Prometem liberdade, mas trazem escravidão (2ª Pe 2.19; Gl
2.4). A falsidade não satisfaz (Is 32.6). Ensinam heresias abomináveis (2ª Pe
1.21-22), e as pessoas tem grande prazer nisto (Jr 5.31). Têm visões falsas e
profecias falsas (Jr 14.14; Jr 23.25-32). Têm sonhos falsos (Jr 23.32; Zc
10.2). Fingem ser cristãos (ovelhas) (Mt 7.15; Gl 2.4; 2ª Pe 2.1-3). Observe a
vida das pessoas e não somente a suas palavras (Mt 7.16-20). Às vezes fazem
grandes sinais e milagres (Mt 24.24; Mc 13.22), mas são falsos apóstolos,
mestres e profetas.
I.
SÃO EGOCÊNTRICOS
Egocentrismo, à luz da
psicologia, diz respeito ao conjunto de atitudes ou comportamentos de um
indivíduo que se refere essencialmente a si mesmo. Essa tendência é contrária a
Palavra de Deus, que condena a soberba, o orgulho. Todos esses termos, com
significações especifica, inter-relacionam-se, designando o culto ao “eu”, ou
seja, é a tendência e atitude de quem revela pouca ou nenhuma solidariedade e
busca viver exclusivamente para si; também associada a egolatria. Foi o Diabo o
primeiro a cultuar o “eu”, tentando, inclusive, igualar-se a Deus (Is 14.12-15
e Ez 28.15-17).
Um dos quadros mais pintados por Jesus está na sua
parábola do fariseu e do publicano a orarem no templo. O fariseu se ufanava e
exaltava-se de sua bondade e religião e seu egocentrismo, acusava o seu irmão e
quanto o contrito publicano suplicava a misericórdia divina para si dizendo:
“pobre pecador”. Jesus fez pouco caso das orações formalistas, dos jejuns, das
dádivas, dos dízimos por obrigação, e louvou as atitudes apropriadas e naturais
que procedem do coração. Ensinou Seus discípulos não ir além das prescrições da
lei e dos profetas, e os ajudou a olhar mais para os motivos e intenções do que
para os ritos exteriores (Lc 18.11-14).
O fariseu e o publicano mostram duas atitudes
diferentes acerca de pecado. O pecado do fariseu estava tão bem escondido atrás
da sua justiça própria e religiosidade, que ele não o enxergava; mas o pecado
do publicano, patente a si mesmo e a Deus, parecia tão negro e grande que ele
batia no peito, indicando tristeza de coração por ter pecado contra um Deus
Santo (v.13).
Aqueles que se escondem atrás do pretexto de ser um “líder nato”,
tiveram uma personalidade distorcida pelo egocentrismo.
Fazia-se necessário, portanto, positiva e dinamicamente o
lado espiritual da religião, para que o povo se sentisse suficientemente
preparado para enfrentar e solucionar os problemas da vida. E isso Jesus buscou
fazer, ensinando a verdadeira religião a seus discípulos.
II. SÃO
ARROGANTE
“E o que a si mesmo se exaltar
será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado.
Mas ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus;
e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando” (Mt 23.12-13).
O que Jesus nos ensina nestes
textos: Não desejar honra dos homens (6-12). Não há nada mais fatal. Nosso
Senhor muitas vezes referiu-se a isso: “Como podeis crer, vós os que aceitais
glória uns dos outros e, contudo, não procurais a glória que vem do Deus
único?” (Jo 5.44).
Que devemos amar, servir e fazer o bem, sem outro motivo a
não ser o empenho para que os homens sejam ajudados e abençoados, e Deus servido.
Os sinais dos fariseus (23.1-12). A sua hipocrisia (1-4) e a
sua ostentação (5.12). Devemos distinguir entre seu caráter e seu ofício. Jesus
mandou respeitar o oficio e ensino, mas não a conduta dos fariseus, isto é, se
aceitamos a tradução comum dos versículos 2 e 3.
Uma das características dos fariseus é que enganam o povo
comum sobre a verdade fundamental, especialmente a verdade de como obter a
salvação eterna; em vez disso mantêm essa verdade para si mesmo, como uma forma
de poder e de privilégio. Jesus falou diretamente sobre essa terrível situação
em Lucas 11.52: “Ai de vós, doutores da lei, que tirastes a chave da ciência;
vós mesmos não entrastes, e impedistes os que entravam”.
“Para envergonhar os sábios, Deus escolheu aquilo que o
mundo acha que é loucura; e, para envergonhar os poderosos, ele escolheu o que
o mundo acha fraco. Para destruir o que o mundo pensa que é importante, Deus
escolheu aquilo que o mundo despreza, acha humilde e diz que não tem valor.
Isso quer dizer que ninguém pode ficar orgulhoso, pois sabe que está sendo
visto por Deus” (1ª Co 1.27-29 NTLH).
Paulo não está dizendo que os cristãos não tinham do que se
orgulhar. Pelo contrário, disse-lhes que, ao gloriar-se das coisas que eram
motivo de orgulho para o mundo, estavam se gloriando das coisas erradas.
“Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor” (1ª Co 1.31). É
claro que isto não é uma aprovação aos fanáticos religiosos e egoístas que
vivem por aí e reivindicam que todas as suas opiniões a respeito de tudo são
corretas, porque conhecem o Senhor. O principal ensino desta afirmação é que o
gloriar-se humano é maligno, pois eleva o ego ao lugar mais alto. Infelizmente,
é possível acontecer tanto no campo religioso como em qualquer outro. Este tipo
de gloriar é realizado com o propósito de enaltecer a ponto de vangloriar-se do
que se faz. Indica que estamos nos focalizando no que é efêmero e não no
espiritual.
A única coisa transcendente para o ser humano é o
conhecimento de Deus: “Mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e
saber que eu sou o SENHOR e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque
destas coisas me agrado, diz o SENHOR”.
III. LOUVAM
A SI MESMO
“Praticam, porém, todas as suas
obras com o fim de serem vistos dos homens.... Amam o primeiro lugar nos banquetes
e as primeiras cadeiras nas sinagogas, as saudações nas praças e o serem
chamados mestres pelos homens” (Mt 23.5-7).
Os
hipócritas gostam de ser glorificado pelos homens (Mt 6.2), pois dos homens
buscam a glória. Jesus condena os que assim procedem.
Buscar arrogantemente o poder não é atributo espiritual. É
sinal de egoísmo e orgulho. Todo aquele que deseja o poder para obter prestígio
é traiçoeiro. Têm prazer em chegar ao topo pela escada da adulação. Quando um
líder cristão caminha em busca do poder, ele nega a cruz de Cristo.
Os fariseus da época de Jesus faziam tudo para produzir
falsas aparências, buscavam a primazia nas sinagogas, faziam questão de ser
lisonjeados, procuravam honra e glória para si. Esquecem que a honra deve vir
do Senhor Deus, e não buscada para si. Os fariseus estavam preocupados pela
posição religiosa, e não com a salvação do pecador.
A primazia dos fariseus da atualidade é estar em um pedestal
como se fosse um rei, tomaram o lugar dos Reis dos reis e esqueceram-se das
Palavras do apóstolo Paulo na carta aos Romanos cap. 1.25 que diz: “...
honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito e eterno”.
Existem “líderes” que todas as comemorações e festas da sua
igreja devem estar voltadas para si, ou seja, ele é o centro das atenções. É
como Jesus diz: “... e fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos
homens”. Jesus nem se quer é convidado.
O segredo da vitória do obreiro em geral é a humildade. A
Bíblia diz que a humildade vai adiante da honra. Não estou me preocupando se
serei honrado ou como serei honrado, mas com a humildade diante do Senhor.
Infelizmente conhecemos alguns que quando ocupam lugar atrás dos microfones
deixam subir à cabeça. Os cooperadores da igreja se tornam seus empregados
particulares, e ainda acham que outros têm obrigações para com eles. A
humildade e a adoração a Deus são os pontos primordiais. Por isso gosto de
Davi; era um homem humilde segundo o coração de Deus e gostava de adorar Seu
Santo nome.
Na igreja de Corinto já existiam os tais, portanto, Paulo
adverte a igreja dizendo: “Porque não ousamos classificar-nos ou comparar-nos
com alguns que se louvam a si mesmo: mas eles, medindo-se consigo mesmo e
comparando-se consigo mesmo, revelam insensatez” (2ª Co 10.12). “Porque não é
aprovado quem a si mesmo se louva, e sim aquele a quem o Senhor louva” (2ª Co
10.18). O que vale não é a auto apreciação, mas a recomendação de Deus.
Aquele que sendo motivado pela soberba busca a honra dos
homens perde a glória eterna. O senhor Deus diz no livro do profeta Isaías: “A
minha glória, não a dou a outrem” (Is 48.11). Os humildes serão sempre
exaltados e os exaltados serão humilhados (Mt 23.12). Portanto, deixe a honra
vir de Deus, mas não corra atrás para não cair. A honra deve ser conquistada,
mas não obrigada. Por isto o mestre Jesus diz: “Guardai-vos de exercer a vossa
justiça diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; doutra sorte,
não tereis galardão junto de vosso Pai celeste” (Mateus 6.1).
IV. SÃO AVARENTOS
“...que devoram as casas das viúvas, fazendo, por pretexto,
largas orações. Estes receberão maior
condenação” (Lc 20.45-47).
À luz das Escrituras, os fariseus
têm sempre no seu perfil algumas características especificas. Mas a Bíblia
aponta como defeito principal do falso profeta.
Apesar de sua falsa religiosidade, os fariseus eram
avarentos. Faziam longas orações para lograr e devorar as casas das pobres
viúvas. Eles tinham como mandamento cuidar das viúvas, órfãos e necessitados,
porém eles agiam com um espírito cobiçoso.
Avareza, de acordo com o original, é ganância, e se aplica a
alguém que nunca está contente com que tem; sempre querendo o que é dos outros.
Avareza na Bíblia é comparada com o pecado de idolatria (Cl 3.4), porque a
pessoa coloca toda sua concentração naquela coisa que está roubando a posição
de prioridade de Deus em sua vida.
Através de seu fervor religioso
os fariseus exploravam os mais pobres e idosos. Não sabemos exatamente como
eles “devoravam” as casas das viúvas; talvez persuadindo-as a fazer grandes
doações além de suas condições. Certamente, pessoas de má fé no meio religioso
hoje em dia têm este mesmo procedimento. Alguns até ridicularizam as doações
pequenas e garantem bênçãos financeiras do Senhor em troca de enormes ofertas.
Eram hipócritas fingidos, falsos. Faziam prolongadas orações
para tirar proveito das pobres viúvas; aquelas que eles deviam ajudar, pois é a
verdadeira religião (Tg 1.27), estavam devorando. Mas Jesus os advertia: “vocês
vão sofrer maior juízo seus fariseus”.
1.
Pregam por ganância.
[...] Hoje existem certos “líderes espirituais” que pregam
sobre prosperidade ensinam que Deus quer
que todos os seus filhos sejam ricos e
que uma pessoa somente adoece por falta de fé. São mundanos e extremamente interessados
nos prazeres terreais.
Em nome da fé evangélica algumas denominações estão
extrapolando no zelo por arrecadar numerário para a manutenção da Casa do
Senhor. Ora, o compromisso de ajuda pecuniária do crente se restringe única as
contribuições voluntárias e a amor pelo Reino de Deus. Porém, tem havido
interpretações perversas acerca das contribuições. Os dízimos passaram a ser um
meio de salvação, e não há limites na fixação das ofertas. O dinheiro tem sido
a legalidade de salvação e esqueceram que a base da nossa salvação é o precioso
sangue de Jesus. É preciso que os desavisados entendam que não podemos comprar
as bênçãos de Deus; que não asseguramos a salvação com as obras de nossas mãos;
que devemos buscar “primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas
coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).
Em segundo lugar devemos garantir a nossa salvação mediante
sincero arrependimento, confissão dos pecados, mudança de vida, aceitação de
Jesus como Senhor e Salvador. Na qualidade de salvos, de crentes em Jesus,
então cumpriremos seus mandamentos, inclusive o de contribuir e, nessas
condições, faremos jus a todas as bênçãos e promessas catalogadas na Bíblia.
A grande maioria dos que buscam essas denominações que
anunciam um evangelho deturpado e viciado são almas frágeis, enfraquecidas pelos
embates da vida, e ali vão dispostas a fazer o sacrifício que for sugerido ou
determinado. Não têm o conhecimento bíblico para refutar as heresias. Assim,
acreditam que se venderem todos os seus bens e entregarem todo o dinheiro “aos
pés de Jesus” terão resposta imediata de Deus. A teoria do TUDO OU NADA é anti-bíblica
e, portanto, herética.
Os exemplos a seguir, pelo inusitado e extravagância
teológica, sem paralelo na história recente da Igreja, denotam uma situação de
ambição desenfreada, de loucura inteligente, de ânsia incontida, só comparável
aos tempos da diabólica Inquisição e da venda de indulgências.
Eles sabem, os promotores do mercantilismo religioso, que o
povo brasileiro traz consigo a herança maldita da idolatria, exemplo das
imagens dos santos falecidos, como algo tangível, visível, capaz de “auxiliar”
na comunhão com Deus. Sabedores disto procuram preencher a lacuna substituindo
os ícones por outras coisas, seja uma rosa, uma fitinha, um cajado, um manto, um
lenço, uma vassoura, um sabonete ungido etc. É realmente uma jogada
inteligente. É imperioso que o povo de Deus saiba que coisas não transformam
vidas, não trazem bênçãos, não afastam as maldições, não purificam os lares. A
finalidade da igreja não é arrecadar dinheiro, e o principal compromisso dos
crentes não é contribuir com somas cada vez maiores. [Loucos Por Dinheiro
Airton Evangelista da Costa http://opoderdafe.com/artigos/63].
Há casos em essas inovações desvirtuam o ensino da
Palavra de Deus, voltando às fábulas, exatamente como previsto por Paulo, em
sua célebre advertência a Timóteo. (2ª Tm 4.3-4).
O crente em Jesus deve estar atento quanto às distorções da
Palavra de Deus e enganos sutis do diabo no meio cristão. Confesso que estou
muito preocupado com o rumo que as igrejas evangélicas, principalmente as
renovadas, têm tomando. Muitas doutrinas estranhas ao cristianismo estão sendo
sutilmente injetadas, doutrinas de anjos e técnicas para curar os enfermos.
Muitos pastores e líderes, na ânsia de verem suas igrejas crescerem e serem
avivadas, estão adotando métodos e técnicas estranhas sem uma criteriosa
investigação de seus aspectos, muitas vezes ocultos.
O modismo é crescente e desenfreado e tem tomando lugar das
reuniões de oração e estudo da Palavra. Quase não se convida mais para reuniões
de estudos bíblicos e quando alguém se atreve, aparece apenas um pequeno grupo.
Nos ensinos de Jesus Ele atraía multidões para ouvi-lo, mas os seguidores do
“evangelho” mercantilista preferem frequentar um culto com nome extravagante,
por exemplo: reunião para desencapetamento, corredor de fogo, novena das nove
fitas, sete quinta feira etc. Essas inovações exibicionistas têm arrastado
multidões atrás de um evangelho fácil para alcançar a “prosperidade”. Ao
contrário do que ensinou Jesus: “E estes sinais acompanharão aos que crerem...”
(Mc 16.17). Mas o que vemos e ouvimos é o contrário. Os líderes com suas
mensagens atraentes têm levado as pessoas a correrem atrás dos sinais, usando a
sutileza do engano.
Hoje as pessoas numa grande maioria superlotam igrejas, mas não para
ouvirem sobre andar com Deus,não para ouvirem sobre santidade, não para ouvirem
a respeito de viver como sal e luz num mundo perdido, mas as pessoas enchem os
templos para participarem de cultos de bênçãos, de vitórias, de negociar com
Deus, de obter as bênçãos de Deus, desde que dinheiro esteja envolvido.
“Irmãos, sede imitadores meus e
observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós. Pois muitos andam
entre nós, dos quais, repetidas vezes, eu vos dizia e, agora, vos digo, até
chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o
deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se
preocupam com as coisas terrenas. Pois a nossa pátria está nos céus, de onde
também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fl 3.17.20).
[....] Ele transforma o Evangelho de Jesus em objeto de
liquidação. Vende às pessoas um lugar no céu; não tem nenhum escrúpulo de
cobrar quantias vultosas por uma oração de libertação e cura. Negociam com os
carismas de Deus, dizendo estarem incentivando a fé. De acordo com o apóstolo
Paulo, os que agem assim se tornam inimigos da cruz de Cristo, porquanto o seu
Deus é o ventre e a sua glória é a vergonha (Fp 3.18-19). [PAULO CÉZAR LIMA.
Separando o Verdadeiro do Falso, Obreiro, ano 22, nº 11, Pg. 90. Editora, CPAD,
Rio de Janeiro – RJ.
E o que dizer de
Jesus Cristo ao chamar os fariseus de raça de víboras, sepulcros caiados ou
filhos do Diabo? Palavras torpes? Definitivamente não; nem chamar os profetas da
prosperidade de estelionatários da fé, enganadores, ladrões, mercenários,
salafrários, lobos, falsos curandeiros, etc, significa usar palavras torpes.
São palavras qualificadoras precisas para designar pessoas e práticas
condenáveis.
Embora a palavra
de Paulo aos líderes das igrejas que estavam reunidos em Mileto, especialmente
os de Éfeso, tenha sido dura, o seu propósito era revelar sua grande
preocupação com relação ao futuro da igreja de Deus.
Atos 20.28-30: “Olhai,
pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu
bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio
sangue. 29 Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no meio de
vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; 30 E que de entre vós mesmos se
levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos
após si.”
Paulo reconhece o
alto valor que Deus pagou pela igreja ao entregar seu próprio Filho na cruz e
entende que o surgimento de falsos líderes era consequência natural do
crescimento do evangelho, o que ele pretende é alertar à igreja que tenham
cuidado com os falsos líderes, pois eles irão agir impiedosamente, sem temor à
Deus, com um único propósito – atrair as pessoas para si, ao invés de Deus.
Em grandes igrejas
é comum ver pastores orgulhosos pelo numero de membros que mantem cadastrados
em sua secretaria, mas a verdade e que poucos são assistidos regularmente. Isso
ocorre porque muitos líderes estão preocupados com a quantidade e não com a
qualidade dos membros.
O apóstolo Paulo fala
de “lobos cruéis” que entrariam no meio do povo de Deus e, que Esses lobos
representam falsos obreiros que só cuidam de si próprio, e não do rebanho do
Senhor. També diz Paulo que chegará o tempo em que alguns de vocês contarão
mentiras, procurando levar os irmãos para o seu lado.
Porém a visão de Jesus a
respeito do dinheiro é bastante realista, principalmente, ao referir-se a este
como um deus-pagão (Mt 6.24; Lc 16.13), revelando a insensatez daqueles que se
fiam nos seus pertences (Lc.16.1-13), indicando aonde devemos entesourar (Mt
6.19-21). Paulo também admoesta os cristãos para que não se deixem levar pelo
amor ao dinheiro (1ª Tm 6.10) e Tiago chama a atenção para aqueles que são
controlados pela cobiça (Tg 4.2,3). O cristão pode buscar alcançar uma condição
favorável de vida em gratidão (1ª Tm 4.4; 6.17). Mas, diferentemente da visão
mundana, não vivemos ansiosos por coisa alguma, fazemos a nossa parte, sem
ansiedade (Mt 6.25-34), tendo o contentamento como meta (1ª Tm 1.8), cientes,
também, de que precisamos auxiliar aos necessitados, viúvas e missionários (1ª
Ts 1.11; Ef 4.28; 1ª Co 16.2-3). Afinal, fomos chamados não para acumular
riquezas, mas para o amor em sacrifício (1ª Co 13; 1ª Jo 3.16).
Os fariseus além de trazer um ensino expressamente errado ao
povo, mas também em seus corações. A desonestidade com a mensagem do evangelho
vai criar a desonestidade na vida. As forças interiores que produzem a mensagem
desviada, a princípio (orgulho da vida, temor dos homens, amor ao dinheiro,
concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida (1ª Jo
2.16), inevitavelmente se manifestarão no comportamento, ainda que sutilmente.
Esta é a razão pela qual a advertência de Jesus sobre os falsos profetas leva
tão naturalmente a uma discussão para testá-los pelo seu caráter, bem como pela
sua mensagem.
2. Os ais da
hipocrisia (Lc 13-39). “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois
que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por
isso, sofrereis mais rigoroso juízo. Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas! Pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e,
depois de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós.
Ai de vós, condutores cegos! Pois que dizeis: Qualquer que jurar pelo templo,
isso nada é; mas o que jurar pelo ouro do templo, esse é devedor. Tolos e
cegos! Qual é mais importante: o ouro ou o Templo que santifica o ouro?” (Mt 23.14-17).
Notemos os pecados destes fariseus hipócritas: Fecham o
reino dos céus; não entravam, nem deixavam que os outros entrassem (v. 13).
Contudo tinham a certeza de que as suas doutrinas, que tiveram esse resultado,
eram corretas. Este longo discurso, em que Jesus censura os escribas e fariseus, não se
encontra completos nos outros evangelhos.
Tinham zelo de fazer prosélito (v.15), mas seus prosélitos
não eram melhores do que eles. Diziam-se guias, mas levam os outros para a cova
(Lc 6.39).
Eram escrupulosos em pequenas observâncias, mas falhavam no
juízo, na misericórdia e na fé (v.23). Eram limpos exteriormente, mas impuros
em pensamentos e desejos (v. 27).
Professavam grande respeito pelos mártires do passado, mas
não entendiam às verdades que eles ensinavam, e perseguiam os atuais profetas
dessas verdades.
[...] O Dr. Scroggie chama a atenção para os oitos “ais” que
Jesus pronuncia sobre os fariseus: O Senhor reprova no primeiro uma perversa
obstrução; no segundo, uma capacidade cruel (v. 14); no terceiro, um zelo
fanático (v. 15); no quarto, uma discriminação casuística (16-22); no quinto,
uma escrupulosidade frívola (23-24); no sexto, uma devoção superficial (25-26);
no sétimo uma religiosidade pecaminosa (27-28); no oitavo, uma reverência
fingida (29-33), o tipo de reverência que zela os túmulos dos profetas
falecidos enquanto quer matar os profetas vivos [McNAIR P. 326].
“Os
tais são murmuradores, são descontentes, andando segundo as suas paixões. A sua
boca vive propalando grandes arrogâncias; são aduladores dos outros, por
motivos interesseiros” (Jd 1.16).
E
nesse sentido há muitas maneiras sutis de os dissimuladores propalarem “grandes
arrogâncias” sem perderem a imagem espiritual de “humildade” e “santificação”.
Judas
diz que tais pessoas são veementes barulhentas, ousadas e plenas de histórias
impressionantes sobre elas mesmas. Aliás, sempre que elas se introduzem numa
reunião cristã é através do alardeamento que fazem de suas “experiências
espirituais”.
É
muito fácil propalar grandes coisas sobre si mesma sem perder o status da
espiritualidade. Eles impressionam por esses propaladores de grandes coisas.
Judas
diz que eles são arrogantes, porque sempre que se exaltam, fazem isso na
perspectiva de se colocarem como mais experientes do grupo, ou como aqueles com
os quais Deus fala mais diretamente. Por isso é que eu digo a você.
Segundo a Bíblia é impossível servir a Deus e às riquezas ao
mesmo tempo (Mt 19.23-26; Pv 16.5), porque o senhorio de Mamom é contrário ao
de Cristo (Mt 6.24). Portanto, cada cristão deve examinar a si mesmo e
perguntar: “sou cobiçoso?” “Sou egoísta?” “Aflijo-me perdendo a paz e o sono
para ficar rico?” “Tenho intenso e incontido desejo de honrarias, prestígio,
fama, poder e posição?” Já os que são ricos não devem julgar-se como tal, e sim
como administradores dos bens de Deus (Lc 12.31-34, 42,43). Os tais devem ser
generosos e fartos em boas obras (Ef 2.10; 4.28; 1ª Tm 6.17-19).
Quando um crente é estimulado a só pensar em bênçãos,
torna-se cada vez mais egocêntrico e individualista. Ele não frequenta as
reuniões da igreja a fim de cultuar a Deus, e sim para satisfazer as suas
necessidades. A sua fé é direcionada apenas à consecução de vitória, ignorando
os heróis da fé fecharam as bocas dos leões e escaparam da espada (Hb
11.33-34), mas também pela mesma fé foram maltratados, torturados, apedrejados,
serrados e desamparados (Hb 11.25, 35-38).
Paulo advertiu a Igreja a não se
imaginar numa redoma de prosperidade: “E, tendo anunciado o Evangelho naquela
cidade e feito muito discípulos, voltaram... fortalecendo a alma dos
discípulos, exortando-os a permanecer firmes na fé; e mostrando que, por meio
de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus” (Atos 14.21-22).
Jesus revelou à igreja de
Esmirna, no Apocalipse, o teor de sua missão: “Não temas as coisas que tens de
sofrer” (Ap 2.10).
Quem se obriga verbalmente a dar
tudo, ser adorado, é o diabo, nunca Deus (Mt 4.9). A espiritualidade
judaico-cristã não se estabelece sobre utilitarismos. Deus não quer adoração
por aquilo que Ele dá, mas por quem Ele é.
O triunfalismo afasta o cristão da sã doutrina sem que ele
perceba, levando-o a pensar que as aflições não são uma realidade da vida
cristã (1ª Pe 5.8-10; 2 Co 8.1-2; Rm 8.18; 2ª Co 1.6; 1ª Pe 2.19-21; 2ª Tm
3.12). A nossa vitoriosa caminhada rumo ao céu deve ser caracterizado pela
renúncia do “eu” (Lc 9.23; Fl 3.13-14; 2ª Tm 2.3; 2ª Co 1.5; e 2.4). Portanto,
lembramo-nos das palavras de João Batista acerca de Jesus: “que ele cresça e
que eu diminua” (Jo 3.30).
3. Ministros do rebanho de Deus.
Nas palavras finais da sua primeira carta, Pedro trata dos
presbíteros, pastores e líderes espirituais e suas atitudes ao cuidarem do
rebanho de Deus. Muitos abusam da autoridade, mesmo quando dada por Deus.
Existem aqueles que chegam até a pensar ser alguém muito especial e mais
importante do que o rebanho a que está servindo. Talvez tenham esquecido que o
rebanho é do SENHOR Jesus o sumo Pastor.
“Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu,
presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda
co-participante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus
que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer;
nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos
foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo que o
Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória” (1ª Pe
5.1-4).
Ministros Pastores e dirigentes das igrejas devem
acautelar-se de dois pecados perigosos. 1) A ambição por dinheiro; 2) A sede de
poder.
O pastor deve servir
o rebanho de Deus:
Não por
necessidade.... mas
espontaneamente.
Não por
ganância.... mas de boa vontade.
Não como um
ditador... mas sendo modelo do
rebanho.
Aqueles que são líderes precisam tomar cuidado com estas
três atitudes destrutivas e erradas ao servir o rebanho de Deus.
A admoestação do apóstolo Pedro aos ministros é para
servirem ao Senhor sem avareza, sem usar a força, mas voluntariamente e de
ânimo pronto e nem como dominadores, ou seja, donos da igreja, mas servindo de
exemplo ao rebanho. Não quero aqui estipular o ordenado de um ministro, mas sim
combater o comércio que algumas igrejas que se dizem evangélicas estão fazendo
com a obra de Deus.
A Igreja é do Senhor Jesus e não dos homens. Jesus
demonstrou o maior amor em dar a Sua vida por ela, não existe preço que pague a
salvação de uma alma. Os ministros são escolhidos para ensinarem a Palavra e
cuidar o rebanho do Senhor, mas não para fazer comércio.
Devemos contestar aquilo que julgamos ser contrário à
Palavra de Deus. Combater aquilo que consideramos estranho ao Evangelho, ou
seja, o uso de objetos para usufruir melhores bênçãos de Deus ou para afastar
maldições. Devemos alertar incessantemente o povo de Deus sobre algumas
heresias no meio evangélico. O cristão-evangélico necessita usar alguma coisa
tangível (cordões, anéis, pulseiras, vassouras, varinhas mágicas, pedras,
cajados, rosas, sal grosso, etc.), que funcionariam como amuletos, para receber
ou aumentar as bênçãos divinas, garantir salvação, aumentar a fé ou afastar
demônios ou maldições? De maneira nenhuma devemos usar estes tipos de amuleto,
Jesus Cristo disse na sua Palavra: “Eis que estou convosco todos os dias até a
consumação do século”. Sabemos que a Bíblia diz que o anjo do Senhor acampa ao
redor dos que os teme e os livra; e Paulo diz aos Corinto que o Espírito Santo
habita em nós, por isso não precisamos de amuletos como muitas igrejas estão
ensinando, a nossa fé deve ser fundamenta em Cristo Jesus e na sua
Palavra. A compra e venda de objetos para serem usados como amuletos, ainda que
com o objetivo de cobrir despesas extras, não condiz com a vida cristã. Devemos
ensinar o povo contribuir de coração, mas não usar artimanhas anti-bíblicas.
Lamentavelmente a indústria da fé tem substituído os sãos
princípios que emanam da Palavra de Deus. Com a adoção de práticas místicas e
outros elementos de sabor duvidoso, as correntes dos “milagres” há muito
perderam o fio da meada no que tange ao verdadeiro sentido do Evangelho de
Cristo. Como no romanismo, onde até o Senhor Jesus é substituído por coisas,
relíquias, ossos de santos, manto e por sua mãe, no meio dito evangélico só
mudam os ingredientes, permanecendo o mesmo sentido. A finalidade é quase a
mesma auferir lucros para manter a organização a pleno vapor. Enquanto isso a
verdade continua sendo ignorada pela multidão em demanda do benefício. Uma
verdadeira inversão de valores tem ocorrido ultimamente com a adoção de medidas
“profiláticas” visando libertar o corpo em detrimento da alma que permanece tão
maculada como uma fornalha a expelir fuligem. Nota-se que o convite feito aos
milhares é no sentido de receberem benefícios físicos e prosperidade, nunca
para que o ser humano se reconheça pecador, arrependa-se e entregue-se a Jesus.
A Bíblia dá a receita para ficarmos livres das investidas do
diabo e de seus demônios: “Sujeitai-vos, pois, a Deus. Resisti ao diabo, e ele
fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e Ele se chegará a vós. Lavai as mãos,
pecadores, e vós de duplo ânimo, purificai os corações” (Tg 4.7-8). Para uma
pessoa livrar-se do mal basta aproximar-se de Deus com fé e obediência,
arrepender-se e afastar-se do pecado. A Bíblia diz: “Se o meu povo, que se
chama pelo meu nome, se humilhar, e orar e buscar a minha face, e se converter
dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados,
e sararei a sua terra” (2ª Cr 7.14). Não é preciso enxotar o diabo. Ele fugirá
diante de um crente fiel. Dispensáveis, pois, vassoura santa, sabonete ungido,
sal grosso, óleo de Jericó e tantas outras inutilidades.
Não sei por qual razão os mercadores ainda não lançaram no
mercado da fé produtos de há muito conhecidos, tais como vela de sete dias, rosário,
imagens e chifre de boi, a campanha das sete cabeçadas! E por que não uma
pirâmide ungida, uma cabeça de bode, um tridente para ferrar o diabo? Ou uma
corda para amarrar os demônios? Por que não santificar e ungir todos os
símbolos do Movimento Nova Era e do ocultismo, e vendê-los? Poder-se-ia alegar
que o sagrado estava tomando o lugar do profano. Que tal a ideia da imagem
ungida do Senhor Jesus na Glória, ou o cristo redentor do Rio de Janeiro? Pois
o seu sangue e o seu manto já não estão nas prateleiras? Há realmente campo
para diversificação nessa área: o perfume de Madalena, já cantado em hinos,
poderia ser ungido para ser usado no dia-a-dia; os cabelos que enxugaram os pés
de Jesus; o jumentinho ungido, que carregou Jesus; pedaços da cruz de Cristo;
pequenas gotas do mar vermelho, por onde o povo passou; a capa milagrosa de
Elias; fios da barba de Arão. Estas inovações eu considero fogo estranho no
meio da congregação.
[....] É o momento de agirmos com
maior cautela e selecionarmos aqueles que realmente têm por objetivo a pregação
da genuína Palavra de Deus, e com isso excluirmos aqueles que a própria Palavra
chama de mercenário.
Nos dias de Jesus Ele expulsou os
mercadores da porta do templo. Isso causaria até constrangimento, pois alguns
desses mercenários já adquiriram para si posições elevadas, de forma que hoje
tomaram assento nos melhores lugares do templo [SILVIO FERREIRA PIMENTA. Manual
do Obreiro. Ano 22- nº 11. P. 74].
V. TÊM
APENAS VESTES DE SANTO
“...pois alargam seus filactérios e alongam as suas franjas...”
(Mt 23.5b).
Filactérios eram cápsulas, ou rolos de couro, que os judeus
usavam na testa, perto do coração, e no braço esquerdo, que continham quatro
passagens bíblicas: (Êx 13.10, 11, 16; Dt 6.4-9; 11.13-21).
Franjas: são bordas descritas em Nm 15.37-41, usadas de
maneira singular, como lembrete visível da profissão religiosa dos judeus. Os
fariseus desenvolveram esse costume até sobrecarregá-lo de minúcias,
esquecendo-se, porém da sua singeleza mensagem espiritual.
Faziam tudo para produzir falsas aparências. Praticavam
obras procuravam ser diferentes apenas no exterior, mas seu interior estava
corrompido.
1. Jesus pregou o
evangelho do Reino e não sistema humano.
Não se trata de um reino físico ou político, mas espiritual,
a saber, o predomínio de Deus sobre um povo por Ele remido (Rm 14.17; 1ª Co
4.20; 2ª Ts 1.5). É o povo genuinamente cristão, remido por Cristo, que aceita
as condições do reino de Deus e se esforça por viver em obediência à sua
vontade. É, também, um reino invisível. Jesus
declarou que o seu reino não se pode ver fisicamente, porque não vem com
aparência exterior. O reino que Ele estava implantando situava-se a partir do
coração dos seus discípulos (Lc 17.20-21). É um reino que se manifesta no ser
humano, de dentro para fora. Por isso as ações do homem salvo por Cristo são a
expressão do Reino de Deus na sua presente manifestação através da Igreja de
Cristo.
2. Aparência
exterior.
“Cuidado com os mestres da lei, que gostam de usar capas
compridas e de ser cumprimentados com respeito nas praças. Eles escolhem os
lugares de honra nas sinagogas e os melhores lugares nos banquetes. Exploram as
viúvas e roubam os seus bens; e, para disfarçar, fazem orações compridas.
Portanto, o castigo que eles vão sofrer será pior ainda!” (NTLH).
Jesus refere-se aqueles que têm aparência exterior, mas por
dentro estão contaminadas pelo orgulho, ganância e a cobiça do poder. Existem
“cristãos” que exteriormente são belos, lindos, mas o seu interior está
contaminado, corrompido, cheio de rapina e hipocrisia, avareza, egocentrismo,
por fora muito lindo, mas por dentro como um sepulcro invisível. Jesus nos
ensina primeiro limpar o interior, pois se aparência fosse santidade, Jesus
teria elogiado os fariseus, no entanto Ele repreendia-os severamente. E quando
os fariseus vieram ter com João Batista no rio Jordão, ele cheio de coragem e
poder replicou-os dizendo: “Raça de víboras, quem vos induziu a fugir da ira
vindoura? Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mt 3.7, 8).
Nos dias de Jesus os fariseus não saudavam os samaritanos e
nem gentios, pois eles achavam-se mais santos do que todos. Mas nos dias de
hoje ainda existem estes tais que não cumprimentam irmãos de outras
denominações, e às vezes até de sua própria denominação, pois são diferentes e
mais santos. Um simples cumprimento poderá contaminá-los.
Chegamos ao ponto em que o Senhor põe à prova a transparência
da vida cristã, deixando claro que nem tudo que reluz espiritualmente é
sinônimo de vida cristã autêntica. Assim, por mais que alguns tentam
esconder-se atrás da capa da falsa religiosidade, fica também claro que a vida
cristã é transparente. Os que agem de forma fraudulenta dentro da casa de Deus
não conseguem prolongar suas ações por muito tempo porque a má qualidade de
seus frutos será exposta pela ciência de Deus. O Senhor não quer apenas folhas
(cabelo, gravata, paletó etc.), mas fruto. Jesus conhece a árvore pelos frutos
e não pelas folhas.
Jesus condena a hipocrisia e falsa religiosidade dos
fariseus. Tinham roupas de santos, mas eram falsos. Gostavam de fazer saudações
“Schalon”, ocupar os
primeiros lugares nas sinagogas, mas eram avarentos com pretexto de largas
orações devoram as casas das pobres viúvas. Fingiam amar a Deus e Sua Palavra,
mas não amavam seus semelhantes.
Quando lemos o livro do profeta Jeremias, onde Deus
ordenou o profeta descer a casa do oleiro para ver como se faz um vaso. O
artista que molda o vaso começa de dentro para fora e não de fora para dentro.
O vaso somos nós, que também devemos ser moldado de dentro para fora no
interior do coração, de onde procede a saída para a vida. Mas, os fariseus nos
tempos de Jesus e também nos dias atuais se preocupavam apenas com exterior do
vaso, principalmente aqueles que ensinam que as mulheres devem usar vestidões e
cabelos compridos para diferenciar do mundo e esquecem o interior.
“Não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão
o que é meramente exterior e física. Não! Judeu é quem o é interiormente, e
circuncisão é operada no coração, pelo Espírito, não pela lei escrita. Para
estes o louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Romanos 2.28-29).
Os expositores sectários preocupam-se com a
aparência, pois costumam apresentar o seu movimento como um paraíso perfeito
(2ª Tm 3.5). Infelizmente, muitos são os que caem nessas armadilhas. Uma vez
fisgado por eles, dificilmente conseguem libertar-se, uns por causa da lavagem cerebral
que recebem, outros em razão do terrorismo psicológico e da pressão que sofrem
de seus líderes. Seus argumentos são recursos retóricos bem elaborados e
persuasivos, para convencer o povo a crer num evangelho estranho ao Novo
Testamento.
2. São filho
do diabo ou de Deus.
“Vós sois do diabo, que é vosso pai, e quereis
satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se
firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala
do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44).
Aqui Jesus chama os fariseus de filho do diabo. Se
a Igreja do Senhor Jesus se deixa envolver com filosofias, sutilezas, tradições
de homens (Mt 15.1-3; Cl 2.8), fica envolvida com a mentira, com o diabo, com
os filhos do diabo. Infelizmente pouca gente vive o evangelho verdadeiro porque
seguem a mentira ditas pelos filhos do diabo.
“Ora, o Espírito afirma
expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem
a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam
mentiras e que têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento e
exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações
de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade” (1ª Tm
4.1-3).
Existem igrejas que são
abismo de mentiras. Não se prega a Bíblia e nem os princípios elementares,
muito menos se dá alimento sólido. Percebemos que enganam o povo com sutilezas
vãs, fábulas, tradições, sofisma rudimento do mundo e não segundo Cristo.
Isso significa que para
viver um cristianismo verdadeiro, tem que ser segundo o evangelho segundo
Cristo (Gl 1.6-9), pois se vivemos um evangelho barato e segundo as tradições
dos homens e vão sutilezas, estamos seguindo um evangelho de mentiras. Por mais
que se repita uma mentira, nunca será uma verdade. Mas se ensinamos a mentira
então seremos filhos do diabo e não de Deus.
3. Não
sejamos levados pela aparência.
Muitos cristãos criam um molde na vestimenta assim como os
fariseus nos dias de Jesus e acham que este tipo de endromedária é sinal de
santidade. Os fariseus tinham apenas aparência, eram bonitos por fora, mas por
dentro estão contaminados, ou seja, sepulcro caiado. Jesus conhecendo sua
hostilidade ordena primeiro limpar o interior:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que
limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de
iniquidade. Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para
que também o exterior fique limpo” (Mt
23.25-26).
Ai de vós, escriba e
fariseus. As palavras de JESUS no capítulo 23 se constituem na Sua mais severa
denúncia contra os líderes religiosos e falsos mestres que rejeitavam em parte
a Palavra de DEUS, substituindo a revelação divina por suas próprias ideias e
interpretações (vv. 23,28; 15.3,6-9; Mc 7.6-9).
A crítica de Jesus a alguns
costumes dos fariseus faz nos lembrar as palavras dos profetas de Israel que
alertavam o povo acerca das tradições e rituais exteriores, que só por si nada
valem. O que conta, diante de Deus, é a conversão interior, o amor ao próximo e
a vontade de Deus.
A maneira dos fariseus se portarem diante dos homens
desagradava a Deus. Pois, sua salvação era vista pelas obras exteriores e não
pela fé em Cristo. E,
desta maneira, desagradam e entristecem o Espírito Santo. Apesar das Escrituras
Sagras ser anunciada através dos meios de comunicações ainda existem centenas
de pessoas que pensam estar vivendo uma vida digna diante de Deus, mas estão
como os fariseus preocupados em usos e costumes assim desagradando
(entristecendo) a Deus pelas suas tradições.
Não se preocupe com a popularidade da parte dos homens. Um
dia Deus julgará o trabalho fiel do crente e o exaltará. Viva para Ele e para
Sua honra, procurando ser como Ele em todo o seu viver e em todo o seu
ministério.
Um tema do livro de Juízes no capítulo 17.6 e 21.25 os
israelitas seguiram os seus próprios sentimentos e acabaram estragando a vida
espiritual. Não devemos seguir o que vemos, antes devemos seguir o que Deus ordena:
"Cada um fazia o que achava mais reto". Foram épocas
desastrosas na história do povo de Deus. Não há momentos piores do que os
eventos dos capítulos 17 a
21 de Juízes. Eles devem nos levar à convicção de que seguir nossos
sentimentos, nossas emoções, enfim, o que parece certo para nós, leva ao
desastre. A chave da vida sensata é viver conforme os princípios e os
mandamentos do Senhor. Sansão destruiu sua vida deixando seus olhos
determinarem sua conduta.
Os herodianos nos tempos de Jesus reconheceram que Ele era o
messias dizendo: “Mestre, sabemos que és verdadeiro e que ensinas o caminho de
Deus, de acordo com a verdade, sem te importares com quer que seja, porque não
olhas a aparência dos homens” (Mt 22.16).
Enquanto que os fariseus baseavam sua salvação na aparência,
os herodianos reconheceram que Jesus era de fato o Filho de Deus e não se
observava o exterior dos homens, senão o coração. Jamais podemos julgar as
pessoas pelo seu exterior. Podemos cometer um pecado de acepção: “Porém o
SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura,
porque o rejeitei; porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o
exterior, porém o SENHOR, o coração” (1ª Sm 16.7).
O homem vê o exterior, mas Deus vê o coração. Portanto não
devemos fazer um juízo temerário, pois aquele que julga está condenando a si
mesmo. Eliabe irmão de Davi poderia ter uma boa postura, uma boa presença, mas
não era um homem segundo o coração de Deus.
Samuel foi logo pensando: “Certamente, está perante o Senhor
o seu ungido” (v.6). Porém o homem não vê como Deus vê. A falha dos fariseus é
julgar segundo aparência. Por isso foram reprovados por Jesus.
O valor e o caráter do homem não devem ser julgados por sua
aparência. Só por ter boa aparência e magnetismo pessoal para atrair o povo,
não quer dizer que tal pessoa seja autêntico homem de Deus.
O povo corria para Jesus, porque ele alimentava com verdades
que Seu coração desejava ansiosamente. Não com ilusões e ideias e ensinamento
humano.
A intenção de Jesus era de levar o povo à conversão a Deus e
essa também deve ser a nossa. Jesus buscou criar e desenvolver virtudes
positivas, tais como a honestidade, a humildade, a pureza, o altruísmo, a
bondade, o sacrifício, que enobrecem o caráter, firmam a conduta e alegram o
viver. Desejou para seus discípulos uma vida o mais humanamente possível,
libertá-los do pecado.
VI.
OS FARISEUS
DESENVOLVERAM DUPLA PERSONALIDADE
“Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora se mostram
belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos, e de toda imundícia.
Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro
estais cheios de hipocrisia e de iniquidade” (Mt 23.27-28).
Aqui Jesus está falando claramente da dupla personalidade
dos fariseus e de suas hipocrisias. Eram religiosos inteligentes e eficientes,
mas não podiam escondê-las dos olhos oniscientes de Jesus Cristo. Por fora,
simpatia, sorrisos e limpeza; por dentro, sujeira, mentira, ganância, roubo, injustiça,
podridão moral, promiscuidade, etc.
Devemos saber que o fermento da hipocrisia ainda existe.
Proliferam-se como o joio no meio do trigo. E tornam-se invulneráveis, ou seja,
não podemos arrancá-los.
Mas nem todos na Casa de Deus estão combatendo a sua
hipocrisia, como Jesus fez. Quem concorda com um hipócrita, mais cedo ou mais
tarde será hipócrita também. O vírus da hipocrisia se transmite mais facilmente
do que sarampo ou varíola.
Quem defende um hipócrita é tão hipócrita quanto ele. Quem
bajula um hipócrita é mais hipócrita que ele.
Os hipócritas usam simultaneamente as duas mãos. Com uma
afagam. Com a outra, apunhalam. Como morcegos, assopram uma suave brisa
enquanto chupam e sugam o sangue de suas vítimas.
Todo hipócrita tem duplicidade de palavras e de atos. Diz
uma coisa, enquanto está pensando noutra. Por isso Jesus lhe disse: “Bem profetizou Isaías
acerca de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios;
o seu coração, porém, está longe de mim”. (Mc 7.6).
VII.
FARISEU TEM MENTE OBSCURA
“Se alguém ensina outra doutrina e não concorda com
as sãs Palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade,
é soberbo, nada entende, mas tem mania por questões e contenda de
palavras, de que nascem invejas, provocações, difamações, suspeitas malignas.
Altercações sem fim, por homens cuja mente é pervertida e privados da verdade,
supondo que a piedade é fonte de lucro” (1ª Tm 6.3-4).
Paulo escreve a Timóteo num sentido de advertência
contra os falsos mestres, cujo caráter é: 1. Entendimentos falsos, apesar de
nada entenderem; 2. Estão enfatuados com a ideia de serem sábios; 3. E têm em
si uma piedade falsa, e uma santidade falsa.
Eles não estão preocupados com a doutrina bíblica
que são os fundamentos da verdadeira Igreja, mas tem mania por questões e
contendas de palavras (usos e costumes radicais), que não leva a nada a não ser
provocações, invejas e suspeitas malignas.
As doutrinas bíblicas quase não são ensinadas, pois se
arraigou no farisaísmo e perdeu o brilho do Espírito.
Ele dá o nome de [logomaquias - questões de palavras]. São às disputas contenciosas em torno de palavras, quando
devia ser em torno do que é real, as quais são sem conteúdo ou fundamento. Caso
alguém investigue atentamente o tipo de questões que ardentemente preocupam aos
sofismas, descobrirá que dali nada nasce que seja real, senão o que é forjado
do nada. Em suma, o propósito de Paulo era condenar todas as questões que nos
envolvem em acirradas disputa sobre assuntos dos quais nada resulta.
“... homens cuja mente é pervertida e privados da
verdade...” Aqui Paulo está censurando os sofistas que não se preocupavam com a edificação da
Igreja e convertiam a Palavra de Deus numa fonte de controvérsias engenhosas.
Paulo nos mostra que os tais mestre queriam profanar a verdadeira doutrina e
sua reprovação é muito mais pesada e grave, pois ele mostra os males
perniciosos e as pragas nocivas resultantes disto. Devemos saber que o ensino
sofista é nocivo à Igreja de Deus.
“....supondo que a piedade é fonte de lucro...”. Conforme já
vimos os fariseus eram avarentos e gananciosos. Aqui Paulo combate os falsos
mestres que procediam da mesma forma fazendo da piedade uma fonte de lucro. Para esses homens, todo o cristianismo deve ser
aquilatado pelos lucros que ele gera. E como se os oráculos do Espírito Santo
houvessem sido transmitidos não com outro propósito, senão de servir à sua
avareza; negociam com eles como se fossem mercadoria à venda. Paulo proíbe aos
servos de Cristo qualquer gênero de transação com tais homens. Ele não só
proíbe a Timóteo de imitá-los, mas lhe diz que os evitasse como se fossem peste
maligna. Portanto, devemos empenhar-nos ardentemente por levar as pessoas a
entenderem que somos completamente diferentes deles, e que nada temos em comum
com eles.
VIII.
OS FARISEUS
SÃO CEGOS
“Ai de vós, guias cegos, que
dizeis: Quem jurar pelo santuário, isso é nada; mas, se algiém jurar pelo ouro
do santuário, fica obrigado pelo que jurou. Insensatos e cegos! Pois qual é
maior: o ouro ou o santuário que santifica o ouro?” (Mt 23.16-17). Fariseu
cego, limpa primeiro o interior do copo, para que também o seu exterior fique
limpo” (Mt 23.26).
Jesus expôs a cegueira de sua
geração (Mt 13.13-15). Apesar de examinarem as Escrituras diligentemente, os
fariseus deixavam de ver o que elas estavam indicando (Jo 5.39-40). Sua
pesquisa exaustiva e horas incansáveis de estudo não produziam para eles
discernimento da verdadeira mensagem da Bíblia.
O que causava a cegueira deles?
Eram preconceituosos, permitindo que seus desejos velassem o que as Escrituras
ensinavam. Seu orgulho impedia-os de se humilharem o suficiente para permitirem
que o Senhor abrisse seus olhos (Jo 7.45-52; 9.24-34). Eles deturpavam as
palavras que Jesus dizia e negavam seus milagres (Mt 12.22-24). Eles recorriam
a desonestidade absoluta (Mt 28.11-15). A questão penetrante é: somos cegos
também? Ler a Bíblia não nos imuniza. Somente um coração terno e um amor pelo
Senhor nos capacitarão a entender as Escrituras que lemos.
Jesus expôs a cegueira espiritual destes líderes, pois ela
impedia de conhecê-lo e que Jesus era o Messias.
No ensino de Jesus aos seus discípulos ele diz: “Não dizeis
vós que ainda há quatro meses até a ceifa? Eu, porém, vos digo: erguei os olhos
e vede os campos, pois já estão branquejam para a ceifa” (Jo 4.35).
Os discípulos (aprendizes) de Jesus ainda não
haviam recebido a visão espiritual eram aprendizes. Mesmo andando com Ele. “Abriram-se
lhes, então, os olhos, e o conheceram, e ele desapareceu lhes. E disseram um
para o outro: Porventura, não ardia em nós o nosso coração quando, pelo
caminho, nos falava e quando nos abria as Escrituras? E, na mesma hora,
levantando-se, voltaram para Jerusalém e acharam congregados os onze e os que
estavam com eles” (Lc 24.31).
Para os discípulos receberem a visão espiritual era
preciso aguardar a promessa do Consolador. “E eis que sobre vós envio a
promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto
sejais revestidos de poder” (Lc 2.49). “Mas recebereis poder, ao descer sobre
vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em
toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8).
Mas, no dia do Pentecostes, quando o Espírito Santo
desceu sobre os discípulos aconteceu algo sobrenatural e suas visões espirituais
se abriram: (At 2.1-4).
Os fariseus jamais poderiam ter uma visão espiritual, uma
visão completa do Reino de Deus, pois não tinham a essência do Espírito Santo
nas suas vidas. E sem esta essência sobrenatural o homem não consegue ver o
amor de Deus derramado sobre os corações. Ele está cego, sem comunhão, sem
amor, sem misericórdia, sem fé, sem a verdadeira santidade e a obediência
genuína das verdades bíblicas.
As palavras de Jesus em Mateus 23 se constituem na sua mais
severa denúncia contra os líderes e falsos mestres que rejeitavam em parte a
Palavra de Deus, substituindo a revelação divina por suas próprias ideias e
interpretações (vv. 23, 28; 15.3, 6, 9; Mc 7.6-9).
Cristo não era um pregador tímido, a tolerar o pecado. Ele
foi fiel à Sua missão de combater o mal (Mt 21.12-13; Jo 2.13-16), combater as
tradições e doutrinas de homens (Mt 15.1-3, 9) e denunciar o pecado de
corrupção entre os importantes (Mt 23.23-25).
O amor de Jesus pelas Escrituras inspiradas do Seu Pai, bem
como pelos que estavam sendo arruinados pela distorção delas (Mt 15.2-3;
18.6-7; 23.13-15), era tão grande que levou a usar palavras tais como:
“hipócritas” (v. 15), “filhos do inferno” (v. 15), condutores cegos (v. 16),
insensatos (v. 17), cheios de rapinas e de iniquidade (v. 25), limpa só no
exterior (v.25), sepulcros caiados (v. 27), imundícias (v. 27), iniquidade (v.
28), serpentes (v. 33), raça de víboras (v. 33) e assassinos (v. 34).
Estas palavras, embora severas e condenatórias, foram ditas
com profunda dor (v. 33), por aquele que morreu pelas almas a quem dirigiu
estas palavras (cf. Jo 3.16; Rm 5.6-8).
Jesus descreve o caráter dos falsos mestres e pregadores
como os dos ministros que buscavam popularidade, importância e atenção das
pessoas (v. 5), que amam honrarias (v. 6), e títulos (v. 7), e que, com o
evangelho distorcido que pregavam, impedem as pessoas de entrar no céu (v. 13).
São religiosos profissionais que, na aparência, são espirituais e santos, mas,
que na realidade, são iníquos, falsos e assassinos (vv. 14, 25-27). Falam bem
dos líderes espirituais piedosos do passado, mas não seguem as suas práticas,
nem sua dedicação a Deus e à sua Palavra e justiça (vv. 29-30).
Rodeiam a terra toda para fazer um prosélito (seguidor seu),
mas quando conseguem e trazem para dentro da igreja “fazei filho do inferno”.
Por quê? Porque eram religiosos muito duros, radicais, fanáticos. Traziam o
povo para a igreja, mas depois condenavam por coisas insignificantes como fazem
hoje e jogavam no inferno.
Você pode estar sendo tão “religiosos”, que nunca será
espiritual. Não importe o quanto ore. Mas você pode estar perdido, sem mesmo
conhecer Deus, apesar de manter uma vida de oração. Não importa quanto você
conheça a Bíblia, ou o que você sabe sobre Deus. Estou perguntando se você já está
liberto das tradições ou se você já tirou a venda de teus olhos que impedem de
conhecer a verdade? A religiosidade impede de conhecer a Deus e ter comunhão
perfeita com Ele. É preciso libertar do jugo do legalismo e das tradições
humanas, conforme Paulo diz em sua carta aos Gálatas: “Estai, pois, firmes na
liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do
jugo da servidão.” (Gl 5.1).
Cristo morreu para nos libertar do pecado e de uma lista
interminável de leis e regulações. Cristo veio para nos liberar, não para fazer
o que quisermos, o que nos levaria novamente à escravidão de nossos desejos
egoístas. Se não que, graças a Cristo, somos livres e agora estamos em
condições de fazer o que antes era impossível: viver livre do egoísmo. Aqueles
que apelam a sua liberdade para fazer o que gostarem ou ser indulgentes com
seus desejos, estão caindo nas garras do pecado. Usa sua liberdade para si
mesmo ou em favor de outros?
IX. SÃO ACÉTICOS E DOGMÁTICOS
Dogmatismo é a tendência de um indivíduo, de afirmar ou crer
em algo como verdadeiro e indiscutível, é um termo muito utilizado pela
religião e pela filosofia. O dogmatismo ocorre quando uma pessoa considera uma
verdade absoluta e indiscutível, o que é muito debatido nas religiões.
Na religião, o dogmatismo acontece com a revelação de Deus,
através de diversos dogmas. A Igreja Católica tornou os dogmas como definitivos
e imutáveis, onde ninguém questiona sua veracidade.
No ceticismo dogmático o objetivo não é investigar
e obter conhecimento, mas unicamente desacreditar alguma ideia que contrarie um
conjunto de crenças pré-estabelecidas. Na vigência do ceticismo dogmático,
nenhuma nova ideia pode florescer. É o ceticismo conduzido às fronteiras do
cinismo, da hipocrisia, da ignorância. É o “não querer saber” levado ao exagero
insano (por isso ignorante), disfarçado de “indagação e exame” (por isso cínico
e hipócrita). É o ceticismo adotado pela Igreja nos tribunais de Inquisição.
Lembremos do exemplo de Galileu Galilei, que foi obrigado a negar a sua
descoberta de que a terra é que gira ao redor do Sol. Quando solicitou aos
inquisitores que olhassem pela luneta, estes simplesmente se negaram, alegando
que ela estaria adulterada ou que Satanás estivesse a produzir ilusões de ótica
para desvirtuar o homem do caminho da verdade.
O ceticismo, quando utilizado de forma inteligente e livre
de dogmas, permite que não nos contentemos com respostas mal dadas. Nos impele
para o sincero questionamento e nos direciona para as descobertas.
X. SÃO
INSUBORDINADOS
“Porque existem muitos insubordinados, palradores, frívolos
e enganadores, especialmente os da circuncisão. É preciso fazê-los calar,
porque andam pervertendo casas inteiras, ensinando o que não devem, por torpe
ganância. Este testemunho é exato. Portanto, repreende-os severamente, para que
sejam sadios na fé. Não dando ouvido a fábulas judaicas, e nem a mandamento de
homens que se desviam da verdade” (Tt 1.10-14 – RC).
1. Paulo
adverte a Tito mostrando as características dos hereges:
Sua atitude: Insubordinados contra a
Palavra; Palradores frívolos; cabeças vazias com discursos vãos, legalistas.
Sua ambição: Vigarista em matéria de
religião, gananciosos.
Enganadores.
Do grego frenapath phrenapates
significa: impostores ou sedutor.
Paulo
demonstra novamente sua constante preocupação com os falsos mestres e a saúde
doutrinária das igrejas. Entre esses, estavam “os da circuncisão” (1.10,14).
Tal expressão designava os judaizantes, aqueles que queriam impor a lei judaica
sobre os gentios convertidos ao cristianismo.
2. Paulo identifica três elementos
nítidos em sua doutrina que provocam falsidade.
Primeiro:
eles ensinavam aos novos convertidos a seguirem os preceitos judaicos se
quiserem ser salvos. Eles ensinavam que a salvação pela graça não era
suficiente. O crente que desejasse ser salvo teria que obedecer as normas da lei,
as tradições e filosofias dos rabinos.
Segundo:
eles professavam conhecer a Deus, mas negavam a fé através de seus atos.
Terceiro:
nas suas consciências corruptas, permitiam a perversão daquilo que é puro.
“Todas
as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada
é puro. Porque tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas. No
tocante a Deus, professam conhecê-lo; entretanto, o negam por suas obras; é por
isso que são abomináveis, desobedientes e reprovados para toda boa obra” (Tt
1.15-16).
O modo como uma pessoa pensa a respeito de si mesma é a
chave de como pensará sobre outros, e para a perspectiva geral de sua vida.
Aquele que vê pecado em tudo, também irá julgar seu irmão pelo o que ele vê e
não segundo um raciocínio lógico. Por esta razão o Apóstolo diz: “É preciso
fazer calar” (v.11). Calar no grego epistomizo,
que significa: calar a boca; silenciar, no sentido de amordaçar cães. Paulo usa
uma expressão forte, porque são fariseus mentirosos que estavam se infiltrando
no meio cristão para corromper o evangelho tirando, assim, da simplicidade que
há em Cristo Jesus.
Os fariseus tinham suas mentes cauterizadas e ensinavam com
engano a Palavra do Senhor. “...para os impuros e descrentes, nada é puro”.
Tito estava habitando em meio a um povo corrupto na Ilha de
Creta. Os habitantes desta Ilha tinham reputação tão má diante do mundo antigo,
que os grego criam que a palavra kretizen,
significa mentir ou enganar.
Os fariseus não viam pecado na corrupção dos habitantes daquela
ilha, mas no descumprimento das regras judaicas.
Isto acontece hoje em muitas igrejas. A imoralidade,
corrupção, roubo etc., não é um pecado grave, mas desobedecer à regra dos usos
e costumes impostos pelo dirigente, você está sujeito à exclusão.
ADVERTÊNCIA
DE JESUS CONTRA OS FALSOS MESTRES
“Acautelai-vos, porém, porém dos falsos profetas, que vêm
até vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores...”.
(Mateus 7.13-21). “Acautelai-vos que ninguém vos engane. Porque muitos virão em
meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos” (Mt 24.4-5). “E
surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. Porque surgirão falsos
cristos e falsos profetas e farão tão grandes sinais e prodígios, que, se
possível fora, enganariam até os escolhidos” (Mt 24.11, 24).
[...] Essa advertência de Jesus sobre os falsos
profetas, utilizando-se das figuras das [mãshal] ovelhas e dos lobos, não nos
dá absolutamente autoridade para julgar a subjetividade de quem quer que seja,
mas por outro lado, tira aquela visão simples e ingênua de quem acredita em
tudo e em todos, sem o mínimo de discernimento. Se de um lado somos advertidos
pelo Mestre da Galileia a não emitir juízos temerário e definitivos sobre a
individualidade de ninguém, somos informados de que o que é falso, dá noite
para o dia fica exposto, não podendo esconder-se como se fosse verdadeiro.
Temo, profundamente, por aqueles que andam
confundindo o bem com o mal, o verdadeiro com o falso, por causa do nível de
semelhança que às vezes, há entre um e outro. Mas temo também por aqueles que
julgam as coisas só pela aparência, através de uma visão preconceituosa [PAULO
CÉZAR LIMA. Separando o Verdadeiro do Falso, Obreiro, ano 22, nº 11, p. 85 a 90. Editora, CPAD, Rio de
Janeiro – RJ].
Na parábola do joio Jesus diz: “Enquanto os homens dormiam”
No descuido dos trabalhadores o diabo veio e semeou o joio. A palavra joio no grego
Zizanion. O joié é uma espécie de
ervilha brava, é uma gramínea venenosa e quase não se distingue do trigo,
enquanto ambas são ainda novas, mas, depois de crescidas, não se confundem
mais. Quando Jesus fala do joio, refere-se aos fariseus da época, pela qual,
faziam o povo errar pelas suas tradições. E ao discorrer esta parábola Ele nos
mostra que o joio sempre irá existir no meio do trigo (Mt 13.28-29). O trigo e
o joio crescem juntos, mas só na colheita serão separados e tirados do meio do
trigo.
Jesus, não fez questão de tirar esta planta
maléfica do meio do trigo. Mas mostrou-nos que a igreja teria crentes
verdadeiros e crentes falsos. Peixes bons e peixes ruins (Mt 13.47-50). Estão
misturados e é difícil separá-los (Mt 13.28-30). Portanto, não devemos olhar
para a aparência dos outros, mas para a nossa própria fidelidade (Gl 6.4; Fp
2.12).
Desde a fundação da Igreja, há homens hipócritas no meio
dela: “Ora, numa grande casa não há somente utensílios de ouro e de
prata; há também de madeira e de barro. Alguns, para honra; outros, porém, para
desonra. Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será
utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado
para toda boa obra”. (2ª Tm 2.20-21).
Enquanto a igreja estiver neste mundo, existirão no seu meio
vaso para honra e vaso para desonra. Os vasos para honra, são os crentes cujo
propósito é servir ao Senhor de todo o coração, humildade santidade e
fidelidade. Enquanto que os vasos para desonra são os falso crente e mestres
que estão a serviço de satanás (2ª Co 11.13-15), para difundir suas ensinos e
enganos. Os homens poderão perguntar: “porque não lançamos fora todos os vasos
maus, e mantemos somente os melhores?” Mas Jesus enfatiza em Mateus 13.24-30,
que devemos deixar os dois juntos até o tempo da colheita, para que não
arranquemos e percamos alguns que crerão mais tarde. A ênfase neste versículo
não está no aperfeiçoamento pessoal, mas no valor para o Mestre e para seu uso
no reino de Deus.
O vaso de desonra ou o joio, são aqueles que estão dentro
de um contexto cristão e até conhecem a Deus, porém pregam o “outro evangelho”
(Gl 1.8).
O vaso de honra está dentro igreja para satisfazer,
honrar e servir o Seu Senhor, pois, são santificados para o Senhor, é útil para
o Senhor, são preparados para a boa obra e combater as heresias. Cabe agora
fazer uma pergunta: Que tipo de vaso você tem sido na casa de Deus? Trigo ou
joio? Vaso de honra ou de desonra? Uns, serão porta de benção e outros uma
muralha de tropeço.
Deus conhece os que são Seus, pois Ele é Onisciente e sabe
quem é trigo e quem é joio. Aqueles que são de Deus têm o selo do Espírito, e o
poder humano não tem condições de derrubar aqueles que estão selados. Os
selados são aqueles que praticam a justiça, que falam segundo a verdade, são
separados para Deus, fieis à doutrina bíblica. Este selo em primeiro lugar é
secreto é na alma e é invisível. Em segundo lugar deve ser visto publicamente;
pelos seus atos, frutos, vida santa, pura sem mácula e sem ruga (mistura com o
pecado ou coisas vãs).
Os falsos mestres vêm disfarçando-se entre os filhos de Deus
para disseminar suas heresias. Jesus disse que os mestres do erro apresentam-se
“vestido como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores”. Ele exortou
seus discípulos dizendo que muitos viriam em Seu nome e se levantariam falsos
profetas, “ministros enganadores” para corromper
o Seu evangelho e enganar a humanidade. Estes estão a serviço de Satanás e,
muitas vezes, dentro das igrejas cristãs. Mas com o estudo correto da Palavra
de Deus podemos discernir o certo do errado.
Corromper quer dizer, adulterar, mudar, perverter. Os falsos
profetas destingem-se pelas falsas doutrinas, que tão ardorosamente ensinam (Cl
2.8). As falsas doutrinas vão contra as verdades bíblicas (Jd 4) e escarnecem
da Palavra de Deus (Jd 17,18), pois são oriundas de supostas revelações das
mentes de seus fundadores ou líderes, mas nós temos a mente de Cristo para
rejeitá-las (1ª Co 2.15-16).
No Velho Testamento existia os falsos profetas que faziam o
povo desviar-se dos caminhos do Senhor. Nos dias de Jesus, Ele caracteriza os
fariseus e os saduceus, como falsos profetas que disfarçados de ovelhas
entraram no meio do rebanho, mas nos tempos apostólicos havia duas classes de
opositores para desviar os crentes da verdade (os judaizantes e os gnósticos) e,
ambos estavam disseminando suas ideias extra-bíblica. Embora não existe mais a
seita dos fariseus no dias atuais, mas os seus ensinos ainda continuam no meio
cristão para desmerecer o sacrifício de Cristo no Calvário.
[....] As aberrações, as discrepâncias, os absurdos que vêm
proliferando no contexto cristão, sem que ninguém tome providência, têm se
constituído em afronta àqueles que lutam e se esforçam pelo cumprimento da
verdade, da coerência e do bom senso bíblico.
É certo que não devemos ser juízes de ninguém, por outro
lado, não devemos ser tolos facilmente enganados. O nosso posicionamento aqui
não é dirigido a nenhuma pessoa, mas combatemos ideias que tentam manipular a
fé ingênua do povo, levando-o as práticas cristãs a catástrofes.
O mestre Jesus ensina-nos os meios de reduzirem-se os riscos
de engano. A níveis bem menores do que aqueles com os quais geralmente trabalhamos
para estabelecer a diferença entre o falso e o verdadeiro. A Bíblia não nos
deixa entregues às oscilações dos mares, nem entregues a um tipo de relativismo
irreversível.
Nisso, o ensinador bíblico exerce papel extremamente
preponderante. É ele quem analisa, no exercício de sua função de homem de Deus
e estudioso da Palavra, todos os objetos que são alvos da fé cristã, uma vez
que aceitamos como sendo de Deus muita coisa herética e sem nenhum apoio
bíblico. Por isso o papel do ensinador comprometido com Deus e com Sua Palavra
é extremamente importante, pois é o discernimento bíblico que lança luz sobre
assuntos eminentes duvidosos. O critério de julgamento do ensinador bíblico
coerente e justo não deve ser subjetivo. A Bíblia deve ser rigorosamente o seu
parâmetro. Por isso, e mesmo por razões de descargo de consciência, é que
exponho ao leitor alguns princípios que servirão de parâmetros, dos quais não
podemos nos afastar se queremos fazer interpretação bíblica com fundamento [PAULO
CÉZAR LIMA. Separando o Verdadeiro do Falso, Obreiro, ano 22, nº 11, p. 86. Editora,
CPAD, Rio de Janeiro – RJ.
Cristo é a Pedra principal da Igreja e foi Ele que deu Sua
vida por ela, por isso não temos o direito de apossarmos de uma coisa que não é
nossa. A igreja é soberana e não os líderes espirituais.