TEOLOGIA EM FOCO

domingo, 26 de dezembro de 2021

O ENSINO BÍBLICO

 

ESBOÇO PARA SERMÃO

2ª Timóteo 3.16,17 “Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça. Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.

INTRODUÇÃO. Apesar de Paulo aqui se referir especificamente ao AT, sua declaração também é verdadeira quanto ao NT.

As Escrituras Sagradas é um livro inspirado por Deus aos homens. Ela é o pensamento do Senhor comunicado aos homens (2ª Pe 1.21). A vitalidade das Escrituras deve-se à vida nelas soprada pelo próprio Deus.

Ela Útil. Aqui, Paulo se estende, apresentando quatro funções que correspondem às Sagradas Escrituras. Revela com detalhes precisos como a Bíblia faz com que os seres humanos se tornem “sábios para a salvação.

A Bíblia é um livro de doutrinas e é o único livro que ensina a salvação ao ser humano. Só Deus pode oferecer salvação, portanto, só Deus pode revelar sua natureza e seu alcance. A Bíblia não só repreende o pecador, também serve para refutar os ensinos pervertidos, como aqueles que Timóteo tinha que enfrentar. 

Correção. Desde que suas primeiras palavras foram escritas, a Bíblia tem demonstrado seu poder para recriar e transformar a vida das pessoas. Assim como se ensina a uma criança as responsabilidades básicas da vida adulta, o cristão encontra nas Escrituras esses princípios que o ajudam a crescer até a “perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4.13). Esse processo de crescimento para ser semelhante a Cristo é conhecido como santificação, o qual continua ao longo da vida.

I. COMO DEUS SE COMUNICA COM O HOMEM?

O ensino é um meio de comunicação que o Criador sempre uso para ensinar e dirigir o homem nos caminhos de retos. Sem a orientação divina o ser humano desvia-se para um caminho errante.

1. Nos dias de Adão.

1.1. O Criador se comunicava através do diálogo.

Gênesis 1.26,27,29,30 “Então disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os grandes animais de toda a terra e sobre todos os pequenos animais que se movem rente ao chão. 27 Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.

 

1.2. Deus ensinou o primeiro homem o caminho certo. Gn 1.29-30 Disse Deus: Eis que dou a vocês todas as plantas que nascem em toda a terra e produzem sementes, e todas as árvores que dão frutos com sementes. Elas servirão de alimento para vocês. 30 E dou todos os vegetais como alimento a tudo o que tem em si fôlego de vida: a todos os grandes animais da terra, a todas as aves do céu e a todas as criaturas que se movem rente ao chão”.

Gn 2.7-15-17O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo.16 E o Senhor Deus ordenou ao homem: Coma livremente de qualquer árvore do jardim, 17 mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá”.

 

1.3. A desobediência do homem. Gn 3.8-13 “Ouvindo o homem e sua mulher os passos do Senhor Deus, que andava pelo jardim quando soprava a brisa do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus entre as árvores do jardim.9 Mas o Senhor Deus chamou o ho­mem, perguntando: "Onde está você? 10 E ele respondeu: Ouvi teus passos no jardim e fiquei com medo, porque estava nu; por isso me escondi. 11 E Deus perguntou: Quem disse que você estava nu? Você comeu do fruto da árvore da qual o proibi de comer? 12 Disse o homem: Foi a mulher que me deste por companheira que me deu do fruto da árvore, e eu comi. 13 O Senhor Deus perguntou então à mulher: Que foi que você fez? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi”.

 

2. Vem agora o período patriarcal e Deus fala através dos anjos.

Gênesis 18.1-3,10Apareceu o SENHOR a Abraão nos carvalhais de Manre, quando ele estava assentado à entrada da tenda, no maior calor do dia. 2 Levantou ele os olhos, olhou, e eis três homens de pé em frente dele. Vendo-os, correu da porta da tenda ao seu encontro, prostrou-se em terra 3 e disse: Senhor meu, se acho mercê em tua presença, rogo-te que não passes do teu servo. 10. Disse um deles: Certamente voltarei a ti, daqui a um ano; e Sara, tua mulher, dará à luz um filho. Sara o estava escutando, à porta da tenda, atrás dele.

3. Nos tempos dos profetas Deus se comunica através de revelação, sonhos e visões.

Números 12.6 Ouvi agora as minhas palavras: se entre vós houver profeta, eu, o Senhor, a ele me farei conhecer em visão, em sonhos falarei com ele”.

Amós 3.7 “Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas”. 

4. Nos tempos que Jesus esteve na terra, Deus falava através de Cristo. Jesus se fez carne e habitou entre os homens (Jo 1.14); ele podia ser visto pelo olho humano, tocado e sua voz podia ser ouvida de forma audível; as pessoas viram seus milagres e todos seus feitos. “Ele nos falou pelo seu Filho” (Hb 1.1). Porém depois ele subiu para o céu e assentou a direita do Pai. 

5. Como Deus fala conosco hoje?

5.1. Através do Espírito Santo. Quando Jesus subiu nos deixou o Espírito Santo para ficar conosco até a consumação dos séculos (Mt 28.20).

João 14.16, 26 “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro consolador, para que fique convosco para sempre”. V. 26 “Mas o Ajudador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto eu vos tenho dito”. 

“O Espírito Santo vos ensinará todas as coisas”.

Romanos 8.26 “Do mesmo modo também o Espírito nos ajuda na fraqueza; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inexprimíveis”.

O Espírito Santo ministra na mente daqueles que já tem comunhão com Deus através da fé a vontade de Deus, o Espírito fala ao coração o propósito de Deus, sua vontade para entendermos o querer do Senhor. Deus ainda fala, ele ainda se comunica com o homem. 

5.2. Deus fala pela Palavra Escrita - A Sagradas Escrituras. O meio de comunicação mais claro pelo qual Deus fala ao coração do homem são Escrituras.

2ª Timóteo 3.14-17 “Que desde a infância sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra”. 

As Escrituras nos dão uma clara revelação do conhecimento de Deus, nos apontam o caminho certo da salvação, nos mostram quem é Deus e a sua vontade para o nosso viver.

Deus também nos fala pelos pregadores do evangelho.

Efésios 6.18-19 “Orem por mim para que me seja dada a Palavra da fé ao abrir de minha boca”. 

5.4. Deus fala por visões, sonhos, e por profecias.

Atos 2.17-18 “E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos mancebos terão visões, os vossos anciãos terão sonhos; e sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e eles profetizarão”. 

II. O EMSINO NO VELHO TESTAMENTO 

1. Moisés recebe a Lei do Senhor. Em hebraico a Lei é chamada de Torá, que pode significar lei como também instrução ou doutrina. O conteúdo da Torá são os cinco livros de Moisés, mas o termo Torá é aplicado igualmente ao Antigo Testamento como um todo.

Deuteronômio 4.11-14 “E vós vos chegastes, e vos pusestes ao pé do monte; e o monte ardia em fogo até ao meio dos céus, e havia trevas, e nuvens e escuridão; 12 Então o SENHOR vos falou do meio do fogo; a voz das palavras ouvistes; porém, além da voz, não vistes figura alguma. 13 Então vos anunciou ele a sua aliança que vos ordenou cumprir, os dez mandamentos, e os escreveu em duas tábuas de pedra. 14 Também o SENHOR me ordenou ao mesmo tempo que vos ensinasse estatutos e juízos, para que os cumprísseis na terra a qual passais a possuir.

V. 11 A manifestação da presença de Deus geralmente é descrita acompanhada de fogo e escuridão (Êx 19.18). O fogo alude à santidade, à majestade e à transcendência divina, mas também ao julgamento de Deus sobre a perversidade (v. 24). A escuridão faz referência ao impedimento imposto a nós de aproximarmo-nos da natureza santa do Senhor, a qual não permite que Ele conviva com o pecado, às nossas transgressões e à possibilidade do julgamento iminente. Um grande estudioso diz que essa linguagem remete à “elusiva [imprecisa] presença” de Yahweh. O fato de a presença de Deus ser percebida por nós é um sinal de Sua condescendente graça, e de Ele ser reconhecido por Seus feitos no passado é uma lembrança da comunhão entre o Todo-poderoso e Suas criaturas.

V. 12 Além da voz, não vistes semelhança nenhuma. O Senhor revelou Sua glória aos israelitas, mas eles não puderam ver nenhuma imagem além da escuridão e do fogo. Entretanto, ouviram a voz de Deus (v. 15). Este versículo nos lembra que Deus é espírito (Jo 4.24).

V.13 A obediência aos comandos de Deus era uma expressão de lealdade e amor àquele que estabeleceu o concerto com Israel mediante os Dez Mandamentos, revelados e impressos em duas tábuas de pedra (Êx 31.18). Uma ideia antiga, popularizada em obras de arte, é a de que uma parte dos mandamentos foi grafada na primeira tábua (talvez aqueles que tinham relação com os deveres do povo para com Deus) e a outra, os mandamentos restantes (relativos aos deveres do homem para com seu próximo), foi escrita na segunda tábua.

V. 14 O Senhor me ordenou que vos ensinasse. Moisés entregou a revelação de Deus ao povo. Na condição de “instrutor” dos israelitas, ele aplicou a Lei (Êx 20.19). 

Êxodo 19.1-3Ao terceiro mês da saída dos filhos de Israel da terra do Egito, no mesmo dia chegaram ao deserto de Sinai, 2 Porque partiram de Refidim e entraram no deserto de Sinai, onde se acamparam. Israel, pois, ali se acampou em frente ao monte. 3 E subiu Moisés a Deus, e o SENHOR o chamou do monte, dizendo: Assim falarás à casa de Jacó, e anunciarás aos filhos de Israel: 4 Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos trouxe a mim; 5 Agora, pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é minha. 6 E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel. 7 E veio Moisés, e chamou os anciãos do povo, e expôs diante deles todas estas palavras, que o SENHOR lhe tinha ordenado. 8 Então todo o povo respondeu a uma voz, e disse: Tudo o que o SENHOR tem falado, faremos. E relatou Moisés ao SENHOR as palavras do povo. 9 E disse o SENHOR a Moisés: Eis que eu virei a ti numa nuvem espessa, para que o povo ouça, falando eu contigo, e para que também te creiam eternamente. Porque Moisés tinha anunciado as palavras do seu povo ao SENHOR. 10 Disse também o SENHOR a Moisés: Vai ao povo, e santifica-os hoje e amanhã, e lavem eles as suas roupas, 11 E estejam prontos para o terceiro dia; porquanto no terceiro dia o SENHOR descerá diante dos olhos de todo o povo sobre o monte Sinai. 

Vs. 9.1,2 A chegada da comunidade de Israel ao monte Sinai foi o importante acontecimento que moldaria a história subsequente. O narrador (Moisés) ficou tremendamente impressionado com a sincronia de tempo do Senhor (Êx 12.41,51). Provavelmente, mesmo dia indica exatamente dois meses após o êxodo, o décimo quarto dia do terceiro mês (Êx 12.2,18; 13.4; 16.1). A primeira vez que Moisés se encontrou com Deus foi diante de um monte. Naquela época, o Senhor prometeu que israelitas adorariam a Deus nesse lugar (Êx 3.12). Esta promessa divina estava para ser cumprida. 

V. 3 E subiu Moisés a Deus, e o Senhor o chamou do monte. O profeta era o único que tinha acesso pessoal ao Senhor (Êx 33.9-11; Nm 12). Moisés era o intermediário entre Deus e o povo. 19.4 — A expressão poética sobre asas de águia é uma maravilhosa forma de descrever a libertação dos israelitas da escravidão egípcia. O Senhor resgatara Seu povo do cativeiro e levara-o até Ele. Esse tipo de linguagem não apenas representa a salvação de Israel dos egípcios, como também retrata nossa salvação do pecado. 

Vs. 5-8 Pela primeira vez em Êxodo, o termo concerto (hb. berit) é usado para descrever o acordo solene entre o Senhor e os israelitas no monte Sinai, algumas vezes chamado de aliança mosaica (Êx 24-1-8; 31.12-18; 34.27,28). Em passagens anteriores no livro de Êxodo, esse termo foi usado para a aliança abraâmica (Êx 2.24; 6.3-5). A mesma palavra é utilizada em referências aos tratados que ligavam Israel a outras nações (Êx 23.32; 34.12,15).

V. 9 Deus planejou revelar uma parte de Seu esplendor a um povo que estava despreparado para uma revelação completa. Assim, Ele apareceu em uma nuvem espessa. Um grande estudioso chama este fenômeno de “Sua elusiva presença”, indicando que a santidade de Deus requer Seu caráter quando se trata da revelação de Suas maravilhas ao povo. 

Vs. 10,11 As pessoas seriam instruídas de forma que estivessem preparadas para a visita do Deus vivo. Elas deveriam ser santificadas, isto é, passar por ritos de purificação para que ficassem cerimonialmente prontas para o encontro.

Êxodo 20.20-22E disse Moisés ao povo: Não temais, Deus veio para vos provar, e para que o seu temor esteja diante de vós, afim de que não pequeis. 21. E o povo estava em pé de longe. Moisés, porém, se chegou à escuridão, onde Deus estava. 22. Então disse o SENHOR a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: Vós tendes visto que, dos céus, eu falei convosco”.

Êx 24.3Veio, pois, Moisés, e contou ao povo todas as palavras do SENHOR, e todos os estatutos; então o povo respondeu a uma voz, e disse: Todas as palavras, que o SENHOR tem falado, faremos”.

Palavras [...] estatutos. Este é um trecho em que percebemos claramente duas das várias formas nas quais a Palavra do Senhor chegou a Moisés (Êx 13.1).

Êx 24.7 “E tomou o livro da aliança e o leu aos ouvidos do povo, e eles disseram: Tudo o que o SENHOR tem falado faremos, e obedeceremos”.

O livro do concerto provavelmente continha as instruções e as sentenças de Êxodo 20.22—23.33 que foram registradas por Moisés (v. 3,4). Embora o livro (mais precisamente, o rolo) existisse em sua forma escrita, este era lido para as pessoas. Os documentos escritos não estavam amplamente disponíveis para todos, e a literatura ficava restrita a poucos. Assim, a Lei era disseminada oralmente. Quanto à obediência a ela, pela segunda vez (v. 3) o povo fez um pronunciamento solene a respeito disso, como se verifica na declaração faremos e obedeceremos. 

2. Deus ordena Moisés a ensinar os Seus mandamentos.

Deuteronômio 6.1-9ESTES, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o SENHOR vosso Deus para ensinar-vos, para que os cumprísseis na terra a que passais a possuir; 2. Para que temas ao SENHOR teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida, e que teus dias sejam prolongados. 3. Ouve, pois, ó Israel, e atenta em os guardares, para que bem te suceda, e muito te multipliques, como te disse o SENHOR Deus de teus pais, na terra que mana leite e mel. 4. Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. 5. Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças. 6 - E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; 7. E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te. 8. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por frontais entre os teus olhos. 9 - E as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.” 

3. É obrigação solene dos pais (gr. pateres) dar aos filhos a instrução e a disciplina condizente com a formação cristã. Salmo 127.3 “Herança do SENHOR são os filhos; o fruto do ventre, seu galardão”.

3.1. “E as intimarás”. Essa palavra vem do hebraico “sanan”, e significa “inculcar, ensinar, afiar e aguçar”. Ela possui algumas aplicações, mas nesse texto a ideia é a de que, assim como as palavras são gravadas em tábuas de pedra com um objeto agudo, assim também a Lei deveria ser impressa no coração dos filhos a cada geração, e isso de forma contínua, incansável e incondicional; para isto se fazia necessário que os pais a ensinassem: “e delas falarás”.

3.2. “Falarás assentado em tua casa”. A palavra “casa” nesse texto vem do hebraico “bayth”, e significa “casa, habitação ou edificação na qual vive uma família” (Dt 20.5), mas também “pode se referir à própria família” (Gn 15.2; Js 7.14; 24.15).

O que Deus está dizendo é que o principal local de ensinamento das verdades espirituais é o seio familiar, é o lar. Eis a importância do culto doméstico. É nele que as verdades da Palavra de Deus serão inculcadas nas crianças, que jamais esquecerão dos momentos devocionais que desfrutaram com os pais. É através do culto doméstico que brechas espirituais são fechadas na família e toda e qualquer atuação maligna é repreendida pelo Senhor. 

O EMSINO NO NOVO TESTAMENTO

1. O apóstolo Paulo e o ensino. Paulo, nome romano de Saulo, nasceu em Tarso, na Cilícia (At 16.37; 21.39; 22.25). 

2. Quem era Paulo.

2.1. Um perseguidor dos cristãos.

At 26.10 “E assim procedi em Jerusalém. Havendo eu recebido autorização dos principais sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e contra estes dava o meu voto, quando os matavam”. 

2.2. Um fariseu.

Filipenses 3.5-8 “Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu; 6. Segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível. 7. Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo.

E, na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo”.

 2.3. Paulo foi aluno do rabino Gamaliel.

Atos 22.1-3 “Eu sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas educado nesta cidade, aos pés de Gamaliel, instruído segundo o rigor da Lei ancestral, zeloso por Deus, assim como todos vós sois neste dia.”

2.4. A conversão de Paulo - Atos 9.3-6 “E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que eu faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer”. 

IV. PAULO E O ENSINO 

1ª Co 11.23Porque eu recebi do Senhor o que também vos entreguei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão”. 

1. Os discípulos aprenderam com Jesus na forma física.

Mateus 4.18-22 “E Jesus, andando junto ao mar da Galiléia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores; 19 E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. 20 Então eles, deixando logo as redes, seguiram-no. 21 E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com seu pai, Zebedeu, consertando as redes; 22 E chamou-os; eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no”. 

Jesus chamou os primeiros quatro seguidores:

Simão Pedro, André, Tiago (filho de Zebedeu), João (filho de Zebedeu). Eles deixaram as redes (eram pescadores) e foram imediatamente com Jesus para se tornarem pescadores de homens.

**Obs.: Quando estudamos os quatro relatos do evangelho, é interessante colocar algumas coisas na sequência da história. Dá para ver como João preparou o caminho de Jesus, até o apresentando aos discípulos dele. Depois, quando Jesus chamou, eles estavam prontos a seguir. 

2. Paulo aprendeu com Jesus ressuscitado - Gálatas 1.12 Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo.

Revelação. Essa palavra significa “desvendamento”. Em vista do vers. 16, parece provável que o sentido seja “um desvendamento de Jesus Cristo”. O véu que oculto Cristo da visão dos mortais, foi tirado para um lado. 

3. O início do ministério do Apóstolo Paulo.

Após o encontro que teve com Cristo, o Apóstolo Paulo chegou em Damasco e recebeu a visita de Ananias, o qual também o batizou.

At 9.17,18 “E Ananias foi, e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o SENHOR Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo. 18 E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado”. 

4. Passou um tempo na Arábia.

Paulo alega que seu ministério “não tem parte com homens” e “nem por intermédio de homens”. Com isso, ele se defende de uma acusação (1.10). É necessário que Paulo utilize da autoridade do nome de Cristo e de Deus Pai, que são formulações de fé, para combater seus os inimigos do evangelho.

É comum: “apóstolo de Jesus Cristo” ou “apóstolo de Jesus Cristo pela vontade de Deus” (1ª Co 1.1), ou “como servo de Jesus Cristo” (Fl 1.1). Sua fé está totalmente baseada no sacrifício de Jesus Cristo (1.34), chamando a todos que entender os benefícios desse sacrifício a dar-LHE “Glória pelos séculos dos séculos”.

Paulo começa a defesa de seu ministério, apresentando a defesa de sua fé. Paulo tem certeza que o seu ministério é bem sucedido porque está totalmente fundamentado no sacrifício vicário de Jesus: Ele agrada a Deus por ser servo de Cristo (1.10).

A grande maioria dos líderes labuta para defender seus cargos, seus interesses, suas tradições. Os ministros foram chamados para uma vocação santa e digna, mas para ministrar as Verdades da Santa Palavra de Deus e defender a Noiva de Cristo contra os ataques do diabo e de seus ministros. Todavia, isto não é priorizado se as mensagens são apenas bajulações de comodismo, deixando de lado a pregação genuína do Evangelho. 

Gálatas 1.11-21 “Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. 12 Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo. 13 Porque já ouvistes qual foi antigamente a minha conduta no judaísmo, como sobremaneira perseguia a igreja de Deus e a assolava. 14 E na minha nação excedia em judaísmo a muitos da minha idade, sendo extremamente zeloso das tradições de meus pais. 15 Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, 16 Revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue, 17 Nem tornei a Jerusalém, a ter com os que já antes de mim eram apóstolos, mas parti para a Arábia, e voltei outra vez a Damasco. 18 Depois, passados três anos, fui a Jerusalém para ver a Pedro, e fiquei com ele quinze dias. 19 E não vi a nenhum outro dos apóstolos, senão a Tiago, irmão do Senhor. 20 Ora, acerca do que vos escrevo, eis que diante de Deus testifico que não minto. 21 Depois fui para as partes da Síria e da Cilícia”.

1. O Bispo deve ser apto para o ensino.

1ª Tm 3.1-2 “Esta afirmação é digna de confiança: Se alguém deseja ser bispo, deseja uma nobre função. É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, moderado, sensato, respeitável, hospitaleiro e apto para ensinar”.

2ª Timóteo 2.24 “Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e sim deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente”.

Aqui Paulo fala aos que aspiram a excelente obra, ou seja, o episcopado. Ele enumera uma série de virtudes que devem ser característicos do homem de Deus que vai ficar à frente da obra de Deus. Ele enumera uma série de virtudes que devem ser característicos do homem de Deus que vai ficar à frente da obra de Deus.

As exortações de Paulo a Timóteo para suportar as aflições, ser diligente, manejar bem a Palavra e ser um vaso adequado e útil ao Senhor são dadas no contexto de tempos difíceis e até trabalhosos.

Neste estudo vamos destacar a doutrina do ensino prescrito nas Escrituras Sagradas em todos os tempos.

III. JESUS E O ENSINO 

1. O ensino é uma ordenança.

1.1. Pregai o evangelho. Mc 16.16 “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura”.

1.2. O que é evangelho? É uma palavra de origem grega que significa “Boas novas; boas notícias”. Evangelizar é o ato de divulgar a mensagem de Cristo.

Essa boa notícia é a mensagem de salvação e esperança trazida por Jesus Cristo ao mundo e depois proclamada pelos apóstolos e outros discípulos, e após eles, proclamada por centenas de gerações até o dia de hoje. 

1.3. Jesus falou das boas notícias e as mostrou para as pessoas.

Lucas 4.18-19 O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos, e apregoar o ano aceitável do Senhor”. 

2. Jesus escolheu doze homens e fê-lo discípulo.

Mateus 4.19-21 E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. 20 Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram. 21 Passando adiante, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam no barco em companhia de seu pai, consertando as redes; e chamou-os. 22 Então, eles, no mesmo instante, deixando o barco e seu pai, o seguiram. 

3. Jesus enviou Seus discípulos.

Mt 10.1-24 “Tendo chamado os seus doze discípulos, deu-lhes Jesus autoridade sobre espíritos imundos para os expelir e para curar toda sorte de doenças e enfermidades. 5 A estes doze enviou Jesus, dando-lhes as seguintes instruções: “Não tomeis rumo aos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos; 6 mas, de preferência, procurai as ovelhas perdidas da casa de Israel; 7 e, à medida que seguirdes, pregai que está próximo o reino dos céus. 8 Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de graça recebestes, de graça dai. 9 Não vos provereis de ouro, nem de prata, nem de cobre nos vossos cintos; 10 nem de alforje para o caminho, nem de duas túnicas, nem de sandálias, nem de bordão; porque digno é o trabalhador do seu alimento. 11 E, em qualquer cidade ou povoado em que entrardes, indagai quem neles é digno; e aí ficai até vos retirardes. 12 Ao entrardes na casa, saudai-a; 13 se, com efeito, a casa for digna, venha sobre ela a vossa paz; se, porém, não o for, torne para vós outros a vossa paz. 14 Se alguém não vos receber, nem ouvir as vossas palavras, ao sairdes daquela casa ou daquela cidade, sacudi o pó dos vossos pés. 15 Em verdade vos digo que menos rigor haverá para Sodoma e Gomorra, no Dia do Juízo, do que para aquela cidade. 16 Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas. 17 E acautelai-vos dos homens; porque vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas; 18 por minha causa sereis levados à presença de governadores e de reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios. 19 E, quando vos entregarem, não cuideis em como ou o que haveis de falar, porque, naquela hora, vos será concedido o que haveis de dizer, 20 visto que não sois vós os que falais, mas o Espírito de vosso Pai é quem fala em vós. 21 Um irmão entregará à morte outro irmão, e o pai, ao filho; filhos haverá que se levantarão contra os progenitores e os matarão. 22 Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo. 23 Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, até que venha o Filho do Homem. 24 O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo, acima do seu senhor. 

3. Jesus pregava e ensinava - fez missão urbana.

Mt 19.23-24 Percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo. 24 E a sua fama correu por toda a Síria; trouxeram-lhe, então, todos os doentes, acometidos de várias enfermidades e tormentos: endemoninhados, lunáticos e paralíticos. E ele os curou.

Porque não acontecem milagres como nos tempos da igreja primitiva? Jesus mudou?

Não! Nós que mudamos, nós que se distanciamos da igreja primitiva.

Mateus 9.35-38 “E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades. 36 Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. 37 E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. 38 Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara”. 

4. Fazer discípulo é uma ordenança. Jesus fez discípulo e mandou fazer discípulo.

Lucas 24.49 “Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder”.

Atos 1.8 “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”.

Marcos 16.15-17 “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.  Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado. Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem: em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados”.

Mt 28.19-20 “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século.

Tiago 4.17 “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando”. 

5. A igreja primitiva pregava o evangelho. Os apóstolos e outros discípulos de Jesus deram sequência na anunciação das boas notícias:

Atos 2.42-47 “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. 43 Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. 44 Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. 45 Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade. 46 Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, 47 louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos”.

Atos 14.21 “E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, e Icônio, e Antioquia…”.

CONCLUSÃO. O verdadeiro discípulo segue seu mestre:

João 8.31 “Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos”.

João 15.8 Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos”.

A proposta de Jesus, para se obter uma vida plena, é muito simples. “Se vós permanecerdes na minha palavra.... em que deis muito fruto... sois verdadeiramente meus discípulos...”.

A proposta de Jesus, para se obter uma vida plena, é muito simples. “Se vós permanecerdes na minha palavra.... em que deis muito fruto... sois verdadeiramente meus discípulos...”.

Pr. Elias Ribas


OS TRÊS ALICERCES DO MINISTÉRIO

 


ESBOÇO DE PREGAÇÃO

Josué 1.1-9E sucedeu depois da morte de Moisés, servo do SENHOR, que o SENHOR falou a Josué, filho de Num, servo de Moisés, dizendo: 2- Moisés, meu servo, é morto; levanta-te, pois, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel. 3- Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu disse a Moisés. 4- Desde o deserto e do Líbano, até ao grande rio, o rio Eufrates, toda a terra dos heteus, e até o grande mar para o poente do sol, será o vosso termo. 5- Ninguém te poderá resistir, todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei nem te desampararei. 6- Esforça-te, e tem bom ânimo; porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria. 7- Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares. 8- Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido. 9- Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares”. 

INTRODUÇÃO

O que segura o nosso ministério? Em quais bases estamos alicerçados?

No preparo acadêmico?

Na formação teológica?

No carisma pessoal?

No caráter? Na força de vontade?

Quando chegam as lutas, as provações, as decepções, o que pode nos manter firmes em nosso ministério? 


I. O CHAMADO DIVINO 

1. Não é escolha própria.

2. Não é escolha humana (outras pessoas).

3. Não se baseia na aparência, capacidade ou habilidades pessoais.

4. É chamado divino (v. 2).

5. É prerrogativa exclusiva de Deus.

6. Ele, em sua soberana sabedoria e vontade, nos vocaciona.

7. Como somos com nossas qualidades.

8. Como somos com nossos defeitos – aos quais eles modificam e aperfeiçoam.

A. Onde quer que estejamos.

B. Deus não se enganou ao nos chamar.

C. É muito mais um compromisso de Deus conosco do que nosso com Deus. 

II. A FIDELIDADE DO SENHOR 

1. Quando Deus diz vem, ele assume todas as implicações deste chamado.

1.1. Ele cuida sempre de todos os detalhes.

1.2. Jamais abandona ou desiste de sues escolhidos (vs. 5, 9).

1.3. Ele cumpre suas promessas a nosso respeito (vs. 3, 6). 

2. Mesmo quando somos infiéis ao chamado ele permanece fiel. 


3. Quando todos nós abandonam ou falham ele permanece fiel.

3.1. Cônjuge.

3.2. Pais ou filhos.

3.3. Amigos.

3.4. Denominação.

3.5. Igreja. 

3. Nosso ministério está alicerçado na fidelidade de Deus e não em promessas ou compromissos humanos. 

III. O PODER DE DEUS 

1. Nos dá autoridade.

1.1. Diante do povo.

1.2. Perante nossos adversários.

1.3. Contra os poderes das trevas.

 

2. Nos dá poder para cumprir nosso ministério (vs. 2,6).

2.1. Com sinais e prodígios.

1.2. Com pregação eficaz.

 

3. Nos enche de seu Espírito Santo.

 

CONCLUSÃO. Nosso ministério não é baseado em títulos, fama, formação, capacidade ou habilidades pessoais. Ele tem como base o chamado divino, a fidelidade do Senhor e o seu poder. Sem isso não podemos exercer o ministério e alcançar frutos para glória de Deus.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

O CHAMADO DIVINO PARA O MINISTÉRIO

 


Esboço de pregação.

1º Reis 19.19-21Partiu, pois, Elias dali, e achou a Eliseu, filho de Safate, que andava lavrando com doze juntas de bois adiante dele, e ele estava com a duodécima; e Elias passou por ele, e lançou a sua capa sobre ele.20 Então deixou ele os bois, e correu após Elias; e disse: Deixa-me beijar a meu pai e a minha mãe, e então te seguirei. E ele lhe disse: Vai, e volta; pois, que te fiz eu? 21 Voltou, pois, de o seguir, e tomou a junta de bois, e os matou, e com os aparelhos dos bois cozeu as carnes, e as deu ao povo, e comeram; então se levantou e seguiu a Elias, e o servia”. 

INTRODUÇÃO. Um proeminente ministro do evangelho, sofrendo de uma enfermidade crônica, foi aconselhado pelo seu médico a afastar-se das atividades pastorais, tendo em vista o prolongamento de sua vida.

Acredito que, se o senhor seguir a minha orientação, ainda possa sobreviver cerca de seis anos; caso contrário, é possível que o nobre pastor tenha menos de três anos de vida – disse-lhe o médico em tom grave.

Ele retrucou: - Bem, doutor, aprecio e agradeço a sua franqueza, mas prefiro viver dois ou três anos na Seara do Mestre, a me entregar a uma ociosidade estéril.  (Manancial de Ilustrações). 

I. DEVE SER PLENAMENTE COMPREENDIDO 

1. Elizeu compreendeu o gesto de Elias.

1.1. Jogar o manto. Um ato simbólico que significava que o poder e a autoridade de Elias passavam a Elizeu.

1.2. “Vai e volta; pois já sabes o que fiz contigo”. 

2. A pessoa que é chamada para o ministério deve entender as implicações deste chamado:

2.1. Poderá passar por provações e privações.

2.2. Nem sempre será popular – Elias: Perturbador de Israel.

2.3. É muito mais do que receber um título.

2.4. Exige sacrifício de outros interesses.

  • Nenhum outro interesse pode fazer-nos fugir do chamado.
  • Elizeu liquidou seus negócios como lavrador.
  • Não pode voltar atrás. 

II. DEVE SER MAIS FORTE DO QUE LAÇOS EMOCIONAIS ANTIGOS 

1. Elizeu precisou deixar sua família.

1.1. Abraão só saiu a peregrinar após a morte de seu pai. Gn 12.1 “Ora o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.”

1.2. O homem de Lucas.E disse a outro: Segue-me. Mas ele respondeu: Senhor, deixa que primeiro eu vá a enterrar meu pai” (Lc 9.59).

·         “Permita-me primeiro sepultar meu pai”.

·         “Não posso ser teu discípulo enquanto meu pai estiver vivo” (NTI).

1.3. “Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim”. 

2. Nenhum laço emocional deve impedir-nos de cumprir a missão. 

III. GARANTE-NOS O RESPALDO DIVINO NO CUMPRIMENTO DA MISSÃO 

1. Elizeu recebeu unção.

1.1. Para ministrar a Palavra.

1.2. Para treinar novos profetas. 

2. Autoridade.

2.1. Sobre as forças da natureza – machado que flutuou.

2.2. Para realizar milagres. 

3. Deus manifestou seu juízo através de Elizeu.

3.1. Geazi ficou leproso como castigo por sua mentira e por tentar tirar proveito próprio do ministério.

3.2. Os 42 rapazinhos que foram mortos por duas ursas.

3.3. Capitão atropelado na porta de Samaria. 

4. A presença constante de Deus. 

CONCLUSÃO. Você sente o chamado para o ministério? Já atendeu este chamado? Já se dispôs a obedecê-lo? Já compreendeu todas as implicações deste chamado?

Não deixe de atender ao chamado divino!

Pr. Elias Ribas

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

NÃO ESTUDE A BÍBLIA - A LETRA MATA

 

ESTUDO BÍBLICO

2ª Co 3.6-9, 11 “O qual nos fez também nos habilitou para sermos ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica. 7- E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória, de maneira que os filhos de Israel não podiam fitar os olhos na face de Moisés, por causa da glória do seu rosto, a qual era transitória, 8- Como não será de maior glória o ministério do Espírito? 9- Porque, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais excederá em glória o ministério da justiça. 11- Porque, se o que era transitório foi para glória, muito mais é em glória o que permanece. 

INTRODUÇÃO

“A letra mata, mas o Espírito vivifica” é uma frase muito conhecida entre os cristãos. Ela é extraída de um texto escrito pelo apóstolo Paulo a igreja de Coríntios. Curiosamente muitas pessoas utilizam essa frase de forma completamente equivocada, especialmente para rejeitar o estudo teológico. 

I. O QUE PAULO QUIS DIZER COM “A LETRA MATA, MAS O ESPÍRITO VIVIFICA”? 

Para entendermos corretamente o significado da frase “a letra mata, mas o Espírito vivifica”, precisamos primeiramente saber em qual contexto o apóstolo Paulo escreveu essas palavras. Vejamos o que Jesus e Seus apóstolos nos ensinam: 

1. O significa A “Letra” neste versículo. Quando usamos um versículo fora do contexto, cometemos graves erros doutrinário. Segundo a exegese bíblica, para entendermos uma doutrina é necessário examinar o contexto exposto pelo escritor e também ao paralelismo das Escrituras. 

2.1. O qual nos fez também nos habilitou para sermos ministros de um novo testamento...” (v. 6). Nesse contexto, Paulo está falando da Nova Aliança, isto é, do Novo Concerto. Ele escreve de uma maneira clara para entendermos: “O qual nos habilitou para sermos ministros de uma Nova Aliança”. 

2.2. “E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória...” (v. 7). Quando o apóstolo utilizou as expressões “tábuas de pedra”, ele estava estabelecendo um contraste entre a Lei do Antigo Testamento e a Lei do Novo Testamento. Moisés deu aos israelitas a Lei em tábuas de pedra, e estes foram incapazes de guardá-la no coração conforme o Senhor ordenou (Dt 6.6; 9.10). 

Para entender isso, é necessário lembrar que a Lei que prescreveu as formas de adoração entre os judeus foi considerada pelo apóstolo como destituída dessa eficácia e poder na renovação do coração que ele atribuiu ao evangelho. Era um serviço que consistia em formas e cerimônias externas; na oferta de sacrifícios e de incenso, de acordo com os requisitos literais da Lei, em vez da oferta sincera do coração (2ª Co 3.6: “A letra mata; o espírito dá vida;” João 6.63 ; Hebreus 10.1-4 ; Hebreus 9.9-10). Não se pode negar que havia muitas pessoas santas sob a Lei e que havia muitas ofertas espirituais apresentadas, mas é ao mesmo tempo verdade que a grande massa do povo descansou na mera forma; e que o serviço oferecido era o mero serviço da Lei, e não da Lei do Espírito no coração. A ideia principal é que os serviços sob o evangelho são pura e inteiramente espirituais, a oferta do coração, e não o serviço prestado por formas e ritos externos. Portanto, a letra é uma referência clara de Paulo a Lei. No verso 6, Paulo chama a Lei de Moisés de “letra”, no verso 7, chama de “ministério da morte” e no verso 9 de “ministério da condenação.” O efeito disso foi meramente produzir condenação; produzir um sentimento de culpa e perigo, e não produzir perdão, alívio e alegria. A lei denunciou a morte; pecado condenado em todas as formas; e o efeito disso foi produzir um sentimento de culpa e condenação, mas a Lei do Espírito nos trouxe vida e paz. 

3. Circuncisão [...] no espírito, não na letra. O paralelismo bíblico, a letra refere-se a Lei, conforme o apóstolo Paulo prescreve em Romanos 2.27-29: “E a incircuncisão que por natureza o é, se cumpre a lei, não te julgará porventura a ti, que pela letra e circuncisão és transgressor da lei? 28- Porque não é judeu o que o é exteriormente, nem é circuncisão a que o é exteriormente na carne. 29- Mas é judeu o que o é no interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo louvor não provém dos homens, mas de Deus.”

“... que pela letra e circuncisão és transgressor da lei?” Este foi o rito especial pelo qual a relação com a aliança de Abraão foi reconhecida; ou pelo qual o direito a todos os privilégios de um membro da comunidade judaica foi reconhecido. Os judeus, é claro, atribuíram grande importância ao rito.

A circuncisão, ou ser chamado de judeu, não tem valor. Isso não o distinguirá daqueles que não são circuncidados. Você será tratado como pagão. Nenhuma vantagem externa, nenhum nome, rito ou cerimônia irá salvá-lo. Deus requer a obediência do coração e da vida. Onde há uma disposição para fazer isso, há uma vantagem em possuir os meios externos da graça. Onde isso está faltando, nenhum rito ou profissão pode salvar. Isso se aplica com tanta força àqueles que foram batizados na infância e àqueles que fizeram profissão de religião em uma igreja cristã quanto aos judeus. 

4. A caducidade da Lei. “Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra” (Rm 7.6). 

4.1. Literalmente, na velhice da letra”. Isso descreve a obediência legalista dos que tentam assegurar a salvação pelas obras da lei.

Agora, mortos para essa lei que nos mantinha sujeitos, dela nos temos libertado, e nosso serviço realiza-se conforme a renovação do Espírito e não mais sob a autoridade envelhecida da letra.

O serviço “na caducidade da letra” só pode conduzir ao pecado e à morte (Rm 7.5). Mas o evangelho traz o oferecimento de Deus para capacitar as pessoas a prestar serviço espiritual de coração. O novo nascimento do Espírito Santo significa a criação de um coração puro e a renovação de um espírito reto (ver Sl 51:10), de modo que, a partir de então, o crente não mais serve a Deus por um sentimento de escravidão legal e por medo, mas em um novo espírito de liberdade e amor (cf. Jo 4.23; 6.63; 2ª Co 3:6). 

4.2. Pela conversão, a pessoa morre para a Lei (v. 4). O resultado disso é que agora ela está apta a andar com Deus e servir a Ele em novidade de vida (Rm 6.4). Eles têm uma nova vida no Espírito Santo, não na velhice da letra — o velho modo de tentar ganhar a vida eterna por meio da observância da Lei. 

4.3. O Espírito vivifica. Em outras palavras, a letra mata, mas o Espírito vivifica porque não é a letra que muda o coração da pessoa, mas, sim, o Espírito Santo. Sem Ele, o homem só poderá obedecer a Lei superficialmente e exteriormente. Mas com o Espírito, o homem é capacitado a cumpri-la em uma genuína obediência interior. 

II. SE A LETRA MATA, POR QUE ESTUDAR A BÍBLIA? 

De acordo com o dicionário de nossa língua, estudar é aplicar o raciocínio, a percepção, memória para aprender. Todos os Cristãos têm muitos motivos para estudar a Palavra de Deus. Vejamos alguns desses motivos: 

1. Porque precisamos crescer no conhecimento de Jesus Cristo. 1ª Pe 3.18 “Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade”. 

2. Porque devemos manejar bem a Palavra de Deus. 2ª Tm 2.15Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”. 

3. Porque a Palavra de Deus é proveitosa para nos ensinar. 2ª Tm 3.16 Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça”. 

4. Porque devemos ser aptos para ensinar. Como podemos ensinar alguém o que não conhecemos?

2ª Tm 2.24 “E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor”. 

5. Porque Jesus e Seus apóstolos deixaram o ministério do ensino. 

5.1. Ensino é um ministério. Ef 4.11 “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores”.

O ensino bíblico Jesus muito ensinou e ordenou aos seus discípulos a exercerem o ministério do ensino. 

5.2. E para se exercer o ministério do ensino é preciso dedicação, ser ter aluno, alguém que queira aprender. Rm 12.7 “Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino”. 

5.3. No ministério terreno de Jesus, Ele sempre se dedicou ao ensino. Lc 5.3 E, entrando num dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da terra; e, assentando-se, ensinava do barco a multidão”.

Mt 13.54 “E, chegando à sua pátria, ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se maravilhavam, e diziam: De onde veio a este a sabedoria, e estas maravilhas”?

Mc 1.22 “E maravilharam-se da sua doutrina, porque os ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas”. 

5.4. O ensino é uma ordenança. João 5.39 “Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam.” 

Mt 28.19-20 Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações.... Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado...”. 

5.4. As palavras da bíblia não matam ninguém. Ela mesma é viva e eficaz. Hb 4.12Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração”.

Só a Palavra através do ensino pode penetrar no coração do homem. 

5.5. Os que negligenciam o ensino são errantes e enganados. Mateus 22.29 “Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus.” 

III. QUATRO PRINCIPIOS TANTO PARA QUEM ENSINA QUANTO PARA QUEM APRENDE 

1. Não acrescentar nada a Palavra de Deus. Pv 30.6 Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso”. 

2. Não subtrair nada da Palavra de Deus. Ap 22.18-19Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; 19- E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro”. 

3. Falar segundo as Palavras de Deus. 1ª Pe 4.11Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar, administre segundo o poder que Deus dá; para que em tudo Deus seja glorificado por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e poder para todo o sempre. Amém”. 

4. Ser cumpridor da Palavra. Tg 1.22E sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos”. 

CONCLUSÃO Vejamos de que letra a Bíblia está falando em 2ª Coríntios 3.6 “Deus nos qualificou para sermos administradores de uma nova aliança, a qual não se baseia em uma lei escrita, mas no Espírito. Pois a lei escrita traz a morte, mas o Espírito dá a vida”. Está claro que o texto está falando lei. A lei de Moisés, a lei judaica.

Que Jesus tenha misericórdia daqueles que tentam esconder a sua negligencia e desobediência a traz da falsa justificativa de que a letra mata.

Quem pensa que não deve estudar a Bíblia por que a letra mata, não pode ter uma Bíblia, pois ela está cheia de letras! 

Todavia, a frase “a letra mata, mas o Espírito vivifica”, como pudemos ver, em nada sustenta esse pensamento equivocado. É claro que precisamos sempre orar para que o Espírito Santo ilumine o nosso entendimento a fim de que possamos compreender as verdades das Escrituras. Mas ao mesmo tempo, devemos estudá-la e examiná-la diligentemente.

Pr. Elias Ribas

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

O OBREIRO APROVADO DE DEUS

 

ESTUDO BÍBLICO

2ª Timóteo 1.6-9, 13-14 “Por cujo motivo te lembro que despertes o dom de Deus que existe em ti pela imposição das minhas mãos. 7- Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação. 8- Portanto, não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes participa das aflições do evangelho segundo o poder de Deus. 9- Que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos. 13- Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e no amor que há em Cristo Jesus. 14- Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo que habita em nós.” 

Tendo encorajado Timóteo a continuar no seu serviço de evangelista, Paulo agora o exorta a encarar os sofrimentos deste trabalho, desenvolvendo as seguintes características do ministro fiel: 

I. MESTRE DA PALAVRA 

2ª Timóteo 2.1,2 “Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus. 2- E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros.” 

Em sofrimento, o servo de Deus deve procurar força na graça de Deus, e não em sua própria capacidade ou sabedoria (2.1; veja Hebreus 12.28; Tito 2.11-14; 2ª Co 12.7-10). Assim fortificado, é necessário que o servo ensine a palavra da graça de Cristo para outros (2.2; veja Atos 20.32). Nisto notemos duas coisas importantíssimas:

É a vontade de Deus que a mesma palavra se passe de uma geração para outra. Paulo disse, "o que da minha parte ouviste...isso mesmo transmite a homens...para instruir a outros" (2.2). 

Hebreus 5.13,14 “Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino. 14- Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.” 

II. DEUS NÃO QUER OBREIROS QUE ENSINEM OUTRO EVANGELHO 

Gálatas 1.8 “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema. 

O que é preciso em quem vai ensinar a palavra é fidelidade, e não eloquência ou sabedoria própria:

1ª Coríntios 4.1,2 “Que os homens nos considerem como ministros de Cristo, e despenseiros dos mistérios de Deus. 2- Além disso requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel.” 

Quem se fortifica na graça de Deus e não no orgulho de homens ensinará apenas a Palavra de Deus. 

III. SOLDADO, ATLETA, LAVRADOR

2ª Timóteo 2.3-13 “Tu pois, sofre as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo. 4- Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.5- E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente. 6- O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a gozar dos frutos. 7- Considera o que digo, e o Senhor te dê entendimento em tudo. 8- Lembra-te de que Jesus Cristo, que é da descendência de Davi, ressuscitou dentre os mortos, segundo o meu evangelho. 9- Por isso sofro trabalhos e até prisões, como um malfeitor; mas a palavra de Deus não está presa.10- Portanto, tudo sofro por amor dos escolhidos, para que também eles alcancem a salvação que está em Cristo Jesus com glória eterna. 11- Palavra fiel é esta: que, se morrermos com ele, também com ele viveremos. 12- Se sofrermos, também com ele reinaremos; se o negarmos, também ele nos negará. 13- Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo.” 

O servo do Senhor precisa ser bem treinado e disciplinado para que possa alcançar os alvos de Deus. Como soldado, terá que sacrificar certos confortos e seus próprios desejos para conquistar o objetivo do seu capitão. Como atleta, terá de seguir regras, sacrificando a sua liberdade para receber o prêmio. Como lavrador, terá que trabalhar duro com muita paciência, para depois receber o fruto.

Jesus e Paulo são exemplos perfeitos. Eles sofreram em servir a Deus, confiantes que ele dê a cada um de acordo com as suas obras. 

IV. OBREIRO DILIGENTE 

2ª Timóteo 2.14-19 “Traze estas coisas à memória, ordenando-lhes diante do Senhor que não tenham contendas de palavras, que para nada aproveitam e são para perversão dos ouvintes. 15- Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. 16- Mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade. 17- E a palavra desses roerá como gangrena; entre os quais são Himeneu e Fileto. 18- Os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns. 19- Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus, e qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” 

Enquanto muitos no mundo religioso se enrolam com questões de doutrinas de igrejas e teologia humana, o servo de Deus precisa se afadigar no estudo da palavra da verdade (2.15). Quem busca contendas de doutrinas e segue toda ideia nova gasta seu tempo e corrompe outros com sua falta de confiança na simples palavra de Deus (2.14,16-19; veja Mc 12.24,27; Ef 4.11-14). 

V. VASO SANTIFICADO E DISCIPLINADO 

2ª Timóteo 2.20-26 “Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra. 21- De sorte que, se alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo para uso do Senhor, e preparado para toda a boa obra. 22- Foge também das paixões da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor. 23- E rejeita as questões loucas, e sem instrução, sabendo que produzem contendas. 24- E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor. 25- Instruindo com mansidão os que resistem, a ver se porventura Deus lhes dará arrependimento para conhecerem a verdade. 26- E tornarem a despertar, desprendendo-se dos laços do diabo, em que à vontade dele estão presos.” 

O servo de Deus deve disciplinar a sua própria vida, fugindo das coisas que não convêm, e seguindo as que o tornam útil para serviço na casa de Deus (2.20-23). Com a sua própria vida em ordem, o servo então deve exortar a outros, lhes ensinando a pura palavra de Deus com a esperança de que sejam convencidos a se arrepender e parar de servir o diabo (2.24-26). 

CONCLUSÃO.

O servo do Senhor deve buscar o conhecimento teológico, mas a cima de tudo deve ser fiel (2.1-2).

O apóstolo Paulo também compara o obreiro com um sodado listado para a guerra e que não se envolva com os negócios desta vida (2.3-13).

O obreiro deve ter responsabilidade perante a “Palavra da Verdade”? (2.14-26), não permitindo instruções que causam confusões entre a igreja de Cristo.