João 20.21 “Disse-lhes, pois, Jesus outra
vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.”
I. O
SIGNIFICADO DA PALAVRA MISSÃO
A palavra “MISSÃO” vem do verbo latim mito, que significa enviar. No Novo
Testamento, esta palavra vem do grego apostello,
que tem o mesmo significado em sua essência. A palavra missão no hebraico שליחות,
tem Ato de enviar ou de ser enviado.
Missão é um encargo, uma incumbência, um
propósito, é uma função específica que se confere a alguém para fazer algo, é
um compromisso, um dever, uma obrigação a executar.
Para os cristãos, missão significa
propagar o Evangelho através da Igreja. O missionário é aquele que tem a missão
de divulgar a fé, é o que se dedica a pregar e levar sua crença religiosa para
diversos lugares, espalhando a palavra do Senhor.
Entre os sinônimos da palavra missão
estão: encargo, incumbência, tarefa, compromisso, obrigação, delegação e
representação.
Missão é a mão do Senhor te usando através
do serviço. É consciência de ministério.
Dom é habilidade em treinamento. Até que
chegarmos a estatura de Cristo.
II. DIFERENÇA
ENTRE MINISTÉRIO E MISSÃO
Ministério é uma vocação divina que
precisa ser desenvolvida, por meio de dons e com o propósito de aperfeiçoar os
santos (Ef 4.11-12).
Missão. É a incumbência
que alguém deve executar a pedido ou por ordem de outrem; encargo.
O propósito dos ministérios e sua missão.
É o alvo preciso e fundamentado no Senhor Jesus.
III.
EXISTEM DOIS TIPOS DE MISSÕES
Missões é um contexto muito mais amplo e
significativo para nós na atualidade, porque a entendemos em um contexto muito
maior, em que se inclui uma tarefa cooperativa de agências missionárias que
treinam obreiros para desenvolver esta tarefa de pregação do Evangelho e das
igrejas locais que enviam tais missionários.
“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós
o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda
a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.” (Atos 1.8).
1. Urbanas. “...e sereis
minhas testemunhas tanto em Jerusalém...”
“E todos os dias, no templo e de casa em
casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo.” (At 5.42).
Cada Igreja tem a missão de evangelizar as
pessoas ao seu redor, localizadas na sua própria cidade, bem como o desafio de
inaugurar igrejas em seu próprio país e nas demais nações ao redor do mundo. A
atividade missionária da Igreja deve iniciar-se sempre pelas ruas da sua
proximidade; e isto é evangelização urbana.
A Igreja do Senhor Jesus através dos
primeiros discípulos obedeceu à ordem dada, pois iniciou os seus trabalhos com
este tipo de evangelização urbana... Afinal, começaram por Jerusalém como se lê
em Atos 2.46 e 47: “Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de
casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração,
louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso,
acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.”
A Igreja recebeu uma ordem que não pode
ser esquecida... Afinal, o evangelismo não é uma opção. É uma ordem dada pelo
Senhor da Igreja. O cristão é servo de Cristo. Ao servo não cabe alternativas
senão a de obedecer à ordem do seu Senhor. Nós somos responsáveis pelas almas
perdidas ao nosso redor, até que lhes falemos do Amor de Jesus Cristo. Um
dia... Nós todos seremos chamados para prestar contas do que realizamos ou
deixamos de realizar em relação às almas que ainda não conhecem ao Senhor
Jesus. Nós é que teremos de nos justificar e teremos que nos apresentar por não
termos falado de Cristo. A responsabilidade é de toda igreja, mas também é
individual. É de cada membro!
“Missões Urbanas” é a Igreja “enviando”
seus membros ao evangelismo. “Missões Urbanas” é a Igreja “indo” em cumprimento
à ordem deixada por Nosso Senhor Jesus Cristo.
2.
Missões transcultural. Não podemos falar sobre missão transcultural sem pelo
menos tentar entender o que é cultura. Muitas vezes dizemos que fulano tem
muita cultura porque ele ouve música clássica, gosta de teatro ou sabe usar
todos os garfos e colheres que estão na mesa durante um jantar sofisticado. E
dizemos que uma pessoa não tem cultura quando não se comporta de modo
“civilizado”. Cultura, no entanto, envolve toda a criação humana. Ela é
constituída do estilo de vida de toda uma sociedade, ou de um grupo especifico
dentro da mesma. Portanto, quando falamos de missão transcultural, estamos
falando do esforço da Igreja em cruzar qualquer fronteira que separe o
missionário de seu público alvo. Para se engajar na missão transcultural, você
não tem que, prioritariamente cruzar barreiras político-geográficas. Porém, em
nosso caso teremos que necessariamente cruzar barreiras mais conhecidas como a
da linguística, dos costumes, das etnias, das religiões, além das sociais,
morais e etc.
IV.
DEVEMOS FAZER MISSÃO PARA AGRADAR AQUELE QUE NOS ALISTOU
Isaías disse; sou homem de lábios impuros.
1.
Deus não chama homens preparados.
“Deus não escolhe os capacitados, mas
capacita os escolhidos.” Já ouvi varias vezes esta frase dentro de uma igreja e
muitas pessoas perguntado que versículo é este e onde esta isso na Bíblia?
E Deus capacita sim como fez com vários
personagens Bíblicos veja o exemplo de Gideão:
Juízes 6.14-17 “Então o Senhor olhou para
ele, e disse: Vai nesta tua força, e livrarás a Israel das mãos dos midianitas;
porventura não te enviei eu? 15- E ele lhe disse: Ai, Senhor meu, com que
livrarei a Israel? Eis que a minha família é a mais pobre em Manassés, e eu o
menor na casa de meu pai. 16- E o Senhor lhe disse: Porquanto eu hei de ser
contigo, tu ferirás aos midianitas como se fossem um só homem.17- E ele disse:
Se agora tenho achado graça aos teus olhos, dá-me um sinal de que és tu que
falas comigo.”
Existem pessoas que usam esta frase como
defesa porque não querem investir em seu sí com cursos, treinamentos,
palestras, pregações, aulas, workshop, etc. Tenho comigo que estas pessoas
pensam da seguinte maneira: “Para que buscar conhecimento sendo que Deus
capacita”, escondem-se atrás desta frase por comodismo e dizem até em alta voz
magoando aqueles que estão se dedicando com estudos para melhor servir os
irmãos e a igreja.
Outros exemplos:
- Moisés estava despreparados.
- Josafá estava com medo.
Mateus 4.18-20 “Jesus, andando junto ao
mar da Galileia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão,
os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores; 19- E disse-lhes:
Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. 20- Então eles, deixando
logo as redes, seguiram-no. 21- E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos,
Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com seu pai, Zebedeu,
consertando as redes; 22- E chamou-os; eles, deixando imediatamente o barco e
seu pai, seguiram-no.”
A chamada de quatro discípulos (talmidim) para O seguirem.
Jesus escolheu pescadores, cobrador de
impostos.
Jesus não chama talentosos, mas capacita
os obedientes.
2.
Todo discípulo precisa passar por duas escolas. Discipulado e o Getsêmani
de Cristo.
2.1.
Discípulo.
É um substantivo masculino e significa: “quem estuda”; “aluno”; “aprendiz”, “aluno
receptivo a ensinamentos”. No dicionário português é quem recebe disciplina ou
instrução de outra pessoa; aluno. A palavra discípulo no hebraico é tamid.
Na tradução judaica a relação entre um
rabino e seus talmidim era intensa e
pessoal.
Em Israel havia uma recomendação aos talmidim: “Cubra-se com a poeira dos pés
do seu Rabi”.
Isso significava que um talmid deveria observar tudo quanto seu
rabino dizia, fazia e a maneira como vivia, pois, sua grande ambição não era
meramente saber o que seu rabino sabia, mas principalmente se tornar semelhante
ao seu rabino.
A relação rabino-talmid era intensa e
pessoal, e enquanto o rabino ensinava sua interpretação da Lei e vivia como
modelo aos olhos de seus talmidim,
cada talmid fazia todo o possível
para em tudo imitar seu rabino de tal maneira a que se tornasse igual a ele.
Mateus 9.35-38 “E percorria Jesus todas as
cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do
reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. 36- E, vendo
as multidões, teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e
desgarradas, como ovelhas que não têm pastor. 37- Então, disse aos seus
discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. 38- Rogai,
pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua seara.”
2.2.
Getsêmani.
A palavra getsêmani significa “prensa de azeite”, ou seja, local de esmagamento
para conseguir o suco da fruta. Era um jardim situado no monte das Oliveiras em
Jerusalém hoje conhecida como Israel.
João 16.33 “Tenho-vos dito isto, para que
em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o
mundo.”
Mateus 24.9,10 “Então vos hão de entregar
para serdes atormentados, e matar-vos- ão; e sereis odiados de todas as nações
por causa do meu nome. 10- Nesse tempo muitos serão escandalizados, e
trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão.”
João 15.18-21 “Se o mundo vos odeia, sabei
que, primeiro do que a vós, me odiou a mim. 19- Se vós fôsseis do mundo, o mundo
amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do
mundo, por isso é que o mundo vos odeia. 20- “Lembrai-vos da palavra que vos
disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também
vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa.
21- Mas tudo isto vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele
que me enviou.”
1ª Pd 2.21 “Porquanto para isto mesmo
fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos
exemplo para seguirdes os seus passos.”
1ª Jo 2.6 “Aquele que diz que permanece
nele, esse deve também andar assim como ele andou.”
1ª Co 11.1 “Sede meus imitadores, como
também eu sou de Cristo.”
3.
Toda a consciência de missão precisa passar pelo filtro. Mateus 26.38,39 “Então
lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e
velai comigo. 39- E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto,
orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia,
não seja como eu quero, mas como tu queres.
A palavra getsêmani significa “prensa de
azeite”, ou seja, local de esmagamento para conseguir o suco da fruta. Era um
jardim situado no monte das Oliveiras em Jerusalém hoje conhecida como Israel.
... Os discípulos preparam a Páscoa, a festejaram e saíram para o Monte das
Oliveiras.
No Getsêmani, Jesus mostrou seu lado
humano e como podemos enfrentar as maiores dificuldades. Com o sofrimento de
Jesus no Getsêmani, aprendemos:
O valor da honestidade. Jesus não
escondeu de Deus seu desespero nem fingiu que estava tudo bem; quando somos
honestos com Deus, Ele nos ajuda.
A importância da vontade de Deus. Mesmo não
querendo sofrer, Jesus decidiu fazer a vontade de Deus; os planos de Deus são
maiores que os nossos e devemos submeter nossa vontade à vontade dele.
O poder da oração. Depois de orar no
Getsêmani, Jesus ficou fortalecido e preparado para enfrentar tudo que veio a
seguir; orar e ter comunhão com Deus nos dá força quando estamos fracos e
enfrentamos situações difíceis.
No gestsêmane você pode expor tua alma ao
Senhor onde abrimos nosso coração ao Pai. É um lugar onde adquirimos experiência
e comunhão com o Pai celeste.
V.
TRES FUNDAMENTO A VOZ DIVINA
Ezequiel 38.7 “Prepara-te, e dispõe-te, tu
e todas as multidões do teu povo que se reuniram a ti, e serve-lhes tu de
guarda!
Preparação. 2ª Timóteo 3.14-17
“Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo
de quem o tens aprendido, 15- E que desde a tua meninice sabes as sagradas
Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo
Jesus. 16- Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar,
para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; 17- Para que o homem
de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.”
2ª Timóteo 2.15 “Procura apresentar-te a
Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a
palavra da verdade.”
O Senhor nos chamou e nos chama ainda nos
dias de hoje para fazer a sua obra e anunciar o Evangelho para todas as pessoas
que ainda não foram alcançadas pelo Seu amor. Nesta carta a Timóteo, o apóstolo
Paulo recomenda que o obreiro se apresente aprovado, sem motivo para se
envergonhar, e que se dedique ao estudo da palavra. Manejar bem a palavra de
Deus faz toda a diferença, é o plantar a semente certa, deixar o terreno arado
para plantar a palavra da verdade no coração das pessoas. E assim com a
convicção de que dará bons frutos.
Que manejes bem
a palavra de Deus.
Manejar no grego é o mesmo que ter habilidade, saber
cortar, cortar em linha reta sem distorção, ter destreza (Paulo compara o
obreiro com um soldado romano em uma luta). Paulo aqui fala do conhecimento que
o obreiro precisa ter da Palavra de Deus.
Disposição. Josué 1.1,6-9 “Moisés,
meu servo, é morto; levanta-te, pois, agora, passa este Jordão, tu e todo este
povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel. 6- Esforça-te, e tem bom ânimo;
porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria. 7-
Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer
conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem
para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde
quer que andares. 8- Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita
nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele
está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.
9- Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes;
porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares.”
O Senhor falou com Josué e o animou a
continuar, pois Moisés estava morto e não podia mais fazer nada, ele, porém,
deveria organizar o povo e se preparar para atravessar o rio Jordão.
Deus começa garantindo que onde os pés
deles tocassem, lhes pertenceria, ou seja, uma grande promessa de prosperidade.
Por mais extensa e desafiadora que fosse a terra, ela seria deles. Ninguém
conseguiria impedi-los de tomá-las.
Contudo, Josué precisaria se esforçar,
ter bom ânimo, ser obediente à Lei e meditar em tudo o quanto está escrito, de
dia e de noite, todos os dias. Ou seja, ele deveria ter o hábito de refletir
sobre tudo o que foi dito através de Moisés.
Como
consequência, o Senhor estaria com Ele e faria prosperar a obra de suas mãos.
Proteção.
Marcos
13.33 “Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo.”
Na noite em que foi preso, Jesus foi para
o jardim do Getsêmani com Seus discípulos para orar. Mas, enquanto ele orava
sozinho, os discípulos adormeceram. Quando voltou, Jesus repreendeu os
discípulos e os avisou que deveriam vigiar e orar, para não caírem em tentação
(Mateus 26.40-41). No entanto, eles adormeceram outras duas vezes!
Os discípulos não vigiaram e, quando
chegou a hora de Jesus ser preso, todos fugiram e Pedro até negou Jesus três
vezes. Eles não estavam prontos, por isso foram apanhados de surpresa.
Vigiar
significa ficar atento. Precisamos estar vigilantes porque o diabo está
sempre procurando maneiras de nos destruir (1ª Pedro 5.8). Os ataques e as
tentações podem surgir quando e onde menos esperamos. Quando baixamos a guarda,
ficamos mais vulneráveis aos ataques.
VI.
JESUS NOSSO EXEMPLO
Vou citar 3 versículos
onde o apóstolo a Paulo escreve em suas cartas para nos ensinar. 1ª Coríntios 11.1 “Sede meus imitadores, como também
eu sou de Cristo”.
1ª
Co 11.1
“Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo.”
Ef
5.1
“Sede, pois imitadores de Deus, como filhos amados”.
O Apóstolo Paulo não está se colocando
igual ou querendo ser Jesus ao dizer “sede meus imitadores, como também eu sou de
Cristo” e sim se mostrando através de sua própria vida um exemplo a ser
seguido. Ou seja, assim como o Apóstolo Paulo imitou a Cristo ele quer que
façamos a mesma coisa, não imitando a pessoa de Paulo e sim as suas atitudes.
O Apóstolo Paulo não estava pedindo aos
irmãos para imita-lo a ele próprio e sim o bom exemplo dado por ele, como discípulo
de Cristo.
Fp
3.17
“Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, SEGUNDO O EXEMPLO que
tendes em nós, pelos que assim andam.”
O que Paulo faz que devemos imitar? Ser de Cristo,
obviamente, e com a mesma determinação e entusiasmo que ele tinha. Isto afeta
mais o ser do que o saber e o fazer.
Imitador quer dizer parecidos ou
semelhantes com alguém. E nós como cristão e filhos amados de Deus Pai devemos
ser seus imitadores, ou seja, semelhante a Ele. Semelhantes no serviço (na Sua
obra), na paciência, na humildade, na perfeição no amor etc.
II.
A CHAMADA DE MOISÉS
Encontramos nestes dois capítulos o
chamado de Deus a Moisés para tirar o povo do Egito. Moisés cuidava do rebanho
do seu sogro, Jetro, o sacerdote de Midiã e chegou a Horebe. Ali avistou uma
sarça em chamas e procurou saber o que era. Nesse momento Deus o chama e fala
com ele.
Êxodo 3 é o capítulo da Bíblia que
registra a convocação de Moisés para libertar o povo de Israel do Egito. O
estudo bíblico de Êxodo 3 mostra como Deus se revelou a Moisés no Horebe, no
meio de uma sarça ardente.
Por isso Êxodo 3 é um capítulo essencial
para a compreensão do restante da Escritura, pois não apenas introduz o início
dos acontecimentos que culminaram na saída dos israelitas do Egito, mas também
explica que todas as coisas estavam sendo governadas por Deus. Nesse sentido
Êxodo 3 prova que Moisés de fato foi a pessoa que o próprio Deus escolheu para
liderar o êxodo e ser o grande legislador de Israel.
O esboço de Êxodo 3 pode ser organizado da
seguinte forma:
1.
Deus fala com Moisés do meio da sarça ardente (Êxodo 3.1-6).
Êxodo 3 começa com Moisés apascentando o
rebanho de seu sogro no deserto na região do Sinai. Apesar de árida, parece que
aquela região mantinha algum tipo de pastagem que servia para o sustento dos
rebanhos dos povos nômades.
O texto bíblico diz que em certo momento
Moisés chegou ao “monte de Deus, a Horebe” (Êx 3.1). Essa designação obviamente
antecipava o fato de que aquele monte seria o local onde Deus haveria de se
manifestar de forma especial, como num santuário, na história que estava por
vir. Aquele era o Monte Sinai, também chamado de Monte Horebe na Bíblia.
As Sagradas Escrituras prescreve que,
naquele monte o Anjo do Senhor apareceu numa chama de fogo, no meio de uma
sarça. Então Moisés percebeu que a sarça ardia em chamas, mas não se consumia
(Êx 3.2).
2. Deus
conhece a aflição do seu povo (Êx 3.7-10). Depois disso o Senhor falou a
Moisés que havia visto a aflição de seu povo no Egito; Ele havia ouvido o
clamor dos israelitas e estava atento ao sofrimento deles (Êx 3.7). Então havia
chegado o momento de Deus livrar o seu povo escolhido da mão dos egípcios e
fazê-lo subir à Terra Prometida, uma terra produtiva e farta, uma “terra que
mana leite e mel” (Êx 3.8).
3. A
auto revelação de Deus (Êxodo 3.11-15). A princípio Moisés
se sentiu incapaz de participar da tarefa para a qual estava sendo
comissionado. Por isso ele disse: “Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito
os filhos de Israel?” (Êx 3.11). Mas tudo isso não era sobre Moisés, mas sobre
Deus; a importância não estava sobre a pessoa de Moisés, mas sobre a pessoa
d’Aquele que estava chamando Moisés.
De fato, Moisés, em si mesmo, não era
capaz de fazer nada daquilo. Ele era simplesmente um homem idoso, com cerca de
oitenta anos de idade, que havia passado os últimos quarenta anos em Midiã após
ter fugido do Egito. Porém, o que realmente contava era que Deus estaria com
ele. Inclusive, Deus lhe garantiu que após os israelitas saírem do Egito,
Moisés voltaria novamente àquela mesma montanha com eles para servir a Deus em
adoração (Êx 3.12).
Na sequência, Moisés antecipou uma
pergunta que certamente seria feita pelos israelitas. Ele sabia que quando
chegasse ao Egito dizendo aos israelitas ter sido enviado pelo Deus de seus
pais, os filhos de Israel então desejariam saber qual era o nome de Deus (Êx 3.13).
Na antiguidade o nome de alguém tinha um significado muito mais profundo do que
em nossa cultura atual. Naquele tempo um nome não apenas era um designativo de
uma pessoa, mas era uma expressão do seu caráter e personalidade. Então saber o
nome pessoal de Deus significava conhecer o próprio Deus.
Por isso a resposta que Moisés escutou do
Senhor revelou de forma extraordinária o caráter inalcançável, a majestade
inatingível e a eternidade inesgotável d’Aquele que falava com ele: “EU SOU O
QUE SOU […] EU SOU me enviou a vós outros […] O SENHOR, o Deus de vossos pais,
o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, enviou a vós outros; este
é o meu nome eternamente, e assim serei lembrado de geração em geração” (Êx 3.14,15).
O SENHOR DEUS...”. YAHWEH é o nome próprio de Deus Pai no antigo
Testamento, escrito pelas quatro consoantes YHWH
- o tetragrama termo derivado do grego τετραγράμματον, tetragrammaton,
“conjunto de quatro letras”), que na Bíblia hebraica indica o nome próprio de
Deus.
É provável que esse nome venha do verbo
hebraico para “ser”, no sentido de “Ele é”, ou então “Ele será”. Sem dúvida
esse nome expressa a eternidade e a soberania do Deus auto existente que só pode
ser definido por Ele mesmo. Ao homem é impossível determiná-lo, mas
graciosamente Deus haveria de se auto revelar através de seus atos redentores,
de modo a ser lembrado de geração em geração.
Entenda o nome de do Eterno e o
verbo EU SOU.
Em êxodo 3.14 o tetragrama YHWH é
relacionado ao verbo “EU SOU”
Primeiro vem o nome de Deus YHWH e depois
o verbo: אֶהְיֶה אֲשֶׁר אֶהְיֶה (EU SOU O QUE SOU). Deus se comunica com o
personagem por via de uma certeza interior ou pelos sinais que lhe são
apresentados. Deus falou a Moisés e lhe disse: “Eu sou YHWH…” (Êx 6,2).
Eu Sou. O nome do Eterno
é YHWH. O verbo, EU SOU, numa forma que produz, passado, presente e
futuro ao mesmo tempo (EU ERA, EU SOU e EU SEREI. Quando os nomes do “ADONAI”
ou “ELOHIM”, se escrevem em letras maiúscula, é uma tradução da palavra hebraica
(YAHWEH).
Identificar o Deus que se revela a Moisés
com o Deus que antes já havia se revelado a Abraão, a Isaac e a Jacó, os
Patriarcas. Aqui está uma proposta de crise — a escolha de um caminho ou de uma
fórmula de Fé, expressa por um paradigma anterior, o Deus dos Pais.
4. A
missão a ser executada (Êx 3.16-22).
Por fim, Moisés recebeu do Senhor a ordem
para juntar os anciãos de Israel e explicar a eles que o Senhor haveria de
tirar os filhos de Israel do Egito para levá-los à Terra Prometida (Êx 3.16,17).
Esses anciãos, que eram os líderes das famílias que representavam Israel,
haveriam de ouvir Moisés.
Depois eles deveriam se apresentar diante
do rei do Egito e lhe informar que YAHWEH,
o Deus dos hebreus, havia lhes encontrado. Então eles tinham de pedir que Faraó
os deixa-se partir para o deserto durante um período de tempo para que ali eles
pudessem cultuar ao Senhor.
Mas Deus avisou de antemão a Moisés que
Faraó não haveria de liberar os filhos de Israel, por isso Ele os tiraria dali
com “mão forte” (Êx 3.19). Isso significava que Deus haveria de estender sua
poderosa mão para ferir o Egito através de grandes prodígios. Somente depois
disso é que Faraó deixaria o povo de Israel partir (Êx 3.20). Deus ainda
garantiu a Moisés que os filhos de Israel não sairiam do Egito de mãos vazias
depois de tantos anos de servidão (Êx 3.21,22).
Pr. Elias Ribas
Dr. em Teologia
Assembleia de Deus
Blumenau - SC