LEITURA
BÍBLICA
2º
Samuel 23.1-7
“E estas são as últimas palavras de Davi. Diz Davi, filho de Jessé, e diz o
homem que foi levantado em altura, o ungido do DEUS de Jacó, e o suave em
salmos de Israel: 2 - O ESPÍRITO do SENHOR falou por mim, e a sua palavra
esteve em minha boca. 3 - Disse o DEUS de Israel, a Rocha de Israel a mim me
falou: Haverá um justo que domine sobre os homens, que domine no temor de DEUS.
4 - E será como a luz da manhã, quando sai o sol, da manhã sem nuvens, quando,
pelo seu resplendor e pela chuva, a erva brota da terra. 5 - Ainda que a minha
casa não seja tal para com DEUS, contudo estabeleceu comigo um concerto eterno,
que em tudo será ordenado e guardado. Pois toda a minha salvação e todo o meu
prazer estão nele, apesar de que ainda não o faz brotar. 6- Porém os filhos de
Belial serão todos como os espinhos que se lançam fora, porque se lhes não pode
pegar com a mão. 7 - Mas qualquer que os tocar se armará de ferro e da haste de
uma lança; e a fogo serão totalmente queimados no mesmo lugar.”
INTRODUÇÃO
- Davi estava nos seus últimos dias - veio
a falecer com 70 anos.
- Envelhecimento: idoso, velhice ou
terceira idade?
- Tentar definir esses conceitos pode
parecer uma tarefa bastante fácil e simples, no entanto, estes se apresentam
como um tema complexo e que requer maiores esclarecimentos de suas diversas
dimensões. É importante sabermos que existe alguns termos para definir envelhecimento,
idoso velhice e terceira idade.
I.
DEFINIÇÃO DO TERMO
- O dicionário define “velhice” como:
“estado ou condição de velho; idade avançada, que se segue à idade madura”
(HOUAISS, 2001, p. 2838).
- Alguns termos usados para referir-se às
pessoas com mais de 60 anos de idade, acabam trazendo ideias errôneas em torno
do envelhecimento. Podemos pensar até que, o uso desses termos pode trazer uma
tentativa de suavizar e/ou amenizar o peso que estes conceitos causam em nossa
sociedade.
- Costumeiramente ouvimos em nossa
sociedade, de uma forma geral, o uso dos termos idoso, velhice e terceira
idade. Afinal, de que forma podemos nos referir a essa etapa da vida? Todos
estes termos se referem ao mesmo fenômeno? “Não reconhecemos a velhice em nós,
nem sequer paramos para observá-la, somente a vemos nos outros, mesmo que estes
possuam a mesma idade que nós.
- O envelhecimento deve ser entendido como
um processo natural da vida que traz consigo algumas alterações sofridas pelo
organismo, consideradas normais para esta fase. Envelhecemos desde o momento em
que nascemos. “Se envelhece conforme se vive”.
- Pelo termo idoso, podemos entender todo
e qualquer indivíduo acima de 60 anos de idade. Este conceito foi criado na
França em 1962, substituindo termos como velho, velhote coroa e foi adotado no
Brasil em documentos oficiais logo depois. O idoso é o sujeito do
envelhecimento.
- O termo velhice é considerado para uns
como o último ciclo da vida, que independe de condições de saúde e hábitos de
vida, é individual, e que pode vir acompanhado de perdas psicomotoras, sociais,
culturais e etc; já outros acreditam que a velhice é uma experiência subjetiva
e cronológica. Acreditamos que a velhice seja como uma construção social que
cria diversas formas diferentes de se entender o mesmo fenômeno, dependendo de
cada cultura.
- É importante que possamos entender que
esta fase da vida é única e importante, e que traz modificações
biopsicossociais que devem ser respeitadas. Que esta etapa de vida não pode ser
vista como negativa, pois os idosos ainda têm muito a nos ensinar sobre a vida.
Respeitar o idoso é respeitar nosso
próprio futuro! [https://www.portaldoenvelhecimento.com.br/envelhecimento-idoso-velhice-ou-terceira-idade/-21-12-19].
- A velhice é a idade avançada, a
maturidade, a experiência. As culturas orientais valorizam muito os idosos, bem
mais do que as ocidentais.
II.
UMA VISÃO GERAL SOBRE A VELHICE
1.
Concepções antigas e modernas.
- Muitas vezes a velhice era vista como
algo muito ruim e triste. Veja o que Moisés escreveu sobre a velhice - Os anos
de nossa vida chegam a setenta, ou a oitenta para os que têm mais vigor;
entretanto, são anos difíceis e cheios de sofrimento, pois a vida passa depressa,
e nós voamos! (Sl 90.10).
- Quando se pensa em jovens e idosos ele
já aparece, no choque das gerações. Na verdade, os jovens nem gostam muito de
pensar no futuro e a simples ideia de envelhecer causa desconforto. O mundo da
terceira idade é algo tão distante de suas vidas que a ideia de o que é
envelhecimento é distorcida. “Alguns [jovens] definem o idoso através de uma
imagem idealizada, diferente da real”, afirmam Caldas e Thomaz.
- Esse distanciamento acaba reforçando
estereótipos: idosos não sabem lidar com tecnologia, são ultrapassados, vivem
doentes, não podem praticar atividades físicas, ou trabalhar e se divertir
plenamente. Nada poderia ser mais distante da realidade, claro.
- Os estudos mostram que os jovens até
reconhecem coisas positivas na velhice, mas nada que vá muito além do: “idosos
são experientes e sábios”. Caldas e Thomaz ainda acreditam que, em certos
momentos, adolescentes tentam ser positivos a respeito da velhice, mas é tudo
balela: eles apenas querem soar politicamente corretos. Em uma pesquisa que
perguntava se era possível ser verdadeiramente feliz na terceira idade, por
exemplo, os jovens responderam que sim, mas que não imaginavam a si próprios
realmente satisfeitos quando idosos. O que pode ser interpretado como uma forma
de afirmar “tudo bem envelhecer, contanto que não aconteça comigo”.
- As pesquisadoras explicam: “O jovem
classifica a velhice como uma etapa difícil de viver”. E qual a maneira mais
comum de lidar com o que parece ser difícil, para os de pouca idade? Ignorar e
fingir que não vai acontecer. Uma postura que pode causar muitos prejuízos no
futuro.
1.1. Um novo olhar financeiro.
- Ao evitar preocupações relacionadas ao
futuro, os jovens acabam colocando de lado questões que precisam de atenção em
um período mais cedo da vida, como a aposentadoria. Quando se trata dela, especialistas
são unânimes: quanto mais cedo o hábito de poupar for adquirido, melhor. Então,
é importante aceitar que a velhice virá e estar preparado para isso.
1.2.
Um novo olhar na saúde.
- A saúde é um aspecto que requer cuidados
durante a vida toda, mas quando se trata de envelhecimento, a atenção dada a
ela deve ser ainda maior. Preocupar-se com o futuro ajuda a prevenir diversas
doenças na terceira idade. A preparação para um envelhecimento realmente sadio
começa muito antes dos 40, com um estilo de vida saudável, levado desde a
juventude. Por isso, é importante manter em mente que hábitos como dieta
alimentar adequada, prática regular de exercícios, exames preventivos e
atividades de estímulo mental se transformam em benefícios no futuro. “A hora de
colher os frutos benéficos chegará. É preciso conscientizar as pessoas sobre a
prevenção, pois somente assim é possível minimizar os sintomas negativos do
envelhecimento e fazer com que este período seja prazeroso, tranquilo e sem
doenças, que trazem tanto sofrimento para o idoso e sua família”, finaliza o
nutrólogo Francisco Humberto.
[http://portalamigodoidoso.com.br/2014/09/12/percepcao-o-que-os-jovens-pensam-sobre-terceira-idade/].
2.
Concepção bíblica.
- Estamos num processo de envelheci- mento,
do qual ninguém poderá escapar (Ec 12.1-7). A velhice não deve ser vista como
algo ruim, pois devemos ser gratos a Deus pelo fato de termos vida física
longa, o que é um dom, um presente (Pv 20.29). Biblicamente é sinal de bênção
chegar a ver os netos (Gn 48,11; Sl 128.6). Na cultura israelita presumia-se
que a idade avançada tinha algo a ver com o amadurecimento e a sabedoria (Jó
12.12,13). Os velhos do hebraico “zaqem”
eram reconhecidos como o grupo de mais elevada autoridade sobre o povo. Havia
um grupo em Israel denominado de anciãos; eles agiam como representantes das
nações (Jr 19.1; Jl 1.14; 2.16) e também administravam muitos assuntos
políticos e desempenhavam um papel ativo na administração da nação e aplicação
da Lei de Moisés (Nm 22.7; Js 22.13-33; Dt 21.18-21). Os velhos da cidade
formavam uma espécie de conselho municipal cujos deveres incluíam a função de
juízes (Dt 19.12; Nm 11.16-25), conduziam as investigações e inquéritos (Dt
21.2) e resolviam conflitos matrimoniais (Dt 22.15; 25.7). Foram reunidos por
Moisés para receber o anúncio da libertação do Egito (Êx 3.16-18). O pacto foi
ratificado no Monte Sinai na presença de 70 dos anciãos de Israel (Êx
24.1,9,14; cf. 19.7). A base na organização das sinagogas, incluía a figura do
ancião (At 11.30; 14.23). Na Igreja Primitiva ocupavam um lugar respeitoso (1Pd
5.5 ver 1Tm 5.1) (PFEIFFER, 2006, pp. 100-101).
- A Bíblia ensina que as pessoas mais
velhas devem ser honradas e respeitadas. A idade avançada traz sabedoria e
equilíbrio. Mesmo na velhice podemos ser ativos e producentes. A Bíblia revela
pessoas idosas que foram tremendamente usadas por Deus. Nunca é tarde para
servir a DEUS.
2.1.
Velhice na Bíblia
- A Bíblia descreve a velhice como algo
natural e dadivoso. O homem que mais viveu na terra foi Matusalém, chegando à
idade de 969 anos (Gn 5.27). Mas há muitos outros que chegaram à velhice com
menos idade e diversos problemas, como Isaque, que não enxergava mais (Gn
27.1), Barzilai, que afirmou que, devido à idade, já não se interessava mais
por finas iguarias (2º Sm 19.34,35).
- A Bíblia relata, porém, dois homens de
idade avançada que não foram atingidos pelos sintomas e problemas na velhice. O
primeiro é Moisés; em Deuteronômio 34.7 é dito que seus olhos nunca escureceram
nem ele perdeu o vigor. Em seguida, Calebe, com a idade de 84 anos, falou a
Josué que DEUS lhe tinha conservado até ali, e ele ainda viria a conquistar as
terras que lhe foram destinadas (Js 14.10-14).
- A velhice virá para todos os mortais,
mas o importante é ter DEUS na vida, pois, dessa forma, poderá ser encarada com
naturalidade, longe de qualquer estereótipo.
- Toda Igreja deve manter um trabalho
específico junto aos idosos. Eles são excelentes para visitação em lares,
hospitais e prisões, bem como, na manutenção do Círculo de Oração, tanto o
feminino, quanto o masculino.
- Alguns
versículos bíblicos sobre a terceira idade:
“O cabelo grisalho é uma coroa de
esplendor, e obtém-se mediante uma vida justa.” (Pv 16.31). “Já fui jovem e
agora sou velho, mas nunca vi o justo desamparado nem seus filhos mendigando o
pão.” (Sl 37.25). “Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração
alcance sabedoria.” (Sl 90.12). “Vida longa eu lhe darei, e lhe mostrarei a
minha salvação.” Sl 91.16) “Mesmo na velhice darão fruto, permanecerão viçosos
e verdejantes.” (Sl 92.14). “Mesmo na sua velhice, quando tiverem cabelos
brancos, sou eu aquele, aquele que os susterá. Eu os fiz e eu os levarei; eu os
sustentarei e eu os salvarei.” (Is 46.4). “Na velhice ainda darão frutos; serão
viçosos e florescentes.” (Sl 92.14). “Agora que estou velho, de cabelos
brancos, não me abandones, ó Deus, para que eu possa falar da tua força aos
nossos filhos, e do teu poder às futuras gerações”. (Sl 71.18). “Os filhos dos
filhos são uma coroa para os idosos, e os pais são o orgulho dos seus filhos.” (Pv
17.6). “Ensine os homens mais velhos a serem moderados, dignos de respeito,
sensatos e sadios na fé, no amor e na perseverança.” (Tt 2.2). “Por isso não
desanimamos. Embora exteriormente estejamos a desgastar-nos, interiormente
estamos sendo renovados dia após dia.” (2ª Co 4.16). “Pois bem, o Senhor
manteve-me vivo, como prometeu. E foi há quarenta e cinco anos que ele disse
isso a Moisés, quando Israel caminhava pelo deserto. Por isso aqui estou hoje,
com oitenta e cinco anos de idade! Ainda estou tão forte como no dia em que
Moisés me enviou; tenho agora tanto vigor para ir à guerra como tinha naquela
época.” (Js 14.10-11). “Levantem-se na presença dos idosos, honrem os anciãos,
temam o seu Deus. Eu sou o Senhor”. (Lv 19.32). “Um homem pode ter cem filhos e
viver muitos anos. No entanto, se não desfrutar as coisas boas da vida, digo
que uma criança que nasce morta e nem ao menos recebe um enterro digno tem melhor
sorte que ele” (Ec 6.3). “Você irá para a sepultura em pleno vigor, como um feixe
recolhido no devido tempo.” (Jó 5.26). “Não me rejeites na minha velhice; não
me abandones quando se vão as minhas forças.” (Sl 71.9). “A vida será mais
refulgente que o meio-dia, e as trevas serão como a manhã em seu fulgor.” (Jó
11.17). “Os anos de nossa vida chegam a setenta, ou a oitenta para os que têm
mais vigor; entretanto, são anos difíceis e cheios de sofrimento, pois a vida
passa depressa, e nós voamos! (Sl 90.10).”...e então permanecera viúva até a
idade de oitenta e quatro anos. Nunca deixava o templo: adorava a Deus jejuando
e orando dia e noite.” “Lc 2.37).
III.
A VELHICE DO REI DAVI
- Davi atingiu a idade de setenta anos (2º
Sm 5.4). Notemos como se encontrava Davi em sua velhice:
1.
As limitações no corpo.
- Davi, o rei, guerreiro e poeta, atingiu
a idade de setenta anos (2º Sm 5.4), que, segundo as palavras de Moisés, são o
limite máximo da vida e que a velhice traz consigo diversas limitações para o
corpo físico (Sl 90.10). Para Davi, ter sido moço e agora ser velho não
significava exatamente uma mudança com consequências drásticas. Era apenas uma
experiência a mais, uma sequência natural: “Fui moço e agora sou velho...” (Sl
37.25). Por mais robusto que seja o ser humano, não poderá escapar às
limitações físicas que lhe impõem a terceira idade (Ec 12.1-9). Aparecem a
canseira e o enfado (Sl 90.10); a visão perde a sua força (Gn 27.1); e o vigor
vai desaparecendo (Gn 17.17). As forças de um idoso não são as mesmas de um
jovem (2º Sm 19.34-37).
2.
As enfermidades.
- Quando chegou a velhice Davi começou a
padecer com as enfermidades. Sentia um frio grande que nem cobertores, podiam
lhe aquecer (1º Rs 1.1). Vendo isso, os servos de Davi sugeriram que lhe
trouxessem uma virgem para que deitasse junto ao corpo de Davi a fim de
aquecê-lo (1º Rs 1.2,3). A cerca disto afirmou certo teólogo: “a sugestão dos
servos para que se buscasse uma jovem para o rei a fim de lhe restaurar a
vitalidade perdida e o aquecesse era uma prescrição médica aceita até a Idade
Média” (MOODY, sd). Nenhum significado imoral deve ser dado a esta prática,
embora em nossa cultura nos pareça um tanto estranha. O próprio texto bíblico
acrescenta que Davi não a possuiu como mulher (1º Rs 1.4). Abisague serviu de
enfermeira prática junto ao moribundo Davi.
3. A
aproximação da morte.
- Com a idade avançada, Davi sentiu estar
próximo da morte (1º Rs 1.1). Este grande personagem hebreu faleceu e foi
sepultado na cidade de Jerusalém. Como Deus havia lhe prometido, concedeu-lhe
três grandes bençãos, a saber: (a) o trono de todo Israel: “E foram os dias que
reinou sobre Israel, quarenta anos; em Hebrom reinou sete anos, e em Jerusalém
reinou trinta e três” (1Cr 29.27); (b) longevidade: “E morreu numa boa velhice,
cheio de dias” (1º Cr 29.28-a); e, (c) riquezas em abundância: “E morreu numa
boa velhice, cheio de dias, riquezas e glória” (1º Cr 29.28-b).
IV.
CONSELHOS DE DAVI EM SUA VELHICE PARA O NOVO REI
- Quando Davi sentiu estar próximo da
morte em sua velhice (1º Rs 1.1), mostrou preocupação com a continuação do
governo que Deus lhe conferiu. Sabendo de antemão que dos seus filhos, Salomão
era o escolhido para lhe suceder no trono (1º Cr 28.6,7), e que edificaria o
templo (1º Cr 22.9,10), Davi lhe fez diversas recomendações para que o seu
governo contasse com a bênção de Deus e fosse próspero (1º Cr 28.9,10).
Notemos:
1.
Conhecer a Deus.
Embora as experiências espirituais de Davi fossem bastante válidas, e, por
certo foram narradas para seus filhos e até mesmo presenciada por eles, este
servo de Deus reconhece que Salomão tinha que ter a sua própria experiência: “Conhece
o Deus de teu pai” (1º Cr 28.9). A expressão “conhecer” no hebraico “yada” significa: “conhecer por
experiência, relacionar-se”. A falta de conhecimento de Deus foi o maior
problema de Israel, como declarou o próprio Deus através de Isaías (Is 1.1-3).
É imprescindível que conheçamos a Deus e prossigamos em conhecê-lo (Os 6.3).
2.
Servir a Deus.
Após exortá-lo a conhecer a Deus, Davi também disse a Salomão que o servisse e
orientou quanto a forma: “de coração perfeito e alma voluntária”. A expressão
de coração perfeito, no hebraico “shalem”
implica um “coração completo, inteiro, todo”. Já a expressão “alma voluntária”
fala de buscar com prazer, com amor e não forçado. A orientação de Davi é acompanhada
de uma exortação severa para quem não servir a Deus desta maneira (1º Cr
28.9-b). Infelizmente com o passar do tempo, Salomão se deixou seduzir pelo
pecado e não serviu a Deus como seu pai ordenou (1º Rs 11.4).
3.
Fazer a obra de Deus.
Salomão também recebeu como incumbência de seu pai a edificação do Templo, um
lugar fixo de adoração ao Deus vivo. Davi disse a Salomão: “Olha, pois, agora,
porque o SENHOR te escolheu para edificares uma casa para o santuário;
esforça-te, e faze a obra” (1º Cr 28.10). Salomão haveria de realizar algo
inédito. Uma grande casa para o Senhor deveria ser construída (1º Cr 29.1).
V.
BÊNÇÃOS DIVINAS NA VELHICE DO CRENTE
- Temos vários exemplos de servos de Deus
que tiveram experiências em sua velhice: Sara e Abraão (Gn 21.1-7); do rei Davi
(1º Cr 29.27,28); Simeão (Lc 2.25-30); Ana (Lc 2.36-38) etc. A terceira idade é
um tempo especial da parte de Deus para que os idosos colham com alegria os
frutos das sementes plantadas na juventude: “Na velhice ainda darão frutos; serão
viçosos e florescentes” (Sl 92.14). Davi experimentou isso em sua velhice (Sl
71.9,18). A longevidade é um presente dado por Deus: “Dar-lhe-ei abundância de
dias” (Sl 91.16). Vejamos o que a Bíblia fala-nos sobre a velhice do crente:
1. A
velhice é tempo de experiência. A Bíblia diz que: “Coroa de honra são as
cãs ...” (Pv 16.31-a), a velhice é um símbolo de beleza: “... e a beleza dos
velhos, as cãs” (Pv 20.29-b). Como diz a Bíblia, a maturidade com o seu modo de
ser e de agir não cabe na infância, mas na vida daqueles que já são
experimentados (Jó 12.12,13) nos embates da vida material e espiritual (1ª Co
13.11; Hb 5.13,14). Houve uma certa naturalidade em Samuel quando, já idoso,
disse ao povo de Israel: “Já envelheci e estou cheio de cãs...” (1º Sm 12.2). A
primeira grande bênção do período da velhice é a maturidade, sobretudo quando
se floresce plantado na Casa do Senhor (Sl 92.13,14). Duas figuras de linguagem
dão a dimensão exata do que isso representa: a palmeira e o cedro. Em ambas
vemos a lição de utilidade, perenidade, firmeza e robustez. São assim os que
envelhecem seguindo os princípios ditados por Deus: têm raízes profundas, que
suportam os ventos da tempestade, são longevos, robustos e de presença
acolhedora. Os princípios de vida ensinados na Bíblia levam à maturidade, à
prudência e à sabedoria (Is 46.4).
2. A
velhice é tempo de frutificação. A terceira idade é a época em que os
frutos são colhidos como resultado daquilo que se plantou na infância, na
juventude e nos primeiros ciclos da vida adulta (Ec 12.1). Paulo aceitou a
consciência de sua velhice, assumiu a sua nova condição, isto é, simplesmente
aceitou a realidade dos fatos: “...sendo o que sou, Paulo, o velho...” (Fm
9).No salmo 92.12-14 temos duas importantes lições:
A. Saber plantar, isto é, fazer boas
escolhas sob a direção de Deus nos verdes anos da juventude é condição
essencial para que se faça uma boa colheita no período da terceira idade.
B. Aquilo que colhemos na terceira idade,
inclusive certas doenças, é o resultado direto das escolhas que fizemos no
tempo da semeadura (Gl 6.7-9). A terceira idade é, também, um tempo de
colheita. Esse fato, decorrente de semeadura no passado, implica que a semente
plantada cumpra, pelo menos, três fases distintas: brotar, crescer e frutificar.
Na promessa do Pentecostes, Deus não se esqueceu dos velhos, ou idosos: “E há
de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e os vossos
filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos
mancebos terão visões” (Jl 2.28).
3. A
velhice é tempo de ensinamento. Os jovens permaneciam calados diante
deles e só falavam quando estavam certos de que os mais velhos nada mais tinham
para dizer (Jó 32.6-7). Alguém que chegou à terceira idade após uma boa
semeadura ainda tem muito a contribuir nos átrios da casa de Deus e a ensinar
aos que o cercam (Sl 71.15-18; Tt 2.2-5). Esta é também uma época de
ensinamento (Êx 18.13-27; Pv 23.22). Mostra-nos a história que desprezar o
conselho dos mais velhos não é um bom negócio (1º Rs 12.6-8). Não é bom reter
somente para nós, em nossos celeiros, aquilo que Deus amorosamente nos concedeu
durante toda a nossa vida. A menção aos frutos, no Pentateuco, sempre traz
implícita essa ideia (Dt 26.1-11 cf. 16.11). Os anciãos que, tanto em Israel
quanto na Igreja Primitiva, ajudavam na orientação dos negócios do Reino de
Deus (Êx 4.29; 19.7; At 15.2). A Bíblia nos diz que: “Diante das cãs te
levantarás, e honrarás a face do velho, e terás temor do teu Deus. Eu sou o
Senhor” (Lv 19.32).
4. A
velhice é tempo de trabalho. Jacó, aos 147 anos de idade (Gn 47.28)
faz a seguinte declaração: “… o Deus, em cuja presença andaram os meus pais
Abraão e Isaque, o Deus que me sustentou, desde que eu nasci até este dia” (Gn
48.15). Outra área que traz renovação espiritual no tempo da velhice é a do
serviço cristão (Lc 2.36-38). Existem muitas áreas de trabalho nas igrejas
apropriadas para as pessoas da terceira idade. É óbvio que elas não correrão
como as pessoas mais jovens, não terão o mesmo ativismo, mas poderão ter o
conhecimento e experiência necessária para realizarem certas atividades que
requerem a maturidade que só os idosos possuem. O povo de Deus necessita da
energia dos crentes mais jovens, mas não pode jamais abrir mão da experiência
dos santos mais idosos. Lembremo-nos de que Abraão e Sara cumpriram o propósito
de Deus na sua velhice (Gn 22.1,2,5), Moisés começou a liderar o povo de Israel
com a idade de 80 anos (Êx 7.7; Dt 29.5; At 7.23,30,36); Calebe conquistou
Hebrom em plena velhice aos 85 anos (Js 14.12-14); e Davi, o grande rei de
Israel, morreu em boa velhice “tendo desfrutado vida longa, riqueza e glória”
(1º Cr 29.27,28 – NVI).
CONCLUSÃO
- A vida física tem começo, meio e fim e a
terceira idade não deve ser vista como o fim de uma existência, mas como o
início de uma nova etapa na vida do ser humano. Ciente disto, devemos procurar
viver de forma agradável a Deus, temendo o Seu nome e realizando a sua vontade.
Se procedermos assim, deixaremos um legado para as próximas gerações, de autênticos
servos de Deus.
FONTE
DE PESQUISA
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BÍBLIA
DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL, R.C. CPAD.
2.
BÍBLIA
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R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
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http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/
Acesso em 23 dez. 2019