TEOLOGIA EM FOCO: A DOUTRINA DA ADOÇÃO

terça-feira, 4 de abril de 2017

A DOUTRINA DA ADOÇÃO



I.         INTRODUÇÃO

“Entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos, por natureza, filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, — pela graça sois salvos, e, juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus” (Ef 2.3-6).

Todos aqueles que aceitam a Cristo como seu Salvador são elevados, de uma posição abaixo dos anjos, para serem herdeiros dos céus. Tudo isso é possível por causa da provisão da “reconciliação” que Cristo efetuou, ao consumar a obra da salvação. Embora o homem estivesse alienado de Deus, sem esperança da vida eterna, mediante a provisão de Cristo, este homem passa de “inimigo de Deus”, “a filho de Deus”.

“Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (Rm 5.10).

O homem no pecado encontrava-se separado, inimigos de Deus. Mas pelo Seu imensurável amor somos reconciliados através da fé no sacrifício de Jesus.

Reconciliados, vem da palavra grega Katallassein que quer dizer mudar ou trocar. Veio a ter a ideia no N.T. de mudar de inimizade para amizade. Nossa relação mudou através da morte de Cristo. Passamos de inimigos para filhos amados (cf. 2ª Co 5.18-20).

II.      O SIGNIFICADO DA PALAVRA ADOÇÃO

A palavra traduzida como “adoção” é uma palavra grega, huithesia, que significa estar em lugar de filho. Ela não se refere absolutamente a um órfão ou adulto benevolente que talvez queiram “adotar” um órfão.

O vocábulo, do Novo Testamento, descreve o fato de Deus receber como filho alguém que, legal e espiritualmente, não goza do direito de tê-lo como Pai. A partir deste momento, passa esse alguém a desfrutar de todos os privilégios que Deus, desde a mais remota eternidade, preparou aqueles que aceitam a Cristo como único e suficiente salvador.

III.   O PROCESSO DA ADOÇÃO

Ao empregar a expressão “adoção” (Ef 2.5; Rm 8.14-17 e Gl 4.5-7), Paulo tinha em mente o que conhecia do processo legal de adoção, que era muito comum na Roma antiga. Naqueles dias, uma família de posses, podia resgatar uma criança da escravidão e integrá-la noutra família. Numa cerimônia, o pai adotante comparecia diante de um juiz e de uma testemunha, mantendo o preço da criança numa das mãos, e a própria criança na outra. Dizia à criança: “você quer ser meu filho”? Se a criança respondesse afirmativamente, o homem diria as testemunhas: “declaro esta criança meu filho (a), de acordo com a Lei Romana. Ela foi comprada com este dinheiro”. Daquele momento em diante, a criança tornava-se membro legitimo da nova família, tomava o nome do pai da família e tornava-se herdeiro do patrimônio daquela família.

Os atos do pai adotivo nos lembram duas expressões do grande amor de Deus para com o mundo. Primeiramente, Deus enviou Seu Filho como preço de resgate espiritual do homem (Jo 3.16), o qual, por amor, deu Sua vida pela humanidade: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos” (Jo 15.13).

Em segundo lugar, Deus ama tanto aqueles que resolvem segui-lo, que se designou chamá-los de Seus filhos. Paulo maravilha-se que aqueles que outrora eram “filhos da ira” não somente ressuscitou para uma nova vida, mas também foram exaltados, sentando-se nos lugares celestiais juntamente com Cristo. João expressa a esta mesma expressão de amor, ao explicar como Deus condescendeu em relação ao homem, chamando os que creem em Jesus de Seus filhos (Ef 2.3-6).

“Vede que grande amor nos tem concedido o Pai, a ponto de sermos chamados filhos de Deus; e, de fato, somos filhos de Deus. Por essa razão, o mundo não nos conhece, porquanto não o conheceu a ele mesmo” (1ª Jo 3.1).

Mesmo assim, apesar do esforço divino e do preço da redenção envolvidos, ninguém pode ser divinamente adotado enquanto não aceitar pessoalmente este privilégio, decidindo entregar sua vida a Cristo. Daí, a Bíblia afirma que somente os que “recebem” adoção pela fé, são filhos de Deus.

Você quer ser meu filho”? “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome” (Jo 1.12).

“Para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl 4.5).
Dentre toda a humanidade, somente aquele que recebe a Jesus no seu coração desfruta deste relacionamento exclusivo com Deus. Uma vez que Deus é o Criador de todos os seres vivos, em certo sentido todos os seres são obras de Sua mão (At 17.26-28), mas nem todo são filhos! Mediante aceitação do sacrifício de Jesus o crente pode se chamar filho de Deus (Rm 8.14-15). Paulo ensina claramente que ninguém pode tornar-se filho de Deus, a não ser pela fé em Cristo, para a salvação. “Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus” (Gl 3.26).

Ninguém é filho por causa de vínculo de família ou de nacionalidade. Deus falou da nação de Israel como sendo filho num sentido geral (Dt 14.1-2; Os 11.1), mas Paulo ensina claramente que ninguém pode tornar-se filho de Deus, a não ser pela fé em Cristo Jesus para a salvação.

IV.   COMO POSSO ME TORNAR UM FILHO DE DEUS

Examinando a Bíblia Sagrada, nos deparamos com uma surpresa triste, mas real. Nem todos são filhos de Deus! Existe uma clara diferença entre criatura e filho de Deus.

Um exemplo objetivo é: O oleiro que forma o vaso, porém o vaso não é filho do oleiro, e sim sua criatura, isto é, algo criado pelo oleiro. Assim também acontece com Deus, o grande Oleiro (Isa 64.8), que formou o homem do barro, porém como criatura.

Tudo o que Deus criou é criatura. Aí vem outra pergunta que nem todos sabem responder; se eu sou criatura, como posso me tornar filho de Deus? A resposta é simples:

“Mas a todos (aqueles) que O (Jesus Cristo) receberam, a estes (aqueles que receberam a Jesus) deu-lhes o poder de se tornarem (isto é não eram, mas se tornaram) filhos de Deus” (João 1.12).
Esta passagem diferencia aqueles que se tornaram filhos de Deus daqueles que ainda não se tornaram filhos de Deus. Você precisa receber a Jesus como único e suficiente salvador no seu coração (Ap 3.20). Você precisa nascer de novo (Jo 3.3). Você precisa crer. “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado” (Mc 16.16). Crer e ser batizado. “Quem nele crê não é condenado, mas quem não crê já está condenado, por não crer no nome do Filho Unigênito de Deus” (Jo 3.18). Crer é ter fé: “Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam”. (Hb 11.6).

V.      FILHO E SUAS DISTINÇÕES

Pois já sabemos que aqueles que recebem Jesus no seu coração são filhos de Deus. Mas esta posição é inteiramente diferente da de Cristo, que é o Filho de Deus. O crente desfruta de relacionamento com a Trindade, mas não é parte dela. Cristo é, e sempre foi Filho de Deus pela natureza do seu próprio ser. Por causa do seu grande e transcendente amor é que Ele consente em nos chamar seus irmãos.

Jesus é Deus, Eterno, Onisciente, Onipresente, Onipotente, Criador, mas nós somos suas criaturas e filhos de Deus somente pela fé.

VI.   AS BÊNÇÃOS DE SER FILHO DE DEUS

“Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é” (1ª Jo 3.2).

Um dos benefícios de ser filho de Deus é a certeza de um dia ser como Ele é, ou seja, possuir um corpo espiritual e não mais um corpo material.

Outro privilégio de ser filho de Deus é a certeza de uma comunhão estreita e amorosa com o Pai celestial.

“Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai” (Rm 8.15).

A Bíblia ensina o crente a temer a Deus, mas numa atitude de respeito e reverência, e não de angustia e de medo. O Espírito de Cristo libertou o crente do medo “servil” de ser castigado ou rejeitado por causa do mínimo erro que pudesse desagradar a seu Senhor. Os crentes devem saber que são filhos e não meros escravos.

A frase “Aba, Pai”, Paulo explica o relacionamento de intimidade e confiança entre o Pai Celestial e os crentes. “Aba” é uma palavra aramaica que significa, simplesmente “pai”, com a conotação afetiva da parte do filho expressando a confiança e intimidade que só ele tem como filho.

VII. NOSSA HERANÇA ATUAL

Certas riquezas espirituais o crente desfrutada nesta vida; outras somente no porvir. Paulo explica dizendo que já receberá as “primícias do Espírito”, enquanto esperava a plena “herança” da sua adoção.

“E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo” (Rm 8.23).

É a manifestação inegável de nossa posição como filhos de Deus na concretização da esperança ao receber o corpo glorificado na vida eterna.

Na parábola do filho pródigo, o pai disse ao filho mais velho que mesmo antes dele receber a herança completa, tinha pleno direito a tudo quanto pertencia ao seu pai.

“Então, lhe respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu” (Lc 15.31).

Desta forma, os filhos espirituais participam de uma porção da sua imensa herança espiritual agora mesmo. Desfrutam da abundância de bênçãos espirituais, do poder do Espírito Santo e uma coparticipação da natureza divina.

VIII.       O FILHO DEVE SER FIEL AO PAI

O fato do crente ter sido honrado e colocado na posição de filho de Deus, deve motivá-lo a viver em retidão. O filho deve sempre lembrar-se da dignidade que seu novo título e posição que recebera, lembrando que ele representa o Pai aqui neste mundo.

“Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.16).

“Para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo” (Fp 2.15).

Os crentes, como filhos de Deus, devem estar sempre seguros da sua linhagem real e das responsabilidades que temos diante do Pai e de permanecer separados do mundo e do pecado. Nenhum bom filho deve associar-se com aqueles que vivem em rebelião contra seu Pai e Rei.

“Por isso, retirai-vos do meio deles, separai-vos, diz o Senhor; não toqueis em coisas impuras; e eu vos receberei, serei vosso Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-Poderoso” (2ª Co 6.17-18).

IX.   SOMOS ORIENTADOS PELO ESPÍRITO DE DEUS

Quando aceitamos a Cristo como salvador, temos o privilégio de receber o Seu Espírito como nosso guia e orientador de nossas vidas. Ele testifica dentro de nós que somos filhos de Deus.

“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8. 14, 16).

O Espírito Santo guia e dá testemunho, mas não força, e nem coage. Como filho de Deus, o crente deve submeter-se ao Espírito para ser guiado, e ter o seu testemunho interior.

X.      O FILHO TEM ACESSO AO PAI

Como filho de Deus temos esta promessa: Acesso constante à presença de Deus. “Porque, por ele, ambos temos acesso ao Pai em um Espírito” (Ef 2.18).

Por causa da promessa de acesso continuo a Deus e a certeza do seu cuidado para com Seus filhos, o crente pode levar todas as suas necessidades espirituais, sociais e físicas ao Pai Celestial, sabendo com certeza que será ouvido e atendido.

Aquele que rejeita a Jesus como salvador não podem desfrutar deste privilégio com o Pai. Por isso muitos em vez de pedir ao Pai em nome do Filho, estão pedindo ao a outros mediadores (Paulo, João, Pedro, Maria, etc.). Se recebemos a Jesus como único Senhor da nossa vida, então somos filhos do Pai Celeste que nos ouve no céu e nos ajuda através do Seu Espírito Santo.

“Qual dentre vós é o pai que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir um peixe, lhe dará em lugar de peixe uma cobra? Ou, se lhe pedir um ovo lhe dará um escorpião? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lhe pedirem?” (Lc 11.11-13).

Devemos lembrar-nos também que Deus, como bom pai, não dará ao filho tudo quanto ele deseja, mas, que dará tudo quanto é necessário e bom para ele. Podemos ter a certeza de que a resposta de Deus às nossas orações sempre terão em mente tanto nossas necessidades presentes, quanto nossos interesses internos.

XI.   FILHOS DE DEUS E IRMÃO DE CRISTO

Uma das frases mais singular da Bíblia acha-se em Hebreus, quando Cristo nos chama de irmãos. “Pois, tanto o que santifica como os que são santificados, todos vêm de um só. Por isso, é que ele não se envergonha de lhes chamar irmãos” (Hb 2.11).

Ser chamado de “filhos de Deus” é em si muito difícil entender, mas ser chamado de irmãos de Cristo, é quase além do nosso entendimento. Além de Cristo dar sua vida para nos resgatar ainda nos chama de irmão. Isso é um fato maravilhoso e glorioso. Isso podemos chamar de amor “ágape”, amor divino.

“Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus” (Ef 2.19).

Cristo trouxe não só um homem ao seu pai mas, sim, “muitos filhos” (Hb 2.10). Todos aqueles que foram adotados na família divina formam agora um grupo especial de pessoas, que devem ficar separados do mundo e perto uns dos outros.
“.... porque um só é vosso Mestre, e vós todos sois irmãos” (Mt 23.8b).

XII. PERTENCEMOS A UMA NOVA FAMÍLIA

Aqueles que fazem parte da “família de Deus” são unidos pelo amor de Deus, tendo comunhão uns com os outros. Na realidade, é exatamente este amor que comprova a realidade da nossa adoção como filhos de Deus.

“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13.35).

Este amor é demonstrado pela solicitude profunda e amorosa entre os irmãos e o desejo de uma estreita comunhão com a família da fé.

“Por isso, enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé” (Gl 6.10).

XIII.       O FILHO TORNA-SE HERDEIRO DO CÉU

Mediante a adoção divina, não somente o crente torna-se filho de Deus como passa fazer parte da herança divina. O crente torna-se herdeiro de todas as riquezas do universo.

“Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e coerdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados” (Rm 8.17).

Aqueles que têm Cristo no seu coração, desfrutam de muitos privilégios: É filho; é herdeiro; é coerdeiro com Cristo. Em contraste com as heranças terrestres que são entregues ao herdeiro quando pai morre, o crente recebe sua plena herança quando ele morre (ou for arrebatado). A Bíblia oferece muitas descrições das riquezas que aguardam o crente além desta vida.

“Para uma herança incorruptível, sem mácula, imarcescível, reservada nos céus para vós outros, que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo” (1ª Pe 1.4-5).

Ao aceitarmos a Cristo também passamos a ser coerdeiro de Suas riquezas. Paradoxalmente, todas as riquezas celestiais tornam-se nossas por Ele se fez pobre para que fossemos ricos nas regiões celestiais.

“Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos” (2ª Co 8.9).

XIV.      A HERANÇA CONDICIONAL

O crente como filho de Deus, embora adotivo, torna-se participante da herança divina enquanto ele permanecer fiel na casa do Pai. Mas até um filho, por sua própria escolha pode abandonar seu pai e seu lar e perder o que tem.

Podemos citar dois exemplos bíblicos: O primeiro exemplo é do Filho Pródigo que trocou a comunhão com seu pai pelos prazeres efêmeros do mundo. Felizmente, arrependeu-se, e não perdeu toda sua herança. O segundo exemplo é de Esaú que não foi tão feliz assim. Tendo desvalorizado sua herança espiritual, vendeu-a em troca de um momento de satisfação física (Hb 12.16). Mais tarde reconheceu o valor da primogenitura perdida, e implorou para tê-la de volta, mas foi tudo em vão. A oportunidade para arrepender-se já se fora (Hb 12.17), e assim será com todos aqueles que rejeitam sua herança espiritual, para depois descobrirem que a morte selou sua decisão para toda a eternidade (Hb 9.27).

No livro do apocalipse Cristo advertiu a João que a herança é somente para os que vencem o mundo até ao fim, pela sua fé.


“O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele me será filho” (Ap 21.70).

Pr. Elias Ribas

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