TEOLOGIA EM FOCO: 2025

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

A DIVINDADE DE JESUS

 


A Bíblia nos ensina que Cristo nasceu em Belém da Judéia há quase dois mil anos. Ensina também que Cristo já existia ETERNAMENTE, antes do seu nascimento físico.

 

A divindade de Cristo é comprovada pelos nomes divinos a Ele aplicado, conforme conta na Bíblia Sagrada.

 

I. O SIGNIFICADO DO NOME 

Em hebraico, Yehoshua (ou Yahushua), por conseguinte, corresponde ao nome Josué, em língua portuguesa, que significa: “YHWH é salvação”. Em outros países Yeshua é usado principalmente pelos judeu-messiânicos. 

II. A PREEXISTENCIA DE CRISTO - ANTES DA CRIAÇÃO DO MUNDO

 

Jo 17.5 E agora, glorificam-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que Eu tive junto de Ti, antes que houvesse mundo. v. 24b ... porque me amaste antes da função do mundo.

 

III. CRISTO É DEUS

 

Jo 1.1 “No princípio era o verbo, e o verbo estava com Deus, e o verbo era Deus”. Vimos como o termo “o verbo” se refere sempre a Jesus. João declara abertamente: “O Verbo era Deus”.

 

1. Jesus é o Verbo conforme Ap 19.13 “Está vestido com um manto tinto de sangue, e o seu nome se chama o Verbo de Deus”.

 

O vocábulo “Verbo” é às vezes traduzido por “Palavra”, pois na língua grega é “logos”.

 

Para os gregos o “logos” era um princípio divino que governava o universo. O vocábulo por si só significa: “razão, palavra, pensamento” etc… Não tem correspondente em língua moderna.

 

O “logos” da filosofia era impessoal, mas o de João é uma pessoa. O “logos” da filosofia não é o mesmo de João 1.1.

 

O Verbo eterno tornou-se Filho encarnado, quando foi gerado pelo Espírito Santo no ventre de Maria, cumprindo-se assim a promessa de Deus: “Tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (Salmo 2.7; Atos 13.33). A partir daí “o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (João 1.14). A ideia de João 1.1 é progressiva, uma declaração vai esclarecendo a anterior até culminar com a declaração enfática: “e o Verbo era Deus”.

Essa passagem é o tropeço das Testemunhas de Jeová. Vertem na Tradução do Novo Mundo: “e a Palavra era [um] deus”. Tal (ter) versão os torna um movimento religioso heterodoxo politeísta: creem em mais de um Deus. O próprio Jeová declara em sua Palavra: “antes de mim deus nenhum se formou e depois de mim nenhum haverá” (Is 43.10); “além de mim não há Deus” (Is 44.6). O que fazem agora as Testemunhas de Jeová com Jesus? Há um só Deus verdadeiro (João 17.3), as demais divindades são falsas.

 

2. Paulo explica para os filipenses que Jesus era Deus. Fl 2.5-11 “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus. 6 Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, 7 Mas fez a si mesmo de nenhuma reputação, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. 8 E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. 9 Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome. 10 Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra. 11 E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.”

 

3. Tomé reconheceu que Jesus era Deus. João 20.27-29 “Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente. 28 E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu! 29 Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram.”

 

4. Jesus veio revelar o Pai.

Jo 1.18“Ninguém jamais viu a Deus; o Deus Unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou”.

 

Esta é uma declaração clara da deidade de Jesus Cristo.

 

IV. CRISTO É ETERNO

 

Fl 2.6 “Ele, subsistindo em forma de Deus não julgou como usurpação ser o ser igual a Deus. Evidentemente, se Cristo é igual a Deus, compartilhou igualmente da eterna existência de Deus”.

 

Jesus é Deus forte e pai da eternidade. Is 9.6 “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.”

 

Em primeiro lugar este texto está falando de Jesus. Porque um menino nos nasceu...”.

 

Segundo lugar Deus forte aparece com o D maiúsculo.

 

Em terceiro lugar Ele é o Pai da eternidade, isto é, não teve começo e nem fim. 

V. CRISTO É UM DEUS VERDADEIRO 

1ª João 5.20 “E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu entendimento para que conheçamos ao Verdadeiro; e no que é verdadeiro estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.” 

Ap 3.7 “E ao anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é verdadeiro, o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre.”

 

VI. CRISTO, O CRIADOR

 

Jo 1.1-3 “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. 2 Ele estava no princípio com Deus. 3 Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez”.

 

Gn 1.1 “No princípio criou Deus o céu e a terra”. Jesus como Deus eterno estava na criação de Deus.

 

Cl 1.16 Paulo diz: “Nele foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio d’Ele e para Ele”.

 

Hb 1.1-2 “Deus... nestes últimos dias nos falou pelo Filho a quem constitui herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo”.

 

VII. É O ALFA E O ÔMEGA

 

Ap 1.7-8 “Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém. 8 Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso.”

 

Ap 21.6 “E disse-me mais: Está cumprido. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem quer que tiver sede, de graça lhe darei da fonte da água da vida.”

 

Ap 22.12,13 “E, eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra. 13 Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro.”

 

Alfa e Ômega correspondem às letras A e Z do alfabeto grego. Cristo é a razão de ser do início de todas as coisas (sendo Ele mesmo o Criador). Referimo-nos ao fato de que Jesus não teve início, nem terá fim. Não precisamos preocupar-nos com perguntas inúteis como: Quando Cristo começou a existir? Aceitamos sem reservas a explicação dada na Bíblia, porque é a palavra de Deus.

 

VIII. CRISTO É IGUAL AO PAI

 

Jo 10.30 “Eu e o Pai somos um.”

 

Jo 8.18-19 “Eu sou o que testifico de mim mesmo, e de mim testifica também o Pai que me enviou. 19 Disseram-lhe, pois: Onde está teu Pai? Jesus respondeu: Não me conheceis a mim, nem a meu Pai; se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai.”

 

João 14.6-11 “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. 7 Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto. 8 Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. 9 Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? 10 Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. 11 Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras.”

 

Cristo preexistia “com Deus” antes da criação do mundo. Ele era uma pessoa existente desde a eternidade, distinto de Deus Pai, mas em eterna comunhão com Ele. Cristo era divino (o verbo de Deus), e tinha a mesma natureza do Pai. Por isso Jesus disse “eu e o Pai somos um” para mostrar sua perfeita união com Deus Pai. Jesus e o Pai estão completamente unidos e tudo que Jesus faz é em nome do Pai. A união com Jesus é união com Deus.

 

Jesus declarou que ele e o Pai são um quando alguns judeus lhe pediram para dizer abertamente se ele era o Cristo, o salvador prometido. Jesus respondeu que ele já tinha dito isso claramente e os repreendeu por sua incredulidade. Jesus falava, mas eles não ouviam.

 

IX. JESUS É O “EU SOU”

 

No original hebraico é “EU SEREI”.

João 8.58 “Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, eu sou”.

 

Jo 8.5 “Antes que Abraão existisse, Eu sou”.

Quando Jesus viveu na terra, sempre esteve consciente que era Deus. O livro de Êxodos nos diz que o nome de Deus é Eu Sou. Como já vimos Jesus e o Pai são um.

 

Jesus afirmou que era Deus.

“Eu e o Pai somos um”. Novamente os judeus pegaram as pedras para lhe atirar.

 

Jesus afirma para os judeus que: “Antes que Abraão existisse, Eu Sou”.

 

X. CRISTO É SENHOR

 

Fp 2.9-11 “Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, e na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai”.

 

Tt 2.13 “Aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus”.

 

XI. CRISTO É O FILHO DE DEUS

 

Jo 17.1 “Pai, é chegada a hora: glorifica o Teu Filho, para que também o Teu Filho Te glorifique a Ti”.

Jo 3.16 “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

 

Mt 16.15-17 “Mas vós continuou ele, quem dizeis que eu sou? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és tu Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue quem te revelou, mas meu Pai que está nos céus”.

 

Mt 14.33, após presenciarem o milagre da calmaria no mar da Galileia por Jesus, os discípulos adoraram-no dizendo: “Verdadeiramente és Filho de Deus”.

 

Mt 8.29, até os demônios reconheceram a divindade de Jesus, gritando: “Que temos nós contigo, ó Filho de Deus?”.

 

Jo 1.34 João Batista diz: “Pois eu de fato vi e tenho testificado que Ele é o Filho de Deus”.

 

Mt 27.54 Também os soldados romanos disseram: “Verdadeiramente este era o Filho de Deus”.

 

Mt 3.17 Depois de ser Cristo batizado por João Batista, Deus o Pai falou dos céus: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”.

 

Mc 9.7, no monte da transfiguração de novo o Pai falou: “Este é o meu Filho amado, a Ele ouvi”.

 

At 8.37 “Respondeu Filipe: É lícito, se crês de todo o coração. Disse ele: Creio que Jesus é o Filho de Deus”.


XII. JESUS É ONIPOTENTE 

Mt 28.18 “Jesus, aproximou-se, falou-lhes, dizendo: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra.” 

Ap 1.1 “E aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos e tenho as chaves da morte e do inferno.” 

XIII. JESUS É O PRIMOGENITO DE DEUS PAI

 

Hb 1.6 “E outra vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.”

 

Ao longo da história do cristianismo, houve muita discussão a respeito do significado do termo “primogênito” (grego protótokos) quando usado em relação a Cristo.

 

No Novo Testamento, Cristo é chamado de “o Primogênito” (Hebreus 1:6), “o primogênito de toda a criação” (Colossenses 1:15), “o Primogênito dos mortos” (Apocalipse 1:5), “o primogênito de entre os mortos” (Colossenses 1:18) e “o primogênito entre muitos irmãos” (Romanos 8:29).

Cristo é qualificado de “o primogênito de toda a criação” em um contexto que O enaltece como o Criador que está acima de toda a criação.


O propósito de Deus ao enviar o seu Filho unigénito foi para que Ele se tornasse o primogénito entre muitos irmãos (Romanos 8.29), sendo exclusivamente preeminente entre os filhos de Deus. Em quase todas as referências no Novo Testamento, o termo irmão é sinónimo de crente. A palavra grega para “primogénito” é “prototokos”. O antigo filósofo grego, Philo, usou essa palavra com o significado de arquétipo e ideia primordial. Ao aplicar esta definição a Jesus, Ele é o protótipo, o padrão, ou a pedra angular. Isto denota o Seu estatuto e caráter e não a sua origem.

 

Cl 1.15-17 “O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação. 16 Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. 17 E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.”

 

Se o próprio Cristo fosse uma criatura do Pai, como alegam os Tjs, como poderia o texto acima afirmar que “tudo” o que foi criado foi “por meio d’Ele” criado? Se Cristo houvesse sido gerado em algum momento da eternidade, como poderia ser chamado em Isaías 9.6 de “Deus Forte” e “Pai da Eternidade”? Nesse caso, Ele não seria “Pai da Eternidade”, mas simplesmente uma criatura que veio à existência em algum momento específico da eternidade! Cremos, porém, que como “o primogênito de toda a criação” Cristo é o Soberano absoluto sobre toda a criação, pois “n’Ele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade” (Colossenses 2.9).

Então, isso basicamente significa que Jesus é cocriador com o Pai. E você, eu e esta Terra fomos criados PARA Jesus!!!

 

XIV. JESUS TEM DIREITO À MESMA HONRA QUE É PRESTADA A DEUS

 

Jo 5.23 “A fim de que todos honrem o Filho do modo por que honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou”.

 

XV. ASSENTADO À DIREITA DE DEUS

 

Hb 1.3 “O qual, sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da Majestade, nas alturas”.

 

Nos antigos impérios e reinos, o lugar de honra era ao lado do monarca, ou do imperador. A comunicação sobre a posição de Cristo, quando elevado aos céus, evoca essa metáfora. Após sua ascensão, Jesus foi recebido à direita de Deus.

 

Mc 16.19 Estevão viu Jesus à destra de Deus, no momento de seu martírio (At 7.55); (ver ainda Rm 8.34).

 

Conclusão: A importância desta palavra é para que você conheça o poder que existe na pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo. Talvez você não tivesse o conhecimento da preexistência de Cristo, nem da Sua suprema importância. Esta é a razão porque devemos dar só a Ele toda honra, todo o louvor e toda glória.

O mundo hoje vive num caos porque está pedindo de forma errada, fora da palavra de Deus.

 

Isaías 59.1-2 “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar, nem surdo o Seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós para que não ouça”.

 

O homem fora da palavra de Deus logicamente se encontra em pecado, e em pecado está separado do Senhor. Mas aqueles que estão olhando para Jesus e cumprindo sua palavra tem uma vida totalmente diferente, uma vida de paz, tranquila, serena; porque elas têm depositado toda a confiança somente em Jesus que é ETERNO e CRIADOR. 

Pr. Elias Ribas - Dr. em Teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

A VISÃO DO VALE DE OSSOS SECOS

 


Ezequiel 37.1-10 “Veio sobre mim a mão do SENHOR, e ele me fez sair no Espírito do SENHOR, e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos. 2- E me fez passar em volta deles; e eis que eram mui numerosos sobre a face do vale, e eis que estavam sequíssimos. 3- E me disse: Filho do homem, porventura viverão estes ossos? E eu disse: Senhor DEUS, tu o sabes. 4- Então me disse: Profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do SENHOR. 5- Assim diz o Senhor DEUS a estes ossos: Eis que farei entrar em vós o espírito, e vivereis. 6- E porei nervos sobre vós e farei crescer carne sobre vós, e sobre vós estenderei pele, e porei em vós o espírito, e vivereis, e sabereis que eu sou o SENHOR. 7- Então profetizei como se me deu ordem. E houve um ruído, enquanto eu profetizava; e eis que se fez um rebuliço, e os ossos se achegaram, cada osso ao seu osso. 8- E olhei, e eis que vieram nervos sobre eles, e cresceu a carne, e estendeu-se a pele sobre eles por cima; mas não havia neles espírito. 9- E ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize ao espírito: Assim diz o Senhor DEUS: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam. 10- E profetizei como ele me deu ordem; então o espírito entrou neles, e viveram, e se puseram em pé, um exército grande em extremo.” 

INTRODUÇÃO. Essa visão revela que Deus é poderoso para levar adiante Seu propósito de ter um povo que viva de acordo com a Sua vontade, para testemunho a todas as nações e a glória do Seu Nome. 

Ezequiel está tendo uma revelação de Deus a cerca de um vale de ossos secos. Mas quero dizer que está mensagem não foi direcionada a Igreja de Cristo, mas aos prisioneiros de Israel na Babilônia. Jesus ´o cabeça da Igreja, portanto a Igreja é um organismo vivo e não morto. Israel estava num cativeiro na Babilônio e nós em Cristo Jesus fomos libertados do cativeiro. Porém, desejo aplicar aos desertos e vales que um cristão passa nesta vida. 

Em João 16.33 Jesus diz: “Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo.” 

I. PROFETA JEREMIAS UM INSTRUMENTO DE DEUS. 

Ez 3.17 “Filho do homem, eu te dei por atalaia sobre a casa de Israel; da minha boca ouvirás a palavra e os avisarás da minha parte”. 

Profeta (do hebr. Navi do gr. profhetes), é aquele que fala por alguém; porta voz, atalaia. No antigo Testamento, a pessoa era devidamente vocacionada e autorizada por Deus para falar por Ele e em lugar de Deus (Ez 2.1-10). O profeta era um mestre incontestável quando sob inspiração do Espírito Santo. Porta-voz oficial da divindade, sua missão era preservar o conhecimento divino e manifestar a vontade do único e Verdadeiro Deus. No sentido Bíblico, Profeta é aquele que fala em lugar de outro. Este foi um ministério de larga expansão no decorrer dos séculos, sendo que os escolhidos de Deus para realizar a missão de profeta deviam ser detentores de vocação. (Entre o povo de Deus a mensagem era julgar quanto a sua procedência e quanto ao seu porta-voz). Ainda que por muitas vezes a palavra enfrentasse rejeição, se, contudo, na realidade fosse oriunda do Céu, jamais falharia. 

1. Veio sobre mim a mão do Senhor (v. 1). 

O profeta é um instrumento do Senhor para levar adiante Seu propósito de formar um povo para a Sua glória (At 13.14). Assim, vemos Ezequiel sendo colocado “no meio de um vale que estava cheio de ossos” e andando ao redor dos mesmos (Ez 37.1-20). 

Podemos imaginar o profeta pensando naquela experiência, considerando que era sacerdote e estava proibido de ter contato com “alguma coisa imunda de cadáver” (Lv 22.4). Porém, foi o Senhor quem o levou, assim como Pedro à casa de Cornélio (At 10). 

Os profetas de hoje são vocacionados para anunciar a Palavra de vida para o mundo espiritualmente morto. 

Efésios 2.1,5 “Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados. 5 Deu-nos vida juntamente com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões — pela graça vocês são salvos.” 

A influência de Deus em certos momentos, neutraliza a personalidade do profeta para conhecer-lhe uma revelação que nada de humano contem (v. 3). 

II. ME LEVOU, ME PÔS NO MEIO DO VALE 

1. O senhor Deus levou o profeta Ezequiel e colou no meio de um vale de ossos secos. 

1.2. Note que o Senhor levou, mas não abandou ou deixou sozinho no vale. As palavras de Jesus no evangelho de Mateus ele diz: “...e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.” (Mt 28.20). 

1.3. Vale é um lugar de passagem, aprendizado. 

1.4. No deserto Deus se mantem em silêncio. Porém, precisamos aprender no silêncio de Deus. 

2. Deus sempre está no controle da situação. O nosso Deus é Onisciente. Sabe de todos os nossos pensamentos, palavras e obras. Jamais poderemos nos esconder d’Ele, pois Ele conhece nosso levantar e o nosso deitar. 

3. Deus pegou na mão de Ezequiel, porque? Porque o deserto é de Ezequiel, ou seja, cada um de nós tem um deserto e somente o Senhor pode pegar a tua mão para ajudar. 

3.1. Não posso pegar na tua mão e te ajudar a não ser em oração. O teu deserto é teu e o meu é meu. Cada um de nós tem um deserto diferente. Lembra que Israel passou por 40 desertos após a saída do Egito. 

4. No meio do vale. No meio nós temos uma visão de tudo o que está ao nosso redor. 

5. Porque o Senhor nos leva para o vale.

5.1. Enxergar os ossos secos. Enxergar com honestidade nossos ossos secos, nossos erros, nossas falhas. 

Enxergar nossos “ossos secos” requer esvaziamento de nosso orgulho, desmascaramento de mentiras transvertidas em verdades. Requer subjugar nossa prepotência, romper a muralha da aparência e encarar, sob a luz de Cristo, o porão sombrio de nossas almas. Requer, em última análise, enfrentamento de nós mesmos. 

5.2. É necessário vencer a incredulidade. 

5.3. É necessário ouvir e obedecer a voz de Deus. 

5.4. É necessário profetizar transformação. 

III. E ME FEZ ANDAR 

1. O vale não é um lugar de morada, de construir casa, de ficar parado no meio dele. 

1.1. Mas é um lugar de passagem. 

1.2. Um lugar de andar no meio dele.

2. Há determinadas situações que ficamos paralisados, parados no vale. Mas o vale é lugar de andar, caminhar até sair do vale. 

2.1. No vale é lugar de:

A. Louvar.

B. Adorar.

C. Orar.

D. Evangelizar.

E. Pregar. 

Quando Israel saiu do Egito e, faraó mandou seu exército para mata-los e Israel quando fugia deparou com mar vermelho, e todos ficar parados desesperados, então clamaram a Yahweh e o Senhor disse a Moisés: “diga que esse povo marche”. 

IV. É ADMIRÁVEL A SINCERIDADE DE EZEQUIEL 

1. Deus coloca uma responsabilidade sobre a vida do profeta.

1.1. O Senhor faz uma pergunta ao profeta. V. 3 “Filho do homem, porventura viverão estes ossos? 

1.2. Porém o profeta diz: “Senhor DEUS, tu o sabes.” 

2. Ezequiel entrega tudo ao Senhor. Salmo 37.5 “Entrega o teu caminho ao SENHOR; confia nele, e ele o fará.” 

2.1. Entrega tua vida.

2.2. Tua família.

2.3. Teu casamento.

2.4. Tua saúde.

2.5. Tua vida financeira.

2.6. Tuas preocupações;

2.7. Teus desertos e vales. 

3. Profetizar para você mesmo. 

3.1. Profetizar para os outros é bom. Seja você mesmo um profeta para sua família. 

V. PROFETIZA SOBRE O VALE 

V. 4 “Então me disse: profetiza sobre estes ossos, e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do SENHOR.” 

1. O profeta não profetiza o que quer, mas o que Deus quer. 

2. O objetivo do ato é profetizar, falar para o vale de ossos secos. Profetizar é fazer alguém escutar a Palavra de Deus. 

2.1. A fé vem pela pregação, e a pregação pela Palavra de Cristo.

Rm 10.17 “A fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo.” 

2.2. Fazer alguém ouvir a Palavra, produz a fé que justifica para a vida eterna.

Rm 5.10 “Se quando éramos inimigos de Deus fomos reconciliados com ele mediante a morte de seu Filho, quanto mais agora, tendo sido reconciliados, seremos salvos por sua vida!” 

2.3. Também põe o ouvinte em contato com o Espírito, com Sua obra tríplice: 

A. Converter o homem a Cristo.

B. Arrependendo dos seus pecados.

C. Santificar o convertido. 

VI. DEUS SE RESPONSABILIZA PELA SUA PALAVRA 

Vs. 7 e 8 “Então profetizei como se me deu ordem. E houve um ruído, enquanto eu profetizava; e eis que se fez um rebuliço, e os ossos se achegaram, cada osso ao seu osso. 8 E olhei, e eis que vieram nervos sobre eles, e cresceu a carne, e estendeu-se a pele sobre eles por cima; mas não havia neles espírito. 

1. Deus ordena ao profeta falar. 

1.1. E os ossos começaram se ajuntar. Deus faz o que está desajeitado ir para o lugar. Ele começa a consertar, a bagunça do vale. 

1.2. Ouve um reboliço. 

1.3. Profetiza ao espírito. Vs. 9-10 “Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize ao espírito: Assim diz o Senhor DEUS: Vem dos quatro ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam. 10 E profetizei como ele me deu ordem; então o espírito entrou neles, e viveram, e se puseram em pé, um exército grande em extremo.” 

CONCLUSÃO:

Deus cumpre Seu plano por intermédio da proclamação do Evangelho e da ação do Espírito Santo, restaurando vidas e capacitando-as a viver de acordo com a vontade de Deus e testemunhar acerca da salvação, para que o Senhor seja glorificado. 

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

quinta-feira, 7 de agosto de 2025

A VINHA DE NABOTE

 


1º Reis 21.1-5;15,16 “E sucedeu depois destas coisas que, Nabote, o jizreelita, tinha uma vinha em Jizreel junto ao palácio de Acabe, rei de Samaria. 2 Então Acabe falou a Nabote, dizendo: Dá-me a tua vinha, para que me sirva de horta, pois está vizinha ao lado da minha casa; e te darei por ela outra vinha melhor: ou, se for do teu agrado, dar-te-ei o seu valor em dinheiro. 3 Porém Nabote disse a Acabe: Guarde-me o SENHOR de que eu te dê a herança de meus pais. 4 Então Acabe veio desgostoso e indignado à sua casa, por causa da palavra que Nabote, o jizreelita, lhe falara, quando disse: Não te darei a herança de meus pais. E deitou-se na sua cama, e voltou o rosto, e não comeu pão. 5 Porém, vindo a ele Jezabel, sua mulher, lhe disse: Que há, que está tão desgostoso o teu espírito, e não comes pão? E sucedeu que, ouvindo Jezabel que já fora apredrejado Nabote, e morrera, disse a Acabe: Levanta-te, e possui a vinha de Nabote, o jizreelita, a qual te recusou dar por dinheiro; porque Nabote não vive, mas é morto. 16 E sucedeu que, ouvindo Acabe, que Nabote já era morto, levantou-se para descer para a vinha de Nabote, o jizreelita, para tomar posse dela. 

INTRODUÇÃO: Neste estudo, obteremos informações sobre o personagem bíblico Nabote e sua vinha. Veremos que este homem foi vítima da cobiça do ímpio rei Acabe que desejou ardentemente possuir a sua propriedade. Definiremos a palavra “cobiça” e destacaremos quais as consequências que podem sobrevir aquele que permite ser inflamado por esse sentimento. Abordaremos ainda a maneira como Deus se pronunciou ante a estratégia de Jezabel com o consentimento de Acabe de apoderar-se do bem alheio, levando o proprietário e sua família a morte. E, por fim, analisaremos como Deus age ante as injustiças cometidas pelos homens. 

I. QUEM ERA NABOTE E COMO ERA A SUA VINHA 

A Bíblia nos dá poucas informações a respeito de Nabote, apenas nos diz que ele era um israelita temente a Deus e nos mostra o seu lugar de origem que era Jezreel. Portanto, ele era um jezreelita (1º Rs 21.1). O nome próprio de Nabote deriva-se do árabe e quer dizer “rebento” ou “fruto”. A Bíblia nos informa que ele era proprietário de uma vinha. O Aurélio diz que “vinha” é a quantidade mais ou menos considerável de videiras (planta que dá uvas) dispostas aproximadamente entre si. A palavra hebraica para vinha é “kerem”, ela está distribuída ao longo do Antigo Testamento pelo menos 92 vezes. A primeira ocorrência está em (Gn 9.20). Em Israel era comum as pessoas plantarem vinhas, no entanto, a vinha de Nabote tinha características que conforme o relato bíblico a tornavam diferente das demais, vejamos algumas informações detalhadas sobre isso: 

1. Estava junto ao palácio. Segundo a narrativa bíblica a vinha de Nabote estava localizada num lugar privilegiado, perto do palácio de campo de Acabe, pois o outro palácio ficava em Samaria

1º Re 21.1 “E sucedeu depois destas coisas que, Nabote, o jezreelita, tinha uma vinha em Jezreel junto ao palácio de Acabe, rei de Samaria.” 

2. Estava pronta. Para se cultivar uma vinha era necessário bastante esforço. O profeta Isaías fez uma descrição vívida do trabalho envolvido no preparo, plantio e cultivo de uma vinha (Is 5.1-7). A “vinha” estava localizada nas rampas de uma colina (Is 5.1). A terra era limpa de pedras antes que as mais tenras vinhas fossem plantadas (Is 5.2). Uma torre de vigia provia visibilidade sobre a “vinha” (Is 5.2) e um lagar que é um local para esmagar as uvas que eram talhados de uma pedra (Is 5.2). 

Quanto todos os preparativos haviam sido feitos, a “vinha” estava pronta e em alguns anos esperava-se que produzisse frutos. 

Enquanto isso, a vinha exigia poda regular (Lv 25.3,4). As “vinhas” se localizavam principalmente na região montanhosa e nos montes mais baixos. A Bíblia menciona a “vinha” em Timna (Jz 14.5), Jezreel (1º Rs 21.1) e até em En-Gedi (Ct 1.14). 

3. Tinha valor. Para Nabote sua vinha tinha um valor significativo, que ultrapassava o dinheiro e até mesmo a troca por outra vinha melhor (1º Rs 21.2), visto que a recebera como herança dos seus pais, como ele mesmo professa:

1º Re 21.3 “Porém Nabote disse a Acabe: Guarde-me o Senhor de que eu te dê a herança de meus pais.”

O Aurélio diz que herança é “bem, direito ou obrigação transmitidos por via de sucessão ou por disposição testamentária”. A vinha, no entanto, não era propriedade (herança) particular de Nabote, mas de sua parentela. É possível que Nabote fosse o homem mais velho da família ou aquele que cultivava a terra, mas nem por isso, podia tomar sozinho a decisão de trocar ou vender a propriedade. Ademais, a lei de Israel estabelecia que a herança não podia ser vendida, pois era considerado um dever manter em família a terra de seus ancestrais (Lv 25.25-28; Nm 27.1-11; Nm 36.7-9). Em casos de pobreza extrema, as propriedades podiam ser arrendadas, mas deviam ser devolvidas ao proprietário no ano do Jubileu (Lv 25.10,13,28). 

II. A COBIÇA E OS MALES QUE A ACOMPANHAM 

A Bíblia nos mostra que os pecados de Acabe não se resumiram ao casamento pagão e a idolatria. Este rei perverso também cometia injustiças sociais. Acabe cobiçou a vinha de Nabote e intentou adquiri-la. A palavra “cobiçar” no hebraico “epithumeõ” significa, “fixar o desejo em” (formado de epi, “sobre”, usado intensivamente, ethumos, “paixão”), quer de coisas boas ou ruins, por conseguinte, “almejar, desejar ardentemente, ambicionar”, é usado em (At 20.33) com o significado de “desejar mal”, acerca de “desejar dinheiro e vestuário”. 

1. A cobiça a luz do Antigo Testamento. A Lei de Moisés condenava esse pecado, que aparece descrito no Decálogo (Dez mandamentos) “Não cobiçarás” (Êx 20.17). O texto deixa claro que coisa alguma pertencente a outrem, deve ser desejado. Foi motivado pela cobiça, que Acabe tentou adquirir as terras de Nabote a dinheiro ou em troca de um vinhedo melhor (1º Rs 21.2). 

Mas, como já vimos, Nabote recusou-se negociar, sob a alegação de que aquelas terras faziam parte da herança da sua família (I Rs 21.3). Acabe, embora com relutância e tristeza, já se dispunha a aceitar a decisão de Nabote (1º Rs 21.4). No entanto, Jezabel sua ímpia esposa, não concordou com isso (1º Rs 21.5-7). Por isso dispôs-se junto ao seu marido, realizar uma estratégia diabólica para apropriar-se da vinha de Nabote. A cerca da influência de Jezabel sobre Acabe o escritor sagrado nos diz: “Porém ninguém fora como Acabe, que se vendera para fazer o que era mau aos olhos do SENHOR; porque Jezabel, sua mulher, o incitava” (1º Rs 21.25). 

2. A cobiça e seus males. Quase sempre, o desejo desordenado da cobiça provoca alguma ação para que o cobiçoso adquira o que quer, ou para que persiga o possuidor do objeto ou da pessoa cobiçados. O ímpio rei Acabe, é um exemplo clássico da cobiça e seus males. Para resolver a sua frustração de não ter conseguido possuir a vinha de Nabote, a rainha Jezabel escreveu uma carta com o selo do rei (para parecer que a correspondência fosse enviada por ele) aos anciãos e nobres daquela cidade onde Nabote morava. Nesta carta, Jezabel pediu que forjassem acusações contra Nabote (1º Rs 21.8-10). Os anciãos transgrediram a lei (Êx 23.1-3), pois arranjaram dois indivíduos de mau caráter, possivelmente comprados pela rainha, acusaram Nabote de blasfêmia, o que seria suficiente para a execução dele (Lv 24.15,16). O terrível plano foi cumprido sem nenhum impedimento. Para que não houvesse dificuldades futuras com a herança de Nabote, ele e seus filhos foram apedrejados (2º Rs 9.26). Perceba quais os males que seguiram a cobiça deste casal: 

MENTIRA. Os anciãos resolveram atender aos intentos de Jezabel. Como podemos ver sempre há homens prontos a venderem seu testemunho por dinheiro a fim de que sirva aos maus propósitos daqueles que os alugam. “E os homens da sua cidade, os anciãos e os nobres que habitavam na sua cidade, fizeram como Jezabel lhes ordenara, conforme estava escrito nas cartas que lhes mandara” (1º Rs 21.11). 

FALSO TESTEMUNHO. O veredito de morte já estava predeterminado, por Jezabel. Mas, era necessário elaborar um falso julgamento com um simples aspecto de justiça, para que, à vista do povo, desse a impressão de ser um julgamento leal, arranjou-se duas testemunhas, conforme pedia a Lei (Dt 17.6,7); mas eram falsas. “E ponde defronte dele dois filhos de Belial, que testemunhem contra ele” (1º Rs 21.10-a). 

ASSASSINATO. Por fim, a trama culminou na execução de Nabote, pois o levaram para fora da cidade e o apedrejaram. A injustiça estava claramente executada, pois Nabote foi executado por um crime que jamais cometeu “Então mandaram dizer a Jezabel: Nabote foi apedrejado, e morreu” (1º Rs 21.14). 

3. A cobiça a luz do Novo Testamento. A cobiça é alistada entre os pecados destacados por Paulo (Ef 4.19). Aparece na lista dos vícios dos povos pagãos (Rm 1.29). Apesar de não ser especificamente alistada entre as obras da carne (Gl 5.19-21), a cobiça é uma das causas de várias obras carnais, como o adultério, o ódio, as dissensões, etc., devendo ser incluída entre as “tais coisas” que Paulo mencionou, e que não permitem que uma pessoa chegue ao reino de Deus “…que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus” (Gl 5.21). 

III. A MENSAGEM DE JUSTIÇA DO PROFETA ELIAS 

Em vez de se contrapor a Jezabel que havia utilizado de sua autoridade, transgredindo a lei e ordenando a execução do de Nabote e sua família, o rei Acabe consentiu com os injustos atos de sua perversa esposa, a fim de apossar-se do objeto da sua cobiça, a vinha de Nabote, o que fez logo em seguida “E sucedeu que, ouvindo Acabe, que Nabote já era morto, levantou-se para descer para a vinha de Nabote, o jezreelita, para tomar posse dela” (1º Rs 21.16). Todavia o que o casal tramara em oculto, o Deus de Israel estava para revelar. A Bíblia diz que o Senhor enviou o profeta Elias novamente para confrontar Acabe, dessa vez na vinha de Nabote (1º Rs 21.17,18). O rei já havia recebido uma palavra de sentença de morte de um profeta desconhecido “a tua vida será em lugar da sua vida” (1º Rs 20.42); também do profeta Micaías “…se tu voltares em paz, o Senhor não tem falado por mim” (1º Rs 22.28); e por conseguinte por meio do profeta Elias que anunciou que Acabe morreria e que aconteceria com o seu corpo o mesmo que aconteceu com o de Nabote“No lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabote lamberão também o teu próprio sangue” (1º Rs 21.19-b) e ainda acrescentou o castigo acerca da sua mulher e da sua descendência (1º Rs 21.23,24). O que aconteceu a seu tempo como fora predito (1º Rs 22.34-38; 2º Rs 9.34-36; 2º Rs 10.1-10). 

IV. COMO DEUS AGE ANTE AS INJUSTIÇAS 

A partir da história de Nabote, podemos concluir que Deus não fecha os olhos as injustiças cometidas pelos homens, pois Ele é justo (Rm 1.17; 10.3; Jo 17.25; Sl 116.5; 2ª Tm 4.8). A justiça é a santidade de Deus em ação, relativamente aos homens. Na sua justiça, Ele zela pelo cumprimento das suas leis e normas dadas aos homens. Na sua santidade e verdade, Deus não pode revogar a sua própria Palavra, nem a sentença imposta aos transgressores, porque elas são imutáveis como Ele o é, a menos que estes se arrependam e abandonem suas práticas pecaminosas. A justiça de Deus leva o homem, que vive deliberadamente em pecado, ao juízo divino (Dt 1.17).

Quanto as injustiças Ele age com: 

IMPARCIALIDADE (sem fazer acepção de pessoas) (Dt 10.17; 2º Cr 19.7; Rm 2.11; Ap 20.12). 

JUSTIÇA (Êx 34.7; Nm 14.18; Na 1.3). 

MISERICÓRDIA para aqueles que se arrependem, livrando-os da condenação (Jr 18.7,8; Jn 3.4-10; Jl 2.12-14; At 3.19; 17.31). 

CONCLUSÃO: Concluímos dizendo que esta lição nos alerta a termos cuidado com a cobiça. Esse terrível sentimento não pode encontrar guarida no coração do salvo, do contrário poderá conduzi-lo a perdição. Aqueles que enveredam por esse caminho, receberão a devida recompensa, pois Deus julgará os segredos dos homens naquele Dia (Rm 2.16; 1º Co 14.25). 

REFERÊNCIAS

CHAMPLIN, R.N. Enciclopedia de Bíblia Teologia e Filosofia. HAGNOS.

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

ADEYEMO, Tokunboh. Comentário Bíblico Africano. MC

BERGSTEN, Eurico. Teologia Sistemática. CPAD.

VINE, W.E et al. Dicionário Vine. CPAD.