“Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos” (Ap 20.5-6).
Em Apocalipse
11.15, o anjo toca trombeta anunciando ao mundo inteiro que o Milênio irá
começar: “O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes,
dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele
reinará pelos séculos dos séculos” (Ap 11.15).
Com o fim da
batalha do Armagedom, se iniciará um tempo sem igual na história. Cristo
implantará Seu Reino sobre toda a Terra. Todas as nações, povos e línguas
estarão sob o governo do Messias (Mt 1.22-23).
O milênio não é uma fantasia nem uma criação poética. É o reino de Deus que o Senhor Jesus Cristo, juntamente Sua Igreja, implantará neste mundo logo após a Grande Tribulação.
I. O QUE É MILÊNIO
O termo “milênio”
não aparece na Bíblia, mas provém de duas palavras latinas: “Mille” que
significa “mil”, e “annum” que significa “anos”. O período de mil anos é
mencionado no capítulo 20 do livro do Apocalipse. O milênio de Cristo se dará
após a segunda vinda de Cristo em glória, e antes da destruição do velho céu e
da velha Terra. Os crentes em Cristo devem saber que o milênio é uma doutrina
essencialmente bíblica e consistentemente teológica.
O Milênio
preparará a Terra para o estabelecimento do reino eterno de Cristo, conforme as
promessas das Sagradas Escrituras, será o esplendoroso reinado de Cristo na Terra
por mil anos (Ap 5.10; 20.4-7; Is 65.20, 20, 25; Dn 2.35, 44; Lc 1.32, 33).
Ocorrerá após a volta de Jesus, (Ap 20.1-7). Trata-se de um reino literal, cujo
principal objetivo é a exaltação de Jesus não somente como Messias de Israel,
mas como o Desejado de todas as nações (Ag 2.7).
O milênio pode ser considerado ainda a manifestação plena do Reino de Deus na Terra. E isto nada tem a ver com a doutrina de algumas seitas que, renegam as verdades bíblicas acerca do arrebatamento da Igreja, ensinam que este mundo haverá de melhorar, pouco a pouco, até transformar-se num paraíso.
II. QUANDO SERÁ O MILÊNIO
1. A última
dispensação.
O Milênio não é ainda o fim e nem a consumação de todas as coisas. O milênio
será a última dispensação na história deste mundo. O milênio também pode ser
considerado ainda a “Dispensação da Plenitude dos Tempos”, quando Jesus
estabelecer o Seu reino.
Muitos teólogos afirmam que a Terra foi recriado em 6 dias, de acordo com o relato de Genesis 1, e no 7º dia descansou o Senhor Deus. Afirmam também que a Terra deve durar 6 mil anos, com um dia para cada ano e no 7º será o descanso, ou seja, mil anos de paz. Passados seis mil anos após a criação de toda criação da Terra, ocorreria a Segunda Vida de Cristo a Terra, que marcaria o termino de todos os Impérios Mundiais terrenos, dando início o reino de mil anos de Cristo com Seus santos nessa terra, isso entre a Sua segunda vinda e o julgamento final, ou seja, a Terra teria uma duração de 7 mil anos e seria destruída para a criação do novo céu e da nova terra (Ap 21).
2. A Nova Aliança
durante o milênio.
A Nova Aliança é um conceito teológico que se relaciona com o reinado de mil
anos de Cristo, o Milênio, de acordo com a Bíblia. Esta nova aliança não é o 'Novo
Testamento, como muitos dizem, trata-se de uma aliança no milênio, Deus
estabelece um novo coração para Israel, uma conversão genuína e autêntica.
A obra da Nova
Aliança, a morte e ressurreição de Jesus para reconciliar os corações com Deus já
foi realizada na cruz do Calvário. Entretanto, Israel por ter rejeitado o
Messias, ainda está separado de Cristo, portanto ainda não vimos o cumprimento
completo. Veja a profecia de Jeremias 31.33 diz: “Porque esta é a aliança que
farei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o Senhor: Na mente lhes
imprimirei as minhas leis, também no seu coração as inscreverei; eu serei o
Deus deles, e eles serão o meu povo.” O profeta Ezequiel 36.28 dá mais
detalhes: “Vocês habitarão na terra que eu dei aos seus pais. Vocês serão o meu
povo, e eu serei o seu Deus.” Isaías 59.20–21 “E virá um Redentor a Sião e aos
que se desviarem da transgressão em Jacó, diz o Senhor. 21 Quanto a mim, este é
o meu concerto com eles, diz o Senhor: o meu Espírito, que está sobre ti, e as
minhas palavras, que pus na tua boca, não se desviarão da tua boca, nem da boca
da tua posteridade, nem da boca da posteridade da tua posteridade, diz o
Senhor, desde agora e para todo o sempre.”
Hoje, Israel está separado de Deus por ter rejeitado a Cristo, mas naquele dia eles irão reconhecer Jesus como o Messias e se converterão ao Senhor. Assim, vemos que a nova aliança será plenamente operante, demonstrando em todo o mundo, e mui particularmente na Palestina suas bênçãos, resultando em que a maioria dos homens do mundo buscarão a Deus e aprenderão a Sua justiça.
3. O milênio será
após a Grande Tribulação. No evangelho segundo Mateus, Jesus apresentou a
realidade da Grande Tribulação (Mt 24.21). No verso 28, Jesus retrata o que
estará acontecendo na Sua vinda usando a ilustração dos abutres atraídos pela
matança, referindo ao Armagedom (Ap 19.11-21). Prosseguindo no v. 29, dá a
entender que a Sua vinda será logo depois da tribulação daqueles dias. No verso
30, Ele fala de Sua vinda visível: “Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do
Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo
sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.”
O milênio terá
início no final da Grande Tribulação, quando Nosso Senhor Jesus Cristo, na
companhia de todos os Seus santos (Igreja e Seus anjos), houver aniquilado o
dragão (diabo), o falso profeta e a besta (Anticristo), (Ap 19.11-21). O
milênio, por conseguinte, dar-se-á, logicamente, depois do arrebatamento da Igreja
(1ª Ts 4.16-17).
Neste período, Satanás estará amarrado até que se completem os mil anos. Em seguida, importa que ele seja solto por um pouco de tempo, até que seja definitivamente lançado no lago de fogo (inferno) (Ap 20.2, 7, 10).
4. O milênio será
último reino na Terra. “Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará
um reino que não será jamais destruído; e esse reino não passará a outro povo;
esmiuçará e consumirá todos estes reinos e será estabelecido para sempre. Da
maneira como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem mãos, e ela esmiuçou
o ferro, o cobre, o barro, a prata e o ouro, o Deus grande fez saber ao rei o
que há de ser depois disso; e certo é o sonho, e fiel à sua interpretação.” (Dn
2.44,45).
Nas visões que da
parte de Deus lhe foram enviadas o profeta Daniel viu uma sucessão de quatro
impérios mundiais, e também a queda de todos esses reinos.
Qual o significado
de que a pedra seria “cortada sem auxílio de mão”? A pedra representa Cristo
(Mt 16.18), ela foi “cortada sem auxílio de mão”, ou seja, sem auxílio humano,
mas pelo próprio Deus (Dn 2.45; 7.13-14). Daniel viu que este último reino a
ser estabelecido na Terra é o reino de Cristo quando Ele for revelado, vindo do
céu, vingando-se do Anticristo, o qual será destruído juntamente com o falso
profeta e ainda efetuará o julgamento das nações (2ª Ts 2.8).
Quando Cristo
voltar a Terra, Ele trará juntamente consigo os santos, revestidos de corpos
gloriosos, pessoas essas que morreram em Cristo desde o tempo de Abel (Ap 1.7;
Jd 14.15). Estes estarão com Cristo na administração dos reinos e governo da
Terra (Ap 11.15). Os judeus perderão grande parte da população durante a Grande
Tribulação (Zc 13.8-9). Tendo Cristo como seu Messias e cabeça, Israel
tornar-se-á nação líder do mundo e não mais cauda. Assim sendo, os habitantes
da Terra durante o milênio consistirão de salvos em Cristo. Os santos
ressuscitados, os judeus que abraçaram a fé em Jesus e as nações simpatizantes.
“Mas os outros
mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira
ressurreição. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira
ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes
de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos” (Ap 20.5-6).
Há uma ideia entre o povo de Deus que a ressurreição será em só momento. Mas na realidade não será assim. A ordem é a seguinte: A primeira ressurreição é inaugurada por Jesus Cristo, que é as primícias dos que dormem (1ª Co 15.20, Cl 1.18). Seguindo a sequência os que são de Cristo por ocasião da sua vinda (1ª Co 15.23; 1ª Ts 4.16-17), e sete anos depois os mártires da Grande Tribulação (Ap 6.9-11; 20.4). Portanto, a primeira ressurreição abrange da ressurreição de Cristo, até os mártires da Grande Tribulação. Esta “Bem-aventurança” é aplicada a “ressurreição dos justos”. O bem-estar e a felicidade dos justos advêm deste acontecimento.
5. Quem estará na Terra
durante o milênio. Haverá
duas classes de pessoas: 1. Glorificados, isto é, a Igreja a noiva do Cordeiro.
2. Não glorificados. Os glorificados são os crentes do AT e NT e os não glorificados
são os judeus sobreviventes da Grande Tribulação, gentios remanescentes das
nações e os nascidos no Milênio.
Portanto, estarão na Terra, durante o milênio, os mártires da Grande Tribulação (Ap 20.4-6; 12.15), os judeus salvos pelo Senhor na Grande Tribulação (Mt 25.34), e os gentios que houverem sobrevivido à Grande Tribulação e ao Juízo das nações (Mt 25.31-41). A Igreja, estará, juntamente com Cristo, regendo o mundo. Afinal, dele receberemos está promessa (Ap 2.26-27; Ap 5.9-13).
III. COMO SERÁ O MILÊNIO
1. O mundo em geral no milênio. É evidente que multidões nascerão durante o Milênio (Zc 8.4-6; Is 65.20; Mq 4.1-4). Os mortais continuarão a viver na Terra e a ter filhos durante o Milênio. Todas as nações do mundo irão a Jerusalém buscar a Lei do Senhor (Is 2:2-4; Zc 14:16-19). Durante o Milênio o mundo se encherá do conhecimento do Senhor (Is 11.9). Será um período de verdadeira paz sobre a Terra (Ap 20.1-3). O Senhor Jesus governará toda Terra (Zc 14.9) e reinará de Jerusalém (Is 2.2-5). Nesta época haverá muita fertilidade no solo (Am 9.13-14) e não haverá desertos (Is 35.1-6). Os animais selvagens voltarão a ser dóceis (Is 11.6-9; 65.25) e as armas se converterão em implementos agrícolas (Is 2.4; Mq 4.3). Haverá longevidade para os seres humanos (Is 65.20) e aumentará o índice de natalidade (Zc 8.5; 10.8). No Milênio haverá abundância de saúde (Is 33.24; 35.5-6) e muita prosperidade (Is 65.21). Neste tempo haverá abundância de salvação (Is 33.6; Zc 9.16) e paz entre as nações (Mq 14.3). Durante o Milênio haverá grande derramamento do Espírito Santo (Is 44.3; Ez 39.29; Zc 12.10). O Egito será uma nação temente a Deus e unida com Israel (Is 19.21-25).
2. A vida espiritual
durante o milênio.
Milênio será um reino não só de bênçãos espirituais, como também matérias, pois
a glória do Senhor encherá a Terra (Sl 72) e o Espírito Santo será derramado
sobre toda a carne.
Durante o Milênio haverá grande
derramamento do Espírito Santo (Is 44.3; Ez 39.29; Zc 12.10). No dia do
Pentecoste Pedro declarou aos judeus dizendo: “E nos últimos dias acontecerá,
diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda a carne; e os vossos filhos
e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos
velhos sonharão sonhos.” (At 2.17).
No dia do
Pentecoste o Espírito Santo foi derramado sobre todos os que estavam reunidos em
oração em Jerusalém, note que Pedro continua dizendo que a promessa do Espírito
Santo também seria “para a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos
quantos Deus, nosso Senhor, chamar.” (At 2.39).
Aos vossos filhos
refere-se aos Judeus, e a todos que estão longe refere-se aos gentios. Porém, o
Espírito Santo é derramado hoje somente aos que creem no Senhor e Salvador
Jesus Cristo. Porém, a profecia cumpriu-se em partes, mas no milênio ela será
cumprida plenamente, isto é, todos os que estiverem no milênio com Cristo Jesus
serão cheios do Espírito Santo.
O mundo em si não conhece o Espírito Santo. Mas, no Milênio será diferente, todos conhecerão o Senhor e haverá santidade ao Senhor e aí vai se cumprir o que Joel profetizou (Jl 2.28-29; Is 32.15; Êx 36.27 39.22; Zc 12.10; At 2.19-20).
3. Como será a Terra no milênio. Isaías 43.20 “Os animais do campo me servirão, os dragões e os filhos do avestruz; porque porei águas no deserto e rios, no ermo, para dar de beber ao meu povo, ao meu eleito.”
O capítulo 43 fala da restauração da Terra no reino milenial. Os desertos desaparecerão e haverá abundancia de águas e de árvores.
Na visão de Ezequiel 47.7-10, encontramos uma descrição detalhada do rio da vida que fluirá do templo durante o milênio. As águas que saiam do templo corriam para o mar morto, transformando a água salgada em água doce. Esta água representa a cura espiritual e física que fluirá para as nações durante o reinado de Cristo.
“... para o oriente”. Ou seja, para a Palestina, os vales da Galileia e do Jordão, até o Mar Morto e dali até o Golfo de Ácabá.
4. O conhecimento do Senhor será universal. Tal qual hoje prevalece o mal entre muitas nações que jazem nas trevas da idolatria, naquele tempo a justiça prevalecerá e todas as nações conhecerão o nome de Jeová (Ml 1.11; Is 11.9). Durante o milênio, será estabelecido um padrão divino onde os moradores da Terra adorarão o ao Rei dos reis, o Senhor dos Exércitos.
IV. CRISTO NO MILÊNIO
1. O reinado de Cristo. Ao soar a 7ª trombeta, o governo da Terra ficará a cargo de Cristo: O Rei dos reis e Senhor. Portanto, no Milênio, Cristo Jesus estará presente na Terra em pessoa e se assentará sobre o trono de Davi (Is 2.1-5). Ele reinará sobre toda a Terra (Sl 72.6-11; Zc 14.9). Seu reino será caracterizado por duas coisas: paz universal (Sl 72.7; Is 2.4; Mq 4.3), e justiça universal (Is 11.4-5; Jr 23.5-6). O Reino de Cristo será Universal (Is 2.2-4; 11.10-12; Zc 8.22-23; Jr 3.17; Is 60.3 e 66.20). O Senhor Jesus reinará com cetro de ferro (Ap 19.15). Julgará as nações que não andarem conforme a Sua vontade (Zc 14.17-19).
O Reino de Cristo será estabelecido na Terra e tem como finalidade estabelecer a justiça, obediência, santidade, verdade, plenitude do Espírito Santo, cumprimento da Nova Aliança, derramamento do Espírito Santo sobre toda a carne, aprisionamento de Satanás, eliminação dos ímpios, fazer com que Israel veja o Senhor em Sião, conhecimento universal do Senhor e submissão dos gentios à Cristo.
2. Mil anos de Paz. Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vô-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” (Jo 14.27).
Hoje os esforços
humanos para promover a paz entre os homens são vãos. Porém chegará o dia em
que o Príncipe da Paz estabelecerá a perfeita harmonia entre as nações. Não
haverá mais necessidade de forças armadas, pois Cristo será o protetor de todas
as nações.
Jesus promete uma
paz que vem através de Sua morte e ressureição. No milênio os homens
desfrutaram de uma perfeita paz, harmonia, pois será um tempo em que o Príncipe
da paz terá domínio sobre os povos. Há passagens do Antigo Testamento que
narram a respeito de um período de plena paz, sob o reinado do Messias na Terra
(Zc 14.9). Este será um período de paz até mesmo para os animais da terra, pois
o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; o
bezerro, o leão e o animal cevado andarão juntos, o leão comerá palha como o
boi (Is 11.6-9).
O reinado de do Messias comandará a paz mundial, quando judeus e gentios se unirão para adorar o Senhor.
3. A forma de
governo será teocrática. A Terra nesse tempo será regida nem por monarquia nem
democracia, mas sim por teocracia (Dn 7.13-14), isto é, o próprio Deus regerá o
mundo na pessoa de Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo (Lc 1.32-33).
Algumas passagens das Escrituras indicam que o rei Davi, de cuja linhagem veio Jesus, segundo a carne, tomará parte no governo de Israel já restaurado servindo como príncipe ou correagente (Jr 30.9; Ez 37.24, 25; Is 2.2). Cristo também disse a seus discípulos que se assentariam em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel (Mt 19.28).
V. A IGREJA NO MILÊNIO
“Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos”. (Ap 20.6).
Segundo o capítulo
20 do Apocalipse, o último livro da Bíblia, os santos viverão e reinarão com
Cristo durante o Milênio.
Durante o Milênio, a Igreja estará com Cristo para reinar (Ap 5.9-10; 20.4-6) com Ele sobre as tribos de Israel (Mt 19.28). Paulo confirma essa missão da Igreja durante o Milênio: “se perseveramos, também com ele reinaremos” (2ª Tm 2.12). No Milênio os remidos em Cristo tomarão parte da adoração, esse será o momento no qual a oração “venha a nós o Teu Reino” (Mt. 4.17) será respondida. Nesta época a Igreja já estará glorificada, isto é, os santos crentes estarão revestidos dum corpo como o do Senhor Jesus (Fp 3.21), que se locomove sem obstáculos e barreiras (Lc 24.30-43; Jo 20.19-27). Em Mateus 17.1-6, vemos que Moisés e Elias não estavam sujeitos às limitações físicas, da mesma forma estará a Igreja no Milênio; aliás, não só no Milênio, mas, para toda a eternidade. Nenhum mortal poderá descrever a glória futura da Igreja do Senhor, nem mesmo as imaginações mais férteis; porque são coisas que: “Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1ª Co 2.9).
VI. ISRAEL NO MILÊNIO
1. O que acontecerá
com Israel?
A aliança de
Deus com Davi estabelecia que a linhagem de Davi nunca morreria e que o
herdeiro de Davi reinaria em Israel para sempre. Os estudiosos da Bíblia
concordam que Jesus cumpriu essa aliança, mas na Sua volta em glória Israel se
converterá a Cristo (Ez 36.16-38; Zc 12.10-13; Rm 11.25-26). Quando eles se
arrependerem o Senhor Deus os purificará, irá restaurá-los espiritualmente e
porá o seu Espírito dentro deles (Ez 36.25-27).
No Milênio, todas as 12 tribos serão reunidas sob um líder. Israel (Reino do Norte) e Judá (Reino do Sul) serão um reino novamente. Zacarias diz que o Messias purificará Seu povo, chamará Israel de “meu povo” e Israel responderá: “Yahweh é meu Deus”. Todos eles serão trazidos de volta sob a dinastia davídica como nos dias antigos. Davi voltará a governar um reino e uma nação, como se o reino dividido nunca tivesse existido. Israel como nação adorará seu Messias.
2. A sede do
governo de Cristo.
A capital do mundo será Jerusalém, a desprezada cidade tantas vezes pisada
pelos exércitos invasores (Is 2.2). Esta cidade será totalmente restaurada
cumprindo-se a visão do salmista Davi que disse: “Grande é o Senhor e mui digno
de ser louvado na cidade de nosso Deus, Seu santo nome, belo e sobranceiro é a
alegria de toda a terra, o monte Sião para todos os lados do norte a cidade do
grande Rei. Nos palácios dela Deus se faz conhecer como alto refúgio” (Sl
48.1-3).
Jerusalém será a
sede do governo messiânico como também o centro de adoração divina (Zc 14.16).
Jerusalém se chamará beulá, que significa “meu prazer está nela”, e Beulá
significa “Desposada”, esses nomes indicam que Deus renovou seu concerto com
Jerusalém tudo nos mostra que Israel sempre foi à menina dos olhos de Deus e o
centro geográfico do mundo. Jerusalém não será mais chamada Shemamá (Assolada),
mas Beulá, (casada) (Is 62.4).
As nações do mundo não terão supremacia, exceto Israel que será a cabeça das nações, sendo Jerusalém a capital.
3. O território de Israel. Sabemos que a terra prometida a Abraão em Gênesis 15.18-20 e Números 34.1-12., jamais foi totalmente ocupada por esta nação, nem mesmo durante os prósperos reinados de Davi e Salomão. A concessão original estende-se do rio Egito até o rio Eufrates. As referências de Dt 11.24 e Ez 47.18 mencionam o mar Ocidental (Mediterrâneo) e o mar Oriental, que possivelmente refere-se ao Oceano Índico.
4. A Palestina nos
dias do milênio.
Já antes que Israel entrasse na terra de Canaã, Deus já havia chamado de terra
de trigo e cevada, figueiras e romaneiras, terra de oliveiras, de azeite e mel
(Dt 8.8).
Antes de os israelitas entrarem na terra prometida, Moisés explicou as consequências da obediência e da desobediência às leis de Deus. “E será que, se diligentemente obedecerdes a meus mandamentos que hoje vos ordeno, de amar ao Senhor vosso Deus, e de o servir de todo o vosso coração e de toda a vossa alma. Então darei a chuva da vossa terra a seu tempo, a temporã e a serôdia, para que recolhais o vosso grão, e o vosso mosto e o vosso azeite.” (Dt 11.13-14).
Assim que Israel
entrou na terra prometida esqueceu-se de Deus e de Seus mandamentos e a bênção
lhe foi retirada, a qual resultou na retenção das chuvas e durante séculos esta
terra permaneceu abandonada, sendo verdadeiramente arruinada. Hoje pelo restabelecimento
de Israel, a Palestina e o emprego de métodos modernos e científicos de
agricultura, a terra está novamente florescente. As águas do Jordão foram
canalizadas em direção ao sul até o deserto de Negueb, esse ermo está agora
transformando em producentes fazendas de toda espécie.
As chuvas temporã e serôdias, já voltaram a regar a terra, cremos que tudo isso que está acontecendo hoje é prenúncio das bênçãos que se evidenciarão ali durante os mil anos de paz sob o regime de Jesus Cristo (Is 35.1; Ez 36.8.11).
5. A cidade milenar. De acordo com Ezequiel 48.1-35, a repartição do território de Israel entre as doze tribos, estender-se-á do Oeste ao Leste, a partir da tribo de Dã no norte e terminando com Gade no sul. Colocada entre as tribos de Judá e Benjamim, haverá uma área conhecida como região Santa, um território de extensão. É interessante notar que as tribos de Judá e Benjamim, que eram as mais leais a Davi no tempo da divisão do reino, agora achar-se-ão em lugar mais privilegiado quanto à proximidade da região Santa.
6. O templo de Jerusalém. O templo em Jerusalém será reconstruído (Is 44.26-28). O templo que na época da Grande Tribulação fora reconstruído, com ajuda do Anticristo, segundo Apocalipse 11.2, ficará sendo um templo profanado pelos gentios, mas no mesmo livro do Apocalipse 11.13, dá a nos entender que nessa hora o templo profanado pelo Anticristo e pelos gentios, fora destruído pelo grande terremoto que matou 7 mil homens (Ap 11.13).
7. O culto de
adoração na época do milênio. O profeta Ezequiel teve uma visão
extraordinária sobre a ordem dos acontecimentos, tanto civil como religioso
durante o milênio. Essa visão traz uma descrição detalhada do próprio santuário
dos sacerdotes e levitas e as instruções minuciosas para os sacerdotes e ao
povo, quanto ao culto celebrado a Jeová (ver Ez 40.1-44).
Sofonias 3.9 e Isaías 45.13, afirmam que no Milênio a linguagem e a adoração serão puras. A pura adoração será possível por causa da maravilhosa presença de Deus (Ez 37.27.28).
VII. O FIM DO MILÊNIO
O fim do milênio marcará também o fim de todas as dispensações terrestres e o fim do tempo.
1. Satanás será
solto por pouco tempo. Ap 20.7-10 “E, acabando-se os mil anos, Satanás será
solto da sua prisão, 8 E sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro
cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as
ajuntar em batalha. 9 E subiram sobre a largura da terra, e cercaram o arraial
dos santos e a cidade amada; e de Deus desceu fogo, do céu, e os devorou. 10 E
o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a
besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o
sempre.”
Mil anos se passam entre os vs.6 e 7. Então encerrando-se a dispensação de paz sobre a Terra, o inimigo de Deus, de Cristo e dos homens será solto do poço do abismo por um pouco de tempo.
2. Qual a
finalidade de Satanás ser solto final do milênio? Mais uma vez
Satanás irá promover uma rebelião de ordem mundial, e irá enganar muitos cujo
número será como areia do mar. Esta será a última rebelião de proporção mundial,
conhecida como Gogue e Magogue.
Depois de tanto mal
e sofrimento que Satanás já fez, porque soltá-lo? Se em todos os seres humanos
foram tentados na sua vida terrena, no milênio Deus irá soltar Satanás de sua
prisão para tentar e provar a fidelidade de cada habitante milenar; para
mostrar que o homem apesar de toda prosperidade, abundância e paz, dará ouvido
ao tentador e se levantar-se-ão contra o reinado de Cristo.
Satanás será solto
para provar as pessoas que nasceram durante o milênio. Para mostrar a falta de
sinceridade de alguns que estarão vivendo nesta época; porque mesmo depois de
um Reino tão glorioso, multidões como a areia do mar, seguirão a Satanás na
primeira oportunidade. Assim como Adão e Eva pecaram no ambiente perfeito do
jardim do Éden, da mesma forma uma inumerável multidão rebelará contra Cristo
apesar das bênçãos advindas do Seu reinado milenial. O juízo é tão rápido
quanto à rebelião das nações dos quatro cantos da Terra. A sorte destes
rebeldes e de Satanás está selada nas seguintes palavras: “Mas desceu fogo do
céu, e os consumiu” (Ap 20.9-10). Jesus diz que “o príncipe deste mundo já está
julgado.” Isto é, Satanás será lançado no lago de fogo e enxofre para todo o
sempre, onde está a besta e o Falso Profeta (Ap 20.10). De lá, jamais escapará;
nunca mais tentará ninguém nem fará oposição aos planos de Deus. Satanás terá
como destino final o inferno (Mt 25.41), onde será atormentado eternamente (Ap
20.10).
O livro de Apocalipse mostra que o diabo, o mundo, o anticristo, o falso profeta e todos os ímpios perecerão, mas a igreja triunfará.
VIII. O MILÊNIO TERMINARÁ QUANDO CRISTO ENTREGAR O REINO AO PAI
“Depois, virá o
fim, quando tiver entregado o Reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado
todo império e toda potestade e força” (1ª Co 15.24).
O apóstolo Paulo explica que o fim virá quando Cristo entregar o reino a Deus Pai, depois de ter destruído todo domínio, toda autoridade e todo poder. O último inimigo a ser destruído é a morte.
Deus havia dito a
Noé que nunca mais destruiria a terra por água e essa promessa Deus tem cumprido
à risca. Portanto, esta vez a destruição será pôr fogo como Pedro o revela em
2ª Pe 3.7.12.
Assim como os
salvos da época antediluviana foram guardados dentro da arca, assim Deus
guardará redimidos desta dispensação milênial enquanto a terra é renovada pôr
fogo (Is 51.16).
Pr. Elias Ribas Dr. em Teologia
Assembleia de Deus
Blumenau - SC