TEOLOGIA EM FOCO: janeiro 2023

sábado, 28 de janeiro de 2023

A VOLTA TRIUNFAL DE JESUS

 


 À volta de Jesus em glória é um evento a ser realizado em duas fases. A primeira Ele vira para arrebatar a Sua noiva (Igreja), antes da Grande Tribulação ((1ª Ts 4.17); a segunda, Ele com a Sua Igreja em glória, manifestando-se visivelmente aos olhos do mundo (Ap 1.7). É o glorioso retorno de Cristo que, juntamente com Sua Igreja, virá instaurar, neste mundo, o Reino de Deus, de conformidade com as predições proféticas, os apóstolos e o próprio Cristo (Is 9.6; Dn 7.13; Mt 6.10).

1. A manifestação de Cristo em glória. A palavra “epiphanéia” do grego significa manifestação e aparição que só aparece seis vezes no Novo Testamento, com uso exclusivamente paulino, e todas as ocorrências dizem respeito à vinda de Jesus, desde a encarnação do Verbo (2ª Tm 1.10). O termo é também traduzido por “vinda” em referência ao arrebatamento da Igreja (2ª Tm 4.8). O apóstolo o emprega ainda para se referir à segunda vinda de Cristo em glória: “Conjuro-te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu Reino” (2ª Tm 4.1), ou “pela sua manifestação e pelo seu reino” na tradução ARA. O apóstolo Pedro já usa o termo apokalypsis para se referir a revelação Jesus Cristo em glória (1ª Pe 1.7). Da mesma forma o apóstolo Paulo também usa em referência ao arrebatamento da Igreja: “De maneira que nenhum dom vos falta, esperando a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo” (1ª Co 1.7). 

2. Quando se dará à volta de Cristo em glória. A vinda de Jesus em poder é o momento mais importante da história da humanidade. Enquanto estivermos nos céus, participando das bodas do Cordeiro e recebendo se Suas mãos os galardões, a quem farão jus pelo trabalho que realizaram em prol do Reino de Deus, estará a terra vivendo a septuagésima semana de Daniel (Dn 9.24-27), que profeticamente terá a duração de sete anos, isto é, no final da Grande Tribulação, Cristo virá com Sua Igreja em Glória para estabelecer um Reino Eterno. 

3. Como se dará o retorno triunfal de Cristo. Mateus 24.29,30 “E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.”

O segundo advento de Cristo não será o tranquilo cenário da manjedoura. Será o acontecimento mais dramático e estarrecedor de toda a história do Universo. Conforme as palavras do mestre Jesus, Sua vinda seria precedida por um grande terremoto, os céus hão de estar escuros pelos juízos de Deus, mas naquele momento uma luz brilhante e sobrenatural se propagará pelos céus, assombrando a terra inteira.

Após estes acontecimentos Ele irá descer sobre uma nuvem e aparecer abertamente para todas as nações e tribos e isso cumpre a profecia em Apocalipse: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém! (Ap 1.7).

Essa será a cena do Senhor descendo abertamente sobre uma nuvem, e todos os olhos os verão. Até mesmo os que resistiram e condenaram Deus Todo-Poderoso conseguirão vê-Lo descer sobre uma nuvem, por isso “todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele”. As profecias da volta do Senhor foram quase todas cumpridas agora. A única que falta é a profecia de que Ele descerá abertamente sobre uma nuvem após o desastre.

Esse espetáculo, sem dúvida, será aterrador, milhões de homens e anjos refletindo a glória de Deus e sendo liderados por Cristo montado num cavalo branco, símbolo de um conquistador. No início, o mundo se encolherá de pavor ante esse espetáculo e os exércitos em conflito no Armagedom, logo esquecerão suas divergências; procurarão unir-se e lutar contra os exércitos dos céus.

A vinda de Cristo em glória será antes do Milenio, e acontecerá de forma literal, a fim de cumprir a Palavra a respeito desse evento (At 1.11). 

3. A Identidade de Jesus.

3.1. O Grande Cavaleiro. “Vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça” (Ap 19.11).

No primeiro advento de Cristo na terra, Ele veio para servir (Mt 20.28), montou num jumento (Mc 11.7), foi rejeitado pelo Seu povo (Jo 1.12), foi julgado, condenado (Mt 27.22), humilhado e crucificado (Lc 23.33). Porém, agora, Jesus virá como Rei (Ap -19.16), montado num “cavalo branco” (Ap 19.11), Ele será aceito pelos judeus (Mt 24.22,30), julgará e condenará os seus inimigos (Ap 17.14) e todo joelho se dobrará perante Ele (Fp 2.10).

João vê o céu aberto e Jesus montado em um Cavalo Branco. Ele vem do céu como Messias e vencedor (2ª Ts 1.7-8), para estabelecer a verdade e a justiça (Sl 96.13), julgara as nações e aniquilara mal (Jo 5.30). O cavalo branco é a expressão de honra real, de juízo sobre os seguidores da besta. O cavaleiro deste cavalo branco não deve ser confundido com o mesmo de Ap 6.2, o cavaleiro do primeiro selo. A volta de Cristo nesta secção, vencendo os inimigos, não será um ato de vingança própria ou de manifestação arbitrária. Será sim um ato de justiça, refletindo a fidelidade de Deus. 

3.2. O seu cavaleiro é “Fiel e Verdadeiro”. Este nome é conhecido para João. No princípio do Livro do Apocalipse, Ele fora chamado “a testemunha fiel e verdadeira! (1.5; 3.7; 3.14). Ninguém na terra tem alcançado este nome, porque em todos os imperadores e homens habita o pecado e o engano (Rm 3.4).

Jesus é fiel e verdadeiro, Ele não mente. Podemos confiar nessas promessas porque Deus é fiel e verdadeiro, pois Ele é a verdade (Jo 8.32; Jo 14.6). 

3.3. O nome do Messias. “E os seus olhos eram como chama de fogo; e sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo” (Ap 19.12).

O olhar de Jesus como chamas de fogo, Ele vê todas as coisas, o homem só vê o exterior, mas Ele conhece o nosso interior, nossos pensamentos e atitudes. Não há nada encoberto para aquele que sonda mentes e corações, que “trará à plena luz as coisas ocultas das trevas, e também manifestará os desígnios dos corações” (1ª Co 4.5).

Na Sua crucificação Ele recebeu uma coroa de espinhos dos homens, mas no céu João vê Jesus com diademas, em outras palavras, o sinônimo de diadema é coroa.

A palavra coroa no hebraico é “nezer” que significa “alguma coisa separada”; “uma grinalda”; “consagração”; “coroa”; “separação”. A palavra Diadema no grego é “diadema” é algo que é atado à cabeça. Está diadema ou coroa é algo que está sobre a cabeça, e que simbolizava a realeza ou autoridade de alguém superior aos outros. O significado de diadema na bíblia é visto por dois pontos de visto, primeira a representativa da autoridade do céu e a outra a autoridade na terra.

Na terra foram dados muitos nomes e títulos para Jesus, porém quando Ele se manifestar em gloria para reinar, como Rei dos reis e Senhor dos senhores, terá um nome que ninguém sabia. Pela expressão ninguém sabia, senão ele mesmo, parece que existem partes do caráter do eterno e ilimitado Deus (1ª Tm 6.15,16) que apenas Ele próprio conhece, embora Cristo possa revelar esses assuntos em Sua segunda vinda. Na antiga sociedade, um nome era mais do que um título; ele revelava o caráter de uma pessoa. Portanto, quando Cristo vier em glória as nações conhecerão o verdadeiro caráter de Cristo. 

3.4. As Suas Vestes salpicadas de sangue. “E estava vestido de uma veste salpicada de sangue; e o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus” (Ap 20.13).

Ele traja um vestido salpicado de sangue se refere a duas coisas: a morte redentora de Cristo na Cruz (Ap 7.9), e também de seu pisar no lagar do vinho do furor e da ira do Deus (Ap 19.15; 14.19,20), o sangue dos inimigos no dia da vingança do nosso Deus. Este trecho é uma citação de Isaías 63.1-6, veja também Is 34.8.

“...o nome pelo qual se chama é a Palavra de Deus...”. Essa expressão Somente o apostolo João é que aplica este título a Cristo, o verbo, a palavra (Jo 1.1; 1ª Jo 1.1; 5.7). 

4. Jesus vem com a Igreja. E seguiam-no os exércitos que há no céu em cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e puro. (V. 14).

O Senhor Jesus descerá do céu (cf. 17.14), ao som da trombeta do arcanjo. Todo o olho o verá (Ap 1.7). Os salvos de todas as épocas que já estão no céu (cf. 17.14), descem com Cristo até as nuvens e todos como vencedores, montados em cavalos brancos e com vestiduras brancas (Ap 19.8). Estes exércitos são compostos de anjos, e os santos que constituem a “esposa do Cordeiro” e dos amigos do esposo (Jo 3.29). Em meio as trevas, o céu se encherão de Gloria, o mundo e as nações se lamentarão, ao ver o Senhor vindo com grande poder e Glória.

Judas também descreve este momento sublime dizendo: “Eis que é vindo o Senhor com milhares se seus santos, para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade que impiamente cometeram e por todas as duras palavras que os ímpios pecadores disseram contra Ele” (Jd v. 14-15). 

5. Jesus vem para fazer Juízo. “E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus Todo-Poderoso.” (V. 15).

Espada é o símbolo máximo da força armada e vitória no mundo antigo. O texto nos ensina que a boca do Filho do Homem exerce grande poder, como o de uma espada de dois gumes. É capaz de ferir e matar os inimigos.

A espada aqui representa a Palavra de Deus a Bíblia Sagrada. O escritor da Epístola aos Hebreus que provavelmente a escreveu antes que o Apocalipse fosse composto, coloca desta forma: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” (Hb 4.12).

A única arma existente neste exército é a espada que saía da sua boca (Is 11.4). Não se refere, portanto a nenhuma arma carnal, mas a Sua Palavra viva e poderosa (Is 49.2; Hb. 4.12).

A Palavra é um instrumento de julgamento: “Quem me rejeitar a mim e não receber as minhas palavras já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último Dia. (Jo 12.48).

Jesus vem para pisar no lagar e julgar as nações (Mt 25.31-46). Isaías 63.3, é dito que: “Eu sozinho pisei no lagar …”; e os pisei na minha ira; e os esmaguei no meu furor; e o seu sangue salpicou os meus vestidos e manchei toda a minha vestidura”. Essa cor vermelha aponta para a existência de sangue, até porque as uvas do lagar foram “pisadas na minha ira” disse o Senhor. O texto aponta para o que resulta, ou seja, a consequência da vinda de Jesus Cristo, pois Ele virá para pisar, aniquilar os ímpios, os injustos. Lembramos do texto do Apocalipse 14.19: “E o anjo meteu a sua foice à terra e vindimou as uvas da vinha da terra lançou-as no grande lagar da ira de Deus.”

Ele vem para o julgamento e colocar os seus inimigos debaixo dos seus pés. No momento de tão grande aflição proporcionada pela ação do Anticristo, e juntamente com a Igreja que fora anteriormente arrebatada, Jesus Cristo intervirá no mundo para destruir o Anticristo e o falso profeta (Ap 19.14), fazer cessar a guerra sem proporção na história do mundo e estabelecer um Reino de Paz universal, o Milénio. 

6. A Manifestação do Rei reis. “E na veste e na sua coxa tem escrito este nome: Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.” (V. 16).

Era um costume antigo entre os militares adornarem seus nomes nas suas vestes. Jesus usa as simbologias da época. João vê o Rei dos reis, Ele também tem escrito este nome nas Suas vestes e na Sua coxa. O propósito desta narrativa é exaltar Aquele que é a Palavra de Deus e demonstrar a derrota total das forças do mal. 

7. Um convite para um grande banquete na terra. “E vi um anjo que estava no sol, e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde e ajuntai-vos à ceia do grande Deus para que comais a carne dos reis, e a carne dos tribunos, e a carne dos fortes, e a carne dos cavalos e dos que sobre eles se assentam, e a carne de todos os homens, livres e servos, pequenos e grandes.” (V. 17, 18).

O número de anjos que apareceram para João, conforme mencionado no livro de Apocalipse, foi muito grande, e cada um veio com uma nova missão, ou com uma nova mensagem. Agora ele vê o anjo que estava no sol, ele convoca todas as aves que voam no céu, para um grande banquete. Há um contraste aqui. Enquanto a noiva de Cristo vem de um grande banquete no céu (Ap 19.8), aqui na terra os vencidos servem de alimentos para as aves de rapina. Portanto, a guerra do Armagedom será a maior mortandade jamais conhecida na história (Ap 19.21; Jr 25-29-33), que o anjo convida todas as aves para devorar os corpos dos mortos. Todos os adoradores da Besta, agora serão consumidos. 

8. Jesus vem para socorrer Israel. O primeiro objetivo de Satanás é destruir Israel, para destruir todos os planos de Deus em referência a terra, pois desses planos dependem todos os concertos divinos para o governo do mundo e para a redenção da humanidade (Sl 83.4,13; Dn 2.35). Deus usará Israel para atrair as nações enquanto o Dragão usará as nações para destruí-las.

“Eis que porei Jerusalém como um copo de tremor para todos os povos em redor e também para Judá, quando do cerco contra Jerusalém.” (Zc 12.2).

Zacarias prevê o dia futuro em que Israel será liberto de seus inimigos, quando as nações gentias ímpias serão então destruídas. O profeta está sugerindo que o estabelecimento final do Reino de Deus deverá ser precedido de uma oposição concentrada, mas sem sucesso, contra o povo de Deus.

Jerusalém é representada como um copo de vinho, ou uma bebida forte, que causa tremor. O cerco na guerra significava rodear a cidade para impedir que seus habitantes fugissem e, ao mesmo tempo, recebessem suprimento de água e comida, forçando-os a render-se.

E acontecerá, naquele dia, que farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que carregarem com ela certamente serão despedaçados, e ajuntar-se-ão contra ela todas as nações da terra. (Zacarias 12.2,3).

Jerusalém aqui é comparada a uma pedra de grande peso para todas as nações da terra. O objetivo do Anticristo é destruir os Judeus, mas aqueles que tentaram levantá-la ou removê-la, serão tributados em pedaço.

Zacarias, antevendo a angústia de Israel durante a Grande Tribulação, mostra de que forma o Senhor intervirá em favor de seu povo:

“Eis que vem o Dia do Senhor, em que os teus despojos se partirão no meio de ti. Porque eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém; e a cidade será tomada, e as casas serão saqueadas, as mulheres, forçadas; e a metade da cidade sairá para o cativeiro, mas o restante do povo não será expulso da cidade. E o Senhor sairá e pelejará contra as nações, como pelejou no dia da batalha. E, naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele, para o sul” (Zc 14.1-4).

Quando Israel estiver sitiado pelo exército da besta, aparecerá o Senhor para socorrer os israelitas. O mesmo monte, em que ocorreu a ascensão de Jesus e cujos anjos afirmaram que Ele voltaria do mesmo jeito que subira (At 1.11,12), Seu retorno também será semelhante. Assim como YAWEH livrou Israel do exército egípcios no Mar Vermelho (Êx 14.14; 15.3), abrindo caminho para eles escaparem, assim também o Senhor irá dividir em dois “o Monte das Oliveiras” (Zc 14.4) abrindo um caminho para e o remanescente de Israel escaparem. O povo de Deus haveria de fugir pelo vale entre os montes que se estenderia até Azal (v. 5), como fugiram do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá e aí, sim, o Senhor viria com todos os seus santos (1ª Ts 3.13). 

8. A derrota dos inimigos pelo Rei dos reis. E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos, para fazerem guerra àquele que estava assentado sobre o cavalo e ao seu exército. E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre. E os demais foram mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes.” (Vs. 19-21). 

João vê detalhadamente o fim de todos os impérios mundiais. A besta, juntamente com os dez reis sob seu domínio, que congrega o maior exército jamais visto em todo mundo, após a convocação astuta e bem preparada por Satanás, pelo trabalho dos três espíritos imundos (16.13-14) cuja a finalidade é destruir o remanescente de Israel. Porém, eles não previam uma intervenção divina. O Cavaleiro Branco e Seu exército visivelmente no céu. Uma batalha do bem contra o mal. Agora Cristo no céu e o Anticristo na terra. Jesus não necessita de armas bélicas, mas Ele mesmo derrotará os exércitos do Anticristo com a “Palavra que sai de Sua boca”. O Senhor os vencerá com o assopro de sua boca (2ª Ts 2.8; Is 11.4).

E a besta foi presa e, com ela, o falso profeta, que, diante dela, fizera os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no ardente lago de fogo e de enxofre. Isso mostra que todo o poder terreno chegou ao fim. A vitória de Cristo é completa. 

A derrota de Satanás. Apocalipse 20.1-3 “E vi descer do céu um anjo que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na sua mão. 2- Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. 3- E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que mais não engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo.” 

A vitória na batalha de Armagedom (19.11-21) não será completa apenas com a destruição dos exércitos das nações e ao lançar o Anticristo e o Falso Profeta vivos no lago de fogo e enxofre. É necessário também prender a Satanás, pois ele que estimulou a rebelião que atingiu tanto os céus como a terra.

A derrota final de Satanás está diretamente relacionada à ação da Mulher vestida de sol e se insere no contexto de um contínuo e gigantesco combate entre as forças do bem e do mal que se trava no domínio espiritual, envolvendo os anjos e os demônios e a humanidade inteira, desde períodos imemoriais (Ap 12, 7-9); é uma luta tremenda e incessante entre os espíritos fiéis ao Criador e os sequazes de Satanás, desencadeada pelo orgulho e soberba de Lúcifer em ser maior do que Deus. Expulsos do paraíso e precipitados no inferno, os demônios atuam sobre a humanidade, buscando prostrá-la sob o jugo do ódio, da violência, das guerras, do egoísmo, do prazer, da soberba e da apostasia.

No verso 2, João vê outro anjo descer do céu e tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente. O abismo é a casa de prisão dos espíritos maus (Jd 6; Ap 9.1-2), e os encerrados ali estão expulsos da esfera humana. É o que vai acontecer com Satanás. Ele por mil anos vai ficar fora da esfera humana, não podendo ter nenhuma influência sobre a mesma. Não confundir abismo com lago de fogo.

Os mil anos de Satanás no abismo, não produzirão nenhuma mudança em seu caráter maligno, uma vez que seja liberto provara ser o mesmo antigo diabo. Mas enquanto estiver presa a terra se sentira aliviada, e o reino de Cristo trará paz e prosperidade a todos.

Após a prisão de Satanás, dar-se-á o início do milênio. Neste período, os ímpios mortos permanecerão no Hades, até o julgamento final que acontecerá depois do milênio.

Pr. Elias Ribas Dr. em teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC


sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

A BATALHA DO ARMAGEDOM


“Derramou o sexto a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas águas secaram, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol. Então, vi sair da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs; porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso. (Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua vergonha). Então, os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom” (Ap 16.12-16). 

1. O significado da palavra Armagedom. A palavra Armagedom no hebraico é formada por duas palavras: [הר מגידו] har məgiddô; que significa “Monte Megido”; em grego Ἁρμαγεδών – Harmagedōn. O monte de Megido é um local situado aproximadamente a 30 km ao sul de Nazaré. A raiz da palavra “Megido” significa “derrubar”, “cortar”, “matar”. Outra interpretação da palavra Armagedom é: “abater o alto”, “matança”. De forma profética, Apocalipse revela que, em um “lugar que em os reis de toda a terra habitada serão ajuntados para a guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso. (V. 14). O Armagedom será a batalha final de Deus contra todos os impérios mundiais iníquo, será o palco para as tropas do Anticristo reunidas contra a nação de Israel no final dos tempos e haverá um terrível derramamento de sangue. 

2. Quando acontecerá a batalha de armagedom? Quando faltarem poucos dias para a volta de Cristo em glória a esta terra, o Anticristo irá congregar todas as nações para a batalha do Armagedom, guerra essa que terá por finalidade destruir por completo o povo judeu (Ap 16.13-14). Dentro da maior angustia e desmaiando de terror, Israel será arrastado ao martírio no vale de Jezreel.

Quando essa guerra estiver para começar, no finalzinho da Grande Tribulação, estará terminando e o tempo do Anticristo na terra.

O derramamento da sexta taça da cólera tem uma profunda consequência geopolítica e profética, pois no Apocalipse 16.12 diz: “Derramou o sexto a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas águas secaram, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol” (Ap 16.12). Esse grande rio situa-se na fronteira norte de Israel. O Eufrates é o maior e mais importante rio da Ásia ocidental. Ele nasce nas montanhas da Armênia e desemboca no Golfo Pérsico. Ele forma a fronteira natural e protetora entre Israel e os povos a leste.

O significado do Eufrates como fronteira natural e espiritual desaparecerá, portanto em breve, quando a sexta taça da cólera de Deus for derramada sobre o mundo. O grande rio irá secar ficando sem esta barreira, e então Israel estará no maior perigo.

Todos os reis da terra serão ajuntados contra Israel: “E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom.” (Ap 16.16). “Multidões, multidões no vale da decisão” (Jl 3.14).

Por causa dessa história, o vale do Armagedom se tornou um símbolo do conflito final entre Deus e as forças do mal. 

3. Como estará Israel neste dia? “Os exércitos do Anticristo se reunirão para destruir Israel, no vale do Armagedom: “E os congregaram no lugar que em hebreu se chama Armagedom” (Ap 16.16). O objetivo é exterminar Israel. A batalha durará só um dia. Será uma batalha em que Israel não terá condições de vencer pelas armas humanas. Um terço dos judeus morrerá (Zc 13.8), mulheres serão violentadas (Zc 14.2) e a situação de Israel será muito crítica (Ap 14.20). Jesus então descerá para socorrer Israel (Ler Zc 14.3-5); Ele destruirá as nações “que vierem contra Jerusalém” (Zc 12.8,9). Só então Israel reconhecerá que Jesus é o Messias (Ez 37). [Elinaldo Renovato. O final de todas as coisas. Lições Bíblicas 1º Trimestre de 2016. CPAD].

Israel estará cercado pelos grandes exércitos mundiais no comando Anticristo, para se cumprir o que está escrito no livro de Zacarias: “Está chegando o dia em que o SENHOR Deus julgará as nações. Então a cidade de Jerusalém será conquistada, e os inimigos repartirão entre si tudo o que encontrarem nela. O SENHOR ajuntará todas as nações para atacarem Jerusalém. A cidade será conquistada, tudo o que estiver nas casas será levado embora, as mulheres serão violentadas, e metade dos moradores será levada para o cativeiro. Os outros poderão ficar em Jerusalém” (Zc 14.1-2).

O profeta Zacarias descreve os eventos relacionados à segunda vinda de Jesus, e o final da batalha de Armagedom (Ap 16.16). No entanto, antes da batalha do Megido, Jerusalém seria cercada e os despojos tomados pelos seus inimigos. (Zc 14.2). O restante do povo que sobreviver ao ataque com certeza será a terceira parte que passará pelo fogo espiritual (Zc 13.8,9). 

4. O lagar foi pisado fora da cidade. “E o lagar foi pisado fora da cidade, e correu sangue do lagar até aos freios dos cavalos, numa extensão de mil e seiscentos estádios” (Ap 14.20). Jerusalém é a cidade em referência. Fora da cidade significa a Palestina em seu todo. “Seiscentos estádios” correspondem aproximadamente a trezentos quilômetros. Isso, por sua vez, mostra que a luta final dos povos em Armagedom atingirá mais que todo o território atual de Israel.

Em Lucas 21.20 e 24 o Senhor diz: “Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos, sabei que está próxima a sua devastação. Cairão ao fio da espada e serão levados cativos para todas as nações; e, até que os tempos dos gentios se completem, Jerusalém será pisada por eles”. Isso se cumpriu em 70 d.C. Mas Mateus 24 menciona algo que não aparece no Evangelho de Lucas, pois se cumprirá apenas nos tempos do fim: “o abominável da desolação” (v. 15).

No Evangelho de Lucas, que trata primeiro da destruição do templo em 70 d.C., está escrito: “... haverá grande aflição na terra” (Lc 21.23) (não está escrito: “grande tribulação”). Mas em Mateus 24, que em primeira linha fala dos tempos do fim, lemos sobre uma “Grande Tribulação” “como desde o princípio do mundo até agora não tem havido e nem haverá jamais” (v. 21). A expressão “Grande Tribulação” diferencia nitidamente a angústia de 70 d.C. da “Grande Tribulação” no final dos tempos. 

5. O lagar está cheio. Os exércitos de milhões de soldados que virão do mundo todo para então se ajuntar, e atacar Jerusalém: “Levantem-se as nações e sigam para o vale de Josafá” (Jl 3.12). O profeta Joel, em sua visão profética desse mesmo acontecimento diz: “O lagar está cheio” (Jl 3.13). Formar-se-á um grande rio de sangue, cuja torrente atingirá 1.600 estágios que equivale 296 km de comprimento por 1,20 metros (altura de um freio de cavalo). E toda aquela área João vê como um mar de sangue coagulado.

O que encontramos agora individualmente em pessoas em poder e maldade, aparecerá aglomerado em Armagedom: todos os poderes humanos e demoníacos estarão ali reunidos, ou seja, o Dragão, a besta, os reis da terra, os espíritos imundos. Eles marcharão para Armagedom com os mais terríveis armamentos e os inventos mais desenvolvidos do espírito humano. Neste lugar todas as nações estarão reunidas para a batalha final.

É nesta hora que Deus então acabará definitivamente Seu tempo de silêncio. Cumprir-se-á então a palavra de Isaías: “Por muito tempo me calei, estive em silêncio e me contive; mas agora darei gritos como a parturiente, e ao mesmo tempo ofegarei, e estarei esbaforido. Os montes e outeiros devastarei e toda a sua erva farei secar; tornarei os rios em terra firme e secarei os lagos” (Is 42.14-15).

Quando vemos o desenvolvimento em nossos dias, ficamos apavorados com relação à ameaça a Israel e Jerusalém. Mas a situação vai ficar ainda muito pior. Israel será cercado de exércitos. As nações cercarão Israel, mas quando aflição for maior e a tribulação de Israel tiver atingido seu clímax, o Senhor sairá, como pelejou no dia da batalha, conforme o que está escrito em Zacarias 14.4-5.

Nessa hora de angústia e desespero para o povo judeu, onde estarão em plena luta, serão surpreendidos pela presença majestosa do Senhor que virá dos céus para livrá-los. Jesus descerá dos céus com santos e Seus anjos descerão sobre o Monte das Oliveiras o qual irá se fender até o vale de Josafá onde ficará com maior extensão para a o julgamento das nações.

“Naquele dia, estarão os seus pés sobre o monte das oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; o monte das oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade, para o sul. Fugireis pelo vale dos meus montes, porque o vale dos montes chegará até Azal; sim, fugireis como fugiu do terremoto nos dias de Uzias, rei de Judá; então, virá o senhor, meu Deus, e todos os santos, com ele” (Zc 14.4-5).

Jerusalém é designada por “cidade santa” (Ap 11.2); para ela o Senhor tem um ajuste de contas especial (Is 28.17-21; Os 12.2; Mq 6.2); o Senhor reunirá Israel em Jerusalém e a purificará de todos os seus pecados, “como se funde a prata no meio do forno” (Is 1.21-28; Ez 22.19-22).

Quando a batalha do Armagedom, que é uma realização visível do salmo 2.1-3, estiver sendo realizada com todo o furor, acabou o tempo do silêncio de Deus.

Deus vê todas as nações da Sua perspectiva divina, e confronta-as com Seu poder divino. Ele vê os exércitos do mundo inteiro, e ri deles.

O orgulho humano terá atingido seu clímax, e então terá chegado o momento de Deus para desmascarar a Satanás e seus espíritos da mentira, descera do céus para julgar as nações e estabelecer Seu reino milenar: “O SENHOR será Rei sobre toda a terra; naquele dia, um só será o SENHOR, e um só será o seu nome” (Zc 14.9). Então se calará o riso do homem e começará o tempo de Deus rir.

A cegueira de Israel durará até o momento em que se alcançar a plenitude dentre os gentios, até o momento em que o último dentre as nações tiver os olhos abertos. 

6. A Pedra Angular. A batalha do Armagedom se dará no fim dos tempos, quando judeus estarão sendo sitiados pelos poderes gentílicos sob o reino do Anticristo (Ap 13.1-18). Esta última grande batalha dos “tempos dos gentios” e do presente século, tem seu cumprimento na profecia da “pedra cortada sem auxílio de mãos” (Dn 2.35-45), que esmiuçará a grande estátua e que inaugurará “o dia do Senhor”, quando Deus de modo visível manifestará seu glorioso poder na destruição de Seus inimigos.

A pedra que Deus transformou em pedra angular, mas que foi rejeitada pelos homens, como está escrito no Salmo 118.22, esmiuçará então a obstinada imagem das nações, que já Nabucodosor viu em sonho em Daniel 2.

Jesus vai aparecer no final da Grande Tribulação em meios aos acontecimentos dos tempos finais, quando os poderes do engano estiverem reunidos em Armagedom.

O Senhor Jesus Cristo estabelecerá Seu reino em Israel e de lá exercerá Seu abençoado domínio de paz sobre o mundo. O motivo porque até ao dia de hoje Israel é incapaz de ver isso, é somente por causa das nações, pois romanos 11.25-27 diz: “Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para que não sejais presumidos em vós mesmos): que veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios. E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades. Esta é a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados”.

Esse capítulo de Romanos Paulo trata exclusivamente do futuro de Israel, e conforme o versículo acima transcrito, deixa claro que o remanescente desse povo será salvo, e isso após terminar o tempo dos “gentios”.

A palavra “plenitude” significa até a grande multidão de gentios seja convertida. Ele não diz, no entanto, que os judeus não possam ser convertidos até que todos os gentios se tornem cristãos; pois ele supõe expressamente que a conversão dos judeus se dará plenamente na batalha do Armagedom, quando o verdadeiro Messias aparecer em glória para salvá-los.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC