TEOLOGIA EM FOCO

quarta-feira, 18 de junho de 2025

A CARTA À IGREJA EM FILADÉLFIA

 


Ap 3.14-21 “Ao anjo da Igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas, o princípio da criação de Deus. 15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente. 16 Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca. 17 Pois dizes: Estou rico e abastardo e não preciso de coisa alguma, nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. 18 Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifestada a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. 19 Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. 20 Eis que estou á porta e bato (falo); se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. 21 Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. 22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz ás igrejas”. 

Entre as sete cartas às igrejas no Apocalipse, encontramos duas que não contêm nenhuma crítica das igrejas: A carta à igreja em Esmirna, uma congregação pobre que enfrentava perseguição, e a carta à igreja em Filadélfia, uma congregação fraca e limitada, mas que dependia de Deus.

O vale de Lico, na Ásia Menor, tinha três cidades principais: Colossos, conhecida por suas fontes de água fria, Hierápolis, conhecida por suas fontes de águas termais, e Laodicéia, conhecida nesta carta por sua igreja morna, que causou enjoo no seu Senhor, Jesus Cristo. 

A carta à igreja em Filadélfia, destaca a fidelidade e perseverança da igreja, apesar das dificuldades, e promete recompensas para aqueles que perseverarem. A mensagem de Jesus é que, apesar de pouca força, a igreja guardou a sua palavra e não negou o seu nome. Ele reconhece a importância da igreja em abrir portas e afirma que ela tem um lugar especial em sua história. A carta também oferece um chamado para os membros se aproximarem de Jesus e receberem o seu amor e perdão. 

Ao Anjo da Igreja em Filadélfia (3.7-13). 

I. CONTEXTO HISTÓRICO 

1. A igreja em Filadélfia (7): Filadélfia significa amor fraterno ou amor entre irmãos.

As únicas referências bíblicas a Filadélfia se encontra no Apocalipse (1.11; 3.7).

A cidade de Filadélfia era a mais jovem em da Ásia Menor.

A cidade de Filadélfia gozava uma localização estratégica de acesso entre os países antigos de Frígia, Lídia e Mísia. Foi fundada pelo rei de Pérgamo, Atalo, cerca de 140 a.C. Ele foi conhecido por sua lealdade ao seu irmão, assim dando origem ao nome da cidade (Filadélfia significa amor fraternal). A região produzia uvas e o povo especialmente honrava Dionísio, o deus grego do vinho. A cidade servia como base para a divulgação do helenismo às regiões de Lídia e Frígia. Foi localizada num vale no caminho entre Pérgamo e Laodicéia. Filadélfia foi destruída por um terremoto em 17 d.C. e reconstruída pelo imperador Tibério. Em alguns momentos de sua história, a cidade recebeu nomes mostrando uma relação especial ao governo romano. Depois de ser reconstruída, foi chamada brevemente de Neocesaréia. Durante o reinado de Vespasiano, foi também chamada de Flávia (nome da mulher dele, e a forma feminina de um dos nomes dele). Atualmente, a cidade de Alasehir fica no mesmo lugar, construída sobre as ruínas de Filadélfia. 

Fundada provavelmente pelo apóstolo Paulo. Cl 4.13-16 “Pois eu lhe dou testemunho de que tem grande zelo por vós, e pelos que estão em Laodiceia, e pelos que estão em Hierápolis. 14 Saúda-vos Lucas, o médico amado, e Demas. 15 Saudai aos irmãos que estão em Laodiceia e a Ninfa e à igreja que está em sua casa. 16 E, quando esta epístola tiver sido lida entre vós, fazei que também seja lida na igreja dos laodicenses, e a que veio de Laodiceia lede-a vós também.” 

II. JESUS SE APRESENTA PARA A IGREJA 

1. Estas coisas diz o santo, o verdadeiro (7): Nesta carta, Jesus não empregou as descrições do capítulo 1 para se identificar. Ele afirma ser o santo e o verdadeiro. São características divinas (6.10). A santidade é uma das qualidades principais de Deus (veja Ap 4.8; Is 6.3). Ninguém é igual ao Santo Deus (Is 40.25). A palavra “verdadeiro” é usada frequentemente no Novo Testamento, e especialmente nos livros de João, em referência a Deus (Pai e Filho). (Veja João 3.33; 7.28; 8.26; 17.3; 1ª João 5.20; Apocalipse 3.7; 6.10; 19.11; Romanos 3.4; 1ª Tessalonicenses 1.9). Enfatiza a sinceridade dele, em contraste com a falsidade dos judeus em Filadélfia. 

2. Aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá (7): Esta linguagem vem de Isaías 22.20-24, onde a autoridade sobre Jerusalém e sobre Judá é transferida a Eliaquim. A chave representa autoridade e poder. Jesus, como descendente real de Davi, controla o acesso ao reino de Deus. Ele abre, e ninguém é capaz de fechar. Ele fecha, e ninguém consegue abrir. 

3. Conheço as tuas obras (8): Como afirmam todas as cartas, Jesus conhece de primeira mão as obras dos cristãos em Filadélfia. 

III. A FIDELIDADE DA IGREJA 

1. Tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar (V. 8): Antes de falar sobre as obras deles, Jesus já oferece encorajamento a esses discípulos. Mesmo sendo servos fiéis, eles sentiram fracos e, talvez, incapazes de cumprir bem seus deveres ao Senhor. Jesus queria assegurá-los de sua fidelidade para com os seus servos.

Portas abertas representam acesso e oportunidades. Deus abre a porta da fé quando oferece o evangelho aos homens (At 14.27), assim lhes dando acesso à comunhão com ele. Abre portas de trabalho para seus servos divulgarem a palavra (1ª Co 16.9; 2ª Co 2.12; Cl 4.3). Aqui ele não fala especificamente da natureza das oportunidades dadas aos discípulos em Filadélfia, mas garante que as portas ficariam abertas. Hoje, quando Deus abre portas de oportunidade para nós, devemos aproveitá-las (Tg 4.17). 

2. Uma igreja com pouca força, mas com fé. V. 8) Fraqueza nem sempre sugere pecado. Jesus não condena esta igreja por nenhum erro, mas diz que ela tinha pouca força. Pode ser que fossem poucos em número, ou de outra maneira limitados em capacidade. Quando reconhecemos as nossas próprias limitações e fraquezas, devemos confiar mais em Deus e depender de sua força (2ª Cr 12.9-10). Como Eliseu venceu os siros pelo poder de Deus (2º Reis 6.16-17), os fiéis em Filadélfia teriam sua vitória pela força de Jesus. 

3. Entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome (V. 8): Apesar de suas limitações, a igreja em Filadélfia se mantinha fiel. Guardava a palavra de Jesus. Ele veio ao mundo e revelou a sua palavra, que nos julgará no último dia (Jo 12.48-50). Esta nova aliança entrou em vigor após a morte de Jesus (Hb 9.15-17; 8.6-13). Devemos obedecer a perfeita lei da liberdade que Jesus nos deu (Tg 1.25). Eles defendiam o nome de Jesus e não o negaram. 

4. A sinagoga de Satanás (9): Havia uma sinagoga de Satanás, uma congregação de falsos judeus, também em Esmirna (2.9). Sabemos do livro de Atos que as primeiras perseguições da igreja, tanto em Jerusalém como na Ásia, foram feitas por judeus. A igreja em Filadélfia sofreu por causa desses falsos judeus. 

5. Eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te amei (9): Apesar de serem fracos, os discípulos em Filadélfia ficariam do lado do vencedor. Seriam exaltados acima dos seus inimigos (Is 60.14). Os servos fiéis e vitoriosos podem reinar com Cristo sobre as nações (Ap 20.4; Ap 2.26-27), mas a glória e a adoração ainda pertencem totalmente ao Senhor. Esta honra serviria de prova do amor de Jesus para com os seus seguidores. Os falsos judeus os odiavam, mas o Senhor e Cristo os amava! 

6. Porque guardaste a palavra da minha perseverança (10): Não desistiram! 

7. Eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra (10): Os discípulos em Filadélfia seriam guardados num período de provação que afligiria o mundo. Pode ser uma referência à perseguição que começou no reinado de Domiciano e que causou terrível sofrimento e a morte de centenas de milhares de pessoas. Independente da natureza específica desta provação, Jesus prometeu proteção (mas não isenção de sofrimento) aos fiéis em Filadélfia. Ainda precisariam conservar o que tinham (3.11). 

8. Venho sem demora (11): A vinda de Jesus traria alívio para os servos que sofriam pelo nome dele, e castigo terrível para os perseguidores e imundos. Para a maioria em Sardes, seria um dia de angústia (3.3). Para os cristãos em Filadélfia, seria um dia de alívio. 

9. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa (11): Depois de tudo que Jesus fez e prometeu, os cristãos em Filadélfia ainda teriam que fazer a sua parte. Ainda enfrentariam tentações e correriam o risco de perder tudo que haviam alcançado. Mesmo os servos mais fiéis precisam vigiar e permanecer fiéis até o fim. 

IV. PROMESSAS AOS VENCEDORES 

1. Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus (12): As colunas de Filadélfia racharam e caíram no terremoto algumas décadas antes, mas as colunas no verdadeiro templo de Deus jamais seriam destruídas. Estas não são de pedra; são colunas vivas e firmes. Jesus não fala somente de líderes nas igrejas (Gl 2.9), mas de todos os vencedores fiéis. Os discípulos do Senhor são, ao mesmo tempo, pedras vivas e sacerdotes (1ª Pe 2.5-9). 

2. Daí jamais sairá (12): Os vencedores permanecerão no templo para sempre. Gozarão comunhão eterna com Deus.

3. Gravarei...sobre ele (12): Várias descrições mostram a posição privilegiada do vencedor. Nomes gravados sugerem posse. O vencedor pertence a Deus. Ele faz parte do “povo de propriedade exclusiva de Deus (1ª Pe 2.9). Ele também pertence à cidade de Deus, a nova Jerusalém. A nova Jerusalém é a noiva de Cristo (21.2). O vencedor faz parte da noiva, da igreja que pertence somente a Jesus. Ele recebe, também, o nome de Cristo. Jesus confessará abertamente os nomes dos seus servos (Mt 10.32). 

4. Quem tem ouvidos...ouça (13): Jesus viria logo para castigar e salvar. É importante ouvir a sua mensagem e estar preparado. 

CONCLUSÃO: Como identificar uma igreja boa? Seria a maior? A mais ativa? A mais conhecida? A mais rica? Certamente Jesus julga por critério diferente do nosso. Ele pode ver uma igreja pobre ou fraca como uma congregação fiel, dedicada e perseverante. Ao invés de tentar impressionar os homens, devemos nos dedicar ao desenvolvimento do caráter que agrada a Deus.

A Igreja de Filadélfia nos ensina sobre fidelidade a Deus e amor ao próximo. Esta é a Igreja que Deus quer, uma comunidade viva e perseverante na Palavra. O Senhor quer abrir portas para o anúncio do Evangelho e nos levantar como colunas em sua Obra.

Pr. Elias ribas

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

quinta-feira, 15 de maio de 2025

A CARTA À IGREJA EM SARDES

 


Apocalipse 3.1-6 “E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas: Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. 2 Sê vigilante e confirma o restante que estava para morrer, porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus. 3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei. 4 Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso. 5 O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. 6 Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.” 

INTRODUÇÃO:

A carta a Igreja em Sardes é uma mensagem de repreensão e advertência para uma Igreja que tinha fama de estar viva, mas estava espiritualmente morta. Jesus, através de Seu Espírito, revela que a Igreja não está agindo de acordo com a sua fé e que precisa despertar e fortalecer o pouco que ainda resta. 

A Igreja de Sardes vivia de aparência. Tinha um nome de que vivia, mas estava morta espiritualmente, apesar de externamente parecer ativa e forte. 

I. O CONTEXTO HITÓRICO 

1. A cidade de Sardes. A cidade antiga de Sardes, foi fundada no século VIII a.C., quando viveu um tempo áureo nos dias do rei Creso. Era uma das cidades magnífica do mundo antigo. 

A cidade antiga parte fazia do reino lídio. Ela orgulhava-se também de seus fabulosos tesouros. Suas abundâncias vinham, em parte, do rio Pactolos, que lhe fornecia ouro, prata e pedras preciosas, lã, tecido em grandes quantidades. Suas águas, de tão excelentes, eram tidas como indispensáveis à boa saúde. 

O Reino da Lídia foi um poderoso império que existiu na região sudoeste da Ásia, mais especificamente na Anatólia Ocidental (atual Turquia), entre cerca de 1180 a 547 a.C. Os lídios, também conhecidos como meônios, eram conhecidos por sua riqueza, comércio e, particularmente, por serem os primeiros a cunhar moedas de ouro e prata. 

Era uma cidade estratégica militarmente. A cidade de Sardes, se localizava no alto de uma montanha a 500 metros acima do nível do mar, cercada de muralha e bem fortificada; considerava-se inconquistável. Seus habitantes pensavam que já mais seria destruída pelos adversários. Ela nunca foi derrotada pelo um confronto direto. 

Em 546 a.C., o rei lídio, Croeso, foi derrotado pelos persas, quando Ciro o Grande cercou a cidade por 14 dias e estrategicamente estudou a maneira de invadir a cidade. Porém em uma noite um soldado persa encontrou uma fenda e penetrou na cidade, encontrado todos dormindo e desatenta. Desta forma ele abre os portões da cidade e Ciro entra e toma a cidade na surdina da noite. Assim, a cidade inconquistável caiu quando o inimigo chegou como ladrão na noite! 

Em 334 a.C, a cidade se rendeu a Alexandre o Grande. Em 214 a.C., caiu outra vez a Antíoco o Grande, o líder selêucido da Síria toma a cidade da mesma forma por falta de vigilância dos soldados daquela cidade. 

Durante o período romano, herdou a província da Ásia, mas nunca mais recuperou a sua reputação. Era uma cidade com um passado glorioso e um presente de pouca importância em termos políticos e comerciais. 

Ela fora destruída, mas Alexandre o Magno a reconstruiu e a eletrizou levando a cidade adorar a deusa Sibele que passa ser a padroeira da cidade. Eles criam que aquela deusa tinha poder para ressuscitar os mortos ou trazer vida aos mortos. Por isso essa igreja entendia a linguagem de Jesus: “...que tens nome de que vives e estás morto.”

Somente Jesus Cristo tem poder para dar vida e não era a deusa Sibele. 

O ano 17 d. C. a cidade foi quase totalmente destruída por um terremoto, mas o Imperador Tibério resolve reconstruir parte da cidade, com isso a cidade agora se molda ao costume de Roma e torna-se uma cidade devassa moralmente, lasciva imoral e idolatra. 

Nos tempos bíblicos do Novo Testamento a cidade passou a pertencer ao Império Romano, sendo situada aproximadamente 80 km da cidade de Esmirna, no atual território da Turquia. 

A cidade antiga de Sardes, hoje apenas ruínas perto da atual vila de Sarte na Turquia, considerava-se impenetrável. Foi colocada numa rota comercial importante no vale do Hermo, com a parte superior da cidade (a acrópole) quase 500 metros acima da barragem, nos rochedos baixos do vale. 

2. Sardes era a capital do antigo Reino da Lídia.  Os lídios foram o primeiro povo antigo a cunhar moedas regularmente. Sardes fazia parte do Reino da Lídia, cujos monarcas tornaram-se notórios por sua magnificência. Ascendendo ao trono no sexto século a.C., o rei Croeso acumulou tantos bens, que o seu nome veio a tornar-se sinônimo de riqueza. No mundo antigo, este ditado era corrente: “Rico como Creso”. A palavra Creso do grego antigo Κροῖσος (Kroísos). Do latim Croesus, por isso usa-se a palavra Creso para uma pessoa muito rica. 

II. A IGREJA EM SARDES VIVIA DE APARÊNCIA 

1. Uma Igreja morta. V. 1b “Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.” 

Tinha fama de estar viva, mas estava morta. A Igreja em Sardes foi morrendo aos poucos até esvaziar-se por completo do Espírito Santo. Agora, já não passava de um cadáver. Mas aos olhos humanos, parecia bem viva. 

1.1. Muitas igrejas, hoje, assemelham-se a Sardes. Morreram e não o sabem. Vivem do passado, pois já não existem no presente. Ao invés do registro do novo nascimento, o atestado de um óbito que poderia ter sido evitado. 

1.2. Todavia, o Senhor Jesus quer reavivá-las. A carta para a Igreja de Sardes é para nós também! O Espírito Santo haverá de soprar-lhes a vida, para que se reergam neste vale de ossos sequíssimos. Somente um reavivamento ressuscitará as igrejas que, apesar de terem história, já não fazem história. 

Frequentemente julgamos os outros pela aparência. Observamos o comportamento e tentamos entender os motivos. 

2. Jesus julga os corações. Ele vê o caráter verdadeiro de cada pessoa e de cada igreja. Apesar de ter a reputação de uma Igreja forte e ativa, Ele viu as falhas e sabia que aquela congregação já estava quase morta. Se não voltar a viver, seria tomada de surpresa, como se fosse por um ladrão. 

III. JESUS SE APRESENTA À IGREJA DE PÉRGAMO 

V. 1 “E ao anjo da igreja que está em Sardes escreve: Isto diz o que tem os sete Espíritos de Deus e as sete estrelas.” 

1. Quem fundou a Igreja de Sardes. Fundada provavelmente pelo apóstolo Paulo, a Igreja em Sardes exalava abundante vida. De um amontoado de gente oriunda de várias etnias, o Espírito Santo batizou a todos no corpo de Cristo (Rm 6.3), isto é, conheceram o evangelho. E apesar da diversidade cultural, todos agora achavam-se irmanados no Autor da vida (Nm 27.16; Jo 17.2; At 3.15). 

1ª Co 11.3 “Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça de todo o homem, e o homem a cabeça da mulher; e Deus a cabeça de Cristo.” 

Cristo é a mente da Igreja, e nós somos as mãos da Igreja. 

2. Endereçada ao anjo da igreja em Sardes (v. 1). O pastor e líder daquela Igreja. 

3. Aquele que tem os sete Espíritos de Deus. Sete representa a totalidade e a perfeição divina. Diante do trono de Deus, “ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus” (4.5). 

Os sete Espíritos de Deus são mencionados quatros vezes no livro do Apocalipse. 

1. Em Apocalipse 1.4, os sete Espíritos de Deus são mencionados na saudação introdutória do livro. 

2. Em Apocalipse 3.1, Jesus se apresenta à Igreja em Sardes como sendo aquele que “tem os sete Espíritos de Deus”. 

3. Em Apocalipse 4.5, na visão do trono de Deus, os sete Espíritos de Deus aparecem relacionados à figura de sete lâmpadas que estão diante do trono. 

4. Em Apocalipse 5.6, na visão de Cristo exaltado recebendo das mãos do Pai o livro selado com sete selos, os sete Espíritos de Deus enviados por toda terra são mencionados em conexão com os sete chifres e os sete olhos do Cordeiro. 

Como são descrito os sete Espíritos de Deus em Isaías. Is 11.1-2 “Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará. E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, e o Espírito de sabedoria e de inteligência, e o Espírito de conselho e de fortaleza, e o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor.” 

4. Os sete olhos do Cordeiro. Ap 5.6 “E olhei, e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete pontas e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados a toda a terra.” 

Deus sabe tudo e vê tudo. Nada em Sardes seria escondido de Jesus. Hebreus 4.13 “E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” 

Lucas 8.17 “Porque não há coisa oculta que não haja de manifestar-se, nem escondida que não haja de saber-se e vir à luz.” 

2º Crônicas 16.9 “Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com ele; nisso, pois, procedeste loucamente, porque, desde agora, haverá guerras contra ti.” 

5. As sete estrelas. Ap 1.16-20 “E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma espada aguda de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece. 17 E eu, quando o vi, caí a seus pés como morto; e ele pôs sobre mim a sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último. 18 E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno. 19 Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer. 20 O mistério das sete estrelas, que viste na minha destra, e dos sete castiçais de ouro. As sete estrelas são os anjos das sete igrejas, e os sete castiçais, que viste, são as sete igrejas.” 

Jesus não somente vê, ele também controla. Ele segura os mensageiros das igrejas na sua mão direita (1.16,20). Pode ver, julgar e até castigar conforme a sua infinita sabedoria. 

IV. HAVIA TRÊS GRUPOS DENTRO DA IGREJA DE SARDES 

1. Um grupo de Pessoas mortas. V. 1 “Eu sei as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto.” 

- Como nas outras cartas, aquele que estava no meio dos candeeiros conhecia perfeitamente as obras e os corações das igrejas. 

- Crentes que só tem o nome no rol de membros, só aparência..., mas estão mortos espiritualmente. São pessoas de dentro da igreja, mas estão ligas ao pecado. 

- Aceitaram a Cristo de boca, mas não eram convertidos. 

- Não apostatara na fé, mas estão sem vidas espiritual. (As 5 virgens néscias). 

- Ele não fala de perseguição romana, nem de conflitos com falsos judeus. Ele não fala do envolvimento com a falsa profetiza Jesabel, nem com os nicolaítas, mas só tinha aparência. Ele fala de uma igreja aparentemente em paz de dentro da congregação, mas indiferentes.

- Eram crentes só no exterior, mas por dentro estavam mortos. Crentes sem santidade. 

1ª Coríntios 11.30 Por causa disso, há entre vós muitos fracos e doentes e muitos que dormem.” 

- Em vez cultuar a Deus, seu culto era só uma solenidade, ou seja, só uma reunião.” 

- A igreja de Sardes teve a reputação de ser ativa e viva, mas Jesus sabia que estava quase morta. 

A igreja pra eles tornou-se um clube. Era uma igreja nominal, apenas de nome. Era uma igreja cristão de nome, porém não de Coração. 

2. Um grupo de pessoas sonolentas. Vs. 2 “Sê vigilante e confirma o restante que estava para morrer, porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus. 3 Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te. E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.” 

2.1. Sê vigilante. Vigiar no ensino da palavra, ou seja, ter o máximo de cuidado com que ensinamos. 

- Era uma Igreja doente. Está na CTI espiritual, “o restante que estava para morrer.” 

- Uma igreja que está com o pé na cova. 

- Por falta de cuidado e de vigilância, a Igreja de Sardes estava morrendo, ou seja, caiu espiritualmente. Muitas passagens no Novo Testamento frisam a importância da vigilância, pois o pecado nos ameaça. 

2.2. Vigiar contra o pecado. Mt 26.41 “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca.” 

2.3. Vigiar contra o inimigo de nossas almas. 1ª Pe 5.8 “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão bramando, buscando a quem possa tragar.” 

2.4. Vigiar com os falsos mestres que procuram devorar os fiéis. At 20.28-31 “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue. 29 Porque eu sei isto: que, depois da minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho. 30 E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si. 31 Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar, com lágrimas, a cada um de vós. 32 Agora, pois, irmãos, encomendo-vos a Deus e à palavra da sua graça; a ele, que é poderoso para vos edificar e dar herança entre todos os santificados. 33 De ninguém cobicei a prata, nem o ouro, nem a veste. 34 Vós mesmos sabeis que, para o que me era necessário, a mim e aos que estão comigo, estas mãos me serviram. 35 Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber. 36 E, havendo dito isto, pôs-se de joelhos e orou com todos eles. 37 levantou-se um grande pranto entre todos e, lançando-se ao pescoço de Paulo, o beijavam, 38- entristecendo-se muito, principalmente pela palavra que dissera, que não veriam mais o seu rosto. E acompanharam-no até ao navio.” 

2.5. Vigiar na vinda do Senhor. Mt 24.42,43 “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor. 43 Mas considerai isto: se o pai de família soubesse a que vigília da noite havia de vir o ladrão, vigiaria e não deixaria minar a sua casa.” 

1 Co 16.13 “Vigiai, estai firmes na fé; portai-vos varonilmente, e fortalecei-vos.” 

1ª Ts 5.6 “Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios.” 

Lc 12.37 “Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa e, chegando-se, os servirá.” 

Não devemos descuidar, porque não sabemos a hora que o Senhor vem. 

V. 3b “E, se não vigiares, virei sobre ti como um ladrão, e não saberás a que hora sobre ti virei.” 

- O bom soldado toma a armadura de Deus e vigia constantemente com perseverança e oração (Efésios 6.18; Colossenses 4.2). 

- A igreja de Sardes não vigiou, estavam adormecidos. 

2.6. Uma Igreja sem integridade. “...não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus.” 

1ª Pe 1.15-16 “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver. 16 Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo.” 

Hb 12.14 “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor.” 

2ª Co 6.14 “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” 

2.7. Uma igreja imperfeita. Um fruto estragado estraga outros também. 

Pregavam a Palavra sem falar em santidade, novo nascimento, arrependimento. 

Uma igreja em atividade, mas suas obras eram imperfeitas, não era sincera. 

Cantavam, mas só de lábios. Mt 15.8,9 “Este povo honra-me com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens.” 

Por fora muito lindo, mas por dentro está podre, como um sepulcro caiado. 

Mt 23.27,28 “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia. Assim, também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniquidade.” 

Diante das pessoas está tudo bem muito lindo, mas aos olhos de Deus estão corrompidos. 

Pregam e louva com a motivação errada. 

2.8. Uma igreja pecadora. V. 3 “Lembra-te, pois, do que tens recebido e ouvido, e guarda-o, e arrepende-te.” 

- Ouviram a Palavra, mas não guardaram. 

- Uma Igreja sem temor, sem reverência. 

Estão com um pé na igreja e outro no mundo. Não deixaram o estilo e a maneira de viver do mundo. 

Se amoldaram ao mundo. Rm 12.1-2 “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” 

O evangelho não é apenas para ouvir; é para ser obedecido. No caso do povo desobediente de Sardes, teriam de se arrependerem para voltar às boas obras de obediência. 

1ª Pe 4.17 “Porque já é tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e, se primeiro começa por nós, qual será o fim daqueles que são desobedientes ao evangelho de Deus?” 

Hoje não é diferente. “Líderes” que aceitam o pecado dentro da Igreja. Por exemplo: Fazem casamento de pessoas do mesmo sexo. 

3º Grupo. Resgatar o resto que estava para morrer. V. 2 “Sê vigilante e confirma o restante que estava para morrer, porque não achei as tuas obras perfeitas diante de Deus.” 

Jd 1.22,23 “E apiedai-vos de alguns que estão duvidosos; e salvai alguns, arrebatando-os do fogo; tende deles misericórdia com temor, aborrecendo até a roupa manchada da carne.” 

A igreja em Sardes estava quase morta, mas ainda houve uma esperança de salvar alguns, ou talvez até de reavivar a congregação. 

3. Um grupo de pessoas convertidos que se mantinha fiel. Vs 4-6 “Mas também tens em Sardes algumas pessoas que não contaminaram suas vestes e comigo andarão de branco, porquanto são dignas disso. 5 O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. 6 Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.” 

3.1. Poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras. No meio de uma Igreja quase morta, Jesus encontrou algumas pessoas fiéis. 

- Cada um receberá 2ª Co 5.10 “...segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo.” 

- A salvação não é coletiva; é individual. Ao mesmo tempo, não devemos interpretar este versículo para justificar tolerância de pecado aberto numa igreja. 

- Pessoas que sabem do pecado e não agem para corrigi-lo não podem alegar ter vestiduras brancas, pois desobedecem a Palavra de Deus (Gl 6.1-2; Mt 18.15-17; Tg 5.19-20; etc.).

Não devemos ser participantes nem cúmplices nas obras das trevas (Ef 5.7,11). 

3.2. Andarão de branco junto comigo (4). Já andavam de vestidura branca, sem as manchas do pecado. 

Pois são dignos (4). Estes fiéis são dignos, não por mérito próprio, mas por serem pessoas salvas pela graça, pessoas que andam nas boas obras determinadas por Deus. 

Ef 2.8-9 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. 9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” 

V. PROMESSA AO VENCEDOR 

V. 5-6 “O que vencer será vestido de vestes brancas, e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida; e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos seus anjos. 6 Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.” 

1. O vencedor ... vestiduras brancas (v. 5a). A mesma promessa feita aos puros em Sardes se aplica geralmente ao vencedor. 

1.1. É uma luta espiritual. Ef 6.12-18 “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais. 13 Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes. 14 Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça. 15 E calçados os pés na preparação do evangelho da paz. 16 Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. 17 Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. 18 Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos.” 

2. Terá vestiduras brancas de pureza e vitória. As pessoas de vestiduras brancas participam da grande festa de louvor ao Cordeiro. 

As “vestes brancas” representam a pureza e a santidade daqueles que permaneceram fiéis a Cristo mesmo no meio á tentação do mundanismo.

2.1. Vestiduras brancas representam a justiça dos santos. Ap 19.7-8 “Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória, porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou. E foi-lhe dado que se vestisse de linho fino, puro e resplandecente; porque o linho fino são as justiças dos santos.” 

3. De modo nenhum apagarei o seu nome do Livro da Vida (5b). O “Livro da Vida” é mencionado várias vezes na Bíblia (veja 3.5; 13.8; 17.8; 20.12,15; 21.27; Fl 4.3). 

- Paulo disse que as pessoas que cooperavam com ele no evangelho tinham seus nomes escritos no Livro da Vida. 

Fl 4.3 “E peço-te também a ti, meu verdadeiro companheiro, que ajudes essas mulheres que trabalharam comigo no evangelho, e com Clemente, e com os outros cooperadores, cujos nomes estão no livro da vida.” 

- Jesus disse que os nomes dos vencedores que se mantêm puros não seriam apagados deste livro (3.5). Em contraste, os que rejeitam a palavra de Deus e servem falsos mestres não têm seus nomes escritos no Livro da Vida (13.7-8; 17.8). 

4. Confessarei o seu nome diante de meu Pai (5c). Jesus prometeu confessar diante do Pai todo aquele que confessa o nome dele diante dos homens. Prometeu, também, negar os nomes daqueles que se envergonharem dele. 

Mt 10.32-33 “Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus. 

Rm 10.9 “a saber: Se, com a tua boca, confessares ao Senhor Jesus e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dos mortos, serás salvo.” 

Mc 8.38 “Porquanto qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos.” 

Quem tem ouvidos, ouça (6). Todos devem prestar atenção! 

CONCLUSÃO:

O processo de morte de uma igreja pode acontecer lentamente, passando quase despercebido. As próprias pessoas na congregação, como outras pessoas olhando de fora, podem achar que esteja tudo bem. Jesus, porém, julga os corações e conhece o estado verdadeiro de cada igreja e cada discípulo. Quando ele nos chama para ouvir, devemos prestar atenção! 

Pr. Elias Ribas – Dr. Em teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC

 

 

sábado, 10 de maio de 2025

A IGREJA DE TIATIRA

 


Ap 2.18-29 “E ao anjo da igreja de Tiatira escreve: Isto diz o Filho de Deus, que tem seus olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes ao latão reluzente: 19 Eu conheço as tuas obras, e amor, e serviço, e fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas obras são mais do que as primeiras. 20 Mas algumas poucas coisas tenho contra ti que deixas Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar os meus servos, para que forniquem e comam dos sacrifícios da idolatria. 21 E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua fornicação; e não se arrependeu. 22 Eis que a porei numa cama, e sobre os que adulteram com ela virá grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras. 2 E destruirei com morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda as entranhas e os corações. E darei a cada um de vós segundo as vossas obras. 24 Mas eu vos digo a vós, e aos restantes que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina, e não conheceram, como dizem, as profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei. 25 Mas o que tendes, retende-o até que eu venha. 26 E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações. 27 E com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai. 28 E dar-lhe-ei a estrela da manhã. 29 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” 

INTRODUÇÃO:

A mais longa das sete cartas é a que se dirige à menos importante das sete cidades. A carta á Igreja de Tiatira apresenta uma mensagem profunda e desafiadora. Localizadas em uma cidade comercial conhecida por suas guildas (grupamento de pessoas) e industrias de tinturaria, a Igreja enfrentava pressões externas e internas. Jesus Cisto aparece como o Juiz Justo, elogiando os avanços espirituais da Igreja, mas também denunciando sua tolerância ao pecado. 

I. CONTEXTO HISTÓRICO 

1. Localização. A Igreja de Tiatira estava localizada na província romana da Ásia. Tiatira estava localizada no longo vale que conecta entre si os vales dos rios Hermus e Caico. Ela estava situada a pouco mais de 80 quilômetros de Esmirna e no meio do caminho para Pérgamo, a capital da província. A cidade estava localizada num fértil vale no qual passavam rotas de comércio. Atualmente, chama-se Akhisar (significa “castelo branco”), na Turquia. A cidade foi localizada no rio Hermus(atual Gediz). 

A cidade de Tiatira é a menos importante mais desconhecida de todas as cidades da Asia. A cidade era regida sob a influência, tanto militar, quanto a política. 

Lídia, a primeira pessoa convertida por Paulo na Europa, era de Tiatira, mas não temos mais nenhuma informação sobre esta igreja. O que sabemos da igreja vem das referências no Apocalipse. 

Atos 16.14-15 “E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia. 15 E, depois que foi batizada, ela e a sua casa, nos rogou, dizendo: Se haveis julgado que eu seja fiel ao Senhor, entrai em minha casa, e ficai ali. E nos constrangeu a isso.” 

2. Uma cidade industrial. A cidade de Tiatira era conhecida pela produção de púrpura, uma tinta usada em tecidos (cf. Atos 16.14), além de roupas, artigos de cerâmica, bronze, etc. Havia em Tiatira grupos organizados de artesãos e profissionais, semelhantes às associações profissionais de hoje, mas com elementos religiosos de influência pagã. 

3. Religião. Como as outras cidades da época, Tiatira teve seus templos e santuários religiosos, incluindo templos aos falsos deuses Apolo, Tirimânios e Artemis (uma deusa chamada Diana pelos romanos e um santuário a sibila (orácula) Sambate. A importância de figuras femininas na cultura religiosa de Tiatira pode ter facilitado o trabalho de Jezabel, a mulher que seduzia os discípulos e incentivava a idolatria e a prostituição.

II. CRISTO COMO JUSTO JUIZ 

V. 18“E ao anjo da igreja de Tiatira escreve: Isto diz o Filho de Deus, que tem seus olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes ao latão reluzente.” 

Como todas as cartas, Cristo as introduz se apresentando a Igreja. 

1. O Filho de Deus. O Filho de Deus, ou seja, o Messias enviado para salvar a humanidade. É comum no Novo Testamento, especialmente nos livros de João, como descrição de Jesus Cristo. Os servos fiéis são descritos, também, como filhos de Deus (Ap 21.7; 1ª Jo 3.1,2, 10; 5.2; Jo 1.12; etc.) Aqui, a expressão obviamente se refere a Cristo. 

A referência “Filho de Deus” enfatiza Sua divindade e autoridade sobre a Igreja. 

2. Olhos como chama de fogo. Jesus tem olhos poderosos e penetrantes em saber todas as coisas.

Ap 1.14 “E a sua cabeça e cabelos eram brancos como lã branca, como a neve, e os seus olhos como chama de fogo.” 

Dn 10.6 “E o seu corpo era como berilo, e o seu rosto parecia um relâmpago, e os seus olhos como tochas de fogo, e os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido; e a voz das suas palavras era como a voz de uma multidão.” 

Hb 4.13 “E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar.” 

Lc 12.2 “Mas nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem oculto, que não haja de ser sabido.” 

3. Pés semelhantes ao bronze polido. Esta palavra é usada apenas duas vezes nas escrituras em Apocalipse 1.15, 2.18. O significado parece ser uma liga preciosa, apontando para o brilho do metal ilustrando Cristo como santo juiz.  Ele tem força para castigar e até esmagar os seus inimigos. 

Dn 10.6 “E o seu corpo era como berilo, e o seu rosto parecia um relâmpago, e os seus olhos como tochas de fogo, e os seus braços e os seus pés brilhavam como bronze polido; e a voz das suas palavras era como a voz de uma multidão.” 

Ap 1.15 “E os seus pés, semelhantes a latão reluzente, como se tivessem sido refinados numa fornalha, e a sua voz como a voz de muitas águas.”

III. ELOGIOS A IGREJA 

V. 19 “Eu conheço as tuas obras, e amor, e serviço, e fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas obras são mais do que as primeiras.” 

Juntamente com a Igreja de Éfeso, Tiatira tem uma lista de boas obras. Jesus reconhece que as obras da Igreja estavam em crescimento, indicando desenvolvimento espiritual e dedicação dos membros. 

A carta de Jesus à Igreja de Tiatira destaca as seguintes virtudes: 

1. Boas obras. A igreja não se limitava a ter fé e amor, mas as demonstrava através de ações concretas. 

Tiago 2.14-18 “Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? 15 E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento cotidiano, 16 E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí? 17 Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. 18 Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.” 

Não somos salvos pelas obras. Ef 2.8,9 “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. 9 Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” 

As obras são frutos da nossa fé.. 

2. Amor. O amor era uma característica marcante da igreja, demonstrado em suas interações e ações. 

A palavra hebraica básica para o amor, ahavah (אהבה), assim como no português, é usado para descrever sentimentos entre pessoas ou relacionamentos íntimos ou românticos, como o amor entre pais e filhos (Gênesis 22.2; 25.28; 37.3); o amor entre amigos íntimos em 1º Samuel 18.2, 20.17; ou o amor entre um jovem e jovem no Cântico dos Cânticos. 

A palavra caridade aparece na Bíblia como tradução e sinônimo de Ágape, que aparece como tradução e sinônimo de Ahava. Ágape é uma das três principais palavras gregas para definir Amor. Ahava é uma das três palavras hebraicas para definir Amor. 

Na cultura grega, o amor era visto sob quatro ângulos. 

2.1. Amor “eros”. Termo grego para o amor sensual. Daí a palavra “erótico”. Esse é o amor físico, da carícia, da relação sexual. Quando um rapaz diz para a namorada: “Estou apaixonado por você!”, ele quer expressar o amor “eros”. Por isso tal amor é também conhecido como paixão. Apesar de tudo isso, esse amor é passageiro. 

2.2. Amor “fileo”. É o amor-amizade, fraternal, social. Desse vocábulo grego (“fileo”) temos algumas palavras derivadas, como Filadélfia (“fileo”, amor-amizade, e “adelfos”, irmãos) que significa “amor entre irmãos” ou “amizade fraternal; Teófilo (“Teos”, Deus, e “fileo”, amizade ou amigo) que quer dizer “amigo de Deus”; Filantropia (“fileo”, amizade, e “antropos”, homem) significa “amor humano”. Em suma, se você possui boas amizades, logo o que está em evidência é o amor “fileo”. 

2.3. Amor “storge”. É o amor conjugal, familiar, doméstico. Longe de ser interesseiro, esse amor é humilde, objetivo e sacrificial. É o amor que une o marido à sua mulher bem como os pais aos filhos. Logo, em um lar onde reina a harmonia, está em ação o amor “storge”. 

2.4. Amor “ágape”. Dos quatro, este é o amor maior, pois tem origem no próprio Deus que é a revelação clara desse amor (Jo 3.16; 1ª Jo 4.8-18; 1ª Co 13.1-13; Ef 5.25). Esse amor é incondicional. Ou seja, não espera nada em troca. Não preciso esperar que alguém me ame para amá-lo. Aliás, com esse amor é possível amarmos até os nossos inimigos (Mt 5.44). Ele também é infalível e eterno, como se pode ver em 1ª Coríntios 13.8,13. 

É bom salientar que, todos os seres humanos possuem, por natureza, os três tipos de amor já mencionados (“eros”, “fileo” e “storge”), entretanto, o amor “ágape” só se adquire quando se nasce de novo, ou seja, ele passa a operar na vida do homem, quando este se torna templo do Espírito Santo (Gl 5.16-22). 

Rm 12.9,10 “O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem. 10 Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.” 

3. Fé. A fé era a base da vida cristã dos membros da igreja, guiando suas decisões e ações. 

Rm 10.17 “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” 

Hb 11.1, 6 “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem. 6 Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.” 

1ª Jo 5.4 “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé.” 

4. Serviço. A Igreja era dedicada ao serviço, tanto aos membros como aos que estavam fora da comunidade. 

Mt 20.26-28 “Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser entre vós fazer-se grande seja vosso serviçal. 27 E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo. 28 Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.” 

Tg 1.27 “A religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se incontaminado do mundo.” 

Cl 3.23,24 “E tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor, e não aos homens. 24 Sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis.” 

At 20.35 “Tenho-vos mostrado em tudo que, trabalhando assim, é necessário auxiliar os enfermos, e recordar as palavras do Senhor Jesus, que disse: Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber.” 

5. Perseverança. A igreja demonstrava perseverança em face dos desafios, mantendo-se firme na fé.

Além disso, Jesus reconhece que a igreja estava progredindo, fazendo mais agora do que no princípio. Isso indica um crescimento espiritual e uma maior dedicação dos membros à causa de Cristo. 

Tg 1.2-4 “Meus irmãos, tende grande alegria quando enfrentardes várias tentações. 3 Sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência. 4 Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma.” 

IV. REPREENSÕES A IGREJA DE TIATIRA 

Vs. 20-24 “Mas algumas poucas coisas tenho contra ti que deixas Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar os meus servos, para que forniquem e comam dos sacrifícios da idolatria. 21 E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua fornicação; e não se arrependeu. 22 Eis que a porei numa cama, e sobre os que adulteram com ela virá grande tribulação, se não se arrependerem das suas obras. 2 E destruirei com morte a seus filhos, e todas as igrejas saberão que eu sou aquele que sonda as entranhas e os corações. E darei a cada um de vós segundo as vossas obras. 24 Mas eu vos digo a vós, e aos restantes que estão em Tiatira, a todos quantos não têm esta doutrina, e não conheceram, como dizem, as profundezas de Satanás, que outra carga vos não porei.” 

O espírito de Jezabel. Para ilustrar o problema, nesta igreja, Cristo usa a personagem do Antigo Testamento de Jezabel. Jezabel era filha de Etbaal, rei dos sidônios a qual casou com o rei Acabe, rei de Israel. Ela tentou corromper Israel, a adorar Baal e Astarote, panteão de origem na Babilônia. 

Como a influência da religião grega começou a cair com a propagação do cristianismo, Satanás usou o método usado contra Israel em Jezebel, ele tentou entrar na igreja e incorporar os deuses e deusas da Grécia com um pacote judaico / cristão. 

Há duas características do espírito de Jezabel que atua na vida de certas pessoas. 

1º Apesar das virtudes, a Igreja de Tiatira foi repreendida por tolerar a profetisa Jezabel, que ensinava e enganava os servos de Cristo para participar nos ritos sexuais pagãos gregos e a comer dos sacrifícios idolátricos. Ela se auto intitulava profetisa, representando um outro Cristo para a Igreja. 

Em Tiatira, uma mulher, esposa de pastor da igreja era uma líder que ensinava e orientava os servos de Cristo para participar nos ritos sexuais pagãos gregos. Ela se auto intitulava profetisa, representando um outro Cristo para a Igreja.

Assim como Jezabel do A.T. levou o povo de Israel á idolatria (1º Rs 16.31-33), o espírito de Jezabel promovia imoralidade e heresia na Igreja. 

Naquele tempo, haviam muitas festas e adorações à deuses que, segundo eles, realizavam milagres. Nestas festas, aconteciam orgias e celebrações pagãs. E Jezabel dizia para sua Igreja que não havia problema nestas coisas. 

Ao que percebe, por se auto intitular “profetisa” e seus discípulos se colocavam como aptos e detentores de capacidade semelhantes ás sacerdotisas de Apolo, conhecidas como “pitonisas.” 

2º No contexto cristão, a ideia de “espírito de Jezabel” é frequentemente usada para identificar indivíduos ou grupos que exercem um controle obsessiva para dominar e controlar os outros, especialmente no âmbito espiritual. 

Ex. Acabe e a vinha de Nabote (1º Reis 21.3). Esta passagem relata a história de Nabote e sua vinha, uma narrativa que envolve o rei Acabe e sua esposa Jezabel. 

Nabote, se recusou a vender sua vinha ao rei Acabe, declarando que era herança e que seria contra a ordem do Senhor (1º Reis 21.3; Lv 25.23). Enquanto Acabe se amuava e reclamava em sua cama para Jezabel a qual mandou incriminar o inocente Nabote e apedrejá-lo até a morte juntamente com seus filhos de modo que não haveria herdeiros, e a terra voltaria para a posse do rei. Essa determinação obstinada de fazer o que quer, não importa quem seja destruído no processo, é uma característica do espírito de Jezabel. 

O segundo exemplo é quando João Batista denunciou publicamente o adultério de herodias com Herodes Antipas. (Mateus 14.4).

Mc 6.18-20 “Pois João dizia a Herodes: Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão. 19 E Herodias o espiava, e queria matá-lo, mas não podia. 20 Porque Herodes temia a João, sabendo que era homem justo e santo; e guardava-o com segurança, e fazia muitas coisas, atendendo-o, e de boa mente o ouvia.” 

Durante a comemoração do aniversário de Herodes, a filha de Herodias dançou para o rei e seus convidados, agradando tanto a Herodes que ele prometeu à moça tudo o que ela pedisse (Mt 14.6-7). Depois de consultar a mãe, a moça pediu a cabeça de João Batista em uma bandeja (Mt 14.8).

V. AS PROMESSAS AOS VENCEDORES 

Vs. 26-28 “E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações. 27 E com vara de ferro as regerá; e serão quebradas como vasos de oleiro; como também recebi de meu Pai. 28 E dar-lhe-ei a estrela da manhã. 29 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” 

A carta conclui com promessas para aqueles que vencerem as tentações e permanecerem fieis a Cristo, Ele promete autoridade sobre as nações e inclui dar a estrela da manhã.

A estrela da manhã (28): Jesus é a estrela da manhã. Qual maior recompensa para o vencedor do que chegar ao eterno dia iluminado para sempre pela luz de Jesus? 

Ap 22.16 “Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã.” 

2ª Pe 1.19 “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar atentos, como a uma luz que ilumina em lugar escuro, até que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações.” 

Quem tem ouvidos, ouça (29): Como nas outras cartas, Jesus encerra esta com um apelo aos ouvintes. Prestem atenção! 

CONCLUSÃO: Jesus vê tudo e faz uma distinção absoluta entre os servos de Satanás e os servos fiéis do Senhor. Para os que insistem em servir ao diabo, ele promete tribulação e morte. Para os discípulos d’Ele, ele promete o dia de Sua presença e o privilégio de reinar com Ele sobre os inimigos. 

Pr. Elias Ribas - Dr. em teologia

Assembleia de Deus

Blumenau - SC