TEOLOGIA EM FOCO

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

O CHAMADO DIVINO PARA O MINISTÉRIO



1º Reis 19.19-21:Partiu, pois, Elias dali, e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele, e ele estava com a duodécima; e Elias passou por ele, e lançou a sua capa sobre ele.20 Então deixou ele os bois, e correu após Elias; e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe, e então te seguirei. E ele lhe disse: Vai, e volta; pois, que te fiz eu? 21 Voltou, pois, de o seguir, e tomou a junta de bois, e os matou, e com os aparelhos dos bois cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram; então se levantou e seguiu a Elias, e o servia”.

INTRODUÇÃO. Um proeminente ministro do evangelho, sofrendo de uma enfermidade crônica, foi aconselhado pelo seu médico a afastar-se das atividades pastorais, tendo em vista o prolongamento de sua vida.
Acredito que, se o senhor seguir a minha orientação, ainda possa sobreviver cerca de seis anos; caso contrário, é possível que o nobre pastor tenha menos de três anos de vida – disse-lhe o médico em tom grave.
Ele retrucou: - Bem, doutor, aprecio e agradeço a sua franqueza, mas prefiro viver dois ou três anos na Seara do Mestre, a me entregar a uma ociosidade estéril.  (Manancial de Ilustrações)

I. DEVE SER PLENAMENTE COMPREENDIDO

1. Elizeu compreendeu o gesto de Elias.
1.1. Jogar o manto – um ato simbólico que significava que o poder e a autoridade de Elias passavam a Elizeu.
1.2. “Vai e volta; pois já sabes o que fiz contigo”.

2. A pessoa que é chamada para o ministério deve entender as implicações deste chamado:
2.1. Poderá passar por provações e privações.
2.2. Nem sempre será popular – Elias: Perturbador de Israel.
2.3. É muito mais do que receber um título.
2.4. Exige sacrifício de outros interesses.
·         Nenhum outro interesse pode fazer-nos fugir do chamado.
·         Elizeu liquidou seus negócios como lavrador.
·         Não pode voltar atrás.

II. DEVE SER MAIS FORTE DO QUE LAÇOS EMOCIONAIS ANTIGOS

1. Elizeu precisou deixar sua família.
1.1. Abraão só saiu a peregrinar após a morte de seu pai. Gn 12.1 “Ora o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.”
1.2. O homem de Lucas. “E disse a outro: Segue-me. Mas ele respondeu: Senhor, deixa que primeiro eu vá a enterrar meu pai” (Lc 9.59).
·         “Permita-me primeiro sepultar meu pai”.
·         “Não posso ser teu discípulo enquanto meu pai estiver vivo” (NTI).
1.3. “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim”.

2. Nenhum laço emocional deve impedir-nos de cumprir a missão.

III. GARANTE-NOS O RESPALDO DIVINO NO CUMPRIMENTO DA MISSÃO

1. Elizeu recebeu unção.
1.1. Para ministrar a Palavra.
1.2. Para treinar novos profetas.

2. Autoridade.
2.1. Sobre as forças da natureza – machado que flutuou.
2.2. Para realizar milagres.

3. Deus manifestou seu juízo através de Elizeu.
3.1. Geazi ficou leproso como castigo por sua mentira e por tentar tirar proveito próprio do ministério.
3.2. Os 42 rapazinhos que foram mortos por duas ursas.
3.3. Capitão atropelado na porta de Samaria.

4. A presença constante de Deus.

CONCLUSÃO. Você sente o chamado para o ministério? Já atendeu este chamado? Já se dispôs a obedecê-lo? Já compreendeu todas as implicações deste chamado?
Não deixe de atender ao chamado divino!

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

ADÃO, O PRIMEIRO HOMEM



Texto Áureo
“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre […] toda a terra […].” (Gn 1.26)

Verdade Prática
O homem não é um mero detalhe no Universo; o ser humano é a obra-prima de Deus, o Criador e Mantenedor de todas as coisas.

LEITURA BÍBLICA
Gênesis 2.1-8 “Assim, os céus, e a terra, e todo o seu exército foram acabados. 2 - E, havendo Deus acabado no dia sétimo a sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito. 3 - E abençoou Deus o dia sétimo e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra, que Deus criara e fi zera. 4 - Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados; no dia em que o Senhor Deus fez a terra e os céus. 5 - Toda planta do campo ainda não estava na terra, e toda erva do campo ainda não brotava; porque ainda o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, e não havia homem para lavrar a terra. 6 - Um vapor, porém, subia da terra e regava toda a face da terra. 7 - E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente. 8 - E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, da banda do Oriente, e pôs ali o homem que tinha formado.”

INTRODUÇÃO
O tema deste trimestre é a doutrina bíblica do homem, a Antropologia Teológica, numa interessante perspectiva, qual seja, a do estudo da origem do homem, da sua natureza e atributos, como também da redenção, ou seja, da aquisição por Deus, por preço do sangue de Cristo derramado na cruz do Calvário, da salvação deste homem que pecou e destituído foi da glória de Deus.
Com a ajuda de Deus, estudaremos o que a Bíblia Sagrada ensina a respeito do ser humano, a obra-prima da criação divina. Entre outros assuntos, enfocaremos a criação de Adão e Eva, a triste realidade do pecado, a experiência de nossos pais fora do Éden e a nossa própria redenção. E, por fim, mostraremos a glorificação eterna dos que receberam a Jesus Cristo – Verdadeiro Homem e Verdadeiro Deus.
Nesta lição, veremos o que é a doutrina bíblica do homem. Em seguida, consideraremos a criação do primeiro ser humano: Adão, a quem a Bíblia chama de filho de Deus (Lc 3.38 – ARA). Que o Divino Consolador nos ajude a compreender os mistérios da Bíblia Sagrada, a inspirada, a inerrante e a completa Palavra de Deus. Aleluia!

I. A DOUTRINA BÍBLICA DO HOMEM

A doutrina bíblica do homem, entre outras coisas, busca responder a esta pergunta: “Que é o homem” (Sl 8.4). A fim de a conhecermos devidamente, teremos de defini-la, ver os seus fundamentos e estabelecer os seus principais objetivos.

1. Definição. A doutrina bíblica do homem é o ensino sistemático das verdades referentes ao ser humano, que encontramos nas Escrituras do Antigo e do Novo Testamentos. Essa disciplina, centrada na Bíblia Sagrada, tem como objetivo estabelecer o lugar do homem na Criação e no Reino de Deus.
Etimologicamente, Antropologia significa ciência do homem; ciência que estuda o homem, suas obras e seu comportamento desde seu aparecimento sobre a Terra.
A palavra homem do hebraico Adam, gênero humano; do grego anthropos, aquele que olha para cima; do lat. homo, originário de humus, chão, terraaquele que veio da terra. Ser racional composto de: espírito, alma e corpo (1ª Ts 5.23).

2. Fundamentos. O principal fundamento da doutrina bíblica do homem encontra-se, obviamente, na Bíblia Sagrada, nossa única regra infalível de fé prática.

3. Objetivos. Estes são os objetivos da doutrina bíblica do homem:

3.1. Responder às grandes perguntas do ser humano: Quem sou eu? De onde vim? O que represento? Qual a minha missão? E para onde vou?.

3.2. Mostrar a dependência do homem em relação a Deus, o Criador e Mantenedor de todas as coisas.

3.3. Levar o homem a reatar a sua comunhão com Deus através de Jesus Cristo, o Homem Perfeito.

4.4. E consolar-nos quanto ao nosso destino eterno por meio do sacrifício de Jesus no Calvário – Verdadeiro Homem e Verdadeiro Deus.

II. A CRIAÇÃO DOS CÉUS E DA TERRA

Em primeiro lugar, Deus criou os Céus, a Terra e tudo o que neles há. E, só então, veio a formar o homem. Em sua infinita sabedoria, o Criador preparou-nos um lugar perfeito e agradável para habitarmos.

1. A criação dos Céus e dos anjos. A primeira coisa que Deus criou foram os Céus e, em seguida, os anjos (Gn 1.1; Sl 33.6). Depois de chamá-los à existência, o Senhor pôs-se a criar a Terra e tudo quanto nela se contém (Gn 1; Jó 38.1-11).

2. Deus a tudo criou com inigualável sabedoria. Sabiamente, o Pai Celeste, antes de formar o homem, criou a Terra, a fim de colocá-lo num planeta sustentável (Sl 104).

A forma como Deus agiu em toda a sua obra é enaltecida pelo autor sagrado (Pv cap. 8). A sabedoria divina está patente em toda a criação (Sl 19.1-6). Por essa razão, todas as obras do Senhor são admiráveis, sublimes e ricas em variedades (Sl 104.24).

III. A CRIAÇÃO DE ADÃO, O PRIMEIRO SER HUMANO
O homem não é um mero detalhe no Universo nem surgiu por acaso. O ser humano é o resultado de uma decisão amorosa, soberana e livre da Santíssima Trindade. Criado por Deus, a partir do pó da Terra, Adão tornou-se alma vivente.

No livro de Gênesis 1.26-27 a Bíblia descreve a criação do homem: “Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. 27 Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”.
Gn 2.7: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente”.
A Bíblia nos apresenta um duplo relato da origem do homem, o primeiro relato está em Gênesis capítulo 1, versículos 26 e 27; e o segundo está no capítulo 2, versículos 7, 21-23, do mesmo livro. A primeira narrativa contém o relato da criação de todas as coisas na ordem em que ocorreu, enquanto que a segunda agrupa as coisas em sua relação com o homem, sem nada implicar com respeito à ordem cronológica do aparecimento do homem na obra criadora de Deus, e indica claramente que, tudo que o precedeu, serviu para preparar uma adequada habitação para o homem, como rei da criação. As Sagradas Escrituras nos mostram como o homem foi criado, rodeado pelo mundo animal, vegetal e como iniciou a sua história.

1. A criação do homem foi precedida por um solene conselho divino.
Antes de mencionar a criação do homem, Moisés nos leva a conhecer o conselho de Deus, relacionado à criação do homem nas seguintes palavras: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26).
A formação do ser humano, repito, foi uma decisão amorosa, livre e soberana de Deus, o Criador e Mantenedor de todas as coisas (Ap 4.11).

2. Deus formou o homem do pó da terra.
Para formar o corpo do homem, Deus utilizou de matéria existente. Deus tomou o pó da terra e com ele modelou o ser que chamou de “homem”.
A frase hebraica que traduzimos como “pó da terra” é “apar min-hadamah”. APAR significa “poeira” e MIN-HADAMAH significa “do solo”. APAR é o mesmo nome usado na frase muito conhecida de Gênesis 3.19: “pois tu és pó e ao pó tornarás.
A expressão hebraica significa claramente “terra solta que encontramos no chão”.
O homem foi feito do pó da terra, sendo, portanto, da terra (Salmos 10.18). Seu corpo consiste dos elementos da terra, cujas exatas proporções são conhecidas. Segundo as melhores autoridades, foram encontrados 34 elementos químicos no corpo humano. Os principais são:
Oxigênio: 66,0 %.
Carbono: 17,5 %.
Hidrogênio: 10,2 %.
Nitrogênio: 2,4 %.
Cálcio: 1,6 %.
Fósforo: 0,9 %.
Potássio: 0,4 %.
Sódio: 0,3 %.
Cloro: 0,3 %.
Enxofre: 0,2 %.
Magnésio: 0,105 %.
Ferro: 0,005 %.
Há ainda outros elementos que, apesar de importantes, aparecem em quantidades bastante reduzidas. É o caso do manganês, cobalto, iodo, flúor, cobre, alumínio, níquel, bromo, zinco, silício e outros.
Todos estes elementos estão contidos na terra. É, portanto, estritamente e literalmente verdade que o homem é formado do pó da terra.

3. O significado de Adão.
“Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó e ao pó voltará” (Gn 3.19).
Segundo a Bíblia no Livro de Genesis, Adão e Eva foram o primeiro casal criado por Deus.
Adão (do hebraico אדם relacionado tanto a adamá, solo vermelho ou do barro vermelho, quanto a adom, “vermelho”, e dam “sangue”) é considerado dentro da tradição judaico-cristã o primeiro ser humano criado por Deus. Teria sido criado a partir da terra à imagem e semelhança de Deus para domínio sobre a criação terrestre.

4. O homem como um ser físico.
O físico é o aspecto pelo qual o homem é melhor conhecido.
O homem é composto por: Cabeça; tronco e membros.
O corpo humano possui 13 elementos, sendo 8 sólidos e 5 gasosos.

5. A criação do homem foi um ato imediato de Deus.
Algumas das expressões utilizadas na narrativa da criação do homem indicam que ela acontece de uma forma imediata, ao contrário do que aconteceu na criação dos demais seres e coisas criadas em geral. Observem as seguintes expressões:

5.1. Criou Deus a relva. “E disse Deus: Produza a terra relva, ervas que deem semente, e árvores frutíferas que deem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra. E assim foi...” (Gn 1.11).

5.2. Criou Deus a demais coisas. “Disse também Deus: Povoem-se as águas de enxames de seres viventes; e voem as aves sobre a terra, sob o firmamento dos céus” (Gn 1.20). “Disse também Deus: Produza a terra seres viventes, conforme a sua espécie: animais domésticos, répteis e animais selváticos, segundo a sua espécie. E assim se fez” (Gn 1.24-ARA) Compare estas expressões com a simples declaração:

5.3. Deus cria Adão, o primeiro ser humano. “Criou Deus, pois, o homem” (Gn 1.27). Ele criou as várias espécies e então as deixou para que se desenvolvessem e propagassem segundo as leis do seu ser. Deus planejou a criação do homem, imediatamente o criou.
Em seguida, Deus criou o primeiro homem, do pó da Terra, para que nós, filhos de Adão, a tivéssemos não como mãe, como querem os ecologistas, mas para que nela habitássemos, e para que dela tirássemos nosso sustento (Gn 2.8,16,17).

Por acreditarmos piamente na literalidade do Gênesis, professamos que o ser humano é o resultado de um ato criativo de Deus, e não de um longo e fantasioso processo evolutivo, como ensinam dogmaticamente os evolucionistas. Tudo quanto existe (inclusive o homem) veio a existir como resultado de uma ordem expressa do Todo-Poderoso (Sl 148.5). O criacionismo bíblico é incompatível com o evolucionismo (2 Co 6.14).

6. O homem foi feito coroa da criação.
O homem é mostrado na Bíblia como alguém que está no ponto mais elevado de todas as coisas criadas por Deus. Foi coroado como rei da criação e recebeu o domínio sobre todas as criaturas. Como dominador, foi dever do homem fazer com que toda a natureza e todos os seres criados, que foram colocados sob o seu governo, servissem à sua vontade e ao seu propósito, para que ele e todos os seus gloriosos domínios, magnificassem o Todo-poderoso criador e Senhor do Universo (Gn 1.26-28; Sl 8.4-9).
7. O homem torna-se alma vivente.
Em Gênesis 2.7, vemos a distinção clara entre a origem da alma. O corpo foi formado do pó da terra, material preexistente. Na criação da alma, no entanto, não foi usado material preexistente, mas sim a formação de uma nova substancia. Isto quer dizer que a alma do homem foi usada uma nova criação de Deus.

A Bíblia diz que o Senhor soprou nas narinas do homem “...o folego de vida e o homem passou a ser alma vivente”. (Gn 2.7). Portanto o homem difere dos animais, pois ele tem corpo, alma e espírito.

Ao contrário dos animais, o homem foi criado direta e pessoalmente por Deus, para que refletisse a glória divina (1ª Co 11.7). Eis porque Adão tornou-se alma vivente (Gn 2.7). Deus nos chamou à vida com as faculdades necessárias tanto para termos comunhão com Ele quanto para relacionarmo-nos com os nossos semelhantes.

IV. QUE É O HOMEM

O patriarca Jó foi o primeiro dos homens mencionados na Bíblia a interrogar o homem.
“Que é o homem, para que tanto o engrandeças, e ponhas sobre ele o teu pensamento, 18 e cada manhã o visites, e cada momento o proves”? (Jó 7.17-18).
Depois foi a vez do salmista indagar: “Que é o homem, que dele te lembres?” (SI. 8.4), “Senhor, que é o homem para que dele tomes conhecimento? E o filho do homem para que o estimes?” (Sl. 144.3).
Se quisermos conhecer o homem, temos de ir além do que ensina a filosofia e as demais ciências humanas, temos de tomar posse das Escrituras, pois só elas respondem satisfatoriamente toda e qualquer indagação quanto ao passado, presente e futuro do homem.
Alguém definiu o homem nas seguintes palavras: “O homem é um embrulho postal que a parteira despachou ao coveiro”. A Bíblia fala acerca do homem como um ser cuja a existência física está limitada aos poucos anos que Deus lhe deu na terra.
A. Os dias de um jornaleiro (Jó 7.1).
B.  Uma lançadeira (Jó 7.6).
C. Uma sombra (Jó 8.9).
D. Um corredor rápido (Jó 9.25).
E. A extensão de alguns palmos (Sl 39.5).
F. A urdidura de um tecelão (Is 38.12).
G. A neblina passageira (Tg 4.14).

V. A MISSÃO E A TAREFA DO HOMEM

Deus nos criou, para que desempenhássemos as seguintes tarefas: glorificá-lo, propagar a espécie e administrar o planeta.

1. Glorificar a Deus. O Senhor criou-nos, a fim de refletirmos a sua excelsa glória e majestade (1ª Co 11.7). Ao contrário dos animais, aves e peixes, o ser humano é o único ser vivo criado à imagem e à semelhança de Deus. Por esse motivo, toda vez que alguém, seduzido pelo Diabo, adora à criatura em lugar do Criador, atenta contra a santidade e a glória do Senhor (Rm 1.22,23).

Quando cumprimos a vontade de Deus, cumpre-se, em nós, esta consoladora promessa: “E serás uma coroa de glória na mão do Senhor e um diadema real na mão do teu Deus” (Is 62.3).

2. Propagar a espécie. Deus ordenou também ao homem a deixar a casa dos pais, e unir-se à sua esposa, a fim de multiplicar e preservar a espécie humana (Gn 1.28; 2.24). Multiplicar a raça humana é uma obrigação do ser humano; a povoação do planeta glorifica o nome de Deus e cumpre o propósito divino quanto à plenitude de seu Reino em todos os âmbitos da criação.

Deus tem um forte compromisso com a família genuinamente bíblica: heterossexual, monogâmica e indissolúvel. Leia, juntamente com a sua esposa e filhos, o Salmo 128. Uma família bem constituída é uma bênção à Igreja e a toda a nação.

3. Governar e administrar o planeta. Deus, em primeiro lugar, criou a Terra e tudo o que nela há (Gn 2.1). Em seguida, criou Adão que, tendo por lar o Jardim do Éden, recebera como tarefa inicial dar nome a todos os animais e guardar o paraíso (Gn 2.15, 19).

A partir daí o homem haveria de adquirir a experiência necessária para governar e administrar toda a Terra (Gn 1.26). Ele passaria a extrair do solo, do qual fora tirado, tudo quanto viesse a necessitar. Que tudo, pois, seja consagrado para a glória e a honra do nome de Deus.

CONCLUSÃO
Acredito que, nesta lição, conseguimos responder a esta pergunta formulada pelo autor sagrado: “Que é o homem?”. Antes de tudo, o ser humano é a obra-prima de Deus. Fomos chamados à existência para glorificar o seu grande e tremendo nome. Glória a Deus! Aqui estamos para cumprir-lhe a vontade, refletir-lhe a glória e trabalhar como humildes e sábios obreiros em sua grande e imensa vinha. A Deus toda a glória.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

A VELHICE DE DAVI



LEITURA BÍBLICA
2º Samuel 23.1-7 “E estas são as últimas palavras de Davi. Diz Davi, filho de Jessé, e diz o homem que foi levantado em altura, o ungido do DEUS de Jacó, e o suave em salmos de Israel: 2 - O ESPÍRITO do SENHOR falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca. 3 - Disse o DEUS de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou: Haverá um justo que domine sobre os homens, que domine no temor de DEUS. 4 - E será como a luz da manhã, quando sai o sol, da manhã sem nuvens, quando, pelo seu resplendor e pela chuva, a erva brota da terra. 5 - Ainda que a minha casa não seja tal para com DEUS, contudo estabeleceu comigo um concerto eterno, que em tudo será ordenado e guardado. Pois toda a minha salvação e todo o meu prazer estão nele, apesar de que ainda não o faz brotar. 6- Porém os filhos de Belial serão todos como os espinhos que se lançam fora, porque se lhes não pode pegar com a mão. 7 - Mas qualquer que os tocar se armará de ferro e da haste de uma lança; e a fogo serão totalmente queimados no mesmo lugar.”

INTRODUÇÃO
- Davi estava nos seus últimos dias - veio a falecer com 70 anos.
- Envelhecimento: idoso, velhice ou terceira idade?
- Tentar definir esses conceitos pode parecer uma tarefa bastante fácil e simples, no entanto, estes se apresentam como um tema complexo e que requer maiores esclarecimentos de suas diversas dimensões. É importante sabermos que existe alguns termos para definir envelhecimento, idoso velhice e terceira idade.

I. DEFINIÇÃO DO TERMO

- O dicionário define “velhice” como: “estado ou condição de velho; idade avançada, que se segue à idade madura” (HOUAISS, 2001, p. 2838).

- Alguns termos usados para referir-se às pessoas com mais de 60 anos de idade, acabam trazendo ideias errôneas em torno do envelhecimento. Podemos pensar até que, o uso desses termos pode trazer uma tentativa de suavizar e/ou amenizar o peso que estes conceitos causam em nossa sociedade.

- Costumeiramente ouvimos em nossa sociedade, de uma forma geral, o uso dos termos idoso, velhice e terceira idade. Afinal, de que forma podemos nos referir a essa etapa da vida? Todos estes termos se referem ao mesmo fenômeno? “Não reconhecemos a velhice em nós, nem sequer paramos para observá-la, somente a vemos nos outros, mesmo que estes possuam a mesma idade que nós.

- O envelhecimento deve ser entendido como um processo natural da vida que traz consigo algumas alterações sofridas pelo organismo, consideradas normais para esta fase. Envelhecemos desde o momento em que nascemos. “Se envelhece conforme se vive”.

- Pelo termo idoso, podemos entender todo e qualquer indivíduo acima de 60 anos de idade. Este conceito foi criado na França em 1962, substituindo termos como velho, velhote coroa e foi adotado no Brasil em documentos oficiais logo depois. O idoso é o sujeito do envelhecimento.

- O termo velhice é considerado para uns como o último ciclo da vida, que independe de condições de saúde e hábitos de vida, é individual, e que pode vir acompanhado de perdas psicomotoras, sociais, culturais e etc; já outros acreditam que a velhice é uma experiência subjetiva e cronológica. Acreditamos que a velhice seja como uma construção social que cria diversas formas diferentes de se entender o mesmo fenômeno, dependendo de cada cultura.

- É importante que possamos entender que esta fase da vida é única e importante, e que traz modificações biopsicossociais que devem ser respeitadas. Que esta etapa de vida não pode ser vista como negativa, pois os idosos ainda têm muito a nos ensinar sobre a vida.
Respeitar o idoso é respeitar nosso próprio futuro! [https://www.portaldoenvelhecimento.com.br/envelhecimento-idoso-velhice-ou-terceira-idade/-21-12-19].

- A velhice é a idade avançada, a maturidade, a experiência. As culturas orientais valorizam muito os idosos, bem mais do que as ocidentais.

II. UMA VISÃO GERAL SOBRE A VELHICE

1. Concepções antigas e modernas.
- Muitas vezes a velhice era vista como algo muito ruim e triste. Veja o que Moisés escreveu sobre a velhice - Os anos de nossa vida chegam a setenta, ou a oitenta para os que têm mais vigor; entretanto, são anos difíceis e cheios de sofrimento, pois a vida passa depressa, e nós voamos! (Sl 90.10).
- Quando se pensa em jovens e idosos ele já aparece, no choque das gerações. Na verdade, os jovens nem gostam muito de pensar no futuro e a simples ideia de envelhecer causa desconforto. O mundo da terceira idade é algo tão distante de suas vidas que a ideia de o que é envelhecimento é distorcida. “Alguns [jovens] definem o idoso através de uma imagem idealizada, diferente da real”, afirmam Caldas e Thomaz.

- Esse distanciamento acaba reforçando estereótipos: idosos não sabem lidar com tecnologia, são ultrapassados, vivem doentes, não podem praticar atividades físicas, ou trabalhar e se divertir plenamente. Nada poderia ser mais distante da realidade, claro.

- Os estudos mostram que os jovens até reconhecem coisas positivas na velhice, mas nada que vá muito além do: “idosos são experientes e sábios”. Caldas e Thomaz ainda acreditam que, em certos momentos, adolescentes tentam ser positivos a respeito da velhice, mas é tudo balela: eles apenas querem soar politicamente corretos. Em uma pesquisa que perguntava se era possível ser verdadeiramente feliz na terceira idade, por exemplo, os jovens responderam que sim, mas que não imaginavam a si próprios realmente satisfeitos quando idosos. O que pode ser interpretado como uma forma de afirmar “tudo bem envelhecer, contanto que não aconteça comigo”.

- As pesquisadoras explicam: “O jovem classifica a velhice como uma etapa difícil de viver”. E qual a maneira mais comum de lidar com o que parece ser difícil, para os de pouca idade? Ignorar e fingir que não vai acontecer. Uma postura que pode causar muitos prejuízos no futuro.

1.1. Um novo olhar financeiro.
- Ao evitar preocupações relacionadas ao futuro, os jovens acabam colocando de lado questões que precisam de atenção em um período mais cedo da vida, como a aposentadoria. Quando se trata dela, especialistas são unânimes: quanto mais cedo o hábito de poupar for adquirido, melhor. Então, é importante aceitar que a velhice virá e estar preparado para isso.

1.2. Um novo olhar na saúde.
- A saúde é um aspecto que requer cuidados durante a vida toda, mas quando se trata de envelhecimento, a atenção dada a ela deve ser ainda maior. Preocupar-se com o futuro ajuda a prevenir diversas doenças na terceira idade. A preparação para um envelhecimento realmente sadio começa muito antes dos 40, com um estilo de vida saudável, levado desde a juventude. Por isso, é importante manter em mente que hábitos como dieta alimentar adequada, prática regular de exercícios, exames preventivos e atividades de estímulo mental se transformam em benefícios no futuro. “A hora de colher os frutos benéficos chegará. É preciso conscientizar as pessoas sobre a prevenção, pois somente assim é possível minimizar os sintomas negativos do envelhecimento e fazer com que este período seja prazeroso, tranquilo e sem doenças, que trazem tanto sofrimento para o idoso e sua família”, finaliza o nutrólogo Francisco Humberto.
[http://portalamigodoidoso.com.br/2014/09/12/percepcao-o-que-os-jovens-pensam-sobre-terceira-idade/].

2. Concepção bíblica.

- Estamos num processo de envelheci- mento, do qual ninguém poderá escapar (Ec 12.1-7). A velhice não deve ser vista como algo ruim, pois devemos ser gratos a Deus pelo fato de termos vida física longa, o que é um dom, um presente (Pv 20.29). Biblicamente é sinal de bênção chegar a ver os netos (Gn 48,11; Sl 128.6). Na cultura israelita presumia-se que a idade avançada tinha algo a ver com o amadurecimento e a sabedoria (Jó 12.12,13). Os velhos do hebraico “zaqem” eram reconhecidos como o grupo de mais elevada autoridade sobre o povo. Havia um grupo em Israel denominado de anciãos; eles agiam como representantes das nações (Jr 19.1; Jl 1.14; 2.16) e também administravam muitos assuntos políticos e desempenhavam um papel ativo na administração da nação e aplicação da Lei de Moisés (Nm 22.7; Js 22.13-33; Dt 21.18-21). Os velhos da cidade formavam uma espécie de conselho municipal cujos deveres incluíam a função de juízes (Dt 19.12; Nm 11.16-25), conduziam as investigações e inquéritos (Dt 21.2) e resolviam conflitos matrimoniais (Dt 22.15; 25.7). Foram reunidos por Moisés para receber o anúncio da libertação do Egito (Êx 3.16-18). O pacto foi ratificado no Monte Sinai na presença de 70 dos anciãos de Israel (Êx 24.1,9,14; cf. 19.7). A base na organização das sinagogas, incluía a figura do ancião (At 11.30; 14.23). Na Igreja Primitiva ocupavam um lugar respeitoso (1Pd 5.5 ver 1Tm 5.1) (PFEIFFER, 2006, pp. 100-101).

- A Bíblia ensina que as pessoas mais velhas devem ser honradas e respeitadas. A idade avançada traz sabedoria e equilíbrio. Mesmo na velhice podemos ser ativos e producentes. A Bíblia revela pessoas idosas que foram tremendamente usadas por Deus. Nunca é tarde para servir a DEUS.

2.1. Velhice na Bíblia

- A Bíblia descreve a velhice como algo natural e dadivoso. O homem que mais viveu na terra foi Matusalém, chegando à idade de 969 anos (Gn 5.27). Mas há muitos outros que chegaram à velhice com menos idade e diversos problemas, como Isaque, que não enxergava mais (Gn 27.1), Barzilai, que afirmou que, devido à idade, já não se interessava mais por finas iguarias (2º Sm 19.34,35).

- A Bíblia relata, porém, dois homens de idade avançada que não foram atingidos pelos sintomas e problemas na velhice. O primeiro é Moisés; em Deuteronômio 34.7 é dito que seus olhos nunca escureceram nem ele perdeu o vigor. Em seguida, Calebe, com a idade de 84 anos, falou a Josué que DEUS lhe tinha conservado até ali, e ele ainda viria a conquistar as terras que lhe foram destinadas (Js 14.10-14).

- A velhice virá para todos os mortais, mas o importante é ter DEUS na vida, pois, dessa forma, poderá ser encarada com naturalidade, longe de qualquer estereótipo.

- Toda Igreja deve manter um trabalho específico junto aos idosos. Eles são excelentes para visitação em lares, hospitais e prisões, bem como, na manutenção do Círculo de Oração, tanto o feminino, quanto o masculino.

- Alguns versículos bíblicos sobre a terceira idade:
“O cabelo grisalho é uma coroa de esplendor, e obtém-se mediante uma vida justa.” (Pv 16.31). “Já fui jovem e agora sou velho, mas nunca vi o justo desamparado nem seus filhos mendigando o pão.” (Sl 37.25). “Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria.” (Sl 90.12). “Vida longa eu lhe darei, e lhe mostrarei a minha salvação.” Sl 91.16) “Mesmo na velhice darão fruto, permanecerão viçosos e verdejantes.” (Sl 92.14). “Mesmo na sua velhice, quando tiverem cabelos brancos, sou eu aquele, aquele que os susterá. Eu os fiz e eu os levarei; eu os sustentarei e eu os salvarei.” (Is 46.4). “Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e florescentes.” (Sl 92.14). “Agora que estou velho, de cabelos brancos, não me abandones, ó Deus, para que eu possa falar da tua força aos nossos filhos, e do teu poder às futuras gerações”. (Sl 71.18). “Os filhos dos filhos são uma coroa para os idosos, e os pais são o orgulho dos seus filhos.” (Pv 17.6). “Ensine os homens mais velhos a serem moderados, dignos de respeito, sensatos e sadios na fé, no amor e na perseverança.” (Tt 2.2). “Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente estamos sendo renovados dia após dia.” (2ª Co 4.16). “Pois bem, o Senhor manteve-me vivo, como prometeu. E foi há quarenta e cinco anos que ele disse isso a Moisés, quando Israel caminhava pelo deserto. Por isso aqui estou hoje, com oitenta e cinco anos de idade! Ainda estou tão forte como no dia em que Moisés me enviou; tenho agora tanto vigor para ir à guerra como tinha naquela época.” (Js 14.10-11). “Levantem-se na presença dos idosos, honrem os anciãos, temam o seu Deus. Eu sou o Senhor”. (Lv 19.32). “Um homem pode ter cem filhos e viver muitos anos. No entanto, se não desfrutar as coisas boas da vida, digo que uma criança que nasce morta e nem ao menos recebe um enterro digno tem melhor sorte que ele” (Ec 6.3). “Você irá para a sepultura em pleno vigor, como um feixe recolhido no devido tempo.” (Jó 5.26). “Não me rejeites na minha velhice; não me abandones quando se vão as minhas forças.” (Sl 71.9). “A vida será mais refulgente que o meio-dia, e as trevas serão como a manhã em seu fulgor.” (Jó 11.17). “Os anos de nossa vida chegam a setenta, ou a oitenta para os que têm mais vigor; entretanto, são anos difíceis e cheios de sofrimento, pois a vida passa depressa, e nós voamos! (Sl 90.10).”...e então permanecera viúva até a idade de oitenta e quatro anos. Nunca deixava o templo: adorava a Deus jejuando e orando dia e noite.” “Lc 2.37).

III. A VELHICE DO REI DAVI

- Davi atingiu a idade de setenta anos (2º Sm 5.4). Notemos como se encontrava Davi em sua velhice:

1. As limitações no corpo.
- Davi, o rei, guerreiro e poeta, atingiu a idade de setenta anos (2º Sm 5.4), que, segundo as palavras de Moisés, são o limite máximo da vida e que a velhice traz consigo diversas limitações para o corpo físico (Sl 90.10). Para Davi, ter sido moço e agora ser velho não significava exatamente uma mudança com consequências drásticas. Era apenas uma experiência a mais, uma sequência natural: “Fui moço e agora sou velho...” (Sl 37.25). Por mais robusto que seja o ser humano, não poderá escapar às limitações físicas que lhe impõem a terceira idade (Ec 12.1-9). Aparecem a canseira e o enfado (Sl 90.10); a visão perde a sua força (Gn 27.1); e o vigor vai desaparecendo (Gn 17.17). As forças de um idoso não são as mesmas de um jovem (2º Sm 19.34-37).

2. As enfermidades.
- Quando chegou a velhice Davi começou a padecer com as enfermidades. Sentia um frio grande que nem cobertores, podiam lhe aquecer (1º Rs 1.1). Vendo isso, os servos de Davi sugeriram que lhe trouxessem uma virgem para que deitasse junto ao corpo de Davi a fim de aquecê-lo (1º Rs 1.2,3). A cerca disto afirmou certo teólogo: “a sugestão dos servos para que se buscasse uma jovem para o rei a fim de lhe restaurar a vitalidade perdida e o aquecesse era uma prescrição médica aceita até a Idade Média” (MOODY, sd). Nenhum significado imoral deve ser dado a esta prática, embora em nossa cultura nos pareça um tanto estranha. O próprio texto bíblico acrescenta que Davi não a possuiu como mulher (1º Rs 1.4). Abisague serviu de enfermeira prática junto ao moribundo Davi.

3. A aproximação da morte.
- Com a idade avançada, Davi sentiu estar próximo da morte (1º Rs 1.1). Este grande personagem hebreu faleceu e foi sepultado na cidade de Jerusalém. Como Deus havia lhe prometido, concedeu-lhe três grandes bençãos, a saber: (a) o trono de todo Israel: “E foram os dias que reinou sobre Israel, quarenta anos; em Hebrom reinou sete anos, e em Jerusalém reinou trinta e três” (1Cr 29.27); (b) longevidade: “E morreu numa boa velhice, cheio de dias” (1º Cr 29.28-a); e, (c) riquezas em abundância: “E morreu numa boa velhice, cheio de dias, riquezas e glória” (1º Cr 29.28-b).

IV. CONSELHOS DE DAVI EM SUA VELHICE PARA O NOVO REI

- Quando Davi sentiu estar próximo da morte em sua velhice (1º Rs 1.1), mostrou preocupação com a continuação do governo que Deus lhe conferiu. Sabendo de antemão que dos seus filhos, Salomão era o escolhido para lhe suceder no trono (1º Cr 28.6,7), e que edificaria o templo (1º Cr 22.9,10), Davi lhe fez diversas recomendações para que o seu governo contasse com a bênção de Deus e fosse próspero (1º Cr 28.9,10). Notemos:

1. Conhecer a Deus. Embora as experiências espirituais de Davi fossem bastante válidas, e, por certo foram narradas para seus filhos e até mesmo presenciada por eles, este servo de Deus reconhece que Salomão tinha que ter a sua própria experiência: “Conhece o Deus de teu pai” (1º Cr 28.9). A expressão “conhecer” no hebraico “yada” significa: “conhecer por experiência, relacionar-se”. A falta de conhecimento de Deus foi o maior problema de Israel, como declarou o próprio Deus através de Isaías (Is 1.1-3). É imprescindível que conheçamos a Deus e prossigamos em conhecê-lo (Os 6.3).

2. Servir a Deus. Após exortá-lo a conhecer a Deus, Davi também disse a Salomão que o servisse e orientou quanto a forma: “de coração perfeito e alma voluntária”. A expressão de coração perfeito, no hebraico “shalem” implica um “coração completo, inteiro, todo”. Já a expressão “alma voluntária” fala de buscar com prazer, com amor e não forçado. A orientação de Davi é acompanhada de uma exortação severa para quem não servir a Deus desta maneira (1º Cr 28.9-b). Infelizmente com o passar do tempo, Salomão se deixou seduzir pelo pecado e não serviu a Deus como seu pai ordenou (1º Rs 11.4).

3. Fazer a obra de Deus. Salomão também recebeu como incumbência de seu pai a edificação do Templo, um lugar fixo de adoração ao Deus vivo. Davi disse a Salomão: “Olha, pois, agora, porque o SENHOR te escolheu para edificares uma casa para o santuário; esforça-te, e faze a obra” (1º Cr 28.10). Salomão haveria de realizar algo inédito. Uma grande casa para o Senhor deveria ser construída (1º Cr 29.1).

V. BÊNÇÃOS DIVINAS NA VELHICE DO CRENTE

- Temos vários exemplos de servos de Deus que tiveram experiências em sua velhice: Sara e Abraão (Gn 21.1-7); do rei Davi (1º Cr 29.27,28); Simeão (Lc 2.25-30); Ana (Lc 2.36-38) etc. A terceira idade é um tempo especial da parte de Deus para que os idosos colham com alegria os frutos das sementes plantadas na juventude: “Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e florescentes” (Sl 92.14). Davi experimentou isso em sua velhice (Sl 71.9,18). A longevidade é um presente dado por Deus: “Dar-lhe-ei abundância de dias” (Sl 91.16). Vejamos o que a Bíblia fala-nos sobre a velhice do crente:

1. A velhice é tempo de experiência. A Bíblia diz que: “Coroa de honra são as cãs ...” (Pv 16.31-a), a velhice é um símbolo de beleza: “... e a beleza dos velhos, as cãs” (Pv 20.29-b). Como diz a Bíblia, a maturidade com o seu modo de ser e de agir não cabe na infância, mas na vida daqueles que já são experimentados (Jó 12.12,13) nos embates da vida material e espiritual (1ª Co 13.11; Hb 5.13,14). Houve uma certa naturalidade em Samuel quando, já idoso, disse ao povo de Israel: “Já envelheci e estou cheio de cãs...” (1º Sm 12.2). A primeira grande bênção do período da velhice é a maturidade, sobretudo quando se floresce plantado na Casa do Senhor (Sl 92.13,14). Duas figuras de linguagem dão a dimensão exata do que isso representa: a palmeira e o cedro. Em ambas vemos a lição de utilidade, perenidade, firmeza e robustez. São assim os que envelhecem seguindo os princípios ditados por Deus: têm raízes profundas, que suportam os ventos da tempestade, são longevos, robustos e de presença acolhedora. Os princípios de vida ensinados na Bíblia levam à maturidade, à prudência e à sabedoria (Is 46.4).

2. A velhice é tempo de frutificação. A terceira idade é a época em que os frutos são colhidos como resultado daquilo que se plantou na infância, na juventude e nos primeiros ciclos da vida adulta (Ec 12.1). Paulo aceitou a consciência de sua velhice, assumiu a sua nova condição, isto é, simplesmente aceitou a realidade dos fatos: “...sendo o que sou, Paulo, o velho...” (Fm 9).No salmo 92.12-14 temos duas importantes lições:

A. Saber plantar, isto é, fazer boas escolhas sob a direção de Deus nos verdes anos da juventude é condição essencial para que se faça uma boa colheita no período da terceira idade.

B. Aquilo que colhemos na terceira idade, inclusive certas doenças, é o resultado direto das escolhas que fizemos no tempo da semeadura (Gl 6.7-9). A terceira idade é, também, um tempo de colheita. Esse fato, decorrente de semeadura no passado, implica que a semente plantada cumpra, pelo menos, três fases distintas: brotar, crescer e frutificar. Na promessa do Pentecostes, Deus não se esqueceu dos velhos, ou idosos: “E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e os vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos mancebos terão visões” (Jl 2.28).

3. A velhice é tempo de ensinamento. Os jovens permaneciam calados diante deles e só falavam quando estavam certos de que os mais velhos nada mais tinham para dizer (Jó 32.6-7). Alguém que chegou à terceira idade após uma boa semeadura ainda tem muito a contribuir nos átrios da casa de Deus e a ensinar aos que o cercam (Sl 71.15-18; Tt 2.2-5). Esta é também uma época de ensinamento (Êx 18.13-27; Pv 23.22). Mostra-nos a história que desprezar o conselho dos mais velhos não é um bom negócio (1º Rs 12.6-8). Não é bom reter somente para nós, em nossos celeiros, aquilo que Deus amorosamente nos concedeu durante toda a nossa vida. A menção aos frutos, no Pentateuco, sempre traz implícita essa ideia (Dt 26.1-11 cf. 16.11). Os anciãos que, tanto em Israel quanto na Igreja Primitiva, ajudavam na orientação dos negócios do Reino de Deus (Êx 4.29; 19.7; At 15.2). A Bíblia nos diz que: “Diante das cãs te levantarás, e honrarás a face do velho, e terás temor do teu Deus. Eu sou o Senhor” (Lv 19.32).

4. A velhice é tempo de trabalho. Jacó, aos 147 anos de idade (Gn 47.28) faz a seguinte declaração: “… o Deus, em cuja presença andaram os meus pais Abraão e Isaque, o Deus que me sustentou, desde que eu nasci até este dia” (Gn 48.15). Outra área que traz renovação espiritual no tempo da velhice é a do serviço cristão (Lc 2.36-38). Existem muitas áreas de trabalho nas igrejas apropriadas para as pessoas da terceira idade. É óbvio que elas não correrão como as pessoas mais jovens, não terão o mesmo ativismo, mas poderão ter o conhecimento e experiência necessária para realizarem certas atividades que requerem a maturidade que só os idosos possuem. O povo de Deus necessita da energia dos crentes mais jovens, mas não pode jamais abrir mão da experiência dos santos mais idosos. Lembremo-nos de que Abraão e Sara cumpriram o propósito de Deus na sua velhice (Gn 22.1,2,5), Moisés começou a liderar o povo de Israel com a idade de 80 anos (Êx 7.7; Dt 29.5; At 7.23,30,36); Calebe conquistou Hebrom em plena velhice aos 85 anos (Js 14.12-14); e Davi, o grande rei de Israel, morreu em boa velhice “tendo desfrutado vida longa, riqueza e glória” (1º Cr 29.27,28 – NVI).

CONCLUSÃO
- A vida física tem começo, meio e fim e a terceira idade não deve ser vista como o fim de uma existência, mas como o início de uma nova etapa na vida do ser humano. Ciente disto, devemos procurar viver de forma agradável a Deus, temendo o Seu nome e realizando a sua vontade. Se procedermos assim, deixaremos um legado para as próximas gerações, de autênticos servos de Deus.

FONTE DE PESQUISA

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