Deus nunca
força o homem aceitá-lo, mas certamente convida a receberem a salvação. Este
convite inclui o dom da graça de Deus e o poder do Espírito Santo para
convencer o homem do pecado e ajudá-lo na decisão para sua salvação. Os atos da
graça divina mediante a salvação são conhecidos como “a chamada para a
salvação”. “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a
Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28).
I.
A
NECESSIDADE DA CHAMADA
Certo líder
espiritual observou que o homem não descobre a Deus mas, sim, Deus se revela ao
homem através das Escrituras Sagradas. Além disto, o homem não pode iniciar ou
realizar sua salvação à parte de Deus. Por causa da sua natureza pecaminosa, o
homem é espiritualmente um “inválido”, incapaz em si mesmo de dar um só passo
em direção a Deus (Rm 3.11). Porque a natureza depravada do homem e seu pecado
tornam-se incapaz de vir a Deus, por isso Deus teve que vir até ele. Portanto,
Deus precisou prover não somente um meio de salvação (a redenção em Cristo);
mas também Ele restaura ao homem a capacidade de buscá-lo. Ele mesmo atrai
todos os homens a Si, no recebimento da salvação, mediante o Espírito Santo.
Sem esta ajuda divina nenhum homem poderia jamais ser salvo. “Porque Cristo,
quando nós ainda éramos fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios” (Rm 5.6).
“Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o
ressuscitarei no último dia” (Jo 6.44).
Conforme a
resposta positiva que Deus vê no coração do homem em aceitá-lo, ele restaura,
liberta, perdoa e transforma o homem numa nova criatura.
II. SALVAÇÃO OFERECIDA A TODOS
A preservação
da vida de Raabe e sua família (Hb 11.31); a benção sobre a vida de Rute (Rt
4.13-22); e a cura de Naamã (2º Rs 5.1-14), são apenas alguns exemplos de que
Deus é Senhor e abençoador de todos. Ele quer salvar a todos (T 2.11; Mt 11.28;
Jô 6.37; Ef 4.6). O profeta Jonas testificou que Deus é misericordioso para
aceitar a qualquer um que se arrependa de seus pecados (Jn 4.2). O evangelho de
João 1.12, confirma este propósito de Deus: salvar a todos (Jo1.12). Jesus
também o declarou (Jô 3.17; 5.24). Infelizmente, muitos são os que rejeitam o
convite da graça de Deus e acabam por desprezar a Cristo, acarretando sobre si
a ira divina.
III. A NATUREZA DO CHAMAMENTO
É importante
compreender que o chamamento de Deus para a salvação. Deus deseja que todos
recebam a salvação em Cristo, e a vida eterna que Ele oferece. Deus deseja que
todos os homens sejam salvos. Ele não força a decisão do homem, mas Seu próprio
desejo é que o mundo receba. “...não querendo que nenhum pereça, senão que
todos cheguem ao arrependimento’ (2ª Pe 3.9b). Portanto Deus deseja que todos
cheguem ao arrependimento e recebam o perdão de seus pecados.
O convide de
Jesus não é seletivo, mas para todos os homens. “Vinde a mim, todos os que
estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28). Embora o
chamamento de Deus seja dirigido a todos os homens, estes não são obrigados a
aceitá-lo. O fato do chamamento ser universal, a salvação não é universal, mas
individual. Assim como a redenção de Cristo é suficiente para todos, mas eficaz
somente para o que crê, assim também a chamada de Deus é válida para o mundo
inteiro. Mas aplicável somente aqueles que a atendem.
“Porque Deus
amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que
nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). Jesus convida a todos
para que recebam a vida eterna.
Deus chama o
homem para desfrutar de uma porção especial no Seu evangelho. “Ah! Todos vós,
os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde,
comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite”
(Is 55.1).
No capítulo 55
o profeta messiânico prenuncia o evangelho da graça. As primeiras palavras
deste capítulo fazem nos lembrar aos de nosso Senhor Jesus Cristo no grande dia
da Festa dos Tabernáculo: “No último dia, o grande dia da festa, levantou-se
Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba” (Jo 7.37). O
evangelho faz o seu apelo ao um mundo sedento. Notemos os seguintes pontos:
1. Um
evangelho de graça: tudo é oferecido “sem dinheiro e sem preço”.
2. É um
evangelho de fé e não de obras: “Inclinai os ouvidos e vinde a mim; ouvi, e a
vossa alma viverá” (v.3).
3. É o
evangelho de Cristo (v.4). Deus o tem dado como príncipe e Comandante do povo,
para ser o Capitão da sua salvação. Os que o procuram, acham; e todos os que o
invocam (v. 6) recebem misericórdia e perdão (v.7).
4. É um
evangelho de gozo (v.12). Quem o recebe sai cantando, como o eunuco da Etiópia
(At 8.39).
5. É um
evangelho frutífero (v.13). “Em lugar do espinheiro, crescerá o cipreste, e em
lugar da sarça crescerá a murta”. As obras da carne cedem lugar ao fruto do
Espírito.
IV. O CHAMADO ESPECIAL
O chamamento
básico e geral de Deus é para o arrependimento (Mt 3.2; 2ª Pe 3.9) e para a fé
(Rm 10.9; 1ª Jo 3.23). Este é o chamamento para a salvação, o qual envolve
outros chamamentos mais específicos. Primeiramente, os que recebem o chamamento
para a salvação recebem uma vocação especial para serem num sentido específico
os “chamados”, em contraste com o restante do mundo (1ª Co 1.26; Ef 1.18), pois
são chamados para serem santos (1ª Co 1.7).
Em segundo
lugar, os que “chamados para serem santos” também recebem chamamento para
ministérios específicos, assim como Paulo foi “chamado” para ser apóstolo (Rm
1.1).
Pr. Elias Ribas