TEOLOGIA EM FOCO

domingo, 1 de agosto de 2021

AS ORDENANÇAS QUE JESUS DEIXOU PARA SUA IGREJA

 


“Ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!” (Mt 28.20).

INTRODUÇÃO. Neste estudo, vamos aprender sobre as ordenanças de Jesus para Sua igreja, sobre o batismo e a Ceia do Senhor.

Jesus deixou diversas ordens para os seus discípulos individualmente, como ensinar todas as pessoas, evangelizar, orar, perdoar inimigos e amar a Deus acima de todas as coisas. No que tange à Igreja, como reunião de discípulos, o Mestre deixou duas específicas: a celebração do Batismo e da Santa Ceia. Ambas as cerimônias possuem objetivos específicos, e sobre eles estudaremos nesta lição.

As ordenanças de Cristo à sua Igreja são práticas que devem perdurar até que Ele volte.

As ordenanças de Cristo são os rudimentos da fé cristã a fim de que aprendam corretamente a servir a Deus e cresçam na graça e no conhecimento que há em Cristo Jesus. Desta forma, é importante saber que as ordenanças deixadas por Cristo a Sua igreja não podemos entender de forma legalista os cerimoniais de “Batismo” e a “Ceia do Senhor”. Pelo contrário, tais ordenanças não são para serem vistas como obrigações, e sim como privilégios concedidos àqueles que tomaram a feliz decisão de estarem em comunhão com Deus e tornarem-se participantes do Corpo de Cristo que é a Igreja. Assim, podemos ter a nossa fé edificada e constantemente renovada pela ação do Espírito Santo em nossas vidas.

I. O QUE SÃO ORDENANÇAS?

1. Definindo o termo ordenanças. A expressão ordenanças traz a ideia de um grupo de mandamentos específicos, que devem ser repetidos reiteradas vezes. No caso das ordenanças de Jesus, o Batismo e a Santa Ceia, devem ser repetidos sempre, para que o povo de Deus, a Igreja, se lembrasse não apenas do sacrifício de Cristo, mas igualmente do seu efeito para conosco.

Ordenanças, no caso do batismo e da Santa Ceia, são rituais que exemplificam para a Igreja os últimos momentos de Jesus com seus discípulos e a ressurreição de nosso Senhor.

2. Uma ordem de Jesus Cristo. Jesus deixou claro que seus discípulos deveriam ensinar, batizar e celebrar a Ceia do Senhor: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Em relação à Santa Ceia, “E digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide até àquele Dia em que o beba de novo convosco no Reino de meu Pai” (Mt 26.29).

3. O cumprimento das ordenanças confere alguma graça ao crente? A Bíblia afirma que se somos obedientes e que cremos naquilo que Jesus nos disse, somos pessoas agraciadas por Deus tendo em vista nossa fé e obediência. João 15.10-11, 14 “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor. 11- Tenho-vos dito isto, para que o meu gozo permaneça em vós, e o vosso gozo seja completo. 14- Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. João 14.21 “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele.”

O crente salvo obedece as ordenanças de Jesus porque ama o Seu mestre e por Ele é amado.

As Ordenanças servem como um memorial para os crentes de todas as gerações, e por isso, sempre devem ser lembradas e celebradas na comunhão dos santos.

II. O BATISMO

1. O que é o batismo? Batismo significa literalmente imersão. Essa palavra vem do grego [baptozo], traduzida como “mergulhar, banhar, imergir, não aspergir. No Novo Testamento, vemos que João, o batista, batizava pessoas no rio Jordão, e batizou o Senhor Jesus (Mt 3.13-17), que a seguir ordenou que seus discípulos batizassem aqueles que cressem no Evangelho (Mt 28.19). Pedro batizou gentios que ouviram a Palavra na casa de Cornélio (At 10), e Paulo foi batizado, possivelmente por Ananias (At 9). O batismo ordenado por Jesus é por imersão.

2. Jesus foi batizado. Jesus passou pela experiência do batismo. A Bíblia nos fala em Marcos 1.10 sobre o batismo de Jesus: “logo que saiu da água”, uma referência clara de que Jesus foi batizado por imersão. E o batismo de Jesus foi uma forma de Ele se identificar com os pecadores. Ele não precisava ser batizado, mas o foi, para nos mostrar a importância do ato para a vida cristã e para a compreensão adequada do Evangelho. Jesus deu o exemplo para nós como seus discípulos seguirmos os seus passos, por isso o apóstolo Paulo afirma: “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo.” (1ª Co 11.1).

Mas o que é ser imitador? o que é imitar alguém? Essa palavra imitar significa: tomar como modelo, tomar como padrão de conduta, como referência e como exemplo.

3. O batismo infantil. A Bíblia não diz nada sobre o batismo de bebês. Não há nenhum lugar na Bíblia que diz que um bebê foi batizado. As pessoas que foram batizadas na Bíblia sabiam o que estavam fazendo e tomaram essa decisão de forma consciente. Ninguém foi batizado sem seu consentimento. Portanto, não ir além do que está escrito, não vos ensoberbecendo a favor de um contra outro. (1ª Co 4.6).

A Bíblia nos diz que Jesus foi circuncidado ao oitavo dia (Lc 2.21), depois foi apresentado no Templo: “E, cumprindo-se os dias da purificação dela, segundo a lei de Moisés, o levaram a Jerusalém, para o apresentarem ao Senhor. 22- (Segundo o que está escrito na lei do Senhor: Todo o macho primogênito será consagrado ao Senhor). (Lc 2.22,23). Portanto, Jesus não batizado, o que só ocorreu quando Jesus tinha a idade de trinta anos. Outro fator que deve ser levado em conta é que o batismo é apresentado nas Escrituras como um ato daquele que crê na mensagem do Evangelho (At 2.41; 8.12), e isso exige maturidade não apenas para entender a mensagem do Evangelho, mas também para aceitar Jesus e prestar o testemunho público prévio ao batismo. Por esses fatores, não é adequado nem bíblico batizar crianças.

Não somos batizados para ser salvos. Somos batizados porque já fomos salvos por Cristo.

O batismo exige que tenhamos consciência de sua importância, e entendimento para publicamente manifestar nosso testemunho em Cristo Jesus.

4. O significado do batismo nas águas.

4.1. O Batismo é símbolo de morte. Romanos 6.3,4 “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na sua morte? 4- De sorte que fomos sepultados com ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.”

Quando Cristo morreu, nós morremos também (2ª Co 5.14). Quando alguém morre precisa ser sepultado.  O batismo simboliza a morte e ressureição, ou seja, a imersão – submersão, simboliza o sepultamento e morte do velho homem. A emersão simboliza ressureição, a nova vida em Cristo Jesus.

Paulo usa a experiência do batismo, comum a todos os cristãos, como um tipo que deve ser identificado com a experiência que tivemos com Jesus Cristo. Este termo é direcionado aos que, pela fé, participam da morte de Cristo. O batismo era uma forma de declarar o testemunho desta morte e ressurreição de Cristo Jesus, ou seja, é um ato público de fé.

O batismo une o cristão ao próprio Cristo e serve como um ato voluntário que demonstra a vontade pessoal de morrermos para uma vida velha para vivermos uma vida nova, através do “renascimento” das águas, por isso, o batismo de crianças ainda bebês não é aceita pela maioria das igrejas evangélicas, pois entende-se que uma criança não tem poder de decidir por livre vontade se deseja mesmo este renascimento.

Novidade de vida. Se a identificação do cristão com Cristo implica em ele ser identificado com Sua morte, também implica, logicamente, em ele identificar-se com Sua ressurreição. Uma vez tendo morrido e tendo sido ressuscitado com Cristo, o cristão deve viver uma nova vida.

4.2. O Batismo é revestimento de Cristo. Gálatas 3.27 “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo.”

Todos nós, batizados em Jesus, precisamos nos revestir d’Ele! Revestir é tomar Cristo como ‘veste’. A veste dita aqui não é só uma veste exterior, mas, sobretudo, a veste interior que veste nossa alma, nosso coração, nossa mente, nossos pensamentos e sentimentos, nossas intenções e nossa vontade.

Tudo aquilo que somos precisa ser revestido da presença de Cristo!

O fato de que fomos batizados em Cristo e que fomos identificados com Cristo na Sua morte e ainda mais, o fato de que fomos revestidos de Cristo implica que: como Cristo ressuscitou para viver uma nova vida, assim também nós devemos nos considerar mortos para o pecado e vivermos em novidade de vida.

Da mesma maneira que ser filhos de Deus é privilégio estendido a todos os cristãos com ninguém sendo “mais ou menos filho de Deus”, o mesmo é verdadeiro com o fato de termos todos sido batizados em Cristo e de termos, todos, nos revestido de Cristo!

4.3. O Batismo é ressurreição com Cristo. Colossenses 2.12,13 “Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos. 13- E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas.”

Enterrado com Ele, no batismo. O batismo é considerado como o sepultamento da velha vida carnal, à qual o ato de imersão simbolicamente corresponde.

Ele explica ainda mais claramente a maneira da circuncisão espiritual – porque, sendo sepultados com Cristo, somos participantes de sua morte. Ele declara expressamente que obtemos isso por meio do batismo, para que seja mais claramente aparente que não há vantagem da circuncisão sob o reinado de Cristo.

Paulo continuou a descrever as grandes bênçãos encontradas em Cristo, agora focalizando na circuncisão e no batismo.

Como rito introdutório da antiga aliança, a circuncisão significava eliminar o pecado, transformar o coração e incluir a pessoa na família da fé (Dt 10.16; 30.6; Jr 4.4; 9.25-26; Ez 44.7,9).

Par mostrar aos judaizantes, Paulo mostrou que, ao terem sido batizados em Cristo, esses gentios haviam sido circuncidados.

III. A CEIA DO SENHOR


1. A origem da Ceia do Senhor.
A Ceia do Senhor teve sua origem na noite em que Jesus fez sua última refeição com os seus discípulos, antes de ser crucificado. Em um momento de comunhão, o Senhor com eles, lavou-lhes os pés e transmitiu-lhes as recomendações finais. A Ceia foi o último momento de comunhão do Senhor com seus apóstolos até a crucificação (Mt 26.29).

2. Os propósitos da Ceia do Senhor. A celebração da Santa Ceia traz para nós diversos significados. Em primeiro lugar, ela representa a continuidade da nossa comunhão com o Salvador. À última Ceia estavam presentes Jesus e seus discípulos, o grupo mais próximo do Salvador. Em segundo lugar, ela representa a lembrança do sacrifício de Jesus Cristo por nossos pecados. A Ceia instituída pelo Senhor foi celebrada na Páscoa, quando um cordeiro era sacrificado, e Jesus, o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, foi sacrificado por nós.

2.1. É a celebração de uma nova aliança. Comer e beber juntos traz a ideia de uma aliança feita entre duas partes. Essa Ceia é a imagem de uma nova aliança entre Jesus e os seus seguidores.

2.2. É a manifestação da minha fé em Cristo. Quando celebro a Ceia do Senhor demonstro de forma pública a minha fé em Jesus e a comunhão com Ele, aguardando a sua Segunda Vinda.

2.3. É um momento de gratidão. Jesus abençoou o pão e deu graças pelo vinho (Mc 14.22-24). Na Ceia do Senhor, demonstro minha gratidão pelo que Cristo fez, e agradeço por ter sido alcançado por sua graça.

3. Os elementos da Ceia do Senhor. Aqui cabe uma observação. A igreja romana entende que os elementos da ceia, o pão e o vinho, se transformam na carne e no sangue de Jesus. O pão e o vinho não mudam sua forma para se tornarem carne e sangue de verdade, como pensam o romanismo. A Bíblia jamais dá a entender essa ideia e a ciência não a respalda a teoria. Jesus não tinha a intenção de nos fazer crer que, por ocasião da Ceia, o pão se tornaria carne e que o vinho se tornaria em sangue. Ele apenas nos orientou a seguir essa ordenança em memória dEle.

Nesta celebração, Jesus deu à Páscoa um significado novo, transformando-a na Ceia do Senhor. Jesus tomou os elementos da Páscoa, o pão e o cálice, e mudou a ênfase da festa. Em vez de recordar a libertação do Egito, dali em diante o pão e o cálice passaram a representar a redenção do pecado, simbolizando o corpo de Cristo e o seu sangue por muitos, na cruz do Calvário, para remissão dos pecados. O “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29) estava ali para ser morto no dia seguinte.

4. A orientação do apóstolo Paulo a igreja de Coríntios. 1ª Coríntios 11.23-25 “Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; 24- E, tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto é o meu corpo que é partido por vós; fazei isto em memória de mim. 25- Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim.”

4.1. Eu recebi do Senhor... se refere à revelação que Paulo recebeu de Cristo sobre o significado da morte e da ressurreição do Senhor representado pelos elementos da santa ceia; simbolismo que Paulo ensinou aos irmãos, explicando-os novamente.

4.2. Tomai, comei... Isto é o meu corpo. Sem dúvida, uma expressão não literária, mas figurativa. Ele estava ali, no meio dos discípulos, participando com eles do elemento do pão, que significa Sua encarnação. Que é [...] por vós. Isso significa o caráter sacrifical e vicário da morte de Cristo. Ele é relembrado nesta mesa, não como um grande exemplo, ou mestre, ou mesmo profeta, mas como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Fazei isto, todas as vezes que beberdes, em memória de mim. Contrastando com a reunião muitas vezes impensada e negligente dos cristãos coríntios em sua chamada festa do amor, Jesus pediu aos Seus discípulos: “Lembrai-vos de mim”.

4.3. O propósito. “Fazei isto em memória de mim” (Lucas 22.19). A Ceia do Senhor é nossa oportunidade para lembrar o sacrifício que Jesus fez na cruz, pelo qual Ele nos oferece a esperança da vida eterna: “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que ele venha” (1ª Coríntios 11.26). A Ceia do Senhor não pretende ser um memorial do nascimento, da vida ou da ressurreição de Cristo. É um momento especial no qual os cristãos refletem sobre o Salvador sofredor para serem lembrados do alto preço que Ele pagou por nossos pecados. Precisamos manter este tema central do evangelho (1ª Co 2.1-2) em nossas mentes.

4.4. Os símbolos. Jesus usou dois símbolos para representar seu corpo e seu sangue. É claro que ele não ofereceu literalmente seu corpo (que ainda estava inteiro) nem seu sangue (que ainda estava correndo através de suas veias). Ele deu aos discípulos pão sem fermento para representar Seu corpo e o fruto da videira (suco de uva) para representar o sangue que estava para ser derramado na cruz. Ele não deixou dúvida sobre a relação deste sacrifício com nossa salvação: “Porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão dos pecados” (Mt 26.28).

Lucas acrescenta que Ele disse, pouco antes de iniciar a ceia sacramental: “Com desejo, desejei comer esta páscoa com você antes de sofrer”. Esta é uma maneira de expressão hebraica, significando “eu desejei muito”. Ele desejara, sem dúvida:

(1) que ele possa instituir a Ceia do Senhor, para ser um memorial perpétuo dele;

(2) que ele possa fortalecê-los para as provações que se aproximam;

4.5. A ordem. Quando comparamos estes quatro relatos, podemos também ver a ordem na qual a ceia foi observada. Jesus primeiro orou para agradecer a Deus pelo pão e então todos o partilharam. Ele orou de novo para agradecer ao Senhor pelo cálice, e todos beberam dele. Deste modo, ele chamou especial atenção para cada elemento da ceia.

4.6. Como deve ser celebrada a Ceia do Senhor? Mateus 26.26,27 “E, quando comiam, Jesus tomou o pão, e abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o meu corpo. 27- E, tomando o cálice, e dando graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos.”

Jesus tomou o e abençoou. E a seguir partiu e deu a Seus discípulos. Em seguida tomou o cálice e deu graças, e mandou que todos bebessem, sem exceção. Ou seja, todo o corpo místico de Cristo deve participar do pão e do vinho.

4.7. Todos o corpo místico de Jesus deve participar. 1ª Coríntios 11.33 “Portanto, meus irmãos, quando vos ajuntais para comer, esperai uns pelos outros.”

“...esperai uns pelos outros.” Todos recebem o pão e o bispo, padre ou pastor ora agradecendo, e após a oração ordena que todos comam juntos e ao mesmo tempo. Da mesma forma todos recebem o cálice e após a oração recebem a ordem para beberem e tomarem juntos.

4.8. O Alerta Solene. 1ª Coríntios 11.27-30 “Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. 28- Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. 29- Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. 30- Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem.”

As mensagens e sermões que antecedem a cerimônia da ceia geralmente contêm alertas quanto ao não cear indignamente. Os pregadores solicitam aos ouvintes que façam um autoexame e apelam para a consciência dos ouvintes: Não participem do cálice e do pão indignamente!

Examinar. O significado desta palavra no grego é δοκιμάζω dokimadzo que significa provar por teste, examinar, ou aprovar depois de um teste pelo discernimento. A palavra grega é derivada do teste dos metais. Um rigoroso autoexame (v. 19; 2ª Co 13.5; Tg 5.16; 1ª Jo 1.6).

Portanto, não significa somente testar, mas também carrega a ideia de aprovar como resultado do teste. Contudo, testar é insuficiente, a menos que o que é aprovado seja abraçado e mantido.

5. A Ceia do Senhor na Igreja Primitiva. O livro de Atos e as cartas escritas às igrejas nos ajudam a aprender um pouco mais sobre a Ceia do Senhor. Os discípulos se reuniam no primeiro dia da semana para participarem da ceia (At 20.7). Esta ceia era entendida como um ato de comunhão com o Senhor (1ª Co 10.14-22). Era tomada quando toda a congregação se reunia, como um ato de fraternidade entre os irmãos (1ª Co 11.17-20). Cada cristão era obrigado a examinar-se para ter certeza de que estava participando da ceia de um modo digno (1ª Co 11.27-29).

6. Observações sobre a Ceia do Senhor. Ainda que o ensinamento da Bíblia sobre a Ceia do Senhor não seja complicado, muitas diferenças de entendimento apareceram depois do tempo do Novo Testamento. O único modo de sabermos que estamos seguindo o Senhor é estudar as instruções e imitar os exemplos que encontramos no Novo Testamento. Nunca estamos livres para ir além do que o Senhor revelou na Bíblia (veja Colossenses 3.17; 1ª Coríntios 4.6 e 2ª João 9).

A Ceia do Senhor é um momento de comunhão importante para os membros do Corpo de Cristo, pois nesse momento, juntos, relembramos o sacrifício de Cristo até que Ele retorne.

A vinda de Cristo para buscar a sua Igreja deve ser um dos nossos motivos de celebrar a Santa Ceia, e também a certeza de que nosso tempo aqui está acabando, pois, a volta do Senhor está próxima.

IV. A CEIA DO SENHOR NA IGREJA PRIMITIVA

 O livro de Atos e as cartas escritas às igrejas nos ajudam a aprender um pouco mais sobre a Ceia do Senhor.

1. No primeiro dia da semana. Os discípulos se reuniam no primeiro dia da semana para participarem da ceia (Atos 20.7).

2. Ato para comunhão. Esta ceia era entendida como um ato de comunhão com o Senhor (1ª Co 10.14-22).

3. Ato de fraternidade. Era tomada quando toda a congregação se reunia, como um ato de fraternidade entre os irmãos (1ª Co 11.17-20).

4. Examinavam-se a si mesmo. Cada cristão era obrigado a examinar-se para ter certeza de que estava participando da ceia de um modo digno (1ª Co 11.27-29).

V. A CEIA DO SENHOR: PASSADO, PRESENTE E FUTURO

Os discípulos de Cristo são privilegiados ao participarem com ele todas as semanas da Ceia do Senhor. Deste modo, ligamos o passado, o presente e o futuro.

1. Passado. Olhamos para trás, para o sacrifício que Jesus fez na cruz. Entendemos isto como sendo o fundamento e o centro de nossa salvação.

2. Presente. Quando meditamos no terrível preço que Jesus pagou para nos redimir de nosso pecado, nossa decisão de resistir à tentação é fortalecida.

3. Futuro. Entendemos que a morte de Jesus é a base de nossa esperança, e assim proclamamos nossa fé nele quando olhamos em frente para a volta do Senhor e para nossa salvação eterna.

Não podemos esquecer nunca o dia negro no Calvário em que Jesus deu sua vida para salvar a nossa.

CONCLUSÃO

As duas ordenanças de Cristo à sua Igreja são válidas e necessárias para os nossos dias, e a Igreja de Cristo tem o dever não apenas de relembrá-las, mas de cumpri-las periodicamente, dando exemplo às gerações que se sucedem.

FONTE DE PESQUISA

1. ANDRADE Claudionor. Dicionário Teológico 8ª Edição. CPAD, Rio de Janeiro, RJ.

2. BERGSTÉN. E. Teologia sistemática. 4. ed. 2005. CPAD. Rio de Janeiro – RJ.

3. Bíblia Palavra Chave (ARC). CPAD – Rio de Janeiro – RJ.

4. Bíblia shedd. Revista Atualizada, 1ª Edição: 1998, Ed. Vida Nova, São Paulo – SP.

5. Bíblia explica – S.E.Mc Nair – 9ª Edição – CPAD, Rio de Janeiro, RJ.

6. Barclay William, Palavra Chave do Novo Testamento, Ed. Vida Nova.

7. COELHO Alexandre. As ordenanças de Cristo para Igreja. Lições bíblicas 1º Trimestre de 2017 - CPAD. Rio de Janeiro – RJ.

8. Elienai Cabral. Igreja, batismo e sua finalidade integradora. Lições Bíblicas, 1º Trimestre de 2007, CPAD, Rio de Janeiro – RJ.

9. F. Wilbur Gingrich. Léxico do Novo Testamento. Grego/Português. Edições Vida Nova.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

quinta-feira, 29 de julho de 2021

A JUSTIFICAÇÃO, A FÉ E AS OBRAS

 


Bíblia afirma claramente que a justificação é uma dádiva que só podemos obter mediante a fé em Jesus Cristo. No entanto, há vários versículos que parecem contradizer este fato. Sabemos que a Bíblia não se contradiz, portanto, vamos estudar estas aparentes contradições para vermos o que o texto bíblico realmente quer dizer. Vejamos:

“Pois que diz a Escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça” (Rm 4.3).

“Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o próprio filho, Isaque” (Tg 2.21).

“Sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado” (Gl 2.16).

“Verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente” (Tg 2.24).

Ao examinarmos os contextos veremos que cada escritor empregou as mesmas palavras: fé, obras e justificar, mas de maneiras diferente.

Paulo contempla o assunto conforme a necessidade dos seus leitores e afirma que somos justificados diante de Deus sem obra alguma de nossa parte; que é somente pelos méritos de Cristo, cuja obra redentora já foi completada na cruz.

1.      Fé para salvação e fé professada.

Alguns têm suposto que a discussão ou a carta de Tiago do relacionamento entre fé e obras está em oposição à doutrina da justificação pela fé. A epístola de Tiago é uma das mais antigas. Ela certamente não foi escrita para responder a Epístola aos Romanos, que foi escrita alguns anos mais tarde. É certo então, que Romanos não foi escrita para contradizer a Epistola de Tiago.

Quando Paulo fala da fé que justifica, está falando somente da fé salvífica, ou seja, a fé é a condição de ter um relacionamento real com Cristo, baseado no amor, confiança, e a consagração da vida e vontade a Ele.

Tiago, no entanto, fala de uma confiança de fé, seja ela a fé que salva, ou meramente um assentimento à existência de Deus (o que também fazem os demônios, Tg 2.19). Note que o elemento da fé professa, é claramente denotado nas palavras “se alguém disser, e “mostrar”: “Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, (mera confissão) mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?” (Tg 2.14) “Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé” (Tg 2.18).

Tiago, também, contempla o assunto de fé e obras, mas conforme a necessidade dos leitores dele. A fé é a raiz e a árvore da qual as obras de fé são o fruto. Não somos salvos pela combinação de fé e obras, mas sim, por uma fé que produz obras. Se temos fé em Deus, as obras mostrarão. As obras são o resultado da fé. Somos salvos exclusivamente pela fé, mas por uma fé que não permanece isolada. Em Romanos vemos que a fé é o necessário para a nossa salvação; na epístola de Tiago vemos a demonstração de uma fé genuína que são as obras.

O propósito de Tiago não era de atacar a fé como meio de salvação, mas, sim, atacar a simples confissão de fé na existência de Deus, como meio de salvação. Por exemplo: Alguém apenas acredita em Deus, mas não obedece Sua Palavra. Ela apenas tem uma fé universal da existência de um Deus. No entanto, ela não pode ser declarada salva.

Paulo fala da justificação como a declaração da parte de Deus de que um homem é justo por causa da sua fé em Cristo Jesus. Tiago enfatiza a declaração dos homens de que a fé da pessoa é legitima quando comprovada por obras de amor e de dedicação ao reino de Deus.

“E se cumpriu a Escritura, a qual diz: Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça; e: Foi chamado amigo de Deus” (Tg 2.23).

“Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o próprio filho, Isaque” (Tg 2.21).

Note que no verso 23 Tiago está falado da justificação do homem, no verso 21 Tiago está falando da justificação ou prova da sua fé. O verso 23, que citado em Gn 15.6, refere-se à justificação inicial de Abraão, e o verso 21, é uma referência ao sacrifício de Isaque retratado em Gênesis 22 – aproximadamente 30 anos depois de Abraão ter sido declarado justo por causa da sua fé somente, isto é, à parte das obras.

A Bíblia vai dizer que Abraão chegou ao monte, amarrou Isaque e o colocou sobre o altar que construiu. Tirou então a faca para matar seu filho. Foi então que o anjo de Deus chamou: ‘Abraão, Abraão!’ E Abraão respondeu: ‘Estou aqui!’ Não faça mal ao rapaz’. ‘Agora sei que você tem fé em mim, porque não me negou seu único filho.’ (Gn 22.9-12).

Quão grande era a fé que Abraão tinha em Deus! Ele acreditava que nada era impossível a Jeová, e que Jeová até mesmo podia ressuscitar Isaque dentre os mortos. Mas Deus realmente não quis que Abraão matasse Isaque. Por isso, Deus fez que um carneiro ficasse preso em alguns arbustos ali perto, e mandou que Abraão o sacrificasse, no lugar de seu filho.

Deus usou a fé de Abraão como um exemplo de que fé é o único caminho a Deus. Gn 15.6 diz: “creu ele no SENHOR, e imputou-lhe isto por justiça”. Essa verdade é a base da fé Cristã, como confirmado por Romanos 4.3 e Tiago 2.23. A justiça que foi creditada a Abraão é a mesma justiça a nós creditada quando recebemos pela fé o sacrifício que Deus providenciou pelos nossos pecados – Jesus Cristo. “Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2ª Co 5.21).

Deus prova a fé de Abraão. “Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito. Sendo-lhe dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, considerou que Deus era poderoso para até dentre os mortos o ressuscitar; daí também em figura ele o recobrou” (Hb 11.17-19); Jesus: “E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras” (1ª Coríntios 15.4).

Mas aprendemos com Abraão que a fé em Deus requer ação e frutos. É para agir, e seguir em frente com fé quando Deus opera em mim, como Abraão fez quando ele dividiu a lenha necessária para sacrificar seu filho. Isso significará sacrifícios da minha parte; desistir da minha vontade para fazer a vontade de Deus. Abraão viu o sacrifício como uma condição de Deus para cumprir a fim de receber sua promessa. É o mesmo para nós.

Vamos seguir o exemplo de Abraão, cuja obediência fez dele “o pai de nossa fé” (Rm 4). Acredite nas promessas de Deus e seja rápido em cumprir as condições para que Deus possa abençoá-lo!

O que realmente o verso 23 afirma é que o homem é justificado pela fé somente; e a declaração do verso 21, que a “fé salvífica” nunca permanece só, sempre está acompanhada de obras de justiça que servem para demonstrar a eficácia da fé do crente.

A fé é o meio e a condição de sua salvação, ao passo que as obras são seu fruto e sua evidência. As obras são o produto e o fruto de fé e da salvação. A fé inicia, promove, controla e culmina a vida espiritual, enquanto as obras evidenciam, embelezam e coroam a mesma.

Paulo considera a questão do ponto de vista de Deus, e assevera que somos justificados, aos olhos de Deus, meritoriamente, sem qualquer obras de nossa parte. Tiago considera o assunto do ponto de vista do homem, e assevera, que somos justificados, a vista do homem, evidentemente, pelas obras e não exclusivamente pela fé.

Em Tiago a questão em foco é a demonstração de fé. Em Tiago 2, vemos que somos justificados pelas obras. Temos aqui a evidencia da justificação. Tiago pergunta: “Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o próprio filho, Isaque?” (v. 21). “De igual modo, não foi também justificada por obras a meretriz Raabe, quando acolheu os emissários e os fez partir por outro caminho?” (v. 25). Estas referências são de justificação perante os homens. Depois de alguém ter sido inocentado por Deus, irá manifestar sua absolvição perante os demais através da retidão produzida pela sua posição em Cristo. O homem não é justificado diante de Deus pelas obras, mas demonstra através delas sua justificação.

Há pessoas que dizem que nossa bondade pessoal ou excelência moral não for a base da nossa aceitação com Deus, então toda a necessidade de ser bom é negado, e todo o motivo para as boas obras é removida.

É verdade que nossa excelência não tem nada a ver com nossa justificação e que somos justificados somente na base daquilo que Cristo fez por nós. Mesmo assim, produzimos fruto para a justiça ou retidão. Ninguém partilha mérito da morte de Cristo que não se torne participante do poder da vida de Cristo.

E o próprio apóstolo Paulo fala tão claramente como Tiago contra a noção de uma fé que não produz obras: “Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados” (Rm 2.13). Paulo ensina que a possessão da verdade divina não vale nada sem sujeição e obediência. Ninguém será justificado por sacrifícios, leis, práticas e regras humanas, mas que praticar e não apenas ouvir é que o julgamento de Deus exige.

O forte tom ético de todo capítulo 2 de Romanos não contradiz a doutrina da justificação pela fé, mas protege esta doutrina, como a Epístola de Tiago faz contra antinomianismo, ou seja, o ensino de que não importa qual seja a conduta da pessoa, uma vez que creia.

“Filhinhos, não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo, assim como ele é justo. Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para destruir as obras do diabo. Todo aquele que é nascido de Deus não vive na prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não pode viver pecando, porque é nascido de Deus” (1ª Jo 3.7-9).

Portanto, não devemos desprezar as boas obras que é fruto do amor e que têm seu próprio lugar; e seu lugar não procede a justificação, mas antes segue-a. A fé que justifica é uma fé real que conduz à ação que é de conformidade com a verdade crida. Somos justificados pela fé, sem as obras. O homem que trabalha para conseguir a salvação não é um homem justificado, mas o homem justificado é o homem que trabalha. Enfim, a árvore demonstra sua vida por meio de seus frutos (Gl 5.22-23), mas já estava viva antes que os frutos ou mesmo as folhas tivessem aparecidos. Concluímos que fé e obras fazem parte da vida de um cristão verdadeiro.

2.      Obras que salvam e obras de amor.

Paulo e Tiago também tratam de dois tipos diferentes de obras. Paulo condena as obras como esforço arrogante do homem procurando merecer a sua própria salvação: “E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé” (Gl 3.11; Rm 3.20). Contratando isso, ao referir-se as obras, Tiago fala dessas expressões de fé como resultado natural da justificação.

Poderíamos chamar as obras mencionadas por Paulo como sendo “as obras da lei” e as de Tiago como sendo “as obras da fé”.

Portanto, quando Tiago diz que a fé sem as obras é morta, o que na realidade ele está dizendo é que uma profissão de fé que não resulta em obras de justiça, não é uma profissão veraz; é insuficiente para salvar. Mas uma profissão de fé completamente por obras de justiça comprova que aquela fé viva que realmente salva.

3.      As obras e seu julgamento.

O julgamento de Deus é segundo a sua verdade, justiça e santidade (Rm 2.2; 3.4; 9.14; Sl 96.13; Dt 32.4; Ap 16.7). Entretanto, Deus não deseja a ruína do pecador, mas a sua salvação (Ez 18.23, 32; Is 55.7; Tg 2.13; Hb 3.7-8; Ap 22.17). E a única maneira de escaparmos do juízo de Deus é termos a Cristo como Salvador e Senhor (Hb 22.4; Lc 13.3, 5).

As obras do crente são decorrentes da salvação já operada, pela graça de Deus (Ef 2.8-9). Ou seja: nós fomos salvos pela fé para a práticas das boas obras (Tg 2.14-20, 26; Ef 2.10).

4.      Justificação do homem e a justificação da sua fé.

Paulo pregava que a justiça do crente começa com a fé; é mantida pela fé e termina com a fé. “Visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé” (Rm 1.17).

Pedro também ensinava que a fé era o continuo catalisador da salvação até ao exato momento da passagem da vida física para a eterna: “Que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo. Obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma”. (1ª Pe 1.5, 9).

A fé que salva o homem é uma fé “presente”. Não somente é o ponto de partida da vida do crente, mas também é o princípio característico que deve ser a base continua da vida espiritual (Gl 2.20).

A fé não deve ser limitada à experiência inicial da salvação no passado, mas, sim deve ser mantida no decurso da vida do cristão no presente. É uma virtude continua, que deve ser demonstrada diariamente através de um relacionamento de dedicação a Cristo e confiança n’Ele até o fim. Assim ela também assegura o futuro do cristão: “Agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis, se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro” (Cl 1.22-23).

Já temos falado e demonstrado que as obras não são a base da nossa justificação -quer dizer obras rituais ou cerimoniais, quer obras feitas antes da regeneração, quer obediência perfeita requerida pela lei, quer qualquer tipo de obras (tudo que foi feito por nós). Não podemos ser justificado por qualquer espécie que façamos.

Aqui Paulo nos diz que: “se vós permanecerdes na fé”. Caso contrário, vocês vão perder todas as bênçãos que vocês já começaram a desfrutar. E não pode ser removido da esperança do Evangelho a gloriosa esperança do amor perfeito. Que é pregado e já começou a ser pregado a toda criatura debaixo do céu.

Em Filipenses Paulo rejeita qualquer base de confiança na sua “justiça própria”, isto é, a sua própria excelência, quer habitual ou atual. Ele censura os judeus, porque eles procuravam estabelecer sua própria justiça e não queria submeter a justiça divina: “Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus” (Rm 10.3).

A Bíblia fala da natureza gratuita da nossa justificação. Graça e obras são opostos ou contrários: “Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida. Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça. E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independentemente de obras” (Rm 4.4-6).

Quando a base positiva da justificação é citada nas Escrituras, é sempre declarado que nada é feito por nós ou realizado em nós, mas o que foi feito por nós (Rm 5.9, 18-19).

Quando Paulo fala de achar graça só pela fé, é sempre em oposição à possibilidade de achá-la palas obras. A doutrina da justificação não poderia ser entendida sem esta antítese. Ela se dirige contra a concepção fundamental do judaísmo e do cristianismo judaizante, segundo a qual o homem acha graça de Deus pelo cumprimento da vontade divina. O próprio Paulo considerava as coisas assim até o momento em que Cristo lhe apareceu no caminho de Damasco: somente este instante é que lhe abriu os olhos para a ilusão que o fazia crer que um homem poderia manter-se diante de Deus por sua própria força. É por isso que depois de Damasco, ele opõe à tese dos judaizantes, que pretendem que a lei seja o caminho da salvação, esta antítese: o caminho da graça de Deus não está nas obras (ritos), mas na fé (Gl 2.16; 3.8, 24; Rm 28.30; 4.5). Esta fé é a única maneira de obter graça junto de Deus. A salvação de Deus lhe é concedida “a título gracioso” (Rm 4.4; 5.17), como um dom gratuito (Rm 3.24).

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

quarta-feira, 28 de julho de 2021

CUIDADO COM OS FALSOS ENSINOS - COLOSSENSES 2.8

 


“Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo” (Cl 2.8).

Paulo tem um cuidado especial com os falsos ensinos que não produzem uma verdadeira fé. Ele adverte a igreja de colossos contra as filosofias, as vãs sutilezas, que são ensinos ou tradições humanas e não segundo Cristo.

1. Ninguém vos faça presa sua. O significado de “presa revela o que acontece, ainda hoje, com os adeptos das seitas farisaicas. O verbo grego “Sylagogeo”, levar como despojo, prisioneiro de guerra, sequestro, roubo, descreve o estado espiritual dos que seguem os falsos mestres. Um dos objetivos dos promotores de heresias é escravizar as suas vítimas para terem domínio sobre elas (Cl 2.18; Gl 4.17). Hoje muitos estão nos grilhões dos falsos mestres como verdadeiros escravos.

2. Por meio de filosofias. Não há indícios de que o apóstolo esteja fazendo alusão às escolas filosóficas da Grécia. As filosofias de que Paulo trata são conceitos humanos, contrários à doutrina e a ética cristã. Qualquer sistema de pensamento, ou disciplina moral, era naqueles dias chamados de “filosofias”.

Os irmãos em Colossos foram expostos às influências desses sistemas filosóficos conhecidos como gnósticos. Eles negavam a Divide de Cristo dizendo que jamais Deus poderia se tornar homem. O perigo dos colossenses era que eles se baseavam mais nas deduções desse raciocínio ilusório do que no que haviam sido ensinados pelos apóstolos.

Paulo usa uma ilustração muito clara para nos avisar contra falsos mestres. Ele afirma que tais elementos estão tentando “capturar” os crentes através de filosofias humanas e tradições. Paulo havia referido aos crentes como tendo sido “libertos dos poderes das trevas e trazido para o reino de Deus. Agora, ele enfatiza os falsos mestres que estão tentando levar os crentes de volta à prisão em contraste com Colossenses 1.23: “Se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, me tornei ministro”.

3. Vãs sutilezas. A palavra vã no grego “kenos” significa vazio, vão, destituído de verdade e riqueza espiritual, de alguém que se vangloria de sua fé como uma posse transcendente, ainda que seja sem os frutos da fé.

O conhecimento daqueles hereges procedia do seu pensamento filosófico, e das discussões e elucubrações dos famosos mestres seculares da época e também mentores religiosos cuja sabedoria afastava o povo de Deus (Cl 1.10).

Engano e sutileza, nesse contexto, significam a mesma coisa. A palavra grega usada para sutileza é apate, isto é “engano” (Ef 4.22), “sedução” (Mt 13.22). É usada para referir-se a pessoa de conduta enganosa e embusteira que levam outras ao engano. É mediante tais recursos que os mestres do erro conduzem suas vítimas ao desvio. Tais sutilezas impedem as pessoas de verem a verdade e como consequência, torna-se cativas das astúcias de Satanás.

[...] Paulo advertiu os colossenses ao cuidado de não se fazer presa de tais ensinos (Cl 2.8), por meio de filosofias, tradições, e vãs sutilezas que destacam a importância do homem acima de Deus. O ensino do humanismo colocando o homem no centro de tudo no mundo; exclui a Palavra de Deus e ao próprio Deus de seus arrazoados. Em outras palavras, o humanismo endeusa o homem. [RENOVATO. Lição Bíblica 3º trimestre 2004. P. 29].

Hoje, uma das maiores ameaças teológicas contra o cristianismo bíblico é o humanismo secular e suas filosofias. Paulo demonstrou que não há qualquer razão para o cristão desviar da verdade que há em Cristo, pois Ele encera em si mesmo dizendo: “toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9), não havendo necessidade de buscar outro salvador e nem outro meio de salvação. O Senhor da Igreja é Cristo Jesus, pois foi Ele que quebrou todas as tradições; porque vamos colocá-las de novo para tropeço dos que querem chegar ao conhecimento da Verdade?

4. “....segundo a tradição dos homens...”. O apóstolo Paulo vai refutar estes ensinos humanos dizendo: “Segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso se destroem. As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade e em disciplina do corpo, todavia não têm valor algum, senão para a satisfação da carne” (Cl 2.22-23).

“Os crentes de Colossos estavam sendo alvo dos hereges que, a pretexto de humildade, ou de santidade, queriam obrigá-los a ficar sob o jugo de ordenanças carnais, forjadas para manter seus seguidores presos aos seus ensinos. Em lugar da verdadeira doutrina que tem origem no Evangelho de Cristo, os hereges procuram sobrecarregar os incautos e crédulos com “doutrinas que são mandamentos de homens (Mt 7.7)”. [RENOVATO. Lição Bíblica 3º trimestre 2004. P. 33].

Paulo refere-se a um sincretismo de elementos cristãos, judaicos e gnósticos: angelolatria, ascetismo, tradições, que opunham ao evangelho. São “certos ensinos de autossalvação” (tradições), que são baseados em preceitos e ensinamento de homens os quais estavam transtornando o evangelho deixado por Jesus. Trata-se de tradições humanas ao passo que o evangelho veio do céu.

São grupos que surgiram de uma religião principal e seguem as normas de seus líderes ou fundadores e cujos ensinos divergem da Bíblia. São uma ameaça ao evangelho e problemas para as igrejas que seguem a verdade bíblica.

Muitas igrejas, infelizmente, têm sido influenciadas, pelo secularismo, especialmente em seu aspecto organizacional e litúrgico.

5. Falsa Religiosidade. “...aparência de sabedoria....”, do grego sophia, e significa a sabedoria que pertence aos homens, conhecimento de coisas humanas adquirido pela sutileza. Tinham apenas aparência, mas seus ensinos eram puramente humanistas.

5.1. “...como culto de si mesmo...”. Do grego “Ethelothreskeia” que significa “adoração voluntária, arbitrária; adoração que alguém prescreve e impõe sobre si mesmo, contrária a essência e natureza da fé que deve ser dirigida a Cristo; dito do zelo mal orientado e prática dos ascéticos”.

5.2. “... falsa humildade...”. Do gr. “Tapeinophrosune”, ter uma opinião humilde de si mesmo; modéstia, humildade, submissão de mente. Uma humildade falsa, enganosa, uma falsa religiosidade.

[...] Os hereges utilizam o pretexto da humildade para escravizar as pessoas, dominando-as “a seu bel prazer” a fim de mantê-las sob suas rígidas regras ascéticas. Trata-se, pois, de falsa humildade, hipocrisia desses falsos mestres. A genuína humildade é uma das virtudes principais que nos guarda do orgulho, da soberba e da presunção. A Bíblia inteira fala do valor da humildade para a vida espiritual. O cristão humilde é sempre cheio da graça de Deus. [RENOVATO. Lição Bíblica 3º trimestre 2004. P. 34].

6. Seus ensinos são para satisfação da carne. “...mas não são de valor algum, senão para a satisfação da carne” ou “rigor do corpo”, “grande severidade para o corpo” (v, 23), que no grego “doapheidia – soma”. Em outra tradição diz: “sensualidade”. A palavra “sensualidade”. no grego é “plesmone” que significa “saciar os desejos da carne; indulgência da carne.

Paulo via pela revelação do Espírito Santo, que os falsos ministros entravam nas igrejas cristãs, com aparência de humildade, com sabedoria e devoção voluntária, mas não ensinavam a doutrina bíblica senão severidade para o corpo, ou seja, doutrinas de homens, mas não tem valor algum, senão para satisfação do corpo.

A carne isola o homem de tudo que é espiritual (Rm 8.8) e engloba todas as formas de arrogância. Sempre que o “eu” aparece em oposição a Deus, ali está a carne.

[...] Este tipo de problema, porém, não acontecia somente na Igreja do Novo Testamento. Há ministros hoje que cumprem mandamentos humanos com grande dedicação. Embora estes ensinamentos tenham a aparência de sabedoria, eles na realidade, são apenas demonstrações de orgulho pelo que não podem mudar as atitudes do coração. [GIBBS. P. 76].

Porém uma coisa é certa: todo mundo que enfatiza demasiadamente um perfil externo de santidade, normalmente, está compensando debilidade morais internas. Está foi a síndrome dos fariseus que apesar de toda a religiosidade que demonstravam, não produziam frutos de arrependimento. A incoerência entre a vida interior e a exterior, entre a santidade e a religiosidade, expressam a face do procedimento com uma ardilosa infiltração satânica na igreja.

Não devemos confundir santidade com religiosidade e muito menos subestimar o poder sedutor da religiosidade. Deus é santo e o diabo é religioso.

Por mais que ritos culturais e práticas externas de santidade tem um poder de impressionar, não devemos deixar nos manipular por estas “sombras”.

[...] Paulo demonstra que aquelas ordenanças, ou exigências que tinham na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária e humildade, mas não tinham valor espiritual que os falsos mestres alegavam. No máximo, o que poderia ter era algum valor (para satisfação da carne, ou seja, tais ordenanças não passavam de meios e formas de apresentar um comportamento que satisfizesse os interesses humanos e carnais dos mestres hereges. A Verdadeira santidade volta-se para Deus. As falsas religiões utilizam-se de regras e mais regras para escravizar seus adeptos. O cristão, no entanto, já liberto da escravidão do mundo visível e do mundo invisível por nosso Senhor Jesus Cristo. (RENOVATO. Lições Bíblicas. 3º trimestre de 2004. P. 35).

Um dos frutos da carne é a heresia que são: Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia. 20- Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias (Gl 5.19, 20), levando o homem para a morte (Rm 8.6), sendo que os que se inclinam para as coisas carnais e banais tornam-se inimigos de Deus e não podem agradar a Deus (Rm 8.7-8), mas andam segundo a carne e não tem o Espírito de Deus (Rm 8.9), e caminham para a morte (Rm 8.13).

7. Adoração Vã. Adorar ao Deus certo da maneira errada; com tradições forjadas pelo homem. Ex: Associação com líderes religiosos; orgulho, vaidade, egoísmo, presunção; Ausência da clara evidência da natureza de Deus.

Numa conversa com uma mulher samaritana Jesus diz em João 4.22-24 “Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus. 23- Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. 24- Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.”

Todos os seres humanos tem a tendência de adorar alguma coisa, pois ele é um ser tricotômico, formado de corpo, alma e espírito, e isso difere dos animais que não tem espírito. Ou você já viu um animal adorando alguma divindade?

O homem sem Jesus no seu coração está morto espiritualmente: “Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos).” (Ef 2.5). Portanto, sem o conhecimento da verdade o ser humano adora qualquer coisa; ele adora o a madeira, o gesso, a prata, o bronze ou algum tipo de animal como vemos na índia.

Os Samaritanos acreditavam que o centro de adoração de Israel não deveria ter sido o Monte Sião, mas sim o Monte Gerizim. Eles argumentaram que este era o local do primeiro sacrifício Israelita na Terra (Dt 27.4) e que continuou a ser o centro da atividade sacrificial dos patriarcas de Israel. Este era o lugar onde as bênçãos foram pronunciadas pelos antigos Israelitas. Os Samaritanos acreditavam que Betel (Jacob), o Monte Moriá (Abraão) e o Monte Gerizim eram o mesmo lugar.

Os Samaritanos acreditavam que as pessoas que se chamavam Judeus (crentes no Deus de Israel situados na Judéia) haviam tomado o caminho errado, assim como o catolicismo romano pensa dos evangélicos.

Jesus já havia afirmado que o centro da adoração terrena teria que ser transferido da Jerusalém física para a Jerusalém espiritual celestial concentrada em si mesmo, quando ele falou com Natanael em João 1.50-51.

Pra adorar a Deus precisamos conhecer e entender o que sua Palavra diz, quando ele fala em Espírito e em Verdade, a verdade a que ele está se referindo é a Palavra de Deus. Precisamos conhecer dentro de Sua Palavra o modelo que Ele deseja ser adorado. Eu não posso adorar a Deus com atitudes erradas, ou com criações minhas, tenho que adorá-lo de acordo com a Sua Palavra.

7.1. Você adora o que não sabe, nós adoramos o que sabemos. Adoração não está limitada ao monte Gerizim ou a Jerusalém. Os samaritanos adoravam o que não conheciam; eles criaram sua própria religião. Esta é uma sentença digna de ser lembrada e nos ensina que não devemos tentar nada na religião de forma precipitada ou aleatória; porque, a menos que haja conhecimento, não é Deus que adoramos, mas um fantasma ou ídolo. Todas as boas intenções, como são chamadas, são atingidas por esta frase, como por um raio; pois aprendemos com isso que os homens não podem fazer nada além de errar, quando são guiados por sua própria opinião sem a Palavra ou mandamento de Deus.

Jesus disse que a adoração é algo do coração. Em verdade é o que está em harmonia com a natureza e a vontade de Deus. E o contrário de tudo que é falso. A verdade aqui é especificamente a adoração a Deus por meio de Jesus Cristo. A questão não é onde alguém adora, e sim como e quem alguém adora.

7.2. No entanto está chegando e de fato já chegou. Ele Jesus o Verbo que se fez carne, estava ali naquele momento, ele chegou agora temos o caminho pra adoração, Jesus nosso guia, o guia que nos conduz ao Pai.

7.3. Em Espírito, para adoração não dependemos de espaço físico. “Deus é Espírito” significa que o espaço físico não o limita. Está presente em todo lugar e pode adorar-se em qualquer lugar, a qualquer hora. Não é onde adoramos o que conta, a não ser como adoramos. É nossa adoração em espírito e na verdade? Tem a ajuda do Espírito Santo? Como nos ajuda o Espírito Santo na adoração? O Espírito Santo intercede por nós (Rm 8.26), ensina-nos as palavras de Cristo (Jo 14.26) e nos ajuda a nos sentirmos amados (Rm 5.5).

7.4. O Pai procura os verdadeiros adoradores. Agostinho conecta João 4.23, sobre a necessidade de adorar ao Pai “em espírito e verdade” (“in spiritu et ueritate”), com João 4.24 “Deus é Espírito” (“spiritus est Deus”). “Por que o Pai procura aqueles que o adorem, não somente na montanha ou no templo, mas 'em espírito e em verdade?” Deus é Espírito' (João 4.24).

Nesta passagem, Jesus afirma que Deus, o O Pai está buscando adoradores que adoram no Espírito e na Verdade. Adorar em espírito é ser Santo. O Espírito inspirou adoração entre Jesus e Seus seguidores (1ª Coríntios 12.3). Adorando em verdade fala do foco de nossa adoração: a pessoa e obra de Jesus Cristo (João 14.6).

7.5. Por que em espírito? O texto acima diz: “Porque Deus é Espírito” (Jo 4.24a), e só recebe adoração em “espírito e em verdade” (Jo 4.24b). Quando oramos em espírito, automaticamente, o Espírito Santo que habita em nós, como filhos de Deus, (Jo 14.16-17; Rm 5.5b; 8.9), tem ciência, porque está presente em nós, - Onipresença - ligado ao nosso espírito. Isto é maravilhoso, ter a certeza da presença de Deus em nós pelo Seu Espírito Santo! Como disse Paulo: “Não sabeis vós que o vosso corpo é o santuário do Espírito Santo que habita em vós, o qual foi dado por Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprado por bom preço, glorificai, pois, a Deus em vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus”. (1ª Co 6.19-20). Este privilégio é para todo aquele que nasceu de novo quando creu em Jesus e foi selado pelo Espírito Santo da Promessa. (Ler: Jo 3.1-8; Ef 1.12-14). São princípios básicos: insubstituíveis, imutáveis, e irrevogáveis prescritos na Palavra de Deus.

“Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele” (v. 6), contém a mesma ideia expressa aos Gálatas: “Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gl 5.25 ).

Aquele que recebe a Cristo, passa a viver no Espírito, e quem recebeu a Cristo, deve andar nele ou andar no Espírito.

Um resumo claro desta verdade encontra-se na carta aos Efésios: “Pois outrora éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor. Andai como filhos da luz.” (Ef 5.8).

7.6. Somente a Ele adorarás. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te para trás de mim, Satanás; porque está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás. (Lucas 4.8).

Você nunca experimentará a verdadeira adoração até aprender adorar em espírito. Você sabe que existe um Deus que criou todas as coisas. Você crê que Ele o salvou e purificou, mas agradece a Ele com uma atitude mental. A elevação mental não é adoração - meditação. A fim de que a verdadeira adoração exista, deve haver reciprocidade – a presença de Deus deve ser manifesta a você. Você não pode entrar nas coisas profundas de Deus como um mero espectador.

8. Os rudimentos do mundo. A palavra “rudimentos” do grego. stoicheion que significa corpos celestes, seja como componentes dos céus ou porque supunha-se residir neles. A expressão “rudimentos do mundo” é repetida no v. 20 e refere-se ao ordenança religiosas antibíblicas ensinadas naqueles dias (vs. 20-23). Nas falsas crenças da Astrologia da época, a expressão “rudimentos do mundo” era também empregada em referências aos astros sendo habitação de espíritos governantes do universo. Paulo advertiu os colossenses quanto a esses falsos ensinos que fomentavam a adoração a outros elementos da natureza.

As falsas doutrinas vão contra as verdades bíblicas (Jd 4) e escarnecem da Palavra de Deus (Jd 17,18), pois são oriundas de supostas revelações das mentes de seus fundadores ou líderes, mas nós temos a mente de Cristo para rejeitá-las (1ª Co 2.15-16).

Nesse versículo Paulo estava advertindo os cristãos a não se deixarem levar por nenhum que não estivesse de acordo com um conhecimento adequado de Cristo. Os falsos mestres em Colossos haviam combinado pensamentos mundanos com o evangelho, os quais são mencionados por Paulo como os rudimentos do mundo, que alguns interpretam como espíritos, ou anjos, que, supostamente, controlam a vida de alguém (Gl 4.3,9). É mais provável que o termo rudimentos se refira às regras e ordenanças elementares que determinados mestres procuravam impor aos cristãos de acordo com os ditames de filosofias e dogmas humanas. A acusação mais séria de Paulo contra os hereges foi que o ensino deles não era segundo Cristo e, portanto, eles não estavam andando em Cristo (Cl 2.6,7).

CONCLUSÃO. Gálatas 5:1 “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão.”

A liberdade se baseia na redenção: 1. Da culpa e penalidade dos nossos pecados (Gl 1.4). 2. Das forças do maligno (Gl 1.4). 3. Da lei com sua maldição (Gl 3.13), e de seu jugo (Gl 5.1).

Cristo é Mestre e Salvador. Se colocarmos outro mediador a Seu lado, Ele deixa de ser mestre (Gl 5.2,4);

Mateus 6.24 “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.”

Isaías 42.8 “Eu sou o Senhor; este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não darei, nem o meu louvor às imagens de escultura.”

Pr. Elias Ribas

Igreja Assembleia de Deus

Blumenau - SC

segunda-feira, 26 de julho de 2021

DEUS ODIOU ESAÚ?

 


Romanos 9.13 “Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú.”

INTRODIÇÃO.

Geralmente nós lemos em nossas traduções bíblicas que Deus odiou a Esaú, enquanto que amou a Jacó, seu irmão (Ml 1.2-3; Rm 9.13). No entanto, podemos ver que Deus, na verdade, abençoou Esaú grandemente (Gn 33.9), até mesmo alertando os israelitas para não atacarem os filhos de Esaú ou arriscarem a retirada de Sua proteção deles se o fizessem (Dt 24-6). Como explicar isso? Deus odiou ou não o irmão gêmeo do patriarca dos israelitas?

Existem certos textos na Bíblia que muitas vezes nos coloca em dificuldade. Além dessa declaração de que Deus odiou Esaú, e ao mesmo tempo o abençoou, citada acima, uma outra das mais difíceis é a declaração do próprio Jesus sobre odiar os próprios pais, por exemplo, para ser seu verdadeiro discípulo (Lc 14.26).

Para entender por que Deus disse isso sobre Esaú, precisamos examinar o contexto do livro de Malaquias e o contexto de todo o Antigo Testamento. Também é importante lembrar que esta passagem também é citada em Romanos:

E antes de os dois filhos nascerem, mesmo antes de fazerem algo de bom ou mau, Deus disse a Rebeca: “Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama), Foi-lhe dito a ela: O maior servirá ao menor. Como está escrito: Amei a Jacó, e odiei a Esaú.” (Rm 9.11-13).

Não vou tratar sobre a doutrina da predestinação, mas tentar explicar a questão do tema em foco.

I. DEUS REALMENTE ODIOU A ESAÚ?

O estudo em foco, na verdade a narrativa da Torá desenvolvida de tal forma que qualquer um que ouvisse a história da bênção roubada e do engano que Isaque sofreu da parte de seu filho mais novo Jacó, iria simpatizar com Esaú em vez de Jacó! (Gn 27).

Não há dúvida de que Deus amou Jacó com seu amor pactual (um tipo diferente de amor e cuidado do que ele tinha por Esaú), mas Deus não odiou Esaú no sentido moderno da palavra.

Este é um texto assustador. Muitos não gostam da palavra “aborrecer” ou “odiar”. Porém esta palavra no hebraico é שנא (sone) significa “amar alguém / algo menos”, ou seja, “amar com menos intensidade”.

É óbvio que existem inúmeras referências bíblicas de Deus odiando algo ou alguém, mas o sentido desse ódio tem a ver com indignação, com o repúdio de certas práticas, com detestar a iniquidade e com o ficar aborrecido com aquilo que é pecado. O verbo odiar em hebraico é sonê e ocorre 147 vezes no Antigo Testamento com suas derivações.

Antes de tudo, vale dizer que Deus certamente não odiou Esaú! Deus abençoou incrivelmente Esaú, fazendo dele o pai e governante de Edom; deu muitos filhos, terra, gado, camelos, ovelhas e muito mais. Pois, amou Esaú muito e o abençoou grandemente.

Deus não abençoou Esaú da mesma maneira. Porque Deus escolheu Jacó e não escolheu Esaú? Vejo que Deus escolheu Jacó pela Sua presciência que no grego o termo é prognosko e prognosis que significa “pré-conhecimento”; conhecer de ante mão. Ele conhece o futuro antes que ele ocorra em nosso tempo.

II. POR QUE O LIVRO DE MALAQUIAS DIZ QUE DEUS AMOU JACÓ E ODIOU ESAÚ?

No entanto, no cumprimento da profecia e como um protótipo do que Deus fez em Jesus Cristo, Deus escolheu Jacó / Israel, o segundo filho, para enviar bênçãos através dele, e não através de Esaú. Jacó se tornou o pai da nação de Israel. Como Isaque, o segundo filho de Abraão, que foi escolhido como filho da promessa e por quem o Messias veio. Não é que Deus odiasse Esaú (embora eu entenda que isso esteja literalmente declarado no livro de Malaquias e na Epístola aos Romanos). O fato é que Deus escolheu Jacó. Deus escolheu Isaque. Deus escolheu os judeus, e Deus escolheu os cristãos, os verdadeiros filhos de Abraão (você pode ler sobre isso no capítulo 4 de Romanos).

Deus está simplesmente tentando mostrar que Ele ainda ama Israel e Seu povo escolhido. Mais uma vez direi que o problema não é que Deus deixou de amá-los, mas que eles deixaram de ser fiéis a Ele. Deus quer abençoar Seu povo escolhido, a quem Ele sempre amou, mas a infidelidade deles não permite que Ele o faça.

Acredite ou não, mas quando Paulo diz: “Eu amei Jacó, mas odiei Esaú”, ele repete o que foi dito antes que a salvação será concedida primeiro aos judeus e depois aos gentios. Se você ler mais, o apóstolo Paulo diz a eles que não há nada errado com os pagãos que começam a confiar em Jesus em sua fé. Quem age pela fé como Abraão é o verdadeiro filho de Abraão.

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.” (Jo 3.16-18).

Deus amou o mundo (Judeus e gentios), porém quem nele crer será salvo; o amor de Deus foi derramado sobre o mundo através da morte de Seu filho na cruz! Todavia, a fé é meio para receber este amor. Sem fé é impossível receber este amor.

Deus não odiava Esaú ou os gentios, mas ele sempre teve um povo escolhido. Na era cristã, quem faz o que Jesus fez se torna o filho espiritual de Abraão. Aqui está outra passagem de Gálatas sobre isso:

“Então você deve saber que aqueles que acreditam são os verdadeiros descendentes de Abraão.” (Gl 3.7). Conforme o apostolo João; filhos de Deus (Jo 1.12).

A ira de Deus significa seu reto juízo sobre a impiedade e injustiça (Sl 7.11; Rm 1.17). Sua ira é santa e justa. O sentimento do ódio, porém, as vezes traduzido pelo verbo “aborrecer” (Ml 1.3 na ARC, por exemplo), é um sentimento maligno que deseja e quer fazer o mal, destruir determinada pessoa por simplesmente detestá-la. Não era este o sentimento de Deus para com a pessoa de Esaú, obviamente, pois como vimos, Ele o abençoou, embora tenha trazido de Seu justo juízo sobre seus descendentes (Ml 1.3b). Por isso, seria inadequado traduzir “odiei a Esaú” em Malaquias 1.3 e levar isso ao pé da letra como entendemos hoje.

Exemplo: a tradução também nos diz que Jacó “odiava” sua primeira esposa Lia.

E aconteceu que, de manhã, eis que ela era Lia. E ele [Jacó] disse a Labão: O que é isto que tu me fizeste? Eu não te servi por Raquel? Por que então me enganaste? E quando o SENHOR viu que Lia era odiada, ele abriu seu ventre, mas Raquel era estéril (Gn 29.31 BKJ).

Após uma leitura mais atenta, porém, fica claro que Jacó amava a Raquel mais do que a Lia, mas a amava menos do que a Raquel. “....e ele também amou Raquel mais do que Lia… (Gn 29.30 BKJ)

Por exemplo, na Torá, Deus permite o divórcio com base em certas circunstâncias rigorosas que tornariam o relacionamento conjugal impossível de continuar. Em outras palavras, Deus permite o divórcio em algumas circunstâncias.

Quando nossas traduções dizem que Deus “odeia” o divórcio (Ml 2.16), devemos desafiar nossas traduções em português e exigir uma interpretação mais “matizada”, isto é, diversificada (não ao pé da letra), mas cuja interpretação é precisa.

Todos nós sabemos que o divórcio é uma das experiências mais dolorosas que qualquer ser humano pode passar na vida. Mas há uma coisa que é ainda pior do que o divórcio: um casamento abusivo! A Torá protegeu as pessoas da necessidade de continuar neste vínculo ímpio (Mt 19.8; ref. Dt 24.1).

Naturalmente, o divórcio e o novo casamento (mesmo em bases bíblicas) não são ideais, mas traduzir Ml 2.16 como “Deus odeia o divórcio” e interpretá-lo como a proibição total da separação conjugal é uma representação horrível do Deus amoroso sobre o nosso mundo quebrado. Que tipo de amor fraternal se conformaria em ver uma mulher sendo violentada, agredida e maltratada por um homem?

Da mesma forma, traduzir que “Deus odiou a Esaú” não é o mais adequado, quando, do ponto de vista etimológico cultural-original hebraico, Deus o amou menos, em vez de tê-lo odiado.

Quantas outras passagens da Bíblia nós entendemos mal porque não entendemos ou conhecemos sua formação original judaica?

E quanto a odiar/aborrecer nossos pais, filhos, irmãos e até mesmo a própria vida para sermos seguidores de Jesus? No caso de Lc 14.26, que mencionamos mais no início, as traduções clássicas como King James e Almeida Corrigida Fiel, que tem a fama de serem as mais fiéis ao texto original, nos informam:

“Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14.26 ACF).

Neste mesmo versículo, a Bíblia de Jerusalém, por exemplo, que traduziu “se alguém vem a mim e não odeia seu próprio pai e mãe…”, trouxe uma nota de rodapé informando que tal expressão (“odiar”) trata-se de um hebraísmo. Ela diz:

Hebraísmo: Jesus não exige ódio, mas desapego completo e imediato (Lc 9.57-62).

Adicionalmente, neste mesmo versículo, a Bíblia Peshitta publicada pela editora BVBooks, que é traduzida do texto aramaico, o idioma que Jesus falava, traduziu “quem vier a mim e não aborrece a seu pai e a sua mãe…”, informa em nota de rodapé:

Aramaico: sani, que pode ser traduzido como odiar, aborrecer, em comparação com seu amor por Ele. Refere-se a outorgar a Ele a prioridade em amor em contraste com os sentimentos naturais da carne da alma em nossas relações filiais, mas de maneira alguma deve se interpretar isto como um aborrecimento literal das pessoas a quem devemos amar (Ver Êx 20.1-5; Mt 10.37).

Portanto, “odiar” aqui se trata de uma expressão idiomática hebraica que significa mais precisamente “amar menos” ou “amar com prioridade menor”, e não deve ser entendido ao pé da letra do significado da palavra “odiar” ou “aborrecer”.

Logo, o conhecimento do hebraico bíblico é vital para se entender a palavra do Senhor corretamente, mesmo o Novo Testamento, pois o Senhor e os discípulos viviam sob este contexto e pregavam as Escrituras originais hebraicas.

Por isso, traduções bíblicas modernas já fizeram um trabalho mais apurado até mesmo do que a King James e as antigas versões de João Ferreira de Almeida. Confira:

“Se alguém que me segue amar pai e mãe, esposa e filhos, irmãos e irmãs, e até mesmo a própria vida, mais que a mim, não pode ser meu discípulo.

Nova Versão Transformadora. O mesmo se repete na NVI, NAA, KJA e NTLH, por exemplo.

CONCLUÇÃO. Está óbvio que é uma tradução errada dizer “Deus odiou a Esaú” ao pé da letra, isto é, no sentido moderno da palavra, sem se ater ao sentido antigo do hebraico bíblico.

Vimos também que, de fato, no idioma original hebraico está a raiz para entender definitivamente e corretamente todo o contexto bíblico, inclusive do Novo Testamento também.

Amou menos Jacó; Amar pai, mãe, irmãos e irmãs, mais que a mim, não pode ser meu discípulo.

FONTE DE PESQUISA

1. Bíblia ACF. João Ferreira de Almeida.

2. Bíblia King James.

3. A Bíblia Peshita. Restaurada e Oriunda do Aramaico e Hebraico. Editora BVBooks.

4. Bíblia de Jerusalém é a edição brasileira de 2002. Paulus Editora.

5. Did God Really Hate Esau? Dr. Eli Lizorkin-Eyzenberg, Israel Bible Center.

6. The Brown-Driver-Briggs Hebrew and English Lexicon.

7. The Englishman’s Hebrew Concordance of the Old Testament: Coded with Strong’s Concordance Numbers.

8. Biblehub.com: Strong Hebrew 8130.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

quinta-feira, 15 de julho de 2021

BENDITA TODAS AS FAMÍLIAS DA TERRA



Gênesis 12.1-3 “Ora, o SENHOR disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. 2- E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. 3- E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra”.

INTRODUÇÃO. Esta é uma das maiores promessas das Escrituras; chamada de aliança abraâmica.

1 Ainda vemos o efeito dessa promessa hoje.

2. Abraão significa pai exaltado.

3. Abraão significa pai de uma grande multidão.

4. Deus sempre espera uma resposta quando ele fala.

I. DEUS ESPERA OBEDIÊNCIA

1. Ele égide duas coisas e Abraão.

1.1. Sai da tua terra.

1.2. Vai para terra que eu te mostrarei.

1.3. Não questione obedeça a voz do senhor.

2. Deus exige as mesmas coisas de nós.

2.1. Ele nos chama para ser separados. 2ª Coríntios 6.14-17 “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? 15- E que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? 16- E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. 17- Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E não toqueis nada imundo, e eu vos receberei.”

A. Separados do mundo.

B. Separados do pecado.

C. E as vezes até da família (Mt 10.37).

II. PORQUE DEUS DIRIA PARA ABRAÃO PARA DEIXAR A FAMÍLIA?

Josué 24.2, 15 “Então Josué disse a todo o povo: Assim diz o Senhor Deus de Israel: Além do rio habitaram antigamente vossos pais, Terá, pai de Abraão e pai de Naor; e serviram a outros deuses. 15- Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais; se aos deuses a quem serviram vossos pais, que estavam além do rio, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais; porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor”.

1. Abraão tinha que depender de Deus.

1.1. Para receber direção.

1.2. Para receber disposição.

2.Deus exige total dependência dele.

2.1. Para receber direção. Pv 3.5-6 “Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. 6- Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas.”

2.2. Para receber provisão. Mt 6.29-34 “E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. 30- Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe, e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito mais a vós, homens de pouca fé? 31- Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? 32- Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais de todas estas coisas; 33- Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. 34- Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.”

3. Deus faz a Abraão sete promessas.

3.1. Farei de ti uma grande nação.

3.2. Engrandecerei o seu nome.

3.3. Eu abençoarei os que te abençoarem.

3.4. Amaldiçoarei os que te amaldiçoarem.

3.5. Em ti serão benditas todas as famílias da terra.

4. Através de Abrão temos um salvador.

4.1. Temos uma Bíblia.

4.2. Temos um evangelho.

III. A BÊNÇÃO É PARA TODA A SUA FAMÍLIA

A promessa de Deus a Abraão era alcançar todas as nações:

1. A chamada de Jesus para Seus discípulos. Mateus 4.19-23 “E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. 20- Então eles, deixando logo as redes, seguiram-no. 21- E, adiantando-se dali, viu outros dois irmãos, Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, num barco com seu pai, Zebedeu, consertando as redes; 22- E chamou-os; eles, deixando imediatamente o barco e seu pai, seguiram-no. 23- E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo”.

2. Jesus ensina Seus discípulos. Mateus 9.35-38 “E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas deles, e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo. 36- E, vendo as multidões, teve grande compaixão delas, porque andavam cansadas e desgarradas, como ovelhas que não têm pastor. 37- Então, disse aos seus discípulos: A seara é realmente grande, mas poucos os ceifeiros. 38- Rogai, pois, ao Senhor da seara, que mande ceifeiros para a sua seara”.

3. A ordenança de Jesus. Lucas 24.47-49 “E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. 48- E destas coisas sois vós testemunhas. 49- E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder”.

Atos 1.8 “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”.

Marcos 16.14-18 “Finalmente apareceu aos onze, estando eles assentados juntamente, e lançou-lhes em rosto a sua incredulidade e dureza de coração, por não haverem crido nos que o tinham visto já ressuscitado. 15- E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. 16- Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado. 17- E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; 18- Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão”.

Mateus 28.18-20 “E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. 19 Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20- Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém”.

CONCLUSÃO. Bendita todas as famílias da terra. O Senhor chamou o patriarca Abraão para com um propósito: “ser pai de uma grande nação” e através desta nação viesse o Messias para salvar o mundo. Jesus veio, chamou e preparou 12 homens determinando que eles levassem o evangelho a mundo dizendo: “e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (At 1.8). Jesus veio ao mundo para cumprir os desígnios do Pai, vencer a morte através de Seu sacrifício na cruz do Calvário. Depois de Sua ressurreição ao terceiro dia Ele determinou a Sua Igreja dizendo: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado.” (Mc 16.15,16). Portanto, agora Ele espera que que nós cumprimos Sua ordenança, pois Ele deseja que todas as famílias da terra sejam benditas, ou seja, que as boas notícias alcancem a todos, pois só poderão ser benditos através da fé no sacrifício de Jesus na cruz do Calvário. Amem!

Pr. Elias Ribas

Dr. em teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC