João 20.21 “Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.”
I. O SIGNIFICADO DA PALAVRA MISSÃO
A palavra “MISSÃO” vem do verbo latim mito, que significa enviar. No Novo
Testamento, esta palavra vem do grego apostello,
que tem o mesmo significado em sua essência. A palavra missão no hebraico שליחות,
tem Ato de enviar ou de ser enviado.
Missão é um encargo, uma incumbência, um
propósito, é uma função específica que se confere a alguém para fazer algo, é
um compromisso, um dever, uma obrigação a executar.
Para os cristãos, missão significa propagar o Evangelho através da Igreja. O missionário é aquele que tem a missão de divulgar a fé, é o que se dedica a pregar e levar sua crença religiosa para diversos lugares, espalhando a palavra do Senhor.
Entre os sinônimos da palavra missão estão: encargo, incumbência, tarefa, compromisso, obrigação, delegação e representação.
Missão é a mão do Senhor te usando através
do serviço. É consciência de ministério.
Dom é habilidade em treinamento. Até que chegarmos a estatura de Cristo.
II. DIFERENÇA ENTRE MINISTÉRIO E MISSÃO
Ministério é uma vocação divina que
precisa ser desenvolvida, por meio de dons e com o propósito de aperfeiçoar os
santos (Ef 4.11-12).
Missão. É a incumbência
que alguém deve executar a pedido ou por ordem de outrem; encargo.
O propósito dos ministérios e sua missão. É o alvo preciso e fundamentado no Senhor Jesus.
III.
EXISTEM DOIS TIPOS DE MISSÕES
Missões é um contexto muito mais amplo e
significativo para nós na atualidade, porque a entendemos em um contexto muito
maior, em que se inclui uma tarefa cooperativa de agências missionárias que
treinam obreiros para desenvolver esta tarefa de pregação do Evangelho e das
igrejas locais que enviam tais missionários.
“Mas recebereis poder, ao descer sobre vós
o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda
a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.” (Atos 1.8).
1. Urbanas. “...e sereis
minhas testemunhas tanto em Jerusalém...”
“E todos os dias, no templo e de casa em
casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo.” (At 5.42).
Cada Igreja tem a missão de evangelizar as
pessoas ao seu redor, localizadas na sua própria cidade, bem como o desafio de
inaugurar igrejas em seu próprio país e nas demais nações ao redor do mundo. A
atividade missionária da Igreja deve iniciar-se sempre pelas ruas da sua
proximidade; e isto é evangelização urbana.
A Igreja do Senhor Jesus através dos primeiros discípulos obedeceu à ordem dada, pois iniciou os seus trabalhos com este tipo de evangelização urbana... Afinal, começaram por Jerusalém como se lê em Atos 2.46 e 47: “Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.”
A Igreja recebeu uma ordem que não pode ser esquecida... Afinal, o evangelismo não é uma opção. É uma ordem dada pelo Senhor da Igreja. O cristão é servo de Cristo. Ao servo não cabe alternativas senão a de obedecer à ordem do seu Senhor. Nós somos responsáveis pelas almas perdidas ao nosso redor, até que lhes falemos do Amor de Jesus Cristo. Um dia... Nós todos seremos chamados para prestar contas do que realizamos ou deixamos de realizar em relação às almas que ainda não conhecem ao Senhor Jesus. Nós é que teremos de nos justificar e teremos que nos apresentar por não termos falado de Cristo. A responsabilidade é de toda igreja, mas também é individual. É de cada membro!
“Missões Urbanas” é a Igreja “enviando” seus membros ao evangelismo. “Missões Urbanas” é a Igreja “indo” em cumprimento à ordem deixada por Nosso Senhor Jesus Cristo.
2. Missões transcultural. Não podemos falar sobre missão transcultural sem pelo menos tentar entender o que é cultura. Muitas vezes dizemos que fulano tem muita cultura porque ele ouve música clássica, gosta de teatro ou sabe usar todos os garfos e colheres que estão na mesa durante um jantar sofisticado. E dizemos que uma pessoa não tem cultura quando não se comporta de modo “civilizado”. Cultura, no entanto, envolve toda a criação humana. Ela é constituída do estilo de vida de toda uma sociedade, ou de um grupo especifico dentro da mesma. Portanto, quando falamos de missão transcultural, estamos falando do esforço da Igreja em cruzar qualquer fronteira que separe o missionário de seu público alvo. Para se engajar na missão transcultural, você não tem que, prioritariamente cruzar barreiras político-geográficas. Porém, em nosso caso teremos que necessariamente cruzar barreiras mais conhecidas como a da linguística, dos costumes, das etnias, das religiões, além das sociais, morais e etc.
IV. DEVEMOS FAZER MISSÃO PARA AGRADAR AQUELE QUE NOS ALISTOU
Isaías disse; sou homem de lábios impuros.
1.
Deus não chama homens preparados.
“Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos.” Já ouvi varias vezes esta frase dentro de uma igreja e muitas pessoas perguntado que versículo é este e onde esta isso na Bíblia?
E Deus capacita sim como fez com vários personagens Bíblicos veja o exemplo de Gideão:
Juízes 6.14-17 “Então o Senhor olhou para ele, e disse: Vai nesta tua força, e livrarás a Israel das mãos dos midianitas; porventura não te enviei eu? 15- E ele lhe disse: Ai, Senhor meu, com que livrarei a Israel? Eis que a minha família é a mais pobre em Manassés, e eu o menor na casa de meu pai. 16- E o Senhor lhe disse: Porquanto eu hei de ser contigo, tu ferirás aos midianitas como se fossem um só homem.17- E ele disse: Se agora tenho achado graça aos teus olhos, dá-me um sinal de que és tu que falas comigo.”
Existem pessoas que usam esta frase como defesa porque não querem investir em seu sí com cursos, treinamentos, palestras, pregações, aulas, workshop, etc. Tenho comigo que estas pessoas pensam da seguinte maneira: “Para que buscar conhecimento sendo que Deus capacita”, escondem-se atrás desta frase por comodismo e dizem até em alta voz magoando aqueles que estão se dedicando com estudos para melhor servir os irmãos e a igreja.
Outros exemplos:
- Moisés estava despreparados.
- Josafá estava com medo.
Mateus 4.18-20 “Jesus, andando junto ao
mar da Galileia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão,
os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores; 19- E disse-lhes:
Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. 20- Então eles, deixando
logo as redes, seguiram-no. 21- E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos,
Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com seu pai, Zebedeu,
consertando as redes; 22- E chamou-os; eles, deixando imediatamente o barco e
seu pai, seguiram-no.”
A chamada de quatro discípulos (talmidim) para O seguirem.
Jesus escolheu pescadores, cobrador de
impostos.
Jesus não chama talentosos, mas capacita os obedientes.
2. Todo discípulo precisa passar por duas escolas. Discipulado e o Getsêmani de Cristo.
2.1.
Discípulo.
É um substantivo masculino e significa: “quem estuda”; “aluno”; “aprendiz”, “aluno
receptivo a ensinamentos”. No dicionário português é quem recebe disciplina ou
instrução de outra pessoa; aluno. A palavra discípulo no hebraico é tamid.
Na tradução judaica a relação entre um
rabino e seus talmidim era intensa e
pessoal.
Em Israel havia uma recomendação aos talmidim: “Cubra-se com a poeira dos pés do seu Rabi”.
Isso significava que um talmid deveria observar tudo quanto seu rabino dizia, fazia e a maneira como vivia, pois, sua grande ambição não era meramente saber o que seu rabino sabia, mas principalmente se tornar semelhante ao seu rabino.
A relação rabino-talmid era intensa e pessoal, e enquanto o rabino ensinava sua interpretação da Lei e vivia como modelo aos olhos de seus talmidim, cada talmid fazia todo o possível para em tudo imitar seu rabino de tal maneira a que se tornasse igual a ele.
Mateus 9.35-38 “E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. 36- E, vendo as multidões, teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor. 37- Então, disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. 38- Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua seara.”
2.2. Getsêmani. A palavra getsêmani significa “prensa de azeite”, ou seja, local de esmagamento para conseguir o suco da fruta. Era um jardim situado no monte das Oliveiras em Jerusalém hoje conhecida como Israel.
João 16.33 “Tenho-vos dito isto, para que
em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o
mundo.”
Mateus 24.9,10 “Então vos hão de entregar
para serdes atormentados, e matar-vos- ão; e sereis odiados de todas as nações
por causa do meu nome. 10- Nesse tempo muitos serão escandalizados, e
trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão.”
João 15.18-21 “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim. 19- Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia. 20- “Lembrai-vos da palavra que vos disse: Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. 21- Mas tudo isto vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou.”
1ª Pd 2.21 “Porquanto para isto mesmo
fostes chamados, pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos
exemplo para seguirdes os seus passos.”
1ª Jo 2.6 “Aquele que diz que permanece
nele, esse deve também andar assim como ele andou.”
1ª Co 11.1 “Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.”
3.
Toda a consciência de missão precisa passar pelo filtro. Mateus 26.38,39 “Então
lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e
velai comigo. 39- E, indo um pouco mais para diante, prostrou-se sobre o seu rosto,
orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passe de mim este cálice; todavia,
não seja como eu quero, mas como tu queres.
A palavra getsêmani significa “prensa de azeite”, ou seja, local de esmagamento para conseguir o suco da fruta. Era um jardim situado no monte das Oliveiras em Jerusalém hoje conhecida como Israel. ... Os discípulos preparam a Páscoa, a festejaram e saíram para o Monte das Oliveiras.
No Getsêmani, Jesus mostrou seu lado humano e como podemos enfrentar as maiores dificuldades. Com o sofrimento de Jesus no Getsêmani, aprendemos:
O valor da honestidade. Jesus não escondeu de Deus seu desespero nem fingiu que estava tudo bem; quando somos honestos com Deus, Ele nos ajuda.
A importância da vontade de Deus. Mesmo não querendo sofrer, Jesus decidiu fazer a vontade de Deus; os planos de Deus são maiores que os nossos e devemos submeter nossa vontade à vontade dele.
O poder da oração. Depois de orar no
Getsêmani, Jesus ficou fortalecido e preparado para enfrentar tudo que veio a
seguir; orar e ter comunhão com Deus nos dá força quando estamos fracos e
enfrentamos situações difíceis.
No gestsêmane você pode expor tua alma ao
Senhor onde abrimos nosso coração ao Pai. É um lugar onde adquirimos experiência
e comunhão com o Pai celeste.
V. TRES FUNDAMENTO A VOZ DIVINA
Ezequiel 38.7 “Prepara-te, e dispõe-te, tu e todas as multidões do teu povo que se reuniram a ti, e serve-lhes tu de guarda!
Preparação. 2ª Timóteo 3.14-17 “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, 15- E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. 16- Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; 17- Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.”
2ª Timóteo 2.15 “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.”
O Senhor nos chamou e nos chama ainda nos dias de hoje para fazer a sua obra e anunciar o Evangelho para todas as pessoas que ainda não foram alcançadas pelo Seu amor. Nesta carta a Timóteo, o apóstolo Paulo recomenda que o obreiro se apresente aprovado, sem motivo para se envergonhar, e que se dedique ao estudo da palavra. Manejar bem a palavra de Deus faz toda a diferença, é o plantar a semente certa, deixar o terreno arado para plantar a palavra da verdade no coração das pessoas. E assim com a convicção de que dará bons frutos.
Que manejes bem
a palavra de Deus.
Manejar no grego é o mesmo que ter habilidade, saber cortar, cortar em linha reta sem distorção, ter destreza (Paulo compara o obreiro com um soldado romano em uma luta). Paulo aqui fala do conhecimento que o obreiro precisa ter da Palavra de Deus.
Disposição. Josué 1.1,6-9 “Moisés, meu servo, é morto; levanta-te, pois, agora, passa este Jordão, tu e todo este povo, à terra que eu dou aos filhos de Israel. 6- Esforça-te, e tem bom ânimo; porque tu farás a este povo herdar a terra que jurei a seus pais lhes daria. 7- Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares. 8- Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido. 9- Não to mandei eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não temas, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus é contigo, por onde quer que andares.”
O Senhor falou com Josué e o animou a continuar, pois Moisés estava morto e não podia mais fazer nada, ele, porém, deveria organizar o povo e se preparar para atravessar o rio Jordão.
Deus começa garantindo que onde os pés deles tocassem, lhes pertenceria, ou seja, uma grande promessa de prosperidade. Por mais extensa e desafiadora que fosse a terra, ela seria deles. Ninguém conseguiria impedi-los de tomá-las.
Contudo, Josué precisaria se esforçar,
ter bom ânimo, ser obediente à Lei e meditar em tudo o quanto está escrito, de
dia e de noite, todos os dias. Ou seja, ele deveria ter o hábito de refletir
sobre tudo o que foi dito através de Moisés.
Como consequência, o Senhor estaria com Ele e faria prosperar a obra de suas mãos.
Proteção.
Marcos
13.33 “Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo.”
Na noite em que foi preso, Jesus foi para o jardim do Getsêmani com Seus discípulos para orar. Mas, enquanto ele orava sozinho, os discípulos adormeceram. Quando voltou, Jesus repreendeu os discípulos e os avisou que deveriam vigiar e orar, para não caírem em tentação (Mateus 26.40-41). No entanto, eles adormeceram outras duas vezes!
Os discípulos não vigiaram e, quando chegou a hora de Jesus ser preso, todos fugiram e Pedro até negou Jesus três vezes. Eles não estavam prontos, por isso foram apanhados de surpresa.
Vigiar significa ficar atento. Precisamos estar vigilantes porque o diabo está sempre procurando maneiras de nos destruir (1ª Pedro 5.8). Os ataques e as tentações podem surgir quando e onde menos esperamos. Quando baixamos a guarda, ficamos mais vulneráveis aos ataques.
VI. JESUS NOSSO EXEMPLO
Vou citar 3 versículos
onde o apóstolo a Paulo escreve em suas cartas para nos ensinar. 1ª Coríntios 11.1 “Sede meus imitadores, como também
eu sou de Cristo”.
1ª
Co 11.1
“Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo.”
Ef 5.1 “Sede, pois imitadores de Deus, como filhos amados”.
O Apóstolo Paulo não está se colocando igual ou querendo ser Jesus ao dizer “sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo” e sim se mostrando através de sua própria vida um exemplo a ser seguido. Ou seja, assim como o Apóstolo Paulo imitou a Cristo ele quer que façamos a mesma coisa, não imitando a pessoa de Paulo e sim as suas atitudes.
O Apóstolo Paulo não estava pedindo aos irmãos para imita-lo a ele próprio e sim o bom exemplo dado por ele, como discípulo de Cristo.
Fp 3.17 “Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, SEGUNDO O EXEMPLO que tendes em nós, pelos que assim andam.”
O que Paulo faz que devemos imitar? Ser de Cristo, obviamente, e com a mesma determinação e entusiasmo que ele tinha. Isto afeta mais o ser do que o saber e o fazer.
Imitador quer dizer parecidos ou semelhantes com alguém. E nós como cristão e filhos amados de Deus Pai devemos ser seus imitadores, ou seja, semelhante a Ele. Semelhantes no serviço (na Sua obra), na paciência, na humildade, na perfeição no amor etc.
II. A CHAMADA DE MOISÉS
Encontramos nestes dois capítulos o
chamado de Deus a Moisés para tirar o povo do Egito. Moisés cuidava do rebanho
do seu sogro, Jetro, o sacerdote de Midiã e chegou a Horebe. Ali avistou uma
sarça em chamas e procurou saber o que era. Nesse momento Deus o chama e fala
com ele.
Êxodo 3 é o capítulo da Bíblia que registra a convocação de Moisés para libertar o povo de Israel do Egito. O estudo bíblico de Êxodo 3 mostra como Deus se revelou a Moisés no Horebe, no meio de uma sarça ardente.
Por isso Êxodo 3 é um capítulo essencial para a compreensão do restante da Escritura, pois não apenas introduz o início dos acontecimentos que culminaram na saída dos israelitas do Egito, mas também explica que todas as coisas estavam sendo governadas por Deus. Nesse sentido Êxodo 3 prova que Moisés de fato foi a pessoa que o próprio Deus escolheu para liderar o êxodo e ser o grande legislador de Israel.
O esboço de Êxodo 3 pode ser organizado da seguinte forma:
1.
Deus fala com Moisés do meio da sarça ardente (Êxodo 3.1-6).
Êxodo 3 começa com Moisés apascentando o rebanho de seu sogro no deserto na região do Sinai. Apesar de árida, parece que aquela região mantinha algum tipo de pastagem que servia para o sustento dos rebanhos dos povos nômades.
O texto bíblico diz que em certo momento Moisés chegou ao “monte de Deus, a Horebe” (Êx 3.1). Essa designação obviamente antecipava o fato de que aquele monte seria o local onde Deus haveria de se manifestar de forma especial, como num santuário, na história que estava por vir. Aquele era o Monte Sinai, também chamado de Monte Horebe na Bíblia.
As Sagradas Escrituras prescreve que, naquele monte o Anjo do Senhor apareceu numa chama de fogo, no meio de uma sarça. Então Moisés percebeu que a sarça ardia em chamas, mas não se consumia (Êx 3.2).
2. Deus conhece a aflição do seu povo (Êx 3.7-10). Depois disso o Senhor falou a Moisés que havia visto a aflição de seu povo no Egito; Ele havia ouvido o clamor dos israelitas e estava atento ao sofrimento deles (Êx 3.7). Então havia chegado o momento de Deus livrar o seu povo escolhido da mão dos egípcios e fazê-lo subir à Terra Prometida, uma terra produtiva e farta, uma “terra que mana leite e mel” (Êx 3.8).
3. A auto revelação de Deus (Êxodo 3.11-15). A princípio Moisés se sentiu incapaz de participar da tarefa para a qual estava sendo comissionado. Por isso ele disse: “Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel?” (Êx 3.11). Mas tudo isso não era sobre Moisés, mas sobre Deus; a importância não estava sobre a pessoa de Moisés, mas sobre a pessoa d’Aquele que estava chamando Moisés.
De fato, Moisés, em si mesmo, não era capaz de fazer nada daquilo. Ele era simplesmente um homem idoso, com cerca de oitenta anos de idade, que havia passado os últimos quarenta anos em Midiã após ter fugido do Egito. Porém, o que realmente contava era que Deus estaria com ele. Inclusive, Deus lhe garantiu que após os israelitas saírem do Egito, Moisés voltaria novamente àquela mesma montanha com eles para servir a Deus em adoração (Êx 3.12).
Na sequência, Moisés antecipou uma pergunta que certamente seria feita pelos israelitas. Ele sabia que quando chegasse ao Egito dizendo aos israelitas ter sido enviado pelo Deus de seus pais, os filhos de Israel então desejariam saber qual era o nome de Deus (Êx 3.13). Na antiguidade o nome de alguém tinha um significado muito mais profundo do que em nossa cultura atual. Naquele tempo um nome não apenas era um designativo de uma pessoa, mas era uma expressão do seu caráter e personalidade. Então saber o nome pessoal de Deus significava conhecer o próprio Deus.
Por isso a resposta que Moisés escutou do
Senhor revelou de forma extraordinária o caráter inalcançável, a majestade
inatingível e a eternidade inesgotável d’Aquele que falava com ele: “EU SOU O
QUE SOU […] EU SOU me enviou a vós outros […] O SENHOR, o Deus de vossos pais,
o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, enviou a vós outros; este
é o meu nome eternamente, e assim serei lembrado de geração em geração” (Êx 3.14,15).
O SENHOR DEUS...”. YAHWEH é o nome próprio de Deus Pai no antigo Testamento, escrito pelas quatro consoantes YHWH - o tetragrama termo derivado do grego τετραγράμματον, tetragrammaton, “conjunto de quatro letras”), que na Bíblia hebraica indica o nome próprio de Deus.
É provável que esse nome venha do verbo hebraico para “ser”, no sentido de “Ele é”, ou então “Ele será”. Sem dúvida esse nome expressa a eternidade e a soberania do Deus auto existente que só pode ser definido por Ele mesmo. Ao homem é impossível determiná-lo, mas graciosamente Deus haveria de se auto revelar através de seus atos redentores, de modo a ser lembrado de geração em geração.
Entenda o nome de do Eterno e o
verbo EU SOU.
Em êxodo 3.14 o tetragrama YHWH é
relacionado ao verbo “EU SOU”
Primeiro vem o nome de Deus YHWH e depois o verbo: אֶהְיֶה אֲשֶׁר אֶהְיֶה (EU SOU O QUE SOU). Deus se comunica com o personagem por via de uma certeza interior ou pelos sinais que lhe são apresentados. Deus falou a Moisés e lhe disse: “Eu sou YHWH…” (Êx 6,2).
Eu Sou. O nome do Eterno
é YHWH. O verbo, EU SOU, numa forma que produz, passado, presente e
futuro ao mesmo tempo (EU ERA, EU SOU e EU SEREI. Quando os nomes do “ADONAI”
ou “ELOHIM”, se escrevem em letras maiúscula, é uma tradução da palavra hebraica
(YAHWEH).
Identificar o Deus que se revela a Moisés com o Deus que antes já havia se revelado a Abraão, a Isaac e a Jacó, os Patriarcas. Aqui está uma proposta de crise — a escolha de um caminho ou de uma fórmula de Fé, expressa por um paradigma anterior, o Deus dos Pais.
4. A
missão a ser executada (Êx 3.16-22).
Por fim, Moisés recebeu do Senhor a ordem para juntar os anciãos de Israel e explicar a eles que o Senhor haveria de tirar os filhos de Israel do Egito para levá-los à Terra Prometida (Êx 3.16,17). Esses anciãos, que eram os líderes das famílias que representavam Israel, haveriam de ouvir Moisés.
Depois eles deveriam se apresentar diante do rei do Egito e lhe informar que YAHWEH, o Deus dos hebreus, havia lhes encontrado. Então eles tinham de pedir que Faraó os deixa-se partir para o deserto durante um período de tempo para que ali eles pudessem cultuar ao Senhor.
Mas Deus avisou de antemão a Moisés que
Faraó não haveria de liberar os filhos de Israel, por isso Ele os tiraria dali
com “mão forte” (Êx 3.19). Isso significava que Deus haveria de estender sua
poderosa mão para ferir o Egito através de grandes prodígios. Somente depois
disso é que Faraó deixaria o povo de Israel partir (Êx 3.20). Deus ainda
garantiu a Moisés que os filhos de Israel não sairiam do Egito de mãos vazias
depois de tantos anos de servidão (Êx 3.21,22).
Pr. Elias Ribas
Dr. em Teologia
Assembleia de Deus
Blumenau - SC