ESBOÇO PARA SERMÃO
2ª Timóteo 3.16,17 “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça. Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.”
INTRODUÇÃO. Apesar de Paulo aqui se referir especificamente ao AT, sua declaração também é verdadeira quanto ao NT.
As Escrituras Sagradas é um livro
inspirado por Deus aos homens. Ela é o pensamento do Senhor comunicado aos
homens (2ª Pe 1.21). A vitalidade das Escrituras deve-se à vida nelas soprada
pelo próprio Deus.
Ela Útil. Aqui, Paulo se
estende, apresentando quatro funções que correspondem às Sagradas Escrituras.
Revela com detalhes precisos como a Bíblia faz com que os seres humanos se
tornem “sábios para a salvação.
A Bíblia é um livro de doutrinas e é o único livro que ensina a salvação ao ser humano. Só Deus pode oferecer salvação, portanto, só Deus pode revelar sua natureza e seu alcance. A Bíblia não só repreende o pecador, também serve para refutar os ensinos pervertidos, como aqueles que Timóteo tinha que enfrentar.
Correção. Desde que suas primeiras palavras foram escritas, a Bíblia tem demonstrado seu poder para recriar e transformar a vida das pessoas. Assim como se ensina a uma criança as responsabilidades básicas da vida adulta, o cristão encontra nas Escrituras esses princípios que o ajudam a crescer até a “perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4.13). Esse processo de crescimento para ser semelhante a Cristo é conhecido como santificação, o qual continua ao longo da vida.
I. COMO DEUS SE COMUNICA COM O HOMEM?
O ensino é um meio de comunicação
que o Criador sempre uso para ensinar e dirigir o homem nos caminhos de retos.
Sem a orientação divina o ser humano desvia-se para um caminho errante.
1.
Nos dias de Adão.
1.1.
O Criador se comunicava através do diálogo.
Gênesis
1.26,27,29,30 “Então disse Deus: “Façamos o homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre
as aves do céu, sobre os grandes animais de toda a terra e sobre todos os pequenos
animais que se movem rente ao chão. 27 Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e
mulher os criou.
1.2. Deus
ensinou o primeiro homem o caminho certo. Gn 1.29-30 Disse Deus: Eis que dou a vocês
todas as plantas que nascem em toda a terra e produzem sementes, e todas as
árvores que dão frutos com sementes. Elas servirão de alimento para vocês. 30 E dou todos os vegetais como alimento a tudo o que tem em si fôlego
de vida: a todos os grandes animais da terra, a todas as aves do céu e a todas
as criaturas que se movem rente ao chão”.
Gn 2.7-15-17 “O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e
cultivá-lo.16 E o Senhor Deus ordenou ao homem:
Coma livremente de qualquer árvore do jardim, 17 mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no
dia em que dela comer, certamente você morrerá”.
1.3. A
desobediência do homem. Gn 3.8-13 “Ouvindo o homem e sua mulher os passos do Senhor Deus, que
andava pelo jardim quando soprava a brisa do dia, esconderam-se da presença do
Senhor Deus entre as árvores do jardim.9 Mas o Senhor Deus chamou o homem,
perguntando: "Onde está você? 10 E ele respondeu: Ouvi teus passos no
jardim e fiquei com medo, porque estava nu; por isso me escondi. 11 E Deus
perguntou: Quem disse que você estava nu? Você comeu do fruto da árvore da qual
o proibi de comer? 12 Disse o homem: Foi a mulher que me deste por companheira
que me deu do fruto da árvore, e eu comi. 13 O Senhor Deus perguntou então à
mulher: Que foi que você fez? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu
comi”.
2. Vem agora o período
patriarcal e Deus fala através dos anjos.
Gênesis 18.1-3,10 “Apareceu
o SENHOR a Abraão nos carvalhais de Manre, quando ele estava assentado à
entrada da tenda, no maior calor do dia. 2 Levantou ele os olhos, olhou, e eis
três homens de pé em frente dele. Vendo-os, correu da porta da tenda ao seu
encontro, prostrou-se em terra 3 e disse: Senhor meu, se acho mercê em tua presença,
rogo-te que não passes do teu servo. 10. Disse um deles: Certamente voltarei a ti, daqui a
um ano; e Sara, tua mulher, dará à luz um filho. Sara o estava escutando, à
porta da tenda, atrás dele.
3. Nos tempos
dos profetas Deus se comunica através de revelação, sonhos e visões.
Números
12.6 “Ouvi agora as minhas palavras: se entre vós houver profeta, eu, o
Senhor, a ele me farei conhecer em visão, em sonhos falarei com ele”.
Amós 3.7 “Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas”.
4. Nos tempos que Jesus esteve na terra, Deus falava através de Cristo. Jesus se fez carne e habitou entre os homens (Jo 1.14); ele podia ser visto pelo olho humano, tocado e sua voz podia ser ouvida de forma audível; as pessoas viram seus milagres e todos seus feitos. “Ele nos falou pelo seu Filho” (Hb 1.1). Porém depois ele subiu para o céu e assentou a direita do Pai.
5. Como
Deus fala conosco hoje?
5.1. Através do Espírito Santo. Quando Jesus subiu nos deixou o
Espírito Santo para ficar conosco até a consumação dos séculos (Mt 28.20).
João 14.16, 26 “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro consolador, para que fique convosco para sempre”. V. 26 “Mas o Ajudador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito”.
“O
Espírito Santo vos ensinará todas as coisas”.
Romanos 8.26 “Do mesmo modo também o Espírito nos ajuda na fraqueza;
porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o Espírito mesmo
intercede por nós com gemidos inexprimíveis”.
O Espírito Santo ministra na mente daqueles que já tem comunhão com Deus através da fé a vontade de Deus, o Espírito fala ao coração o propósito de Deus, sua vontade para entendermos o querer do Senhor. Deus ainda fala, ele ainda se comunica com o homem.
5.2. Deus
fala pela Palavra Escrita - A Sagradas Escrituras. O meio de comunicação mais claro pelo qual Deus fala ao coração do
homem são Escrituras.
2ª Timóteo 3.14-17 “Que desde a infância sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra”.
As Escrituras nos dão uma clara
revelação do conhecimento de Deus, nos apontam o caminho certo da salvação, nos
mostram quem é Deus e a sua vontade para o nosso viver.
Deus também nos fala pelos
pregadores do evangelho.
Efésios 6.18-19 “Orem por mim para que me seja dada a Palavra da fé ao abrir de minha boca”.
5.4. Deus
fala por visões, sonhos, e por profecias.
Atos 2.17-18
“E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito
sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos mancebos terão visões, os vossos anciãos terão sonhos; e sobre os meus servos e
sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão”.
II. O EMSINO NO VELHO TESTAMENTO
1. Moisés recebe a Lei do Senhor. Em hebraico a Lei é chamada de Torá,
que pode significar lei como também instrução ou doutrina. O conteúdo da Torá
são os cinco livros de Moisés, mas o termo Torá é aplicado igualmente ao Antigo
Testamento como um todo.
Deuteronômio 4.11-14 “E vós vos chegastes, e vos
pusestes ao pé do monte; e o monte ardia em fogo até ao meio dos céus, e havia
trevas, e nuvens e escuridão; 12 Então o SENHOR vos falou do meio do fogo; a
voz das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes figura alguma. 13 Então
vos anunciou ele a sua aliança que vos ordenou cumprir, os dez mandamentos, e
os escreveu em duas tábuas de pedra. 14 Também o SENHOR me ordenou ao mesmo
tempo que vos ensinasse estatutos e juízos, para que os cumprísseis na terra a
qual passais a possuir.
V. 11 A manifestação da
presença de Deus geralmente é descrita acompanhada de fogo e escuridão (Êx
19.18). O fogo alude à santidade, à majestade e à transcendência divina, mas
também ao julgamento de Deus sobre a perversidade (v. 24). A escuridão faz
referência ao impedimento imposto a nós de aproximarmo-nos da natureza santa do
Senhor, a qual não permite que Ele conviva com o pecado, às nossas
transgressões e à possibilidade do julgamento iminente. Um grande estudioso diz
que essa linguagem remete à “elusiva [imprecisa] presença” de Yahweh. O fato de
a presença de Deus ser percebida por nós é um sinal de Sua condescendente
graça, e de Ele ser reconhecido por Seus feitos no passado é uma lembrança da
comunhão entre o Todo-poderoso e Suas criaturas.
V. 12 Além da voz, não vistes semelhança
nenhuma.
O Senhor revelou Sua glória aos israelitas, mas eles não puderam ver nenhuma
imagem além da escuridão e do fogo. Entretanto, ouviram a voz de Deus (v. 15).
Este versículo nos lembra que Deus é espírito (Jo 4.24).
V.13 A obediência aos
comandos de Deus era uma expressão de lealdade e amor àquele que estabeleceu o
concerto com Israel mediante os Dez Mandamentos, revelados e impressos em duas
tábuas de pedra (Êx 31.18). Uma ideia antiga, popularizada em obras de arte, é
a de que uma parte dos mandamentos foi grafada na primeira tábua (talvez
aqueles que tinham relação com os deveres do povo para com Deus) e a outra, os
mandamentos restantes (relativos aos deveres do homem para com seu próximo),
foi escrita na segunda tábua.
V. 14 O Senhor me ordenou que vos ensinasse. Moisés entregou a revelação de Deus ao povo. Na condição de “instrutor” dos israelitas, ele aplicou a Lei (Êx 20.19).
Êxodo 19.1-3 “Ao terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no mesmo dia chegaram ao deserto de Sinai, 2 Porque partiram de Refidim e entraram no deserto de Sinai, onde se acamparam. Israel, pois, ali se acampou em frente ao monte. 3 E subiu Moisés a Deus, e o SENHOR o chamou do monte, dizendo: Assim falarás à casa de Jacó, e anunciarás aos filhos de Israel: 4 Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim; 5 Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha. 6 E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel. 7 E veio Moisés, e chamou os anciãos do povo, e expôs diante deles todas estas palavras, que o SENHOR lhe tinha ordenado. 8 Então todo o povo respondeu a uma voz, e disse: Tudo o que o SENHOR tem falado, faremos. E relatou Moisés ao SENHOR as palavras do povo. 9 E disse o SENHOR a Moisés: Eis que eu virei a ti numa nuvem espessa, para que o povo ouça, falando eu contigo, e para que também te creiam eternamente. Porque Moisés tinha anunciado as palavras do seu povo ao SENHOR. 10 Disse também o SENHOR a Moisés: Vai ao povo, e santifica-os hoje e amanhã, e lavem eles as suas roupas, 11 E estejam prontos para o terceiro dia; porquanto no terceiro dia o SENHOR descerá diante dos olhos de todo o povo sobre o monte Sinai.
Vs. 9.1,2 A chegada da
comunidade de Israel ao monte Sinai foi o importante acontecimento que moldaria
a história subsequente. O narrador (Moisés) ficou tremendamente impressionado com
a sincronia de tempo do Senhor (Êx 12.41,51). Provavelmente, mesmo dia indica
exatamente dois meses após o êxodo, o décimo quarto dia do terceiro mês (Êx
12.2,18; 13.4; 16.1). A primeira vez que Moisés se encontrou com Deus foi
diante de um monte. Naquela época, o Senhor prometeu que israelitas adorariam a
Deus nesse lugar (Êx 3.12). Esta promessa divina estava para ser cumprida.
V. 3 E subiu Moisés a Deus, e o Senhor o chamou do monte. O profeta era o único que tinha acesso pessoal ao Senhor (Êx 33.9-11; Nm 12). Moisés era o intermediário entre Deus e o povo. 19.4 — A expressão poética sobre asas de águia é uma maravilhosa forma de descrever a libertação dos israelitas da escravidão egípcia. O Senhor resgatara Seu povo do cativeiro e levara-o até Ele. Esse tipo de linguagem não apenas representa a salvação de Israel dos egípcios, como também retrata nossa salvação do pecado.
Vs. 5-8 Pela primeira vez em Êxodo, o termo concerto (hb. berit) é usado para descrever o acordo solene entre o Senhor e os israelitas no monte Sinai, algumas vezes chamado de aliança mosaica (Êx 24-1-8; 31.12-18; 34.27,28). Em passagens anteriores no livro de Êxodo, esse termo foi usado para a aliança abraâmica (Êx 2.24; 6.3-5). A mesma palavra é utilizada em referências aos tratados que ligavam Israel a outras nações (Êx 23.32; 34.12,15).
V. 9 Deus planejou revelar uma parte de Seu esplendor a um povo que estava despreparado para uma revelação completa. Assim, Ele apareceu em uma nuvem espessa. Um grande estudioso chama este fenômeno de “Sua elusiva presença”, indicando que a santidade de Deus requer Seu caráter quando se trata da revelação de Suas maravilhas ao povo.
Vs. 10,11 As pessoas seriam
instruídas de forma que estivessem preparadas para a visita do Deus vivo. Elas deveriam
ser santificadas, isto é, passar por ritos de purificação para que ficassem
cerimonialmente prontas para o encontro.
Êxodo 20.20-22 “E disse Moisés ao povo: Não
temais, Deus veio para vos provar, e para que o seu temor esteja diante de vós,
afim de que não pequeis. 21. E o povo estava em pé de longe. Moisés, porém, se
chegou à escuridão, onde Deus estava. 22. Então disse o SENHOR a Moisés: Assim
dirás aos filhos de Israel: Vós tendes visto que, dos céus, eu falei convosco”.
Êx
24.3
“Veio,
pois, Moisés, e contou ao povo todas as palavras do SENHOR, e todos os
estatutos; então o povo respondeu a uma voz, e disse: Todas as palavras, que o
SENHOR tem falado, faremos”.
Palavras [...]
estatutos.
Este é um trecho em que percebemos claramente duas das várias formas nas quais
a Palavra do Senhor chegou a Moisés (Êx 13.1).
Êx 24.7 “E tomou o livro da aliança e o leu
aos ouvidos do povo, e eles disseram: Tudo o que o SENHOR tem falado faremos, e
obedeceremos”.
O livro do concerto provavelmente continha as instruções e as sentenças de Êxodo 20.22—23.33 que foram registradas por Moisés (v. 3,4). Embora o livro (mais precisamente, o rolo) existisse em sua forma escrita, este era lido para as pessoas. Os documentos escritos não estavam amplamente disponíveis para todos, e a literatura ficava restrita a poucos. Assim, a Lei era disseminada oralmente. Quanto à obediência a ela, pela segunda vez (v. 3) o povo fez um pronunciamento solene a respeito disso, como se verifica na declaração faremos e obedeceremos.
2. Deus ordena Moisés a ensinar os Seus mandamentos.
Deuteronômio 6.1-9 “ESTES, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o SENHOR vosso Deus para ensinar-vos, para que os cumprísseis na terra a que passais a possuir; 2. Para que temas ao SENHOR teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida, e que teus dias sejam prolongados. 3. Ouve, pois, ó Israel, e atenta em os guardares, para que bem te suceda, e muito te multipliques, como te disse o SENHOR Deus de teus pais, na terra que mana leite e mel. 4. Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. 5. Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças. 6 - E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; 7. E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. 8. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. 9 - E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.”
3.
É obrigação solene dos pais (gr. pateres) dar aos filhos a instrução e a
disciplina condizente com a formação cristã. Salmo 127.3 “Herança do
SENHOR são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão”.
3.2. “Falarás assentado em tua casa”. A palavra “casa” nesse texto vem
do hebraico “bayth”, e significa “casa, habitação ou edificação na qual vive
uma família” (Dt 20.5), mas também “pode se referir à própria família” (Gn
15.2; Js 7.14; 24.15).
O que Deus está dizendo é que o principal local de ensinamento das verdades espirituais é o seio familiar, é o lar. Eis a importância do culto doméstico. É nele que as verdades da Palavra de Deus serão inculcadas nas crianças, que jamais esquecerão dos momentos devocionais que desfrutaram com os pais. É através do culto doméstico que brechas espirituais são fechadas na família e toda e qualquer atuação maligna é repreendida pelo Senhor.
O
EMSINO NO NOVO TESTAMENTO
1. O apóstolo Paulo e o ensino. Paulo, nome romano de Saulo, nasceu em Tarso, na Cilícia (At 16.37; 21.39; 22.25).
2.
Quem era Paulo.
2.1.
Um perseguidor dos cristãos.
At 26.10 “E assim procedi em Jerusalém. Havendo eu recebido autorização dos principais sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e contra estes dava o meu voto, quando os matavam”.
2.2. Um fariseu.
Filipenses 3.5-8 “Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de
Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu; 6. Segundo o zelo,
perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível. 7. Mas
o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo.
E, na verdade, tenho também por
perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor;
pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória,
para que possa ganhar a Cristo”.
Atos
22.1-3 “Eu sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas educado nesta cidade,
aos pés de Gamaliel, instruído segundo o rigor da Lei ancestral, zeloso por Deus,
assim como todos vós sois neste dia.”
2.4. A conversão de Paulo - Atos 9.3-6 “E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer”.
IV. PAULO E O ENSINO
1ª Co 11.23 “Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão”.
1. Os discípulos aprenderam com Jesus na forma física.
Mateus 4.18-22 “E Jesus, andando junto ao mar da Galiléia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores; 19 E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. 20 Então eles, deixando logo as redes, seguiram-no. 21 E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com seu pai, Zebedeu, consertando as redes; 22 E chamou-os; eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no”.
Jesus chamou os
primeiros quatro seguidores:
Simão Pedro, André, Tiago (filho de Zebedeu), João (filho de
Zebedeu). Eles deixaram as redes (eram pescadores) e foram imediatamente com
Jesus para se tornarem pescadores de homens.
**Obs.: Quando estudamos os quatro relatos do evangelho, é interessante colocar algumas coisas na sequência da história. Dá para ver como João preparou o caminho de Jesus, até o apresentando aos discípulos dele. Depois, quando Jesus chamou, eles estavam prontos a seguir.
2. Paulo aprendeu com Jesus ressuscitado - Gálatas 1.12 Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela
revelação de Jesus Cristo.
Revelação. Essa palavra significa “desvendamento”. Em vista do vers. 16, parece provável que o sentido seja “um desvendamento de Jesus Cristo”. O véu que oculto Cristo da visão dos mortais, foi tirado para um lado.
3. O início do ministério do Apóstolo Paulo.
Após o encontro que teve com
Cristo, o Apóstolo Paulo chegou em Damasco e recebeu a visita de Ananias, o qual
também o batizou.
At 9.17,18 “E Ananias foi, e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o SENHOR Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo. 18 E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado”.
4.
Passou um tempo na Arábia.
Paulo
alega que seu ministério “não tem parte com homens” e “nem por intermédio de
homens”. Com isso, ele se defende de uma acusação (1.10). É necessário que
Paulo utilize da autoridade do nome de Cristo e de Deus Pai, que são
formulações de fé, para combater seus os inimigos do evangelho.
É
comum: “apóstolo de Jesus Cristo” ou “apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de
Deus” (1ª Co 1.1), ou “como servo de Jesus Cristo” (Fl 1.1). Sua fé está
totalmente baseada no sacrifício de Jesus Cristo (1.34), chamando a todos que
entender os benefícios desse sacrifício a dar-LHE “Glória pelos séculos dos
séculos”.
Paulo
começa a defesa de seu ministério, apresentando a defesa de sua fé. Paulo tem
certeza que o seu ministério é bem sucedido porque está totalmente fundamentado
no sacrifício vicário de Jesus: Ele agrada a Deus por ser servo de Cristo
(1.10).
A grande maioria dos líderes labuta para defender seus cargos, seus interesses, suas tradições. Os ministros foram chamados para uma vocação santa e digna, mas para ministrar as Verdades da Santa Palavra de Deus e defender a Noiva de Cristo contra os ataques do diabo e de seus ministros. Todavia, isto não é priorizado se as mensagens são apenas bajulações de comodismo, deixando de lado a pregação genuína do Evangelho.
Gálatas
1.11-21 “Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado
não é segundo os homens. 12 Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas
pela revelação de Jesus Cristo. 13 Porque já ouvistes qual foi antigamente a
minha conduta no judaísmo, como sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a
assolava. 14 E na minha nação excedia em judaísmo a muitos da minha idade,
sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais. 15 Mas, quando aprouve a
Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça,
16 Revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não
consultei a carne nem o sangue, 17 Nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já
antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia, e voltei outra vez a Damasco.
18 Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro, e fiquei com
ele quinze dias. 19 E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão
do Senhor. 20 Ora, acerca do que vos escrevo, eis que diante de Deus testifico
que não minto. 21 Depois fui para as partes da Síria e da Cilícia”.
1. O Bispo deve ser apto para o
ensino.
1ª Tm 3.1-2 “Esta afirmação é digna de confiança: Se alguém deseja ser bispo,
deseja uma nobre função. É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma
só mulher, moderado, sensato, respeitável, hospitaleiro e apto para ensinar”.
2ª
Timóteo 2.24 “Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a
contender, e sim deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente”.
Aqui Paulo fala aos que aspiram a
excelente obra, ou seja, o episcopado. Ele enumera uma série de virtudes que
devem ser característicos do homem de Deus que vai ficar à frente da obra de
Deus. Ele
enumera uma série de virtudes que devem ser característicos do homem de Deus
que vai ficar à frente da obra de Deus.
As exortações de Paulo a Timóteo
para suportar as aflições, ser diligente, manejar bem a Palavra e ser um vaso
adequado e útil ao Senhor são dadas no contexto de tempos difíceis e até
trabalhosos.
Neste estudo vamos destacar a
doutrina do ensino prescrito nas Escrituras Sagradas em todos os tempos.
III. JESUS E O
ENSINO
1.
O ensino é uma ordenança.
1.1. Pregai o evangelho. Mc 16.16 “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura”.
1.2. O que é evangelho?
É uma palavra de origem grega que significa “Boas novas; boas notícias”. Evangelizar é o ato de divulgar a mensagem de
Cristo.
Essa boa notícia é a mensagem de salvação e esperança trazida por Jesus Cristo ao mundo e depois proclamada pelos apóstolos e outros discípulos, e após eles, proclamada por centenas de gerações até o dia de hoje.
1.3. Jesus falou das boas notícias
e as mostrou para as pessoas.
Lucas 4.18-19 “O Espírito do Senhor está sobre
mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar
libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os
oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor”.
2. Jesus escolheu doze
homens e fê-lo discípulo.
Mateus 4.19-21 E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei
pescadores de homens. 20 Então, eles deixaram imediatamente as redes e o
seguiram. 21 Passando adiante, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu,
e João, seu irmão, que estavam no barco em companhia de seu pai, consertando as
redes; e chamou-os. 22 Então, eles, no mesmo instante, deixando o barco e seu
pai, o seguiram.
3.
Jesus enviou Seus discípulos.
Mt 10.1-24 “Tendo chamado os seus doze discípulos, deu-lhes Jesus autoridade sobre espíritos imundos para os expelir e para curar toda sorte de doenças e enfermidades. 5 A estes doze enviou Jesus, dando-lhes as seguintes instruções: “Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos; 6 mas, de preferência, procurai as ovelhas perdidas da casa de Israel; 7 e, à medida que seguirdes, pregai que está próximo o reino dos céus. 8 Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai. 9 Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre nos vossos cintos; 10 nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de sandálias, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento. 11 E, em qualquer cidade ou povoado em que entrardes, indagai quem neles é digno; e aí ficai até vos retirardes. 12 Ao entrardes na casa, saudai-a; 13 se, com efeito, a casa for digna, venha sobre ela a vossa paz; se, porém, não o for, torne para vós outros a vossa paz. 14 Se alguém não vos receber, nem ouvir as vossas palavras, ao sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés. 15 Em verdade vos digo que menos rigor haverá para Sodoma e Gomorra, no Dia do Juízo, do que para aquela cidade. 16 Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas. 17 E acautelai-vos dos homens; porque vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas; 18 por minha causa sereis levados à presença de governadores e de reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios. 19 E, quando vos entregarem, não cuideis em como ou o que haveis de falar, porque, naquela hora, vos será concedido o que haveis de dizer, 20 visto que não sois vós os que falais, mas o Espírito de vosso Pai é quem fala em vós. 21 Um irmão entregará à morte outro irmão, e o pai, ao filho; filhos haverá que se levantarão contra os progenitores e os matarão. 22 Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo. 23 Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do Homem. 24 O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo, acima do seu senhor.
3. Jesus pregava e ensinava - fez
missão urbana.
Mt 19.23-24 Percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas sinagogas,
pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades
entre o povo. 24 E a sua fama correu por toda a Síria; trouxeram-lhe, então,
todos os doentes, acometidos de várias enfermidades e tormentos:
endemoninhados, lunáticos e paralíticos. E ele os curou.
Porque
não acontecem milagres como nos tempos da igreja primitiva? Jesus mudou?
Não!
Nós que mudamos, nós que se distanciamos da igreja primitiva.
Mateus
9.35-38 “E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas
sinagogas, pregando o
evangelho do reino e
curando toda sorte de doenças e enfermidades. 36 Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e
exaustas como ovelhas que não têm pastor. 37 E, então, se dirigiu a seus
discípulos: A seara, na verdade, é
grande, mas os trabalhadores são poucos. 38 Rogai, pois, ao Senhor da seara
que mande trabalhadores para a sua seara”.
4. Fazer discípulo é uma ordenança. Jesus fez
discípulo e mandou fazer discípulo.
Lucas
24.49
“Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade,
até que do alto sejais revestidos de poder”.
Atos
1.8
“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas
testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos
confins da terra”.
Marcos 16.15-17 “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho
a toda criatura. Quem crer e for batizado
será salvo; quem, porém, não crer será condenado. Estes sinais hão de
acompanhar aqueles que creem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas
línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes
fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados”.
Mt 28.19-20 “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou
convosco todos os dias até à consumação do século.
Tiago 4.17 “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando”.
5. A igreja primitiva pregava o
evangelho. Os apóstolos e outros discípulos de Jesus deram sequência na anunciação das boas notícias:
Atos 2.42-47 “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na
comunhão, no partir do pão e nas orações. 43 Em cada alma havia temor; e muitos
prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. 44 Todos os que
creram estavam juntos e tinham tudo em comum. 45 Vendiam as suas propriedades e
bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade.
46 Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e
tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, 47 louvando a Deus
e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o
Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”.
Atos
14.21
“E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram
para Listra, e Icônio, e Antioquia…”.
CONCLUSÃO. O verdadeiro
discípulo segue seu mestre:
João
8.31 “Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele:
Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos”.
João 15.8 Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto;
e assim vos tornareis meus discípulos”.
A proposta de Jesus, para se obter uma vida plena, é muito simples. “Se vós permanecerdes na minha palavra.... em que deis muito
fruto... sois verdadeiramente meus discípulos...”.
A proposta de Jesus, para se obter uma vida plena, é muito simples. “Se vós permanecerdes na minha palavra.... em que deis
muito fruto... sois verdadeiramente meus discípulos...”.
Pr. Elias Ribas