TEOLOGIA EM FOCO

segunda-feira, 30 de julho de 2018

A DOUTRINA DO CULTO LEVÍTICO




TEXTO ÁUREO
“Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam.” (Sl 24.1)

VERDADE PRÁTICA
Tudo quanto existe pertence ao Senhor e ao Senhor deve ser consagrado, principalmente o nosso ser.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Levítico 9.1-14: “E aconteceu, ao dia oitavo, que Moisés chamou a Arão, e a seus filhos, e aos anciãos de Israel 2 e disse a Arão: Toma um bezerro, para expiação do pecado, e um carneiro, para holocausto, sem mancha, e traze-os perante o SENHOR. 3 Depois, falarás aos filhos de Israel, dizendo: Tomai um bode, para expiação do pecado, e um bezerro e um cordeiro de um ano, sem mancha, para holocausto; 4 também um boi e um carneiro, por sacrifício pacífico, para sacrificar perante o SENHOR, e oferta de manjares, amassada com azeite; porquanto hoje o SENHOR vos aparecerá. 5 Então, trouxeram o que ordenara Moisés, diante da tenda da congregação, e chegou-se toda a congregação e se pôs perante o SENHOR. 6 E disse Moisés: Esta coisa que o SENHOR ordenou fareis; e a glória do SENHOR vos aparecerá. 7 E disse Moisés a Arão: Chega-te ao altar e faze a tua expiação de pecado e o teu holocausto; e faze expiação por ti e pelo povo; depois, faze a oferta do povo e faze expiação por ele, como ordenou o SENHOR. 8 Então, Arão se chegou ao altar e degolou o bezerro da expiação que era por si mesmo. 9 E os filhos de Arão trouxeram-lhe o sangue; e molhou o dedo no sangue e o pôs sobre as pontas do altar; e o resto do sangue derramou ŕ base do altar. 10 Mas a gordura, e os rins, e o redenho do fígado de expiação do pecado queimou sobre o altar, como o SENHOR ordenara a Moisés. 11 Porém a carne e o couro queimou com fogo fora do arraial. 12 Depois, degolou o holocausto, e os filhos de Arão lhe entregaram o sangue, e ele espargiu-o sobre o altar em redor. 13 Também lhe entregaram o holocausto nos seus pedaços, com a cabeça; e queimou-o sobre o altar. 14 E lavou a fressura e as pernas e as queimou sobre o holocausto no altar.

OBJETIVO GERAL
Explicar que tudo quanto existe pertence ao Senhor e ao Senhor deve ser consagrado, principalmente o nosso ser.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Saber que a Terra é do Senhor
Mostrar que os animais e vegetais são do Senhor;
III. Compreender que o ser humano é do Senhor.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor (a), na lição de hoje estudaremos três princípios bíblicos expostos no capítulo 9 do livro de Levítico que todo israelita deveria observar:
1) tudo quanto existe foi criado por Deus;
2) sendo Ele o Criador de todas as coisas, somente Ele deve ser adorado; e
3) tudo quanto há deve ser consagrado ao Deus Único e Verdadeiro. Embora o livro de Levítico tenha sido escrito na Antiga Aliança, num tempo e contexto social diferente do nosso, tais princípios também devem ser observados pela Igreja e crentes da atualidade. Que venhamos como filhos de Deus, alcançados pela graça, consagrar tudo a Ele e em especial todo o nosso ser.

INTRODUÇÃO
No livro de Levítico, há uma teologia sublime e altamente devocional, cujo objetivo é levar o crente israelita a reconhecer três verdades:
1) tudo quanto existe foi criado por Deus;
2) sendo Ele o Criador de todas as coisas, somente Ele deve ser adorado; e
3) tudo quanto há deve ser consagrado ao Deus Único e Verdadeiro.
Se observasse esse princípio, o povo de Israel ver-se-ia livre dos resquícios da idolatria do Egito, prevenindo-se didaticamente quanto às abominações de Canaã.
Nesta lição, veremos que a essência do culto levítico é conduzir o crente a adorar a Deus e a consagrar-lhe tudo quanto tem. Porque tudo pertence ao Senhor, pois Ele tudo criou e tudo preserva. Essa consagração, porém, só terá eficácia se começar pelo nosso próprio ser (Rm 12.1-3).

PONTO CENTRAL
Deus é o Criador e somente Ele merece ser adorado.

I. A TERRA É DO SENHOR
O livro de Levítico reafirma, através de suas ações litúrgicas, as mensagens do Gênesis e do Êxodo. Ele mostra que Deus, sendo o Criador dos Céus e da Terra, tem de ser adorado por tudo quanto existe e por tudo que temos.

1. Deus é o Criador dos Céus e da Terra.
Se o Gênesis mostra que Deus criou tudo quanto existe, o Levítico reivindica dos israelitas que consagrem tudo ao Senhor (Gn 1.1; Lv 1.17). Ao mesmo tempo, exorta-os didaticamente, por meios das ofertas e dos sacrifícios, que nenhum ídolo pode ser honrado como o nosso Deus (Lv 19.4; Is 42.8).

2. Deus é o libertador de Israel.
O livro de Levítico patenteia aos filhos de Israel que Deus é o libertador de seu povo. Por esse motivo, nenhum israelita poderia comparecer diante do Senhor de mãos vazias (Êx 23.15; 2ª Co 9.7).

3. Israel é o templo de Deus.
A teologia de Levítico tinha por objetivo também conscientizar Israel de sua vocação divina (Lv 20.26). Logo, toda a nação israelita era (e no futuro o será) um templo de adoração ao Senhor (Lv.10.3). Isso significa que o povo hebreu não se limitava a ser uma mera teocracia, mas a comunidade de adoração por excelência ao Senhor (Lv 9.23).

SÍNTESE DO TÓPICO I
A Terra foi criada pelo Senhor, por isso pertence a Ele.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
Levítico 9.1-24
Para preparar o aparecimento de Deus, Arão ofereceu por si e seus filhos uma expiação de pecado e um holocausto (7,8). A oferta pelo pecado de Arão era um bezerro (2,8), e seu holocausto, um carneiro. Esta é a única ocasião na qual a legislação sacrificial exigia um bezerro. Rashi comenta a respeito do bezerro: ‘Este animal foi escolhido como oferta pelo pecado para anunciar ao sacerdote [Arão] que o santo, bendito seja Ele, lhe concedeu expiação por meio deste bezerro por causa do incidente do bezerro de ouro anteriormente feito’.

O pensamento judaico tradicional sempre vê significação em cada detalhe deste processo. Snaith ressalta que o carneiro era lembrança da obediência de Abraão em amar Isaque. Cita também a significação relacionada a estas ofertas que o Targum de Jerusalém menciona: o bode é visto como lembrança do bode que os irmãos de José mataram (Gn 37.31, ARA); o bezerro lembra o bezerro de ouro; e o cordeiro recorda o fato de Isaque ter sido amarrado como cordeiro para o sacrifício. A própria sofreguidão em ver significado em cada detalhe sugere a importância que estes eventos representavam para antigo Israel. Segundo o rito significa ‘de modo regular’ ou ‘de acordo com as prescrições’.

O fato de Arão apresentar a oferta pelo pecado e o holocausto a favor de si mesmo e de seus filhos mostra o autoentendimento que o Antigo Testamento tinha das limitações de seu próprio sistema sacrificatório. Ninguém, nem mesmo o sumo sacerdote Arão, estava preparado para servir a Deus ou adorar a Deus sem que primeiro fosse feita expiação por ele. O escritor aos Hebreus (Hb 7.27) aceita esta realidade como prova da superioridade do novo concerto e de Cristo, o verdadeiro Sumo Sacerdote.

As ofertas de Arão pelo povo formavam um padrão para o culto de Israel ao Senhor. Arão ofereceu a expiação do pecado, o holocausto, o sacrifício pacífico e a oferta de manjares. A omissão da oferta pela transgressão (culpa) confirma o fato de que esta oferta era primariamente para ocasiões em que ocorresse o dano e a reparação estivesse sendo feita.
A ordem dos sacrifícios revela o entendimento levítico acerca da aproximação apropriada a Deus na adoração (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 1. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp. 275, 276).

II. OS ANIMAIS E OS VEGETAIS SÃO DO SENHOR
A teologia do Levítico mostra a criação como serva do Criador. Por essa razão, os animais e os vegetais, em Israel, não eram adorados, mas serviam para adorar a Deus.

1. No Egito, os animais eram deuses.
Os egípcios não faziam distinção entre o Criador e a criação, nem estavam preocupados em distinguir os animais limpos dos impuros. Por isso, adoravam o boi, o crocodilo, o falcão, o gato, etc (Rm 1.25). Eis porque Deus, ao punir o Egito com as dez pragas, mostrou quão inúteis eram aqueles deuses.

2. Os animais e a adoração a Deus.
Ao contrário dos egípcios, os israelitas não se davam ao culto dos animais, mas entregava-os em sacrifício ao Senhor (Lv 1.2). Além disso, faziam distinção entre os animais limpos e impuros (Lv cap. 11). Nesse sentido, o povo de Israel sabia que os animais não são deuses, e, sim, criaturas do Deus, que, bondosamente, o sustenta (Sl 104.14).

3. Os vegetais e a adoração a Deus.
Se por um lado, a Lei de Deus preconiza a preservação da natureza, por outro, condena a idolatria da natureza como acontecia em algumas antigas culturas cananeias e no período de apostasia dos judeus (1º  Rs 14.23). Em Israel, os frutos da terra serviam para louvar e enaltecer a Deus (Lv 23.10).

SÍNTESE DO TÓPICO II
Os animais e vegetais foram criados pelo Senhor e pertencem a Ele.

SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor (a), inicie o segundo tópico fazendo a seguinte indagação: “Por que os animais e os vegetais são do Senhor? Incentive a participação de todos os alunos. Eles são do Senhor porque Ele os criou. Mas como saber a verdade a respeito do relato da criação? Explique que o relato da criação não é uma alegoria. A narrativa da criação é um fato histórico, ou seja, algo que aconteceu exatamente como a Palavra de Deus narra. Quando o assunto é a criação do universo, sabemos que existem várias teorias que tentam explicar a origem da vida, como por exemplo, a teoria do Big Bang e a teoria da Evolução. Porém, como crentes, sabemos que o universo e a vida não são produtos de uma evolução como alguns cientistas tentam afirmar ou o resultado da explosão de uma partícula. Deus é o grande Criador. Ele Criou os animais e vegetais, por isso pertencem a Ele. Os israelitas precisavam ter a consciência de que o Deus que eles adoravam no Tabernáculo era o único e que tudo foi criado por Ele. Enfatize também que os sacrifícios de animais apontavam para o sacrifício vicário de Jesus e que segundo a Bíblia de Estudo Pentecostal, “quando um sacrifício era oferecido com fé e obediência a Deus, Deus se aprazia no ato do adorador e, deste modo, outorgava ao penitente a graça e o perdão almejados”.

III. O SER HUMANO É DO SENHOR
A teologia do Levítico preconiza a sacralidade da vida humana como imagem e semelhança de Deus. Em Israel, ao contrário das culturas cananeias, estava proibido o sacrifício humano, pois o verdadeiro sacrifício a Deus é um coração humilde e contrito (Is 57.15).

1. O ser humano é a imagem de Deus.
O livro de Levítico corrobora a teologia do Gênesis, ao mostrar que o ser humano foi criado por Deus (Gn 1.26). Portanto, há vários dispositivos, visando promover o ser humano como a obra prima das mãos divinas. Por esse motivo, o crente israelita era intimado a cuidar de seu corpo tanto exterior quanto interiormente (Lv 20.7). Nem marcas nem tatuagens eram admitidas (Lv 19.28). Ou seja, o ser humano só agradará a Deus se buscar a excelência divina em toda a sua maneira de ser, existir e pensar.

2. A vida humana é sagrada.
O crente israelita é exortado a ver a vida humana como sagrada. Por isso mesmo, não poderia, sob hipótese alguma, consagrar sua descendência aos ídolos (Lv 18.21). Portanto, toda a nação de Israel, como propriedade exclusiva do Senhor, ao Senhor tem de ser consagrada.

3. O ser humano é servo e adorador a Deus.
Sendo Israel o povo do Senhor, deve, por conseguinte, dedicar-se totalmente ao serviço divino, oferecendo-lhe sacrifícios, celebrando seus grandes feitos e adorando-o na beleza de sua santidade (Lv 1.2; 23.2).

4. O sacrifício pacífico.
A teologia do livro de Levítico tinha por objetivo, antes de tudo, levar o israelita a servir voluntária e amorosamente a Deus. Esse ideal é realçado pelo salmista (Sl 100.2). A síntese desse ensinamento está no sacrifício pacífico com que Israel mostrava a sua gratidão ao Senhor (Lv 7.11-17). Quanto a nós, somos exortados a oferecer a Deus, na pessoa de Jesus Cristo, por mediação do Espírito Santo, sacrifícios de louvores (Hb 13.15).

SÍNTESE DO TÓPICO III
Os seres humanos foram criados por Deus e pertencem a Ele.

SUBSÍDIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
Sobre o homem.
Cremos, professamos e ensinamos que o homem é uma criação de Deus: ‘E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente’ (Gn 2.7). A palavra ‘homem’ no relato da criação em Gênesis 1 e 2 é Adam, que aparece depois como nome próprio do primeiro homem. O ser humano foi criado macho e fêmea: ‘E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou’ (Gn 1.27). Trata-se de um ser inteligente e que foi capaz de dar nome aos animais; feito à semelhança de Deus: ‘os homens, feitos à semelhança de Deus’ (Tg 3.9); um pouco menor do que os anjos; coroado de honra e de glória e dotado por Deus de livre-arbítrio, ou seja, com liberdade de escolher entre o bem e o mal. Mediante a graça, essa escolha continua mesmo depois da Queda no Éden: ‘Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma doutrina, conhecerá se ela é de Deus ou se falo de mim mesmo’ (Jo 7.17). Mais de uma vez, Israel teve a liberdade de escolha quando foi chamado por Deus. Podemos afirmar que nenhuma criatura foi feita como o homem, que é considerado a coroa da criação. Adão é o primeiro homem, e dele e Eva veio toda a geração dos seres humanos que vivem sobre o planeta terra (SILVA, Esequias Soares da (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. 3.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2017, pp. 77,78).

CONCLUSÃO.
Nós somos o templo do Espírito Santo (1ª Co 6.19). E, como tais, somos intimados a andar em novidade de vida, consagrando tudo ao Senhor, a começar por nós mesmos (1 Ts 5.23). Se não nos ofertarmos amorosa e incondicionalmente a Deus, e usarmos o nosso corpo para o pecado, como estaremos diante de Deus? Seremos réus diante d’Ele (1ª Co 6.18-20).
A essência da teologia do Levítico continua válida ainda hoje. O Deus que exortou Israel à santidade requer, de igual modo, a nossa santificação (Lv 19.2; 1ª Ts 4.3).

quinta-feira, 26 de julho de 2018

QUEM REALMENTE ERA MARIA MADALENA?




Quem foi Maria Madalena: prostituta, adúltera, irmã de Lázaro, ou mulher de Jesus?
(Lc 7.37-39; Jo 8.3-4; Mc 14.3; Jo 8.1-17).

Dos milhares de nomes apresentados na Bíblia pouco mais de 170 são atribuídos às mulheres. E entre esses, temos o nome de Maria, que tem sido objeto de estudo no campo religioso e filológico por conta de ser o nome da mãe do Salvador. Porém, deixando de lado a questão de ordem antroponímica, quero focar minha atenção, mais precisamente, no aspecto religioso em torno desse nome, a fim de, na medida do possível, solucionar algumas dúvidas que pairam na mente de muitos leitores da Bíblia com respeito, mais especificamente, a Maria Madalena.

ETIMOLOGIA
Maria: Forma grecizada do hebraico (מיריא  Miryan, Miriã). Que significa “elevada, exaltada”. Segundo alguns estudiosos significa, “rebelião” (A etimologia desse nome é bastante controvertida).

AS MARIAS DA BÍBLIA
Quantas Marias são Apresentadas na bíblia? Maria Madalena é mesma Maria irmã de Lázaro? nas suas diferentes formas a Bíblia registra 8 mulheres que receberam o nome de Maria:
1ª) Miriã, irmã de Moisés e Arão (Nm 26.59).
2ª) Miriã, descendente de Judá (1º Cr 4.17).
3ª) Maria, mãe de Jesus (Mt 1.18).
4ª) Maria, Madalena, uma mulher de magdala (Lc 8.2).
5ª) Maria, de Betânia, irmã de Lázaro e Marta (Jo 11.2).
6ª) Maria, de Clopas, a máe de Tiago, o menor e tia de Jesus (Jo 19.25).
7ª) Maria, mãe de João Marcos (At 12.12).
8ª) Maria, cristã romana que Paulo saudara em romanos (Rm 16.6).

MARIA MADALENA (ORIGEM)
O nome Madalena é um adjetivo gentílico, ou nome pátrio. Ele indica seu lugar de origem, para distingui-la das demais. Segundo a tradição local ele era uma habitante de Magdala, dizia-se que esta cidade localizava-se sobre a costa sul-ocidental do mar da Galiléia, daí o sobrenome magdala ou Madalena.

Nos escritos de Flávio Josefo, do século I, não existe nenhuma cidade chamada Magdala. Como sabemos ele estava a serviço de Roma e forneceu aos romanos informações detalhadas sobre a geografia e recursos disponíveis a Roma naquelas terras. A cidade que geralmente é apresentada por cidade natal de Madalena é “Migdal Nunnayah” Torre de peixes.

Alguns teóricos dizem que diz respeito a sua cidade de origem, porem outros, dizem que é muito provável que esta cidade não existia no tempo de Madalena, pelo menos com este nome e sim foi criada posteriormente, após a guerra dos judeus, ou recebeu o nome torre de peixes após este evento.

A cidade hoje chamada Magdala, era chamada anteriormente, na época de Madalena, de Tariqueia nos tempos bíblicos. Flávio Josefo, um historiador judeu, contemporâneo a Jesus, uma das maiores referências na história judaica da época de Jesus, no primeiro rascunho, do seu livro “guerra dos judeus” em aramaico, chama a cidade de Traqueia, e qualquer outro documento anterior a 70dc, também a chama de Traqueia não Magdala. Traqueia foi destruída em 67dc, e a cidade que foi reconstruída no antigo sítio no litoral do mar da galileia passou a chamar-se “Magdala Nunnayah” (expressão aramaica q significa torre de peixes). Nesta época, Maria Madalena já estava morta.

Magdala viria da palavra hebraica Migdal, que significa “Torre”. Sendo assim a expressão mais correta para Maria a Magdala, seria “Maria a Torre”.

O que implicaria chama-la de Torre?
 A esposa do rei Davi também foi chamada de Torre. Mical, princesa da tribo de Benjamim, filha do primeiro rei hebreu Saul, e também esposa de Davi, foi chamada de “torre de vigia”, ou “praça forte”, filha de Sion. Maria, princesa da tribo de Benjamim, da casa de Betânia, prometida ao herdeiro de Davi, também teria sido chamada de “Torre/Migdal”, a Magdala. “Magdal-eder” significa literalmente a “torre do rebanho”, no sentido de um lugar elevado usado por um Pastor como um ponto de vantagem. Chamar Maria de Torre, seria o equivalente hebreu de chamar “Maria de grande”.

MARIA MADALENA ERA UMA PROSTITUTA?

A primeira citação de Maria Madalena como uma prostituta aconteceu em um sermão do papa Gregório, o grande, no ano 591 d.C. Provavelmente essa ideia é o resultado da confusão entre Lucas 7 e 8. Pois em (Lc 7) temos a presença de uma pecadora na casa de Simão, o leproso, quando do jantar que ele ofereceu a Jesus. E logo a seguir, no capítulo 8, Lucas registra o nome de Maria Madalena, o que explica o motivo da confusão e o equívoco de alguns que chegam a pensar que aquela pecadora era Maria Madalena. Mas vale lembrar que não temos nenhuma base bíblica ou mesmo histórica para defender ou provar essa ideia. E por outro lado, aquela pecadora é simplesmente uma anônima e, portanto, nada tem a ver com Maria Madalena.

MARIA MADALENA ERA UMA MULHER ADÚLTERA?

Outro equívoco cometido por muitos cristãos, diz respeito a associação que ele fazem entre Maria Madalena e a mulher adúltera de João 8. Talvez, esse equívoco deve-se ao fato dela, no passado, haver sido possuída por sete demônios, os quais foram expelidos por Jesus (Lc 8.2). Ora, a mulher adúltera foi assim denominada porque desonrou os votos do matrimônio; o que comprova, naturalmente, que ela tinha marido. Mas quanto a Maria Madalena, não há nenhuma passagem bíblica que, explícita ou implicitamente, possa comprovar que ela fosse casada. Portanto, fica dessa forma descartada a hipótese dela ser a mulher adúltera descrita por João, o evangelista.

MARIA MADALENA ERA A IRMÃ DE LÁZARO?

Pelo fato da Bíblia estar cheia de homônimos, ou seja, de pessoas que, apesar de diferentes, possuem um mesmo nome, é muito natural que as vezes, por um pequeno descuido possamos fazer confusão entre os personagens bíblicos. Maria, como já vimos, há no Novo Testamento, seis mulheres com esse nome. Entre as quais, Maria de Betânia, a irmã de Lázaro e Maria Madalena, duas personagens totalmente distintas.

Vejamos algumas diferenças entre ambas:
A) Maria Madalena: era de Magdala, na região da Galiléia.
B) Maria, irmã de Lázaro, era de uma aldeia em Betânia, na região da Judéia.
C) Maria Madalena não é apresentada como tendo irmãos.
D) Maria de Betânia tinha dois irmãos: Marta e Lázaro. E para finalizar, diferente de Maria de Betânia, Maria Madalena ajudou a sustentar o ministério de Jesus, esteve ao pé da cruz no dia da crucificação do Mestre, esteve no sepulcro de Jesus no dia do sepultamento e no da ressurreição, e foi a primeira a ver Jesus ressuscitado e a tocar nele, e anunciar a sua ressurreição aos discípulos.

MARIA MADALENA ERA MULHER DE JESUS?
Dan Brown, em seu romance, “O Código da Vinci procura sustentar um suposto casamento entre Jesus e Maria Madalena. Segundo ele, a igreja católica, através da Opus Dei, uma sociedade secreta da igreja, procura encobrir essa “verdade”, que poderá comprometer a história do Cristianismo, levando, inevitavelmente, os Cristãos a reavaliar seus conceitos e fazer uma releitura dos princípios da fé Cristã. Diante dessa afirmação deve-se perguntar: Maria Madalena, realmente, foi a mulher de Jesus? Que provas efetivamente o romancista apresenta para fazer tal afirmação? O que a bíblia diz a esse respeito?

Em primeiro lugar quero afirmar, baseado na Bíblia, que Maria Madalena jamais foi mulher de Jesus, pela seguintes razões:

1) Não há nenhum documento, historicamente confiável, que possa provar isso.
2) Não há na Bíblia nenhuma só passagem que afirme que Jesus fosse casado com Maria Madalena.
3) Se Jesus fosse casado não haveria nenhum problema ou motivo para que os discípulos ou os evangelistas omitissem esse fato. Não obstante, nenhum deles faz alusão a esse suposto casamento.
4) As mulheres tinham seus nomes geralmente ligados ao de um homem, marido ou parente. Maria Madalena é exceção à regra. Se ela fosse casada com Jesus, seu nome deveria vir ligado ao dele pelo menos uma vez, o que de fato não acontece. Pois ela, conforme os relatos dos evangelistas, é conhecida, apenas, pelo seu lugar de origem, a saber, Magdala. Daí chamar-se Maria Madalena, ou seja, de Magdala.
5) Os estudiosos concordam que Jesus era solteiro. Logo, Maria Madalena não poderia ser casada com ele.
6) As provas documentais, apresentada por Dan Brown, baseiam-se apenas nos evangelhos apócrifos de Filipe e de Maria. Mas vale salientar que essas obras não são reconhecidas pela comunidade judaica e nem mesmo pela igreja como sendo de autoridade canônica, pois são apenas fruto do conceito filosófico-religioso dos gnósticos.
7) Paulo, em defesa dos seus direitos como apóstolo, na sua primeira carta aos coríntios, não faz alusão a esse pretenso casamento. Ele menciona Cefas, os irmãos do Senhor, mas não cita o nome de Jesus, nem por inferência. Isso não é estranho? Ora, se Jesus fosse realmente casado com Maria Madalena, Paulo jamais deixaria de citar o seu nome. Paulo, como sabemos quando queria convencer o seu auditório valia-se de todos os recursos possíveis (1ª Co-15.29). Portanto, com base nessas premissas, podemos concluir que Maria Madalena nunca foi casada com Jesus.

QUEM FOI MARIA MADALENA?
Maria Madalena, segundo o relato bíblico apresentado pelos evangelistas:
1) Era uma discípula devota de Jesus, o qual a libertou de sete demônios. E, provavelmente, por conta dessa libertação, passou a segui-lo (Mc 16.9; Lc 8.1-2).
2) Servia-o com os seus bens (Lc-8.1-3).
3) Esteve ao pé da cruz (Mt 27.56; Mc 15.40; Jo 19.25).
4) Esteve assentada junto ao sepulcro quando o corpo de Jesus foi sepultado (Mt 27.61).
5) Foi na manhã do primeiro dia ungir o corpo de Jesus (Jo 20.1).
6) Foi a primeira a ver Cristo ressurreto (Mc 16.9; Jo 20.11-17).
7) Seu nome aparece doze vezes como Maria Madalena (Mt 27.56, 61; 28.1; Mc 15.40,47; 16.1, 9; Lc 8.2; 24.10; Jo 19.25; 20.1,18) e uma vez como Maria (Jo 20.11).
Isso é tudo por enquanto, espero que gostem e que traga luz ao seu entendimento, deixe seu comentário. A paz de Cristo.

quarta-feira, 25 de julho de 2018

SANTIDADE AO SENHOR



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Levítico 20.1-10 “Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo: 2 Também dirás aos filhos de Israel: Qualquer que, dos filhos de Israel ou dos estrangeiros que peregrinam em Israel, der da sua semente a Moloque, certamente morrerá; o povo da terra o apedrejará com pedras. 3 E eu porei a minha face contra esse homem e o extirparei do meio do seu povo, porquanto deu da sua semente a Moloque, para contaminar o meu santuário e profanar o meu santo nome. 4 E, se o povo da terra de alguma maneira esconder os olhos daquele homem que houver dado da sua semente a Moloque e o não matar, 5 então, eu porei a minha face contra aquele homem e contra a sua família e o extirparei do meio do seu povo, com todos os que se prostituem após ele, prostituindo-se após Moloque. 6 Quando uma alma se virar para os adivinhadores e encantadores, para se prostituir após eles, eu porei a minha face contra aquela alma e a extirparei do meio do seu povo. 7 Portanto, santificai-vos e sede santos, pois eu sou o SENHOR, vosso Deus. 8 E guardai os meus estatutos e cumpri-os. Eu sou o SENHOR que vos santifica. 9 Quando um homem amaldiçoar a seu pai ou a sua mãe, certamente morrerá: amaldiçoou a seu pai ou a sua mãe; o seu sangue é sobre ele. 10 Também o homem que adulterar com a mulher de outro, havendo adulterado com a mulher do seu próximo, certamente morrerá o adúltero e a adúltera.”

INTRODUÇÃO

O livro de Levítico foi entregue a Israel para que este, separando-se de entre todos os povos da Terra, viesse a adorar, a servir e a santificar-se a Deus. A santidade, por conseguinte, tanto naquele tempo quanto hoje, continua a ser a marca distintiva dos filhos de Deus. Nesta lição, veremos que Israel, através das leis e ordenanças levíticas, tinha a obrigação de apresentar-se a Deus e ao mundo como a nação santa, zelosa e servidora por excelência. Que aprendamos, com os israelitas, a adorar e a servir ao Senhor na beleza de sua santidade.

O tema principal de Levítico é a santidade. A natureza Divina exige santidade do Seu povo; Deus é perfeito, Ele não tem falha nem erro algum. Santidade é a pureza perfeita de Deus, que não tem mancha alguma de pecado. A santidade deve ser mantida diante de Deus, e ela só pode ser alcançada através de uma adequada expiação. Depois de um cativeiro que durou 400 anos, os judeus receberam uma influência egípcia pagã e politeísta, o conceito de Deus tinha sido distorcido. Moisés redige este Livro para fornecer instruções e leis a fim de orientar o povo pecador, mas redimido, em seu relacionamento correto com um Deus que é caracterizado por Sua natureza santa. E de fato, os termos “santo” ou “sagrado” aparecem mais de cem vezes neste livro, mais vezes do que em qualquer outro livro da Bíblia. Há uma ênfase em Levítico na necessidade de santidade pessoal em resposta a um Deus santo. O pecado deve ser expiado através da oferta de sacrifícios próprios (capítulos 8-10). Outros temas abordados no livro são dietas (alimentos puros e impuros), o parto e doenças que são cuidadosamente regulamentadas (capítulos 11-15). O capítulo 16 descreve o Dia da Expiação, neste dia um sacrifício anual é feito pelo pecado cumulativo de todas as pessoas. Além disso, o povo de Deus deve ser discreto na sua vida pessoal, moral e social, em contraste com as práticas atuais e pagãs ao seu redor (capítulos 17-22). Dito isto, convido-o a pensarmos maduramente a fé cristã!

I. SANTIDADE, A MARCA DO POVO DE DEUS

Em Ur dos Caldeus, Abraão não passava de um gentio entre os demais gentios quando foi chamado por Deus (Gn 11.31). Mas, intimado novamente por Deus em Harã, obedeceu-o de imediato. Ele creu em Deus, e foi justificado (Rm 4.3). Foi exatamente aí que começou a história de Israel como o povo santo do Senhor (Gn 12.1-8).

Abraão nasceu por volta do ano 2000 a.C. na cidade de Ur, antiga Mesopotâmia, entre a Arábia e a Pérsia. Ur dos caldeus, na Mesopotâmia, próximo ao rio Eufrates, era um centro cultural e, também, centro de uma religião pagã que cultuava o deus Sin, simbolizado pela lua crescente, que formava uma tríade com Xamaxe, o deus-sol e Ishtar, deusa da fertilidade, amante ou consorte de Tamuz. Sugiro que faça um tour virtual pelo Museu do Iraque: http://www.virtualmuseumiraq.cnr.it/homeENG.htm. (aumente o som).

1. O estado de santidade. No exato instante de sua chamada a uma nova realidade espiritual, Abraão, e com ele todo o Israel, foram elevados ao posto de herança particular e santa do Senhor (Êx 19.5). Essa dignificação, porém, não levou ao aperfeiçoamento imediato dos hebreus. Tanto o patriarca quanto seus descendentes tiveram de submeter-se a um longo e doloroso processo de santificação (Gn 17.1). O mesmo pode-se dizer da Igreja de Cristo. Os irmãos coríntios foram tratados como santos pelo apóstolo Paulo (2ª Co 1.1), mas ainda estavam longe da perfeição (1ª Co 3.1).

A família de Abraão era idólatra (Js 24.2). A Bíblia não revela o grau de conhecimento de Deus que Abraão possuía antes de sua chamada. Mais de 350 anos haviam-se passado desde o Dilúvio, quando Noé, o homem que andava com Deus (Gn 6.9), era o pregoeiro da justiça (2ª Pe 2.5). Noé viveu depois do Dilúvio 350 anos (Gn 9.28). Embora a Bíblia silencie sobre isto, é possível que Noé tenha continuado a falar do grande Deus, de cuja justiça ele havia experimentado de modo singular. É possível que conhecimento de Deus fosse mantido entre as famílias por meio de tradições transmitidas de pais a filhos. Desse modo, pode ser que Abraão tenha tido conhecimento de Deus e de sua vontade, apesar de viver em uma sociedade idólatra. A obediência é um aspecto do caráter cristão indispensável ao cumprimento da vontade Deus na vida do homem. Não obstante às suas fraquezas, Abraão foi chamado de “O Amigo de Deus”. O versículo-chave da biografia desse personagem é: “E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus” (Tg 2.23; Gn 15.6). O cristão que deseja fazer a vontade de Deus deve estar preparado para mudanças profundas em todas as áreas da sua vida. Isso aconteceu com Jonas, o profeta; com o apóstolo Paulo, Pedro e com muitos outros ao longo da história.

2. O processo de santificação. O processo de santificação de Israel, que teve início com Abraão, foi interrompido e recomeçado diversas vezes. Haja vista o conturbado período dos juízes (Jz 2.18-20). Mas, para que o seu povo viesse a atingir o ideal de uma nação santa, profética e sacerdotal, o Senhor entrega-lhe o livro da Lei (Êx 19.6; Js 23.6). Se lermos atentamente os livros de Êxodo e Levítico, verificaremos que o processo de santificação, na vida de um crente hebreu, tinha início com o amor que ele tributava a Deus (Dt 6.5). A partir desse momento, o fiel passava a cumprir todos os mandamentos do Senhor, pois já não os achava pesados (cf.1ª Jo 5.3). Portanto, não existe processo de santificação sem o forte, comprovado e excelente amor a Deus. Quanto mais o amamos, mais nos tornamos santos. E, assim, cumpre-se, em nossa biografia, o que escreveu o sábio (Pv 4.18). Que a recomendação do apóstolo Paulo seja aplicada na íntegra em cada etapa de nossa existência neste mundo (1ª Ts 5.23).

O patriarca deixou sua cidade natal e foi para uma terra que Deus o mostraria. Abraão foi conduzido pela fé. Embora demonstrasse ter uma fé viva, ele teve que enfrentar muitos impedimentos em sua jornada até a Terra Prometida. Ter fé não significa que não teremos obstáculos em nossa marcha. Mas, sem fé não conseguiríamos transpor as barreiras. Em nossa caminhada neste mundo também temos que enfrentar muitos entraves, muitas crises. Contudo, não estamos sozinhos. O Deus que guiou e abençoou Abraão está conosco. Não tema as crises e não permita que venham impedi-lo de caminhar. Veja as crises como uma oportunidade para fortalecer a sua fé e conduzi-lo a uma experiência ainda maior com o Deus de toda a provisão. Abraão fazia parte de um projeto divino de salvação. A partir dele surgiria uma família que se tornaria um povo especial do qual, no tempo próprio, sairia o Salvador do mundo, Jesus Cristo. Deuteronômio 6.5 é a consequência direta do versículo 4, o Shemá Israel, o credo de Israel. Para o cristão, Jesus nunca prometeu que lhe obedecer seria fácil. Mas o árduo trabalho e a disciplina de servir a Cristo não é uma carga para quem ama a Deus. E se nossa carga começa a ser pesada, sempre podemos confiar em que Cristo nos ajudará a levá-la (Mt 11.28-30). O amor a Deus é o primeiro e o maior dos mandamentos (Dt 6,5; Js 22,5; Mc 12,28-30). É a resposta do ser humano à iniciativa de Deus, que nos amou primeiro (Os 9,10; 11,1-4; Jr 2,2-4; 31,3; Is 63,9; Gl 2,20; 1ª Jo 4,19). O amor imenso de Deus se manifesta na cruz de Cristo (Jo 3,16s; 1ª Jo 3,1-16; 4,7-19; Rm 5,8; 8,32).

3. A santidade como marca. O livro de Levítico tinha como alvo fazer de Israel uma nação distinta por sua pureza e santidade (Êx 19.6). E, de fato, nenhum outro povo jamais alcançou as excelências de Israel (Rm 9.4,5). Usufruir de todos esses privilégios, todavia, acarreta-lhe ainda grande responsabilidade (Rm 2.17-29). Em alguns períodos de sua história, Israel de fato destacou-se como herança peculiar do Senhor, haja vista os elogios tecidos pela rainha de Sabá ao rei Salomão (2º Cr 9.1-8). Todavia, a maior parte de sua história foi marcada pela apostasia. Mas, chegará o tempo, em que todo o Israel será redimido e salvo (Rm 11.26). Se o povo hebreu deveria sobressair-se pela santidade, o que não esperar da Igreja de Cristo? Por essa razão, o apóstolo exorta-nos a andar continuamente em novidade de vida (Rm 6.4). Sem a santidade requerida por Deus nenhum de nós chegará à Jerusalém Celeste (Hb 12.14; Ap 21.8).

Já vimos que o livro de Levítico é diferente do que os outros livros do Pentateuco porque relata quase exclusivamente o sistema das leis para governar Israel na sua vida religiosa, civil, dietética e diária. Não encontraremos nele a história de Israel, mas as leis dadas por Deus àquela nação. Seu conteúdo é tópico em vez de ser cronológico. O tema central do livro é a santidade de Deus na separação e na santificação, logo, a palavra chave é santidade em suas várias formas: santificar, santíssimo, santo, santuário, limpo e santidade (veja 19.2; 11.44). Este livro é atualíssimo para a Igreja, nele aprendemos que é necessário pregarmos tanto a expiação pelo sangue de Cristo quanto a vida de santidade baseada na expiação feita pelo sangue de Cristo. O salvo tem que saber como andar com Deus na comunhão! Merece uma explicação a afirmativa do comentarista citando Romanos 11.26: Os dispensacionalistas têm adotado uma posição onde somente aqueles judeus que sobreviverão à Grande Tribulação serão salvos. Romanos 11.26 é interpretado por Zacarias 13:8, onde “dois terços” de Israel serão “eliminados e perecerão”, enquanto somente “a terceira parte restará nela”. O entendimento dispensacional de “todo Israel” é restringido para significar “somente alguns de Israel”.

“O retorno de Israel ao Senhor é certo (Zc 12.7-10; Rm 11.26). Paulo recorre às profecias para confirmar a declaração de que todo o Israel será salvo (Rm 11.26,27; cf. Is 59.20,21). Isto ocorrerá quando se “completar o tempo dos gentios” no final da Grande Tribulação (Jr 30.7; Ez 20.34-38; Jo 19.37). Israel verá a Jesus como o Messias e se arrependerá por havê-lo rejeitado (Jo 1.11; Lc 13.34). Nesse período, os israelitas, como ramos naturais, serão enxertados na própria oliveira, que é Cristo. E, assim, os descendentes de Abraão receberão novamente a plenitude das bênçãos divinas (Zc 2.10). A revelação do plano divino da salvação levou o apóstolo a adorar a Deus. Paulo reconhece o controle providencial de Deus na história da salvação e da justificação através de Cristo (Rm 10.33-36). Quanto à eleição, a aliança divina concernente a Israel é imutável. Deus, em sua soberania, escolheu a Israel dentre todos os povos e fez-lhe promessas por meio de seus patriarcas: Abraão, Isaque e Jacó (Gn 12.1-3; 15.1-21; 17.1-22). Da mesma maneira que Deus cumpriu e cumprirá suas promessas a Israel, assim também tem feito e o fará com a sua Igreja”.(O futuro glorioso de Israel. Disponível em: http://avivamentonosul21.comunidades.net/romanos-estudo-e-comentario. Acesso em: 23 Jul, 2018).

No capítulo 5.12-21, Paulo descreve a libertação do crente a partir da ação salvífica e graciosa de Jesus Cristo. Na desobediência de Adão, o pecado abundou, mas na obediência de Jesus, a graça superabundou (v.20). Cristo, pelo seu ato, garante a justificação ao que crê (5.1). No capítulo 6.1-23, entretanto, a salvação graciosa de Deus é apresentada ao fiel, mas este precisa corresponder à realidade da nova vida em Cristo. O crente regenerado, cuja graça de Deus manifestou-se em sua vida, deve rejeitar o pecado e produzir frutos santos (v.22).

II. A SANTIDADE NO MINISTÉRIO LEVÍTICO

Os sacerdotes deveriam ser uma referência perfeita à nação de Israel no que tange à santidade e à pureza. Afinal, eram os responsáveis pela santificação do povo, a fim de torná-lo propício diante de Deus.

1. Santidade exterior. Aos ministros do altar, o Senhor impôs uma série de restrições, para que não viessem a comprometer o santo ministério. O sumo sacerdote, por exemplo, não poderia desposar uma mulher que não fosse virgem (Lv 21.7,14). Até mesmo com respeito ao luto, deveriam os ministros do altar ser precavidos e cuidadosos (Lv 21.1-3). Tendo em vista o emblema da santidade divina que estava sobre a classe sacerdotal de Israel, nenhum descendente de Levi poderia ser admitido no serviço divino se portasse alguma deficiência física (Lv 21.17-21).

A santidade de Deus deveria estar presente na vida do sacerdote de forma muito acentuada e destacada porque ele era o representante de Deus diante do povo e falava em nome de Deus e também era o representante do povo diante de Deus, que falava pelo povo e oferecia pelo povo os sacrifícios para expiação dos pecados desse povo. Estas exigências de conduta para os sacerdotes objetivavam conscientizá-los da imensa responsabilidade que lhes pesava; A função sacerdotal não podia ser vista como corriqueira, rotineira ou ingrata. Os deveres sacerdotais deveriam ser vistos como extrema importância, a ponto de que, se o sacerdote agisse com negligência, ele traria sobre si a morte.

2. Santidade interior. O sumo sacerdote deveria portar uma lâmina de ouro, que, posta em sua mitra, trazia esta advertência: “Santidade ao Senhor” (Êx 28.36). Portanto, a santidade do ministro não poderia ser apenas exterior; sua pureza externa deveria ser um perfeito reflexo de sua santidade interior (Ml 2.7). Infelizmente, a classe sacerdotal deixou-se levar por um culto formal, o que ocasionaria a destruição de Jerusalém (Jr 5.31; 23.11).

Não eram os trajes e muito menos os rituais que faziam o sacerdote, antes, cada sacerdote deveria ser homem irrepreensível moralmente e sem qualquer, por mínimo que fosse, defeito físico. Todo o ritual do sacerdócio levítico, evidencia que Deus não recebe um culto oferecido de qualquer maneira. Tanto a oferta quanto o ofertante devem cumprir com as exigências divinas. Nosso Deus por ser Santo, não aceita diante de Si, algo que não venha de um santificado (separado) e o que é ofertado tem que estar nas mesmas condições de santificação. Deus exigia de Seus sacerdotes, o mesmo que espera de cada um de nós hoje em dia – santidade (Lv 21.6,8,15,23).

3. Santidade e glória. A glória que acompanhou Israel em sua peregrinação, no deserto, tornou-o conhecido como a herança peculiar do Senhor (Êx 13.21,22; 16.10). Atemorizados, os gentios sabiam que era impossível amaldiçoá-lo (Nm 23). Mas, para que os israelitas continuassem a usufruir a glória divina era-lhes imprescindível obedecer a Palavra de Deus (Lv 9.6). O mesmo não requer o Senhor de cada um de nós? (Hb 12.14).

Santificação, não significa que o pecado está morto no crente, mas sim que, o crente está definitivamente morto para ele. Santificação significa que uma mudança radical deve ser efetuada nos crentes no que diz respeito ao pecado. Antes vivíamos no pecado e amávamos o pecado, e concordávamos com o pecado, agora estamos mortos para o pecado de forma que não mais apresentamos nossos membros para servirem à imundícia e à maldade, mas para servirem à justiça para a santificação. A glória que acompanhou Israel em sua peregrinação, no deserto, tornou-o conhecido como a herança peculiar do Senhor só permaneceria presente desde que o povo fosse obediente. Santidade implica em obediência.

“O que vemos aqui é Arão e os seus filhos, seguindo tudo o que Moisés instruíra eles da parte do Senhor, completando as cerimônias com êxito e segundo tudo o que lhes fora ordenado.

Era assim que doravante deveria de ser feito para sempre, embora todos saibamos que esse sacerdócio estava marcado par falhar por causa da imperfeição tanto do sacerdote que ministrava quanto da oferta que era insuficiente para expiar todos os pecados de todo o mundo.

Dos vs. 1-7, vemos Moisés ordenando os sacrifícios, mas não ordenando de si mesmo, antes porque Moisés seguia o que Deus instruíra ele primeiro. Veja que primeiro Deus fala com o sacerdote e depois com o povo, por meio do seu escolhido.

Dos vs. 9-23a, vemos Arão e os seus filhos oferecendo os sacrifícios conforme suas instruções, sem nada de invencionices, nem acréscimos, nem decréscimos, mas exatamente como instruído.
Finalmente, do 23b-24, a conclusão do capitulo com Deus se manifestando maravilhosamente, em reconhecimento a tudo quanto foi feito, segundo tudo o que lhes fora ordenado e instruído”. (Levítico 9:1-24 – O Senhor hoje vos aparecerá. Disponível em: http://www.jamaisdesista.com.br/2013/11/levitico-9-1-24-segmentado-e-comentado.html. Acesso em: 23 Jul, 2018)

III. A SANTIDADE DO POVO DE DEUS

O Senhor exige, de cada um de nós, a santificação de nossos filhos e de nossa vida conjugal, pois a nossa pureza expressa a sua vontade.

1. A santificação dos filhos. Deus proíbe aos israelitas, expressa e energicamente, apresentarem seus filhinhos como oferenda a Moloque (Lv 20.1-4). A razão é simples: cada um de nossos meninos e meninas é herança do Senhor (Sl 127.3). Hoje, há pais cristãos, que, sem o saberem, estão entregando seus filhos a “Moloque”, quando, por exemplo, adotam a política criminosa do aborto e quando não os educam conforme recomenda a Palavra de Deus (1ª Co 5.8). Ensine, pois, seus pequeninos na admoestação do Senhor, para que sejam pessoas de bem (Ef 6.4). Finalmente, que seus filhos venham a honrá-los como a pais e mães; somente assim poderão ser abençoados (Êx 20.12; Lv 20.9; Ef 6.2).

A santificação tem sido um elemento essencial na relação entre Deus e seu povo ao longo de toda a Bíblia e Levítico não é diferente, ele aponta para esta qualidade de ser separado do pecado como uma característica fundamental da santidade de Deus, que tem que ser desenvolvida como parte do caráter de seus filhos. Em 2ª Coríntios 6.14 – 7.1, Paulo ensinou que o pecado não tem lugar na vida do cristão. Uma das importantes afirmações do Salmo 127 é o valor dos filhos que Deus nos dá. O versículo citado (3) trata da construção do lar, e especificamente da atitude sobre filhos. Como presentes de Deus, os filhos devem ser protegidos, alimentados e instruídos no caminho que Deus traçou para cada um de nós (Provérbios 22:6; Efésios 6:4). Pais que cumprem bem seu papel acham conforto em saber que seus filhos, por sua vez, vão protegê-los. Se inimigos baterem à porta, os filhos se levantam em defesa do pai. A palavra grega usada em Efésios 6.4 para “disciplina” transmite a ideia de correção que resulta em educação. É um esforço positivo e altamente valioso.

“O autor de Hebreus enfatiza esse ponto citando Provérbios 3.11-12 para encorajar seus leitores que não se fatiguem ou desmaiem em meio ao sofrimento. Ele pede a eles (e a nós) que nos lembremos de que Deus nos trata como filhos nessa passagem quando ele diz: “Filho meu, não menosprezes a correção que vem do Senhor, nem desmaies quando por ele és reprovado; porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe” (Hb 12.5-6). Da mesma maneira, Deus chama os pais a serem como ele, amando os próprios filhos o suficiente a ponto de discipliná-los apropriadamente. Ele faz isso expondo os benefícios positivos que derivam da disciplina das crianças. “Corrige o teu filho, e te dará descanso, dará delícias à tua alma” (Pv 29.17). Não apenas os pais se beneficiam, mas a criança também se beneficiará. “A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela” (Pv 22.15). Uma criança bem disciplinada terá a sua insensatez exposta e corrigida de forma tão regular e consistentemente que a beleza e a bondade da sabedoria se tornarão cada vez mais atrativas a ela”. (Thomas K. Ascol. A Disciplina e A Instrução do Senhor na Criação dos Filhos. Disponível em: http://www.ministeriofiel.com.br/artigos/detalhes/654/a_disciplina_e_a_instrucao_do_senhor_na_criacao_dos_filhos. Acesso em: 23 Jul, 2018)

2. A santificação conjugal. Deus sempre teve um forte compromisso com a família, pois Ele próprio instituiu-a no Éden (Gn 2.24,25). A fim de preservar a integridade familiar, o Senhor proíbe terminantemente a infidelidade conjugal e o adultério (Lv 20.10). Seu objetivo era tornar a família israelita um exemplo para os gentios, conforme descreve-a o Salmista (Sl 128). Hoje, a nossa responsabilidade não é menor. Temos de observar o sétimo mandamento: “Não adulterarás”, e manter o leito conjugal sem mácula (Êx 20.14; Mt 5.28; Hb 13.4). O Deus que inspirou o Levítico não mudou.

Adultério é toda relação sexual extraconjugal do homem ou da mulher casados. No Antigo Testamento, a mulher é considerada propriedade do marido e a virgem, antes do noivado, propriedade do pai. Por isso o adultério da mulher e a defloração duma virgem são um crime contra a lei e contra o direito da propriedade (Êx 20.14; 22.15-16), punível com a morte (Dt 22.22-29). O povo eleito, infiel a Deus, é comparável à mulher adúltera (Os 1–3; Jr 2–3; Ez 16). Jesus condenou o adultério, até o simples desejo de cometê-lo (Mt 5.27s; 19.3-9), mas perdoou à mulher adúltera (Jo 8.1-11). O cristão é membro de Cristo, templo do Espírito Santo e vive uma vida nova na luz; por isso não deve profanar-se com o adultério e a fornicação (1ª Cor 5; 6,12-19; Ef 4.17–5.20). Os atos detestáveis mencionados aqui (Lv 20.10-21) eram muito comuns nas nações pagãs do Canaã; suas religiões estavam infestadas com deusas sexuais, prostituição no templo e outros pecados graves. As práticas religiosas imorais dos cananeus refletia uma cultura decadente que tendia a corromper tudo o que entrasse em contato com ela. Ao contrário, Deus estava formando uma nação que fora uma influência positiva no mundo. E não queria que os israelitas adotassem as práticas cananeias e derivassem para a libertinagem. Dessa maneira preparou ao povo para o que teriam que enfrentar na terra prometida lhes ordenando que evitassem (tudo o que fora pecado sexual.) (Comentário da Bíblia Diário Viver).

3. A santificação e a vontade de Deus. A santificação é um processo que exige disciplina, esforço e um profundo amor a Deus (1ª Co 9.27). Nesse processo, lento e doloroso, todo o nosso ser tem de estar envolvido (Fp 3.12-15;1ª Ts 5.23). O santificar-se não é uma opção na vida do salvo; é uma ordenança divina (Lv 20.7; Js 3.5). A nossa santificação é da vontade de Deus (1ª Ts 4.3). Sem ela, como veremos o Senhor? (Hb 12.14).

Santidade não é uma opção! Deus é santo e ele nos salvou para tornar-nos como ele é. Impureza e toda forma de injustiça faz parte de nossa vida pregressa. Agora, devemos nos revestir do nosso novo “eu”, criado segundo Deus em justiça e santidade. Deus nos chamou em santidade. Ele nos concede seu Espírito Santo para fazer-nos santos.

“Vimos então que o lema da reforma de Lutero era Justificação pela Fé. Foi um passo fundamental no processo de restauração. Depois John Wesley trouxe a doutrina da santificação, mostrando que justificação não é tudo que Deus quer fazer nas nossas vidas. Entretanto, apesar da restauração da importância de santificação através de Wesley, e do derramamento do Espírito Santo no século XX, a igreja hoje não vive a realidade de uma vida santa na presença de Deus. Por um lado, temos as igrejas que mantêm a doutrina da santificação, mas sem manifestação genuína de Jesus nas suas vidas. Outras enfatizam a experiência da santificação, de acordo com a teologia de Wesley, que seria uma outra experiência depois da salvação, em que a pessoa é liberta da raiz do pecado na sua vida. E ainda existem muitas outras que se esqueceram quase totalmente da santificação, por causa da grande ênfase que veio no século passado sobre o batismo no Espírito Santo. Infelizmente, a consequência disso tem sido uma idéia totalmente falsa sobre o que Deus realmente espera de nós.” (Justificação Sem Santificação Não é Salvação! Disponível em: https://www.revistaimpacto.com.br/biblioteca/justificacao-sem-santificacao-nao-e-salvacao/. Acesso em: 23 Jul, 2018)

CONCLUSÃO

Num momento de emergência nacional, o rei Ezequias convocou os levitas, e ordenou-lhes: “Ouvi-me, ó levitas! Santificai-vos, agora, e santificai a Casa do SENHOR, Deus de vossos pais, e tirai do santuário a imundícia” (2º Cr 29.5). Foi naquela hora que teve início um grande avivamento em Israel. Se nos santificarmos, como requer o Senhor de cada um de nós, em breve experimentaremos uma grande visitação dos céus em nosso país. Amém!

Santificação não é um conjunto de normas ou regras; é amar. Não é uma doutrina, nem uma experiência; é um caminho, é andar com Deus. A Abraão Deus falou: “Anda na minha presença e sê perfeito”. Enoque andava na presença de Deus e foi levado aos céus. Noé andava com Deus e foi salvo do dilúvio universal. Esse é o nosso destino: andar com Deus.

“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),

CLAUDIONOR CORREA DE ANDRADE. 3ª Trimestre/2018. Lição 4. CPAD.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS



A parábola das dez virgens, é escatológica e coube ao evangelista Mateus, escrevê-la no capítulo 25, versículos de 1 a 13. Nesta parábola, nove palavras podem ser citadas, tendo a letra “P”, como chave.

1. Propósito das dez virgens. O propósito delas era encontrar-se com o noivo (v. 1). Este tem sido o propósito de muita gente, mas nem todos se preparam para este encontro.

2. Prudência das virgens. “Cinco dentre elas eram néscias, insensatas e imprudentes, porém as outras cinco eram prudentes e sensatas, e não se descuidaram” (v. 2).

3. Preguiça das virgens. As néscias tomaram as suas lâmpadas, mas não levaram azeite (v. 3). Há pessoas que querem um encontro com Deus, mas não se esforçam e nem se comprometem. Esperam que alguém faça algo por elas.

4. Preparo das virgens. “As prudentes, além das lâmpadas, prepararam e levaram azeite nas vasilhas” para que nada lhes faltasse na última hora (v. 4).

5. Paciência das virgens. Todas tiveram paciência, não alteraram seus planos e, mesmo “tardando o noivo, foram tomadas de sono e adormeceram” (v. 5). Com certeza, as prudentes como estavam preparadas, adormeceram tranquilas;

6. Praxe das néscias. Mas à meia-noite, inesperadamente, o noivo chegou e ouviu-se um grito: “Eis o noivo”!
* As prudentes se levantaram e prepararam as suas lâmpadas, mas as néscias disseram às prudentes: “Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão-se apagando” (vs. 6-8).
* Esta é a praxe dos despreparados e negligentes. Não se aprontam e querem ser socorridos na última hora.

7. Precaução das prudentes. “Não, para que não nos falte a nós e a vós outras”! Ide, antes, aos que o vendem e comprai-o” (v. 9).  Busca tardia dos negligentes.

8. Preço da negligência das néscias. “Saindo elas para comprar, chegou o noivo e fechou-se a porta” (v. 10b). “Chegando mais tarde, clamaram:  Senhor, Senhor, abre-nos a porta! (v. 11); Ele respondeu: “Não vos conheço” (v. 12).

9. Prêmio das cinco virgens prudentes. “Estas entraram com o noivo para as bodas” (v. 10a). “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora” (v. 13).

terça-feira, 17 de julho de 2018

A CURA DO PARALÍTICO DE BETESDA



João 5.1-15: “Depois disso, havia uma festa entre os judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. 2 Ora, em Jerusalém há, próximo à Porta das Ovelhas, um tanque, chamado em hebreu Betesda, o qual tem cinco alpendres. 3 Nestes jazia grande multidão de enfermos: cegos, coxos e paralíticos, esperando o movimento das águas. 4 Porquanto um anjo descia em certo tempo ao tanque e agitava a água; e o primeiro que ali descia, depois do movimento da água, sarava de qualquer enfermidade que tivesse. 5 E estava ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo. 6 E Jesus, vendo este deitado e sabendo que estava neste estado havia muito tempo, disse-lhe: Queres ficar são? 7 O enfermo respondeu-lhe: Senhor, não tenho homem algum que, quando a água é agitada, me coloque no tanque; mas, enquanto eu vou, desce outro antes de mim. 8 Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma tua cama e anda. 9 Logo, aquele homem ficou são, e tomou a sua cama, e partiu. E aquele dia era sábado. 10 Então, os judeus disseram àquele que tinha sido curado: É sábado, não te é lícito levar a cama. 11 Ele respondeu-lhes: Aquele que me curou, ele próprio disse: Toma a tua cama e anda. 12 Perguntaram-lhe, pois: Quem é o homem que te disse: Toma a tua cama e anda? 13 E o que fora curado não sabia quem era, porque Jesus se havia retirado, em razão de naquele lugar haver grande multidão. 14 Depois, Jesus encontrou-o no templo e disse-lhe: Eis que já estás são; não peques mais, para que te não suceda alguma coisa pior. 15 E aquele homem foi e anunciou aos judeus que Jesus era o que o curara.

ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Certamente você está lecionando a pessoas que têm bem menos idade que o tempo em que o homem que fora curado por Jesus permanecera enfermo. O texto afirma que o paralítico estava naquela condição há 38 anos. Depreende-se, pela palavra de Jesus a ele quando o encontrou no Templo (v.14), que o homem ficara naquela situação devido a alguma atitude errada e pecaminosa do passado. Aproveite o tema transversal dessa lição e reflita com a classe acerca das consequências. Apesar de sabermos que o pecado traz como resultado desastroso a perdição eterna, não raras vezes ele também produz consequências imediatas e terrenais que são extremamente danosas. Algumas atitudes podem produzir consequências que nos acompanharão por toda a vida. Considerando o fato de que a falta de experiência e maturidade pode nos conduzir a agir de maneira intempestiva, medite também com a classe a respeito do valor de uma vida pautada na oração, reflexão e orientação do Espírito Santo de Deus.

INTRODUÇÃO
1. Seguindo sua trajetória ministerial, João informa que Jesus agora deixa a Galileia e “sobe” a Jerusalém (Jo 5.1).
2. O evangelista ainda diz que havia uma “festa entre os judeus”. Apesar de o texto não informar a qual festa específica se faz referência, o fato relevante a ser destacado é que o Mestre não se isolava, antes, como já foi dito, ficava entre as pessoas, pois seu objetivo era libertar as pessoas, daí a necessidade de estar em contato com elas (Mc 3.7-12).
3. Ele se retirava para períodos de oração e relacionamento particular com o Pai (Mc 1.35), mas sua prioridade era cumprir a missão que Deus o destinara (Jo 3.16,17; 9.4; 12.46,47).
4. Além de ir à festa em Jerusalém, Jesus também foi a um local na cidade onde se concentrava uma grande multidão (Jo 5.3). E é justamente neste lugar que se passou o assunto da lição de hoje.
5. O Mestre curou o paralítico, libertando-o igualmente das amarras religiosas da tradição dos judeus.

I. UM LOCAL DE SOFRIMENTO
1. A Porta das Ovelhas.
1.1. Muito provavelmente a primeira alusão à “Porta das Ovelhas” encontra-se no livro de Neemias, onde se lê “Porta do Gado” no texto da versão Corrigida e “Ovelhas” na versão Atualizada (Ne 3.1).
1.2. Na realidade, as doze portas da cidade de Jerusalém possuíam nomes que as identificavam (Ne 3.1,3,6,13-15,26,28,29,31).
1.3. O texto de Neemias informa que Eliasibe, sumo sacerdote, e seus irmãos, foram responsáveis quando da reedificação dos muros da cidade, por assentar e consagrar a Porta das Ovelhas. Estudiosos afirmam que essa Porta tinha esse nome por ser o principal acesso de passagem de ovelhas destinadas, por ocasião da Páscoa, ao sacrifício no Templo, daí o seu nome.

2. O Tanque de Betesda.
2.1. O quarto Evangelho informa que próximo a Porta das Ovelhas havia um tanque chamado Betesda que, em hebraico, significa “casa de misericórdia”.
2.2. Neste local havia cinco pavilhões onde se encontrava uma multidão de pessoas enfermas (vv. 2,3).
2.3. A multidão aguardava o movimento das águas do referido tanque por um anjo que, acreditava-se, descia em determinado tempo e o primeiro que submergisse ficava curado de qualquer enfermidade (v.4). É óbvio que o processo de exclusão era imenso, aumentando o sofrimento deste local, pois certamente chegavam a cada dia mais e mais pessoas doentes, tornando a situação absurdamente crítica.

Se no Tanque de Betesda, local de sofrimento, apenas o primeiro era agraciado, no Reino de Deus todos são abençoados pelo Senhor.

3. O paralítico.
A prova de que o sofrimento se prolongava neste local é o fato de Jesus ter, em meio à multidão de enfermos, se dirigido a um homem em particular e por um motivo específico — ele sofria há trinta e oito anos (vv.5,6). Certamente não havia apenas ele com necessidade, mas devido ao tempo de seu padecimento o Mestre o notou, destacando-o dentre a multidão.

Teria Jesus escolhido o paralítico do Tanque de Betesda como uma forma de incentivar os que sofrem a crer que a situação pode mudar a qualquer momento?

II. A CURA DO PARALÍTICO

1. A pergunta do Senhor.
Ao abordar o homem que padecia há trinta e oito anos, o Mestre o indagou acerca do seu interesse em ser curado (v.6). A pergunta pode parecer despropositada, mas revela o caráter didático não apenas da cura física, mas também psicológica, pois uma pessoa que padece há quase quatro décadas certamente “acostuma-se” ao sofrimento. Outro aspecto a ser destacado neste episódio é que conforme a própria Bíblia diz, a “esperança demorada enfraquece o coração” (Pv 13.12), e este homem provavelmente sentia-se, de forma justificável, desmotivado e deprimido.

2. A resposta do paralítico.
Alheio a quem era Jesus, a resposta do homem demonstra sua desesperança em relação à possibilidade de ele chegar ao Tanque ou de alguém ajudá-lo (v.7). Assim, a pergunta do Senhor não surpreende o homem, antes lhe oportuniza a possibilidade de exteriorizar seus sentimentos em relação ao seu estado. Na resposta é possível identificar que ele sente-se abandonado e, ao mesmo tempo, revela também o quanto o individualismo e o egoísmo imperavam naquele ambiente.

3. A cura.
Não obstante o homem estar alheio, naquele dia sua história seria radicalmente mudada, pois “Jesus disse-lhe: Levanta-te, toma tua cama e anda” (v.8). Isso sim lhe causou surpresa, pois o desconhecido, sem rodeios, interjeições ou qualquer cerimônia, simplesmente ordenou que o paralítico levantasse, tomasse a sua cama e andasse! Numa fração de segundos o homem ficou completamente curado. Trinta e oito anos de sofrimento findaram em um instante, sem intervenção angelical alguma e sem sequer aproximar-se da água.

III. A CONTROVÉRSIA POR CAUSA DO SÁBADO

1. O sábado como uma necessidade imprescindível e também um princípio.
Como todos os demais preceitos da Lei, o do sábado tinha um objetivo definido (Êx 20.8-11). O quarto mandamento do Decálogo visava preservar a saúde e a integridade da pessoa, coibindo a exploração e o abuso da força de trabalho tanto por parte do próprio indivíduo quanto por parte do patrão. Aliado a isso, Deus também consagrou esse dia como um período especial de adoração a Ele. Tomando o exemplo do próprio Criador, que realizou a obra da criação em seis dias e no sétimo “descansou” (Gn 2.2,3), o mandamento da guarda do sábado tinha o claro propósito de preservar a liberdade intrínseca do ser humano. A prova de que o sábado não era um “dia” específico e sim um princípio, pode ser vista em textos como de Levítico, por exemplo, quando Deus orientou aos israelitas que semeassem e colhessem durante seis anos, mas no sétimo, obrigatoriamente a terra deveria ter um “sábado de descanso” (25.2-5).

2. O sábado como uma forma de aprisionamento.
Lamentavelmente, assim como todas as demais coisas que o ser humano desajusta, com o sábado não foi diferente. De necessidade imprescindível e princípio de descanso, o sábado foi transformado em uma poderosa arma de opressão religiosa que intensificava ainda mais a aflição das pessoas que, além de sofrer com a carga de impostos que tinham de pagar ao império, ainda padeciam com o aprisionamento religioso (Mt 23.1-4,13-35). Não poucas vezes Jesus esteve às voltas com a questão do sábado (Mt 12.11,12; Mc 2.27,28; Lc 14.3-6; Jo 5.16,17; 7.21-24).

3. O milagre ignorado e a liberdade sob perigo.
O homem que padecera há trinta e oito anos obedecendo à ordem de Jesus levantou-se, tomou a sua cama e imediatamente partiu (v.9). Contudo, João observa que a cura deu-se num sábado. Tal observação se dá justamente para preparar os destinatários para a cena seguinte — o milagre completamente ignorado e a expressão fria da religiosidade representada pelos “judeus” que censuraram o homem por estar carregando sua cama em pleno sábado (v.10). A resposta do agora ex-paralítico revela implicitamente a autoridade de Jesus: “Aquele que me curou, ele próprio termos simples, o que o homem quis dizer foi que se o “desconhecido” teve poder para curá-lo, depois de trinta e oito anos de sofrimento, certamente possuía autoridade para liberá-lo para carregar sua cama no dia de sábado. Evidentemente que, devido ao uso que os líderes religiosos faziam do preceito do sábado, alguém que ousasse desafiá-lo deveria ser identificado e, consequentemente, punido, daí a curiosidade em saber quem havia dito a ele para tomar a sua cama e andar (v.12). Todavia, a espontaneidade e a forma célere com que se dera a cura, bem como a rápida saída de Jesus do local, não proporcionaram ao homem saber quem era o Mestre (v.13).

Pense!
O que leva as pessoas a ignorarem um milagre, que liberta alguém do sofrimento, em nome da observância de uma regra religiosa?

Ponto Importante
O modo como o preceito do quarto mandamento foi distorcido revela o quanto os homens podem perverter algo que foi criado para o seu próprio bem.


5.1 Todos os homens judeus eram solicitados a ir até Jerusalém para participar de três festas:
(1) a Festa da Páscoa e dos Pães Asmos,
(2) a Festa das Semanas (também chamada de Pentecostes), e
(3) a Festa dos Tabernáculos. Embora este dia santo em particular não seja especificado, a frase explica por que Jesus estava em Jerusalém.

5.2-4 Os leitores familiarizados com Jerusalém teriam conhecimento da Porta das Ovelhas (ela é mencionada em Neemias 12.39). Escavações recentes mostram que este local tinha dois tanques com cinco pórticos cobertos. Estes eram estruturas abertas com telhados que permitiam alguma proteção das intempéries. Uma multidão de enfermos ficava nos pórticos. As pessoas faziam peregrinações ao tanque de Betesda para receberem o benefício de cura das águas.

O versículo 4 não está incluído nos melhores manuscritos. Onde ele ocorre nos manuscritos posteriores, é frequentemente marcado de tal forma a mostrar que é uma adição. A passagem foi provavelmente inserida pelos escribas que acharam necessário fornecer uma explicação para o ajuntamento de pessoas deficientes e da agitação da água mencionada no versículo 7. A água se agitava e cria-se que um anjo a revolvia. A crença era de que a primeira pessoa que entrasse na água, depois que ela fosse agitada, seria curada.

5.10 Não há nada na lei de Deus que torne ilícito levar a cama no sábado. Mas o homem violou a aplicação legalista dos fariseus do mandamento de Deus para se honrar o sábado. A ordenança contra carregar algo no sábado era a última de trinta e nove regras na ‘tradição dos anciãos’ que estipulavam os tipos de trabalho que eram proibidos no sábado. Esta era apenas uma das centenas de regras que os líderes judeus haviam acrescentado à lei do Antigo Testamento” (Comentário do Novo Testamento. Aplicação Pessoal.
Vol 1. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2009, pp. 514,515).

CONCLUSÃO.
João finaliza a narrativa da cura do paralítico do Tanque de Betesda falando de um encontro de Jesus com ele no Templo, quando então o Mestre disse-lhe: “Eis que já estás são; não peques mais, para que te não suceda alguma coisa pior” (v.14). Tal recomendação demonstra que Jesus conhecia aquele homem de forma sobrenatural, pois não apenas sabia que o paralítico padecera trinta e oito anos com aquela enfermidade, mas também conhecia a causa que o deixara naquele estado. Assim, Jesus o adverte a não mais incorrer nas mesmas práticas anteriores para que não acabasse ficando em uma situação pior que a que o deixara acamado por trinta e oito anos! Aparentemente o homem nada responde ao Mestre, mas finalmente descobre quem era Jesus e vai até aos judeus anunciar (v.15).

1. Qual a razão de a Porta das Ovelhas ter esse nome?
Estudiosos afirmam que essa Porta tinha esse nome por ser o principal acesso de passagem de ovelhas destinadas, por ocasião da Páscoa, ao sacrifício no Templo, daí o seu nome.

2. Devido ao longo tempo em que esteve enfermo aquele homem precisava ser curado em duas áreas. Quais são elas?
Física e psicológica.

3. A resposta do homem quando Jesus o abordou revela o quê?
Revela o quanto o individualismo e o egoísmo imperavam naquele ambiente.

4. Qual era o propósito do quarto mandamento?
O quarto mandamento do Decálogo visava preservar a saúde e a integridade da pessoa, coibindo a exploração e o abuso da força de trabalho tanto por parte do próprio indivíduo quanto por parte do patrão.

5. O que a resposta do ex-paralítico aos judeus implicitamente revela?
A resposta do agora ex-paralítico revela implicitamente a autoridade de Jesus:
“Aquele que me curou, ele próprio disse: Toma a tua cama e anda” (v.11). Em termos simples, o que o homem quis dizer foi que se o “desconhecido” teve poder para curá-lo, depois de trinta e oito anos de sofrimento, certamente possuía autoridade para liberá-lo a carregar sua cama no dia de sábado.