você deve estar no centro da vontade dele, não praticante de pecados.

- Você deve ser fiel a Jesus e, portanto, ser chamado de filho de Deus ou povo de Deus, pois Deus tem promessas de bênçãos para os fiéis e promessas de maldições para os infiéis.

2. Porém, a benção é condicional; logo então temos que:
Nos humilhar, orar, buscar à face do Senhor, se desviar dos maus caminhos.

V. QUATRO ATITUDES QUE DEVEM ESTAR NA MENTE DOS CRENTES, EM TODO TEMPO

1. Se humilhar. A palavra humilhar significa tornar-se humilde, e uma pessoa humilde nela há humildade.

- A palavra que originou “humildade” foi a grega HUMUS, que significa “terra”. Este mesmo vocábulo da antiga Grécia também deu origem as palavras “homem” e “humanidade”. ... “Humilde“, obviamente tem a mesma origem em HUMUS, e vem do grego HUMILIS, que significava literalmente “aquele/aquilo que fica no chão”.
- Humildade vem do latim humilitas, e é a virtude que consiste em conhecer as suas próprias limitações e fraquezas e agir de acordo com essa consciência.

Humildade significa:
1º Virtude que nos dá o sentimento da nossa fraqueza.
2º Ausência de vaidade.
b) Simples, simplicidade: forma natural de viver, falar, agir.
c) Despretensioso, sem pretensões.
 3º Submissão:
a) Ato ou efeito de submeter-se a uma autoridade, à uma lei.
b) Aceitação de um estado de dependência.

- A humildade é uma característica ou qualidade que possui uma pessoa que age com simplicidade, sem arrogância, soberba ou prepotência em suas atitudes ou palavras.

- A humildade é uma virtude, o que quer dizer que é algo positivo. Uma pessoa humilde reconhece suas limitações, não usa de falsa modéstia para receber elogios, não se deixa levar pelo orgulho e não acredita ser mais importante que o restante.

- Israel estava vivendo agora um tempo de grande prosperidade com o reinado de Davi e Salomão. O reinado de Salomão seria o mais próspero de toda história. O avanço da agricultura, a expansão bélica, o acúmulo de riquezas.

- Deus já havia alertado o povo quando saíram do Egito, para que eles não se esquecessem de Deus:
Dt 6.10 “Havendo-te, pois, o SENHOR, teu Deus, introduzido na terra que, sob juramento, prometeu a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó, te daria, grandes e boas cidades, que tu não edificaste; 11 - e casas cheias de tudo o que é bom, casas que não encheste; e poços abertos, que não abriste; vinhais e olivais, que não plantaste; e, quando comeres e te fartares, 12 - guarda-te, para que não esqueças o SENHOR, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão. 13 - O SENHOR, teu Deus, temerás, a ele servirás, e, pelo seu nome, jurarás. (Dt 6.10-13).

Qual é o cuidado de Deus aqui? É que eles não se esquecessem da fonte das bênçãos. Que eles não se esquecessem de manter a dependência de Deus.

Tg 4.10 “Humilhai-vos perante o Senhor, e Ele vos exaltará”.

- A soberba é a porta de entrada da ruína. Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes.
Sl 51.17: “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus”.

Davi disse isso depois que reconheceu seu pecado de adultério. O salmo 51 foi escrito neste momento.

- Davi era rei, rico, poderoso, famoso, teria dinheiro para oferecer sacrifícios, holocaustos, mas tem consciência que o que Deus quer é seu arrependimento. O sacrifício que Deus quer é o coração quebrantado:
Sl 51.16: “Pois não te comprazes em sacrifícios; do contrário, eu tos daria; e não te agradas de holocaustos.”
Sl 51.17: “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus.”

O Senhor Deus nos deu o maior exemplo de humilhação:
Isaias 7.14 “Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel (Deus conosco).”

Joao 1.14 “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade; e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai.”

Ou seja: O Senhor Deus se despiu de sua glória, e veio habitar em nós, humilhou-se a si mesmo, nos dando o exemplo de que é necessário nos esvaziarmos do nosso “eu” e nos vestirmos de Deus, para verdadeiramente sermos vencedores.

Filipenses 2.5-11 “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, 6 - Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, 7 -Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; 8 - E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. 9 - Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome; 10 - Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, 11 - E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.”

Mateus 8.20 Jesus serviu humildemente seus discípulos por estabelecer o modelo para eles.
João 13.14-16 “Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. 15 - Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. 16 - Na verdade, na verdade vos digo que não é o servo maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou.”

Mateus 23.12 “E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado.”

A falta de humildade é um pecado para os seguidores da doutrina cristã, sendo esta essencial para a construção de uma "vida santa" e isenta de outros pecados.

2. Orar. O verbo orar no hebraico (pãlal), traz o sentido de: “orar, interferir, mediar, julgar”. Esta palavra ocorre 84 vezes no Antigo Testamento hebraico. No Novo Testamento Grego encontramos o verbo (euchomai), “orara a Deus”, é usado com este significado em (2ª Co 13.7) “rogo”; (2ª Co 13.9) “desejamos”; (Tg 5.16; 3ª Jo 2).

2.1. O que é orar? Orar é conversar com Deus. É contar para Ele tudo que sentimos, tudo que pensamos, o que acontece durante o dia e também pedir a sua ajuda quando precisamos, porque Ele se importa com o que acontece conosco.
Orar significa dizer ou fazer súplicas.

2.2. Oração é:
A. Suplicar.
B. Pedir com humildade.
C. Rogar, rogatória. Solicitação feita a juiz ou tribunal de outro país para que determine o cumprimento de certos atos que fogem à jurisdição de quem solicita.
D. Súplice. A palavra súplice é derivada de suplicar e significa: prostrar-se pedindo.
Todos nós estamos convencidos dos benefícios da oração. Mas porque oramos tão pouco? É verdade que existem crentes que passam dias sem orar, ou só oram e leem suas Bíblias no culto de domingo.

2.3. Quando podemos falar com Deus? Podemos, a qualquer hora, falar com Deus, pois Ele está sempre pronto e ansioso para nos ouvir e ser nosso melhor amigo! (1ª Ts 5.17 Lc 18.7,8).

2.4. Mas é possível ser um crente fiel, e dispensar a prática da oração? É claro que não!

- Jesus (O verbo que se fez carne e habitou entre nós), tinha uma vida de oração, nos deixando o exemplo que neste mundo que vivemos precisamos seguir seu exemplo:

Mateus 14.23 “Tendo-as despedido, subiu ao monte para orar à parte. Ao anoitecer, estava ali sozinho.”

Mateus 26.36 “Então foi Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani, e disse aos discípulos: Sentai-vos aqui, enquanto eu vou ali orar.”

Mateus 26.44 “Deixando-os novamente, foi orar terceira vez, repetindo as mesmas palavras.”
- No Getsêmane, Jesus fez claramente esta advertência aos discípulos: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito na verdade está pronto, mas a carne é fraca” (Marcos 14.38).
- Orar não pode ser visto como ato de penitência para meramente subjugar a carne. Em nenhum momento a Bíblia traz esta ênfase. Oração não é castigo (assim como a leitura das Escrituras), ideia que alguns pais equivocadamente passam para os filhos, quando os ordena a orar como disciplina por alguma desobediência. Eles acabam criando uma verdadeira repulsa à vida de oração, desconhecendo o verdadeiro valor que ela representa para as suas vidas, por terem aprendido pela prática a reconhecê-la apenas como meio de castigo pessoal. Ao contrário, se aprenderem que orar é ato que eleva o espírito e brota de maneira espontânea do coração consciente de sua indispensabilidade, como ensina a Bíblia, saberão cultivar a oração como exercício de profunda amizade com Deus que resulta em crescimento espiritual.

Cl 1.9: “Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual;"). De igual modo, o mesmo acontecerá conosco.”

A oração é o nosso meio de defesa face às tentações, seja para evitá-las, seja para vencê-las.

3. Buscar a Face do Senhor.
- O versículo diz: “orar e me buscar”. O que significa buscar a face de Deus? É desejar conhecê-lo mais a cada dia. É reconhecer a Deus como a melhor companhia, é saciar-se da presença Dele.
Salmo 105.4 “Buscai o Senhor, e a sua força; buscai a sua face continuamente”.

Buscar significa:
1. Descobrir. Tirar cobertura que ocultava.
2. Encontrar: se deparar com alguém ou algo.
3. Conhecer.
4. Ter conhecimento de algo ou alguém.
5. Saber muito bem sobre algo ou alguém.

3.1. Buscando o Senhor significa buscar sua presença. “Presença” é uma tradução comum da palavra hebraica “face”. Literalmente, nós devemos buscar sua “face”. Mas esta é a maneira hebraica de se ter acesso a Deus. Para estar diante de sua face é estar na sua presença.

E, segundo, sim, ele está sempre presente com seus filhos no sentido da sua promessa da aliança a sempre estar do nosso lado e trabalhar por nós e transformar tudo para o nosso bem. “Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.20).

3.2. Mas há um sentido em que a presença de Deus não está conosco sempre. Por esta razão, a Bíblia repetidamente nos convoca a “buscar o Senhor … buscai a sua presença continuamente”. A manifestação de Deus, consciente, presença confiável não é a nossa experiência constante. Há épocas em que nos tornamos negligentes ao Senhor e nem sequer pensamos nele e não colocamos a confiança nele e nós o encontramos “imanifestado”, isto é, despercebido como grande e belo e valioso pelos olhos dos nossos corações.

Seu rosto - o brilho de seu caráter pessoal está escondido atrás da cortina de nossos desejos carnais. Esta condição está sempre pronta para nos alcançar. É por isso que nos é dito para “buscar a sua presença continuamente.” Deus chama-nos a desfrutar da consciência continua de sua suprema grandiosidade e beleza e valor.

Isto acontece através da “busca”. Busca contínua. Mas o que isso significa na prática? Tanto o Antigo e Novo Testamentos dizem que é um “ajuste da mente e do coração” em Deus. É a fixação consciente ou foco de atenção da nossa mente e a afeição do nosso coração em Deus.

1º Cr 22.19: “Disponde, pois, agora o vosso coração e vossa alma para buscardes ao Senhor vosso Deus.”.

Cl 3.1-2: “Portanto, se já, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que que são da terra.

4. Se Desviar (converter) dos maus caminho. “...e se converter dos seus maus caminhos...”.

4.1. O que é converter dos seus maus caminhos?
Desviar (converter) vem a ser:
- Mudar de direção, mudar de destino.
- Afastar-se de lugar onde se encontrava.
- Conversão é transformação, alteração de sentido ou direção - mudança de rumo.
- Converter-se pela ótica bíblica é abandonar práticas que não agradam a Deus.

Perceba que este texto é voltado para o povo de Deus. Este versículo não está direcionado para um ateu.

- Mas Deus na sua misericórdia, está pronto a perdoar o homem pecador, e isto porque Ele é piedoso e misericordioso, tardio em irar-se e de grande benignidade. O homem, portanto, tem a possibilidade de escapar ao juízo e à condenação divina. Mas para que o homem pecador possa obter o perdão dos seus pecados, ele deve arrepender-se e converter-se conforme está escrito:

Atos 3.19 “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados”.
Is 55.7 “Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele, torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar”.
- Arrepender-se significa sentir desgosto e dor pelo mal feito e converter-se significa abandonar os maus caminhos e encaminhar-se para o caminho santo e justo, ou melhor, pôr-se a servir o Deus vivo e verdadeiro com uma vida cheia de frutos de justiça. Quando os Ninivitas creram em Jonas que anunciava o iminente juízo de Deus sobre eles por causa das suas iniquidades, eles se converteram do seu mau caminho e de facto Deus ao ver isso “se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria, e não o fez” (Jonas 3.10). Como se pode ver Deus teve piedade dessas almas porque viu que se arrependeram e se converteram das suas iniquidades.

- É bom precisar, porém, que esta conversão a Deus implica passar a crer em Jesus Cristo. O que significa isto? Isto é, o que significa crer em Jesus Cristo? Significa que o pecador quando se arrepende e decide converter-se a Deus, para obter a remissão dos seus pecados, deve crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus, morto na cruz pelos nossos pecados e ressuscitado dentre os mortos ao terceiro dia para a nossa justificação (cf. Rm 4.25).

- Ele deve fazer seus estes factos, aceitá-los por fé, ainda que não tenha sido testemunha ocular deles tendo acontecido muitos séculos atrás. Estes factos são perfeitamente verazes, a Escritura fala deles, e a Escritura é digna de ser crida, seja qual for a coisa que diga, porque é inspirada pelo Deus que não pode mentir. De Jesus Cristo “todos os profetas dão testemunho de que todo o que nele crê receberá a remissão dos pecados pelo seu nome” (Atos 10.43).

É somente mediante a fé em Cristo que se pode obter a remissão dos pecados. As boas obras, não importa de que género elas sejam, quantas sejam, e qual seja a religião a prescrevê-las, não podem de nenhuma maneira fazer obter ao homem a remissão dos seus pecados. Se pudessem fazer isto, Cristo teria morrido inutilmente, ou seja, o seu sacrifício não teria servido para nada.

A remissão dos pecados é uma experiência maravilhosa que todos aqueles que se converteram a Deus mediante Cristo Jesus, experimentaram exatamente no preciso momento em que se arrependeram e se converteram. É uma experiência que marca a vida, que permanece indelével na memória, e que o homem ou a mulher que a experimentou se sente na obrigação de contar aos outros para que outros possam experimentá-la pela graça de Deus.

4.2. Não podemos andar de qualquer maneira.

4.3. Ele quer que andemos na Sua presença.
- E se desviar: tomar um desvio; deixar a estrada em que está; converter-se; dar meia-volta.

- Desviar-se de quê?
1) Dos maus caminhos.
2) Do mau comportamento.
3) Péssimo padrão de vida.
4) Conduta ruim.
5) Deixar o pecado.
6) Deixar a vida de compromisso com o mundo.

- Se desviar – Deus não obriga, não coage, não força.

4.4. Nós precisamos romper com o pecado e voltar-nos a Deus. Confessemos o pecado. Endireitemos nossa vida. Precisamos responder ao Senhor com as palavras do Salmo 139:23 e 24.
- Isso significa que o povo de Deus muitas vezes se extravia do caminho, e precisa voltar.

Hoje pouco se ouve falar de arrependimento. Há uma tendência de a igreja moderna esquecer o arrependimento. Hoje temos o evangelho da prosperidade, da autoajuda.

- Hoje vemos florescer um falso evangelho, o evangelho da prosperidade, e não o evangelho da cruz. Esse evangelho promete conforto, e não sacrifício; sucesso, e não renúncia; riquezas na terra, e não bem-aventurança no céu. Esse evangelho coloca o ser humano no centro, em vez de Deus. E antropocêntrico, e não teocêntrico. Nesse evangelho é Deus quem está a serviço do homem, e não o homem a serviço de Deus. Nesse evangelho é a vontade do homem que deve ser feita no céu, e não a vontade de Deus que deve ser feita na terra.

João Batista disse: “Arrependam-se”. Jesus diz a mesma coisa depois.
A igreja que leva a Palavra de Deus a sério, ela sempre pregou a mensagem e arrependimento.

4.5. Buscar o Meu rosto, minha presença.
a) Comunhão diária com Deus.
b) Colocar a Deus em primeiro lugar.
c) Sobre todas as coisas.
d) Depender absolutamente d’Ele.

O Senhor Deus conhece os que se desviam dos caminhos tortuosos.
Jó 1.8 “Disse o Senhor a Satanás: Notaste porventura o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal?”

Jó 2.3 “Disse o Senhor a Satanás: Notaste porventura o meu servo Jó, que ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, que teme a Deus e se desvia do mal? Ele ainda retém a sua integridade, embora me incitasses contra ele, para o consumir sem causa.”

Jó foi um homem vitorioso em Deus e tinha o nome comentado no céu, por se desviar dos maus caminhos aqui na terra.

Nós também poderemos desfrutar da mesma benção que Jó desfrutou, se procurarmos seguir este exemplo de Jó na presença de Deus.

VI. AS RESPOSTAS DIVINAS ÀS ATITUDES DO POVO

1. Então eu Ouvirei dos Céus.
Deus ouve quando falamos com Ele.
Ouvir significa:
3.1. Escutar ou estar atento para ouvir.

3.2. Prestar atenção para ouvir alguma coisa.
João 9.31 “Sabemos que Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém for temente a Deus, e fizer a sua vontade, a esse ele ouve.”

A melhor coisa que existe é podermos abrir o coração para alguém e lhe falar o que estamos sentindo, sejam alegrias, sejam tristezas, etc. O Senhor Deus está sempre aberto a ouvir quem é temente a Ele.

2. Perdoarei os seus pecados.
Possuímos uma natureza pecaminosa infelizmente, e quando passamos da lei da inocência (criança, pré-adolescente, adolescente) para a lei da consciência (adolescentes, jovem, adulto), nos deparamos com este conhecimento. E o único que pode perdoar e nos livrar dos nossos pecados é Jesus Cristo.

Romanos 3.23 “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.”

Romanos 5.12 “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram.”

Romanos 8.1-2 “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. 2 Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.”

3. E Sararei a sua terra.
Sarar: Significa curar: restituir a saúde de quem estava doente física ou espiritualmente.
O Senhor Deus nunca nos deixará a nossa própria sorte, se procurarmos sempre buscar a ele, e termos uma vida de renúncia, e colocarmos a nossa Fé em prática sempre.

Hebreus 11.1 “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem”. 2 - “Porque por ela os antigos alcançaram bom testemunho”. 3 - “Pela fé entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que o visível não foi feito daquilo que se vê”.

CONCLUSÃO.
Para que a bênçãos do Pai cheguem até nós, é necessário nos humilhar, orar sem cessar e com fé, buscar Sua face com temor, se arrepender e se converter de todos os nossos pecador, para que as misericórdias do Senhor nos alcance.

Quando o povo de Deus entender que não é pela nossa força humana, pelo nosso conhecimento, pela placa ou nome das denominações, ou pelo nome de um pregador famoso.

Que a história deste país vai mudar, mas só vai mudar quando entendermos que sem Jesus não somos nada, sem a Palavra de Deus nós nada somos, sem Deus nós não somos nada, sem o Senhor não podemos fazer nada (Sl 33.12-18; Jr 17.5-8).

1. Este é o preço do reavivamento e da reforma.
a) “Se meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a Minha face, e se converter dos seus maus caminhos...” – Este é o preço exigido por Deus.

b) “...Então, Eu ouvirei dos Céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua Terra” – é a bênção consequente.

2. Deus está hoje esperando que estejamos dispostos a pagar o preço para que Ele possa derramar as copiosas chuvas de um reavivamento – um dos últimos que a humanidade experimentará antes da volta de Cristo.

3. Está você disposto a pagar o preço? Estamos nós dispostos a pagar o preço? Que ouçamos a voz do Espírito Santo falando ao nosso coração. Amém!

quinta-feira, 23 de abril de 2020

LIBERTOS DO PECADO PARA UMA NOVA VIDA EM CRISTO


Ef 2.1-10 “E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados, 2 - em que, noutro tempo, andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência; 3 - entre os quais todos nós também, antes, andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. 4 - Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, 5 - estando nós ainda mortos em nossas ofensa, nos vivificou juntamente com Cristo ( pela graça sois salvos), 6 - e nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; 7 - para mostrar nos séculos vindouro as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco em Cristo Jesus. 8 - Porque pela graça sois salvo, por meio da fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus. 9 - Não vem das obras, para que ninguém se glorie. 10 - Porque somos feitura sua, Criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas.

INTRODUÇÃO
A presente seção da Epístola aos Efésios apresenta relevantes aspectos doutrinários da salvação (2.1-10). Nela, o apóstolo descreve a libertação dos pecados como um favor imerecido dado por Deus aos salvos, a fim de que eles desfrutassem de uma nova vida em Cristo.

I. A ANTIGA NATUREZA MORTA EM OFENSAS E PECADOS
 No início da Epístola, o apóstolo Paulo lembra que antes da regeneração estávamos mortos em ofensas, pecados e éramos por natureza “filhos da ira” (2.1-3).

 1. Nossa condição anterior.
“E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados” diz o primeiro versículo. A palavra “ofensa”, do grego paraptoma, tem o sentido de “passo em falso de forma deliberada”. O termo para pecado é “hamartia”, o qual descreve como “aquele que erra o alvo”. Em vista disso, o homem em sua natureza decaída é diagnosticado como “morto” (2.1), ou seja, uma declaração da real condição das pessoas sem Deus. O conceito é de morte moral e espiritual provocada pelo pecado, que inevitavelmente separa o homem de Deus (Is 59.2; Tg 1.15). Tal qual um corpo inerte, a natureza pecaminosa impede o homem de ouvir e obedecer à voz de Deus. Quem assim vive está morto enquanto “vive” (1ª Tm 5.6).

 2. Nossas ofensas e pecados.
A má conduta “em que, noutro tempo, andastes” é descrita por Paulo por meio da metáfora do ato de “andar” (2.2a). Refere-se às atitudes erradas adotadas na vida passada do salvo antes da regeneração:

 2.1. “Andastes, segundo o curso deste mundo” (2.2b).
Os costumes eram praticados conforme o sistema mundano da época, tais como: a imoralidade, o furto e a mentira (4.22-32). Uma constatação de que o salvo não deve tomar a forma do mundo, relativizar o pecado e muito menos ajustar-se à maneira de viver de seu tempo (Rm 12.2).

 2.2. “Andastes, [...] segundo o príncipe da potestade do ar” (2.2c). Uma alusão a Satanás que exerce autoridade sobre os poderes do mal (Jo 12.31). Indica que os agentes malignos têm a capacidade de influenciar os homens desobedientes e incrédulos (2ª Co 4.4). Mais adiante na Carta, Paulo alerta que a nossa luta é contra tais seres do mal (6.12). Contudo, não é necessário temer, pois Deus exaltou Cristo acima de todos eles (1.21).

 Deus não se mostra apenas misericordioso, mas “abundante em misericórdia”.

 2.3. “Andávamos fazendo a vontade da carne e dos pensamentos” (2.3).
Refere-se à inclinação para fazer o mal, algo inerente à natureza humana (Gn 6.5). Estão incluídos aqui os pensamentos pervertidos e a prática de todos os desejos desordenados da carne. Como resultado, éramos “filhos da ira”, isto é, condenados e desprovidos do favor divino. Paulo sublinha que essa era a nossa condição (4.18). Entretanto, aprouve ao Pai nos eleger e nos predestinar para “filhos de adoção” (1.5).

 “O pecado não consiste apenas de ações isoladas, mas também é uma realidade, ou natureza, dentro da pessoa (ver Ef 2.3). O pecado, como natureza, indica a ‘sede’ ou a sua ‘localização’ no interior da pessoa, como a origem imediata dos pecados. Inversamente, é visto na necessidade do novo nascimento, de uma nova natureza a substituir a velha, pecaminosa (Jo 3.3-7; At 3.19; 1 Pe 1.23). Esse fato é revelado na ideia de que regeneração só pode acontecer de fora para dentro da pessoa (Jr 24.7; Ez 11.19; 36.26,27; 37.1-14; 1ª Pe 1.3)” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.286).


II. VIVIFICADOS PELA GRAÇA
 Por ato de bondade e misericórdia, estando nós ainda mortos em pecados, Deus imensamente nos amou e, por isso, nos vivificou por meio de sua graça.

 1. Alcançados pela misericórdia e pelo amor divino.
Após constatar a situação da humanidade “sob a ira de Deus” (2.3), Paulo passa a descrever os atos divinos de amor e de misericórdia que alteraram o quadro caótico da raça humana. Começando com uma conjunção adversativa, o apóstolo declara exultante: “Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou” (2.4). O ato de misericórdia implica compaixão e simpatia para com os indignos (Rm 11.30-32). A Carta aos Efésios ensina que, ao prover à humanidade o meio de escape da merecida ira (cf.1.7), Deus não se mostra apenas misericordioso, mas “abundante em misericórdia”. E essa riquíssima misericórdia procede do “seu muito amor com que nos amou”. A Bíblia enfatiza que foi a magnitude desse amor que motivou a nossa salvação (Jo 3.16; 1ª Jo 4.9).

 2. Vivificados por sua graça.
Descrevendo as dádivas divinamente concedidas aos salvos, o apóstolo enfatiza que o amor de Deus nos alcançou “estando nós ainda mortos em nossas ofensas” (2.5a). Isso significa que não éramos merecedores desse amor, mas que, mesmo assim, Deus “nos vivificou juntamente com Cristo” (2.5b). Essa frase quer dizer que nascemos de novo (Jo 3.3). Não estamos mais mortos, pois Cristo nos deu vida outra vez. Fomos vivificados sem mérito algum, tudo foi efetivado por meio da sua graça, o favor imerecido (2.8,9).

 3. Exaltados por sua graça.
O apóstolo dos gentios ainda destaca que o poder de Deus “nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo” (2.6). Observe que a palavra “juntamente” indica que Deus concede ao homem os mesmos benefícios alcançados por Cristo: a ressurreição, a vida eterna e o galardão nos céus (1ª Co 15.3-8,20-25). Assim, ao conceder tais bênçãos aos homens, Deus mostrou as “abundantes riquezas da sua graça” (2.7). Desse modo, ratificamos que a salvação e seus privilégios são conferidos pela imensurável graça de Deus, o favor divino imerecido.

 SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Somos salvos pela graça mediante a fé (Ef 2.8). Crer no Filho de Deus leva à vida eterna (Jo 3.16). Sem fé, não poderemos agradar a Deus (Hb 11.6). A fé, portanto, é a atitude da nossa dependência confiante e obediente em Deus e na sua fidelidade. Essa fé caracteriza todo filho de Deus fiel. É o nosso sangue espiritual (Gl 2.20).

 Pode-se argumentar que a fé salvífica é um dom de Deus, até mesmo dizer que a presença de anseios religiosos, inclusive entre os pagãos, nada tem a ver com a presença ou exercício da fé. A maioria dos evangélicos, no entanto, afirma semelhantes anseios, universalmente presentes, constituem-se evidências favoráveis à existência de um Deus, a quem se dirigem. Seriam tais anseios inválidos em si mesmos, à parte da atividade divina direta?” (HORTON, Stanley (Ed.). Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2018, p.370).

III. A SALVAÇÃO NÃO VEM DAS OBRAS
 Em Efésios 2.8-10, Paulo revela que a salvação não depende de obras humanas, “porque pela graça sois salvos, por meio da fé” (2. 8a). Porém, uma vez salvo, o crente deve praticar as boas obras.

 1. Graça como meio de salvação.
A “salvação” inclui a libertação da morte, da escravidão do pecado e da ira vindoura; ao mesmo tempo permite ao salvo desfrutar de todas as bênçãos espirituais descritas em Efésios 2.1-7. Portanto, a salvação é o livramento do poder da maldição do pecado e da morte; e a restituição do homem à comunhão com Deus, uma bênção concedida a todos que recebem Cristo como Salvador (Hb 2.15; 2ª Co 5.19).

 A palavra “graça” é a tradução do grego charis, que significa “favor imerecido” (Rm 3.24). Ela mostra que a iniciativa para tornar possível a salvação veio da parte Deus. É por meio da graça que Deus ativa o livre-arbítrio e capacita o pecador para que responda com fé ao chamado do Evangelho (Rm 11.6). Todavia, ainda assim o ser humano é livre para escolher entre dois caminhos (salvação e perdição); sua liberdade não foi eliminada e a graça pode ser resistida (Jo 7.17).

 A “fé” deve ser considerada como a aceitação da obra realizada por Cristo em nosso favor. Ela é a resposta à graça de Deus através da qual recebemos a salvação. A fé é o meio da salvação e o sangue de Cristo é a base da salivação. Portanto, o homem, igreja, obras e tradições, não tem nenhum mérito no ato salvicio. A nossa justiça é como trapo de imundícia perante o Criador. “ Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam. (Is 64.6).

 “Nenhuma medida de esforço próprio ou de devoção religiosa pode realizar o que está descrito acima. Pelo contrário, ‘pela graça sois salvos por meio da fé – e isso não vem de vós; é dom de Deus’ (2.8). A ação da graça de Deus está centrada em seu Filho – sua morte, ressurreição e entronização no céu como Senhor. Em relação à demonstração de sua graça, primeiramente vem o chamado ao arrependimento e à fé (At 2.38). Através dessa convocação, o Espírito Santo torna a pessoa capaz de responder à graça de Deus através da fé. Aqueles que por meio da fé respondem ao Senhor Jesus Cristo ‘são vivificados juntamente com Cristo’ (2.5). São regenerados ou nascidos de novo por obra do Espírito Santo (Jo 3.3-8). São ressuscitados e assentados com Cristo no reino celestial e continuam a receber a graça por sua união com Ele, que é a fonte do poder. Isso os torna capazes de resistir ao pecado e de viver de acordo com o Espírito Santo (Rm 8.13,14). Os crentes, então, passam a servir a Deus e praticar ‘boas obras’ (Ef 2.10; cf. 2 Co 9.8) por causa da graça que opera em cada um (1ª Co 15.10)” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Vol.2. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, p.413).

 2. Obras como evidência de salvação.
Aqui Paulo usa duas negações para endossar a origem da salvação: a primeira expressão “isso não vem de vós” (2.8 b) trata da salvação pela graça que provém de Deus; a segunda ratifica que a salvação “não vem das obras”, o que indica não se tratar de recompensa de algum ato humano. Essas afirmações excluem a possibilidade de alguém ser salvo por esforço pessoal.

 Como a salvação é uma realização divina, agora “somos feitura sua, criados em Cristo para as boas obras” (2.10). Uma transformação ocorreu: Agora em Cristo somos uma nova criatura e as coisas velhas passaram (2ª Co 5.17). Por isso, se antes o apóstolo usou a metáfora do andar numa perspectiva negativa – “outrora andávamos fazendo obras más” (2.2-3) – agora, por meio de uma perspectiva positiva, somos instados a “andar fazendo boas obras”, não como meio para ser salvo, mas como a evidência da salvação (2.10c).

 CONCLUSÃO
Antes da regeneração éramos “filhos da ira” e condenados à perdição eterna. Por ato do amor divino, por meio de sua maravilhosa graça, nos tornamos “filhos por adoção”. Essa gloriosa salvação nos foi concedida independente de nossas obras. A partir da salvação passamos a praticar boas obras que glorificam a Deus nosso Pai (Mt 5.16).

Pr. Douglas Baptista, Lições Bíblicas do 2° trimestre de 2020 – CPAD.

sexta-feira, 17 de abril de 2020

AS CINCO ATRAÇÕES PERIGOSAS PARA UM OBREIRO



I. A ATRAÇÃO DOS CAMPOS FÉRTEIS

Gn 13.10-13 - “E levantou Ló os seus olhos, e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem regada, antes do SENHOR ter destruído Sodoma e Gomorra, e era como o jardim do SENHOR, como a terra do Egito, quando se entra em Zoar. 11 - Então Ló escolheu para si toda a campina do Jordão, e partiu Ló para o oriente, e apartaram-se um do outro. 12 - Habitou Abrão na terra de Canaã e Ló habitou nas cidades da campina, e armou as suas tendas até Sodoma. 13 - Ora, eram maus os homens de Sodoma, e grandes pecadores contra o SENHOR”.

No contexto da insatisfação dos pastores de Abraão e Ló, Abraão conversou com seu sobrinho. Ele disse que não deveria existir qualquer contenta entre ambos e entre seus servos, afinal, eles eram parentes chegados (Gn 13.8).

Então numa grande demonstração de humildade, maturidade e confiança, Abraão propôs que ambos se separassem, mas deu o benefício da primeira escolha de direção a Ló. Se Ló escolhesse ir para a esquerda, Abraão iria para a direita e vice-versa (Gn 13.9).

A Bíblia diz que Ló levantou os olhos e viu toda a campina do Jordão. Aquela região era muito bonita. Seus campos verdejantes e bem regados são comparados no texto bíblico ao Jardim do Éden e à prosperidade do Egito (Gn 13.10; cf. Gn 2.8-10).

Ló se impressionou com o que viu e escolheu conforme lhe pareceu bem aos seus olhos. Ele partiu para o Oriente em direção à cidade de Sodoma e se separou de Abraão que ficou na direção oposta.

Porém, a escolha de Ló não foi uma escolha de fé, mas carnal, segundo seus próprios desejos. Imediatamente após registrar a escolha de Ló, o escritor de Gênesis faz questão de ressaltar que ele não havia feito uma boa escolha. Ele foi habitar numa terra ocupada por homens maus e grandes pecadores contra Deus (Gn 13.13).

Em seu comentário de Gênesis 13, João Calvino diz que ainda que Ló pensasse viver no céu, ele já havia quase que afundado no inferno. Sem dúvida essa correta observação contrasta os dois parentes, Abraão e Ló. Um confiou em Deus, o outro confiou no que viu.

II. A ATRAÇÃO DO APETITE

Gn 25.29-30 - “E Jacó cozera um guisado; e veio Esaú do campo, e estava ele cansado; 30 E disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou cansado. Por isso se chamou Edom”.

Os gêmeos Esaú e Jacó cresceram e se tornaram homens com características e personalidades totalmente diferentes. Esaú era um homem do campo, um perito caçador. Gênesis 25 diz que Esaú era o filho preferido de Isaque, que costuma se saborear de sua caça.

Por outro lado, Jacó era um homem pacato que habitava em tendas. Se Esaú era o filho predileto de Isaque, Jacó era o filho amado de Rebeca (Gn 25.27, 28). Nesse ponto específico Isaque e Rebeca falharam como pais.

Na sequência o texto bíblico mostra os esforços de Jacó em querer se apropriar dos privilégios de seu irmão como primogênito (Gn 25.29-34). Porém, apesar dos esforços de Jacó, sua supremacia não se devia a direitos naturais, mas à eleição soberana do Senhor. Deus já havia chamado Jacó antes mesmo de ele ter nascido, e isso independia do direito de primogenitura (Rm 9.11).

Jacó se aproveitou da visão limitada de Esaú com relação à herança e a liderança da família, e lhe propôs negociar o seu direito de primogenitura em troca de um ensopado vermelho (Gn 25.29-33).

O direito de primogenitura garantia ao filho mais velho a posição de principal herdeiro da família. O primogênito recebia porção dobrada da herança e assumia a liderança civil e religiosa da unidade familiar (Dt 21.17; 1 Cr 5.1-2; cf. Êx 4.22).

Mas aqui vale lembrar que aquela era a família da Aliança. Nesse caso, a herança da família essencialmente incluía a bênção de Deus sobre a linhagem abraâmica. Então quando o inconsequente Esaú aceitou negociar com Jacó seu direito de primogenitura, ele também desprezou as promessas de Deus.

À luz de Gênesis 25 podemos entender por que Esaú é citado na Carta aos Hebreus como um homem profano que negociou as bênçãos da Aliança. Diante do seu erro, ele nem mesmo foi capaz de encontrar arrependimento genuíno (Hb 12.16,17).

Pv 25.16 - “Se achaste mel, come somente o que te basta, para que porventura não te fartes dele, e venhas a vomitar”.

O Senhor nos deu com abundância todas as coisas para desfrutarmos (1ª Tm 6.17), mas todas elas devem ser usadas com moderação (Fp 4.5). E à distância Ele está observando para ver como tratamos as Suas dádivas, como muitos desejam; o Senhor está atento. Ele fez o homem justo e lhe deu numerosas dádivas, mas o homem inventou muitas coisas (Ec 7.29). E uma destas inventadas pelo homem, é o excesso!

Vivemos numa geração dada ao excesso – este é um dos seus ídolos. São orgulhosos de serem excessivos! Os santos serão cuidadosos de forma a evitar a imoderação em relação a tudo. As dádivas inocentes de Deus em termos de alimentos e bebidas foram corrompidas para a destruição das almas; o alimento em excesso ou a glutonaria e a embriaguez estão sobrecarregando não somente os estômagos, mas também os corações (Lc 21.34). Homens ainda jovens se empanturram até o vômito; bêbados fazem a mesma coisa e depois dormem em cima do vômito.

III. A ATRAÇÃO DA MULHER

1º Rs 11.1-4 - “E o rei Salomão amou muitas mulheres estrangeiras, além da filha de Faraó: moabitas, amonitas, edomitas, sidónias e hetéias, 2 - Das nações de que o SENHOR tinha falado aos filhos de Israel: Não chegareis a elas, e elas não chegarão a vós; de outra maneira perverterão o vosso coração para seguirdes os seus deuses. A estas se uniu Salomão com amor. 3 - E tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas; e suas mulheres lhe perverteram o coração. 4 - Porque sucedeu que, no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o SENHOR seu Deus, como o coração de Davi, seu pai”.

Muitas mulheres estrangeiras (v. 1). Salomão cometeu dois grandes pecados. Tomar para si esposas estrangeiras violava a proibição do Senhor contra o casamento com mulheres cananeias (v. 2; Êx 34.12-17; Dt 7.1-13); e tomar para si muitas esposas violava o padrão monogâmico estabelecido no princípio (Gn 2.24,25). Além disso, tal atitude da parte dele gerou uma crescente onda de relacionamentos poligâmicos, o que Deus também havia proibido para os futuros reis de Israel (Dt 17.17). Sem dúvida, muitos dos casamentos de Salomão se deram de acordo com as convenções do antigo Oriente Médio de selar alianças por meio de casamentos entre os membros das casas reais; era uma forma de contrato. O fato de Salomão ter-se rendido a tais convenções na época acarretou sérias consequências espirituais para ele (1ª Rs 11.3-13) e para o seu povo (2ª Rs 17.7-20). Davi também teve mais de uma esposa (2ª Sm 3.2-5). Os primeiros casamentos de Davi foram movidos por amor (1ª Sm 18.17-28) e compaixão (1ª Sm 25.2-42). Porém, alguns de seus casamentos posteriores podem ter sido movidos pelo mesmo motivo dos de Salomão, seu filho (2ª Sm 5.13-16).

A estas se uniu Salomão com amor (v. 2). A nossa dura avaliação do caso das muitas esposas que Salomão teve é, de certa forma, mitigada pelo uso desta expressão (v.l).

Setecentas mulheres e trezentas concubinas (v. 3). Se a menção às 60 rainhas e 80 concubinas em Cantares 6.8 refere-se às mulheres de Salomão, isto representa, então, um período muito embrionário do seu reinado.

Apesar de ser verdade que Davi nem sempre viveu segundo os padrões do Senhor, ele foi leal a Deus e nele confiou totalmente, mesmo quando foi repreendido por seus pecados (2ª Sm 12.13; Sl 32.1-5; 53.1-5). Por causa da influência de suas muitas esposas, Salomão comprometeu a sua fé adorando a deuses estrangeiros.

IV. A ATRAÇÃO DA PRATA

Js 7.19-21: “Então disse Josué a Acã: Filho meu, dá, peço-te, glória ao SENHOR Deus de Israel, e faze confissão perante ele; e declara-me agora o que fizeste, não me ocultes. 20 - E respondeu Acã a Josué, e disse: Verdadeiramente pequei contra o SENHOR Deus de Israel, e fiz assim e assim. 21 - Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos ciclos de prata, e uma cunha de ouro, do peso de cinquenta ciclos, cobicei-os e tomei-os; e eis que estão escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata por baixo dela”.

1. O pecado de Acã trouxe maldição ao povo hebreu - Josué 7.1: “Mas os filhos de Israel cometeram uma transgressão no tocante ao anátema, pois Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zerá, da tribo de Judá, tomou do anátema”.

Acã esqueceu e desobedeceu ao Senhor, através da ordem dada por Josué o seu profeta e líder. Acã foi extremamente egoísta, ao pegar para si e sua família, o anátema, pensando que este lhe poderia ajudar em seu sustento, desprezando o sustento de Deus, do qual ele era uma testemunha ocular, das providências de seu povo e de sua família.

Notamos que uso do olhar engodado e embaçado pelos valores materiais deste mundo, um olhar mudado ao ver tesouros que não são seus. Js 7.21: “Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos de prata, e uma cunha de ouro do peso de cinquenta siclos...”

Deus determinara, e era praxe o saque das cidades conquistadas, além de que Deus queria mostrar que tudo era dele, e era o dominador de todos os povos, para isto o povo hebreu foi levantado, como proclamador e testemunha deste poder.

Preste atenção, nesta afirmação: Acã não subtraiu algo maldito, mas algo que Deus reservara para si.
Entenda esta afirmação, lendo as definições pesquisadas, sobre a palavra anátema, que estão no corpo deste texto.

2. Acã cobiçou... é desejar possuir o que não nos pertence.
Js 6.18: “Mas quanto a vós, guardai-vos do anátema, para que, depois de o terdes feito tal, não tomeis dele coisa alguma, e não façais anátema o arraial de Israel, e o perturbeis.

Js 7.19-21: Então disse Josué a Acã: Filho meu, dá, peço-te, glória ao Senhor Deus de Israel, e faze confissão perante ele. Declara-me agora o que fizeste; não me ocultes. Respondeu Acã a Josué: Verdadeiramente pequei contra o Senhor Deus de Israel, e eis o que fiz: quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos de prata, e uma cunha de ouro do peso de cinquenta siclos, cobicei-os e tomei-os.

3. Acã agiu secretamente, às escondidas de maneira desleal - Js 7.11: “Israel pecou e transgrediu”. V. 21: “...eis que estão escondidos na terra, no meio da minha tenda, e a prata debaixo da capa.”

O pecado se manifesta na oportunidade de tirar proveito daquilo que é de Deus, e sempre pela concupiscência dos olhos engodados pelo desejo de possuir.

Js 6.17-18: “Porém a cidade será anátema ao Senhor, ela e tudo quanto houver nela; somente a prostituta Raabe viverá; ela e todos os que com ela estiverem em casa; porquanto escondeu os mensageiros que enviamos. 18 - Tão-somente guardai-vos do anátema, para que não toqueis nem tomeis alguma coisa dele, e assim façais maldito o arraial de Israel, e o perturbeis.

4. O significado da palavra anátema. A palavra anátema no grego significa: “excomunhão; execração; condenação; maldição; reprovação enérgica; repreensão solene; é fruto semântica. Do grego “Anáthema” (coisa posta de lado), formada da preposição “aná” (de lado) mais “tithemí” (colocar).

Anátema (do latím anathema, e este do grego Αναθεμα) significa etimológicamente oferenda, mas no seu uso principal indica o significado de maldição, no sentido de condenação a ser colocado de lado ou separado, cortado do seu ambiente como se corta um membro, de uma comunidade de crentes.

A palavra Anátema será de certa forma uma sentença pronunciada e mediante a qual se expulsava alguém considerado um “herege” do seio da sociedade religiosa; esta expulsão era considerada uma pena mais grave que a excomunhão.

O termo hebraico para anátema é “herem”, que significa excomunhão, destruição, extermínio, abominação, injustiça. No grego denota algo que se põe de lado ou que é suspenso.

No Novo Testamento expressa uma maldição: “Se alguém não ama ao Senhor Jesus Cristo, seja anátema” (1ª Co 16.22).

Esse vocábulo é usado em 3 modos diferentes:
No contexto profético significa o ato de extermínio.
No contexto sacerdotal se trata do sacrifício que é dado a YHWH quando se paga uma promessa.
Na história deuteronomística, da qual 1ª Samuel faz parte, é o objeto que tem que ser eliminado, como diz Deuteronômio: 7.1 e 13.18.

YAWÉH promete que quando o povo entrar na Terra Prometida, todos os inimigos serão vencidos e deverão ser exterminados completamente, sem piedade.

Então anátema - Ou “extermínio” (em hebraico herem), significa uma pessoa, animal ou coisa que alguém subtrai do uso profano, consagrando-a a Deus (Dt 12,12-14; Js 11.11, 14).

Tal “anátema” não podia ser resgatado, e muitas vezes devia ser destruído (cf. Js 6.17 e 1ª Sm 15.3; Jz 11.30-31).

Esta palavra (Herem) tem dois significados:

a) Coisas dedicadas a Deus.
a-1) Que coisas seriam dedicadas a Deus? (Jericó).
Js.6.17 e 19 - Prata, Ouro, Bronze, Ferro, Raab e sua Família.

b) Coisas dedicadas para destruição.
b-1) Que coisas seriam dedicadas para destruição? (Jericó).
Js 6.17.21, 24 - Homens, Mulheres, Jovens, Crianças, Velhos, Bois, Ovelhas, Jumentos e toda cidade.
Agora você pode entender o alto nível e a gravidade do pecado de Acã, um paralelo com Ananias e Safira (At 5) é possível.

5. O impedimento provocado pelo uso irregular do Anátema.
Perda para todo o povo; criar desânimo na liderança:
Js 7.10-11: Respondeu o Senhor a Josué: Levanta-te! Por que estás assim prostrado com o rosto em terra? Israel pecou; eles transgrediram o meu pacto que lhes tinha ordenado; tomaram do anátema, furtaram-no e, dissimulando, esconderam-no entre a sua bagagem. Por isso os filhos de Israel não puderam subsistir perante os seus inimigos, viraram as costas diante deles, porquanto se fizeram anátema. Não serei mais convosco, se não destruirdes o anátema do meio de vós.

Nesta passagem você poderá verificar e entender, o uso da palavra anátema como:
Algo separado para Deus – “eles transgrediram o meu pacto que lhes tinha ordenado; tomaram do anátema, furtaram-no...”.

E como algo amaldiçoado – ‘porquanto se fizeram anátema’.

Impedidos de dar Glória à Deus: Js 7.19: “Então disse Josué a Acã: Filho meu, dá, peço-te, glória ao Senhor Deus de Israel, e faze confissão perante ele. Declara-me agora o que fizeste; não mo ocultes.”

Mesmo confessando é levado a Morte.”
Encontramos aqui, um diferencial paralelo ao caso, já citado neste texto de Ananias e Safira, deus não mitigou a maldição sobre a família de Acã, mas executou a sentença.

Hb 12.16-17: e ninguém seja devasso, ou profano como Esaú, que por uma simples refeição vendeu o seu direito de primogenitura. Porque bem sabeis que, querendo ele ainda depois herdar a bênção, foi rejeitado; porque não achou lugar de arrependimento, ainda que o buscou diligentemente com lágrimas.

6. O pecado contamina todo o corpo da Congregação.
Ag 2.11: “Assim diz o Senhor dos exércitos: Pergunta agora aos sacerdotes, acerca da lei, dizendo: Se alguém levar na aba de suas vestes carne santa, e com a sua aba tocar no pão, ou no guisado, ou no vinho, ou no azeite, ou em qualquer outro mantimento, ficará este santificado? E os sacerdotes responderam: Não. Então perguntou Ageu: Se alguém, que for contaminado pelo contato com o corpo morto, tocar nalguma destas coisas, ficará ela imunda? E os sacerdotes responderam: Ficará imunda. Ao que respondeu Ageu, dizendo: Assim é este povo, e assim é esta nação diante de mim, diz o Senhor; assim é toda a obra das suas mãos; e tudo o que ali oferecem imundo é.”

Ficou assim a situação de Israel depois do pecado de Acã.
1ª Co 5.9 “Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se prostituem; 10 - Isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, ou com os roubadores, ou com os idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. 11 - Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais. 12 - Porque, que tenho eu em julgar também os que estão de fora? Não julgais vós os que estão dentro? 13 - Mas Deus julga os que estão de fora. Tirai pois dentre vós a esse iníquo.”

Só tem uma solução.
Para Deus operar o milagre da travessia do Rio Jordão, ele mandou Josué dizer ao povo:

Santificai-vos!
Agora para que o pecado fosse extirpado e Deus pudesse continuar a operar no meio de Seu povo a ordem é renovada, para o povo continuar alcançando o seu objetivo: a continuidade da operação de Deus ao seu lado na conquista da Terra Prometida.

Santificação.
Js 7.13: “Levanta-te santifica o povo, e dize-lhe: Santificai-vos para amanhã, pois assim diz o Senhor, o Deus de Israel: Anátema há no meio de ti, Israel; não poderás suster-te diante dos teus inimigos, enquanto não tirares do meio de ti o anátema.”

Deus ainda dá tempo para o povo se arrepender, mas Acã manteve-se quieto e não procurou confessar, à tempo, a Josué o seu erro.Infere-se que para enterrar seu anátema Acã precisou de ajuda de alguém mais de sua família.

Desenterrar o anátema e enterrar o pecado – Js 7.22-24: “Então Josué enviou mensageiros, que foram correndo à tenda; e eis que tudo estava escondido na sua tenda, e a prata por baixo. 23 - Tomaram, pois, aquelas coisas do meio da tenda, e as trouxeram a Josué e a todos os filhos de Israel; e as puseram perante o Senhor. 24 - Então Josué, e todo o Israel com ele, tomaram a Acã filho de Zerá, e a prata, e a capa, e a cunha de ouro, e seus filhos, e suas filhas, e seus bois, e seus jumentos, e suas ovelhas, e sua tenda, e tudo quanto ele tinha; e levaram-nos ao vale de Acor.  25 E disse Josué: Por que nos perturbaste? O Senhor te perturbará neste dia. E todo o Israel o apedrejou; e os queimaram a fogo depois de apedrejá-los. 26 - E levantaram sobre ele um grande montão de pedras, até o dia de hoje; assim o Senhor se apartou do ardor da sua ira; pelo que aquele lugar se chama o vale de Acor, até ao dia de hoje.”

Um montão clamando por lembrança de que devemos obedecer integralmente, as ordens de Deus, para que não retenhamos o que é anátema de Deus.

Graças a Deus que posteriormente Deus transforma o Vale de Acor em Vale de esperança ou Porta de Esperança.

Os 2.15: “E lhe darei as suas vinhas dali, e o vale de Acor por porta de esperança.”

Is 65.10: E Sarom servirá de pasto de rebanhos, e o vale de Acor de repouso de gado, para o meu povo, que me buscou.
Isto se buscarmos à Deus de todo o coração! Aleluia.

Entendendo a questão da maldição:
Para podermos melhor explicar esta Lição se faz necessário, uma explicação ou um olhar com mais acuidade sobre a questão da Maldição.

Que tipos há de Maldição?
A maldição aparece na Bíblia quando da proclamação do protoevangelho em Gn.3.15: “Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”.

No contexto próximo, isto no texto anterior e posterior desta Proclamação [kerigma] vai encontrar a maldição sendo declarada por Deus, sobre aqueles que desobedeceram aos princípios eternos de sua Palavra.

VI. A ATRAÇÃO DA AMBIÇÃO

1. Qual a diferença entre ambição e ganância? Ambição é o desejo veemente (de poder, glória, riqueza, etc); aspiração imoderada; pretensão; cobiça. A ganância é uma ambição desmedida (portanto patológica = doentia); é o desejo de obter riquezas, poder, glória ou honras, sem qualquer atitude ética. O próprio termo em si reforça o conceito acima: gana desejo, impulso ou ímpeto por algo. Ganância é a gana em ação.

2. Esse problema de ambição desmedida só atinge a sociedade secular ou pode também atingir a sociedade religiosa dos nossos dias?

O mundo religioso moderno também não fugiu a esta lógica e, para justificar práticas gananciosas, criou um sustentáculo teológico que ficou conhecido como teologia da prosperidade. Perdemos contato com nossas necessidades e entramos em uma compulsão (entenda-se compulsão, aqui, como uma repetição exagerada de querer sempre e sempre mais não importa o quê, nem como conseguimos).

3. Um cristão que diga a si mesmo tenho ambições pessoas como posso atingir meus ideais sem que se tornem atitudes gananciosas?

Com certeza, ambições, desejos, todos nós temos. Todavia, precisamos estar atentos para que eles não se tornem um comportamento ganancioso. Devemos entender que nossas ambições precisam estar em sincronia com nossas necessidades pessoais. O que vai além de nossas necessidades é ganância.

4. Deus estabeleceu limites: Adão poderia comer do fruto de todas as árvores, exceto uma.
Gn 2.16-17:E ordenou o SENHOR Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, 17 - Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”.

Gn 4.1-7: “Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? - 2 E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, 3 - Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. 4 - Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. 5 - Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. 6 - E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. 7 - Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais”.

Quando desejamos o que Deus proibiu, está caracterizada a cobiça.

5. O décimo mandamento assevera.
Êx 20.17: “Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo”.
Portanto, o direito do outro é um dos nossos limites.

6. A cobiça é insaciável.
Pv.30.15-16: “A sanguessuga tem duas filhas, a saber: Dá, Dá. Há três coisas que nunca se fartam; sim, quatro que nunca dizem basta: o Seol, a madre estéril, a terra que não se farta d’água, e o fogo que nunca diz basta”.

Is.5.8-9: “Ai dos que ajuntam casa a casa, dos que acrescentam campo a campo, até que não haja mais lugar, de modo que habitem sós no meio da terra! A meus ouvidos disse o Senhor dos exércitos: Em verdade que muitas casas ficarão desertas, e até casas grandes e lindas sem moradores”.

CONCLUSÃO
Tg.4.1-3: “De onde vêm as guerras e contendas entre vós? Porventura não vêm disto, dos vossos deleites, que nos vossos membros guerreiam? Cobiçais e nada tendes; logo matais. Invejais, e não podeis alcançar; logo combateis e fazeis guerras. Nada tendes, porque não pedis. Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para o gastardes em vossos deleites”.

Não se pode ser obreiro irrepreensível, servo de Cristo, quando se tem uma vida manchada pela prática do pecado.


Com isto, não me refiro aos pecados que caímos poucas vezes por sermos imperfeitos. Mas digo sobre conviver com certos pecados como se fossem algo comum.

Pecados esses já conhecidos e recorrentes em que não houve confissão e arrependimento, muitas vezes escondidos e maquiados para não serem confrontados.

Líderes que se acomodaram em tais pecados rotineiros, sempre dando desculpas para não precisar terem o trabalho de corrigirem-se, ainda necessitam de pastoreio, e não tem condições de tornarem-se um obreiro irrepreensível, aprovado, e liderar a igreja do Senhor (Gl 2.11-14).

O apóstolo Paulo já dizia para não nos amoldarmos ao padrão deste mundo, não tomarmos a forma dele, pois assim certamente viveríamos de maneira repreensível, sendo reprovados em nossa conduta, e desqualificados para toda a obra de Deus (Rm 12.2; Tt 1.7).


Pr. Elias Ribas
Dr. Em Teologia
Assembléia de Deus Blumenau SC.