TEOLOGIA EM FOCO: julho 2022

quinta-feira, 21 de julho de 2022

A VISÃO DO TRONO DO TRONO DE DEUS - APOCALIPSE 4

 

Na primeira cessão do livro de Apocalipse, entre o capítulo 1 a 3, João teve uma visão de Cristo no meio de Sua Igreja, mas nesta segunda cessão, ele passa para uma nova parte da revelação. Os capítulos 4 e 5 mostram a glória de Deus, apresentando primeiro o Pai no seu trono e, depois, o Filho glorificado ao lado d’Ele. A cena nestes dois capítulos pode ser comparada especialmente com a de Daniel 7.9-14.

Através das revelações deste livro queremos agora fixar os acontecimentos que ocorrerão após o arrebatamento da Igreja fiel de Jesus Cristo. 

1. João é arrebatado ao céu. “Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas” (Ap 4.1).

A primeira coisa vista pelo apóstolo João foi “uma porta aberta no céu” (v.1). Em seguida ouviu a mesma voz divina, que já conhecia, chamando-o para subir até o céu e ver o futuro que Deus mostraria.

O quarto capítulo começa com “Depois destas coisas, olhei...”. Para entendermos este “Depois”, é necessário analisar a revelação dos três primeiros capítulos onde o Senhor Jesus ordena o apóstolo João:

1. Escreve, pois, as coisas que viste (1.19). Onde João vê o Senhor Jesus glorificando e estava voltando (1.20). Esta visão foi tão majestosa que João caiu como morto a Seus pés.

2. Escreve... as que são (1.19). As cartas destinadas as sete igrejas (capítulos 2 e 3).

3. Escreve... as que hão de acontecer depois destas” (1.19c). Ele devia, portanto, escrever também o que aconteceria na terra após o arrebatamento da Igreja. 

2. João vê uma porta aberta no céu. João vê uma porta aberta no céu e recebe um convite para que entre por ela e entrando contemplou o Trono do Rei dos reis (comp. 1ª Rs 22.19-23; Jo 1.6; 2.1). Ali é o lugar onde os eventos decretados por Deus, antes de Sua execução.

Compreendendo o simbolismo desta visão:

Em primeiro lugar João vê uma porta aberta no céu; esta porta representa Jesus que é a porta da salvação (Jo 10.9) que ainda está aberta a todos que queiram entrar.

Em segundo lugar ele ouve uma voz como de trombeta. É interessante que João reconhece a voz, que já havia ouvido uma vez na terra, também é a mesma voz de (Ap 1.10), é forte como um toque de trombeta. Naquele trecho, João virou para ver quem falava e viu Jesus no meio dos candeeiros.

Em terceiro lugar ele recebe um convite dizendo: “sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas”.

E por último João viu um Trono no Céu. Trono significa autoridade, domínio, poder e honra. Aqui começa ficar clara a expressão “o que deve acontecer”.

[...] Ao ouvir a voz do Seu Senhor como de trombeta, ele é arrebatado da terra em espírito. O seu arrebatamento é uma analogia ao futuro do arrebatamento da Igreja, que acontecerá “num momento... ao ressoar da última trombeta” (1ª Co 15.52), quando o Senhor aparecer com “sua palavra de ordem” (1ª Ts 4.16). Agora João é chamado ao céu com a trombeta de Deus, como ouvirá a Igreja, no arrebatamento. Há poder nesta voz para ressuscitar os mortos (Jo 5.28-29). Ele foi arrebatado ao céu como Enoque (Gn 5.24; Hb 11.5), a Igreja será arrebatada, invisível, silenciosa e milagrosamente, num abrir e fechar de olhos (1ª Co 15.52) [WIM MALGO. P. 106]. 

2. João vê O Trono de Deus. Apocalipse 4.2,3,5 “E logo fui arrebatado em espírito, e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono. 3- E o que estava assentado era, na aparência, semelhante à pedra de jaspe e de sardônica; e o arco celeste estava ao redor do trono e era semelhante à esmeralda. 5- E do trono saíam relâmpagos, e trovões, e vozes; e diante do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete Espíritos de Deus. 

A primeira coisa que João vê no céu é um Trono. João não pode descrever quem está assentado no trono, mas descreve o seu esplendor e majestade, destacando dois de Seus atributos. Ele diz que o que viu é semelhante à pedra de jaspe (ou no original algo como diamante branco e translucido) e a pedra de sardônico. Abundância de luz que procede d’Ele, reflete o caráter de Deus, representa o Senhor na Sua glória e poder. O Salmo 104.2 descreve o Senhor assim: “coberto de luz como de um manto”. Com a abundância de luz, ou seja, com o esplendor de cores das pedras preciosas.

A pedra de jaspe era resplandecente e representa o Senhor na Sua glória. A pedra de sardônia é igual ao rubi, uma pedra cor de sangue, que representa o Senhor na Sua obra redentora. “Duas pedras preciosas, iguais, havia no peitoral do sumo sacerdote” (Êx 28.17-26). “...ao redor do trono, há um arco celeste semelhante á esmeralda” (v. 3b), que simboliza a graça e a misericórdia de Deus revelada na Nova Aliança através de Seu sacrifício na cruz do Calvário.

Atualmente, Deus está assentado sobre o trono da graça (Hb 4.16). Porém, neste tempo, Deus estará sobre o trono de Juízo. Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e diante do trono ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus, pois eles são citados no capítulo 1.4 e 3.1 de Apocalipse, e no capítulo 5.6 os encontramos mais uma vez. Eles também são encontrados no Antigo Testamento, nas sete lâmpadas da Menorá (Zc 4.2). Que procede do trono de Deus uma atividade grandiosa e ininterrupta. Assim João observa as sete lâmpadas diante do Trono, que são interpretadas como a plenitude do Espírito Santo. 

3. João vê vinte quatro Anciãos. “Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro” (v. 4).

Os vinte quatro anciãos não são anjos, pois cantavam o cântico de redenção (Ap 5.8-10), estão coroados, já são vencedores (1ª Co 9.25), assentados sobre tronos, mostrando um tempo depois da vinda de Jesus (2ª Tm 4.8). Os anciãos representam os remidos, que foram levados ao Tribunal de Cristo e coroados logo após o arrebatamento, portanto o primeiro advento escatológico começa com o arrebatamento da Igreja.

Os vinte quatro anciãos podemos dividir em dois grupos. Os doze primeiros, são “os doze patriarcas” de Israel, que estão ao lado de Cristo, representando todos os remidos da “dispensação da lei” focalizada no Antigo Testamento (cf. Nm 13.2-3; 17.1-6; Hb 8.5 e 9.23). Os outros doze, representam “os doze Apóstolos do Cordeiro”, pois em alguns casos eles são chamados de “anciãos (cf. 1ª Pe 5.1; 2ª Jo v. 1 e 9; Jo v. 1). Estão ao lado de Cristo representando todos os remidos da dispensação da graça no Novo Testamento (cf. Mt 19.29; Ap 21.12, 14). Estes tronos não estavam vazios, mas estavam assentados sobre eles vinte e quatro anciãos, com vestidos brancos que representam as justiças dos santos (Ap 21.12-14), “...em cujas cabeças estão coroas de ouro”. O Senhor prometeu coroar a Sua Igreja “Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2.10). Portanto, os vinte quatro anciãos representam os salvos de todas as épocas. 

4. João vê no meio do Trono um Cordeiro. “Então, vi, no meio do trono e dos quatro seres viventes e entre os anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra” (Ap 5.6).

João vê o Cordeiro tendo a aparência de ter sido morto; tendo algumas marcas ou indicações sobre o fato de ter sido morto, isso representa a vitória conquistada na cruz. O Cordeiro é o mesmo Leão que aparece no verso 5. Ele é na qualidade de um “Cordeiro” na sua mansidão em tratar com Sua Noiva, mas como o Leão, no Seu poder irresistível para executar juízo contra os pecadores. João vê no trono de Deus o Cordeiro que havia sido morto, mas ao terceiro dia ressuscitou. Ele possui “...sete chifres. Chifres em toda a Bíblia simbolizam poder e força, bem como sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus”, que simboliza o Espírito Santo em toda Sua plenitude, pois ele convence, ouve, salva, julga, humilha, exalta e governa. O número sete não somente descreve a plenitude da terceira pessoa da divindade, mas é também um sinal da glória completa de Deus, pois sete é o número da plenitude divina. 

5. João vê um mar de vidro. “Há diante do trono um como que mar de vidro, semelhante ao cristal...” (Ap 4.6).

O apóstolo João descreve o que vê “um mar de vidro”, ou seja, um grande espelho diante do trono do Eterno.

O mar representa povos e nações agitadas no tempo do fim. Porém, aqui o mar é tranquilo e sem ondas. Ele não está agitado, mas sim imóvel diante do trono em contraste com a situação do mar dos povos sobre a terra: “Calai-vos perante mim, ó ilhas, e os povos renovem as suas forças; cheguem-se e, então, falem; cheguemo-nos e pleiteemos juntos” (Is 41.1).

O mar de vidro, lembra a pia de cobre feita por Moisés (Êx 30.18-21), e o mar de bronze do templo terrestre (1º Rs 7.23-26), que era para purificação. Aqui a purificação está consumada, não há mais necessidade de água. O mar que João vê representa a pureza, pois ali tudo é puro, calmo e de perfeita paz. 

6. João vê quatro seres viventes. “E havia diante do trono um como mar de vidro, semelhante ao cristal, e, no meio do trono e ao redor do trono, quatro animais cheios de olhos por diante e por detrás. 7- E o primeiro animal era semelhante a um leão; e o segundo animal, semelhante a um bezerro; e tinha o terceiro animal o rosto como de homem; e o quarto animal era semelhante a uma águia voando. 8- E os quatro animais tinham, cada um, respectivamente, seis asas e, ao redor e por dentro, estavam cheios de olhos; e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir. 9- E, quando os animais davam glória, e honra, e ações de graças ao que estava assentado sobre o trono, ao que vive para todo o sempre.” (Ap 4.6-9 - ARC). 

Aos olhos de João, eram criaturas estranhas, porque são desconhecidas dos homens, mas lindas. “Eram cheios de olhos”. Penetração intelectual, vigilância e prudência. Estas criaturas viventes não representam a Igreja nem uma classe especial de santos, mas são os seres sobrenaturais visto no Velho Testamento, que estão sempre em conexão com o Trono de Deus e a presença de Jeová. São os querubins de Ezequiel, capítulo 1 e 10 (cf. Sl 80.1; 99.1; Is 37.16).

Todo o simbolismo dessa passagem é inspirado no profeta do Antigo Testamento. Esses seres vivos são os 4 querubins responsáveis pelo governo do mundo (Ezequiel 1.20). Eles andam em todas as direções, numa perfeita visão, cada um tinha quatro rostos, como também quatro asas, a forma de seus rostos era como o de homem; à direita, os quatro tinham rosto de leão; à esquerda, rosto de boi; e também rosto de águia, todos os quatro. O aspecto dos seres viventes era como carvão em brasa, à semelhança de tochas; tinham quatro rodas em vez de pés, e o aspecto das rodas era brilhante como pedra de berilo e o espírito dos seres viventes estava nas rodas, e, sem cessar glorificam a Deus: Santo, santo, santo (Ez 1.6-21). Lembrando os serafins de Isaías capítulo 6.

João não soubera descrever o que viu, portanto, ele os chama de “quatro animais”, que são os querubins da visão descrita pelo profeta Ezequiel.

Se analisarmos profundamente este assunto veremos que o profeta Elias foi separado do profeta Elizeu por estes seres (querubins), mas subiu num redemoinho: “Indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho” (2º Rs 2.11). Eliseu, foi o único a ver o profeta Elias ser arrebatado. Foi elevado ao céu com grande impulsão, portanto, ele também não soube descrever minuciosamente a cena que viu. Os carros de fogo são as rodas dos querubins, cor de brasas, os cavalos de fogo no nosso entendimento é o rosto dos querubins.

João ao ver os quatro seres no céu não descreveu com suas minúcias, mas os chama de quatro animais ou quatro seres viventes, conforme o verso 6. Na concepção de que os quatro seres viventes estão no meio do trono, à volta dele e junto de Deus, simboliza quatro características da pessoa com também a obra redentora de Jesus Cristo é apresentado nos quatro evangelhos.

1. O primeiro ser vivente é semelhante ao leão. O Evangelho de Mateus apresenta o Senhor Jesus como o Leão da tribo de Judá.

2. O segundo ser vivente é semelhante a um novilho. O Evangelho de Marcos apresenta o Senhor Jesus como o Servo que Se fez sacrifício pelo pecado, tendo o novilho como animal sacrificial.

3. O terceiro ser vivente tem o rosto como de homem. O Evangelho de Lucas apresenta o Senhor Jesus como Filho do Homem. O apóstolo Paulo, dirigido pelo Espírito Santo, escreveu: “antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.” (Fl 2.7-8).

4. O quarto ser vivente é semelhante à águia quando está voando. O evangelho de João mostra a divindade de Jesus (Jo 1.1). Assim é o Senhor Jesus Cristo, pois, depois da Sua morte e ressurreição, tomou a posição de exaltado e glorificado, assentando-se à direita de Deus. O Evangelho de João apresenta o Senhor Jesus como o Único capaz de levar o ser humano ao Céu.

Os quatro seres viventes, portanto, mostram como Deus se inclina, fala e Se entrega pelo mundo. Estes seres viventes, embora com características de Deus, aqui se manifestam como querubins.

Eles têm asas, demonstrando com isso que Deus age em todos os lugares e sem parar. Também o profeta Ezequiel os viu com asas indo por todas as direções. As Asas dos querubins estão cheias de olhos, ao redor e por dentro, significando que nada, nos céus e na terra, foge do alcance dos olhos de Deus, pois Ele é onisciente e tudo vê. 

7. Adoração no céu. “e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir.” (Ap 4.8b).

“Os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão diante daquele que se encontra sentado no trono, adorarão o que vive pelos séculos dos séculos e depositarão as suas coroas diante do trono, proclamando. Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas” (Ap 4.10,11).

A palavra adoração no grego é “proskuneo” e significa: adoração; cair e adorar, ajoelhar-se, curvar-se, cair aos pés de outro. No hebraico a palavra para adoração é “shachah” e aparece 170 vezes no Antigo Testamento) e significa: inclinar-se, cair diante de, prostrar-se, ajoelhar-se.

Na visão do trono de Deus João vê um grande culto de adoração, quando os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos louvam ao Senhor Deus. O primeiro cântico ministra quem Deus é (v. 8) e o segundo cântico as suas obras (v.11).

Sinal de adoração e respeito supremo, a que se segue o lindo cântico de vitória, que mostra o verdadeiro culto no céu ao supremo Criador.

Temos a adoração mais profunda da parte dos anciãos, que prostram diante do Trono, e lançam suas coroas, num gesto de submissão e respeito, ao que vive para sempre. É a oração inteligente dos remidos que compreendem a santidade e o amor do Senhor. E num gesto de magnífica adoração prostram-se cantando o lindo hino de louvor: “digno és, Senhor, de receber glórias, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua vontade são e foram criadas”.

A atitude de todos os personagens da visão é uma de adoração e louvor àquele que se assenta no trono. Os querubins, à semelhança dos serafins de Isaías 6 proclamam: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir”. Na eternidade adoraremos aquele que “vive eternamente” (Ap 5.14), na companhia de seres celestiais. Este é o verdadeiro culto que o mestre Jesus nos ensinou quando estava nesta terra: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” (João 4.23,24).

O Senhor exige que adoremos a Deus em espírito e em verdade, pois Ele é Espírito e somente assim poderemos conquistar Sua aprovação. O Senhor Jesus revelou claramente às pessoas a vontade e as exigências de Deus: não importa onde as pessoas adorem a Deus e elas não devem seguir nenhuma regra ou cerimônia, mas adorar a Deus em espírito e em verdade. Esse é também o nosso princípio de prática para adorar a Deus. A expressão “em espírito” indica o princípio espiritual na adoração contrastando com o formalismo, cerimonialismo, legalismo e símbolos culturais. A verdadeira adoração vai além do que vimos, ela expressa unicamente a pessoa e a obra do Seu único Filho, Jesus o Cristo. A adoração em espírito é uma ligação profunda entre o espírito do adorador e o Espírito Santo, onde ele adora no âmago do seu ser e de sua alma, o ser humano o reconhece como Senhor e Deus. Portanto, a verdadeira adoração só é possível quando impulsionada pela obra do Espírito Santo dentro de nós.

Neste capítulo 4, o Senhor Jesus abre a porta dos céus e João vê um culto de adoração realizando-se no céu, na sala do Trono de Deus. Se temos de adorar a Deus biblicamente, devemos estar certos de que nossa adoração na terra reflete o exemplo e a direção da adoração celestial. Todavia, adoramos O Criador e não a criatura, assim o apóstolo Paulo nos ensina dizendo: “Pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém! Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.” (Rm 1.23, 25).

A frase “a verdade de Deus” é uma frase hebraica, que significa “o verdadeiro Deus”, em oposição aos ídolos, que são chamados de deuses falsos. Existe apenas um Deus verdadeiro e todos os outros são falsos e vazios.

Ídolos são frequentemente chamados de mentiras e mentiras, porque não são verdadeiras representações de Deus (Jr 10.14; 13.25; Is 2815; Sl 40.4).

Não pode haver dúvida, Deus é a personagem principal no céu, Ele é o Soberano absoluto que criou e domina o universo. Somente Ele merece a adoração e a obediência absoluta de todas as suas criaturas, até dos mais exaltados seres viventes no céu. É o Deus Santo e Todo-Poderoso.

A partir do capítulo 6 veremos a ira de Deus sendo derramada sobre este mundo, para aqueles que tem rejeitam a verdade. Assim o apóstolo Paulo escreve em sua carta aos Romanos 1.18 dizendo: “Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça.”

Deus certamente tem todo direito em exercer a sua ira judicial sobre a criação que Ele mesmo fez. Ele criou o homem para ser conhecedor e adorador da Natureza Divina. Os homens rejeitam, desde o início, o conhecimento de Deus, desde o início, o tempo real dos tempos, mas também não aceitaram. Rejeitar a Deus, portanto, a verdade traz muitas consequências como resultado.

Se quisermos um dia, comparecer diante do trono de Deus, precisamos viver em adoração ao Senhor. A cada dia devemos entoar um cântico novo ao Senhor e também viver para a sua glória.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

terça-feira, 12 de julho de 2022

A QUEDA DO IMPÉRIO BABILÔNICO – DANILE 5



Daniel 5.1-5, 8, 11, 17, 23-30

1- “O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes e bebeu vinho na presença dos mil. 2- Havendo Belsazar provado o vinho, mandou trazer os utensílios de ouro e de prata que Nabucodonosor, seu pai, tinha tirado do templo que estava em Jerusalém, para que bebessem neles o rei, os seus grandes e as suas mulheres e concubinas. 3- Então, trouxeram os utensílios de ouro, que foram tirados do templo da Casa de Deus, que estava em Jerusalém, e beberam neles o rei, os seus grandes, as suas mulheres e concubinas. 4- Beberam o vinho e deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de cobre, de ferro, de madeira e de pedra. 5- Na mesma hora, apareceram uns dedos de mão de homem e escreviam, defronte do castiçal, na estucada parede do palácio real; e o rei via a parte da mão que estava escrevendo. 8- Então, entraram todos os sábios do rei; mas não puderam ler a escritura, nem fazer saber ao rei a sua interpretação. 11- Há no teu reino um homem que tem o espírito dos deuses santos; e nos dias de teu pai se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria, como a sabedoria dos deuses; e teu pai, o rei Nabucodonosor, sim, teu pai, ó rei, o constituiu chefe dos magos, dos astrólogos, dos caldeus e dos adivinhadores. 17- Então, respondeu Daniel e disse na presença do rei: As tuas dádivas fiquem contigo, e dá os teus presentes a outro; todavia, lerei ao rei a escritura e lhe farei saber a interpretação. 23- E te levantaste contra o Senhor do céu, pois foram trazidos os utensílios da casa dele perante ti, e tu, os teus grandes, as tuas mulheres e as tuas concubinas bebestes vinho neles; além disso, deste louvores aos deuses de prata, de ouro, de cobre, de ferro, de madeira e de pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida e todos os teus caminhos, a ele não glorificaste. 24- Então, dele foi enviada aquela parte da mão, e escreveu-se esta escritura. 25- Esta, pois, é a escritura que se escreveu: Mene, Mene, Tequel e Parsim. 26- Esta é a interpretação daquilo: Mene: Contou Deus o teu reino e o acabou. 27- Tequel: Pesado foste na balança e foste achado em falta. 28- Peres: Dividido foi o teu reino e deu-se aos medos e aos persas. 29- Então, mandou Belsazar que vestissem Daniel de púrpura, e que lhe pusessem uma cadeia de ouro ao pescoço, e proclamassem a respeito dele que havia de ser o terceiro dominador do reino. 30-Naquela mesma noite, foi morto Belsazar, rei dos caldeus. 

Neste capítulo, veremos o cumprimento das palavras que Daniel disse ao rei Nabucodonosor, ao interpretar o sonho do rei: “E, depois de ti, se levantará outro reino, inferior ao teu, e um terceiro reino, de metal, o qual terá domínio sobre toda a terra.” (Dn 2.39). Babilônia a cabeça de ouro, foi decorado pelos medo-persa, assim deu início a um segundo império mundial, comandado pelos imperadores Dário e Dário. 

I. QUEM ERA BELSAZAR 

Neste capítulo aparece o último rei Babilônico: Belsazar era filho de Nabonido, que era genro de Nabucodonosor e que reinou a Babilônia por 17 anos (de 556 a 539 a.C.). Enquanto Nabonido permanecia fora da cidade de Babilônia, Belsazar estava reinando em Babilônia. Nessa narrativa, o rei é condenado pelo insolente menosprezo que demonstrou pela santidade do Deus de Israel e pelo seu templo.

O nome Belsazar significa “Bel, protege o rei”. Não deve ser confundido com Beltessazar, o nome babilônico dado a Daniel (1.7) que significa: “Bel protege a sua vida” ou “Senhora, protege o rei”).

II. BREVE HISTÓRIA DO IMPÉRIO BABILÔNICO 

O império Babilônico teve início no ano 612 a C.539 a.C. A cidade era extravagante; luxuosa e pomposa além do que se possa imaginar; era sem rival na história do mundo. Isaías diz a respeito de Babilônia: “Babilônia, a joia dos reinos, glória e orgulho dos caldeus” (Is 13.19). Jeremias diz que a Babilônia era a “glória de toda terra” (Jr 51.41).

Os antigos historiadores declaram que seu muro alcançava 96 km de extensão (24 km de cada lado da cidade), 90 m de altura e 25 de espessura. O muro tinha ainda 250 torres e 100 portões de cobre. Sob o rio Eufrates, que dividia Babilônia ao meio, passava um túnel. Os diversos muros da cidade e do palácio e fortalezas eram tão espessos e altos, que para qualquer tipo de guerra da Antiguidade, Babilônia era uma cidade simplesmente inconquistável. 

1. O orgulho pessoal e político do rei. “A grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com o meu grandioso poder, e para glória da minha majestade” (Dn 4.30).

O homem mais orgulhoso da época se vã gloria pelos seus feitos; o Senhor Deus diz ao profeta Isaías: “E a minha glória não a darei a outro” (Is 48.11b). Devemos ter o cuidado, pois, com o costume de receber a glória que pertence só a Deus. 

2. A soberba leva a ruina. Veremos a seguir algumas profecias bíblicas vaticinadas pelos profetas que se cumpriram em Babilônia.

Nunca mais seria habitada. “E Babilônia, o ornamento dos reinos, a glória e a soberba dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as transtornou. Nunca mais será habitada nem reedificada de geração em geração: nem o árabe armará ali a sua tenda, nem tampouco os pastores ali farão os seus rebanhos. Mas as feras do deserto repousarão ali, e as suas casas se encherão de horríveis animais” (Is 13.19-21 – outras ref. Jr 50.13, 39; Jr 51.37, 58).

Aos olhos humanos era impossível a Babilônia ser conquistada, mas o que Deus falou por intermédio de Seus profetas cumpriu-se. Diz a história em confirmação com a Bíblia que o rio Eufrates que passava sob a Babilônia secou-se e os Medos e Persas a conquistaram.

“Cairá à seca sobre as suas águas, e secarão” (Jr 50.38). “Quem diz às profundezas: seca-te, e eu secarei os teus rios” (Is 44.27).

Jeremias profetizou 50 anos antes da queda do Império Babilônico e que seria dominado pelo rei da Média. “Alimpai as flechas, preparai perfeitamente os escudos: O Senhor despertou o espírito dos reis da Média: porque o seu intento contra Babilônia é para destruir” (Jr 51.11). Cinquenta anos após Jeremias ter profetizado, o profeta Daniel relata no capítulo 5, a tomada da grande Babilônia. 

III. O JUÍZO DE DEUS SOBRE BABILÔNIA 

1. Uma festa no palácio real. No ano 538 a.C. o rei Belsazar, filho de Nabonido, estava num grande banquete juntamente com mais de mil convidados, onde bebia muito vinho e davam louvores aos seus deuses. A Bíblia diz que bebiam vinho nas taças de ouro trazidas do templo de Jerusalém quando Nabucodonosor trouxe Israel para o cativeiro Babilônico. 

2. O dedo de Deus escreve na parede (Dn 5.5). A resposta divina foi imediata: Deus interferiu naquela festa escrevendo sua sentença na parede do salão, diante dos olhos de Belsazar e de todos os seus convivas.

Na noite da festa, Belsazar teve uma visão, viu uns dedos de mão de homem que escreviam na parede do palácio real, que dizia: Mene, Mene, Tequel, Ufarsim. Estas palavras estão em aramaico, mas compartilham alguns radicais com a língua babilônica. De modo assombroso e assustador estava escrito a sentença contra o rei Belsazar e o seu reino. Era uma mensagem de julgamento para um povo que era ímpio, não tinha moral e tinha um comportamento desprezível. O Reino da Babilônia foi rasgado. Fez-se um silêncio dentro do palácio. 

3. A rainha lembrou-se do profeta Daniel (Dn 5.6-12). A mensagem na parede estava numa linguagem ininteligível (v. 7). No primeiro momento, ninguém compreendia o que estava escrito. Belsazar convocou todos os sábios para decifrar o “enigma”. Entretanto, eles foram incapazes de fazê-lo. É provável que Daniel estivesse com cerca de oitenta anos. Ele era jovem quando fora levado para a Babilônia, sessenta e seis anos atrás, em 605 a.C. (1.1).


Como Daniel já era conhecido pelos seus feitos no palácio, foi comunicado por intermédio da rainha filha de Nabucodonosor, mãe do rei Belsazar, e então trouxeram o profeta Daniel para fazer a leitura da escrita. No mesmo instante que Daniel viu a escrita a interpretou dizendo: Mene: “Contou Deus o teu reino e o acabou”. Tequel: “Pesado foste na balança, e foste achado em falta”. Peres: “Dividido foi o teu reino, e deu aos medos e aos persas” (Dn 5.26-28). E mais uma vez o profeta Daniel, com a sabedoria divina, trouxe conhecida o enigma divino. 

4. Daniel entra na presença de Belsazar (Dn 5.13). Belsazar não via a Daniel como servo do Deus Altíssimo, mas apenas como um dos sábios do palácio. A mãe de Belsazar, contrariamente, o conhecia e tinha certeza que Daniel era uma pessoa diferente e o seu Deus, poderoso. Ela mesma havia testemunhado as proezas do Deus de Israel em outras ocasiões da história daquele reino. 

5. O fim repentino do império babilônico (vs. 30,31). Os Persas formaram uma colisão para derrotar a Babilônia. A Média sob o comando de Dário e a Pérsia sob Ciro. Na mesma noite em que Belsazar teve a visão, os Medos e os Persas invadiram a Babilônia, mataram Belsazar e tomaram o Palácio. Assim terminou o magnífico império babilônico, (a cabeça de ouro da estátua de Dn 2.32, o leão com duas asas de Dn 7.4). Os medos e os persas passariam a reinar no lugar do império da Babilônia, (Dn 2.32b o peito e os seus braços, de prata”; urso Dn 7.5; um carneiro com dois chifres (Dn 8.3).

Nada escapa aos seus olhos. Tão logo foi dada a interpretação da mensagem e as honrarias feitas a Daniel para ser o terceiro homem do império, o rei Belsazar foi morto e o exército de Dario entrou na cidade da Babilônia.

Pr. Elias Ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC