I.
DEFINIÇÃO DA
PALAVRA JUSTIFICAÇÃO
A palavra
justificação no grego tem dois significados:
“dikaiosis”,
é o
ato de Deus que declara as pessoas livres de culpa e aceitáveis para
Ele e “dikaioma”, sentença favorável pela qual ele absolve a
humanidade e a declara aceitável em um ato ou feito justo. O
substantivo dikaiosis se acha somente em dois lugares no NT, a saber, Rm
4.25; 5.18. Ele denota o ato de Deus declarar homens livres de culpa e
aceitável a Ele. O estado resultante é denotado pela palavra dikaiosune.
A conversão é
seguida pela justificação. Trata-se da declaração da parte de Deus de que o
crente está legalmente justificado (isento de culpa). Esta justificação envolve
dois atos: o cancelamento da dívida do pecado na “conta” do pecador, e o
“lançamento”, em seu lugar, da justiça de Cristo.
A doutrina da
justificação é uma doutrina mais importante da Bíblia. No curso da história ela
se tornou grandemente pervertida. Foi a Reforma Protestante que restaurou a
doutrina da justificação ao seu lugar correto.
A regeneração,
o homem recebe uma nova vida e uma nova natureza; na justificação ele recebe
uma nova posição. O réu está perante Deus, o Justo Juiz, porém, ao invés de receber
sentença condenatória, ele recebe a sentença de absolvição.
A justificação
pode ser definida como ato de Deus pelo qual Ele declara justo todo aquele que
crê em Cristo. A
justificação é um ato declarativo de Deus. Não é algo operado no homem, mas sim
algo declarado no Homem.
Os que estão
no mundo estão, naturalmente debaixo da condenação; os que estão em Jesus,
porém estão livres, absolvidos. Assim diz A Bíblia: “Portanto, agora, nenhuma
condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1).
II. A POSIÇÃO DO HOMEM PECADOR DIANTE DA
JUSTIÇA DE DEUS
1. A Bíblia a firma.
1.1. Todos pecaram (Rm 3.23). Por natureza, o homem não
somente é desviado, mas também um transgressor e criminoso (5.8; Cl 1.21; Tt 3.3).
1.2. Todos são culpados. “Que concluiremos então? Estamos em posição de
vantagem? Não! Já demonstramos que tanto judeus quanto gentios estão debaixo do
pecado” (Rm 3.9).
1.3. Ninguém é justo. “Como está escrito: “Não há nenhum justo,
nem um sequer” (Rm 3.10).
1.4.
Todos os pecados estão escritos no livro de Deus. “Vi também os mortos,
grandes e pequenos, de pé diante do trono, e livros foram abertos. Outro livro
foi aberto, o livro da vida. Os mortos foram julgados de acordo com o que
tinham feito, segundo o que estava registrado nos livros” (Ap 20.12).
1.5. Todos os pecados estão
escritos na consciência do homem. “O pecado de Judá está
escrito com estilete de ferro, gravado com ponta de diamante, nas tábuas dos
seus corações e nas pontas dos seus altares” (Jr 17.1).
“Pois mostram que as exigências da lei estão gravadas
em seus corações. Disso dão testemunho também a consciência e os pensamentos
deles, ora acusando-os, ora defendendo-os. Isso acontecerá no dia em que Deus
julgar os segredos dos homens, mediante Jesus Cristo, conforme o declara o meu
evangelho” (Rm 2.15-16).
2. Todos estão
debaixo da condenação.
“Sabemos que tudo o que a lei diz, o diz
àqueles que estão debaixo dela, para que toda boca se cale e todo o mundo
esteja sob o juízo de Deus” (Rm 3.19).
Como Deus julga? Ele julga com justiça (v. 2), segundo
as obras de cada pessoa (v. 6-10) e a partir do que cada uma conhece (v.
11-16).
Em Romanos 1.18-32, Paulo declarou que todas as pessoas injustas são
inescusáveis. Aqui, ele demonstra que o farisaísmo também é inescusável, e
assim revela os padrões pelos quais todo o mundo será julgado. O julgamento
será: (1) de acordo com a verdade (v. 1-5); (2) de acordo com as obras (v.
6-11); e (3) de acordo com o conhecimento que se tinha da lei (v. 12-16).
“Sabemos que o juízo de Deus contra os
que praticam tais coisas é conforme a verdade. Assim, quando você, um simples
homem, os julga, mas pratica as mesmas coisas, pensa que escapará do juízo de
Deus”? (Rm 2.2-3).
A verdade, no sentido utilizado nesse versículo, é distinta daquela
apresentada em Romanos 1.18, 25, onde Paulo recorre à evidência de Deus na
criação. Aqui, Paulo faz alusão à verdadeira condição da humanidade.
No verso 5 Paulo fala o sentido do termo ira.
Este termo utilizado aqui é
diferente da ira de Deus citada em Romanos 1.18. Em Romanos 1.18, a ira de Deus
é a sua cólera atuante no tempo presente. Aqui, em Romanos 2.5, a palavra é uma
menção à ira futura de Deus, que muitos consideram uma referência ao Dia do
Juízo. Sendo assim, as pessoas que continuam em sua rebelião contra Deus estão
acumulando a ira divina sobre sua própria cabeça.
3. Nenhum homem
tem condições para livrar-se da culpa.
“Os olhos dos dois se
abriram, e perceberam que estavam nus; então juntaram folhas de figueira para
cobrir-se” (Gn 3.7).
Adão e Eva procuraram fazer
vestes de folhas de figueira para cobrir sua nudez, mas isso não resolveu o seu
problema diante de Deus, pelo contrário, denunciou o seu problema diante de
Deus (Gn 3.7-10). Boas obras de justiça não justificam o homem diante de Deus (Gn
2.16).
“Somos como o impuro — todos nós! Todos
os nossos atos de justiça são como trapo imundo. Murchamos como folhas, e como
o vento as nossas iniquidades nos levam para longe” (Is 64.6).
III. A JUSTIFICAÇÃO E A LEI
Na lei do
Velho Testamento havia duas exigências rígidas que tornava impossível a entrada
do homem no céu. A primeira era a perfeita obediência à lei, e a segunda, a
sentença do castigo eterno a que o homem estava sujeito se violasse apenas um
dos seus mandamentos (Gl 1.10-13). Ninguém jamais foi salvo por sua obediência
à lei. Ninguém poderia ter comunhão com Deus guardando a lei. Todos os homens
estão aquém do padrão de Deus e, portanto, estamos condenados à morte.
A pergunta do
homem caído nessa situação, é a pergunta de Jó:
“Mas como se
justificaria o homem para com Deus?” (Jó 9.6). “Senhores que é necessário que
eu faça para me salvar?” (At 16.30). Jó e o carcereiro Filipos fizeram a maior
de todas as perguntas. Quem poderia justificar o homem. A justificação não se
dá através das obras da lei, Paulo declara que ninguém é justificado diante de
Deus (Rm 3.20; Gl 2.16). Mas, então qual a base da nossa justificação?
Somente Deus
poderia resolver o problema insolúvel do homem. Mas, conforme Paulo explica,
Deus não poderia simplesmente declarar justo o pecador inocente, nem podia
alterar sua própria lei. Era mister que fosse “justo e justificador”
simultaneamente: “Mas, no
presente, demonstrou a sua justiça, a fim de ser justo e justificador daquele
que tem fé em Jesus” (Rm 3.26).
A situação era
tal que o amor de Deus não permitiria que ele abandonasse a humanidade, nem Sua
justiça permitiria que ele quebrasse Sua própria lei. A única solução era
enviar um substituto que pudesse satisfazer as exigências da lei, de tal forma
que o homem tivesse comunhão com Deus.
O conceito da
justificação sem violação da lei, pode ser ilustrado por meio da seguinte
história:
Certo homem
cometeu um crime, e foi trazido perante o tribunal. Mas, ali sentiu-se
grandemente encorajado quando notou que o juiz era o seu melhor amigo. O
culpado ficou certo de que o juiz “daria um jeito” na lei para ajudá-lo. O
juiz, no entanto, não poderia abusar da justiça. Sentenciou seu amigo a pagar
uma multa elevada o qual não teria condições de pagá-la. O culpado ficou em pé
ali, desiludido e não querendo crer no que via, enquanto observava o juiz, que
sem vacilar, levantava-se para deixar a sala do tribunal e caminhou em direção
do guichê do tesoureiro do tribunal e pessoalmente pagou toda a multa do
culpado. E sua tristeza transformou em grande alegria ao saber que o juiz já
havia pago toda sua dívida.
Assim acontece
conosco. Deus não poderia quebrar Sua própria lei para nos salvar, mas pôde
providenciar o cumprimento da sentença, pagando pessoalmente a dívida que era
contrária a nós, por meio do Seu Filho, Jesus.
“Sendo
justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem
Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a
sua justiça, por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados
anteriormente cometidos; tendo em vista a manifestação da sua justiça no tempo
presente, para ele mesmo ser justo e o justificador daquele que tem fé em
Jesus” (Rm 3.24-26).
A justificação
do pecador, mediante o sacrifício vicário de Cristo, pode ser percebida por
meio de várias profecias do Antigo Testamento (Is 53.1; 45.22-25; 61.10; Jr
23.6; 33.16; Sl 85.10; Gl 3.7). Em Gn 3.21, por exemplo, encontramos uma nítida
figura do propósito divino neste sentido. Deus cobrira graciosamente a nudez de
nossos primeiros pais, Adão e Eva, após terem pecado. Outro exemplo digno de
nota é o de Abraão que foi justificado por Deus semente pela fé (Gn 15.6; fato
transcendental que a Bíblia confirma em Romanos 4.3.
A lei mosaica
não tinha intenção de alcançar a justiça pelo esforço humano, mas de revelar a
justiça de Deus (Rm 8.4; 10.4, 10; At 10.39). Os sacrifícios não visaram
retirar os pecados, mas cobri-los temporariamente até que Cristo viesse como
sacrifício perfeito e substitutivo (Êx 12.1-23; Jo 1.29) As ordenanças,
rituais, sacrifícios e princípios de vida piedosamente ensinados no Antigo
Testamento, embora divinamente inspirados, não podiam quitar as “dividas” da
humanidade, e muito menos, transformar o perdido pecador num justo.
IV. DEUS UM JUSTO JUIZ
1.
A justiça vem de Deus.
“O Senhor Deus fez roupas de pele e com
elas vestiu Adão e sua mulher” (G 3.21).
Não existe ser algum em todo o universo
que tenha condição de justificar o homem diante de Deus. Por isso todas as
religiões, em todo o mundo, que procuram justificar o homem diante de Deus por
obras, são falhas, não produzem justificação. “A justiça vem do Senhor” (Is
54.17).
2.
Deus julga
de acordo com a verdade e a justiça.
Em muitos
tribunais adota-se o princípio de que a sentença em qualquer caso seja de
acordo com os fatos apresentados nos autos. Nenhum juiz tem o direito de
perdoar o culpado ou condenar o inocente; e para que a justiça seja exercida, o
julgamento deve estar de acordo com este princípio.
O princípio da
lei que rege os negócios dos homens é também o princípio pelo qual Deus exerce
justiça. Quando Deus, como Juiz santo e justo senta-se para julgar os homens,
Seu julgamento deve ser feito de acordo com a verdade e a justiça. Deus precisa
justificar o inocente e condenar o culpado. Nenhum juiz poderia administrar a
justiça se tratasse os fatos de modo diferente do que são na realidade; e seria
um juiz injusto se, por favoritismo, absolvesse o culpado e condenasse o
inocente.
Portanto,
quando Deus justo e verdadeiro, senta-se para julgar e exercer a justiça deve
pronunciar todo mundo culpado (Rm 3.23), pois esta é a verdade dos fatos. Como
então, pode Deus, que é amor e misericórdia e graça, pronunciar culpado todo
mundo? O fato está na Sua justiça. O pecador arrependido e regenerado é
transformado numa nova criatura, sendo assim Jesus o justifica perante o Pai
(1ª Jo 2.1). Mas aqueles que seguem o seu próprio caminho, ou seja, um caminho
de pecado e sem Deus, Jesus não pode justificar e o Pai declara condenado.
Portanto, somos justificados ou condenados pela nossa própria decisão. Deus é
onisciente e conhece todos nossos corações e pensamentos. Nada escapa de Seus
olhos. Ele vê e conhece tudo.
Se um juiz
terreno age com justiça baseando-se na lei humana, quanto mais um Deus justo e
Criador. Você acha certo um homem que comete todo o tipo de maldade
(estuprador, imoral, injusto roubador etc.), ser absolvido em um tribunal de
justiça? Se você é ético vai dizer que não. Desta mesma forma Deus age conosco
com base na Sua justiça. A Bíblia diz que um dia Ele irá julgar o mundo,
justificando o pecador arrependido e condenando o pecador que não se arrepende.
“Quem crer e for batizado será salvo, mas
quem não crer será condenado” (Mc 16.16).
3. A justiça de Deus é perfeita e imutável.
Deus jamais
pode usar dois pesos e das medidas. Ele referia-se a Sua justiça, se perdoasse
o pecador, sem meio eficaz de perdão porque disse:
“Pois o salário do pecado
é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso
Senhor” (Rm 6.23).
“E o Senhor Deus ordenou ao homem: Coma livremente de
qualquer árvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do
mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá” (Gn 2.16-17).
A justificação
é uma declaração de Deus, segundo a qual todos os processos da lei divina são
plenamente satisfeitos, por meio da justiça de Cristo, em benefício do pecador
que o recebe como salvador. Justificação significa mudança de posição
espiritual diante de Deus: de condenados para justificados. Esta é a única
maneira do homem com Deus, apresentando-se a Ele sem culpa.
V.
CRISTO É
A NOSSA JUSTIÇA
1.
No Seu infinito amor providenciou o sacrifício
de Seu próprio Filho.
“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho
Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”
(Jo 3.16).
A o meio da nossa justificação é a fé em Cristo Jesus
como nosso único salvador. E não a salvação em um outro nome em cima no céu e
embaixo da terra (At 4.12). Portanto não existe outro meio de justificação a
não ser a Cristo.
2.
Jesus para mediador entre Deus e os homens,
tinha de ser homem.
Filho de Deus deixou o céu, a glória, seu trono, e
fez-se carne, fez-se homem, se encarnou. Aquele que em seu estado pré-encarnado
é igual a Deus é a mesma Pessoa que se esvaziou. Ele pôs de lado sua majestade
e glória (Jo 17.5), mas permaneceu Deus. Ele jamais deixou de ser o possuidor
da natureza divina. Mesmo em seu estado de humilhação ele jamais se despojou de
sua divindade. Para cumprir os desígnios de Deus, houve em Jesus, como base do
seu ministério vitorioso, um princípio pleno de renúncia, sacrifício e devoção (Fl
2.6-9).
3. Jesus tinha
que tomar sobre si a culpa dos homens.
A imensa dívida do homem (impagável), diante de Deus,
tinha que ser transferida para a conta de Jesus. Foi por isso que Jesus se
tronou devedor diante da lei de Deus.
1.1.A
Bíblia diz que Ele foi feito pecado por nós.
“Deus tornou pecado por nós aquele que não
tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus” (2ª Co 5.21), ou
seja, que Cristo foi tratado como pecador para que sejamos tratados como
justos; que também sejamos feitos pessoalmente justos pela fé n’Ele; que
herdemos e nos tornemos participantes da justiça de Deus conforme a que foi
revelada em Cristo; que n’Ele e por Ele sejamos feitos justos como Deus é
justo. A alma precisa, pela fé, abraçar e tomar posse da justiça de Deus
trazida aos santos em Cristo pela expiação e pela habitação do Espírito.
1.2.Maldito por nós.
“Cristo nos redimiu da maldição da lei
quando se tornou maldição em nosso lugar, pois está escrito: Maldito todo aquele
que for pendurado num madeiro” (Gl 3.13).
1.3.Jesus tomou o cálice da morte na cruz.
“Pai, se queres, afasta de mim este cálice; contudo,
não seja feita a minha vontade, mas a tua” (Lc 22.42).
1.4. Jesus
morreu cumprindo a sentença que nossos pecados mereciam. O justo morreu pelo
injusto.
“Pois também Cristo sofreu pelos pecados
uma vez por todas, o justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus. Ele foi
morto no corpo, mas vivificado pelo Espírito” 1ª Pe 3.18).
1.5. Ele levou nossas transgressões.
Isaías 53, fala do sofrimento de Jesus quando veio ao mundo para nos
salvar. Ele foi oprimido, castigado e morto. Este trecho fala principalmente do
sacrifício que Jesus fez pelos pecados dos homens: “Quando der ele a sua alma como
oferta pelo pecado...” (53.10); “...o meu Servo, o Justo, com o seu
conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre
si” (53.11); “...contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos
transgressores intercedeu” (53.12).
No sentido de que o sofrimento entrou no mundo por causa do pecado (Gn
3.17-19), e até a morte física se tornou uma consequência secundária da
transgressão do homem (1ª Co 15.21-22), Jesus dará uma vitória total sobre a
dor desta vida. Mateus 8.16-17 usa as curas físicas realizadas por Jesus como
evidências do seu papel como o verdadeiro Messias e Salvador. Jesus curava as
enfermidades físicas para mostrar um sinal da sua capacidade de curar a nossa
doença espiritual: “Ora, para que saibais que o Filho do Homem tem sobre a
terra autoridade para perdoar pecados – disse ao paralítico: Eu te mando:
Levanta-te, toma o teu leito e vai para tua casa” (Marcos 2.10-11). Seria
errado colocar a cura física acima da missão principal de Jesus.
“Se assim fosse, Cristo precisaria sofrer
muitas vezes, desde o começo do mundo. Mas agora ele apareceu uma vez por todas
no fim dos tempos, para aniquilar o pecado mediante o sacrifício de si mesmo”
(Hb 9.26).
4. Jesus tornou a nossa justiça.
Cristo é a
nossa justiça porque tudo o que fez, fez por nós, em nosso favor, como nosso SUBSTITUTO
diante de Deus e da lei. A Bíblia diz que por nossos pecados foi entregue, e
ressuscitou para nossa justificação.
“Mas também para nós, a quem Deus creditará justiça,
para nós, que cremos naquele que ressuscitou dos mortos a Jesus, nosso Senhor. Ele
foi entregue à morte por nossos pecados e ressuscitado para nossa justificação”
(Rm 4.24-25).
Quando Jesus morreu pelos pecados de todo o mundo (1ª
Jo 2.2), cumpriu a afirmação de João Batista: “No dia
seguinte João viu Jesus aproximando-se e disse: Vejam! É o Cordeiro de Deus,
que tira o pecado do mundo”! (Jo 1.29).
Deus então nos
restaura ao favor por nos imputar a justiça de Cristo. Ou nas palavras da
Bíblia “Vida Nova”. “Deus nos atribui ou imputa o sacrifício de retidão de
Cristo, oferecido para todos os que nele creem, não cobrando nossa dívida de
pecado” (ver Gl 3.6; Fp 3.8-9).
A pessoa
justificada, então tem tido seus pecados perdoados e a penalidade dos seus
pecados remitida, ele tem também sido restaurado ao favor de Deus. Ele não é
ainda justo nele mesmo, mas ele é justo ou reto no sentido da transformação
espiritual, ou seja, a regeneração.
“Pois assim
como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para condenação,
assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos os homens para
a justificação que dá vida” (Rm 5.18).
“Um só ato...”. Paulo está se referindo
ao ato da crucificação e da morte de Cristo em nosso favor. Por este ato de fé
somos justificados em
Cristo Jesus.
O homem não é
justificado pela sua justiça, pelos seus atos, dogmas e tradições. Também não
podemos atribuir o ato de justificação a igreja nenhuma, seja qual for, pois
ela não tem este objetivo de justificar ou condenar alguém. A justificação
pertence unicamente a pessoa de Cristo e a ninguém mais.
Na cruz estavam incluídos os pecados de
todos os crentes, que, no tempo do Velho Testamento, haviam crido em Deus e
oferecido sacrifícios pelos pecados, conforme o mandato de Deus, estes haviam
sido perdoados por Deus, mas os pecados deles não haviam sido tirados, “porque
é impossível que o sangue dos touros e dos bodes, tire o pecado (Hb 10.4).
5. Quem Deus justifica?
Todos os que
agora, aceitam a Jesus como Seu salvador, e estão em Cristo:
“Portanto, agora já não há condenação para
os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1). São declarados justo porque esta
aceitação por Jesus, é a justiça: “Em seus dias Judá será
salva, Israel viverá em segurança, e este é o nome pelo qual será chamado: O
Senhor é a Nossa Justiça” (Jr 23.6).
Quando Deus olha para o crente através da
pessoa de Jesus na qual somos feitos na justiça de Deus: “Deus tornou pecado
por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de
Deus” (2ª Co 5.21).
Pela conta credora de Jesus (que não se
esgota), foi feito o pagamento do nosso débito, que agora já não existe. Assim
o crente pode, vestido do manto da justiça de Jesus:
“É grande o meu prazer no Senhor!
Regozija-se a minha alma em meu Deus! Pois ele me vestiu com as vestes da
salvação e sobre mim pôs o manto da justiça, qual noivo que adorna a cabeça
como um sacerdote, qual noiva que se enfeita com joias” (Is 61.10),
apresenta-se diante de Deus, justificado.
“Quando vocês estavam mortos em pecados e
na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou juntamente com Cristo. Ele nos
perdoou todas as transgressões,14 e cancelou a escrita de dívida, que consistia
em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz” (Cl
2.13-14).
A penalidade
para o pecado é a morte, espiritual, física e eterna (Gn 2.16-17; Rm 5.12-14;
6.23). Se um homem há de ser salvo, esta penalidade precisa ser removida
primeiro. Foi removida pela morte de Cristo que carregou a punição dos nossos
pecados no seu próprio corpo na Cruz do Calvário (Is 53.5-6; 1ª Pe 2.24).
Sendo que
Cristo carregou a penalidade do homem pelo pecado, Deus agora perdoa aquele que
crê em Cristo (At 13.38-39; Rm 8.33-34; 2ª Co 5.21). Isto é o perdão de pecados
(Rm 4.7; Ef 1.7; 4.32; Cl 2.13). A morte de Cristo fez possível perdão (Rm
5.18-19; Gl 2.17).
Em relação a
este elemento ou aspecto da justificação, Deus justifica o pecador que crê em
Cristo, declarando-o justo. Isto declara que as experiências da lei têm sido
satisfeita com respeito ao pecador, e que agora ele está livre da condenação da
lei (Rm 4.5; Jo 3.16; Rm 5.1). O perdão de Deus é o término da ira de Deus
contra o pecador que se arrepende e o livramento da culpa do pecado que oprimia
sua consciência, ou seja, é a remissão da punição do pecado, que era a morte
eterna.
Num tribunal
terrestre, não há justificação para aqueles que são transgressores comprovados;
para tais somente convicção e punição. Mas no governo de Deus há remissão de
punição para os que creem, ainda que fossem ofensores; em justificação, Deus
declara esta remissão.
Devemos
entender que a declaração de Deus de que o pecador não é mais exposto à
penalidade da lei, tem sua base, não em nenhuma satisfação da exigência da lei
da parte do próprio pecador, mas somente no carregar da penalidade por Cristo
Jesus, a quem o pecador é unido pela fé (At 13.38-39; Rm 3.24-26; Ef 1.7).
VI. CARACTERÍSTICAS DA JUSTIFICAÇÃO
1.
A justiça
divina alcança a todos.
Assim como o
pecador tornou-se universal, a justificação destina a todos quantos queiram ser
salvos “Pois Deus revelou a sua graça para dar a salvação a todo” (Tt 2.2).
A expressão
“para que todo aquele que nele crê não pereça” (Jo 3.16) abrange a todos
indistintamente. Todos os que se arrependem de seus pecados e creem em Jesus
como Salvador não perecerão, mas terão a vida eterna. E é tudo pela graça de
Deus, conforme está escrito: “Onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rm
5.20). Esta “multiforme graça” alcança de igual modo todas as pessoas de todas
as raças, culturas, níveis sociais, idades e circunstancias (Jo 6.37). Ninguém
é bom suficiente para se salvar, como também não é mau que não possa ser salvo
por Jesus.
2.
A justiça de
Deus é concedida gratuitamente mediante a graça.
“Se, pela ofensa de um e por meio
de um só, reinou a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e o
dom da justiça reinarão em vida por meio de um só, a saber, Jesus Cristo” (Rm
5.17).
A fonte da
justificação é a graça de Deus (Rm
3.24; Tt 3.4-7). A lei diz: paga tudo; mas a graça diz: tudo está pago.
A lei representa uma obra a fazer; a graça é uma obra consumada. A lei
representa uma obra a fazer; a graça é uma obra consumada. A lei restringe as
ações; a graça transforma a natureza; a lei condena; a graça justifica; sob a
lei a pessoa é servo assalariado; sob a graça é filho em gozo ilimitado.
A obediência
vicária de Cristo torna o cristão justo diante de Deus. Os muitos se tornarão
justos a medida que recebem a abundância da graça e o dom da justiça quando
chegam a crer neste maravilhoso ato realizado por Cristo Jesus em favor da
humanidade.
A justificação é a baseada no
sangue derramado de Cristo e a na sua justiça. O apóstolo Paulo declara que
somos “justificados, gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há
em Cristo Jesus” (Rm 5.9).
Somos
unicamente justificados gratuitamente pela imensurável graça de Deus concedida
aos pecadores, a fim de conferir-lhes aquilo que jamais poderíamos alcançar por
seus próprios méritos, deixando de lado a sentença por eles merecida.
Portanto,
desde que a justificação é uma posição legal que só pode ser concedida por
Deus, e desde que ninguém merece esta posição, ou seja, a justificação é
inteiramente pela graça de Deus.
O que Paulo
quer dizer que somos justificados sem justa causa, ou seja, sem qualquer razão
ligada a nós. Deus não nos justificou por possuirmos qualquer qualidade
positiva ou qualquer traço de bondade, nem mesmo porque valesse a pena
salvar-nos. Também Ele não estava obrigando de maneira alguma a nos justificar.
Mas Ele nos justificou pela Sua graça infinita e incomparável.
Também, ser
justificados gratuitamente por sua graça implica uma ação da parte de Deus
completamente independentemente de mérito ou boa obra da parte do homem para
merecê-la.
Através da
base da justificação e sua causa eficiente, podemos ver com muita clareza que a
justificação não é pelas obras da lei, inclusive as obras da lei não foi dada
para salvar ou justificar quem quer que seja, mas para pôr ponto final nos
argumentos e mostrar que todos são culpados: “Ora, sabemos que tudo o que a lei
diz, aos que vivem na lei o diz para que se cale toda boca, e todo o mundo seja
culpável perante Deus” (Rm 3.19), para dar conhecimento do pecado: “visto que
ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei
vem o pleno conhecimento do pecado” (Rm 3.20); para mostrar a excessiva
pecaminosidade do pecado:
“Acaso o bom
se me tornou em morte? De modo nenhum! Pelo contrário, o pecado, para
revelar-se como pecado, por meio de uma coisa boa, causou-me a morte, a fim de
que, pelo mandamento, se mostrasse sobremaneira maligno” (Rm 7.13); para
conduzir o pecador a Jesus.
No tribunal de
Deus, nenhum homem pode ser considerado justo aos olhos de Deus pela obediência
à lei (Gl 2.16). Como meio de estabelecer corretas relações com Deus, a lei é
totalmente insuficiente. A única coisa que a lei pode fazer é fechar a boca de
todo o homem e declará-lo culpado perante Deus. É verdade que Jesus fez referência
à lei ao jovem que lhe havia perguntado como herdar a vida eterna; mas é
evidente que Jesus fez isso simplesmente para mostrar-lhe que a salvação é
impossível de ser alcançada nessa base.
VII.A
CONDIÇÃO DA JUSTIFICAÇÃO
1. Fé. Se
a justificação é unicamente pela graça de Deus, como o próprio homem pode estar
envolvido então no processo de ser justificado? As Escrituras Sagradas dizem
que somos (gr. diá pisteos; ek pisteos ou pistei – dativo). A preposição dia (Rm 3.25; Gl 2.16; Fp 3.9), enfatiza
o fato de que a fé é o instrumento pelo qual nos apropriamos de Cristo e de sua
justiça. A preposição ek (Rm 3.26, 30; 5.1; Gl 3.8, 24) indica que a fé
logicamente precede a nossa justificação pessoal, para isto que origina-se em fé. O dativo é usado em um
sentido instrumental (Rm 3.28).
1.1. A fé a condição para sermos
justificados. Contudo, a Escritura nunca indica que sejamos justificados
(gr. dia
tem pistin), por causa da nossa fé. Isto quer dizer que a fé nunca é
representada como a base da nossa justificação. Como já temos notado, se isso
fosse o caso, fé teria que ser considerada como obra meritória do homem. E isto
seria a introdução da doutrinada da justificação pelas obras que o apóstolo
opõe coerente ou constantemente (Rm 3.21, 27-28; 4.3-4; Gl 2.16, 21; 3.11).
1.2. A fé é a condição da nossa
justificação e o sangue de Cristo é a base da nossa justificação. Podemos
notar que somente o sacrifício de Cristo é o que nos justificação. Não é para
fé que somos justificados, mas pela fé somente. A fé não é o preço da nossa
justificação, mas o meio de apropriar-se dela. A fé é a aceitação de métodos
divinos da justificação. A fé apropria daquilo que a graça fornece.
“Tendo em
vista a manifestação da sua justiça no tempo presente, para ele mesmo justo e o
justificador daquele que tem fé em Jesus. Onde, pois, a jactância? Foi de toda
excluída. Por que lei? Das obras? Não; pelo contrário, pela lei da fé.
Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independente das obras da
lei” (Rm 3.26-28).
Cristo ocupa
uma posição única como o representante de Deus com o homem e do homem com Deus.
O valor infinito da fé é derivado do seu objeto: Deus e sua manifestação. Crer
é, portanto, agarrar de uma vez a perfeição de Deus.
Cristo sofreu
a penalidade dos nossos pecados. Logo, os nossos pecados não foram desculpados
ou ignorados; pelo contrário, a sua “conta” foi totalmente paga. Não somos
inocentes quanto aos nossos pecados cometidos, mas Deus não nos julgará mais
por eles, pois foram perdoados e pagos por Cristo.
“Carregando
ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós,
mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes
sarados” (1ª Pe 2.24).
“Pois também
Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para
conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito” (1ª Pe
3.18).
Não somente
somos perdoados de todos os pecados que nos separaria de Deus, mas, sim, pela
justiça de Cristo, somos dignos de ter comunhão com Deus. Quando Deus olha para
nós, não vê nossos pecados e fracassos; pelo contrário, apenas vê a santidade
do Seu Filho, e Sua obediência e bondade; sendo justificado desta maneira temos
paz com Deus e acesso a Ele (Rm 5.1-2).
“Justiça de
Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem;
porque não há distinção” (Rm 3.22). “Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a
esperança da justiça que provém da fé” (Gl 5.5). “Porque o fim da lei é Cristo,
para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10 4).
A fé salvífica
é o único meio do homem tornar-se justo e permanecer neste estado. Os efeitos
da justificação pela fé abrangem a totalidade da vida do crente. No passado a
fé justificou-o, libertando-o inicialmente da condenação do pecado. No presente,
a fé continua a justificá-lo, libertando da “pratica do pecado”. À medida que
ele continua na fé em Cristo, a justificação do crente culminará na
glorificação, libertando-o para todo o sempre da própria “presença do pecado”.
1. O sangue é a base da justificação.
A justificação
é a baseada no sangue derramado de Cristo e a na Sua justiça. O apóstolo Paulo
declara que somos “justificados, gratuitamente, por sua graça, mediante a
redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 5.9). Em romanos 5.9 ele diz: “Logo, muito
mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira”.
O sangue de
Cristo é a base da nossa justificação, pelo qual a perfeita justiça de Cristo é
imputada ao pecador. Sem o sacrifício de Cristo não seria possível a nossa
justificação. Deus planejou nossa justificação e providenciou também o modo
como seria realizado; unicamente através do sangue derramado por Jesus Cristo.
Temos redenção
pelo sangue (Rm 3.24); temos propiciação pelo sangue; temos a remissão dos
pecados, tudo através de seu sangue. O sangue é o fundamento da justificação
porque as Escrituras revelam que a vida está no sangue. E quando Jesus Cristo
derramou Seu sangue, entregou Sua vida, a vida dele em substituição à nossa. A
morte dele em lugar da nossa morte, para que nós pudéssemos receber a remissão
de pecados através do sangue de Cristo.
Por ter Cristo
suportado o castigo de nossos pecados em seu próprio corpo, Deus revogou a pena
e nos restabeleceu a Seu favor.
Na
justificação os nossos pecados não são desculpados, mas punidos na pessoa de
Cristo, nosso substituto. “O qual foi entregue por causa das nossas
transgressões e ressuscitou por causa da nossa justificação” (Rm 4.25).
A base da
nossa justificação é unicamente o sangue de Cristo, pelo qual a perfeita
justiça de Jesus é imputada ao pecador. Sem o sacrifício de Cristo não seria
possível a justificação.
Deus planejou
nossa justificação e providenciou também o modo como seria realizada;
unicamente através do sangue derramado por Cristo Jesus.
Quando Jesus verteu o Seu sangue nesse sacrifício
inigualável, abriu-se a fonte da graça para a justificação de todo aquele que
n’Ele crer.
“Como agora fomos justificados por seu sangue, muito
mais ainda seremos salvos da ira de Deus por meio dele”! (Rm 5.9).
3. A
justificação concede uma nova posição em relação à lei de Deus. A lei de Deus exigia perfeita obediência
para se obter a vida eterna (Mt 19.17). Evidentemente, ninguém pode cumprir
perfeitamente esta exigência. A solução divina não foi abolir a Lei, mas, sim
fazer que Cristo “cumprisse” a Lei por nós, pois Ele pôde obedecer à Lei de
modo perfeito.
Justificação é um termo
legal (que se refere à maneira correta de se apresentar diante de Deus). Esse
estado não pode ser obtido pelos méritos humanos, mas pela redenção em Cristo Jesus.
Redenção é o ato que
propicia a liberdade ao escravo por meio da fé em Cristo, ou seja, pecadores
são libertos da escravidão do pecado (Jo 8.32).
Propiciação do grego hilasterion, carrega a ideia de
apaziguar ou satisfazer. Portanto, propiciação se refere à obra de Cristo na
cruz. Por meio da propiciação, Cristo satisfez ambas as demandas da justiça de
Deus e cancelou a culpa dos pecadores. A fé em Jesus Cristo como Senhor e
Salvador é a única condição do homem ser justificado diante de Deus.
VIII. AS BÊNÇÃOS QUE FLUEM DA JUSTIFICAÇÃO
1. A
remissão dos pecados. Cuja pena
de morte espiritual, física e eterna (Gn
2.16; Rm 5.12-14; 6.23). Esta punição foi revogada pela morte de Cristo,
que sofreu o castigo que nos estava reservado (Is 53.5-6; 1ª Pe 2.24).
2. A restauração do favor divino. Além
de incorrer no castigo, o pecador também perdeu o favor de Deus, pois o Senhor
Deus não tem comunhão com o pecado (Jo 3.36; Rm 1.18; 5.9). A justificação assegura a restauração ao
favor e à comunhão com o Pai Celestial (Gl 3.26).
3. A imputação da justiça. O pecador
precisa não apenas ser perdoado por seus pecados cometidos, mas também receber
uma justiça antes de poder ter comunhão com Deus. E esta necessidade é
satisfeita na imputação da justiça de Cristo ao crente.
3.1. Imputar é
debitar alguém. O apóstolo Paulo disse: “Assim também declara bem-aventurado o
homem a quem Deus imputa a justiça sem as obras” (Rm 4.6; Sl 32.1, 2).
3.2. Deus
imputa ao crente a justiça de Cristo (1ª Co 1.30; 2ª Co 5.21).
Deste modo, a pessoa justificada
tem os seus pecados perdoados e a punição dos seus pecados foi revogada; foi
também restaurada ao favor de Deus pela imputação da justiça de Cristo (Gl
2.16).
IX. A
JUSTIFICAÇÃO, A FÉ E AS OBRAS
Bíblia afirma
claramente que a justificação é uma dádiva que só podemos obter mediante a fé em Jesus Cristo. No
entanto, há vários versículos que parecem contradizer este fato. Sabemos que a
Bíblia não se contradiz, portanto, vamos estudar estas aparentes contradições
para vermos o que o texto bíblico realmente quer dizer.
“Pois que diz
a Escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça” (Rm
4.3).
“Não foi por
obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o
próprio filho, Isaque” (Tg 2.21).
“Sabendo,
contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também
temos crido em Cristo
Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não
por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado” (Gl 2.16).
“Verificais
que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente” (Tg 2.24).
Ao examinarmos
os contextos veremos que cada escritor empregou as mesmas palavras: fé, obras e
justificar, mas de maneiras diferente.
Paulo
contempla o assunto conforme a necessidade dos seus leitores e afirma que somos
justificados diante de Deus sem obra alguma de nossa parte; que é somente pelos
méritos de Cristo, cuja obra redentora já foi completada na cruz.
1. Fé para salvação e fé professada.
Alguns têm
suposto que a discussão ou a carta de Tiago do relacionamento entre fé e obras
está em oposição à doutrina da justificação pela fé. A epístola de Tiago é uma
das mais antigas. Ela certamente não foi escrita para responder a Epístola aos
Romanos, que foi escrita alguns anos mais tarde. É certo então, que Romanos não
foi escrita para contradizer a Epistola de Tiago.
Quando Paulo
fala da fé que justifica, está falando somente da fé salvífica, como um
relacionamento real com Cristo, baseado no amor, confiança, e a consagração da
vida e vontade a Ele.
Tiago, no
entanto, fala de uma confiança de fé, seja ela a fé que salva, ou meramente um
assentimento à existência de Deus (o que também fazem os demônios, Tg 2.19).
Note que o elemento da fé professa, é claramente denotado nas palavras “se
alguém disser, e “mostrar”.
“Meus irmãos,
qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, (mera confissão) mas não tiver
obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo?” (Tg 2.14)
“Mas alguém
dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu,
com as obras, te mostrarei a minha fé” (Tg 2.18).
Tiago, também,
contempla o assunto de fé e obras, mas conforme a necessidade dos leitores
dele. A fé é a raiz e a árvore da qual as obras de fé são o fruto. Não somos
salvos pela combinação de fé e obras, mas sim, por uma fé que produz obras. Se
temos fé em Deus, as obras mostrarão. As obras são o resultado da fé. Somos
salvos exclusivamente pela fé, mas por uma fé que não permanece isolada. Em
Romanos vemos que a fé é o necessário para a nossa salvação; na epístola de
Tiago vemos a demonstração de uma fé genuína que são as obras.
O propósito de
Tiago não era de atacar a fé como meio de salvação, mas, sim, atacar a simples
confissão de fé na existência de Deus, como meio de salvação. Por exemplo:
Alguém apenas acredita em Deus, mas não obedece Sua Palavra. Ela apenas tem uma
fé universal da existência de um Deus. No entanto, ela não pode ser declarada
salva.
Paulo fala da
justificação como a declaração da parte de Deus de que um homem é justo por
causa da sua fé em Cristo Jesus. Tiago
enfatiza a declaração dos homens de que a fé da pessoa é legitima quando
comprovada por obras de amor e de dedicação ao reino de Deus.
“E se cumpriu
a Escritura, a qual diz: Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para
justiça; e: Foi chamado amigo de Deus” (Tg 2.23).
“Não foi por
obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o
próprio filho, Isaque” (Tg 2.21).
Note que no
verso 23 Tiago está falado da justificação do homem, no verso 21 Tiago está
falando da justificação ou prova da sua fé. O verso 23, que citado em Gn 15.6,
refere-se à justificação inicial de Abraão, e o verso 21, é uma referência ao
sacrifício de Isaque retratado em Gênesis 22 – aproximadamente 30 anos depois
de Abraão ter sido declarado justo por causa da sua fé somente, isto é, à parte
das obras.
O que
realmente o verso 23 afirma é que o homem é justificado pela fé somente; e a
declaração do verso 21, que a “fé salvífica” nunca permanece só, sempre está
acompanhada de obras de justiça que servem para demonstrar a eficácia da fé do
crente.
A fé é o meio
e a condição de sua salvação, ao passo que as obras são seu fruto e sua
evidência. As obras são o produto e o fruto de fé e da salvação. A fé inicia,
promove, controla e culmina a vida espiritual, enquanto as obras evidenciam,
embelezam e coroam a mesma.
Paulo
considera a questão do ponto de vista de Deus, e assevera que somos
justificados, aos olhos de Deus, meritoriamente, sem qualquer obras de nossa
parte. Tiago considera o assunto do ponto de vista do homem, e assevera, que
somos justificados, a vista do homem, evidentemente, pelas obras e não
exclusivamente pela fé.
Em Tiago a
questão em foco é a demonstração de fé. Em Tiago 2, vemos que somos
justificados pelas obras. Temos aqui a evidencia da justificação. Tiago
pergunta: “Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando
ofereceu sobre o altar o próprio filho, Isaque?” (vv.21). “De igual modo, não
foi também justificada por obras a meretriz Raabe, quando acolheu os emissários
e os fez partir por outro caminho?” (vv.25). Estas referências são de
justificação perante os homens. Depois de alguém ter sido inocentado por Deus,
irá manifestar sua absolvição perante os demais através da retidão produzida
pela sua posição em Cristo.
O homem não é justificado diante de Deus pelas obras, mas
demonstra através delas sua justificação.
Há pessoas que
dizem que nossa bondade pessoal ou excelência moral não for a base da nossa
aceitação com Deus, então toda a necessidade de ser bom é negado, e todo o
motivo para as boas obras é removida.
É verdade que
nossa excelência não tem nada a ver com nossa justificação e que somos
justificados somente na base daquilo que Cristo fez por nós. Mesmo assim,
produzimos fruto para a justiça ou retidão. Ninguém partilha mérito da morte de
Cristo que não se torne participante do poder da vida de Cristo.
E o próprio
apóstolo Paulo fala tão claramente como Tiago contra a noção de uma fé que não
produz obras: “Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus,
mas os que praticam a lei hão de ser justificados” (Rm 2.13). Paulo ensina que
a possessão da verdade divina não vale nada sem sujeição e obediência. Ninguém
será justificado por sacrifícios, leis, práticas e regras humanas, mas que
praticar e não apenas ouvir é que o julgamento de Deus exige.
O forte tom
ético de todo capítulo 2 de Romanos não contradiz a doutrina da justificação
pela fé, mas protege esta doutrina, como a Epístola de Tiago faz contra antinomianismo,
ou seja o ensino de que não importa qual seja a conduta da pessoa, uma vez que
creia.
“Filhinhos,
não vos deixeis enganar por ninguém; aquele que pratica a justiça é justo,
assim como ele é justo. Aquele que pratica o pecado procede do diabo, porque o
diabo vive pecando desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus:
para destruir as obras do diabo. Todo aquele que é nascido de Deus não vive na
prática de pecado; pois o que permanece nele é a divina semente; ora, esse não
pode viver pecando, porque é nascido de Deus” (1ª Jo 3.7-9).
Portanto, não
devemos desprezar as boas obras que é fruto do amor e que têm seu próprio
lugar; e seu lugar não procede a justificação, mas antes segue-a. A fé que
justifica é uma fé real que conduz à ação que é de conformidade com a verdade
crida. Somos justificados pela fé, sem as obras. O homem que trabalha para
conseguir a salvação não é um homem justificado, mas o homem justificado é o
homem que trabalha. Enfim, a árvore demonstra sua vida por meio de seus frutos
(Gl 5.22-23), mas já estava viva antes que os frutos ou mesmo as folhas
tivessem aparecidos.
2. Obras que salvam e obras de amor.
Paulo e Tiago
também tratam de dois tipos diferentes de obras. Paulo condena as obras como
esforço arrogante do homem procurando merecer a sua própria salvação: “E é
evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo
viverá pela fé” (Gl 3.11; Rm 3.20). Contratando isso, ao referir-se as obras,
Tiago fala dessas expressões de fé como resultado natural da justificação.
Poderíamos
chamar as obras mencionadas por Paulo como sendo “as obras da lei” e as de Tiago
como sendo “as obras da fé”.
Portanto,
quando Tiago diz que a fé sem as obras é morta, o que na realidade ele está
dizendo é que uma profissão de fé que não resulta em obras de justiça, não é
uma profissão veraz; é insuficiente para salvar. Mas uma profissão de fé
completamente por obras de justiça comprova que aquela fé viva que realmente
salva.
3. As obras e seu julgamento.
O julgamento
de Deus é segundo a sua verdade, justiça e santidade (Rm 2.2; 3.4; 9.14; Sl
96.13; Dt 32.4; Ap 16.7). Entretanto, Deus não deseja a ruína do pecador, mas a
sua salvação (Ez 18.23, 32; Is 55.7; Tg 2.13; Hb 3.7-8; Ap 22.17). E a única
maneira de escaparmos do juízo de Deus é termos a Cristo como Salvador e Senhor
(Hb 22.4; Lc 13.3, 5).
As obras do
crente são decorrentes da salvação já operada, pela graça de Deus (Ef 2.8-9).
Ou seja: nós fomos salvos pela fé para a práticas das boas obras (Tg 2.14-20,
26; Ef 2.10).
4. Justificação do homem e a justificação da
sua fé.
Paulo pregava
que a justiça do crente começa com a fé; é mantida pela fé e termina com a fé.
“Visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está
escrito: O justo viverá por fé” (Rm 1.17).
Pedro também
ensinava que a fé era o continuo catalisador da salvação até ao exato momento
da passagem da vida física para a eterna.
“Que sois guardados pelo
poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no
último tempo. Obtendo o fim da vossa fé: a salvação da vossa alma”. (1ª Pe 1.5,
9).
A fé que salva o homem é uma
fé “presente”. Não somente é o ponto de partida da vida do crente, mas também é
o princípio característico que deve ser a base continua da vida espiritual (Gl
2.20).
A fé não deve ser limitada à
experiência inicial da salvação no passado, mas, sim deve ser mantida no
decurso da vida do cristão no presente. É uma virtude continua, que deve ser
demonstrada diariamente através de um relacionamento de dedicação a Cristo e
confiança n’Ele até o fim. Assim ela também assegura o futuro do cristão.
“Agora, porém, vos
reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos
perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis, se é que permaneceis na fé,
alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que
ouvistes e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu, e do qual eu, Paulo,
me tornei ministro” (Cl 1.22-23).
Já temos
falado e demonstrado que as obras não são a base da nossa justificação -quer
dizer obras rituais ou cerimoniais, quer obras feitas antes da regeneração,
quer obediência perfeita requerida pela lei, quer qualquer tipo de obras (tudo
que foi feito por nós). Não podemos ser justificado por qualquer espécie que
façamos.
Aqui Paulo nos
diz que: “se vós permanecerdes na fé”. Caso contrário, vocês vão perder todas
as bênçãos que vocês já começaram a desfrutar. E não pode ser removido da
esperança do Evangelho a gloriosa esperança do amor perfeito. Que é pregado e
já começou a ser pregado a toda criatura debaixo do céu.
Em Filipenses
Paulo rejeita qualquer base de confiança na sua “justiça própria”, isto é, a
sua própria excelência, quer habitual ou atual. Ele censura os judeus, porque
eles procuravam estabelecer sua própria justiça e não queria submeter a justiça
divina.
“Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e
procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus” (Rm
10.3).
A Bíblia fala da natureza gratuita da nossa
justificação. Graça e obras são opostos ou contrários:
“Ora, ao que trabalha, o salário não é
considerado como favor, e sim como dívida. Mas, ao que não trabalha, porém crê
naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça. E é assim
também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça,
independentemente de obras” (Rm 4.4-6).
Quando a base positiva da justificação é
citada nas Escrituras, é sempre declarado que nada é feito por nós ou realizado
em nós, mas o que foi feito por nós (Rm 5.9, 18-19).
Quando Paulo fala de achar graça só pela fé,
é sempre em oposição à possibilidade de achá-la palas obras. A doutrina da
justificação não poderia ser entendida sem esta antítese. Ela se dirige contra
a concepção fundamental do judaísmo e do cristianismo judaizante, segundo a
qual o homem acha graça de Deus pelo cumprimento da vontade divina. O próprio
Paulo considerava as coisas assim até o momento em que Cristo lhe apareceu
no caminho de Damasco: somente este instante é que lhe abriu os olhos para a
ilusão que o fazia crer que um homem poderia manter-se diante de Deus por sua
própria força. É por isso que depois de Damasco, ele opõe à tese dos judaizantes,
que pretendem que a lei seja o caminho da salvação, esta antítese: o caminho da
graça de Deus não está nas obras (ritos), mas na fé (Gl 2.16; 3.8, 24; Rm
28.30; 4.5). Esta fé é a única maneira de obter graça junto de Deus. A salvação
de Deus lhe é concedida “a título gracioso” (Rm 4.4; 5.17), como um dom
gratuito (Rm 3.24).
X.
OS RESULTADOS DA JUSTIFICAÇÃO
A justificação
traz muitos benefícios à vida do crente em Cristo Jesus, por
exemplo:
1.
Um novo relacionamento com Deus.
“E a vós
outros, que estáveis mortos pelas vossas transgressões e pela incircuncisão da
vossa carne, vos deu vida juntamente com ele, perdoando todos os nossos
delitos; tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós e que constava
de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu- o inteiramente,
encravando-o na cruz” (Cl 2.13-14).
Paulo fez uma
ilustração do cancelamento da dívida do pecado, em Colossenses 2.23-24. Ali,
ele compara nossos pecados com o registro de uma cobrança, escrito num
pergaminho. Nos dias de Paulo, era costume pregar o pergaminho de uma dívida na
porta da casa do devedor. Quando a dívida era saldada, o pergaminho (isto é, a
conta) era mergulhado numa solução química que apagava todo o escrito,
deixando, assim, o pergaminho totalmente limpo e pronto para ser usado de novo.
Da mesma
maneira, Paulo diz que nossa dívida não foi pregada à porta da nossa vida, mas,
sim, na cruz de Cristo, onde Ele pagou por nós. Tomou o nosso lugar como
devedor. Tendo pago a dívida, devolveu-nos o “pergaminho” (o escrito da dívida)
das nossas vidas, completamente purificado pelo Seu sangue. Uma vez que a
dívida está paga, a Lei não tem nenhum direito sobre a vida do crente, não
havendo mais qualquer empecilho à comunhão com Deus.
2. A
Remissão da punição.
Não existindo
mais condenação e há paz com Deus (Rm
4.7-8; 5.1; 8.1, 33, 34; 2ª Co 5.19). Quando alguém se arrepende do seu pecado e se volta para Deus, com fé,
toda e qualquer culpa do pecado é apagada. A solução para eliminar o pecado ou
fracasso, e crer, sem questionar, nem duvidar na sua mente, que Cristo pagou a
dívida daquele pecado e que Deus nos contempla somente na justiça de Cristo,
isto é, limpos e livres de dívidas! Tendo o próprio Deus justificado o crente,
ninguém mais tem o direito de condená-lo, nem se quer seu próprio coração, pois
ele está em Cristo.
“Quem intentará acusação contra os eleitos de
Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu
ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede
por nós” (Rm 8.33-34).
3.
O Restabelecimento do Favor de Deus: (Rm 4.6; 2ª
Co 5.21).
O homem estava separado de Deus pelos seus
pecados, mas mediante a fé no sacrifício de Seu Filho Jesus, somos perdoados,
justificados e a nossa comunhão com o Pai é estabelecida através de Cristo
Jesus.
4.
Estamos Cobertos pela justiça de Cristo.
Com a
imputação da Justiça de Cristo, o crente está agora coberto por uma justiça que
não é sua, mas provida por Cristo, e é aceito na comunhão de Deus (Is 61.10; Rm 4.7).
5.
Uma nova concepção do futuro.
A justificação
nos liberta tanto dos pecados do passado, quanto nos temores do futuro. Porque
uma vez justificado por Deus, e podemos ter a certeza que somos salvo. O crente
salvo por Jesus tem a certeza que poderá entrar na presença de Deus purificados
dos seus pecados e vestido com vestes brancas da justiça de Cristo.
“Logo, muito
mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira”
(Rm 5.9).
“E para
aguardardes dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos,
Jesus, que nos livra da ira vindoura” (1ª Ts 1.10).
“A fim de que,
justificados por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da
vida eterna” (Tt 3.7).
O homem
justificado tem certeza de que será poupado da ira vindoura.
Pr. Elias Ribas